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Direito empresarial III - Resumo - Primeira prova

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Direito Empresarial III
Disposições preliminares
● Sujeitos da falência e sujeitos da recuperação:
→ Apenas os empresários e as sociedades empresárias são submetidas à Lei nº 11.101/2005 e podem sofrer os
efeitos e benefícios legais ali previstos, como a falência, recuperação judicial e recuperação extrajudicial.
↳ São na realidade benefícios concedidos.
↳ Falência: o empresário poderá liquidar os seus ativos e ratear o produto aos seus credores, seguindo o
encerramento da falência e com a extinção das obrigações
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II - o pagamento, após realizado todo o ativo, de mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos créditos quirografários,
facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir a referida porcentagem se para isso não tiver sido
suficiente a integral liquidação do ativo;
V - o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falência, ressalvada a utilização dos bens arrecadados
anteriormente, que serão destinados à liquidação para a satisfação dos credores habilitados ou com pedido de reserva
realizado;
VI - o encerramento da falência nos termos dos arts. 114-A ou 156 desta Lei.
↳ Recuperação: aqui o empresário poderá renegociar os débitos com os credores e impor à minoria
discordante a vontade da maioria dos demais credores.
↳ A vontade da maioria prevalece.
→ Esses benefícios legais são dispostos aos empresários em razão da atividade por eles desenvolvida, tendo em
vista que proporciona o desenvolvimento econômico nacional.
↳ Acarreta grande risco ao empresário diante de grandes obstáculos que podem ser vivenciados no
mercado, como a inadequação à sua dinâmica.
↳ Diante do “fracasso” do empreendimento, os efeitos maléficos são repartido por todos. →
socialização das perdas → benefício legal → falência e recuperação → funciona como um incentivo/garantia
para que o empresário continue a empreender e a arriscar o seu capital em prol do desenvolvimento nacional.
→ Conceito de empresário: art. 966 do CC/2002.
↳ “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
a circulação de bens ou de serviços.”
↳ Empresário é caracterizado como o sujeito da atividade ≠ sócio/administrador
↳ Empresário é o próprio agente que realiza os atos →empresa é a atividade a ser desenvolvida pelo
empresário.
→ Empresário pode ser:
↳ Pessoa natural - exerce os atos em nome próprio - responsabilidade ilimitada
↳ Sociedade empresária - com ou sem pessoa jurídica
→ EIRELI deixou de existir e tornou-se sociedade limitada unipessoal - permitido agora a sua submissão à lei
DESDE QUE exerça atividade empresarial.
● Empresário individual de responsabilidade ilimitada e sua caracterização:
→ Como acima enfatizado, a pessoa natural poderá desenvolver a atividade empresarial em nome próprio →
arts. 988 e 968 do CC/2002.
↳ Principal característica é a ausência de patrimônio autônomo para o desenvolvimento da empresa
→ age em nome próprio → pessoalmente responsável pelas obrigações contraídas no exercício da
atividade → necessário desempenhar atividade para ser beneficiado por tais institutos.
↳ Necessário que a atividade seja de prática reiterada, prolongada no tempo e com o objetivo
comum de obtenção de lucro, sendo beneficiado pelos resultados da atividade e sofrendo os riscos caso fracasse
→ dispensável o envolvimento de terceiros, podendo a atividade ser exercida de forma pessoal e unicamente
pelo empresário.
↳ “A atividade, para ser exercida profissionalmente, não pode ser feita com fim
exclusivamente altruísta ou com a reversão do seu benefício integralmente à própria entidade, como ocorre em
associações, fundações, organizações religiosas, partidos políticos.”
● Os profissionais intelectuais:
→ Os profissionais intelectuais, que desenvolvam atividade artística, literária ou científica, em razão do
exercício personalíssimo da atividade, não são considerados empresários e, portanto, não se sujeitam aos
benefícios da Lei de Falências ou de Recuperação, exceto se presente o elemento de empresa.
→ Atividade profissional inteliectual ≠ Atividade econômica empresarial.
↳ Profissional intelectual →“o esforço criador se implanta na própria mente do autor, de onde resultam,
exclusiva e diretamente, o bem ou o serviço, sem interferência de exterior de fatores de produção”. (Sylvio
Marcondes).
↳ “Ainda que os diversos outros fatores de produção sejam organizados pelo profissional
intelectual, a natureza pessoal de sua criação o diferencia dos demais prestadores, ainda que conte com a
colaboração de terceiros. É essa pessoalidade característica do trabalho intelectual que exclui referidos
profissionais do conceito de empresário.” (Tomazette).
↳ A atividade desempenhada por advogados, por força da Lei n. 8.906/94, jamais poderá se inserir em uma
atividade empresarial →as sociedades de advogados não podem realizar atividades estranhas à advocacia →a
atividade advocatícia também não poderá ser disponibilizada de modo padronizado ao mercado e
remanesce como atividade intelectual.
● Empresário irregular:
→ Para se caracterizar o empresário independe o registro → regulação com a inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis → dispensável para sua caracterização.
↳ Exigido o registro para que possa ser beneficiado da recuperação judicial ou pedir a falência →
empresário poderá ter a falência decretada, ainda que irregular → prevista tal hipótese no art. 105, IV, da Lei de
Recuperações e Falências → autofalência da sociedade empresária que não possua contrato social ou estatuto
em vigor.
● Produtor rural:
→ É uma exceção à exigência do registro para a caracterização do empresário.
↳ Com a existência de diversas concepções e formas de atuação do produtor rural, lhe foi facultado ser
tratado como empresário → podem ou não se inscreverem no Registro Pùblico de Empresas Mercantis →
somente após o registro serão considerados empresários para os efeitos jurídicos → ausência de registro
impede que possam ser beneficiados pela recuperação ou pela falência.
● Pessoas jurídicas empresárias
→ A Lei n. 12.411/2011 inseriu o art. 980-A no Código Civil, e previu que uma única pessoa poderá constituir
uma pessoa jurídica empresária, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) → considerada
empresária independentemente da atividade realizada →atividades intelectuais, de natureza artística, literária ou
científica (art. 980-A, § 5º), poderá se submeter à falência e à recuperação.
↳ poderá obter a personalidade jurídica, além da EIRELI, a sociedade empresária conforte art. 982 do
CC/2002 → objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro.
↳ Sociedade simples → Não empresária.
→ Independente do objeto, sempre será empresária a sociedade por ações e simples a sociedade cooperativa
(não empresária).
↳ Sociedade cooperativa nunca se submeterá à falência ou será beneficiada pela recuperação judicial /
extrajudicial.
→ São exceções que não podem se submeter à falência e recuperação: empresa pública e sociedade de
economia mista → estado envolvido.
→ Sociedades que desenvolvem atividades empresariais podem adotar tipos personificados (personalidade
jurídica) → sociedade em nome coletivo, comandita simples, limitada, anônima e comandita por ações →
requerer a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.
● Sociedade em comum:
→sem a inscrição ou com a ausência de formalização por escrito → sociedade não adquire personalidade
jurídica e será tipificada como sociedade em comum → caracterização como sociedade despersonificada não
impede a decretação da falência → requisito que exerça atividade empresarial → poderá assim ser submetida à
falência →irregularidade impede que se beneficie da recuperação.
↳ Art. 105, IV → o devedor, ainda que não possua contrato social/estatuto em vigor, poderá requerer a sua
falência, com a indicação de todos os sócios e qualificações →sua falência poderá ser requerida por terceiros.
↳ patrimônio especial → titularidade dos sócios → responde pelos atos de gestão praticados pelos
sócios → art. 989 do CC/2002.
● Sociedade em conta de participação:
→ É uma sociedade sem personalidade jurídica, por força da lei, independente do registro dos atos constitutivos
→ Art. 991 do CC/2002 → objeto desenvolvido exclusivamente pelo sócio ostensivo em nome individual e por
responsabilidade exclusiva → sócio participante apenas partilha do resultado → responsabilidade perante sócio
ostensivo e não em relação a terceiros.
