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ERGONOMIA 
E MATERIAIS 
Jaqueline Ramos Grabasck
Princípios ergonômicos
nos ambientes residenciais, 
comerciais, industriais 
e institucionais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os princípios ergonômicos nos ambientes construídos.
  Aplicar os princípios ergonômicos aos espaços residenciais e comerciais.
  Demonstrar os princípios ergonômicos em espaços institucionais e 
industriais.
Introdução
A ergonomia está relacionada a tudo que nos cerca, sendo empregada na 
elaboração de objetos, equipamentos, ambientes e grandes construções, 
de maneira a torná-los confortáveis para a interação humana, priorizando 
a adaptação do meio ao bem-estar dos usuários.
Um ambiente saudável gera usuários mais satisfeitos e comprometi-
dos com as atividades que desenvolvem. Dessa forma, é essencial que 
todos os projetos elaborados sejam pensados e executados com base 
na ergonomia, visando ao conforto e à satisfação dos usuários. 
Neste capítulo, você vai reconhecer os princípios ergonômicos que 
complementam o ambiente construído, além de observar a aplicação 
desses princípios em ambientes residenciais, comerciais, institucionais e 
industriais que têm como prioridade a elaboração de um espaço saudável.
1 Princípios ergonômicos nos ambientes 
construídos
A ergonomia estuda um conjunto de elementos considerando as infl uências e 
as consequências que eles acarretam na vida do ser humano como um todo. 
De acordo com Oliveira e Mont’Alvão (2015), esses elementos abrangem a 
interação do usuário com o ambiente, o mobiliário, os objetos e a tarefa que 
é desenvolvida, como elementos únicos e complementares. De acordo com 
Corrêa e Boletti (2015), os ergonomistas são responsáveis por garantir que as 
atividades, as profi ssões, os produtos, os ambientes e as organizações sejam 
compatíveis com as necessidades, as habilidades e as limitações dos seres 
humanos. Assim, os autores corroboram com Oliveira e Mont’Alvão (2015), 
ao identifi car como esses elementos interagem entre si, conforme demonstra 
a Figura 1.
Figura 1. Conjunto de elementos que compõem a ergonomia.
Fonte: Corrêa e Boletti (2015, p. 12). 
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais2
A ergonomia se associa diretamente à acessibilidade e ao desenho univer-
sal, devendo ser condizente com as necessidades de todos os seres humanos, 
compreendendo a faixa etária, as condicionantes culturais e as restrições 
físicas e comportamentais que os usuários apresentam. Considera-se direito 
das pessoas trabalhar, conviver e confraternizar em ambientes confortáveis e 
relaxantes, que satisfaçam as suas necessidades de maneira coerente e tranquila.
Ao definir conforto, Corrêa e Boletti (2015) afirmam que, no contexto da ergonomia, 
esse conceito se refere à sensação de bem-estar físico, alívio e comodidade, enquanto 
o termo desconforto está relacionado a tudo aquilo que atrapalha o bem-estar e 
causa incômodo e distração.
Por falta de comunicação adequada e entendimento das necessidades do 
cliente, o profissional pode vir a comprometer a satisfação dos princípios ergo-
nômicos em um projeto. Segundo Lelis (2015), além de evitar a comunicação 
inadequada entre profissional e cliente, deve-se atentar também para a escolha 
do mobiliário, que necessita ser compatível com o local onde será implantado. 
Além disso, é preciso considerar o limite de área construída, para que não 
haja a realização de reformas e ampliações sem a devida orientação técnica.
A fim de satisfazer às necessidades essenciais à qualidade de vida do 
ser humano, alguns autores, como Villarouco e Andreto (2008), salientam a 
importância da compreensão e adequação dos seguintes requisitos projetuais, 
também ilustrados na Figura 2: 
  conforto ambiental;
  percepção ambiental; 
  medidas antropométricas; 
  adequação de materiais.
3Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
Figura 2. Princípios ergonômicos.
