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X Simpósio Nacional de Sistemas Prediais 
Sistemas Prediais: Desenvolvimento e inovação 
São Carlos – 30 e 31 de agosto de 2007 
 
 
CÁLCULO DO VOLUME DO RESERVATÓRIO DE 
SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA: 
Comparação entre métodos para aplicação em residência unifamiliar 
Cistern volume calculation for rainwater harvesting systems: comparison 
between methods seeking household application 
Gabriela dos S. Carvalho (1) , Samuel C. de Oliveira (2) e Rodrigo B. Moruzzi (3) 
(1) IGCE – UNESP –curso de Engenharia Ambiental; C. P. 178; CEP:13.506-900; Rio Claro-SP 
(2) IGCE –UNESP –Depto. de Petrologia e Metalogenia; C.P.178; CEP:13.506-900; Rio Claro-SP 
(3) IGCE – UNESP –Depto. de Planejamento Territorial e Geoprocessamento; C. P. 178; 
CEP:13.500-230; Rio Claro-SP. rmoruzzi@rc.unesp.br
RESUMO 
O aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas é assunto de recentes discussões e 
permeia o tema: Os sistemas prediais e as edificações sustentáveis. O reservatório de 
armazenamento é um item imprescindível do sistema de aproveitamento de água de chuva. Seu 
dimensionamento depende das características da captação, dos índices pluviométricos locais e das 
demandas exercidas. Entretanto, ao considerar que o reservatório deve permanecer cheio a maior 
parte do tempo, para atender as demandas no período de estiagem, as dimensões do tanque tornam-
se demasiadamente exageradas e o investimento proibitivo à maioria da população. O conceito do 
Método do Máximo Aproveitamento (MMA) no período chuvoso desenvolvido por Mierzwa 
(2006) [1], baseia-se na premissa de que o volume potencialmente aproveitável ocorre nos dias em 
que o volume armazenado é maior ou igual à demanda. Este trabalho versa aplicar e discutir o novo 
conceito no cálculo do volume de reservação necessário para atender a demanda exercida em vaso 
sanitário de uma residência unifamiliar. Para tal, o Método da Análise da Simulação (MAS) 
também foi aplicado à demanda e comparado ao MMA. Verificou-se que ambos os métodos 
estudados (MMA e MAS) podem ser aplicados para dimensionamento de reservatório de água de 
chuva. Entretanto, verificou-se que a combinação dos dois métodos permite a obtenção de um 
dimensionamento mais preciso visto que os volumes de reservação, determinados a partir do MMA 
podem ser investigados, quanto ao seu comportamento, através do MAS, permitindo uma maior 
precisão na definição do volume do reservatório em função da eficiência alcançada. Por fim, 
entende-se que a difusão e a aplicação de métodos apropriados de dimensionamento de reservatório 
podem viabilizar a implantação de sistemas de aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas 
com menores custos e maior potencial de aproveitamento, contribuindo para o projeto e 
implantação de edificações sustentáveis. 
Palavras-chave: aproveitamento de água de chuva, volume do reservatório, residência 
unifamiliar. 
ABSTRACT 
The urban rainwater harvesting is an up to date issue that through out the theme: The build 
systems and the sustainable constructions. The cistern is a very important item in rainwater 
harvesting system. The cistern design depends on catchments characteristics, local rainfall data and 
demands. However, the cistern dimensions became very large and high cost when considering that 
mailto:rmoruzzi@rc.unesp.br
 