↳ Caso desempenhe atividade empresarial → sócio ostensivo pode sofrer falência ou pedir recuperação.
● Agentes econômicos não empresários:
→ Profissionais liberais, ainda que desempenhem atividade econômica, não se caracterizam como empresários
→ excluídos pelo art. 966, parágrafo único do CC/2002.
↳ Congresso Nacional foi absolutamente claro ao rejeitar a ampliação legal da submissão à recuperação e a
falência aos agentes econômicos não empresários.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência
complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
● Pessoas excluídas da falência e da recuperação
→Ainda que desempenhem atividade empresarial, são excluídas (de forma total ou parcial) e não poderão obter
a falência ou recuperação.
→ São totalmente excluídos do regime falimentar:
↳ Empresas públicas → sociedades de economia mista → entidades fechadas de previdência complementar
↳ Caso passem por crise econômico-financeira, não poderão ter a falência decretada ou utilizar da
recuperação para reestruturação.
→ São parcialmente excluídos do regime falimentar:
↳Instituições financeiras pública ou privada → cooperativa de crédito → consórcio → entidade de previdência
complementar → sociedade operadora de plano de assistência à saúde → sociedade seguradora→sociedade de
capitalização.
↳ Não podem ser beneficiadas com a recuperação judicial ou extrajudicial.
↳ Poderão falir, mas não diretamente→Condiciona-se a falência a um procedimento administrativo
prévio, em que o liquidante ou interventor poderá ser, conforme a legislação específica a cada um dos tipos
de pessoas jurídicas, autorizado a requerer a decretação da autofalência da sociedade empresária.
→Diante do interesse público relacionado à atividade desenvolvida pelas pessoas jurídicas relativamente
excluídas, estas não são submetidas ao procedimento falimentar diretamente em razão de pedido de credores →
entendimento doutrinário no sentido de que não se afasta a possibilidade de decretação de falência por pedido
do credor quando há inércia ou recusa da agência reguladora →interpretação da lei NÃO permite.
● Sociedade de economia mista e empresa pública:
→Empresas públicas são aquelas em que o Estado detém a maior parte do capital social com direito a voto →
empresas públicas, sociedades de economia mista, subsidiárias e controladas → art. 1º, §1º, do Decreto nº
3835/2001.
↳ Sociedade de economia mista e empresa pública →espécies de empresas estatais →integrantes da
administração indireta →forma do estado intervir no domínio econômico →criadas em virtude de necessidade
excepcional de ingerência do estado em determinado ramo econômico.
↳Estado poderá desenvolver a atividade econômica →excepcional →delegação a particulares sob
regime de concessão ou permissão →art. 175 da CF → somente poderá explorar atividade econômica quando
necessário para a segurança nacional ou quando houver relevante interesse coletivo.
→ Diferenciação das sociedades de economia mista das empresas públicas →forma de organização e capital
social → a primeira é sempre sob a forma de sociedade anônima e a segunda pode adotar qualquer forma.
● Juízo do principal estabelecimento:
Art. 3º - É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a
falência, ojuízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
→ Art, 109, I, CF →competência Justiça Estadual para apreciação do processo falimentar e recuperacional →
ainda que haja interesse da União, entidade autárquica ou empresa pública →art. 3 da Lei nº 11.101/05.
→art. 1.142 do Código Civil → O estabelecimento é todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária →“instrumento utilizado pelo comerciante para a
exploração de determinada atividade mercantil.”.
↳ multiplicidade de estabelecimentos →competente para apreciar os pedidos exclusivamente o juízo do
local do principal estabelecimento.
↳ três teorias sobre o que seria o principal estabelecimento: sede social definida em contrato
ou pelo estatuto social; local da sede administrativa do empresário; economicamente mais importante onde há a
maior quantidade de contratações.
● Filial da empresa estrangeira que tenha sede fora do Brasil:
→ A pessoa jurídica estrangeira poderá atuar no Brasil, desde que obtenha autorização do Poder Executivo →
art. 1.134 do CC →Principal estabelecimento no exterior com desenvolvimento da atividade no Brasil → pode
incorrer em crise econômico-financeira e utilizar dos institutos da falência e da recuperação quanto a sua filial
com sede no Brasil.
↳ Competente →o foro em que a filial da pessoa jurídica estiver localizada → Teoria do territorialismo
adorada pelo art. 2º da referida lei brasileira.
● Natureza da competência:
→ Matéria ou Território → ambas chegam à mesma conclusão quanto à natureza absoluta.
↳Confusão entre as espécies → insuficiência histórica da diferenciação entre os critérios.
↳Territorialidade: fixada com base na localidade onde está o principal estabelecimento do devedor.
↳Não entendi muito bem o resto.
● Intervenção do Ministério Público:
→O presidente vetou o art. 4º que estabelecia a função do Ministério Público no procedimento.
↳ O dispositivo legal reproduzia o art. 210 do Decreto-Lei n. 7.661/45, que determinava que o MP deveria ser
ouvido em toda ação proposta pela Massa Falida ou em face desta e deveria requerer o que fosse necessário aos
interesses da justiça no processo de falência ou concordata.
↳ Criticado pela doutrina diante da MOROSIDADE que impunha ao processo de falência e diante da
desnecessidade da intervenção no processo de concordata → nesse último o benefício era considerado direito
potestativo do devedor, que exigia a fializalicação direta pelo juiz →intervenção do MP era desnecessária.
↳ Justificativa para o veto do art. 4º →contrariava o interesse público → sobrecarrega o
Ministério Público a intervenção em toda ação proposta pela Massa ou contra ela → impede a nulidade por falta
de manifestação do MP em hipóteses não previstas pela Lei 11.101 e permite a celeridade.
↳ A possibilidade de intervenção diante de interesse público não significa obrigação → a
intervenção será aferida diante da relevância do interesse público.
→A Lei n. 11.101/2005, por seu turno, determinou a obrigatoriedade de intimação do Ministério Público
nos principais atos processuais, para que possa ter ciência do procedimento e acompanhar seu
desenvolvimento. Nesses termos, o MP deverá ser intimado do deferimento do processamento da recuperação
judicial (art. 52, V), da sentença que decreta a falência (art. 99, XIII), da alienação de quais ativos (art. 142, §
7º) e das contas apresentadas pelo administrador judicial (art. 154, § 3º).
↳ além da atuação no âmbito criminal, poderes para apresentar impugnação de crédito (art. 8º); para promover
ação de retificação de crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou
documento ignorado na época do julgamento (art. 19); para requerer a substituição do administrador judicialou
de membros do Comitê de Credores (art. 30, § 2º); para interpor recurso da concessão da recuperação (art. 59, §
2º), poderá requerer informações ao falido (art. 104, VI), poderá promover ação revocatória (art. 132),
impugnar alienação de bem (art. 143).
Disposições comuns à recuperação judicial e à falência
● Disposições gerais:
Art. 5º - Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
I – as obrigações a título gratuito;
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as
custas judiciais decorrentes do litígio com o devedor.
● Obrigações excluídas da falência e da recuperação judicial:
→A falência e a recuperação judicial são institutos de socialização de perdas entre os diversos credores, que
suportarão parte do fracasso da empresa pelo devedor →o prejuízo em razão do inadimplemento - ainda que
parcialmente - será dividido entre os credores.
↳ Lei n. 11.101/2005→exclusão dos credores titulares de créditos decorrentes de obrigações a título gratuito e
dos créditos decorrentes das despesas para que o credor participasse da recuperação judicial ou da falência.