Fonte: Villarouco e Andreto (2008, documento on-line).
Em termos de conforto ambiental, é preciso analisar os requisitos que 
compõem o conforto lumínico, térmico e acústico, de modo a adequar o espaço 
às necessidades humanas para a convivência em um ambiente agradável e 
conveniente. Lamberts, Dutra e Pereira ([2014]) definem o conforto ambiental 
como um conjunto de condições ambientais responsáveis pelo bem-estar 
térmico, visual, acústico e antropométrico, complementados pelo conforto 
olfativo e pela qualidade do ar. 
O conforto térmico se relaciona ao fato de o ser humano se sentir con-
fortável no ambiente no qual se encontra, de maneira a não passar frio nem 
calor, mas se mantendo em uma temperatura agradável. Já o conforto visual, 
citado pelos mesmos autores, equipara-se ao conforto lumínico apresentado 
por Villarouco e Andreto (2008), pois indica a iluminação necessária que 
determinado ambiente deve apresentar para gerar condições ideais de trabalho. 
Dessa maneira, Lamberts, Dutra e Pereira ([2014]) afirmam que o conforto 
visual corresponde ao desenvolvimento das atividades com o máximo de 
acuidade e precisão visual, sem que haja esforços e riscos à saúde dos usuários. 
Para isso, é necessário o cumprimento dos seguintes requisitos: 
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais4
  iluminância suficiente; 
  boa distribuição de iluminâncias; 
  ausência de ofuscamento; 
  contraste adequado; 
  bom padrão e direção de sombras.
Segundo Corrêa e Boletti (2015), todos os ambientes devem ser providos 
de iluminação natural ou artificial, a qual precisa ser adequada às atividades a 
serem desenvolvidas no local. Ao optar por uma iluminação geral, os autores 
indicam que ela deve ser distribuída e difusa, evitando incômodos, como 
reflexos, ofuscamentos, variações de sombras e contrastes em demasia.
Assim como o conforto térmico, o conforto acústico pode ser obtido com a 
alteração das constituintes do ambiente, por meio de paredes com revestimentos 
ou enchimentos com propriedades térmicas ou acústicas. Alguns materiais 
apresentam as duas propriedades, entretanto, eles são mais eficientes quando 
apenas servem de complementação para o outro.
Em complementação ao conforto ambiental, há a percepção ambiental, 
que abrange os aspectos cognitivos que compreendem o projeto arquitetônico, 
relacionando-se à capacidade do ser humano de perceber, integrar e responder 
de maneira adequada a todos os estímulos advindos do ambiente no qual se 
encontra. Todo aspecto cognitivo influencia diretamente no desenvolvimento 
do ser humano, na sua capacidade de adequação às atividades e ao meio de 
execução. Ou seja, é necessário conforto térmico, lumínico e acústico para 
gerar um ambiente confortável e agradável para a elaboração de atividades.
As medidas antropométricas, por sua vez, abrangem a acessibilidade, o 
dimensionamento e, consequentemente, o desenho universal. A elaboração 
de um projeto deve inter-relacionar esses conceitos para criar um ambiente 
saudável, confortável e adequado às necessidades de seus usuários. A aces-
sibilidade diz respeito ao livre acesso e circulação de todos os ocupantes do 
espaço. Assim, pessoas com necessidades especiais podem circular de um 
ambiente a outro, em uma edificação, sem que haja restrições acarretadas 
pela configuração do espaço. Corrêa e Boletti (2015) complementam que 
as medidas antropométricas abrangem diversas características da massa 
corpórea, como as articulações, a mobilidade, as ações, o uso da força, as 
torções e a intensidade das atitudes, gerando equilíbrio e controle para o 
correto desenvolvimento das atividades.
5Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
O dimensionamento está diretamente relacionado à acessibilidade e ao 
desenho universal, pois ambos apenas serão obtidos por meio do dimensio-
namento adequado paraas atividades que serão desenvolvidas nos espaços. 
