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SOUTO 2015

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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO 
ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
Marco Antonio Gomes Souto é biólogo formado pela Pontifícia 
Universidade Católica de Campinas. Possui MBA em Sistema de 
Gestão Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e 
Mestrado em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal do 
Paraná. Atualmente, é docente do Centro Universitário Claretiano, 
no ensino presencial e a distância, nos cursos de Pedagogia, 
Ciências Biológicas e Geografia. Atua nas áreas de Botânica 
e Ecologia Vegetal, por meio de estudos técnicos e educação 
ambiental, ministrando palestras e cursos.
email: marcosouto@claretiano.edu.br
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Marco Antonio Gomes Souto
Batatais
Claretiano
2015
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO 
ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori 
Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia 
Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli • Simone 
Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus 
Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni 
• Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgareli • Eduardo de Oliveira Azevedo • Joice Cristina 
Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires 
Botta Murakami de Souza 
Videoaula: Fernanda Ferreira Alves • José Lucas Viccari de Oliveira • Marilene Baviera • Renan de Omote 
Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 581 R699a 
 
 Souto, Marco Antonio Gomes 
 Fundamentos e métodos do ensino de biologia vegetal I / Marco Antonio Gomes 
 Souto – Batatais, SP : Claretiano, 2015. 
 221 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-425-9 
 
 1. Célula. 2. Tecidos vegetais. 3. Raiz. 4. Caule. 5. Folha. 6. Herbários. I. Fundamentos e 
 métodos do ensino de biologia vegetal I. 
 
 
 
 
 
 CDD 581 
 
 
 
 
 
 
 CDD 658.151 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Fundamentos e Métodos do Ensino de Biologia Vegetal I 
Versão: dez./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 221 páginas
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO ..................................................................... 11
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 40
4. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 40
UNIdAdE 1 – ANATOMIA VEGETAL
1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 41
2. CONTEÚDOS .................................................................................................... 41
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 41
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE .............................................................................. 43
5. A CÉLULA VEGETAL .......................................................................................... 44
6. TECIDOS VEGETAIS .......................................................................................... 55
7. MÉTODOS DE ENSINO DA ANATOMIA VEGETAL ........................................... 72
8. TEXTO COMPLEMENTAR ................................................................................. 77
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 81
10. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 83
11. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 84
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 85
UNIdAdE 2 – MORFOLOGIA VEGETAL
1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 87
2. CONTEÚDOS .................................................................................................... 87
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 87
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE .............................................................................. 88
5. O CORPO DOS VEGETAIS ................................................................................. 89
6. RAIZ .................................................................................................................. 90
7. CAULE ............................................................................................................... 96
8. FOLHA ............................................................................................................... 104
9. FLOR.................................................................................................................. 109
10. FRUTO E SEMENTE .......................................................................................... 119
11. MÉTODOS DE ENSINO DA MORFOLOGIA VEGETAL ...................................... 125
12. TEXTO COMPLEMENTAR ................................................................................. 127
13. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 128
14. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 130
15. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 130
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 131
UNIdAdE 3 – SISTEMÁTICA VEGETAL
1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 133
2. CONTEÚDOS .................................................................................................... 133
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 133
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE .............................................................................. 134
5. SISTEMÁTICA E TAXONOMIA ..........................................................................136
6. HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO ............................................ 138
7. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO: NATURAL, ARTIFICIAL E FILOGENÉTICO .... 142
8. MÉTODO FILOGENÉTICO ................................................................................ 145
9. NOMENCLATURA BOTÂNICA .......................................................................... 148
10. PRINCIPAIS DIVISÕES VEGETAIS ..................................................................... 153
11. DIVISÃO BRIÓFITA ........................................................................................... 154
12. DIVISÃO PTERIDÓFITA .................................................................................... 161
13. DIVISÃO DAS GIMNOSPERMAS ...................................................................... 165
14. DIVISÃO DAS ANGIOSPERMAS ....................................................................... 170
15. MÉTODOS DE ENSINO DA SISTEMÁTICA VEGETAL ....................................... 175
16. TEXTO COMPLEMENTAR ................................................................................. 177
17. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 180
18. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 181
19. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 182
20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 183
UNIdAdE 4 – HERBÁRIOS
1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 185
2. CONTEÚDOS .................................................................................................... 185
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 185
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE .............................................................................. 186
5. O QUE É UM HERBÁRIO? ................................................................................ 187
6. PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE UM HERBÁRIO ............................................. 190
7. PREPARAÇÃO DE GRUPOS VEGETAIS ............................................................. 210
8. OUTROS TIPOS DE COLEÇÕES ........................................................................ 212
9. HERBÁRIO NA ESCOLA .................................................................................... 215
10. TEXTO COMPLEMENTAR ................................................................................. 216
11. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 218
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 219
13. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 220
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 221
7
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Conteúdo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Célula e tecidos vegetais. Morfologia e anatomia dos órgãos vegetais: raiz, 
caule, folha, flor, fruto e semente. Histórico dos sistemas de classificação. 
A Taxonomia e a Sistemática. Métodos filogenéticos modernos. Regras de 
nomenclatura. Sistemática: caracterização dos principais grupos vegetais. 
Herbários: utilização e importância.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Os vegetais possuem uma enorme importância para 
todo o planeta, participando de eventos fundamentais para 
a manutenção da vida, como a renovação da atmosfera, a 
liberação de oxigênio e como base da cadeia alimentar. Também 
fornecem matéria‐prima para a produção de vários produtos 
indispensáveis para a nossa sociedade atual.
Apesar de participar de quase tudo o que fazemos em 
nosso cotidiano (roupas, construções, alimentação etc.), nem 
sempre conseguimos enxergar a presença das plantas. Com 
todo o desenvolvimento tecnológico e industrial que vivemos, 
deixamos de depender dos vegetais em suas formas mais 
naturais, mas sua utilização é feita de maneira mais sofisticada.
Vamos estudar sobre o uso das plantas no nosso cotidiano? 
Será que conseguimos identificar sua utilização no exemplo a 
seguir, uma situação corriqueira que todos nós vivenciamos?
8 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Ao acordarmos de manhã, arrumamos os lençóis da nossa 
cama, vamos tomar um banho e, para isso, utilizamos sabonete, 
xampu e, às vezes, uma bucha vegetal. Enxugamo-nos em uma 
toalha macia, escovamos os dentes, fazemos a barba ou a 
maquiagem, passamos perfume e penteamos o cabelo. Depois, 
nós nos vestimos, calçamos um sapato e estamos prontos.
Durante o dia, fazemos nossas refeições compostas de 
grãos, verduras, legumes, pães, carnes, frutas etc. Andamos 
de carro movido a etanol (álcool) ou transportes públicos que 
usam biodiesel; utilizamos papel, lápis e caneta; como hobby, 
podemos tocar um violão, cozinhar, fazer artesanato de madeira, 
pintura, tricotar, jogar futebol e muitas outras atividades.
E se durante seu dia você ficar doente, não se preocupe! 
Temos avançado muito com a indústria farmacêutica, que 
descobre cada vez mais substâncias ativas contra várias doenças. 
Com mais frequência os médicos procuram alternativas mais 
naturais, como chás, infusões, emplastos ou outro fitoterápico. 
Em muitos casos, sua eficácia é comprovada!
Como podemos observar nessa rápida e superficial análise, 
apesar de todo o avanço tecnológico, ainda dependemos, 
direta ou indiretamente, das plantas e seus derivados. Algodão, 
linho, fragrâncias, saponinas, óleos, fibras de celulose, ceras, 
pigmentos, flavonoides, álcool, solvente, madeira, resinas, 
borrachas, taninos, frutos, folhas, raízes, caules, sementes, 
aromas, condimentos, tintas, combustíveis, óleos lubrificantes, 
entre outros produtos, estão relacionados diretamente com 
nossas necessidades mais básicas.
Mas se a nossa dependência com relação aos vegetais 
é tão intensa, porque há essa enorme distância entre nós e o 
Reino Vegetal? Esse distanciamento se inicia na escola, durante 
9© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
o processo de aprendizagem de Botânica? Em parte, essa falta 
de relação é devida ao sistema tradicional de ensino, em que o 
aluno participa passivamente da aula e está mais preocupado 
em decorar nomes, conceitos e ciclos, do que compreender suas 
funções e relações.