↳ As prestações alimentícias não foram excepcionadas e poderão ser exigidas na falência e na recuperação,
assim como as multas por infração das leis penais e administrativas, as quais são classificadas como créditos
subquirografários na falência→art. 83, VII, da LREF.
● Suspensão das execuções em face da falida:
→Art. 76 determina que o juízo da falência é universal →único competente para conhecer todas as ações sobre
bens, interesses e negócios jurídicos do falido.
↳ Decretada a falência do empresário devedor, todas as execuções individuais que possam constranger os bens
do empresário ou dos sócios ilimitadamente responsáveis devem ser suspensas →tal suspensão permite que
todos os créditos do falido possam ingressar, através da habilitação do crédito, no procedimento.
↳A suspensão perdura até o encerramento da falência→os credores insatisfeitos, diante do
encerramento da falência, voltam com as ações individuais.
→ As ações e execuções em face de coobrigados não são suspensas em decorrência da falência.
↳ apenas as execuções em face da falida são suspensas → obriga o credor a se habilitar no
procedimento falimentar.
↳ em face dos coobrigados as ações prosseguem normalmente.
→ Decretada a falência, independentemente da época em que a penhora é realizada, os credores deverão
receber conforme a ordem legal de pagamento →valores serão encaminhados ao Juízo.
→ O sócio ilimitadamente responsável pelas obrigações da pessoa jurídica será decretado falido juntamente
com a decretação de falência desta, por extensão.
● Suspensão das execuções em face da recuperanda:
→ A suspensão das execuções ocorre também em face do empresário devedor submetido à recuperação
judicial e a partir da publicação da decisão de processamento da recuperação judicial.
↳ Suspensão NÃO é automática e decorre de um PEDIDO.
→Stay period ou período de suspensão
↳ durante a recuperação judicial, deferido o processamento do pedido, todas as ações e execuções em face do
empresário em recuperação são suspensas por 180 dias para que ele possa se compor com os seus credores a
respeito do melhor meio para recuperar sua atividade e saldar seus débitos.
● Tutela de urgência:
→Inserção do §12º no art 6º da Lei 11.101 →autorização expressa da concessão de tutelas de urgência para
antecipar total ou parcialmente os efeitos decorrentes do deferimento do processamento da RJ.
↳ Necessário fumus boni iuris e o periculum in mora.
↳ Na recuperação judicial, o perigo de dano poderá caracterizar-se com a possibilidade imediata
de constrição de ativos do devedor por credores sujeitos à recuperação judicial e que poderiam
comprometer a estruturação de uma negociação coletiva para a superação da crise
econômico-financeira do devedor.
↳ Total ou parcial: poderão ser suspensas todas as execuções em face do devedor e suas medidas constritivas,
ou apenas aquelas que evidenciem o perigo de dano à coletividade ou risco ao resultado útil ao processo.
● Stay period e sua prorrogação:
→Ocorrerá pelo prazo de até 180 dias a contar do deferimento.
↳ Entendimento JURISPRUDENCIAL: definido pela prorrogação da suspensão sempre que a demora na
negociação no plano de recuperação judicial não pudesse ser imputada à devedora.
↳ O prazo poderá ser excepcionalmente prorrogado por igual período, uma única vez, desde que
o devedor não haja concorrido com a suspensão do lapso temporal, como ocorre pela demora de
publicação dos editais pela serventia, retardamento de apresentação da lista de credores pelo
administrador judicial, suspensões reiteradas das sessões da Assembleia Geral de Credores etc.
→Outra possibilidade: manutenção da suspensão na hipótese de apresentação de plano de recuperação judicial
alternativo pelos credores.
● Suspensão das execuções, medidas constritivas e o plano alternativo:
→A alteração promovida pela inserção do art. 6º, §4º-A garantiu o stay period na hipótese de apresentação de
plano alternativo pelos credores.
↳ O prosseguimento das ações não é mais automático → prazo de 30 dias após o término do prazo ou rejeição
plano para apresentação de plano alternativo pelos credores.
↳ Caso apresentem o plano alternativo tudo volta à suspensão por mais 180 dias →conta do término do
primeiro prazo de 180 dias ou de sua prorrogação.
● Medidas de constrição sobre os bens da falida ou da recuperanda:
→Os credores podem deliberar sobre a melhor alternativa → satisfação do interesse coletivo → aprovação do
plano de recuperação judicial ou falência do devedor.
● Juízo universal da recuperação judicial:
→Quanto à recuperação judicial não há nada que assegure a universalidade do juízo →não há concurso de
credores como há na falência → ordem legal de preferência na falência.
↳ A jurisprudência assentou o posicionamento de que, ainda que créditos não sujeitos ao plano de recuperação
estejam em discussão ou sendo exigidos em demanda individual, o juízo da recuperação judicial seria o
competente para apreciar as medidas de constrição que recaísse sobre os bens do devedor.
↳ Ele não seria competente para conduzir os procedimentos de execução ou as ações de conhecimento,
mas apenas para autorizar as medidas constritivas realizadas pelo Juízo originário e competente.
↳ Princípio da preservação da empresa → Juízo competente apenas para determinar a suspensão
dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital que sejam essenciais à manutenção da atividade
empresarial → respeito ao prazo → art. 49, §§ 3º e 4º.
→ As alterações dos dispositivos legais pela Lei n. 14.112/2020 não amparam a universalidade do juízo da
recuperação judicial.
● Ação de despejo:
→ Os mandados de despejo em face da recuperanda se submetem à regra geral da suspensão das medidas de
constrição pelo prazo do stay period → relacionadas a inadimplemento anterior à recuperação judicial.
↳ Todas as ações, exceto se referentes a créditos NÃO sujeitos à recuperação judicial ou
forem ilíquidas, serão suspensas.
↳ ação de despejo → necessidade de sentença → procedência do pedido de despejo por falta de
pagamento ou descumprimento de outra obrigação contratual →expedição do mandado de despejo
→prazo de 30 dias para a desocupação voluntária →momento em que a ação poderá ser suspensa.
↳ A suspensão do mandado de despejo poderá – e não deverá – ocorrer →suspensão do
mandado de despejo apenas ocorrerá se decorrente de obrigação existente antes da distribuição
do pedido de recuperação judicial.
→ A recuperação judicial não obrigaria à manutenção do contrato de locação caso seu prazo já tenha se
encerrado ou mesmo à manutenção do contrato de trabalho que dele seja fundamento, de modo que a pretensão
não se submeteria a qualquer suspensão.
● Habilitações de crédito durante o período de suspensão da recuperação:
→Durante o período de 180 dias em que estão suspensas as ações e execuçõescontra o devedor em recuperação
judicial, o credor trabalhista, assim como os demais credores, poderá pleitear sua habilitação, exclusão ou
modificação de crédito no processo de recuperação judicial.
↳ Encerrados os 180 dias - desde que não tenha a prorrogação - as execuções terão prosseguimento, sejam ou
não trabalhistas.
↳ Sua execução individual poderá recair sobre os bens do empresário devedor → compromete o próprio
plano de recuperação judicial.
● Suspensão da prescrição:
→Suspensão da execução = suspensão da prescrição = impossibilidade de penalização do credor com a
extinção de sua pretensão.
↳ Apenas suspende! Não interrompe →passado o trânsito em julgado da decisão de encerramento de falência
ou do prazo de 180 dias da recuperação → sem novação da obrigação → prazo da prescrição volta a correr do
momento em que foi suspenso.
↳ Não há suspensão dos prazos prescricionais que podem continuar normalmente → natureza fiscal, sem
conteúdo patrimonial e outras.
→ A regra da suspensão das ações e da prescrição também é aplicável às demandas propostas por credores
particulares do sócio solidário→sócio solidário, o art. 6º, caput, da Lei n. 11.101/2005 refere-se ao sócio
ilimitadamente responsável.
