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CONCEITOS BÁSICOS DE PERÍCIAS

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O Processo judicial se trata de uma ação jurídica iniciada, geralmente por um advogado, 
onde se espera que um juiz de direito ou mesmo um tribunal, emita uma decisão sobre a 
violação de um direito. Podemos definir um processo como instrumento legal que 
objetiva eliminar conflitos através da justiça, através da aplicação das fontes do 
direito brasileiro, tendo como pilares a lei e a jurisprudência. 
O processo é assim o conjunto de documentos e peças processuais que, seguindo 
um rito jurídico pré-estabelecido e uma burocracia predeterminada, possibilitam ao juízo 
competente determinar uma sentença em sentido amplo. O processo tramita sob a forma 
de autos, que informalmente, por vezes, também são referidos como "processo". Os 
autos são o conjunto de documentos que se ordenam cronologicamente para 
materializar os atos do procedimento. 
Temos três grandes “atores” nos processos judiciais: 
●Autor: Acusa o réu, formula a demanda, deve ser legalmente capacitado, geralmente 
por um advogado, e deverá provar que o réu cometeu a falta perante a justiça. 
●Réu: É o acusado, ele deverá provar sua inocência perante o juiz. 
●Juiz: É o responsável por julgar o processo e emitir a sentença final sobre o caso, 
possuindo plenos poderes legais investidos pelo próprio Estado, para julgar tal demanda. 
Podemos dividir os processos judiciais em duas grandes fases: 
●A Fase do Conhecimento: Constituída pela Entrada e Distribuição, Julgamento em 
Primeira Instância, Recurso à Segunda Instância e Recurso à Terceira Instância ou Início 
de Execução. 
●A Fase: Cumprimento da Decisão, Apostilamento do Direito, Elaboração e Aprovação 
dos Cálculos de Pagamento e Pagamento dos Valores. 
O julgamento em primeira instância tem as seguintes fases: 
●Petição Inicial: Exposição dos fatos que levaram a entrar com a ação. 
●Citação: Direito de defesa do réu. 
●Defesa: Direito de resposta do autor. 
●Fase Probatória: Quem alega tem de provar. 
●Sentença: Decisão final do juiz. 
A petição inicial é o documento que dá início a todo o processo legal e deve possuir 
alguns elementos fundamentais, conforme definido pela Artigo 282 da Lei nº 5.869/73 
(disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869.htm), para que possa ser 
considerado pelo juízo: 
●I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida. 
●II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu. 
●III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido. 
●IV - o pedido, com as suas especificações. 
●V - o valor da causa. 
●VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados. 
●VII - o requerimento para a citação do réu. 
De acordo com o Art. 801 da Lei nº 13.105 de 2015 
(disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm), 
se verificado que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos 
documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o 
exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento. 
Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, 
conforme definido na Constituição Federal de 1988 em seu art. 5º (disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm). Também no Código de 
Processo Civil em seu art. 7º 
(disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm) 
temos que é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à 
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Obviamente a boa-fé processual orienta a interpretação da postulação e da sentença, e 
permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas dolosas de todos os 
sujeitos processuais e veda seus comportamentos contraditórios. 
Dentro dos processos temos a necessidade da prova que é o meio considerado idôneo 
pelo ordenamento jurídico para demonstrar a existência ou inexistência de um fato 
jurídico. A prova é vista como meio: tudo o que puder influenciar na convicção do Juiz. 
Tem como finalidade a formação do convencimento do juiz que é o seu destinatário. O 
agir em juízo não consiste apenas em valer-se do Judiciário, mas, também, em ter o 
direito a um procedimento probatório adequado. É uma garantia fundamental do cidadão. 
Deve-se excluir as regras jurídicas que tornem impossível ou excessivamente difícil a 
utilização dos meios probatórios. 
