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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Cleide Leonidia de Avila FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 3 SUMÁRIO ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................................................................................ 6 1.1 O QUE É CONTABILIDADE E QUAL A SUA FUNÇÃO? ........................................... 6 1.2 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................. 6 1.3 METODOLOGIA DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .................. 7 1.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................ 8 1.5 RELATÓRIO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................. 9 1.6 REVISÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .................................................. 9 1.6.1 Balanço Patrimonial ...................................................................................... 10 1.6.2 Demonstração do Resultado ...................................................................... 11 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 14 ANÁLISE HORIZONTAL, ANÁLISE VERTICAL E INDICADORES DE LIQUIDEZ ................................................................................................................. 18 2.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ...................................................................... 18 2.1.1 Análise Vertical .............................................................................................. 18 2.1.2 Análise Horizontal .......................................................................................... 20 2.2 INDICADORES DE LIQUIDEZ .................................................................................. 21 2.2.1 Liquidez Geral ................................................................................................ 22 2.2.2 Liquidez Corrente .......................................................................................... 23 2.2.3 Liquidez Seca ................................................................................................. 23 2.2.4 Liquidez Imediata .......................................................................................... 23 2.2.5 Resumo com os indicadores de liquidez .................................................. 24 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 26 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL ............................................. 33 3.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 33 3.2 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS (ENDIVIDAMENTO) ...................... 33 3.3 COMPOSIÇÃO DE ENDIVIDAMENTO .................................................................. 34 3.4 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................ 35 3.5 IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES ............................................ 36 3.6 RESUMO COM OS INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL (ENDIVIDAMENTO) ............................................................................................... 37 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 39 INDICADORES DE RENTABILIDADE .......................................................... 44 4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 44 4.2 GIRO DO ATIVO .................................................................................................... 44 4.3 MARGEM LÍQUIDA E MARGEM OPERACIONAL .................................................. 45 4.2.1 Margem Líquida ............................................................................................ 45 4.2.2 Margem Operacional .................................................................................. 45 4.4 RENTABILIDADE DO ATIVO ................................................................................... 46 4.5 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................ 47 4.6 EBITDA ................................................................................................................... 48 4.7 EVA (ECONOMIC VALUE ADDED) ....................................................................... 48 4.8 RESUMO DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE ............................................... 50 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 51 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 4 ÍNDICES DE ATIVIDADES ......................................................................... 56 5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 56 5.2 CICLO OPERACIONAL E FINANCEIRO ................................................................ 56 5.3 PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (PME) ................................................................ 59 5.4 PRAZO MÉDIO DE FABRICAÇÃO (PMF)............................................................... 60 5.5 PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS (PMRV) ....................................... 60 5.6 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS (PMPC) .................................... 61 5.7 RESUMO DAS FÓRMULAS PRAZOS MÉDIOS......................................................... 