Nesse atual cenário, o ensino de Botânica, que já possui 
suas dificuldades intrínsecas, passa a ter uma complexidade 
ainda maior, pois a simples descrição não basta para tornar o 
assunto atrativo para jovens cada vez mais ligados em novidades 
tecnológicas, resultando em um grande desinteresse por parte 
dos alunos. Esse fato nos indica que, entre outros fatores, o 
enfoque tradicional e sistemático utilizado no tratamento de 
disciplinas da área de Botânica acarreta um baixo rendimento. 
Essa pouca compreensão sobre os vegetais pode ser constatada 
quando observamos que alguns alunos nem percebem as plantas 
como um ser vivo.
Há, portanto, a necessidade premente de modificar as 
metodologias no ensino da Botânica, diminuindo a passividade 
dos alunos e contextualizando o conteúdo com situações reais 
e cotidianas, mais próximas da realidade geral, abandonando a 
característica puramente conteudista e científica no seu estudo.
Segundo as palavras de Carraher (1986, p. 2):
O modelo de educação trata o conhecimento como um conjunto 
de informações que são simplesmente passadas dos professores 
para os alunos, o que nem sempre resulta em aprendizado 
efetivo. Os alunos fazem papel de ouvintes e, na maioria das 
vezes, os conhecimentos passados pelos professores não 
são realmente absorvidospor eles, são apenas memorizados 
por um curto período de tempo e, geralmente, esquecidos 
em poucas semanas ou poucos meses, comprovando a não 
ocorrência de um verdadeiro aprendizado.
10 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Dessa maneira, o ensino perde totalmente seu significado, 
importância e efetividade, sendo necessário adotar estratégias 
ativas, em que o aluno participa da construção do conhecimento, 
organizando e estruturando conceitos na forma de informações 
coerentes, de forma individual e coletiva.
O grande objetivo da educação em Ciências é desenvolver 
capacidades, habilidades para buscar explicações sobre fatos 
desconhecidos. Para isso, é necessário uma postura crítica, 
consciência para realizar julgamentos e decisões baseadas nos 
conhecimentos adquiridos no processo.
Os educadores da área de Ciências e Biologia devem, 
sobretudo, ter uma abordagem menos compartimentada da 
situação. Com isso, será mais fácil e interessante cativar os alunos 
para o estudo das diferentes áreas biológicas e, no nosso caso 
particular, a compreensão desse vasto, riquíssimo e, em partes, 
ainda desconhecido mundo vegetal.
O livro didático no ensino da Botânica –––––––––––––––––
O livro didático tem se firmado, dentro do cenário de ensino-aprendizagem, 
mais como protagonista do processo do que propriamente como coadjuvante. 
Em muitas situações – e no ensino de Botânica não é diferente – ele é mais do 
que um recurso auxiliar nas mãos do professor: é a fonte de informação sobre 
conceitos e sobre estratégias de ensino. Por conta dessa distorção no papel 
desempenhado por esse instrumento, cada vez mais é necessário todo cuidado 
não apenas na escolha como também no uso de livros didáticos em sala de aula.
Primeiro, não existe o livro ideal. Existe, sim, um e outro título que são os mais 
adequados dentro de certa realidade e de um determinado contexto. É fácil 
entender que o livro mais apropriado para uma escola rural talvez não seja o 
mesmo para uma outra localizada num grande centro urbano. Dessa forma, 
ninguém, senão o professor, será capaz e competente para proceder a essa 
escolha. Escolha que nem sempre é fácil diante da variedade de títulos e de 
possibilidades que são apresentados, em geral.
11© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Em outro plano, ainda que a escolha seja acertada, o livro será pouco eficiente 
como instrumento didático se não tiver um uso adequado. O livro didático não 
deve ocupar o lugar do professor no processo de aprendizado de seus alunos. 
Ele deve ser um elemento norteador do processo, uma fonte de referências 
básicas, de informações relevantes e de estratégias diversificadas em sala de 
aula. Porém, o professor é quem deve determinar o ritmo, a frequência e a forma 
em que tais elementos devem ser usados.
O perigo de se converter em fonte exclusiva de informações ocorre justamente 
naqueles conteúdos – como é o caso de Botânica, por exemplo – que em geral 
não são de domínio amplo do professor. Nesse contexto, muitas vezes o livro 
didático ao invés de educar os alunos, deseduca também o professor.
A Botânica, em geral, é tratada sob dois aspectos principais nos livros didáticos: 
a morfologia e a classificação. Outro tema central dessa área, a fotossíntese, 
com frequência é tratado associado a temas de Ecologia, como cadeia alimentar 
e fluxo de energia. Com isso, tem-se uma Botânica extremamente descritiva, 
em que são propostos nomes de difícil assimilação associados a figuras nem 
sempre condizentes com a realidade.
Existe uma completa desvinculação do conteúdo com a realidade de alunos e 
professores. A Botânica é ensinada distanciada do ser humano e dos demais 
seres vivos, inclusive. A falta de um enfoque evolutivo acaba por tornar esse 
assunto um tanto árido e pouco atraente tanto para quem o ensina como para 
quem o aprende (SANO, 2004, p. 43).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO
Abordagem Geral
Prof. Ms. Marco Antonio Gomes Souto
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será 
estudado nesta obra. Aqui, você entrará em contato com os 
assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá 
a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada 
unidade. No entanto, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe 
12 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa 
construir um referencial teórico com base sólida – científica e 
cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você 
a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade 
social. Vamos começar nossa caminhada pela apresentação das 
ideias e dos princípios básicos que fundamentam esta obra.
A célula é a unidade fundamental de todo ser vivo e, para 
compreender sua estrutura e seu funcionamento, é necessário 
conhecê-la. 
A célula vegetal é composta por várias organelas, cuja 
quantidade de distribuição nos tecidos tem relação com sua 
função. Em geral, as células vegetais possuem as seguintes 
organelas: membrana plasmática, parede celular, núcleo, retículo 
endoplasmático, ribossomos, complexo de Golgi, mitocôndria, 
lisossomo, vacúolo e plastídios. As três organelas que diferenciam 
a célula vegetal da célula animal são a parede celular, o vacúolo e 
os plastídios, em especial os cloroplastos.
As células se diferenciam e se unem para formar os 
tecidos, que podem ser definidos como um grupo de células 
que possui estruturas semelhantes e desempenham funções em 
comum. O corpo vegetal é constituído de alguns tecidos básicos: 
meristema, tecidos fundamentais, tecidos de revestimento e 
tecidos vasculares.
Os meristemas são os tecidos embrionários que apresentam 
totipotência, isto é, grande capacidade de multiplicação e 
especialização, localizados no ápice de caules e raízes, e são 
responsáveis pela geração de novas células e formação de 
tecidos. 
13© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Os tecidos fundamentais são: parênquima, que podem ser 
de preenchimento, clorofiliano e reserva; colênquima, tecido 
de suporte de estruturas jovens formado por células vivas; 
e esclerênquima, um tecido que possui grande resistência, 
formado por células mortas com parede celular muito rígida. 
Os tecidos de revestimento formam a camada externa dos 
indivíduos que os separam do meio ambiente, a epiderme. Os 
tecidos vasculares, xilema e floema, são os responsáveis pela 
condução de água, sais minerais e substâncias nutritivas em todo 
o corpo do vegetal.
O xilema é o tecido condutor que possui como função 
principal a distribuição de água e sais minerais pelo corpo da 
planta. O xilema é o principal tecido que constitui a madeira 
presente nos troncos das árvores e é formado basicamente por 
dois tipos de células: os traqueídeos e os elementos do vaso.
Os traqueídeos são estruturas mortas, isto é, seu conteúdo 
celular foi perdido, restando apenas a parede celular rica em 
lignina, o que lhe confere grande resistência. Com formato 
cilíndrico e alongado, formam canais que se espalham por todos 
os órgãos da planta, principalmente para aqueles responsáveis 
pela realização da fotossíntese, já que necessitam de grande 
quantidade de água.