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the cistern must remain full most of the time in order to supply the demands during the dry season. 
The maximum harvesting concept in the rainfall season presented by Mierzwa (2006) is based on 
the hypothesis that the suitable rainwater volume occur when the storage volume is equal or greater 
than the demand. This paper applied and discussed this new concept to calculate the cistern volume 
to supply the flush demand in a household. For this purpose the simulation analysis method was 
also applied and comparison was made. Both methods can be applied to calculate the cistern 
volume. But, it was verified that the conjoint analysis permitted a more accurate design due to the 
different results obtained from each method. The cistern volume obtained through the maximum 
harvesting concept can be investigated, referring to its behavior, by the simulation analyses method 
thus permitting a more precise volume value for the reached efficiency. Finally, the spread and 
application of appropriated methods for cistern volume calculation can make easer and cheaper the 
application of rainwater harvesting systems thus contributing to the sustainable constructions design 
and implantation. 
Key-words: rainwater harvesting, cistern volume, household 
1 INTRODUÇÃO 
O aproveitamento de água de chuva tem se configurado como uma alternativa promissora 
para a solução de diversos problemas tais como escassez de água e freqüentes inundações 
principalmente em regiões metropolitanas. A captação e o armazenamento do volume de água 
oriundo das chuvas pode minimizar o impacto de tais problemas, podendo proporcionar entre outros 
benefícios, uma economia de gastos associados ao consumo de água proveniente de fontes 
tradicionais de abastecimento bem como uma redução dos transtornos causados pelas enchentes. 
Nesse contexto, um adequado dimensionamento do reservatório de armazenamento é de 
suma importância para a viabilidade técnico-econômica de implantação de um sistema de 
aproveitamento de água de chuva. No dimensionamento dos reservatórios busca-se determinar a 
capacidade volumétrica que atenda ao máximo possível a demanda exercida com um menor custo 
de construção. Dependendo do método de dimensionamento utilizado, pode-se chegar a valores 
proibitivos da capacidade do reservatório quer seja por razões físicas ou econômicas (o tanque é 
muito grande ou muito caro). 
Atualmente, a grande maioria dos projetos de reservatórios para armazenamento de água 
de chuva tem sido conduzida na base de critérios puramente empíricos. A predominância de tais 
critérios sobre critérios racionais é decorrência da variedade e complexidade dos métodos de 
dimensionamento encontrados na literatura, o que muitas vezes dificulta suas utilizações. 
Este trabalho teve como objetivo principal utilizar e comparar dois métodos de 
dimensionamento de reservatórios de água de chuva baseados em critérios racionais. 
1.1 Objetivos 
Aplicar, comparar e discutir o Método do Máximo Aproveitamento (MMA) e o Método da 
Análise da Simulação (MAS) no cálculo do volume de reservação de água de chuva para atender a 
demanda exercida em vaso sanitário de uma residência unifamiliar. 
 
 
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1.1.1 Apresentação do problema 
Existem diversos métodos de dimensionamento de reservatório que resultam em distintos 
volumes. A escolha adequada do método a ser utilizado é fundamental para a implantação de um 
sistema de aproveitamento de água de chuva, uma vez que o reservatório é considerado por alguns 
autores (ANNECCHINI, 2005 [2] e MAY, 2004 [3]) a parte mais onerosa do sistema. É necessário 
considerar diversos fatores na determinação do método mais adequado como a demanda a ser 
atendida, área de captação, entre outros. 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
Para o dimensionamento do reservatório, foram utilizados os dados pluviométricos da 
cidade de Rio Claro (SP) coletados na estação meteorológica da UNESP, Campus Bela Vista 
(CEAPLA) no ano de 2003, os quais foram obtidos através do Sistema de Informações para o 
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGRH) do Estado de São Paulo [4]. 
Índices Pluviométricos de Rio Claro
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
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Figura 1 – Índices pluviométricos diários do município de Rio Claro coletados na estação meteorológica da 
UNESP, Campus BelaVista (CEAPLA) no ano de 2003 
Em um sistema de captação e aproveitamento de água de chuva pode-se utilizar como 
superfície de captação telhados ou pavimentos, sendo que a água captada através de telhados 
apresenta qualidade superior. Áreas de captação superiores a 350m2 normalmente apresentam-se 
mais favoráveis ao investimento de um sistema de aproveitamento de água de chuva quando 
comparadas a menores áreas, mesmo utilizando os métodos tradicionais de dimensionamento. 
Assim, neste estudo optou-se pela investigação de telhados cobertos com telhas cerâmicas com 
áreas de projeção horizontal de 80, 120 e 200m2. 
O coeficiente de escoamento adotado nas investigações foi de 0,8, valor que corresponde 
ao coeficiente apresentado por Tucci et al. (1995) [5] e Tomaz (2005) [6] para telhas cerâmicas. 
A partir desses dados, obteve-se o volume de precipitação (vazão de entrada) com a 
seguinte equação (TOMAZ, 2005) [6]: 
Vp = (C.A.P)/1000 (eq. 1) 
onde: 
Vp = Volume de precipitação (m3); C = Coeficiente de escoamento superficial 
(adimensional) cujo valor adotado neste estudo foi de 0,8; P = Precipitação (mm); A = Área de 
captação (m2). 
Para ambos os métodos estudados, utilizaram-se volumes de precipitação diários. 
 