62 5.8 A INTER RELAÇÃO DOS ÍNDICES DO PRAZO MÉDIO .......................................... 62 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 65 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO ............................................... 69 6.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 69 6.2 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ATIVO CIRCULANTE ........................................ 69 6.3 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO ........................................................................... 70 6.4 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO .................................................................... 71 6.5 SALDO EM TESOURARIA ....................................................................................... 74 6.6 ANALISANDO CCL, NCG, ST ................................................................................ 75 6.5.1 Situação Financeira Tipo I Excelente ......................................................... 75 6.5.2 Situação Financeira Tipo II Sólida ............................................................... 76 6.5.3 Situação Financeira Tipo III Insatisfatória .................................................. 77 6.5.4 Situação Financeira Tipo IV Péssima......................................................... 77 6.5.5 Situação Financeira Tipo V Muito Ruim ..................................................... 78 6.5.6 Situação Financeira Tipo VI Alto Risco ...................................................... 78 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 80 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ........................................... 84 REFERÊNCIAS ...................................................................................... 85 UNIDADE 05 UNIDADE 06 5 CONFIRA NO LIVRO Nesta unidade serão discutidos conceitos que possibilitará ao leitor entender o a definição de contabilidade e sua função, quais são os objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras, como se faz um relatório de Análise das Demonstrações Financeiras e uma visão geral dos relatórios contábeis. Nessa unidade iremos abordar os conceitos das técnicas de avaliação empresarial, Análise Horizontal, Análise vertical, e os indicadores de liquidez, bem como iremos aprender a forma correta de se calcular e analisar. O foco do nosso estudo passa a ser o aspecto financeiro da empresa. Nessa unidade iremos abordar os indicadores de estrutura de capital, onde iremos entender a composição do endividamento da empresa, a participação de capital de terceiros na empresa e a aplicação e origem dos recursos financeiros da empresa. O foco do nosso estudo passa a ser o aspecto financeiro da empresa. Nessa unidade iremos estudar os indicadores de rentabilidade que respondem a alguns questionamentos dos investidores, tais como: Como está a minha rentabilidade? Como está o meu lucro? Será que já terei retorno sobre o capital/dinheiro que eu investi? O foco do nosso estudo passa a ser o aspecto econômico da empresa. Nessa unidade iremos estudar os índices de atividades ou prazos médios, são ferramentas que buscam mensurar a performance das diversas etapas do ciclo operacional da empresa, buscando a partir do conhecimento do ciclo operacional e financeiro da empresa construir modelos de análise do capital de giro e do fluxo de caixa. Nessa unidade iremos estudar os desafios que as empresas enfrentam para sustentar a situação financeira tranquila, de tal forma que os acordos assumidos sejam cumpridos. Para tanto três instrumentos são apresentados: Capital circulante líquido (CCL), Necessidade de capital de giro (NCG) e Saldo em tesouraria (ST). 6 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 1.1 O QUE É CONTABILIDADE E QUAL A SUA FUNÇÃO? A Contabilidade é a ciência que evidencia o patrimônio e resultado da empresa em forma de relatórios. A contabilidade fornece informações sobre o que aconteceu com a empresa em uma determinada data, ou seja, a contabilidade conta a história da empresa, desde a sua constituição até o momento atual. Segundo Marion (2009, p. 28), “A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa”. Daí sua função de fornecer dados para a análise das demonstrações financeiras com o objetivo de retirar o máximo de informações para a tomada de decisões. A Contabilidade surgiu para atender a uma necessidade gerencial. A informação contábil tem a necessidade de atender as necessidades dos usuários interno e externo auxiliando assim a tomada de decisão. Ela retrata a realidade econômica, financeira e social de uma empresa para vários usuários. 