Os elementos de vaso também são células mortas, graças 
à presença de lignina. Suas células componentes são ligadas 
para formar longos canais de transporte. Os elementos de vaso 
realizam a mesma função dos traqueídeos, sendo derivados 
deles, com a diferença de serem considerados melhor adaptados 
e estarem presentes nas angiospermas, enquanto os traqueídeos 
formam o único elemento de condução de pteridófitas e 
14 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
gimnospermas. Possuem diversos poros para a passagem da 
seiva bruta lateralmente.
Alémdesses dois elementos, o xilema também pode 
apresentar as fibras lenhosas, que atuam diretamente na estrutura 
e suporte dos tecidos condutores, por serem constituídos de 
células muito lignificadas; e as células do parênquima, que são 
vivas e têm função de reserva de substâncias como amido, óleos 
etc.
O floema é o tecido condutor da conhecida seiva elaborada, 
rica em carboidratos formados no processo da fotossíntese. Este 
tecido é formado por células longas e cilíndricas que podem ser 
elementos crivados, células companheiras (um tipo de célula 
parenquimática), fibras e esclereides:
1) As células crivadas estão presentes nas pteridófitas 
e gimnospermas e são consideradas mais primitivas 
do que os elementos do tubo crivado, presente nas 
angiospermas. Células vivas com ausência de núcleo 
são dispostas para formar um longo canal. Apresentam 
vários poros em suas paredes celulares.
2) As células companheiras, ou parenquimáticas, são 
vivas e possuem conteúdo celular completo. Elas estão 
intimamente ligadas com as células crivadas e liberam 
substâncias para as células crivadas com o intuito de 
manter seu metabolismo.
3) As fibras são células mortas e possuem uma função de 
resistência e suporte.
O corpo das plantas é formado por vários órgãos, como 
raiz, caule, folhas, flores, frutos e sementes. Nem todas as 
espécies possuem todos esses órgãos. Como veremos a seguir, 
algumas plantas não possuem flores, frutos ou sementes. Não 
15© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
é fácil a diferenciação entre essas partes, pois algumas espécies 
possuem adaptações que modificam o formato e as funções 
básicas desses órgãos. Isso pode nos levar a cometer alguns 
enganos, como classificar um caule do tipo subterrâneo como 
raiz ou uma folha modificada como flor.
Agora vamos caracterizar de forma breve os órgãos 
vegetais, apresentando sua morfologia e funções básicas.
A raiz, geralmente, é um órgão subterrâneo, sem clorofila, 
que possui as funções de absorver a água e os nutrientes do solo, 
além de fixar o vegetal ao substrato. Também é comum que a 
raiz armazene substâncias nutritivas para a planta. 
Na ponta da raiz, há o meristema radicular, responsável 
pelo seu crescimento, que é protegido pela coifa, uma estrutura 
na forma de dedal que protege esse importante tecido contra 
o atrito e patógenos. Após a coifa, indo em direção ao caule, 
encontramos a zona lisa, a zona pilífera e o colo, região de 
transição entre a raiz e o caule.
O caule é a parte aérea do vegetal, isto é, que fica acima 
do nível do solo, responsável por sustentar e posicionar as 
folhas, flores e frutos para que estes realizem da melhor maneira 
possível suas funções. Além disso, o caule transporta água e 
nutrientes, fazendo a ligação entre a raiz e as folhas. Pode ser 
um órgão de armazenamento e até de reprodução, no caso da 
reprodução por estacas.
Na extremidade superior do caule, encontramos a gema 
apical, formada por tecido meristemático e que é responsável 
pela formação de todos os órgãos da planta, com exceção da 
raiz. Ao longo de sua extensão podemos visualizar os nós, 
gemas laterais que geram folhas ou ramos, e os entrenós, região 
compreendida entre dois nós consecutivos.
16 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Alguns tipos de caule possuem crescimento secundário, 
que os torna mais espessos, formando a madeira tão utilizada 
em nossa sociedade. 
Os caules são classificados de diversas maneiras. A 
classificação mais comum é aquela relacionada ao seu hábitat, 
podendo ser aéreos, subterrâneos ou aquáticos. 
Os caules aéreos, mais encontrados em nosso cotidiano, 
são os troncos, os colmos, as estipes e as hastes. Os caules 
subterrâneos geralmente desempenham a função de 
armazenamento de substâncias nutritivas e podem ser do tipo 
rizoma, bulbo e tubérculo. E o caule aquático, é claro, está 
presente nas plantas aquáticas e tem como grande diferença a 
presença de parênquima aerífero, ou seja, acumulador de ar.
A folha é um órgão extremamente importante para as 
plantas, pois é através dela que ocorrem eventos vitais, como a 
respiração, a fotossíntese e a transpiração. 
Basicamente, a folha é composta de três partes: a bainha, 
o pecíolo e o limbo, sendo o limbo a principal delas, pois consiste 
na lâmina com tecido clorofilado responsável pela realização da 
maior parte da fotossíntese e trocas gasosas. 
A folha é um órgão que apresenta enorme plasticidade, isto 
é, uma grande diversidade de formatos, resultados de processos 
de adaptação a diversas condições do meio ambiente.
Quanto a sua reprodução, as plantas podem se reproduzir 
de duas maneiras diferentes. Na forma assexuada, também 
conhecida como propagação vegetativa, a reprodução ocorre 
por meio de partes do corpo da planta, geralmente o caule ou a 
folha, e o novo indivíduo é geneticamente igual ao original. 
17© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
A reprodução sexuada ocorre com a transferência de 
células reprodutivas entre um indivíduo e outro, possibilitando 
maior variabilidade genética, o que aumenta as chances de 
sobrevivência dos descendentes.
A flor é o órgão responsável pela reprodução sexuada dos 
vegetais. O surgimento desse órgão foi uma novidade evolutiva 
tão importante que possibilitou a colonização definitiva do 
ambiente terrestre por um grupo específico de plantas: as 
angiospermas. 
A flor é formada por quatro conjuntos de folhas modificadas, 
chamados verticilos: o cálice (conjunto das sépalas), a corola 
(conjunto das pétalas), o androceu (conjunto dos estames, parte 
masculina da flor), e o gineceu (conjunto dos carpelos, parte 
feminina da flor).
Devido à imensa variabilidade das flores, qualquer um 
desses conjuntos pode apresentar variações significativas quanto 
a sua posição, formato e presença. 
Uma característica importante das flores é quanto à 
presença do androceu e do gineceu. Quando essas duas partes 
estão presentes, a flor é chamada de monoclina e, quando 
encontramos apenas uma delas, a flor é classificada como diclina. 
Em sua disposição, as flores podem se apresentar 
isoladas ou reunidas, as inflorescências. Os principais tipos de 
inflorescência são os racemos, as cimeiras e os capítulos.
Mas toda essa estrutura floral seria bem pouco eficaz se 
não existisse o processo ecológico da polinização, que consiste, 
basicamente, na transferência do pólen de uma flor para outra, 
o que ocorre de diversas maneiras. 
18 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
A polinização pode ocorrer pelo vento, de água e animais. 
Para cada uma dessas modalidades, existem adaptações 
específicas da morfologia da flor.
Na anemofilia (polinização realizada através do vento), 
as flores não possuem atrativos, como cores ou néctar, mas, 
em contrapartida, possuem androceus bem expostos e grande 
quantidade de pólen. 
As flores que são polinizadas por animais (zoofilia) 
apresentam inúmeras adaptações de acordo com o tipo de 
seus polinizadores. De forma geral, elas possuem características 
chamativas como perfume, coloração e nectários que indicam, 
quase sempre, a presença de alimento. Dessa maneira, ao buscar 
alimento, os polinizadores levam pólen de uma flor para outra. 
Todo esse processo tem a única finalidade de provocar o 
contato do grão de pólen com o estigma do androceu, que resultará 
no encontro das células reprodutoras e, consequentemente, no 
desenvolvimento do fruto e da semente.
Os frutos são o resultado do desenvolvimento do ovário 
fecundado por meio da ação de fitormônios. Possuem uma 
enorme variedade de cores e formas, mas de forma geral são 
formados por: epicarpo, mesocarpo, endocarpo e semente. 
Em muitas espécies vegetais o mesocarpo é carnoso, 
possuindo uma polpa com grande quantidade de nutrientes, 
importante para a proteção e nutrição da sementee, 
especialmente, para sua dispersão.