● Demandas que não se suspendem:
→Ações iliquidas, reclamações trabalhistas, execução fiscal na recuperação judicial, ações e execuções
de credores titulares de créditos NÃO sujeitos à recuperação judicial, execuções decorrentes de atos
cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus cooperados, ações e execuções em face dos
coobrigados na recuperação judicial, exceção da suspensão das execuções trabalhistas contra responsável
sub-sidiário e arbitragens.
● Reserva de cŕeditos
→ Credor não ser prejudicado enquanto é apurado o crédito → reserva do crédito.
↳ Três hipóteses do pedido de reserva:
↳ O pedido de reserva pelo credor ao juiz competente para apreciar sua demanda individual, caso ainda
se apure se o devedor realmente é obrigado (an debeatur) ou o montante pelo qual ele é obrigado (quantum
debeatur).
↳ Além de não permitir o voto do credor, exceto do trabalhista, o pedido de reserva na
recuperação judicial não permite o depósito judicial ou em conta separada do montante de pagamento previsto
no plano ao credor.
↳ Na falência a reserva é realizada para que o credor, que aguarda ainda a liquidação de seu
crédito, não perca o direito aos rateios eventualmente realizados antes de sua habilitação → na recuperação
judicial o pagamento é realizado pela própria recuperanda.
● Prevenção:
→ Princípio da unidade do juízo falimentar ou da recuperação judicial →evitam-se decisões contraditórias de
juízes diversos.
↳ A distribuição do primeiro pedido determina a prevenção dos demais pedidos → juízo prevento.
↳ Durante a liquidação extrajudicial, as ações cautelares de sequestro dos bens dos ex-administradores e
a ação de responsabilidade destes em razão dos prejuízos apurados às sociedades (arts. 45 e 46 da Lei n.
6.024/74) previnem o juízo para a apreciação dos pedidos de falência posteriores.
→ Distribuição por dependência assegura que o requerente não poderá escolher o Juízo conforme sua melhor
conveniência, além de permitir a verificação de se as condições da ação ou os pressupostos processuais
passaram a estar presentes no novo pedido.
● Vedação à distribuição de dividendos:
Art. 6º-A. É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, distribuir lucros ou
dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se o infrator ao art. 168 desta Lei.
→ Vedou-se que a pessoa jurídica em recuperação judicial distribuísse dividendos aos sócios ou acionistas da
data da distribuição do seu pedido de recuperação judicial até a aprovação do plano de recuperação.
↳ Ainda que tenha apuração de lucro em data anterior à do exercício, os sócios e acionistas se tornam credores
da sociedade → estão submetidos ao plano de recuperação judicial.
↳ dividendos não poderão ser distribuídos pela pessoa jurídica devedora antes da concessão da
recuperação judicial e em detrimento dos demais credores da recuperanda.
→ proíbe a lei a distribuição de dividendos até a aprovação do plano de recuperação judicial → lucros apurados
posteriormente à distribuição da recuperação judicial sejam utilizados para a satisfação dos credores concursais
nos termos do plano de recuperação e não simplesmente distribuídos.
● Responsabilidade secundária:
→Evita-se a responsabilização secundária dos agentes (sócios e administradores) pelo simples inadimplemento
do devedor em procedimento de insolvência.
↳ Art, 50 do CC →desconsideração da personalidade jurídica → abuso caracterizado por desvio de
finalidade ou confusão patrimonial → reconhecida pelo juízo a requerimento da parte ou MP.
Administrador Juridical
Habilitação e divergência do Crédito
● Da verificação e da habilitação de cŕeditos:
Art. 7º - A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e
documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores,
podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
§ 1º - Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão
o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências
quanto aos créditos relacionados.
§ 2º - O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1º
deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 dias, contado do fim do prazo
do § 1º deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art.
8º desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.
● Verificação de cŕeditos:
→A verificação de crédito é procedimento aplicável tanto na falência quanto na recuperação judicial e ocorre
simultaneamente aos demais atos exigidos pelo procedimento concursal.
→ É consequência da suspensão → diante da suspensão o credor deverá habilitar-se como credor.
↳ Verificação da existência do crédito, sua natureza, valor e de sua submissão ao processo concursal
→habilitação permite que o credor receba a partilha do montante da liquidação de ativo (falência) e que discuta
e vote o plano de seu pagamento (recuperação judicial) como meio para receber os créditos.
● Ônus de se habilitar:
→Na recuperação judicial estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes à data do pedido,
vencidos ou vincendos, ressalvados créditos específicos tratados pela Lei, como os credores proprietários, os
credores decorrentes de contrato de adiantamento de contrato de câmbio etc.
↳ Verificação do valor e a natureza dos referidos créditos → procedimento de verificação de crédito permitirá
que qualquer interessado divirja da lista de credores apresentada pelo devedor e confira aos credores cujo
crédito existente seja habilitado→direito de negociação do plano de recuperação judicial proposto e o cômputo
do seu voto no conclave.
↳ O direito de voto é ligado aos credores que figurarem nas listas de credores, seja o quadro geral de credores, a
lista de credores do administrador judicial ou a lista de credores do devedor, nos termos do art. 39, caput.
↳ A não inclusão nessas listas impede o exercício desses direitos.
→ Sua inclusão é obrigação do credor, que poderá responder criminalmente pela sua omissão, nos termos do
art. 175 da Lei n. 11.101/2005.
● Fase administrativa:
→Para que possa ser mais célere a apuração das informações sobre o crédito, a Lei incumbiu o administrador
judicial da tarefa de apurar, ao menos num primeiro momento, a existência, natureza e valor do crédito
pretendido →desjudicializar →celeridade na apuração dos créditos.
↳ Lista de credores apresentada pelo devedor falido →conferida pelo administrador judicial.
● Habilitações ou divergências administrativasde cŕedito:
→ Art. 99, III → sentença declaratória de falência → intimado o falido → 5 dias para apresentar a relação
nominal dos credores → publicada por edital.
→ A relação nominal dos credores, com a importância e a natureza do crédito, também será apresentada pelo
devedor em seu pedido de recuperação judicial → incluída no edital de deferimento do processamento da
recuperação → ambos devem ser publicados no Diário de Justiça do Estado.
→ não apresentação da lista pelo devedor→comum nas hipóteses de falidos ou de administradores de sociedade
não localizados→próprio administrador judicial apresentar lista de credores em substituição ao devedor e com
as informações de que dispuser → medida excepcional.
→ caso não tenham sido incluídos ou constatem divergência → 15 dias para habilitar ou discordar
administrativamente seus créditos → mera petição direcionada ao administrador judicial → não precisa ser
apresentada por advogado → não possui natureza judicial →independe do recolhimento de custas.
● Lista de credores apresentada pelo administrador judicial:
→prazo de 45 dias para julgar as habilitações e divergências administrativas apresentadas pelos credores →
base são os documentos apresentados pelos credores e documentos do devedor.
↳ Ainda que não haja divergência poderá o administrador alterar valores, classificações ou excluir créditos da
lista apresentada pelo devedor que não possuam demonstração → desnecessário direito ao contraditório do
devedor → ainda é medida recomendada.
↳ Lista final publicada por edital → desnecessária a intimação de advogados habilitados no processos.
→ indicado prazo, local e horário em que os interessados poderão ter acesso às informações que
fundamentaram o julgamento dos créditos pelo administrador judicial, viabilizando a análise pelo credor e
eventual apresentação de habilitação ou impugnação judicial no prazo de 10 dias estipulado pelo art. 8º da Lei
n. 11.101/2005.
Impugnação
● Fase judicial: impugnação judicial.
→Publicação do edital com a lista do administrador judicial → encerra-se a fase administrativa de verificação
de crédito → inicia-se a fase judicial → natureza de ação incidental → discute direito material.