1.2 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Segundo Matarazzo (2010, p. 03)“A Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões”.A Contabilidade na pessoa do Contador registra as operações ocorridas na empresa, ou seja, procura captar, organizar e reunir dados fornecidos por ela, tais como notas fiscais de compra, de vendas, movimentação financeira etc. e seu resultado final são os relatórios contábeis (demonstrações contábeis). Já o Analista de Balanços UNIDADE 7 volta-se com as demonstrações financeiras decompostas em informações que permitam concluir se a empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se irá falir ou se continuará. As demonstrações Financeiras abastecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis e a Análise de Balanços transforma esses dados em informações e será mais eficiente quanto melhores informações produzir. Mas qual a diferença existente entre dados e informações? Dados são números ou definição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor e Informações demonstram, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão, frequentemente acompanhada de um efeito inesperado. As demonstrações financeiras somam aproximadamente 400 dados, daí a seriedade de se transformar os 400 dados em informação e essa é a função da Análise de Balanços, vamos a um exemplo: As demonstrações financeiras mostram que a empresa tem $ milhares de dívida. Isto é um dado. A conclusão de que a dívida é excessiva ou é normal, de que a empresa pode ou não paga-la é informação. 1.3 METODOLOGIA DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A Análise de Balanços (análise das demonstrações financeiras ou contábeis) baseia-se no raciocínio científico. Como você toma decisão? Sem pensar sobre o assunto, correndo o risco de tomar decisões erradas ou você pensa antes de tomar uma decisão importante? Certamente precisamos pensar e analisar todos os detalhes antes de tomar as nossas decisões. Nas empresas as decisões impactam a vida de toda uma comunidade, logo é necessário que se conheça muito bem o negócio da empresa e também como está a situação econômica e financeira dela. Dessa forma, a análise de balanços utiliza o raciocínio cientifico para produzir informações que auxiliaram na tomada de decisão. A Figura 1demonstra o processo de tomada de decisões: 8 Figura 1: Esquematização do processo de tomada de decisões Fonte: Adaptado de Matarazzo (2010) Na etapa 1 o analista irá escolher quais indicadores/dados servirá de base/análise, na etapa 2 ele fará as comparações dos indicadores com anos anteriores ou com padrões estabelecidos por ele, na 3 etapa o analista fará uma análise da situação econômica e financeira da empresa e na etapa 4 junto com os gestores chegarão a decisões. Mas quais são as técnicas que posso utilizar para analisar uma demonstração contábil? É o que vamos ver no tópico seguinte. 1.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Os primeiros passos da análise de Balanços ocorreram no final do século passado e no Brasil, ela só se difundiu nos anos 70. Os bancos eram os principais usuários dessa informação. Seu uso tornou-se obrigatória nos Estados Unidos em 1915 e se espalhou pelo mundo. No Brasil o Serasa criado em 1968 é considerada uma central de análise de Balanços de Bancos e empresas. Podemos citar como técnicas de Análise das Demonstrações Contábeis: a) Análise vertical e horizontal b) Análise de Capital de Giro c) Análise de Liquidez d) Análise de estrutura de capital e) Análise de Rentabilidade f) Indicadores de atividade 9 1.5 RELATÓRIO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS O resultado da Análise de balanços são os relatórios escritos em linguagem corrente, recomenda-se uso de gráfico como auxiliares. Os relatórios devem ser produzidos como se fossem dirigidos para leigos, ainda que não sejam e demonstrar os elementoscontidos nas demonstrações financeiras, deve haver uma “conversa” entre os dados índices e as informações o que o dado quer dizer. Mas o que incluir no relatório? Deve-se relatar a situação Financeira e a situação econômica da empresa, como foi seu desempenho no período analisado, sua eficiência na utilização dos recursos, seus pontos fortes e fracos, as tendências e perspectivas, seu quadro evolutivo das origens e das aplicações de recursos. Deve-se incluir também as causas das alterações na rentabilidade, causas das alterações na situação financeira, evidência de erros da administração, providências que deveriam ser tomadas e não foram e avaliação de alternativas econômico financeiras futuras. 1.6 REVISÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A análise de Balanço utiliza os demonstrativos contábeis das empresas que são informações úteis sobre sua performance econômica e financeira. Quais são esses demonstrativos? Os relatórios obrigatórios de acordo com a legislação são: - Balanço Patrimonial - Demonstração do resultado - Demonstração das mutações do patrimônio líquido - Demonstração de fluxo de caixa - Demonstração do Valor adicionado - Notas explicativas 10 Resumidamente podemos dizer que esses demonstrativos são elaborados pela contabilidade e servem de insumos para a análise de balanço. O Balanço Patrimonial demonstra o Ativo (bens e direitos) e as Obrigações (Exigíveis e não exigíveis e o Patrimônio líquido. A Demonstração do Resultado evidencia qual foi o resultado que a empresa obteve em um determinado período. A Demonstração das mutações do Patrimônio líquido mostra as mudanças nas contas do patrimônio Líquido da empresa. Segundo Neto (2010) A Demonstração do Fluxo de caixa permite que se analise a capacidade da empresa em honrar seus compromissos financeiros, gerar resultados de caixa futuros e sua liquidez e solvência Financeira. Já a Demonstração do Valor adicionado demonstra quanto a empresa agregou de valor no período relacionado e informado e como ela distribuiu essa