A dispersão é outro evento ecológico muito importante 
para o sucesso reprodutivo do vegetal. É pela dispersão que as 
sementes são levadas para longe da planta-mãe, possibilitando 
19© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
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uma maior área de colonização da espécie e um aumento da 
sobrevivência das novas plantas. 
A dispersão, assim como a polinização, possui diversos 
agentes, desde o vento (anemocoria) até os animais (zoocoria). 
Para cada um desses agentes há adaptações dos frutos para 
resultar no maior sucesso possível.
A semente é o resultado do óvulo fecundado e se 
desenvolve dentro do ovário. É formada basicamente pela casca, 
pelo embrião e pela endosperma, material nutritivo que proverá 
o embrião de recursos, enquanto não ocorre a germinação da 
semente.
Tradicionalmente, a Sistemática é considerada uma ciência 
estática, cujo objetivo é o estudo de espécies vegetais através da 
análise de fragmentos da planta acondicionados em herbários, 
tomando como base apenas os aspectos morfológicos dos 
indivíduos vegetais. 
Entretanto, atualmente, a considerada Sistemática 
Moderna, ou Nova Sistemática, está mais direcionada para o 
estudo das espécies vegetais na natureza e, para isso, considera 
uma série de outras ciências, além da Morfologia: Genética, 
Ecologia, Biogeografia etc. 
A Nova Sistemática busca determinar as verdadeiras 
relações entre as espécies, identificando graus de parentesco e 
afinidades de forma realista.
Para isso, os estudos sistemáticos se baseiam em algumas 
hipóteses, sendo a mais fundamental aquela que indica a 
existência de extensas relações genéticas entre as várias espécies 
vegetais, estabelecendo-se uma relação direta de descendência 
entre os vários grupos ou táxons. 
20 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Aceita-se que as espécies vegetais encontradas atualmente 
na biosfera são descendentes de espécies que viveram em épocas 
passadas, havendo um desenvolvimento gradativo, baseando-se 
na Teoria da Seleção Natural de Charles Darwin.
Podemos definir que a Sistemática Vegetal é a área 
da Botânica responsável por agrupar as diversas espécies 
vegetais em sistemas que consideram, principalmente, diversas 
características anatômicas e morfológicas, sem esquecer as 
relações genéticas. 
É importante destacar que Sistemática e Taxonomia não 
são sinônimos: pode-se considerar, de forma simplificada, 
que a Taxonomia é a ciência dedicada a elaborar as regras da 
classificação, enquanto a Sistemática está envolvida, diretamente, 
com a classificação das espécies vegetais.
Entre as atividades relacionadas aos estudos dos sistematas, 
pesquisadores da Sistemática, podemos destacar duas atividades 
principais: a classificação e a identificação das espécies vegetais. 
Pode-se entender a classificação como o processo de enquadrar 
determinada espécie em um sistema previamente definido.
O sistema amplamente difundido e aceito atualmente é 
aquele que determina componentes hierárquicos de classificação, 
partindo do mais abrangente para o mais específico, na seguinte 
ordem: Reino, Filo (ou Divisão), Classe, Ordem, Família, Gênero 
e Espécie. 
A identificação compreende a comparação e a 
determinação de uma espécie como igual ou semelhante a outras 
já identificadas e classificadas. Para a realização da identificação, 
comumente utiliza-se a bibliografia botânica disponível, assim 
como a consulta a pesquisadores-especialistas.
21© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Um terceiro processo, tão importante quanto a 
identificação e a classificação, é a nomeação de um táxon. Esse 
processo é baseado nas regras da nomenclatura botânica, que 
define as normas utilizadas para a elaboração e utilização dos 
nomes científicos. 
O uso correto dos nomes científicos é fundamental, pois 
esses nomes são utilizados como referência para a indicação de 
determinada espécie, fazendo a relação com toda a informação 
científica disponível sobre determinado táxon, como, por 
exemplo, uma espécie. 
Portanto, todas as regras que fundamentam a 
nomenclatura botânica têm um único objetivo: elaborar e aplicar 
adequadamente nomes científicos para os diferentes táxons 
existentes.
Atualmente, o sistema de nomenclatura utilizado é a 
nomenclatura binomial, criada por Carl Linnaeus (1707-1778). 
Nessa nomenclatura, os nomes científicos são formados por 
duas palavras: a primeira define o gênero e a segunda, a espécie. 
A utilização dos nomes científicos é muito importante para 
os estudos da Sistemática, já que compõem sua unidade básica.
Partindo-se da hipótese básica da Sistemática, de que as 
plantas possuem relações entre si e formam diferentes grupos 
ou categorias, iremos tratar dos maiores grupos vegetais, as 
Divisões. 
De acordo com as Regras Internacionais de Nomenclatura 
Botânica, a Divisão é a categoria mais abrangente dentro do 
Reino Vegetal e seu número varia de acordo com o sistema de 
classificação adotado. 
22 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Neste material, será adotado o sistema de classificação mais 
usual, que apresenta as seguintes divisões: briófita, pteridófita, 
gimnosperma e angiosperma.
As briófitas foram os primeiros organismos fotossinteti-
zantes a ocupar o solo. São organismos delicados, de tamanho 
reduzido, chegando a poucos centímetros de comprimento. 
As principais características que diferem esse grupo são 
a ausência de vasos condutores, que resulta em seu pequeno 
tamanho, já que a água é transportada célula por célula; e na 
dependência da água para a fecundação, já que os gametas 
masculinos são flagelados e, para alcançar o gameta feminino 
(oosfera), precisam nadar.
Sua fase predominante é o gametófito, isto é, a estrutura 
produtora de gametas, células reprodutivas que estão envolvidas 
por estruturas protetoras, o arquegônio e o anterídio, que evitam 
a dessecação. 
Nas briófitas existem três grandes grupos: os antóceros, 
as hepáticas e os musgos, reconhecidos por apresentarem 
estruturas simples e semelhantes às raízes, caule e folha das 
plantas superiores.
As pteridófitas constituem o primeiro grupo evolutivo 
dos vegetais a possuir vasos condutores e raiz, caule e folhas 
verdadeiros. Por serem vasculares, podem crescer mais que as 
briófitas. Há espécies de pteridófitas que podem alcançar alguns 
metros de altura. 
Sua fase dominante é o esporófito, ou seja, a estrutura que 
contém os esporângios produtores de esporos. Seus gametas 
também estão protegidos nos arquegônios e anterídios. 
23© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
A grande característica que distingue as pteridófitas das 
outras plantas vasculares é a ausência de sementes. Como 
exemplos clássicos de pteridófitas, podemos citar as cavalinhas, 
os licopódios, as selaginelas e as samambaias.
As gimnospermas possuem em seu nome a principal 
característica que as diferenciam dos outros vegetais, pois gymno 
significa “nua”, e sperma significa “semente”. Elas são plantas 
vasculares bem desenvolvidas e que apresentam uma nova 
característica evolutiva, a presença das sementes, que carregam 
o embrião juntamente com uma quantidade de material 
nutritivo, dando maior durabilidade, viabilidade e sobrevivência 
aos descendentes. Nesse grupo podemos encontrar árvores 
como os pinheiros, sequoias e a araucária.
As angiospermas formam o maior e mais diverso grupo 
vegetal na atualidade. Seus indivíduos são completos, formados 
por raiz, caule, folha, flor, fruto e semente. 
Do seu nome deriva sua característica diferencial em 
relação aos outros grupos, pois angio significa “bolsa”, ou seja, a 
semente é envolvida por uma estrutura protetora e que auxilia 
na dispersão das sementes, o fruto. 
Suas características morfológicas são extremamente 
diversificadas,englobando desde ervas, arbustos e árvores 
encontrados dos desertos até as florestas tropicais.
A Sistemática e a Taxonomia são ciências relacionadas à 
identificação e classificação das espécies vegetais e os herbários 
auxiliam muito a realização de tais processos, além de apresentar 
uma finalidade pedagógica muito interessante.
Mas o que é um herbário? Herbário é um local onde são 
armazenadas coleções de amostras botânicas. As amostras mais 
24 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
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simples e tradicionais são compostas de exsicatas, isto é, o ramo 
vegetal contendo estruturas reprodutivas devidamente seco, 
fixo em uma cartolina, identificado e arquivado. Além de ser um 
material básico para diversos tipos de pesquisas científicas, como 
o levantamento florístico de uma área ou o estudo de espécies 
medicinais, as exsicatas são importantes registros da localização 
de espécies vegetais.