Os principais princípios que regem as provas são: a) Idoneidade: obtida com um meio 
constitucionalmente legítimo; b) Necessidade: medida deve ser necessária na busca da 
razão e; c) Proporcionalidade: vantagens obtidas devem compensar os sacrifícios. 
Também é necessário discutir-se a admissibilidade das provas que se referem a 
idoneidade ou inidoneidade dos meios aptos à produção da prova e dos fatos. Visa 
verificar se houve o respeito às formalidades prescritas para o meio de prova a serem 
propostos. Tipicamente é feito na fase ordinatória e/ou Audiência de Instrução e 
Julgamento. 
Há fatos, no entanto, que não dependem se prova e que são definidas no Código de 
Processo Civil em seu art. 334 
(disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm): 
fatos notórios, fatos firmados por uma parte e confessados pela parte contrária, 
admitidos, no processo, como incontroversos e em cujo favor milita presunção legal de 
existência. 
O ordenamento jurídico brasileiro estabelece no Código de Processo Civil os seguintes 
tipos de provas: 
●Ata Notarial (art. 384 CPC). 
●Confissão (art. 389 CPC). 
●Depoimento das Partes (art. 385 CPC). 
●Documentos (art. 434 CPC). 
●Exibição de documento (art. 396 CPC). 
●Testemunhas (art. 442 CPC). 
●Inspeção judicial (art. 481 CPC). 
●Laudo Pericial (art. 464 CPC). 
O CPC utiliza o sistema da persuasão racional ou livre convencimento motivado para as 
provas: significa que o juiz não está vinculado a nenhuma hierarquia de provas, estando 
livre para apreciar o conjunto probatório, porém deve fundamentar a sua sentença com 
as provas existentes nos autos. 
Também é necessário discutir-se quem é o responsável pelo ônus da geração das 
provas. A regra geral é de que o ônus é de quem afirma fato em juízo (art. 333, CPC). O 
não atendimento do ônus de provar coloca a parte em desvantajosa posição para a 
obtenção do ganho da causa. Porém, desde que suficientemente comprovados, pode o 
juiz decidir a quem compete o ônus da prova. 
Perícia é o processo de emissão do Laudo Pericial que analisa as situações e/ou fatos 
acontecidos na demanda judicial e sumariza um parecer com base nas normas, 
regulamentos, leis, práticas profissionais e procedimentos aplicáveis. Conforme 
mencionado por Vaz (2015), “Perícia é uma especialização que requer um universo 
diversificado de conhecimentos, não bastando, apenas, a contabilidade acadêmica, 
porque, na Perícia, o Perito precisa enxergar onde não há luz, ler o que não está escrito e 
encontrar o que parece não existir.” Levar conhecimento técnico ao juiz, produzindo 
prova para auxiliá-lo em seu livre convencimento e levar ao processo a documentação 
técnica do fato, o qual é feito através de documentos legais. Portanto, periciar é 
esclarecer, verificar ou apurar causas a partir da alegação de direitos para auxiliar o Juiz 
na tomada de decisão já que este não é conhecedor de todas as técnicas disponíveis. 
A prova pericial é regulamentada pelos art. 464/480 do CPC e consiste no meio de prova 
destinado a solucionar uma controvérsia técnica no processo. A sua denominação faz 
referência direta a quem produz a prova, que é o perito. O perito é o profissional 
habilitado no assunto em que a perícia está envolvida e nomeado pelo Juiz do processo. 
Ainda que o próprio juiz tenha conhecimento técnico sobre o assunto, deve designar o 
perito para aprodução da prova. 
A prova pericial possui três espécies diferentes (art. 464 do CPC): 
●Exame: é a observação e análise de pessoas e objetos, para extrair as informações 
pretendidas (ex: exame de DNA em pedido de investigação de paternidade). 
●Vistoria: é a análise de bens imóveis, para verificar e especificar o seu estado (ex: 
vistoria de terreno por engenheiro, em pedido de reintegração de posse). 