riqueza. Nesse livro iremos focar nossas análises no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado. No próximo subtópico será detalhado mais informações sobre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado. 1.6.1 Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial representa o Patrimônio na empresa, ou seja, seus bens, direitos (Ativo) e obrigações exigíveis ou não (Passivo). O Balanço patrimonial demonstra a saúde financeira e econômica da empresa. No quadro abaixo detalharemos a estrutura de um Balanço patrimonial, com seus respectivos conceitos: Quadro 1: Resumo ddo que é um balanço patrimonial ATIVO PASSIVO Circulante Compreende contas que estão constantemente em giro – em movimento – sua conversão em dinheiro ocorrerá no máximo até o próximo exercício social. Circulante Compreende obrigações exigíveis que serão liquidadas no próximo exercício social: nos próximos 365 dias após o levantamento do balanço. Não Circulante Compreende todas as contas do Ativo que não tenham seus recebimentos marcados até o próximo exercício social ou que não estão a venda Não Circulante Compreende todas as contas do Passivo que não tenham seus pagamentos marcados até o próximo exercício social. Realizável a longo prazo Incluem-se nessa conta bens e direitos que Exigível a longo prazo Relacionam-se nessa conta obrigações 11 se transformarão em dinheiro após o exercício seguinte. Investimento São as aplicações e caráter permanente que geram rendimentos não necessários à manutenção da atividade principal da empresa. Imobilizado Itens de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade básica da empresa. Intangível São direitos que tenham por objetos bens incorpóreos, que não podem tocar. exigíveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano – dívidas a longo prazo Patrimônio líquido São recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o capital mais o seu rendimento – lucros e reservas. Se houver prejuízo, o total dos investimentos dos proprietários será reduzido. Fonte: Elaborado pela Autora (2020) 1.6.2 Demonstração do Resultado A cada exercício social (normalmente, um ano) a empresa deve apurar o resultado dos seus negócios. Para saber se obteve lucro ou prejuízo, a contabilidade confronta a receita (venda ou serviço) com as despesas. Se a receita foi maior que a despesa, a empresa teve lucro. Se a receita foi menor que a despesa, teve prejuízo. A DR é extremamente relevante para avaliar o desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter resultado positivo. A demonstração do Resultado é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). A receita corresponde, em geral, a venda de mercadorias ou prestação de serviços. Ela é refletida no balanço através de dinheiro no caixa (vendas à vista) ou entrada em forma de direitos a receber (vendas a prazo). A despesa é todo sacrifício, todo esforço da empresa para obter receita. Todo consumo de bens ou serviços com o objetivo de obter receita é um sacrifício, um esforço para a empresa. Ela é refletida no balanço através de uma redução do caixa/bancos ou mediante um aumento de uma dívida no passivo. Na Figura 2 abaixo detalharemos a estrutura da Demonstração do Resultado e seus respectivos conceitos: 12 Figura 2: Detalhes de Informação da DRE Fonte: Elaborado pela Autora (2020) 13 CMV: Custo das mercadorias vendidas CPV: Custo dos produtos vendidos CSP: Custo dos serviços prestados 14 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Leia com atenção as afirmativas: I. Entidade Contábil é o nome que se dá a quem mantém a contabilidade. II. A contabilidade é um poderoso instrumento para auxiliar as pessoas, sobretudo os administradores, a tomar decisões. III. Todas as movimentações, operações, medidas em dinheiro são registradas pela Contabilidade para elaborar os relatórios Contábeis. IV. Usuários são pessoas que se utilizam da contabilidade. Os principais usuários são: administradores, investidores, governo, bancos, fornecedores, clientes, etc Agora escolha a alternativa correta: a) Todas as alternativas estão erradas. b) Somente as alternativas I e IV estão erradas. c) Todas as alternativas estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão erradas. e) Somente as alternativas I e IV estão corretas 2. Assinale a opção que indica o que é evidenciado pela Demonstração do Resultado do Exercício. a) as aplicações e as origens dos recursos da entidade. b) a riqueza gerada pela entidade e pertencente à sociedade. c) a parte dos recursos financeiros gerada internamente pela entidade. d) a riqueza gerada pela entidade e pertencente ao acionista. e) a movimentação ocorrida nas contas pertencentes aos sócios da entidade. 3. A análise de Balanço abrange: a) somente o Balanço Patrimonial. b) somente a Demonstração do Resultado do Exercício. c) todas as demonstrações contábeis. 15 d) somente a demonstração do fluxo de caixa. e) somente a demonstração do valor adicionado. 4. A análise de Balanço serve para: a) conhecer o lucro da Entidade. b) conhecer somente a situação econômica da Entidade. c) conhecer somente a situação financeira da Entidade. d) Conhecer a situação econômica e financeira da Entidade. e) conhecer as notas explicativas. 