De maneira geral, podemos afirmar que os herbários 
apresentam diversas funções básicas, como armazenar amostras 
de espécies vegetais (exsicatas); fornecer algumas informações 
científicas confiáveis sobre as espécies vegetais; e atuar 
diretamente na sensibilização das pessoas, lançando subsídios 
básicos para a conscientização ambiental e, em consequência, 
da conservação do meio ambiente.
Mas para abranger tantos objetivos e funções diferentes, 
um herbário precisa ser adequadamente estruturado. Algumas 
atividades são básicas e devem ser realizadas de maneira correta. 
Entre elas atividades podemos destacar a coleta de material 
botânico, a prensagem e a secagem desse material coletado, a 
montagem das exsicatas, a identificação das espécies coletadas 
e a conservação do acervo.
A coleta de material botânico possui diferentes técnicas e 
equipamentos envolvidos, dependendo das espécies que serão 
coletadas e seus hábitos (arbóreo, arbustivo ou herbáceo). De 
maneira geral, o processo de coleta pode ser entendido como 
uma expedição a campo (uma área natural, um bosque ou uma 
praça de sua cidade) e a retirada de ramos, preferencialmente 
férteis, das espécies vegetais encontradas ou de interesse. 
Esse material coletado deve ser levado para um local onde 
será prensado e seco, de acordo com as possibilidades. A prensa 
25© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
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utilizada pode ser construída e ter diferentes aspectos, mas deve-
se atender a um objetivo particular: prender os ramos coletados 
de modo que fiquem dispostos adequadamente para o processo 
de secagem. 
A secagem pode ser feita em estufas, que podem ser 
construídas, ou ao ar livre, desde que ao abrigo de umidade.
O material botânico deve estar devidamente seco para a 
montagem das exsicatas. Ele será fixo em uma cartolina branca 
e, para isso, a maneira mais indicada é costurá-lo com muito 
cuidado na cartolina, quando seco. Uma ficha de identificação 
com informações pertinentes do coletor e da espécie coletada 
deverá ser colada na cartolina.
Todas as exsicatas deverão ser arquivadas ou armazenadas 
em armários devidamente protegidos de insetos, fungos, larvas 
e ovos. Para isso, é recomendada uma limpeza anual em todos 
os armários, tomando cuidado para livrá-los de possíveis focos 
de contaminação, o que poderia prejudicar toda a sua coleção. 
O uso de naftalina para espantar insetos ainda é o mais 
usual e largamente empregado. Tome cuidado com a naftalina, 
já que ela é um produto químico!
Além da coleção de exsicatas, um herbário pode apresentar 
outros tipos de coleção que irão enriquecer seu acervo, como 
uma carpoteca (coleção de frutos e sementes), uma xiloteca 
(coleção de madeiras), uma palinoteca (coleção de pólen) ou 
uma laminoteca (coleção de lâminas com cortes anatômicos). 
Essas coleções acessórias são interessantes, pois disponibilizam 
mais material para estudo, dando um ótimo suporte para os 
estudos botânicos.
26 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Com base nas características de um herbário, poderíamos 
concluir, equivocadamente, que este espaço possui apenas 
objetivos relacionados à pesquisa científica, pouco se 
relacionando com aspectos pedagógicos do ensino de Botânica. 
É fundamental que os futuros professores de Ciências e 
Biologia considerem a viabilidade da montagem e manutenção 
de um herbário escolar, pois, apesar de demandar algum esforço 
e dedicação, além de conhecimentos específicos, esta atividade 
proporciona um grande campo de atividades pedagógicas 
que, se bem exploradas pelos professores, trarão resultados 
significativos para o aprendizado dos alunos. 
Montando herbários escolares, mesmo que pequenos, os 
professores de Ciências e Biologia propiciam a aplicação prática 
de diversos conteúdos botânicos abordados nos currículos 
escolares, podendo trabalhar temas transversais, como os 
relacionados ao meio ambiente.
Essa atividade possibilita maior contextualização do 
conhecimento científico, fato tão necessário para aumentar o 
interesse e a dedicação dos alunos para essa importante área de 
estudo e pesquisa da Biologia.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta 
rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe 
um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na 
área de conhecimento dos temas tratados na obra Fundamentos 
e Métodos do Ensino da Biologia Vegetal I. Veja, a seguir, a 
definição dos principais conceitos de acordo com Raven (2001):
1) Abiótico: relacionado ao que não é vivo.
27© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
2) Adaptação: característica morfológica, fisiológica ou 
comportamental, que proporciona melhor ajuste do 
organismo ao meio ambiente.
3) Adventícia: característica de uma estrutura que não se 
origina no local convencional, como raízes que crescem 
de folhas ou lateralmente em caules.
4) Alburno: parte de fora do caule tipo tronco, onde 
ocorre grande transporte de água.
5) Alternância de gerações: ciclo reprodutivo formado 
por duas fases – a fase haploide contém um número n 
de cromossomos e a fase diploide contém um número 
2n de cromossomos. Presente na maioria dos vegetais.
6) Amido: um tipo de carboidrato; principal substância 
de reserva dos vegetais; insolúvel, é composto de mais 
de 1.000 unidades de glicose.
7) Amiloplasto: plastídio responsável por armazenar 
amido.
8) Androceu: palavra de origem grega, é formada pela 
união de andros (masculino) e oikos (casa); é o verticilo 
que contém os estames, onde estão localizados os 
gametas masculinos.
9) Angiosperma: resultado da união das palavras angeion 
(urna) e sperma (semente); atualmente, é o maior 
grupo vegetal composto de espécies cuja semente se 
encontra no interior do fruto.
10) Antera: parte do estame onde se localizam os grãos de 
pólen.
11) Anterídio: órgão onde são produzidos os gametas 
masculinos de alguns grupos vegetais.
28 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
12) Anterozoide: gameta masculino móvel; ocorre 
principalmente nas briófitas e pteridófitas, além de 
algas e fungos.
13) Anthophyta: outra designação para o grupo das 
angiospermas.
14) Aquênio: tipo de fruto seco indeiscente.
15) Arbusto: planta lenhosa de pequeno ou médio porte, 
com ramificações a partir do nível do solo.
16) Arquegônio: órgão onde é produzido o gameta 
feminino de alguns grupos vegetais.
17) Árvore: planta lenhosa perene de médio ou grande 
porte que possui apenas um grande e desenvolvido 
eixo caulinar.
18) Autótrofo: palavra de origem grega, resultado da 
união entre autos (próprio) e trophos (alimentar-se); 
organismo capaz de produzir substâncias nutritivas, 
utilizando-se de substâncias inorgânicas. Também 
pode ser chamado de produtor.
19) Baga: fruto carnoso, normalmente indeiscente (que 
não se abre espontaneamente), contendo um grande 
númerode sementes.
20) Bainha: tipo de base de uma folha que envolve o caule.
21) Biótico: que é relacionado à vida.
22) Bráctea: estruturas na forma de folhas, com a função 
de proteção da flor ou inflorescência.
23) Briófitas: designação geral do grupo de plantas 
avasculares; também especifica um filo de plantas 
avasculares conhecidas popularmente como musgos.
24) Bulbo: um tipo de caule subterrâneo armazenador.
25) Cálice: verticilo floral mais externo, composto pelas 
sépalas.
29© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
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26) Cápsula: um tipo de fruto seco deiscente; esporângio 
das briófitas.
27) Cariopse: um tipo de fruto seco indeiscente.
28) Carpelo: parte formadora do gineceu. Cada carpelo 
encerra um ou mais óvulos que, quando fundidos, 
formam o gineceu.
29) Caule: parte básica do corpo vegetal, localizada, 
geralmente, acima do nível do solo. Tem como função 
o suporte e o posicionamento das folhas.
30) Célula: unidade estrutural e funcional de todos os 
seres vivos.
31) Célula companheira: célula parenquimática ligada ao 
floema das angiospermas.
32) Célula crivada: elemento encontrado no floema das 
gimnospermas. É pouco especializado, destinado ao 
transporte de substâncias elaboradas na fotossíntese.