↳ Caso discorde de qualquer crédito que tenha ou não sido incluído na lista do administrador judicial →
qualquer interessado no feito pode impugnar no prazo de 10 dias → direcionada ao juiz falimentar ou da
recuperação judicial →legislação permite que qualquer legitimado promova a impugnação, inclusive sobre o
crédito de terceiro.
↳ Legitimado: Comitê de credores, credores, devedores, os sócios do devedor ou o MP.
↳ Deve estar regularmente habilitado no feito ou deverá pretender sua habilitação como credor.
→ Por se tratar de ação incidental →impugnação judicial ajuizada por interessado representado por advogado.
↳ Possível exigência de recolhimento de custas processuais → depende da previsão estadual.
→ A ausência de impugnação permite ao juiz homologar a lista de credores.
● Ônus sucumbenciais:
→A sucumbência nas impugnações de crédito permitirá a condenação do vencido ao ressarcimento de custas
judiciais e despesas processuais e, ao contrário de posicionamento anterior, também poderá ocorrer a
condenação em honorários advocatícios sucumbenciais, desde que haja resistência, pois estes remuneram o
trabalho do advogado.
→ Despesas legais: não decorrem exclusivamente da vontade do credor que não pode dispensá-las.
↳ Sucumbente da impugnação deve ressarcir a parte vencedora nas eventuais custas judiciais e despesas
processuais → arcará ainda com honorários advocatícios sucumbenciais.
→ Despesas voluntárias: gastos individuais feitos por alguns credores para tomarem parte.
↳ Não são ressarcidas →exemplo: honorários advocatícios contratuais.
● Requisitos da habilitação ou divergência administrativa:
Art. 9º - A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º, § 1º, desta Lei deverá conter:
I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo;
II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem
e classificação;
III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas;
IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento;
V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.
Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias
autenticadas se estiverem juntados em outro processo.
→ Obrigatoriamente ser realizada pelos credores concursais, titulares de créditos trabalhistas, com garantia real,
privilegiados, quirografários, sub quirografários e subordinados.
↳ Caso não conste na lista → deve apresentar habilitação administrativa diretamente ao administrador.
→ Em caso de habilitação, por petição simples ou mesmo e-mail, caso autorizado pelo juízo (art. 7º), o credor
deverá se identificar e se qualificar. Como os poderes postulatórios não são exigidos na fase de verificação
administrativa da verificação de crédito, o credor deverá também informar o endereço pelo qual poderá ser
cientificado dos atos processuais.
→ Habilitação de crédito trabalhista →poderá pretender sua habilitação diretamente por meio de ofício da
Justiça do Trabalho (art. 6º, § 2º).
● Atualização do crédito e juros:
→O crédito pretendido deverá ser atualizado de seu vencimento até a data da decretação da falência ou do
pedido de recuperação judicial → a atualização aplicável para a habilitação é a estabelecida pelas partes em
contrato ou índice oficial quando não houver disposição.
→ Na hipótese de o crédito, embora existente anteriormente à falência ou à recuperação, ter sido calculado com
base em data posterior, deverá ser descontado do valor o montante de atualização monetária até a data da
quebra ou do pedido de recuperação → juros e demais encargos também apenas são incidentes até a
decretação da falência ou distribuição do pedido de recuperação judicial.
→ Na recuperação judicial não há imposição legal de vencimento antecipado das obrigações → como todos os
créditos vencidos ou vincendos se submetem à recuperação judicial (art. 49), a mensuração dos direitos de cada
um desses credores deverá ter uma data em comum.
↳ A lei impõe como base a data do pedido de recuperação.
↳ incluem-se a atualização monetária e os juros contratuais ou legais, além dos demais encargos, caso o crédito
já seja vencido, até o momento do pedido de recuperação → mesmo cálculo deverá ser feito ao vincendo,
quando possível.
↳ crédito vincendo e fixo → impossível será o conhecimento da correção monetária em data futura
→ Crédito contraído esteja em moeda estrangeira→habilitação diversa na falência e na recuperação judicial.
→ Na falência, o crédito em moeda estrangeira deverá ser convertido para moeda nacional no câmbio à data
da decretação da falência (art. 77).
→Na recuperação judicial o crédito não precisa ser convertido na habilitação para a moeda nacional.
↳ Como a verificação, na recuperação judicial, é realizada com o principal fim de se apreciar o poder de voto
do referido credor na aprovação ou rejeição do plano, o crédito em moeda estrangeira será convertido para
moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da Assembleia (art. 38, parágrafo único)149.
↳ Para tanto, deverá ser utilizado o dia anterior à data de instalação da Assembleia Geral de Credores,
ainda que ela seja suspensa sucessivamente.
● Demonstração da origem do crédito:
→ A origem do crédito a ser habilitado deverá ser demonstrada.
↳ Os documentos comprobatórios do crédito não se restringem a títulos executivos judiciais e
extrajudiciais → também podem envolver qualquer documento, ainda que não tenha força executiva, que
demonstre que o crédito fora contraído em face do devedor.
● Especificação da garantia:
→A especificação da garantia aocrédito, se houver, com a juntada do instrumento que a demonstra, também é
requisito da habilitação.
↳ A garantia ao crédito, caso existente, permite a alteração da natureza do crédito pretendido.
↳ Deve vir acompanhada da mensuração do valor conferido pelo devedor.
Habilitação Retardatária
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão
recebidas como retardatárias.
§ 1º - Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos
derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores.
§ 2º - Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo ao processo de falência, salvo se, na data da realização da
assembleia-geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário.
§ 3º - Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão
sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e
a data do pedido de habilitação.
§ 4º - Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de
seu crédito.
§ 5º - As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de
credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei.
§ 6º - Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão,
observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo
da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito.
§ 7º - O quadro-geral de credores será formado com o julgamento das impugnações tempestivas e com as
habilitações e as impugnações retardatárias decididas até o momento da sua formação.
§ 8º - As habilitações e as impugnações retardatárias acarretarão a reserva do valor para a satisfação do
crédito discutido.
§ 9º - A recuperação judicial poderá ser encerrada ainda que não tenha havido a consolidação definitiva do
quadro-geral de credores, hipótese em que as ações incidentais de habilitação e de impugnação retardatárias
serão redistribuídas ao juízo da recuperação judicial como ações autônomas e observarão o rito comum.
§ 10 - O credor deverá apresentar pedido de habilitação ou de reserva de crédito em, no máximo, 3 (três)
anos, contados da data de publicação da sentença que decretar a falência, sob pena de decadência.
→ São as habilitações apresentadas após o prazo de 15 dias a partir da publicação de edital com a lista de
credores realizada pelo devedor → compreende as habilitações, divergências ou impugnações.
↳ Não é exigível para a apresentação da impugnação judicial que tenha ingressado com a habilitação
administrativa → após o prazo de 10 dias das impugnações judiciais → a habilitação retardatária ou a
impugnação retardatária poderão ser apresentadas até o momento da homologação do quadro-geral de credores,
desde que anteriormente ao prazo de três anos da data da publicação da sentença que decretar a falência.
↳ Após a homologação: possível apenas a ação rescisória do quadro-geral de credores, pelo
procedimento ordinário.
● Perda do direito de voto:
→ Recuperação: ainda que conste nas listas em razão do julgamento de sua habilitação retardatária, o credor
não poderá exercer seu direito de voto.
→ Falência: o credor apenas terá direito de voto na Assembleia Geral de Credores se constou como credor no
quadro-geral de credores, ou na lista elaborada pelo administrador judicial, ou, caso inexistente, na lista
apresentada pelo próprio devedor e apenas na medida do valor ali constante (art. 39).
● Perda do direito aos rateios parciais já realizados:
→Falência: não garante ao credor o direito de participar dos pagamentos realizados antes da apresentação da
habilitação.
● Recolhimento de custas judiciais:
→A habilitação retardatária exigirá o recolhimento da taxa judiciária, nos termos do art. 10, da LREF.