●Avaliação: é a atribuição de valor ao bem, ou a definição do seu valor de mercado (ex: 
avaliação de automóveis em pedido de rescisão ou de revisão de contrato). 
A prova pericial faz parte do ordenamento jurídico brasileiro há muito tempo. Já no 
Código de Processo Civil de 1939 havia a especificação que a nomeação de um perito 
era de livre escolha do juiz, permitindo a indicação pelas partes de assistentes técnicos, 
que poderiam acompanhar os trabalhos do perito e impugnar as conclusões trazidas em 
seu laudo. O Decreto-Lei 4565/1942 alterou o art. 129 do CPC/1939, determinando que 
o juiz nomeasse o perito somente na hipótese de as partes não chegarem a um 
consenso sobre a escolha de um nome comum. Já o Decreto-Lei 8570/1946 criou a 
figura do perito desempatador possibilitando às partes indicarem perito único (comum), 
ou, havendo discordância, cada qual indicava o seu. Se necessário, o magistrado 
nomeava perito de sua confiança para o desempate. 
No Código de Processo Civil de 1973 tivemos a criação da figura do Assistente Técnico, 
anteriormente prevista no CPC de 1939, mas não era mais um Auxiliar da Parte, mas, 
antes de tudo, Auxiliares do Juiz e compromissados com a imparcialidade da mesma 
forma que o Perito Nomeado. A Lei 8.455/1992 criou o assistente técnico 
desempenhando o seu verdadeiro papel, de auxiliar da parte, que irá concordar, criticar 
ou complementar o laudo do perito judicial. Na Lei 13.105/2015, Novo Código de 
Processo Civil, houve o reconhecimento da importância da perícia, prestigiando o perito, 
exigindo maior transparência para a sua indicação e reforçando a necessidade do 
conhecimento técnico especializado. 
De acordo com o Novo Código Civil, os peritos serão nomeados entre os profissionais 
legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em 
cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado (Art. 156 do CPC). Os 
tribunais farão consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de 
computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a 
universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à 
Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou órgão técnicos 
interessados na formação do cadastro de peritos (Art. 156 do CPC). A Educação 
Continuada e aprimoramento técnico é obrigatório e os tribunais realizarão avaliações e 
reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação 
profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados (Art. 
156 do CPC). Deve ser efetuada uma distribuição equitativa de nomeação dos peritos 
através da organização da lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização 
dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a 
nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a 
área de conhecimento. (Art. 157 do CPC). 
O Código Civil também define algumas regras para a perícia e o perito. Por exemplo, o 
juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a 
entrega do laudo. (art. 465 do CPC). Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 
(cinco) dias: proposta de honorários; currículo, com comprovação de especialização e 
contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as 
intimações pessoais. (art. 465 do CPC). Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o 
juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho podendo o juiz 
reduzir os honorários do perito quando a perícia for considerada inconclusiva ou 
deficiente (art. 465 do CPC). 
Também está definido que o perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso 
e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia 
comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. (art. 
466 do CPC). E também está considerado o uso da prova simplificada: quando o ponto 
controvertido for de menor complexidade, poderá ser feito a prova técnica simplificada 
que consistirá apenas na inquirição, pelo juiz, de especialista na área objeto de seu 
depoimento, que poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de 
sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa. (art. 464 do 
CPC). 
O mesmo Código Civil estabelece que o juiz apreciará a prova pericial de acordo com o 
disposto no art. 371 do NCPC, indicando na sentença os motivos que o levaram a 
considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o 
método utilizado pelo perito. O juiz apreciará a prova constante dos autos, 
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da 
formação de seu convencimento. 
Vale também abordar as classificações dos tipos de perícia em função da sua utilização 
dentro dos processos judiciais: 
●Judicial ou Oficial: É determinada pela justiça de ofício ou a pedido das partes 
envolvidas. 