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Com relação ao volume de descarte da primeira chuva, foram investigados quatro valores 
correspondentes a precipitação de descarte de 0, 1, 2 e 4mm. Para calcular esse volume 
correspondente ao descarte, utilizou-se a seguinte equação: 
Vdesc = (Pdesc.A)/1000 (eq. 2) 
onde: 
Vdesc = Volume de descarte da primeira chuva (m3); Pdesc = Precipitação de descarte da 
primeira chuva (mm); A = Área de captação (m2). 
O volume passível de aproveitamento corresponde ao volume total precipitado menos o 
volume de descarte correspondente. 
As demandas a serem atendidas referem-se à quantidade de água consumida nos vasos 
sanitários com caixa acoplada de residências unifamiliares com 3, 4 e 5 habitantes. Foram 
consideradas 5 descargas por habitante por dia e um volume de descarga de 6L, conforme proposto 
por Annecchini (2005) [2], obtendo-se a demanda para cada condição. A Tabela 1 sintetiza todas as 
condições investigadas para cada método analisado (MMA e MAS). 
Tabela 1 – Condições investigadas para cada método analisado (MMA e MAS) 
Área de captação Descarte da primeira
(m2) chuva (mm)
80, 120 e 200 0, 1, 2 e 4 3 - 0,09 - 2,7
80, 120 e 200 0, 1, 2 e 4 4 - 0,12 - 3,6
80, 120 e 200 0, 1, 2 e 4 5 - 0,15 - 4,5
Número de habitantes - Demanda diária - Demanda mensal (m3)*
 
* Considerando: 5descargas/hab.dia e 6L/descarga. 
1.2 Método do Máximo Aproveitamento (MMA) 
O Método do Máximo Aproveitamento pressupõe o aproveitamento da água de chuva para 
os dias em que o volume armazenado é maior ou igual à demanda exercida, conforme a Equação 3. 
dV/dt = Vp.C - demanda, para dV/dt (diário) ≥ 0 (eq. 3) 
onde: 
dV/dt = Variação do volume no reservatório; Vp = volume de precipitação considerando o 
descarte da primeira chuva; C = Coeficiente de escoamento (0,8); Demanda = demanda de água 
exercida. 
Os cálculos foram realizados através de uma rotina elaborada em linguagem de 
programação FORTRAN. Os dados de entrada do programa foram: 
• precipitação diária (mm); 
• coeficiente de escoamento (0,8); 
• volume correspondente ao descarte da primeira chuva (0, 1, 2 e 4mm); 
• área de captação (80, 120 e 200m2); 
• demanda diária (0,09; 0,12; e 0,15m3); 
• volume adotado para o reservatório (0,5; 1; 1,5; 2; 2,5; 3; 3,5; 4; 4,5; 5; 10; 12,5; e 
15m3). 
Para cada uma das três demandas investigadas foram variados: i) quatro valores de 
descarte; ii) três valores para área de captação, e; iii) treze volumes de reservatório. 
Os dados de saída do programa foram os seguintes: 
 
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• Volume precipitado acumulado (Vp(ac)) = Somatória do volume precipitado acumulado 
para cada área de captação, já considerando o descarte da primeira chuva; 
• Volume aproveitável acumulado (Vap(ac)) = Somatória do volume aproveitado durante 
o ano correspondente ao valor da demanda para os dias onde dV/dt (diário) ≥ 0; 
• Volume coletado acumulado (Vcol(ac)) = Somatória do volume coletado considerando a 
demanda diária e a capacidade do reservatório; 
• Dias de déficit = Número de dias em que a demanda exercida não foi atendida, ou seja, 
quando o volume armazenado é menor que a demanda. 
Os resultados da simulação obtidos com o programa FORTRAN foram organizados em 
planilhas eletrônicas (Excel), elaborando-se nove gráficos cujas linhas de tendência foram descritas 
por funções logarítmicas. Adicionalmente, foram calculados os potenciais de economia 
proporcionados pelo sistema de aproveitamento de água de chuva, ou seja, a relação entre o volume 
total aproveitável (Vap) no ano e a demanda anual a ser atendida para cada condição investigada. 
1.3 Método de Análise de Simulação (MAS) 
Para calcular o volume através do MAS arbitra-se um volume e verifica-se o que ocorre 
com a água no reservatório: se vai sobrar (overflow) ou se vai faltar, exigindo o suprimento através 
de outras fontes (TOMAZ, 2005) [6]. Essa verificação pode ser realizada através de uma análise 
gráfica, permitindo uma melhor visualização do comportamento do volume de água no reservatório 
ao longo do ano. Para o cálculo do volume do reservatório através desse método, foram fixados 
cinco valores de volume de reservatório: 2, 5, 10, 15 e 20m3, sendo que o último foi utilizado para 
analisar o comportamento em condições extremas. Para cada um desses valores adotados foi 
analisado o volume de água no reservatório durante o ano de 2003. Para as análises, foram adotados 
2mm para descarte da primeira chuva e 80m2 para área de captação, valores também investigados 
pelo MMA. 
A equação utilizada para verificar o nível de água no reservatório durante todos os dias do 
ano, desconsiderando as possíveis perdas por evaporação e outras, tais como vazamentos, foi a 
seguinte (adaptado de TOMAZ, 2005) [6]: 
R(t) = Vp(t) + R(t-1) – D(t), para 0 ≤ R(t) ≤ V (eq. 4) 
onde: 
R(t) = Volume de água no reservatório no tempo t (m3); Vp(t) = Volume precipitado no 
tempo t (m3); R(t-1) = Volume de água no reservatório no tempo t-1(m3); D(t) = demanda no tempo t 
(m3); V = Volume do reservatório fixado. 
Foram calculados também os dias de déficit do sistema, ou seja, os dias em que o 
reservatório ficou vazio. Adicionalmente, calculou-se a eficiência do sistema definida com sendo a 
relação entre o número de dias em que o reservatório não ficou vazio e o número total de dias em 
um ano (365 dias). 
Para análise da simulação, os dados foram tratados em planilhas eletrônicas (Excel) e a 
partir delas foram elaborados quatro gráficos, um para cada volume de reservatório arbitrado. A 
Tabela 2 ilustra, para o mês de fevereiro, como os dados foram organizados para obter os resultados 
de volume diário. 
 