● Reserva de valores na recuperação judicial:
→O pedido de reserva na recuperação judicial, entretanto, não deve ocorrer, excetuado o crédito trabalhista.
→ O valor não permanece em conta judicial a ser reservada e o credor deverá receber apenas conforme o plano
de recuperação judicial aprovado.
↳ Na recuperação judicial, a reserva é útil apenas em face dos credores trabalhistas.
● Termo final de apresentação e decadência:
→Até o encerramento do processo de recuperação judicial ou de falência, será possível promover a habilitação
retardatária.
→ Até a homologação do quadro-geral de credores, as habilitações retardatárias serão recebidas como
impugnações judiciais e terão idêntico procedimento a estas.
→Art. 158, V → extinção das obrigações do falido ocorrerá no prazo de três anos contado da decretação da
falência →assegura o direito de o falido voltar a desenvolver suas atividades empresariais → fresh start.
→ O prazo decadencial para as habilitações e impugnações retardatárias → somente é aplicável aos
procedimentos falimentares.
● Quadro-geral dos credores:
→ A lei buscou alterar o meio de verificação dos credores para promover a celeridade nos rateios derivados dos
processos falimentares.
↳ Consagrou-se posicionamento jurisprudencial que permitia a formação de um quadro-geral de credores com o
julgamento apenas das habilitações e impugnações judiciais tempestivas, determinando-se a reserva das demais
ainda pendentes
↳ Permite o pagamento parcial aos credores →formação provisória do quadro geral.
↳ A desnecessidade de apreciação de todas as habilitações e impugnações retardatárias permite que os
rateios na falência sejam acelerados.
→ A reserva permitia que o credor e a própria Massa Falida pudessem ser protegidos quanto a essa antecipação
da formação do quadro-geral de credores.
● Ação rescisória de quadro-geral de credores:
→Após a homologação do quadro-geral de credores, por sentença, não caberão mais as habilitações
retardatárias.
↳ Não se impede, entretanto, que se questione a inclusão ou exclusão de valores presentes no quadro-geral de
credores até o encerramento do processo de recuperação judicial ou de falência, desde que limitado ao
período decadencial de três anos da publicação da sentença de decretação da falência.
→ discussão sobre os valores → ação rescisória ao quadro-geral de credores → procedimento ordinário.
● Julgamento das habilitações e encerramento da recuperação judicial:
→ O quadro-geral de credores não é requisito para que a Assembleia Geral de Credores ocorra.
↳ O quadro-geral de credores, no processo de recuperação judicial, sequer precisa ser necessariamente
formado antes de seu encerramento.
↳ Encerramento ocorre nos termos do art. 63 → cumpridas todas as obrigações previstas
no plano que venceu →prazo de até dois anos após a concessão da RJ.
→ Ainda que penda a apreciação de habilitações ou impugnações judiciais, em razão da necessária celeridade, a
Assembleia Geral de Credores deverá ocorrer com base na última lista de credores apresentada, sendo
desnecessário que se aguarde a publicação do quadro-geral de credores.
→ As habilitações e impugnações judiciais, tempestivas ou retardatárias, não são dependentes da manutenção
do processo principal e permitem a apreciação mesmo após o encerramento da recuperação judicial.
● Defesa na impugnação:
Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo
de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias.
→ Os credores, cujos créditos incluídos na lista dos credores do administrador judicial tenham sido impugnados
pelo Comitê de Credores, por qualquer outro credor, pelo devedor, seus sócios ou pelo Ministério Público (art.
8º), poderão exercer seu direito ao contraditório.
↳ A intimação será realizada pelo Diário Oficial desde queo credor já possua advogado constituído nos autos.
↳ Caso não possua, o credor deverá ser intimado pessoalmente para se defender.
→Todos os documentos necessários para a demonstração do seu crédito. Caso não os possua, ou caso seja
necessária a produção de outras provas, deverá indicar as provas, sob pena de preclusão.
↳A impugnação judicial permitirá ampla dilação probatória, com a produção de prova pericial e testemunhal,
caso necessária
→ A falta de contestação, revelia, não implica presunção de veracidade do crédito alegado.
● Manifestação do devedor e do Comitê na impugnação:
→ O devedor e o Comitê de Credores→obrigatoriamente intimados, sob pena de nulidade, para se
manifestarem sobre a impugnação → prazo é simultâneo de cinco dias e decorre do interesse de ambos na
regularidade dos créditos incluídos no quadro-geral de credores.
● Intervenção do Ministério Público na impugnação:
→ Diante do interesse público na regularidade dos créditos a serem incluídos no quadro-geral de credores,
conveniente que o Ministério Público intervenha no processo de falência e recuperação e apresente parecer
sobre o pedido de impugnação judicial, até porque é considerado legitimado a promover ação rescisória do
quadro, caso o crédito tenha sido incorretamente inserido ou alterado.
→A ausência de intimação do Ministério Público não implica nulidade do julgamento da impugnação judicial.
● Petição inicial da impugnação:
→ Verdadeira ação incidental, a impugnação judicial será ajuizada pelos legitimados e conhecida pelo Juiz
Universal (art. 8º). Como petição inicial, o credor, o Comitê de Credores, o devedor ou os sócios do devedor
deverão ser devidamente representados por advogados e a impugnação deverá conter os demais requisitos
estabelecidos pelo Código de Processo Civil.
→ A impugnação, assim, deverá ter pedido certo. O impugnante deverá especificar o montante em que o
crédito impugnado precisa ser aumentado ou reduzido. Sua fundamentação, ademais, deve ser relacionada ao
pedido realizado. O impugnante deverá descrever a origem do crédito não incluído na lista de credores do
administrador judicial ou os motivos pelos quais o crédito impugnado deveria ser excluído.
Assembléia Geral de Credores
Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:
I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do art. 52 desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do devedor, não prevista no plano de recuperação
judicial;
II – na falência:
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
● Comunhão de interesses:
→ Lei buscou aumentar a eficiência dos institutos → atribuiu àqueles que sofrem as principais consequências o
direito de decidir sobre as mais importantes questões, pois eles teriam o estímulo a investir recursos e a buscar
maiores informações para melhor decidirem.
↳ formação de uma vontade dos credores → órgão deliberativo → Assembleia Geral de Credores →
manifestação do interesse de cada credor por meio do voto → não há obrigação em votar para preservar a
atividade do devedor.
→ Deliberação sobre a aprovação do plano, a constituição do Comitê de Credores, a desistência do pedido do
devedor em recuperação etc.
● Autonomia da Assembleia Geral dos Credores:
→Não é um órgão soberano → não predomina hierarquicamente sobre o administrador judicial → divisão de
atribuições de modo que não prevaleçam sobre o outro → se completam para que tenha regularidade no
procedimento e eficiência.
→ Vetou-se a possibilidade do administrador judicial ser substituído pela assembleia.
→Há hierarquia da assembleia perante o comitê o gestor judicial → determina a constituição do comitê diante
da nomeação e substituição de membros e suplentes → pode nomear e substituir o gestor judicial.
↳ Hipótese ocorre quando o administrador do
empresário em recuperação judicial for destituído das suas funções.
→ Não é soberana, nem mesmo em suas atribuições exclusivas →apenas autônoma →se as deliberações forem
ilegais, o juiz não é obrigado a homologar as decisões da assembleia.
● Atribuições da assembleia geral de credores:
→ Aprovação ou rejeição do plano de recuperação judicial.
→Aprovação ou rejeição da proposta de aditamento ao plano de recuperação judicial anteriormente aprovado.
→Constituição do Comitê de Credores, escolha ou substituição de seus membros.
→Deliberação sobre o pedido de desistência da recuperação judicial pelo devedor.
→Escolha do gestor judicial.