Para a elaboração de um projeto de qualidade, é essencial compreender a 
rotina dos usuários, os mobiliários que deverão configurar o ambiente e o 
número de pessoas que irá ocupar o espaço. Ao se apropriar dessas infor-
mações, o projetista possui dados suficientes para elaborar um estudo que 
comporte todos os requisitos e necessidades que o ambiente deve satisfazer. 
Para um projeto ser ergonômico, Buxton (2017) afirma que é preciso 
adequar a atividade ao usuário, aplicando critérios de eficiência, facili-
dade de uso, conforto, saúde, segurança e qualidade de vida. As medidas 
antropométricas são complementadas pela adequação dos materiais, como 
os revestimentos e os acabamentos, que também devem ser indicados con-
forme as necessidades dos usuários, pois são essenciais para configurar a 
livre circulação e a facilidade de manutenção dos ambientes elaborados. 
Assim, os materiais devem ser escolhidos por meio da análise da faixa 
etária dos usuários, das restrições locomotoras e das atividades a serem 
desenvolvidas no local. A compreensão desses conceitos na conjuntura de 
um projeto arquitetônico compõe os princípios que configuram a ergonomia 
no ambiente construído.
Falcão e Vasconcelos, Villarouco e Soares (2009) reforçam a impor-
tância de três grupos de elementos que devem ser observados no processo 
de avaliação do ambiente, sendo eles: os aspectos técnicos e materiais, os 
aspectos organizacionais e os aspectos psicológicos. Os autores apontam 
como aspectos técnicos e materiais os de concepção espacial, o layout, 
os conceitos dimensionais, o mobiliário, os materiais de revestimento e o 
conforto ambiental, enquanto os aspectos organizacionais compreendem 
os recursos humanos, as normas e os procedimentos que apresentam parâ-
metros para a organização do trabalho. Por fim, há os aspectos psicológicos, 
que são relacionados à percepção do usuário às fronteiras dos espaços, à 
comunicação humana e à estética na conjuntura da importância do ambiente 
de atuação.
Nesse sentido, os autores ainda indicam que os elementos que compõem a 
antropometria, a psicologia ambiental, a ergonomia cognitiva e a metodologia 
ergonômica têm enfoque na adaptabilidade e na conformidade do espaço, 
considerando as atividades que serão desenvolvidas no ambiente de análise. 
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais6
O design universal é definido como uma intervenção em espaços, produtos e serviços 
que possibilita igualdade de acesso a todos, utilizando como embasamento os seguintes 
princípios (FRANCISCO; MENEZES, 2011):
  equiparação nas possibilidades de uso;
  flexibilidade no uso;
  uso simples e intuitivo;
  captação da informação;
  tolerância para o erro;
  dimensão e espaço para uso e interação.
2 Espaços residenciais e comerciais
A ergonomia está relacionada à criação de um ambiente que satisfaça aos usu-
ários, compreendendo as suas restrições e necessidades quanto à implantação 
de recursos adequados à criação de um espaço saudável e confortável. No 
âmbito da ergonomia residencial, deve-se atentar para a altura, a faixa etária e 
o cotidiano dos usuários, para elaborar um ambiente que busque premissas de 
conforto e saúde. As bancadas, os armários, os tanques e as pias, por exemplo, 
são elementos que devem ser projetados de maneira a garantir conforto, sem 
comprometer, assim, a sua utilização no dia a dia.
Para o dimensionamento de cozinhas, Souza et al. (2019) recomendam o uso 
da triangulação para a movimentação adequada entre as três zonas de trabalho, 
que são a geladeira, a pia e o fogão, otimizando a realização de atividades 
no ambiente. Para obter um ambiente ergonômico, os autores apresentam os 
centros de trabalho que devem ser elaborados na cozinha, sendo eles: 
  a recepção e armazenagem de alimentos; 
  cocção; 
  servir; 
  armazenagem; 
  preparação de comidas; 
  limpeza.
7Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
A recepção e a área de armazenagem são compostas por uma mesa ou 
bancada onde serão depositadas as compras no momento em que o usuário 
acessar o ambiente. Na área de cocção, não se recomenda a localização do 
fogão e do micro-ondas ao lado da geladeira, a fim de não comprometer o seu 
funcionamento. Para facilitar o manuseio das panelas quentes, as bocas do 
fogão devem estar no mesmo nível da bancada. Para a armazenagem, é possível 
utilizar armários altos, com no máximo 30 cm de profundidade e distantes 
60 cm da bancada. De modo a facilitar a limpeza, os armários baixos devem 
ser fixados preferencialmente 10 cm acima do piso, apresentando 90 cm de 
altura e profundidade de 60 cm, o que pode variar conforme os equipamentos 
que serão comportados (SOUZA et al., 2019). A Figura 3 ilustra o correto 
posicionamento dos móveis em uma cozinha.
Figura 3. Posicionamento de armários em cozinhas.
Fonte: Buxton (2017, p. 21). 
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais8
Para determinar as áreas mínimas que cada ambiente deve apresentar, pode-
-se consultar o Código de Obras do município onde a edificação será projetada. 
Entretanto, essas dimensões podem ser ampliadas conforme a necessidade 
de seus usuários e o mobiliário que irá compor cada ambiente. Ao fazer o 
pré-dimensionamento dos ambientes, deve-se considerar o mínimo de 60 cm 
como unidade de passagem. Todavia, em ambientes e áreas de circulação que 
irão comportar duas pessoas lado a lado, é necessário considerar, pelo menos, 
120 cm para que haja conforto ao se movimentar pelo espaço. Na Figura 4, 
observe as dimensões mínimas para circulação.
Figura 4. Dimensões mínimas para circulações.
Fonte: Adaptada de Buxton (2017). 
9Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
Edificações destinadas a idosos e portadores de necessidades especiais 
devem ser adaptadas de maneira a gerar conforto e segurança a seus usuários, 
sendo recomendada a utilização de equipamentos especiais em determinados 
ambientes, como, por exemplo, nos banheiros, em que devem ser instaladas 
barras de apoio para facilitar o deslocamento e restabelecer o equilíbrio dos 
usuários sempre que for necessário. As barras de apoio podem ser fixas ou 
móveis, desde que instaladas com equipamentos adequados que garantam 
a correta fixação e estabilidade nos locais de instalação, conforme ilustra 
a Figura 5.
Figura 5. Utilização de barras de apoio em banheiros.
Fonte: Buxton (2017, p. 27).
Além das barras de apoio, é recomendada a instalação de portas com o 
sentido de abertura para o lado de fora dos sanitários para facilitar o acesso 
de portadores de necessidades especiais nesses ambientes. Ainda sobre a 
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais10
elaboração de espaços que transmitam conforto e segurança, Buxton (2017) 
ressalta a importância de respeitar o espaço pessoal entre cada ser humano, 
evitando desconforto. Dessa maneira, deve-se considerar um raio ao redor 
das pessoas, a fim de definir as zonas de interações sociais, que podem ser 
classificadas como: 
  espaço íntimo — até 45 cm; 
  espaço pessoal — entre 45 e 120 cm; 
  espaço social — entre 120 e 360 cm; 
  espaço público — acima de 360 cm.
Em escritórios, para aproveitar ao máximo a iluminação natural, Corrêa 
e Boletti (2015) indicam a locação das mesas abaixo das janelas, sendo que a 
extensão da abertura junto ao posto de trabalho não deve ser superior ao dobro 
da altura da janela em si. Além disso, esses espaços devem apresentar níveis 
adequados de luminância, equilíbrio espacial dos níveis sobre as superfícies, 
uniformidade e eliminação de ofuscamento por meio da retirada das fontes 
de luz do campo visual dos trabalhadores. Cabe ressaltar que os níveis de 
luminância necessários variam conforme a faixa etária dos usuários. Como 
passar do tempo, a necessidade de níveis mais altos também tende a apresentar 
um aumento significativo.
