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Libras Língua Brasileira de Sinais 3 1

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Desmiti�cando algumas crenças sobre a Libras 
Os estudos desta webaula serão focados em desmiti�car algumas crenças que existem dentro do cenário da
Libras. A existência de mitos em torno das línguas de sinais é uma temática discutida por vários autores, tais como
Quadros e Karnopp (2004), Gesser (2009) e Choi et al. (2011), mas que ainda não está totalmente resolvida,
sobretudo entre aqueles que pouco sabem sobre essas línguas. 
Em consonância com Gesser (2009), apesar de bastante debatido pelos autores da área, é muito comum que
ainda se encontrem referências a Libras como uma “linguagem de sinais” e não como uma “língua”. E, por isso,
diversos conceitos equivocados construídos sobre a Libras, derivam em grande parte de sua incompreensão como
um sistema linguístico dotado de todas as características encontradas nas línguas orais. 
Para uma melhor compreensão, veremos a seguir alguns mitos sobre a Libras que serão aqui apresentados: 
Mito 1: a Libras é universal 
A Libras não é uma língua universal. Em cada país há
uma língua de sinais com organização e vocabulário
próprio (QUADROS; KARNOPP, 2004; SILVA; KUMADA,
2013). Entender que as línguas de sinais são línguas de
fato, tal como as línguas orais, pode ajudar a explicar a
sua diversidade, uma vez que, se cada país possui sua
própria língua oral, fenômeno semelhante ocorre com
as línguas de sinais. 
Muitas línguas de sinais provieram da língua de sinais
francesa. Contudo, Quadros e Karnopp (2004)
destacam a existência de pesquisas que já denotam
que, embora historicamente relacionadas, por
exemplo, a língua de sinais americana e a língua de
sinais francesa já apresentam menos de 30% de sinais
semelhantes. 
É importante saber que a Libras corresponde à língua brasileira de sinais, e que os sinais que compõem tanto
seu vocabulário como seu alfabeto manual, distinguem-se de outros países. Segundo Choi et al. (2011), existe
uma língua de sinais (que não é a Libras) conhecida como “gestuno”, uma língua arti�cial, criada para facilitar
a comunicação entre surdos de diferentes países. 
Mito 2: a Libras é o alfabeto manual 
Gesser (2009) destaca que acreditar que a língua de sinais se restringe ao alfabeto manual é uma visão limitada do
potencial linguístico da Libras. A datilologia e o alfabeto manual ou alfabeto datilológico, como habitualmente são
denominados, consistem na representação das letras alfabéticas, e são de grande valia para soletrar nomes
próprios, siglas ou vocábulos que ainda não possuem um sinal correspondente na Libras. 
Libras – Língua Brasileira de Sinais 
Introdução aos estudos linguísticos da Libras 
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! 
Alfabeto manual da Libras 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Porém, a comunicação efetiva em Libras não se pauta na soletração manual das palavras, pois, assim como nas
línguas orais, cada signi�cado possui o seu respectivo signi�cante. Em uma conversa em língua portuguesa, não
soletramos letra a letra, e sim utilizamos as palavras. Em Libras, também não soletramos letra a letra, porém a
correspondência das “palavras” nas línguas orais é chamada de “sinais” nas línguas de sinais. Alguns sinais podem
derivar do uso das letras e, a longo prazo, transformar-se em uma soletração rítmica ou em um sinal, assim como
acontece com o sinal de AZUL, por exemplo. 
Soletração de AZUL e sinal de AZUL 
Fonte: elaborada pelo autor. 
A soletração de AZUL, com o tempo, transformou-se em um sinal realizado com as letras A e L, em movimento
para baixo. 
Importa destacar ainda que, para que o uso da soletração de palavras seja compreensível (exceto nos casos
de soletração rítmica), o sujeito surdo precisa ser alfabetizado, pois, do contrário, a soletração da palavra não
fará sentido, pois, desconhecendo sua gra�a, consequentemente, não assimilará seu signi�cado. 
Mito 3: as línguas de sinais são icônicas 
De acordo com Quadros e Karnopp (2004), a iconicidade dos sinais seria quando a forma, o movimento e/ou a
relação espacial construída pelo sujeito surdo na execução de um sinal da Libras propiciaria mesmo a um ouvinte
sem o domínio da língua de sinais compreender seu signi�cado. Alguns sinais como ÁRVORE e CASA são
considerados sinais icônicos. 
Sinal da Libras para Árvore 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Contudo, é preciso considerar que nem todos os sinais são icônicos. Muitos deles são considerados arbitrários, ou
seja, sem correlação visual com o seu signi�cado, tal como o sinal de SUJO. 
Sinal da Libras para SUJO 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Mito 4: as línguas de sinais só expressam conceitos concretos 
Por acreditar que a língua de sinais se restringe aos sinais icônicos, algumas pessoas não concebem a
possibilidade de a Libras expressar conceitos abstratos que di�cilmente seriam representados visualmente. Mas
as línguas de sinais são capazes de expressar qualquer conceito, seja concreto ou abstrato, em diferentes níveis
de complexidade e nas mais diversas áreas do conhecimento para discutir política, �loso�a, artes, cálculos
matemáticos etc. 
 
Sinal da Libras para WIFI 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Mito 5: as línguas de sinais são agramaticais e/ou linguisticamente
inferiores (empobrecidas) 
Quando os ouvintes descobrem que em Libras há a ausência, por exemplo, de preposições e artigos, julgam que
esse seja um sistema linguístico inferior ou empobrecido, talvez sem gramática. Ledo engano, pois, conforme Choi
et al. (2011) e Quadros e Karnopp (2004), através do uso do espaço e de outros recursos linguísticos e gramaticais
disponíveis aos usuários da Libras, é possível marcar tais aspectos visualmente. 
Mito 6: há uma única língua de sinais no território nacional 
Entender a Libras como uma língua pressupõe reconhecer que ela possui todos os atributos de um sistema
linguístico, sendo gramaticalmente estruturada, com potencial para discutir qualquer tema e que terá,
naturalmente, in�uências geográ�cas, culturais e sociais. Por essa razão, não há uma única e universal língua de
sinais, da mesma forma como dentro de um país tão extenso como o Brasil não existe uma única língua de sinais.
Em concordância com Gesser (2009), da mesma forma como é inverdade dizer que todos os brasileiros falam o
mesmo português, é um mito acreditar que os surdos utilizem a mesma Libras. 
As variedades linguísticas mais comuns são, certamente, os regionalismos, que são semelhantes aos dialetos da
língua portuguesa. Nessa direção, assim como encontramos variações linguísticas no português para mandioca,
aipim e macaxeira, em Libras, o dicionário de Libras produzido por Capovilla, Raphael e Maurício (2015) registra
cinco variações para o sinal de ABACAXI: 
Sinal da Libras para ABACAXI usado em SP, RJ e MG 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Por �m, de acordo com Quadros e Pimenta (2008), em algumas regiões do país também são encontradas
diferenciação entre os números cardinais e as quantidades de 1 a 4, mas que, em geral, a regra é utilizar os
números cardinais, utilizar quantidades e os números ordinais. 
 
Números cardinais da Libras 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Nesta webaula, conhecemos os aspectos linguísticos introdutórios sobre as línguas de sinais, vimos
alguns mitos sobre a Libras e introduzimos o vocabulário inicial da Libras 
 

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