5. A análise dasituação financeira é feita: a) com base no Balanço Patrimonial. b) com base na Demonstração do Resultado. c) com base na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. d) com base na demonstração do fluxo de caixa e) com base nas notas explicativas 6. A análise da situação econômica é feita: a) com base no Balanço Patrimonial. b) com base na Demonstração do Resultado. c) com base na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. d) com base na demonstração de valor adicionado. e) com base na demonstração de fluxo de caixa. 7. Fepese – 2018 – Celesc – Administrador: Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação aos conceitos para a interpretação de balanços, elaborados por Sobral e Peci (2013): (X) Ativo: conjunto de bens e direitos possuídos pela empresa. (X) Passivo: conjunto de obrigações e dívidas da empresa com terceiros. 16 (X) Patrimônio Líquido: valor contábil dos recursos próprios aplicados no negócio pelos sócios. (X) Passivo Permanente: conjunto de obrigações e dívidas exigíveis a longo prazo. (X) Ativo Circulante: conjunto de bens e direitos de curto prazo com elevada liquidez. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. a) V • V • V • V • V b) V • V • F • F • V c) V • V • V • F • F d) F • F • F • V • V e) V • V • F • F • F 8. SUGEP – UFRPE – 2016 – Administrador As demonstrações financeiras são lentes aplicadas a um negócio. Acredita-se que as demonstrações financeiras fornecem informações para aqueles que avaliam investimentos. Para analisar tais demonstrações é necessário conhecer seus aspectos formais e de conteúdo. Considerando o contexto apresentado, analise as afirmações a seguir. 1) Na Demonstração do Resultado do Exercício estão incluídas rubricas como: (i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos; (ii) lucro bruto; (iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais; (iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras; (v) resultado antes dos tributos sobre o lucro; e (vi) resultado líquido do período. 2) As demonstrações financeiras proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: (a) ativos; (b) passivos; (c) patrimônio líquido; (d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; (e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e (f) fluxos de caixa. 3) Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira que evidencia a posição financeira das empresas. Nele estão contidos os elementos patrimoniais, bens, direitos e obrigações. As contas de ativo representam aplicações de recursos, e as de passivo e de patrimônio líquido, origens de recursos. 17 4) As notas explicativas são obrigatórias e consideradas um tipo de demonstração financeira. Estão corretas: a) 1, 3 e 4, apenas. b) 1, 2 e 3, apenas. c) 1, 2 e 4, apenas. d) 2, 3 e 4, apenas. e) 1, 2, 3 e 4. 18 ANÁLISE HORIZONTAL, ANÁLISE VERTICAL E INDICADORES DE LIQUIDEZ 2.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL A Análise Vertical e a Análise Horizontal estudam as tendências da empresa, de crescimento, de redução. É uma metodologia simples e de fácil aplicação. Por meio desse tipo de análise pode-se conhecer detalhes das demonstrações financeiras que escapam à análise geral através dos índices. São indicadas como apoio à análise das demonstrações financeiras, estes cálculos permitem comparações, tendências e deduções de bom senso para melhor interpretar outros indicadores. O Objetivo da Análise Vertical é despontar a importância de cada conta em relação à Demonstração Financeira a que pertence e, através da comparação permitir deduzir se há itens fora de proporções normais. Já o objetivo da Análise Horizontal é mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa. 2.1.1 Análise Vertical A finalidade da análise Vertical é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em relação a determinada base, ela é para um único ano. Calcula-se o percentual de cada conta em relação a um valor-base. Por exemplo, num Balanço Patrimonial, podemos querer verificar quanto o Ativo circulante representa com relação ao Ativo total. Basta dividir a cifra do ativo circulante pela cifra do ativo total, multiplicar o resultado por cem e colocar o sinal de percentagem. Logo, no Balanço Patrimonial o valor base é o total do Ativo ou o Total do Passivo e na Demonstração do Resultado o valor base são as receitas. UNIDADE 19 Observe a Tabela 1 abaixo: Tabela 1: Exemplo de cálculo da Análise Vertical de um Balanço Patrimonial. BP Ano 1 AV Ano 2 AV Ano 3 AV Ativo Ativo Circ. 100.000 17,86% 110.000 16,08% 95.000 12,98% RLP 160.000 28,57% 184.000 26,90% 192.000 26,23% Ativo Fixo 300.000 53,57% 390.000 57,02% 445.000 60,79% Total A 560.000 100% 684.000 100% 732.000 100% Passivo Passivo Circulante 70.000 12,5% 90.300 13,20% 106.400 14,54% ELP 150.000 26,78% 200.000 29,24% 235.000 32,10% PL 340.000 60,71% 393.700 57,56% 390.600 53,36% Total P 560.000 100 684.000 100 732.000 100 Fonte: Elaborado pela Autora (2020) Do Tabela 1 podemos extrair várias apreciações, por exemplo, o percentual de 17,86% do Ativo Circulante no ano 1, nos mostra que o Ativo circulante representava 17,86% do seu Ativo Total. Na Tabeal 2 veremos como fica os cálculos da análise vertical para uma Demonstração do Resultado. Tabela 2: Análise vertical para uma Demonstração do Resultado DR Ano 1 AV Ano 2 AV Ano 3 AV Receita 830.000 100 1.260.000 100 2.050.000 100 (-) CMV -524.167 63,15% -840.500 66,71% -1.594.600 77,78% = Luc Bruto 305.833 36,85% 419,500 33,29% 455.400 22,21% (-) Desp. Administrativa -139.500 16,81% -190.000 15,08% -277.500 13,54% (-) Desp. Financeira -88.000 10,60% -140.000 11,11% -186.000 9,07% = Resultado 78.333 9,44% 89.500 7,10% -8.100 0,39% (-) IR e CS -31.333 3,76% -35.800 2,84% 0 Resultado Final 47.000 5,66% 53.700 4,27% -8.100 0,39% Fonte: Elaborado pela Autora (2020) Na demonstração do resultado podemos verificar que o indicador de 66,71% do CMV do ano 2, representa que nesse ano o CMV representava 66,71% do total das receitas. 