Para evitar contraste excessivo no ambiente de trabalho, Corrêa e Boletti 
(2015) indicam que é necessário o uso de paredes brancas juntamente com 
piso escuro, assim como móveis e máquinas escuras, superfícies refletoras 
em mesas, computadores escuros sobre superfícies claras e aberturas que 
contrastem com as telas dos computadores.
Quanto à qualidade ergonômica no uso adequado de computadores, Wa-
chowicz (2013) sinaliza a forma correta de ocupação do espaço, que é ilustrada 
na Figura 6. Conforme demonstra a imagem, a cabeça e o pescoço devem se 
manter retos e os ombros relaxados, enquanto os antebraços, os braços, as 
pernas, as coxas e as costas devem estar posicionados em 90° ou mais elevados, 
e os pés devem estar apoiados no chão ou com o uso de apoios, mantendo-se 
também em posicionamento de 90°.
11Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
Figura 6. Ergonomia no uso de computador.
Fonte: Wachowicz (2013, documento on-line).
Ainda no ambiente de trabalho, Wachowicz (2013) sinaliza a aplicação dos 
princípios ergonômicos por meio dos seguintes aspectos: 
  máquinas e equipamentos adequados aos seres humanos; 
  mesas, cadeiras e terminais projetados conforme as dimensões do 
usuário que os irá utilizar;
  redução de esforço físico, com o uso de ferramentas e postos de trabalho 
adequados.
Entretanto, nem sempre é possível adaptar o local de trabalho a todos os 
usuários. Nesse caso, é necessária a elaboração de um ambiente que seja o mais 
adequado possível à média de usuários que trabalham no local. Para atender 
a todos os envolvidos, Wachowicz (2013) indica as áreas de alcance ótimo e 
máximo que podem ser utilizadas na execução de ambientes para atividades 
desenvolvidas de forma estática, ou seja, em que a maior parte do tempo o 
usuário se encontra sentado, como ilustra a Figura 7.
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais12
Figura 7. Área de alcance ótima e máxima para o desenvolvimento de atividades 
de maneira estática.
Fonte: Wachowicz (2013, documento on-line).
O uso de cores no ambiente de trabalho também influencia no desempenho 
dos profissionais, pois elas podem reforçar a calma e a produtividade que o 
espaço deve apresentar. Nesse sentido, Wachowicz (2013) indica o uso de cores 
claras, como tons pastéis, para ambientes que exigem grande concentração 
de seus usuários, enquanto os tons fortes de amarelos, vermelhos e azuis 
tendem a sobrecarregar a visual, por serem consideradas cores estimulantes. 
Já as cores escuras são consideradas sufocantes e pouco estimulantes, além 
de absorver a luz do ambiente.
Em escritórios executivos, para fins de dimensionamento, Buxton (2017) 
indica a utilização de 10 a 15% da área de piso para o processo produtivo, 
considerando 5 m2 por pessoa para realização desse cálculo. Entretanto, cabe 
salientar que as dimensões mínimas para circulações devem ser respeitadas 
para que haja conforto e produtividade no ambiente de trabalho.
Os princípios ergonômicos têm aplicabilidade tanto em ambientes residen-
ciais quanto em comerciais, institucionais e industriais. Para isso, é necessário 
sempre considerar as necessidades, as limitações e as restrições dos usuários, 
assim como as dimensões mínimas de circulação, a adaptação dos mobili-
ários e equipamentos, a iluminação adequada, as cores das superfícies e os 
equipamentos especiais para garantir conforto e segurança.
13Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
3 Espaços institucionais e industriais
Em ambientes de trabalho, Falcão e Vasconcelos, Villarouco e Soares (2009) 
afi rmam que, para haver ergonomia, o ambiente deve ser adaptado ao ser humano, 
compreendendo os aspectos sociais, psicológicos, culturais e organizacionais. Os 
autores ainda indicam que, em ambientes institucionais, como bibliotecas, por 
exemplo, é preciso atender características multidisciplinares, gerando espaços 
efi cazes, seguros, confortáveis e agradáveis, que proporcionem prazer e bem-estar 
aos seus usuários por meio da adequação de suas necessidades formais e estéticas.