→ Modalidade extraordinária de realização do ativo →na falência há liquidação de bens por meio de leilão,
propostas fechadas ou pregão →a assembleia pode terminar formas extraordinárias de alienação.
→Qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
● Procedimento de convocação da Assembleia Geral de Credores:
Art. 36. A assembleia geral de credores será convocada pelo juiz por meio de edital publicado no diário
oficial eletrônico e disponibilizado no sítio eletrônico do administrador judicial, com antecedência mínima de
15 (quinze) dias, o qual conterá:
I – local, data e hora da assembleia em 1ª (primeira) e em 2ª (segunda) convocação, não podendo esta ser
realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1ª (primeira);
II – a ordem do dia;
III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser
submetido à deliberação da assembleia.
§ 1º - Cópia do aviso de convocação da assembleia deverá ser afixada de forma ostensiva na sede e filiais do
devedor.
§ 2º - Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que representem no mínimo 25% (vinte e
cinco por cento) do valor total dos créditos de uma determinada classe poderão requerer ao juiz a convocação
de assembleia-geral.
§ 3º - As despesas com a convocação e a realização da assembleia-geral correm por conta do devedor ou da
massa falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do Comitê de Credores ou na hipótese do § 2º
deste artigo.
→Com o atendimento das formalidades o credor terá ciência da deliberação e poderá ter seus interesses
submetidos ao interesse da maioria, ainda que seja ausente ou discorde da deliberação →1072, §5º, CC.
→ Falta de intimação dos advogados dos credores não implica irregularidade acerca da convocação.
↳ Art. 36 - prevê a publicação do edital para convocação dos CREDORES e não dos PATRONOS.
↳ A convocação é ato de DIREITO MATERIAL →não processual →desnecessária intimação dos advogados.
→Legitimidade para convocação → pelo juiz →poderá ocorrer de ofício.
↳ Mas quando? Quando o juiz entender conveniente a falência, oposta
objeção ao plano de recuperação judicial ou indicação do gestor judicial.
↳ Pode ocorrer mediante requerimento dos envolvidos →administrador pode requerer para os casos
previstos em lei ou quando entender necessária oitiva.
↳ Comitê de credores →quando julgarem necessário
↳ Pelos credores →devem representar no mínimo 25% do valor dos créditos de uma classe.
↳ Pelo devedor.
→ Publicidade →convocada por publicação de edital → credores conheçam a demanda.
→ Convocação → publicação edital → ao menos 15 dias de antecedência em relação à assembleia geral.
↳Exclui o dia do começo e inclui o dia da realização da assembleia → dias corridos →não é suspenso
em decorrência de feriados ou recesso forense.
→ Conteúdo do edital →onde e quando se realizará →data e hora → se é primeira ou segunda convocação →
ordem do dia especificada →indicação do local paraobter cópia do plano de recuperação judicial.
↳ Pena de invalidade da deliberação.
→ Os custos decorrentes das convocações são do devedor →se for convocada mediante requerimento do
Comitê de Credores ou de credores representando no mínimo 25% dos créditos de uma classe, o devedor ou a
Massa Falida não suportarão referidos custos →comitê de credores → todos suportam os custos.
● Procedimento da Assembleia Geral dos Credores:
→ Presidente da assembleia →verificar a legitimidade dos credores para ingressarem na assembleia →verificar
os poderes dos seus representantes.
↳ Controlar as assinaturas da lista de presença →encerrada no momento da instalação da assembléia → não
poderá mais ingressar nenhum novo credor →estabilidade do quorum.
↳ Omissão do credor na assinatura → não poderá participar das deliberações.
→ Encerrada a lista →verificação do preenchimento do quorum de instalação →leitura da ordem do dia.
↳ Não há rigor na ordem do
dia → não precisa ocorrer na ordem do edital.
→ Após a votação → lavrada a ata com computação dos votos.
● Quórum de instalação:
→Primeira convocação →mais de 50% do valor dos créditos de CADA uma das classes → apuração do valor
feita com base no art. 41 → não é de 50% de todos os créditos das respectivas classes, mas apenas de 50% do
valor dos créditos dos credores com direito de voto.
→ Caso haja necessidade de segunda convocação → instalada com qualquer número de créditos presentes,
ainda que inferior à metade de cada classe.
● Representação voluntária:
→A representação voluntária é realizada por meio da conferência de procuração legal ao representante, o qual
recebe do credor poderes para agir em seu nome e no seu interesse.
→ No caso da representação voluntária, a conferência de poderes ao representante não pode ser realizada por
meio de uma outorga de poderes em termos gerais → procuração ad judicia é insuficiente.
↳ Procuração deve ser outorgada com poderes específicos para votar na assembleia.
● Representação legal:
→São representantes legais: os pais no exercício do pátrio poder em relação aos filhos menores e o curador em
face do curatelado.
↳ Representante deve entregar ao ao administrador judicial, com 24 horas de antecedência da Assembleia Geral
de Credores, documento hábil que comprove seus poderes.
● Suspensão da assembleia geral de credores:
→ Os credores podem determinar a suspensão →quorum do art. 42 →a continuação dispensa formalidades.
● Submissão de matérias à votação:
→ O administrador judicial não pode vetar a votação de deliberações que considera ilegais → poderá apenas
não computar votos de credores impedidos de votar.
↳ Quais são? Os credores proprietários ou em razão de adiantamento de contrato de câmbio (art. 39, 1º
c.c. art. 49, §§ 3º e 4º, e art. 86, II); os credores em conflito de interesse em razão de serem sócios ou serem
ligados por parentesco, direta ou indiretamente ou em virtude de terem sócios ou administradores ligados ao
devedor ou aos seus administradores ou controladores (art. 43, parágrafo único); ou em razão de não terem as
condições de seu crédito alteradas (art. 45, § 3º).
● Cômputo do voto:
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o
plano de recuperação judicial, o disposto no § 2º do art. 45 desta Lei.
Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em assembleia-geral, o crédito em
moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da
assembleia.
● Direito a voto:
→Credores incluídos nas listas de credores →art. 39.
→Credores habilitados ou com reserva.
→ Direito de voto dos credores retardatários? Não há.
→Credores proprietários e em razão de adiantamento de contrato de câmbio? Não votam.
● Formas alternativas de deliberação:
→Alteração do art. 39 da Lei n. 11.101/2005, a Assembleia Geral de Credores não mais precisa ocorrer
necessariamente de forma presencial. De forma a garantir menor onerosidade ao devedor e maior participação
ativa dos credores, a Lei franqueou a possibilidade de deliberação por formas alternativas, como o termo de
adesão, assembleia virtual ou eletrônica, ou outros mecanismos que permitam o cômputo das manifestações
pelos credores.
↳ Fiscalização pelo administrador judicial →emissão de parecer acerca da regularidade.
● Invalidade das deliberações assembleares:
→os vícios de convocação ou instalação da Assembleia, os vícios de deliberação e os vícios do voto.
→ anulação da deliberação → retorno ao status quo ante.
● Composição da assembleia:
→Quatro classes →natureza do cŕedito ou a qualidade do titular.
→ Credor trabalhista e decorrente de acidente de trabalho.
→ Credor titular de crédito com garantia real.
→Titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.
→ Titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.
● Credores impedidos de votar:
→ Sócios ou acionistas do devedor.
→ Controlador.
→ Sociedades controladas e coligadas.
→ Credores cujos sócios tenham participação relevante.
→ Parentes ou afins → do controlador ou pessoa física que exerça funções administrativas do devedor.
INSOLVÊNCIA E INSOLVABILIDADE
● Insolvabilidade econômica:
→ Falta de recursos para que possa satisfazer todo o passivo → impossibilidade de satisfazer todos os credores.
↳ A falência procura evitar que o devedor gere uma majoração dos riscos de inadimplemento dos débitos e
influencie negativamente todo o mercado.