20 2.1.2 Análise Horizontal A análise Horizontal é o método que possibilita estabelecer as proporções entre cada elemento em análise, de um exercício social, e o mesmo elemento ou informação em outros exercícios, através da evolução percentual que permite a comparação por tendência positivas ou negativas. O propósito da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações financeiras. É quando comparamos valores ou índices de dois ou mais anos. É a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. Temos a fómula (1): Número índice = V V (1) Onde: Número índice = relação existente entre o valor de uma conta contábil (ou grupo de contas) em determinada data (Vd) e seu valor obtido na data- base (Vb) VD = Vd é o ano que se pretende comparar VB = Exprime o ano que se efetua a comparação. Na Tabela 3 temos o cálculo da Análise Horizontal: 21 Tabela 3: Cálculo da Análise Horizontal Descrição 31/12/2018 AH 31/12/2017 AH 31/12/2016 Ativo Total 26.523.851 102% 25.984.477 99% 26.254.745 Ativo Circulante 8.324.317 115% 7.254.755 113% 6.420.478 Ativo Não Circulante 18.199.53497% 18.729.722 94% 19.834.267 Ativo Realizável a Longo Prazo 4.700.822 114% 4.115.862 96% 4.265.283 Investimentos 1.088.094 103% 1.054.052 94% 1.126.176 Imobilizado 11.715.022 91% 12.882.618 94% 13.748.890 Intangível 695.596 103% 677.190 98% 693.918 Fonte: Elaborado pela Autora (2020) Tendo por base a conta do Ativo circulante podemos verificar que seu índice em 2018 foi de 115% {(8.324.317/7.254.755) x 100} e nos mostra que essa conta teve um crescimento de 15% comparado com o ano de 2017. 2.2 INDICADORES DE LIQUIDEZ Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que mira evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa. Assim os índices são divididos em indicadores que evidenciam aspectos da situação financeira e econômica da empresa. Os índices financeiros são divididos em índices de estrutura e liquidez e os índices econômicos os índices de rentabilidade. Logo, temos: Estrutura Situação Financeira Liquidez Situação Econômica Rentabilidade 22 Os índices de Estrutura, mostram as decisões financeiras em termos de obtenção e aplicação de recursos. Os índices de Liquidez, mostram quão sólida é a base financeira da empresa. Os índices de Rentabilidade, mostram a rentabilidade dos capitais investidos, isto é quanto rendem os investimentos e qual o grau de êxito econômico da empresa. Nessa unidade iremos tratar do índice de liquidez e nas posteriores estudaremos os outros indicadores. A liquidez de uma empresa revela sua capacidade de cumprir as obrigações de curto prazo à medida que vencem. Como uma liquidez baixa ou declinante é um precursor comum de dificuldade financeira e falência, esses índices são vistos como bons indicadores de problemas de fluxo de caixa. Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices que, a partir do confronto dos Ativos circulantes com as dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa. 2.2.1 Liquidez Geral Este indicador serve para detectar a saúde financeira (no que se refere à liquidez) de longo prazo do empreendimento. Quanto maior a liquidez mais elevada se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro. Para calcularmos eu valor usamos a equação (2): Liquidez Geral = Ativo circulante + realizável a longo prazo Passivo circulante + elegível a longo prazo (2) Indica quanto a empresa possui de ativo circulante + realizável a longo prazo para cada $ 1 de dívida total. Quanto maior for o resultado melhor. 23 2.2.2 Liquidez Corrente Esse indicador relaciona de quantos reais dispomos, imediatamente disponíveis e conversíveis em certos prazos em dinheiro, com relação às dívidas de curto prazo. Calulamos a liquidez corrente com a equação (3): Liquidez corrente = Ativo circulante Passivo circulante (3) Indica quanto a empresa possui de ativo circulante para cada $ 1 de passivo circulante. Quanto maior melhor. 2.2.3 Liquidez Seca Este é um indicador muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador estamos eliminando uma fonte de incertezas. Calculamos a liquidez seca por meio da equação (4): Liquidez seca = Ativo circulante − estoque Passivo circulante (4) Indica quanto a empresa possui de ativo líquido para cada $ 1 de passivo circulante. Quanto maior melhor. 2.2.4 Liquidez Imediata A liquidez imediata é determinada pela relação existente entre o disponível e o passivo circulante. Calculamos a liquidez imediata por meio da equação (5): Liquidez Imediata = Disponível Passivo circulante (5) Demonstra a porcentagem das dívidas de curto prazo (passivo circulante) que pode ser saldada imediatamente pela empresa, por suas disponibilidades de caixa. Evidentemente, quanto maior se apresentar esse índice, maiores serão os 24 recursos disponíveis mantidos pela empresa. 