 
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Tabela 2 – Variação do volume de água no reservatório no mês de fevereiro com capacidade de 2, 5, 10, 15 e 
20m3 para demanda de 0,12m3/dia, área de captação de 80m2 e descarte da primeira chuva de 2mm 
Precipitação Volume de Chuva 
Diária (mm) Diária* (m3) capac. 2 m3 capac. 5 m3 capac. 10 m3 capac. 15 m3 capac. 20 m3
0** 2,00 5,00 10,00 15,00 20,00
1 0,4 0,00 1,88 4,88 9,88 14,88 19,88
2 0 0,00 1,76 4,76 9,76 14,76 19,76
3 0 0,00 1,64 4,64 9,64 14,64 19,64
4 0 0,00 1,52 4,52 9,52 14,52 19,52
5 0,4 0,00 1,40 4,40 9,40 14,40 19,40
6 0,2 0,00 1,28 4,28 9,28 14,28 19,28
7 0 0,00 1,16 4,16 9,16 14,16 19,16
8 0 0,00 1,04 4,04 9,04 14,04 19,04
9 0 0,00 0,92 3,92 8,92 13,92 18,92
10 0 0,00 0,80 3,80 8,80 13,80 18,80
110 0,00 0,68 3,68 8,68 13,68 18,68
12 0 0,00 0,56 3,56 8,56 13,56 18,56
13 4,6 0,13 0,57 3,57 8,57 13,57 18,57
14 33 1,95 2,00 5,00 10,00 15,00 20,00
15 12,1 0,61 2,00 5,00 10,00 15,00 20,00
16 6,8 0,28 2,00 5,00 10,00 15,00 20,00
17 3,5 0,06 1,94 4,94 9,94 14,94 19,94
18 6,1 0,23 2,00 5,00 10,00 15,00 20,00
19 34,4 2,04 2,00 5,00 10,00 15,00 20,00
20 0 0,00 1,88 4,88 9,88 14,88 19,88
21 9,3 0,44 2,00 5,00 10,00 15,00 20,00
22 2,5 0,00 1,88 4,88 9,88 14,88 19,88
23 0 0,00 1,76 4,76 9,76 14,76 19,76
24 0 0,00 1,64 4,64 9,64 14,64 19,64
25 0 0,00 1,52 4,52 9,52 14,52 19,52
26 0 0,00 1,40 4,40 9,40 14,40 19,40
27 0 0,00 1,28 4,28 9,28 14,28 19,28
28 0 0,00 1,16 4,16 9,16 14,16 19,16
Volume de Água Armazenada no Reservatório (m3)Dia
 
* Considerando o descarte de 2mm, ou seja, 0,16m3
** Corresponde ao último dia do mês de janeiro (31/01/2003) 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Foram obtidos nove gráficos dos resultados do Método do Máximo Aproveitamento 
apresentados na Figura 1 (a), (b) e (c). 
 
