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Libras Língua Brasileira de Sinais 3 2

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Diferenças culturais na interação em Libras 
Começaremos a nossa webaula, conhecendo as diferenças culturais na interação em Libras. Na sequência,
estudaremos a apresentação pessoal e manifestações artísticas e culturais em Libras; 
A vivência a partir de experiências visuais de mundo propicia aos surdos não apenas a construção da identidade
surda, desenvolvida pelo sentimento de pertencimento ao grupo de pessoas surdas, mas possibilita ainda, a
existência da cultura surda. 
A cultura surda não se restringe ao uso da língua de sinais, mas perpassa uma série de valores, costumes e
comportamentos que de�nem a convivência com os integrantes das comunidades surdas. 
A interação em Libras com pessoas surdas é marcada
por características próprias, desde a abordagem até o
estabelecimento das trocas comunicativas. A
abordagem de um sujeito surdo não se dará
chamando-o (oralmente) pelo seu nome, como é
habitual entre os ouvintes, pois a sonoridade do nome
de uma pessoa surda profunda não tem signi�cado e
não será percebida por ela. 
Fonte: Shutterstock.
Para situações em que se deseja chamar a atenção de
um surdo que esteja a uma curta distância e com o
qual você deseja iniciar um diálogo, Choi et al. (2011)
descrevem ser comum o uso do toque no braço ou
antebraço do interlocutor, pois entre eles não há
restrições a esse tipo de contato físico. 
Por outro lado, se o surdo estiver a uma distância
considerável, outras formas de abordá-lo são o aceno
do braço ou mão dentro de seu campo visual. Também
é comum que se pise fortemente no chão (buscando
causar uma vibração) ou se acenda e apague a luz. 
Durante a interação com o surdo, é preciso saber que, por ser uma língua visual e motora, é atribuída
extrema relevância ao olhar. Para isso, as comunicações visuais devem se dar olhando de frente um para o
outro, pois, segundo Choi et al. (2011, p. 37), exceto se o surdo for informado, virar as costas pode ser
considerado um insulto, pois “a pessoa surda pode sentir-se ignorada ou achar que o ouvinte não está
interessado em continuar a conversa”. 
Apresentação pessoal em Libras 
Libras – Língua Brasileira de Sinais 
Cultura Surda 
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! 
Quadros e Pimenta (2008) e Choi et al. (2011) destacam que a apresentação pessoal dos surdos segue uma
dinâmica diferente dos ouvintes. Segundo os autores, ao invés do aperto de mão, beijos na face e perguntas
genéricas como o tempo ou a pro�ssão, os surdos buscam, na apresentação pessoal, con�rmar se o outro é surdo
ou ouvinte, se tem marido e/ou um familiar surdo, como e por que aprendeu a Libras. 
Na cultura surda, o nome tem relevância
secundária, pois a forma como os sujeitos se
identi�cam está baseada no sinal pessoal de cada
um. De acordo com Quadros e Pimenta (2008), o
batismo do sinal pessoal ocorre quando um surdo
ou ouvinte é apresentado ou passa a ter contato
com as comunidades surdas. 
O sinal deve ser sempre atribuído por uma pessoa ou
grupo de pessoas surdas e, conforme Choi et al. (2011),
pode ser feito com referência à aparência física da
pessoa (por exemplo, altura, cabelo, rosto, olhos,
bochechas, etc.), ao uso constante de objetos (por
exemplo, um brinco, colar, pulseira, óculos, microfone
etc.), ao comportamento constante (por exemplo,
mexer no cabelo, sorrir, ruborizar, apoiar a cabeça com
o dedo etc.) ou ao que a pessoa gosta de fazer, comer,
beber etc. 
Outra característica das comunicações estabelecidas
em Libras é a possibilidade de conversas
entrecruzadas, ou seja, desde que haja um campo
visual limpo para que um interlocutor enxergue o
outro, é possível estabelecer diálogos a distâncias
razoáveis em grandes rodas de conversas entre
surdos, em que assuntos diferentes podem ser
debatidos simultaneamente sem que uma conversa
atrapalhe a do outro. 
Fonte: Shutterstock.
Para garantir um espaço de trocas em Libras, os surdos, convencionalmente, estabelecem alguns pontos de
encontro, que podem ser associações ou federações de surdos, terminais rodoviários, shopping, escolas etc.
Manifestações artísticas e culturais 
As manifestações culturais, segundo autores como Quadros e Pimenta (2008) e Choi et al. (2011), podem ser
vislumbradas através da interação, das expressões artísticas e do uso de tecnologias diferenciadas na rotina diária
das pessoas surdas. 
Dentre as manifestações artísticas e culturais, Choi et al. (2011) destacam a literatura surda que deriva em gêneros
diversi�cados tais como a poesia, as histórias, as piadas, a literatura infantil, fábulas, contos, lendas etc., que
veremos melhor a seguir: 
Os autores a�rmam que essa literatura, geralmente, remete às experiências e histórias de lutas e conquistas das
comunidades surdas, bem como de líderes e militantes que são lembrados por sua grande representatividade e
contribuições. 
As manifestações artísticas e culturais dos surdos, tais como poesias, piadas, fábulas, entre outras,
receberam grande contribuição das tecnologias, especialmente, na divulgação de vídeos que auxiliam no
compartilhamento e difusão da Libras e da cultura surda. 
De fato, as tecnologias se tornaram parte fundamental da vida das pessoas surdas, sobretudo no que se refere a
facilitar a rotina e acessibilidade. Nas residências e escolas para surdos, por exemplo, ao invés da campainha
sonora é possível substituir por campainhas luminosas cujo alerta aciona uma luz posicionada em diferentes
pontos de fácil percepção (da casa ou da instituição escolar). 
Mesmo o uso do telefone pode ser adaptado para surdos com o toque luminoso ou os celulares com os quais os
surdos podem estabelecer conversas em vídeo (quando houver acesso à Internet) ou mensagens de texto. 
Portanto, para �nalizar esta webaula, é possível perceber que a cultura surda administra grande
ênfase à diferença social do sujeito surdo, ou seja, dentro dessa perspectiva não há vergonha da
surdez, e sim orgulho de ter um grupo organizado e culturalmente rico, cuja identidade, língua e
cultura os une.

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