2.2.5 Resumo com os indicadores de liquidez No Quadro abaixo será demonstrado um resumo dos indicadores de liquidez estudados nessa unidade. Quadro 2: Resumo Indicadores de liquidez Indicadores Equação Conceito Parâmetro Geral 2 Capacidade de a empresa pagar todos os seus compromissos, sem ter que lançar mão dos valores representativos do seu ativo permanente. Quanto maior, melhor Corrente 3 Capacidade de pagamento de dívidas de curto prazo Acima de 1, sendo considerado normal 1,50. É ótimo quando for superior a 2,00 Seca 4 Idem, liquidez corrente, tirando o estoque por não serem facilmente realizáveis Quanto maior, melhor. Imediata 5 Capacidade de pagamento de todo passivo circulante apenas com recursos de caixa Quanto maior, melhor Fonte: Elaborado pela Autora (2020) 25 26 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (UFPR – 2018 – Coren – PR – Contador) Considere as afirmativas abaixo, acerca da situação patrimonial e do desempenho econômico e financeiro da Companhia Curitiba para os períodos encerrados em 31/12/X1 e 31/12/X0: • Em 31/12/X1 os ativos imobilizados representavam 60% dos ativos totais da Companhia Curitiba. • Houve uma redução de 30% no montante de empréstimos a pagar entre 31/12/X1 e 31/12/X0. • O resultado do período X1 cresceu 28% em relação ao resultado do período X0. • As receitas financeiras representaram 8% das receitas totais do período X1. • Houve uma redução de 18% no valor das despesas gerais administrativas em X1 quando comparadas a X0. Com base nos conceitos de Análise Horizontal e Vertical da Análise de Demonstrações Contábeis, assinale a alternativa com a sequência correta do tipo de análise efetuada, de cima para baixo. a) vertical – vertical – horizontal – vertical – vertical. b) horizontal – vertical – vertical – horizontal – vertical. c) horizontal – horizontal – vertical – vertical – horizontal. d) vertical – horizontal – horizontal – vertical – horizontal. e) vertical – horizontal – horizontal – horizontal – vertical. 2. Para responder à questão observe e analise o Balanço Patrimonial da empresa abaixo dos anos de 2015 e 2016. Ativo Circulante 2015 AV 2.016 AV AH Caixa 242.371 2,93% 497.701 5,51% 205,35% Clientes 475.726 5,75% 583.513 6,46% 122,66% Outras Contas a receber 76.259 0,92% 147.881 1,64% 193,92% Estoque 31.965 0,39% 20.135 0,22% 62,99% Total Ativo circulante 826.321 10,00% 1.249.230 13,84% 151,18% Não circulante Realizável a Longo Prazo Contas a receber 1.172.767 14,19% 1.120.476 12,41% 95,54% 27 Investimentos 22.060 0,27% 22.060 0,24% 100,00% Imobilizado 185.699 2,25% 198.623 2,20% 106,96% Intangível 6.060.461 73,31% 6.437.748 71,31% 106,23% Total Não Circulante 7.440.987 90,00% 7.778.907 86,16% 104,54% Total do Ativo 8.267.308 100,00% 9.028.137 100,00% 109,20% Passivo Circulante 2015 AV 2.016 AV AH Fornecedores 111.494 1,35% 172.440 1,91% 154,66% Empréstimos 371.225 4,49% 228.981 2,54% 61,68% Férias 76.949 0,93% 85.172 0,94% 110,69% Tributos 50.122 0,61% 47.774 0,53% 95,32% Outras Contas a pagar 362.465 4,38% 329.273 3,65% 90,84% Total Passivo Circulante 972.255 11,76% 863.640 9,57% 88,83% Não Circulante Exigível a Longo prazo Empréstimos 2.761.449 33,40% 3.174.233 35,16% 114,95% Patrimônio Liquido Capital Social 2.636.499 31,89% 2.773.985 30,73% 105,21% Reservas Pat Líquido 1.897.105 22,95% 2.216.279 24,55% 116,82% Total do Não circulante 7.295.053 88,24% 8.164.497 90,43% 111,92% Total do Passivo 8.267.308 100,00% 9.028.137100,00% 109,20% Com base nos percentuais das análises verticais e horizontais apresentados no Balanço Patrimonial acima, assinale a afirmativa CORRETA: a) a conta total do ativo circulante em 2015 representava 13,84% do total do ativo e em 2016 esse valor teve uma queda passando a representar 10% do total do ativo. b) a conta total do passivo circulante em 2015 representava 9,57% do total do passivo e em 2016 esse valor teve um crescimento passando a representar 11,76% do total do passivo. c) a conta do total do ativo circulante cresceu 51,18% em relação ao ano de 2015 enquanto o passivo circulante apresentou uma queda de 11,17% em relação ao ano de 2015, o que ajudou a liquidez a curto prazo da empresa em 2016. d) ocorreu um aumento de 2,31 pontos percentuais, na participação relativa do passivo não circulante sobre o passivo total do ano de 2015 para 2016. e) ocorreu uma diminuição de 7,57 pontos percentuais, na participação relativa do capital social sobre o passivo total em 2016. 28 3. Concurso Saneago – GO – 2018 (adaptado) A análise vertical das contas das demonstrações contábeis mostra a composição percentual e a participação de cada conta em relação a um valor adotado como base. A análise vertical do balanço patrimonial permite visualizar, do lado do passivo, a parcela de participação de fontes de recursos oriundos de: a) imobilizações externas e internas. b) investimentos financeiros e de capital. c) capital de terceiros e próprios. d) fundos monetários e não monetários. e) dos ativos circulantes e não circulantes. 