↳ Tenta-se prevenir, também, que apenas o credor mais oportunista obtenha a satisfação de seu crédito em
detrimento dos demais, diante da insolvabilidade econômica do devedor.
● Insolvência Jurídica:
→ Impontualidade injustificada, execução frustrada ou prática de atos falimentares.
→ Não possui bens suficientes para satisfazer suas obrigações.
→ Preenchimento dos requisitos do art. 94.
→ Quais os requisitos da impontualidade injustificada? Obrigações devem ser líquidas e exigíveis,
materializada em título executivo, protesto, mínimo de 40 salários mínimos, as obrigações deverão ser
exigíveis no procedimento falimentar.
→ Quais os requisitos da execução frustrada? A frustração da execução individual é demonstrada por uma
certidão em que conste que não houve a satisfação do débito líquido, certo e exigível executado, o depósito dos
valores ou a nomeação de bens suficientes à penhora. Para tanto, no processo de execução, caso não tenha
ocorrido, no prazo de três dias da citação do processo de execução, pagamento ou depósito de valores, nem o
oficial de justiça tenha localizado bens à penhora, imprescindível que o exequente requeira a intimação do
executado para que nomeie bens a serem penhorados na execução (art. 829, § 2º, do CPC).
→ E sobre a prática de atos falimentares? são indicados taxativamente pelo art. 94, III, e identificam atos
normalmente praticados pelo devedor que, ciente de seu estado de crise econômico-financeira, tenta se
beneficiar ou beneficiar alguns credores em detrimento de todos os credores remanescentes.
● Pedido de recuperação judicial como defesa no pedido de falência:
→A contestação ao pedido falimentar deverá ser apresentada no prazo de 10 dias. Como forma de defesa, o
devedor poderá requerer sua recuperação judicial → ação autônoma.
→ O pedido de recuperação judicial exigirá que o juiz profira, caso todos os documentos tenham sido
regularmente apresentados (art. 51), decisão de processamento da recuperação judicial (art. 52), o que
suspenderá todas as ações e execuções em face do devedor, em regra, durante o stay period.
TEMAS COBRADOS EM OUTROS SEMESTRES
● Produtor rural e a questão da recuperação judicial:
→ Tem direito à recuperação judicial quando se inscreve na junta comercial? Entendimento jurisprudencial.
↳ https://www.migalhas.com.br/depeso/360735/recuperacao-judicial-do-produtor-rural → leitura.
→ A inscrição do produtor rural na Junta Comercial não o transformaem empresário, mas apenas "acarreta sua
sujeição ao regime empresarial, descortinando-se, então, uma série de benefícios e ônus de titularidade apenas
daqueles que se registram na forma preconizada no artigo 968 do Código Civil de 2002".
→ Lei não exige tempo de registro do produtor rural para o pedido de recuperação. Em relação à recuperação
judicial, Salomão destacou que, nos termos do artigo 48 da Lei 11.101/2005, poderá requerê-la o devedor que,
no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de dois anos.
→ "Assim, quanto ao produtor rural, a condição de procedibilidade da recuperação judicial estará satisfeita
sempre que realizado o registro na forma da lei e comprovada a exploração da atividade rural de forma
empresarial por mais de dois anos".
https://www.migalhas.com.br/depeso/360735/recuperacao-judicial-do-produtor-rural
→ As turmas de direito privado do STJ, segundo o relator, entendem que, apesar da necessidade de registro
anterior ao requerimento da recuperação, não há exigência legal de que esse registro tenha ocorrido dois anos
antes da formalização do pedido.
→ "O registro permite apenas que, nas atividades do produtor rural, incidam as normas previstas pelo direito
empresarial. Todavia, desde antes do registro, e mesmo sem ele, o produtor rural que exerce atividade
profissional organizada para a produção de bens e a prestação de serviços já é empresário".
● Cram down:
→ É uma faculdade do juiz ou um direito da pessoa em recuperação? Artigo fala que pode mas a jurisprudência
e a doutrina entendem ser um direito do empresário.
↳ https://www.megajuridico.com/os-requisitos-do-cram-down-na-recuperacao-judicial/
↳https://www.migalhas.com.br/quentes/280003/juiz-pode-aprovar-recuperacao-mediante-cram-down-mesmo-se
m-todos-requisitos-legais
→ Em relação ao mecanismo de cram down previsto pela lei, Salomão ressaltou que o intuito foi evitar o
chamado "abuso da minoria" sobre o interesse da sociedade na superação do regime de crise empresarial,
permitindo ao juízo a concessão da recuperação mesmo contra a deliberação da assembleia.
→ "De fato, a mantença de empresa ainda recuperável deve se sobrepor aos interesses de um ou poucos
credores divergentes, ainda mais quando sem amparo de fundamento plausível, deixando a realidade se limitar
à fria análise de um quórum alternativo, com critério complexo de funcionamento, em detrimento da efetiva
possibilidade de recuperação da empresa e, pior, com prejuízos aos demais credores favoráveis ao plano”.
→ De acordo com o artigo 45 da lei de recuperação judicial, nas deliberações sobre o plano de recuperação,
todas as classes de credores (titulares de créditos trabalhistas, titulares de crédito com garantia real e titulares de
créditos quirografários - sem garantia especial) devem aprovar a proposta.
→ Todavia, segundo o artigo 58, parágrafo primeiro, o juiz poderá conceder a recuperação judicial mesmo sem
a aprovação da assembleia, desde que tenham ocorrido, de forma cumulativa: o voto favorável de credores que
representem mais da metade do valor de todos os créditos (inciso I); a aprovação de duas das três classes de
credores, ou, no caso da existência de apenas duas classes, a concordância de pelo menos uma delas (inciso II);
e o voto favorável, na classe que tenha rejeitado o plano, de mais de um terço dos credores (inciso III).
→ STJ decidiu pela mitigação dos requisitos legais para aplicação da cram down →direito dos recuperandos
em razão do abuso do direito de voto?
https://www.pinheiroguimaraes.com.br/stj-decide-pela-mitigacao-dos-requisitos-legais-para-aplicacao-do-cram-
down/
https://www.megajuridico.com/os-requisitos-do-cram-down-na-recuperacao-judicial/
https://www.migalhas.com.br/quentes/280003/juiz-pode-aprovar-recuperacao-mediante-cram-down-mesmo-sem-todos-requisitos-legais
https://www.migalhas.com.br/quentes/280003/juiz-pode-aprovar-recuperacao-mediante-cram-down-mesmo-sem-todos-requisitos-legais
https://www.pinheiroguimaraes.com.br/stj-decide-pela-mitigacao-dos-requisitos-legais-para-aplicacao-do-cram-down/
https://www.pinheiroguimaraes.com.br/stj-decide-pela-mitigacao-dos-requisitos-legais-para-aplicacao-do-cram-down/
● Habilitação, crédito, processamento:
→ Não lembram o que foi cobrado nesse ponto.
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/17122021-Relator-esclarece-consequencias-
da-opcao-do-credor-por-nao-se-habilitar-no-plano-de-recuperacao.aspx
→ iniciado o processamento da recuperação judicial, todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que
não vencidos, estão sujeitos aos seus efeitos. Assim, apontou, a legislação estabeleceu um rito específico que
permite ao credor tomar parte na recuperação para a defesa de seus interesses e para o recebimento do que lhe é
devido → caso não haja impugnação, o juiz da recuperação homologará, como quadro geral de credores, a
relação apresentada pelo administrador judicial. Se houver impugnação, a definição do quadro ocorrerá
conforme o resultado do seu julgamento.
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/17122021-Relator-esclarece-consequencias-da-opcao-do-credor-por-nao-se-habilitar-no-plano-de-recuperacao.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/17122021-Relator-esclarece-consequencias-da-opcao-do-credor-por-nao-se-habilitar-no-plano-de-recuperacao.aspx

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