33) Célula parenquimática: tipo celular mais comum nos 
vegetais que desempenham várias funções, de acordo 
com sua especialização.
34) Célula somática: todas as células que compõem um 
organismo e que não estejam diretamente relacionadas 
à reprodução.
35) Células-guarda: par de células que margeiam o 
estômato; estão relacionadas ao mecanismo de 
abertura e fechamento dos estômatos.
36) Celulose: tipo de carboidrato muito comum nas plantas, 
responsável pela formação das paredes celulares e 
importante constituinte de tecidos resistentes dos 
vegetais.
30 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
37) Ciclo de vida: todas as fases do crescimento e 
desenvolvimento de um organismo, passando pela sua 
reprodução.
38) Clorênquima: células que contêm cloroplastos; 
responsáveis por parte da realização da fotossíntese.
39) Clorofila: pigmento verde receptor de luz solar.
40) Cloroplasto: tipo de plastídio rico em clorofila; sede da 
fotossíntese.
41) Coevolução: evolução de duas espécies intimamente 
relacionadas, na qual uma espécie exerce forte pressão 
seletiva na outra.
42) Coifa: massa celular que protege o ápice da raiz e seu 
tecido meristemático.
43) Colênquima: tecido de sustentação encontrado em 
tecidos primários de caules e algumas folhas.
44) Conífera: designação das árvores em forma de cone 
(gimnospermas).
45) Corola: verticilo floral formado pelas pétalas.
46) Cotilédone: tipo de folha modificada que acumula 
reservas nutritivas para o embrião.
47) Crescimento primário: originado no meristema 
apical, é relacionado com o desenvolvimento em 
comprimento dos vegetais.
48) Crescimento secundário: originado de meristemas 
secundários, realiza o crescimento em espessura dos 
vegetais.
49) Cromoplasto: plastídio que contém pigmentos 
diferentes da clorofila, geralmente caroteoides 
amarelos e alaranjados.
31© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
50) Cutícula: camada protetora contra a dessecação, 
presente na epiderme das plantas; é composta de cera 
e cutina, uma substância lipídica.
51) Decídua: planta que perde suas folhas em determinada 
estação do ano.
52) Decompositores: organismos que decompõem a 
matéria orgânica morta; bactérias, fungos, pequenos 
vermes etc.
53) Deiscência: abertura de uma estrutura vegetal (fruto, 
antera) com a intenção de liberar seu conteúdo.
54) Dicotiledônea: grupo de espécies das angiospermas, 
caracterizado por possuir dois cotilédones em sua 
semente.
55) Dioico: os órgãos masculinos e femininos que são 
encontrados em indivíduos distintos da mesma 
espécie.
56) Dominância apical: domínio exercido pela gema apical 
sobre as gemas axilares, evitando seu desenvolvimento.
57) Drupa: tipo de fruto carnoso contendo uma semente. 
Exemplo: azeitona.
58) Embrião: planta jovem encontrada no interior da 
semente, antes da germinação.
59) Embriófita: inclui todas as plantas que produzem 
embriões – plantas vasculares e avasculares; alguns 
autores utilizam como sinônimo de “plantas”.
60) Endosperma: tecido acumulador de reservas 
encontrado na semente.
61) Enxertia: processo de reprodução assexuada, realizada 
por meio de ramos ou folhas de um indivíduo, que se 
transformam em um indivíduo completo pela ação de 
tecidos meristemáticos.
32 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
62) Epífita: organismo que cresce sobre outro, mas não o 
parasita.
63) Erva: planta produtora de flores, não lenhosa e que 
possui um período de vida relativamente curto.
64) Esclerênquima: tecido de sustentação e resistência 
formado por células de esclerênquima, incluindo fibras 
e esclereídes.
65) Espermatófita: plantas que produzem sementes; 
fanerógamas.
66) Esporângio: estrutura produtora de esporos.
67) Esporo: célula reprodutiva capaz de originar outro 
indivíduo sem ocorrer a fusão com outra célula, como 
ocorre nos gametas.
68) Esporofilo: folha modificada onde se localizam os 
esporângios; estames ou carpelos das gimnospermas 
ou estruturas semelhantes.
69) Esporófito: indivíduo que produz esporos.
70) Estame: órgão da flor que produz o grão de pólen; o 
conjunto de estames forma o androceu.
71) Estigma: estrutura situada no ápice do carpelo, 
composta por uma superfície receptiva para o grão de 
pólen.
72) Estolho: também conhecido como estolão; tipo de 
caule rastejante.
73) Estômato: pequena abertura na epiderme da planta, 
responsável pelas trocas gasosas.
74) Etileno: tipo de fitormônio gasoso que participa do 
processo de amadurecimento dos frutos.
75) Filogenia: relação entre as espécies, baseada na 
evolução e história do desenvolvimento.
33© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
76) Filotaxia: modo de disposição das folhas no caule.
77) Fronde: designação para uma folha grande e dividida 
como a da samambaia.
78) Gameta: célula reprodutiva com quantidade n de 
cromossomos.
79) Gametângio: estrutura formadora de gametas.
80) Gametófito: indivíduo (fase n) produtor de gametas; 
onde está localizado o gametângio.
81) Gema: estrutura formada por meristemas em início de 
desenvolvimento.
82) Gimnosperma: grupo vegetal que produz sementes 
expostas, não encerradas no interior do fruto.
83) Gineceu: conjunto de carpelos (órgão reprodutor 
feminino).
84) Grão de pólen: gametófito masculino.
85) Hidrófita: planta que vive em local com abundante 
quantidade de água ou parcialmente imersa.
86) Húmus: matéria orgânica decomposta.
87) Lenho: especificação do xilema secundário.
88) Liana: designação de espécies de plantas trepadeiras 
de grande porte e lenhosas.
89) Magnolídeas: angiospermas primitivas ancestrais das 
mono e dicotiledôneas.
90) Mesofilo: tecido parenquimático das folhas, rico em 
cloroplastos.
91) Monocotiledônea: uma das classes das angiospermas 
caracterizada pela presença de apenas um cotilédone 
em sua semente.
92) Monofilético: grupo de espécie (taxón) descendente 
de um único ancestral.
34 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
93) Monoico: espécie vegetal que possui flores com órgãos 
masculinos e femininos no mesmo indivíduo.
94) Nectário: região da planta responsável por produzir e 
fornecer néctar. Localiza-se próximo das flores ou até 
no interior delas.
95) Oosfera: gameta feminino.
96) Organismo: todo e qualquer ser vivo.
97) Partenocarpia: desenvolvimento de fruto sem 
fecundação do óvulo; consequentemente, esse fruto 
não possui semente.
98) Pigmento: substância absorvente de luz em faixas 
específicas, conferindo cores às partes vegetais.
99) Plântula: indivíduovegetal jovem, sem definição muito 
clara.
100) Polifilético: grupo de espécies (táxon) que tem 
mais de um ancestral, comum ou não a todos os 
integrantes.
101) Polinização: transferência do pólen da antera para o 
estigma.
102) Pressão de turgor: força resultante da entrada de 
água na célula.
103) Protoplasma: termo que se refere ao conteúdo vivo 
da célula.
104) Relógio biológico: sistema de marcação do tempo 
que organiza o ritmo biológico dos seres vivos.
105) Síntese: formação de substâncias complexas a partir 
de substâncias simples.
106) Talófita: termo pouco usado para especificar algas e 
fungos.
35© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
107) Táxon: termo geral utilizado para as categorias 
taxonômicas – espécie, classe, ordem ou filo.
108) Totipotente: característica da célula capaz de gerar 
vários tipos celulares diferentes.
109) Traqueófita: sinônimo de planta vascular.
110) Tricoma: formações da epiderme na forma de pelo.
Esquema dos Conceitos-chave
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir 
o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de 
suas próprias percepções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações 
entre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos 
de ensino.
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conheci-
mento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógi-
cos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem 
escolar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e 
pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave 
36 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva 
de Ausubel, que estabelece que a aprendizagem ocorre pela 
assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura 
cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são 
aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, 
apenas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é 
preciso, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se 
configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é 
importante considerar as entradas de conhecimento e organizar 
bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias 
e os novos conceitos devem ser potencialmente significativos 
para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas 
já existentes estruturas cognitivas, outros serão também 
relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é 
você o principal agente da construção do próprio conhecimento, 
por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações 
internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por 
objetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando 
o seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou 
seja, estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou 
de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de 
mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.
br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. 