●Extrajudicial ou Requerida: É feita a pedido das partes, particularmente 
●Necessária (ou obrigatória): Imposta por lei ou pela natureza do fato, quando a 
materialidade do fato se prova pela perícia. Se não for feita, o processo é passível de 
nulidade. 
●Facultativa: Quando se faz prova por outros meios, sem necessidade da perícia 
●Cautelar: Realizada na fase preparatória da ação, quando realizada antes do processo 
(ad perpetuam rei memorian). 
De acordo com as demandas temos vários tipos de Perícias aplicáveis: 
●Médica: é o procedimento de avaliação técnica realizada, privativamente, por médico 
perito formalmente designado, com a finalidade de demonstrar a necessidade ou não, 
conforme a legislação vigente, do afastamento laboral do servidor por motivo de doença 
ou para atestar a incapacidade permanente de segurados e dependentes para efeito de 
aposentadorias. 
●Ambiental: A perícia ambiental é o mecanismo usado para analisar informações e 
acontecimentos de atividades relacionadas a crimes ambientais que envolvem a fauna, 
flora, poluição, invasão de áreas protegidas e extração mineral. Por meio da chamada Lei 
dos Crimes Ambientais, de número 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a perícia avalia as 
condutas nocivas ao meio ambiente, também atuam em sítios arqueológicos, fossilíferos 
e de patrimônio natural, visando avaliar danos ambientais em áreas alteradas. 
●Criminal: Aqui a área do crime é fotografada, analisada e feita a coleta de vestígios 
encontrados que posteriormente serão submetidos a análises laboratoriais. Este tipo 
atende ocorrências em locais que envolvam os mais diversos tipos de crime como 
incêndios, acidentes nucleares, acidentes de trânsito, crime contra pessoas e patrimônio 
etc. 
●Veículos: É o exame realizado em um carro para certificar que ele é verdadeiro, ou seja, 
que não possui adulteração de chassi, motor, câmbio, vidros, placas, documentação e 
outros fatores que podem comprometer sua comercialização. Na perícia de 
veículos também é feita uma investigação para encontrar eventuais reparos estruturais 
que tenham sido feitos ao longo dos anos e não estão descritos na documentação do 
veículo, além de uma busca nos bancos de dados dos órgãos públicos. 
●Forense: Tem por responsabilidade a investigação de processos físicos, psíquicos, 
químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o homem, vivo, morto ou 
esqueletizado, e mesmo fragmentos ou vestígios, resultando lesões parciais ou totais 
reversíveis ou irreversíveis. Possui diversas aplicações e auxilia a Justiça na constatação 
e caracterizaçãode lesões corporais e na identificação de pessoas, vivas ou mortas, em 
casos correlacionados com fatos supostamente delituosos. 
●Balística: Responsável por confirmar a prova de ocorrência de um crime com utilização 
de arma de fogo, o trabalho consiste na identificação de artefatos e revelação de 
caracteres de registro que foram adulterados. Exames mais completos em armamentos 
e munições são feitos para procura de provas materiais. 
●Grafotécnica: A perícia grafotécnica pode ser usada também na esfera jurídica, para 
validar documentos e para fornecer provas concretas durante processos e investigações. 
Qualquer pessoa que saiba o que é perícia grafotécnica entende que ela serve não só 
para descobrir fraudes, mas também para conseguir identificar provas que não podem 
ser questionadas de outra forma. 
●Contábil: Visa levantar elementos de prova necessários para comprovar a ocorrência 
(ou não) de um determinado fato relacionado a valores ou contabilidade. Atuando nos 
casos de autuações fiscais, fusões empresariais e demissão de colaboradores, a perícia 
contábil pode ser muito útil para analisar valores e oferecer subsídio técnico e científico 
para a tomada de alguma decisão. 
●Econômico-financeira Visa levantar elementos de prova necessários para comprovar a 
ocorrência (ou não) de um determinado fato relacionado a valores ou contabilidade. 