Em escolas e bibliotecas, deve-se atentar para a faixa etária que irá utilizar 
o ambiente, para que tanto o mobiliário quanto os elementos construtivos 
sejam adaptados à altura correta de seus usuários, porém, não ignorando o 
fato de que esses locais também são utilizados por adultos. Dessa maneira, a 
adaptação do mobiliário deve ser adequada para cada usuário e não para uma 
configuração média dos ocupantes do espaço.
A fim de gerar ambientes mais produtivos, Corrêa e Boletti (2015) apre-
sentam as etapas para implementar o layout adequado em indústrias, contudo, 
esses processos também possuem aplicabilidade em escritórios. As etapas são:
  projeto do macroespaço — ao analisar o espaço como um todo, são 
estabelecidas as dimensões que cada departamento deve apresentar, 
definindo fluxos de materiais, de entrada e saídas, de maneira a in-
corporar a equipe de trabalho no processo de elaboração dos espaços;
  projeto do microespaço — analisa-se cada posto de trabalho, avaliando 
os instrumentos, as condições de temperatura e ruídos;
  projeto detalhado — são projetadas e selecionadas as ferramentas de 
informação e controle, conforme as condições de trabalho.
Para a elaboração de bancadas de trabalho confortáveis, Buxton (2017) 
sugere alturas adequadas para essas superfícies utilizando como referência os 
tipos de tarefas que serão desenvolvidas. Em situações que necessitam de maior 
atenção, tratando-se de tarefas delicadas, recomenda-se que a superfície de 
trabalho esteja posicionada entre 50 e 100 mm acima da altura dos cotovelos de 
seus usuários, enquanto para atividades que necessitam a aplicação de alguma 
força é recomendado localizar o plano de trabalho entre 50 e 100 mm abaixo da 
altura dos cotovelos. Para trabalhos considerados pesados, é indicada a locação 
da bancada entre 100 e 300 mm abaixo da altura dos cotovelos dos operadores.
Complementando o dimensionamento de ambientes industriais, Buxton 
(2017) afirma que, em plantas com 1.000 m2 de área total de piso, 10% do 
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais14
espaço se destina à instalação de escritórios e locais específicos para o bem-
-estar dos funcionários, enquanto em edificações com 10.000 m2 ou mais essa 
porcentagem cai para 5%.
Souza et al. (2019) indicam que o projeto físico do espaço influencia dire-
tamente na produtividade de seus usuários, podendo favorecer ou prejudicar 
o desenvolvimento de atividades. Desse modo, a ergonomia é essencial para 
conferir qualidade ao ambiente construído, proporcionando também um espaço 
saudável, funcional, acessível e confortável a seus usuários. 
A Figura 8 ilustra a distribuição das zonas utilizando a linha de montagem 
tradicional, apresentando as seguintes áreas: 
  entrada de mercadorias;
  pré-montagem;
  linhas de montagem;
  despacho;
  área molhada; 
  sala de descanso dos funcionários. 
Ao elaborar esse tipo de zoneamento, facilita-se a realização do pré-dimen-
sionamento e do projeto em si, determinando os fluxos e as zonas de locação 
de cada uma das áreas que compõem o processo de produção. 
Figura 8. Processo de produção com linha de montagem 
convencional.
Fonte: Buxton (2017, p. 393). 
15Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
Para a elaboração de um ambiente de trabalho que apresente todas as 
qualidades necessárias, Souza et al. (2019) apontam as principais condições 
apresentadas pela literatura, sendo elas: 
  ambientes com temperatura entre 20 e 24°C; 
  umidade relativa do ar entre 40 e 60%; 
  ruídos de no máximo 80 decibéis;
  iluminação variável conforme o trabalho a ser realizado,devendo apre-
sentar no mínimo 300 lux em escritórios, 400 a 600 lux para trabalhos 
normais e de 1.000 a 2.000 lux para elaboração de trabalhos que ne-
cessitam de alta precisão. 