Acesso em: 11 mar. 2010).
37© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Fundamentos e Métodos do Ensino da 
Biologia Vegetal I.
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar 
entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir 
o seu processo de ensino-aprendizagem.
Podemos perceber que os grandes eixos do estudo da 
Botânica analisados neste material estão interligados, havendo 
uma dependência mútua entre seus componentes. Por exemplo, 
os diferentes tipos de tecidos vegetais foram os vários órgãos 
da planta que, por sua vez, por meio da sua morfologia, irão 
influenciar a sua identificação e classificação, cujos exemplares 
podem compor o acervo de diferentes herbários.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos 
de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no 
ambiente virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem 
como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas 
realizadas presencialmente no polo. Lembre-se de que você, 
aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu 
próprio conhecimento.
38 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas 
questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as 
quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou 
abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino de Biologia Vegetal pode 
ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, 
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto 
tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que 
será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de 
você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida 
para a sua prática profissional.
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um 
gabarito que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as 
questões autoavaliativas de múltipla escolha ou dissertativas.
As questões de múltipla escolha são as que têm como res-
posta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se 
por questões abertas objetivas as que se referem aos conteú-
dos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determi-
nada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm 
por resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; 
por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item 
Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor 
ou com seus colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em 
seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, 
as bibliografias apresentadas no Plano de Ensino e no item 
Orientações para o estudo da unidade.
39© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte 
integrante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente 
ilustrativas, pois esquematizam e resumem conteúdos 
explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas 
figuras com os conteúdos estudados, pois relacionar aquilo que 
está no campo visual com o conceitual faz parte de uma boa 
formação intelectual.
Dicas (motivacionais)
O estudo deste conteúdo convida você a olhar, de forma 
mais apurada, a Educação como processo de emancipação do 
ser humano. É importante que você se atente às explicações 
teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios 
de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com 
seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo 
que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não 
se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido 
percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos 
impele à maturidade.
Você, como aluno do curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas na modalidade EaD, necessita de uma formaçãoconceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a 
ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da 
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o 
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas 
poderão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de 
produções científicas.
40 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, 
discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às 
videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas 
questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise 
sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram 
significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e 
construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes 
para o seu amadurecimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado 
a esta obra, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto 
para ajudar você.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CARRAHER, D. Educação Tradicional e Educação Moderna. In: CARRAHER, T. N. (Org.). 
Aprender pensando: contribuições da psicologia cognitiva para a educação. Petrópolis: 
Vozes, 1986.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. Tradução de Ana Paula P. 
Costa. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
4. E-REFERÊNCIA
SANO, P. T. Propostas para o ensino de Botânica – Manual do Curso para Atualização 
de Professores dos Ensinos Fundamental e Médio. São Paulo: IB/USP, 2004. Disponível 
em: <http://felix.ib.usp.br/Apostila_PEB.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2015. 
41
UNIDADE 1
ANATOMIA VEGETAL
1. OBJETIVOS
• Entender a complexidade estrutural dos organismos 
vegetais por meio do estudo das células.
• Abordar aspectos gerais da funcionalidade dos 
organismos vegetais por meio do estudo dos tecidos.
• Analisar algumas especializações dos tecidos vegetais.
• Conhecer algumas estratégias e metodologias no ensino 
de Anatomia Vegetal.
2. CONTEÚDOS
• A célula vegetal e suas organelas.
• Tecidos vegetais.
• Métodos de ensino de Anatomia Vegetal.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Para que seu processo de aprendizagem seja 
satisfatório, busque respostas para todas as suas 
dúvidas, seja no Glossário de Conceitos, seja em outras 
42 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
fontes, tais como os livros técnicos e teóricos sugeridos 
na bibliografia, sites confiáveis e também com seus 
tutores, que estarão sempre dispostos a auxiliá-lo em 
qualquer momento.
2) Durante os estudos, quando encontrar algum esquema, 
filme, animação, texto complementar ou qualquer 
outro tipo de informação interessante sobre nosso 
universo de estudo, disponibilize-o na Sala de Aula 
Virtual (SAV), com a devida referência. Compartilhar 
informações e construir conhecimento são as peças-
chave para o aprendizado colaborativo.
3) Esta unidade, bem como todo o material, não tem o 
objetivo de esgotar o tema tratado. É importante que 
você leia as obras recomendadas no Tópico Referências 
Bibliográficas e também acesse os sites indicados. Eles 
contêm um rico material complementar, com muitas 
imagens, animações e esquemas.
4) Acesse as animações disponibilizadas em nosso 
material. Elas são um ótimo complemento, com muitas 
informações extras.
5) Para conhecer mais sobre a Teoria da Endossimbiose, 
um dos temas abordados nesta unidade, procure 
sites confiáveis, como, por exemplo, o Simbiótica e o 
Seara da Ciência. Leia também, no Tópico 14, o texto 
complementar “Nadando contra a corrente”, da Dra. 
Lynn Margulis.
43© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Olá! A partir de agora iniciamos, efetivamente, nossos 
estudos sobre a Biologia Vegetal.
Como você já pôde observar no Esquema dos Conceitos-
-chave apresentado, nossa obra está estruturada em um cres-
cente organizacional de complexidade. Então, como primeira 
etapa, estudaremos o corpo vegetal e compreenderemos sua 
formação e estrutura, alvo de análise da Anatomia Vegetal.
A Anatomia Vegetal é um ramo da Botânica que trata 
da morfologia externa e interna das plantas, dedicando-se a 
estudar a formação e organização das células, tecidos, órgãos e, 
finalmente, de um indivíduo vegetal (CUTTER, 2002). 
Como ciência, ela é compreendida como algo estático, 
como se nesse campo não houvessem muitas modificações ou 
novas descobertas a serem feitas, porém engana-se aquele que 
tem esse pensamento. Como ciência de base, seus conceitos são 
constantemente revistos e aplicados em novas situações.
Por exemplo, podemos utilizar as informações anatômicas 
de um vegetal como ferramenta para estudos ecológicos, já que 
as plantas respondem ativamente aos estímulos ambientais e 
econômicos quando aplicamos seus conhecimentos na produção 
agrícola.
Vamos iniciar nosso estudo pela célula, a unidade básica 
dos vegetais, assim como de todos os outros seres vivos, exceto 
dos vírus, destacando suas principais características e organelas 
que as diferenciam das células animais. 
Após esta primeira parte, veremos que as células se 
diferenciam em vários tipos e se unem para formar os tecidos, 
44 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
que possuem uma função específica. Por fim, esses tecidos se 
reúnem e formam os órgãos, partes da planta que realizam 
determinadas atividades necessárias para a manutenção do 
organismo.
Por meio do estudo desta unidade, perceberemos que, 
apesar da grande diversidade de tamanhos e formas, todos os 
vegetais são baseados em um mesmo plano funcional. Embora 
sejam muito diferentes em sua aparência e complexidade, 
e cada um tenha as suas próprias adaptações, eles realizam 
basicamente os mesmos processos funcionais e têm a mesma 
organização celular e tecidual (RAVEN, 2001).
Então, vamos iniciar nossa caminhada pelo mundo vegetal? 
Lembre-se de não deixar dúvidas para depois, consultando 
sempre a bibliografia sugerida, seus professores e tutores.
Bons estudos!
5. A CÉLULA VEGETAL
Para iniciarmos nossos estudos sobre as plantas, é 
fundamental compreendermos sua unidade básica estrutural e 
funcional: a célula. 
Cada célula funciona como uma pequena fábrica, obtendo 
substâncias do ambiente, transformando-as em compostos 
necessários ao funcionamento e desenvolvimento da planta, 
utilizando e acumulando energia proveniente do sol. Cada 
atividade envolvida no metabolismo vegetal atua de maneira 
sincronizada e organizada, por meio das organelas presentes no 
interior de cada célula (RAVEN, 2001).
45© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
Mas antes de descobrirmos o interior da célula vegetal, 
você sabe como as células foram descobertas?