Atuando nos casos de autuações fiscais, fusões empresariais e demissão de 
colaboradores, a perícia contábil pode ser muito útil para analisar valores e oferecer 
subsídio técnico e científico para a tomada de alguma decisão. 
●Trabalhista: Serve para esclarecer controvérsias técnicas que ocorrem na relação de 
trabalho e que não possam ou não tenham sido comprovadas por meio de documentos 
ou ainda quando existem dúvidas sobre a legitimidade das informações disponíveis. A 
perícia trabalhista geralmente analisa aspectos ambientais do trabalho, como 
insalubridade, periculosidade e grau de exposição a agentes nocivos. 
●Instalações: Serve para esclarecer controvérsias técnicas que ocorrem na relação das 
instalações e eventualmente quanto aos equipamentos que estão nela instalados. É 
utilizada quando não é possível comprovar as demandas por meio de documentos ou 
ainda quando existem dúvidas sobre a legitimidade das informações disponíveis. A 
perícia de instalações geralmente analisa aspectos relacionados ao funcionamento ou 
desempenho das instalações e seus equipamentos. 
Por fim, vale definir as características do Perito. Ele é o auxiliar da Justiça, pessoa hábil 
que tenha conhecimento em determinada área técnica ou científica que, sendo nomeado 
por autoridade competente, deverá esclarecer um fato de natureza duradoura ou 
permanente. Por exemplo, o perito médico é a pessoa formada em medicina, por 
exemplo, que tem registro no CRM, que está a serviço da Justiça e isento do sigilo 
profissional, já que tem o dever de informar o juiz sobre o fato do ponto técnico. 
Qualquer pessoa capaz para atos da vida civil com conhecimento técnico-formal, idôneo 
e hábil pode ser perito. O perito pode ser substituído se durante o processo for verificado 
que ele não tem conhecimento técnico-científico para o caso ou deixar de prestar 
compromisso. 
Não pode ser perito o incapaz, pois não é apto para o exercício de seus direitos civis, 
além de não possuir conhecimento técnico específico, pessoas impedidas (Código de 
Processo Civil, art. 144 - testemunha, cônjuge ou qualquer outro parente, em linha reta 
ou colateral até o 3º grau) e os casos de suspeição (CPC, art. 145 - o amigo íntimo ou 
inimigo capital de uma das partes). 
São deveres do perito aceitar o encargo de executar a perícia, exercer a função 
respeitando os prazos, comparecer às audiências desde que intimado com antecedência 
de 5 dias (sob pena de condução coercitiva) e fornecer informações verídicas (dever de 
lealdade). 
São direitos do perito escusar-se do encargo, pedir prorrogação de prazos, receber 
informações, ouvir testemunhas, verificar documentos de qualquer lugar e ser indenizado 
pelas despesas relativas ao serviço prestado. 
Já o assistente técnico assiste uma das partes do processo em todas as investigações e 
operações que são executadas para a emissão do Parecer Pericial. A escolha do 
assistente técnico é de responsabilidade da parte, ou seja, um consultor dela. O 
assistente técnico emite o Parecer Técnico ou Pericial é uma análise crítica do Laudo 
Pericial emitido pelo Perito e pode ou não ser acatado pelo juiz uma vez que é contratado 
por uma das partes. 
O processo pericial segue um rito definido pela legislação que compreende as seguintes 
etapas: 
●Designação da perícia. 
●Apresentação dos quesitos. 
●Homologação do perito. 
●Planejamento da perícia. 
●Atividade pericial. 
●Elaboração do Laudo. 
●Entrega do Laudo ao Juízo. 
●Manifestação das partes sobre o laudo. 
●Esclarecimentos do perito. 
●Apreciação do juízo. 
●Decisão quanto à conclusão da perícia. 
●Homologação do laudo e fim da atividade pericial. 