Porém, os autores (2019) salientam que valores acima de 2.000 lux tendem 
a causar fadiga visual, o que, consequentemente, não melhora as condições 
de trabalho, mas compromete a saúde dos trabalhadores, podendo acarretar 
também em acidentes de trabalho.
A disposição das luminárias pode ser realizada de três maneiras, por meio da 
utilização de iluminação geral, localizada e combinada, que são determinadas 
conforme as necessidades dos usuários. Dessa maneira, ambientes que não 
exigem alta precisão na execução das atividades podem dispor de iluminação 
geral, por gerar uma iluminação uniforme, que abrange todo o ambiente, 
enquanto a iluminação localizada é mais indicada para o desenvolvimento de 
atividades que necessitam de precisão, pois ela será direcionada exatamente 
para o plano de trabalho. Já a iluminação combinada é recomendada para 
ambientes que necessitam de alta precisão no desenvolvimento das tarefas, 
pois apresenta a iluminação geral, que abrange o ambiente como um todo, e a 
iluminação localizada, que ilumina exatamente o local onde a tarefa deve ser 
desenvolvida. A Figura 9 ilustra os três tipos de iluminação para ambientes 
profissionais. 
Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais16
Figura 9. Tipos de iluminação usuais para ambientes de trabalho.
Fonte: Iida (2005, p. 473).
Diversos fatores devem ser considerados para se ter um projeto de quali-
dade, a fim de gerar um ambiente saudável, confortável e condizente com as 
tarefas a serem desenvolvidas. A qualidade ambiental adequada possibilita 
que as atividades sejam executadas com precisão e acuidade, o que melhora 
significativamente o desempenho dos profissionais. Um ambiente que apre-
senta condições de trabalho satisfatórias gera funcionários mais satisfeitos 
e comprometidos com o desenvolvimento das tarefas, pois o cuidado com a 
qualidade ambiental está diretamente relacionado ao cuidado com o próprio 
profissional e com a sua valorização, reforçando o compromisso da empresa 
com a saúde e o bem-estar de seus funcionários.
17Princípios ergonômicos nos ambientes residenciais, comerciais, industriais e institucionais
Compreenda como a ergonomia se aplica no nosso dia a dia, no vídeo “O que é 
ergonomia?”, disponível no link a seguir (O QUE..., 2015).
https://qrgo.page.link/VEm1f
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2017.
CORRÊA, V. M.; BOLETTI, R. R. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Porto Alegre: 
Bookman, 2015.
FALCÃO E VASCONCELOS, C. S.; VILLAROUCO V.; SOARES, M. M. Avaliação ergonômica 
do ambiente construído: estudo de caso em uma biblioteca universitária. Ação ergo-
nômica: Revista da Associação Brasileira de Ergonomia, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 5–25, 2009. 
Disponível em: http://www.abergo.org.br/revista/index.php/ae/article/view/69/66. 
Acesso em: 17 jan. 2020.
FRANCISCO, P. C. M.; MENEZES, A. M. de. Design universal, acessibilidade e espaço 
construído. Construindo, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, p. 25–29, jan./jun. 2011. Disponível em: 
http://fumec.br/revistas/construindo/article/view/1763/1129. Acesso em: 17 jan. 2020.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. Rio 
de Janeiro: Eletrobras: Procel, [2014]. Disponível em: http://www.labeee.ufsc.br/sites/de-
fault/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf. Acesso em: 18 jan. 2020.
LELIS, V. F. Análise de habitações sociais na perspectiva da ergonomia do ambiente constru-
ído: estudos de caso do PROMORE. 2015. Dissertação (Mestrado em Design) — Facul-
dade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2015. 
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