Segundo Raven (2001), o primeiro a utilizar o termo célula 
foi o botânico inglês Robert Hooke, em 1665, ao observar um 
pedaço de cortiça em um microscópio primitivo. Como a cortiça é 
um tecido morto e não contém protoplasma, ou seja, o conteúdo 
das células (citoplasma e núcleo), Hooke visualizou apenas 
pequenas cavidades separadas pelas paredes celulares que 
formavam uma estrutura na forma de um favo de mel (Figura 1).
Figura 1 Tecido vegetal observado por Robert Hooke em 1665.
46 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
Somente em 1838 houve a constatação, pelo botânico 
alemão MathiasSchleiden, de que todos os tecidos vegetais são 
formados por células. No ano seguinte, a mesma afirmação foi 
feita pelo zoólogo Theodor Schwann para os tecidos animais.
Com o avanço tecnológico e o aprimoramento de técnicas 
de estudo e equipamentos, foram possíveis novas descobertas 
sobre o mundo microscópico. Um novo olhar foi lançado para 
a formação dos organismos e para o interior da célula, até 
alcançarmos os conceitos atuais, que, ao contrário do que 
muitos pensam, não estão encerrados em si mesmos, isto é, 
novas descobertas estão sendo realizadas com frequência. Não 
há "verdades absolutas".
Hoje, sabemos que as plantas são organismos 
multicelulares, constituídos por milhões de células eucarióticas 
que, de forma geral, apresentam a mesma estrutura básica de 
organização. É importante lembrar que alguns tipos celulares 
apresentam modificações e/ou especializações essenciais, que 
serão tratadas em breve (RAVEN, 2001).
Observe, na Figura 2, o esquema geral de uma célula 
vegetal.
47© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
Figura 2 Esquema geral de uma célula vegetal.
Acompanhe o texto a seguir, no qual compreenderemos 
o que são células procarióticas (ou procariontes) e células 
eucarióticas (ou eucariontes) e suas diferenças.
Células procarióticas e eucarióticas –––––––––––––––––––
As células procariontes se caracterizam pela pobreza da membrana plasmática. 
Ao contrário dos eucariontes, não possuem uma membrana envolvendo 
os cromossomos, separando-os do citoplasma. Os seres vivos que são 
constituídos por estas células são denominados procariotas, compreendendo 
principalmente as bactérias, e algumas algas (cianofíceas e algas azuis), que 
também são consideradas bactérias.
As células procariontes não se dividem por mitose e seus filamentos de DNA 
não sofrem o processo de condensação que leva à formação de cromossomos 
visíveis ao microscópio óptico, durante a divisão celular. Em alguns casos, 
a membrana plasmática se invagina e se enrola, formando estruturas 
denominadas mesossomos.
48 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
Diferente das células eucariontes, os procariontes não possuem um 
citoesqueleto (responsável pelo movimento e forma das células). A forma 
simples das células procariontes, que em geral é esférica ou em bastonete, 
é mantida pela parede extracelular, sintetizada no citoplasma e agregada à 
superfície externa da membrana celular.
A célula eucariótica possui três componentes principais: o núcleo, que constitui 
um compartimento limitado por um envoltório nuclear; o citoplasma, outro 
compartimento envolvido por membrana plasmática; e a membrana plasmática 
e suas diferenciações.
Existe grande variabilidade na forma das células eucarióticas. Geralmente 
o que determina a forma de uma célula é sua função específica. Outros 
determinantes da forma de uma célula podem ser o citoesqueleto presente em 
seu citoplasma, a ação mecânica exercida por células adjacentes e a rigidez 
da membrana plasmática.
As células eucariontes são usualmente maiores e estruturalmente complexas. 
As organelas presentes no citoplasma possuem papéis específicos definidos 
por reações químicas. A presença ou ausência de determinadas organelas 
definirá se a célula é vegetal ou animal (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2011).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Agora, por meio de um breve resumo, conheceremos as 
organelas das células vegetais, segundo Raven (2001) e Cutter 
(2002).
Parede celular
A presença da parede celular é uma das principais 
características da célula vegetal que a difere das células animais.
Devido à sua rigidez, a parede celular limita o tamanho 
(volume) e a forma da célula, muitas vezes contribuindo para o 
formato dos tecidos e órgãos da planta. 
A parede celular contribui para a sustentação dos tecidos 
e também é importante na defesa contra agentes infecciosos, 
como fungos e bactérias.
49© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
Alguns autores consideram a parede celular apenas um 
envoltório de tecido morto, enquanto outros afirmam que essa 
organela é parte integrante da célula vegetal, com funções 
essenciais, como absorção, transporte e secreção de diversas 
substâncias.
Bioquimicamente, a parede celular é composta de um 
polissacarídeo, isto é, uma longa cadeia formada por moléculas 
de açúcar (glicose), conhecida como “celulose”, além de outros 
componentes, como a hemicelulose, compostos pécticos, lignina, 
suberina, cutina, ceras, entre outros.
As paredes celulares são muito importantes para o homem, 
pois elas são utilizadas na forma de madeira, fibras, alimentos 
e matéria-prima para diversos produtos industrializados. 
Ecologicamente, a parede celular pode ser considerada a maior 
reserva de carbono orgânico dos ecossistemas, e suas substâncias 
componentes fazem parte do húmus do solo.
Membrana plasmática
Todas as células são limitadas por uma membrana que 
as separa do meio externo: a membrana plasmática, também 
chamada de membrana celular. 
Devido a uma propriedade chamada permeabilidade 
seletiva, essa membrana permite que a célula absorva ou exclua 
determinadas substâncias, de acordo com suas necessidades. 
Por causa dessas propriedades, muitos autores consideram a 
membrana celular uma das mais importantes organelas celulares.
O modelo básico de todas as membranas celulares 
é fundamentado no modelo do mosaico fluido, em que, 
essencialmente, as membranas constituem-se de uma 
50 © FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
bicamada de fosfolipídeos com proteínas imersas, em constante 
movimento.
Dentre as principais funções das membranas plasmáticas, 
podemos citar:
• mediar o transporte de substâncias entre o interior e o 
exterior das células;
• coordenar a síntese das fibras de celulose que formarão 
a parede celular;
• receber e transmitir sinais hormonais e ambientais que 
atuam no crescimento e na diferenciação celular.
A próxima estrutura celular – o núcleo – exerce funções 
importantíssimas. Vamos conhecê-las?
Núcleo
O núcleo de uma célula desempenha duas funções 
extremamente importantes:
• controla a síntese proteica e, consequentemente, as 
atividades que são realizadas pela célula;
• armazena as informações genéticas do indivíduo.
Vale destacar que a célula vegetal possui duas organelas 
que contêm carga genética própria: a mitocôndria e os 
cloroplastos. Por esse motivo, elas são denominadas organelas 
semiautônomas.
Por ser uma célula eucariótica, o núcleo das células 
vegetais é revestido por um envoltório nuclear que mantém os 
cromossomos unidos.
É interessante refletir, a título de curiosidade, que cada 
espécie possui um número de cromossomos característico em 
51© FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL I
UNIDADE 1 – ANATOMIA VEGETAL
suas células somáticas, e entre os vegetais esse número pode 
variar bastante. Algumas espécies de ervas anuais podem ter 
quatro ou dez cromossomos. A couve possui 18, o trigo, 42 e 
uma espécie de pteridófita, 1.250 cromossomos!
Plastídios
Os plastídios, juntamente com a parede celular e o vacúolo, 
são organelas características de células vegetais. Desempenham 
funções relacionadas aos processos de fotossíntese e 
armazenamento de substâncias, como os pigmentos vegetais. 
Vamos conferir as principais características dos três tipos de 
plastídios?
Cloroplasto
Os cloroplastos são os responsáveis pela realização da 
fotossíntese, pois contêm, entre outros pigmentos (carotenoides), 
as clorofilas, que são as receptoras da energia luminosa do sol 
que dão a cor verde aos vegetais.
Possuem um formato discoide e são muito numerosos 
na célula vegetal: uma única célula pode conter entre 40 a 50 
cloroplastos, e um milímetro quadrado de folha, 500.000!
O sistema de membrana interna, tilacoide, é bem 
desenvolvido. Uma pilha de tilacoides forma um granum,

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