(a) 
 
(b) 
 
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(c) 
Figura 1 – Volume aproveitável no ano em função do volume do reservatório, do descarte da primeira chuva 
e da área de captação, para demanda de 0,09m3/dia (a); 0,12m3/dia (b) e; 0,15m3/dia (c) 
Com relação ao MMA, verificou-se que, independente da demanda e da área de captação, 
quanto maior o volume de descarte da primeira chuva, menor o volume aproveitável no ano, pois a 
oferta diminui. 
Para todas as demandas investigadas e todos os valores de descarte da primeira chuva, 
conforme aumenta a área de captação, aumenta também o volume aproveitável no ano. Além disso, 
foi verificado que, o incremento da demanda, implica em um aumento do volume aproveitável no 
ano, pois se a demanda é maior, mais volume de chuva pode-se aproveitar para supri-la. Observou-
se que, independentemente da área de captação e do descarte da primeira chuva, para demanda de 
0,09m3/dia, o máximo volume aproveitável fica entre 30 e 35m3; para demanda de 0,12m3/dia, esse 
volume pode ficar entre 35 a 45m3; e quando a demanda é de 0,15m3/dia, esse valor varia de 45 a 
55m3. 
Em todos os gráficos foi verificado que o aumento dos volumes propostos para os 
reservatórios resulta em um acréscimo no volume aproveitável no ano, sendo que, a partir de um 
determinado volume de reservatório, o volume aproveitável tende a alcançar um valor máximo, pois 
não há aumento da demanda a ser atendida. 
No caso da utilização do MAS, os resultados obtidos permitem a visualização do 
comportamento do nível do reservatório ao longo do ano (Figura 2 (a), (b), (c), (d) e (e)). Para todos 
os volumes investigados considerou-se que o reservatório estava inicialmente vazio em 01/01/2003. 
Verificou-se que o aumento da capacidade do reservatório implica em uma diminuição dos 
dias em que o reservatório permanece sem água, pois a quantidade de água armazenada nos 
períodos chuvosos aumenta. 
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Figura 2 (a) – Análise diária do ano de 2003 da variação do volume da água no reservatório com capacidade 
de 2m3, considerando 80m2 de área de captação e 2mm de descarte da primeira chuva 
 
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O reservatório com capacidade de 2m3 permaneceu vazio de junho a setembro, além de 
alguns dias em abril e outubro. No entanto, há períodos em que há extravasamento de água como, 
por exemplo, no início e no fim do ano. 
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Figura 2 (b) – Análise diária do ano de 2003 da variação do volume da água no reservatório com capacidade 
de 5m3, considerando 80m2 de área de captação e 2mm de descarte da primeira chuva 
O período no qual o reservatório se encontra sem água passa de 4 para 3 meses com o 
aumento da capacidade do reservatório de 2 para 5m3. Além disso, os dias de déficit que ocorrem 
do mês de abril para o reservatório de 2m3 não ocorrem mais no reservatório de 5m3. O 
extravasamento também ocorre para o reservatório de 5m3. 
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Figura 2 (c) – Análise diária do ano de 2003 da variação do volume da água no reservatório com capacidade 
de 10m3, considerando 80m2 de área de captação e 2mm de descarte da primeira chuva 
Para o reservatório de 10m3 os dias de déficit ocorrem em apenas dois meses, agosto e 
setembro e alguns dias de outubro. Verificou-se que a partir de maio, para todos os volumes de 
reservatório investigados, o nível de água começa a baixar, pois a ocorrência de chuva diminui. O 
nível de água armazenada no reservatório volta a subir quando os eventos de chuva voltam a 
ocorrer. 
O reservatório com capacidade de 15m3 apresenta dias de déficit apenas no começo de 
outubro. Já no reservatório de 20m3, não ocorre dias de déficit ao longo do ano, pois a quantidade 
de água armazenado no ano foi suficiente para atender toda a demanda mesmo no período de seca. 
 