A necessidade da perícia se manifesta originalmente das imperfeições praticadas por 
uma das partes (os erros podem ser involuntários ou intencionais). Ocorrendo o litígio 
uma das partes entra com a ação judicial, para ressarcimento de seus direitos. O Juiz, 
considerando as alegações das partes envolvidas e os fatos objeto da lide, avalia a 
relevância ou a necessidade da produção de prova técnica, recorrerá ao auxílio do perito, 
nomeando-o para que seja emitido o laudo e a partir dele, dar uma sentença justa ao 
processo. 
Os quesitos são as perguntas pertinentes ao processo e formuladas pelo juiz e/ou pelas 
partes e que devem ser respondidas no laudo pericial. As respostas aos quesitos devem 
ter: 
●Objetividade: ater-se ao que foi perguntado. 
●Justificação: explicar o porquê da resposta. 
●Rigor técnico: explicitar as normas e regulamentos utilizados. 
●Precisão: certeza do que foi afirmado. 
●Complementação: utilização de outros especialistas se necessário. 
●Clareza: ser entendida por quem for ler. 
Após nomear o Perito, o Juiz manda expedir o mandado de intimação, comunicando-o 
do processo, do prazo e outras informações. Após ser intimado, o perito retira os autos 
do cartório (cargo do perito) e tem cinco dias para se inteirar do processo e aceitar a 
função ou escusar-se (motivo justificado). O perito aceitando emite a proposta que deve 
ser aceita pelas partes. Não havendo nenhum impedimento o Juiz faz a homologação. 
O planejamento da perícia envolve: 
●Diligências a serem realizadas. 
●Deslocamentos. 
●Necessidade de terceiros. 
●Pesquisas que serão feitas. 
●Análise das evidências e documentos. 
●Resposta aos Quesitos. 
●Elaboração do Laudo Técnico. 
A perícia local (diligências) é basicamente o trabalho de campo onde o perito pode 
solicitar previamente e por notificação escrita (com prazo determinado) a entrega de 
documentos com o objetivo de análise das questões. O Perito deve informar previamente 
e dentro do processo, as partes e seus assistentes técnicos, sobre o dia, hora e local da 
realização das diligências. A diligência deverá ser acompanhada por representante da 
parte local e pode extrair cópias de documentos relevantes, lavrando o termo de 
diligência. 
No laudo o perito deve relatar o que viu, constatou e concluiu tecnicamente, transmitindo 
os reais fatos objeto da lide de forma imparcial para que possa servir de prova técnica e 
merecedora de fé em juízo. O laudo deve ser efetuado com uma linguagem que permita 
ser entendido pelo juiz e pelas partes. O perito deve registrar todas as ocorrências 
(papéis de trabalho) que deram suporte à sua conclusão e que servem de roteiro para 
montagem do laudo, devendo ficar arquivado por três anos após a entrega do laudo. 
 
 
 
 
Atividade Extra 
 
 
 
Para saber mais sobre os processos judiciais é recomendado que o aluno veja o vídeo 
sobre processos judiciais disponibilizado no site: 
 https://www.youtube.com/watch?v=WvFJneL60j4 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=WvFJneL60j4Referência Bibliográfica 
 
 
 
LIMA, Fernando Antônio. Teoria Geral do Processo Judicial. Atlas. 1° Ed. 
ISBN: 9788522492824. 2015. 
CORREIA. Marcus Orione. Teoria Geral do Processo. Saraiva. 5° Ed. ISBN: 978-
8502077102.2009. 
DEUTSCH, Simone. Perícias de Engenharia: A Apuração dos Fatos. Leud. 4ª 
Ed.ISBN: 978-8574563756. 2019. 
ALBERTO FILHO, Reinaldo. Da Perícia ao Perito. Impetus. 6ª Ed.ISBN: 978-
8529900278, 2019. 
MEDEIROS JÚNIOR, Joaquim da Rocha. A Perícia Judicial. Como Redigir Laudos E 
Argumentar Dialeticamente. Leud. 1ª Ed. ISBN: 978-8574562896.