 
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Figura 2 (d) – Análise diária do ano de 2003 da variação do volume da água no reservatório com capacidade 
de 15m3, considerando 80m2 de área de captação e 2mm de descarte da primeira chuva 
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15,00
16,00
17,00
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3 )
 
Figura 2 (e) – Análise diária do ano de 2003 da variação do volume da água no reservatório com capacidade 
de 20m3, considerando 80m2 de área de captação e 2mm de descarte da primeira chuva 
Comparando-se os dois métodos, verifica-se que no MMA a escolha do volume de 
reservatório mais adequado pode ser realizada diretamente através da análise gráfica do 
comportamento do volume aproveitável no ano em função dos diferentes volumes de reservatório 
investigados. Existe um determinado volume de reservatório a partir do qual o volume aproveitável 
não sofre aumento considerável, ou seja, ele tende a alcançar um valor máximo. O valor de volume 
de reservatório correspondente a essa situação deve ser tomado como o volume do reservatório. 
No MAS o aproveitamento da água de chuva pode ocorrer até mesmo quando o volume 
armazenado é menor que a demanda exercida, ao contrário do MMA, onde esse aproveitamento só 
ocorre quando o volume armazenado for igual ou maior que a demanda. A determinação da 
capacidade do reservatório através do MAS deve ser feita fazendo-se um balanço entre o tamanho 
do reservatório e a eficiência, conforme dados apresentados na Tabela 3 para o MAS. 
A Tabela 3 apresenta os dias de déficit decorrentes de cada método estudado. Verificou-se 
que os valores obtidos foram muito próximos, mostrando que os dois métodos não possuem 
 
X Simpósio Nacional de Sistemas Prediais 
Sistemas Prediais: Desenvolvimento e inovação 
São Carlos – 30 e 31 de agosto de 2007 
 
 
preferência de escolha, segundo o parâmetro dias de déficit, para determinação do volume do 
reservatório. 
Tabela 3 – Comparação entre os dias de déficit e eficiência dos dois métodos (MMA e MAS). Considerando 
área de captaçãode 80m2, descarte da primeira chuva de 2mm e demanda de 0,12m3/dia 
Volume do reservatório (m3) Dias de déficit Potencial de economia Dias de déficit Eficiência
2 129 65% 133 64%
5 97 73% 99 73%
10 55 85% 57 84%
15 14 96% 13 96%
MMA MAS
 
4 CONCLUSÕES 
 Ambos os métodos estudados (MMA e MAS) podem ser aplicados para dimensionamento 
de reservatório de água de chuva. No MMA a escolha do volume do reservatório pode ser feita 
diretamente através da análise gráfica do comportamento do volume aproveitável no ano em função 
dos diferentes volumes de reservatório adotados. No MAS a partir da realização de simulações 
determina-se a eficiência para cada volume de reservatório adotado, sendo a capacidade do 
reservatório definida através de um balanço entre o tamanho do reservatório e a eficiência. 
Entretanto, uma escolha mais adequada poderia envolver a junção dos dois métodos de 
dimensionamento visto que os volumes de reservação determinados a partir do MMA poderiam ser 
investigados, quanto ao seu comportamento, através do MAS, permitindo um maior embasamento 
para a definição do volume do reservatório em função da eficiência alcançada. 
5 AGRADECIMENTO 
Os autores agradecem ao Prof. Dr. Sebastião Gomes de Carvalho, diretor do Instituto de 
Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP - Campus Rio Claro, pelo apoio concedido. 
6 BIBLIOGRAFIA 
[1]Mierzwa et al. [2006?] Águas Pluviais: Método de Cálculo do Reservatório e Conceitos para um 
Aproveitamento Adequado. Disponível em: <www.usp.br/cirra> Acesso em 31 jan 2007. 
[2]ANNECCHINI, K. P. V. (2005). Aproveitamento da Água de Chuva Para Fins Não Potáveis na 
Região Metropolitana de Vitória (ES). 124f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - 
Centro Tecnológico, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2005. 
[3]MAY, S. (2004). Estudo da Viabilidade do Aproveitamento de Água de Chuva Para Consumo 
Não Potável em Edificações. 159f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Construção Civil) – 
Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 
São Paulo, 2004. 
[4]Sistema de Informações para o Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo 
(SIGRH). Disponível em: <www.sigrh.sp.gov.br> 
[5]TOMAZ, P. (2005) Aproveitamento de Água de Chuva: Para áreas urbanas e fins não potáveis. 
São Paulo: Navegar Editora, 2005. 180p. 
[6]TUCCI, C. E. M. et al. (1995). Drenagem urbana. Porto Alegre: ABRH/Editora da 
Universidade/UFRGS. 428p. 
	INTRODUÇÃO
	Objetivos
	Apresentação do problema
	MATERIAIS E MÉTODOS
	Método do Máximo Aproveitamento (MMA)
	Método de Análise de Simulação (MAS)
	RESULTADOS E DISCUSSÕES
	CONCLUSÕES
	AGRADECIMENTO
	BIBLIOGRAFIA

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