4. (Concurso Copasa – Fumarc 2018) A Análise Vertical das fontes de recursos da Cia. Tomaz & Valdir em 31/12/20X1 estava assim representada: Considerando as informações, é correto afirmar: a) O principal componente dos Capitais de Terceiros é a conta Fornecedores, que representa 23% das fontes de recursos. b) Os Capitais de Terceiros correspondem a 60% do total das fontes de recursos da Cia. c) Os Capitais Próprios correspondem a 32% do total das fontes de recursos da Cia. d) Os empréstimos de curto prazo são altamente expressivos em relação ao total da dívida da empresa. e) Os salários, impostos, contribuições e obrigações sociais representam 20% do total. 29 5. Segundo Matarazzo (2010), a análise das Demonstrações Contábeis deve partir do geral para o particular. Sendo assim, inicia-se a análise por meio do cálculo dos Índices e, em seguida, aplicam-se as Análises Vertical e Horizontal. Neste contexto, analise o Balanço Patrimonial da Cia. Descomplica e assinale a alternativa CORRETA: a) o imobilizado representa 25,46% aproximadamente do ativo total. b) o índice de liquidez seca da CIA. descomplica é de 0,83 aproximadamente. c) o passivo circulante representa 47,11% e o exigível a longo prazo 12,52% aproximadamente do total do passivo. d) considerando a análise vertical, pode-se afirmar que o patrimônio líquido da cia. descomplica apresenta o percentual de 29,36% aproximadamente. e) de acordo com a análise vertical do balanço patrimonial da cia. descomplica, a conta clientes representa o percentual de 39,33% aproximadamente e a conta estoques de 28,55% aproximadamente. 30 6. Utilize do balanço patrimonial a seguir para responder à questão. Obs. trabalhar com apenas a segunda casa decimal após a vírgula e não aplicar o critério de arredondamento. Assinale a alternativa que indica o valor, em Reais, em 31 de dezembro de 2018, do índice de liquidez seca. a) 1,18 b) 1,20 c) 1,27 d) 1,35 e) 1,39 7. Baseado no Balanço Patrimonial descrito a seguir e utilizando-se dos conceitos teóricos de análise das Demonstrações Contábeis, responda às questões a seguir: 31 Circulante 2018 2017 Circulante 2018 2.017 Caixa 2.890.144 2.555.338 Fornecedores 4.119.057 3.179.954 Clientes 3.201.656 2.798.420 Empréstimos 1.824.938 2.004.341 Aplicação Financeira 459.470 821.518 Salários e Encargos 588.627 443.859 Estoque 9.167.689 6.701.404 Tributos 747.227 354.343 Outras Contas a Receber 1.784.123 5.105.433 Outras Contas a pagar 1.224.404 1.731.623 Total Ativo circulante 17.503.082 17.982.113 Total Passivo Circulante 8.504.253 7.714.120 Não circulante Não Circulante Realizável a Longo Prazo 6.915.178 5.732.376 Exigível a Longo prazo 16.838.205 18.693.700 Investimentos 1.367.802 1.280.299 Patrimônio Liquido Imobilizado 15.546.481 16.443.742 Capital Social 19.249.181 19.249.181 Intangível 9.948.486 8.863.231 Reservas Pat Líquido 6.689.390 4.644.760 Total Não Circulante 33.777.947 32.319.648 Total do Não circulante 42.776.776 42.587.641 Total do Ativo 51.281.029 50.301.761 Total do Passivo 51.281.029 50.301.761 Ativo Passivo O índice de Liquidez imediata (Disponibilidades-PC) e Liquidez geral de 2018 é respectivamente (aproximadamente): a) 0,86 e 0,90 b) 0,06 e 0,93 c) 0,26 e 0,33 d) 0,34 e 0,96 e) 0,23 e 0,40 8. (Concurso AOCP PE 2019, Adaptado)Uma sociedade empresária apresentou as seguintes informações extraídas de sua contabilidade: Disponibilidades R$ 3.000,00 Estoque de Mercadorias R$ 1.000,00 Ativo Realizável a Longo Prazo R$ 1.000,00 Ativo Circulante R$ 5.000,00 Ativo Não Circulante R$ 5.000,00 Passivo Circulante R$ 2.000,00 Passivo Não Circulante R$ 1.000,00 Patrimônio Líquido R$ 7.000,00 32 Com base nas informações fornecidas pela contabilidade da sociedade empresária, assinale a alternativa que apresenta o índice de liquidez imediata, o índice de liquidez corrente, o índice de liquidez seca e o índice de liquidez geral, respectivamente. a) 1,5 / 2,5 / 2 / 3,33. b) 2,5 / 1,5 / 1,5 / 2. c) 1,5 / 2,5 / 1,5 / 2. d) 1,5 / 2,5 / 2 / 2. e) 3,5/ 2,5/ 1,6/ 1,6 33 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL 3.1 INTRODUÇÃO Os índices desse grupo apresentam as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos, estabelecem relações entre as fontes de financiamento próprio e de terceiros, com o objetivo de evidenciar a dependência da entidade em relação aos recursos de terceiros. 3.2 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS (ENDIVIDAMENTO) O indicador de endividamento, calculado pela equação (6) mostra quanto a empresa tem de dívidas com terceiros (passivo circulante + passivo não circulante) para cada real de recursos próprios (patrimônio Líquido). Demonstra a dependência que a empresa possui com relação a terceiros e, quais riscos a que está sujeita. Grau de endividamento = Capital de Terceiros Patrimônio Líquido ∙ 100 (6) Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido. Interpretação: Quanto menor, melhor. UNIDADE 34 Exemplo: Dados da Cia A: Capital de terceiros em X1 é 1.655.317 e em X2 é 2.576.865 e Patrimônio líquido em X1 é 1.070.861 e em X2 é 1.407.185. Índices X1: 1.655.317/1.070.861 = 154% Índices X2: 2.576.865/1.407.185 = 183% Interpretação: Esses dois índices mostram que, em X, para cada $100 de capital próprio (PL), a empresa tomou $ 154 de capital de terceiros e que, em X2, para cada $ 100 próprios, tomou $ 183 emprestados. O índice de participação de capitais de terceiros indica que o endividamento da empresa piorou de X1 para X2. 3.3 COMPOSIÇÃO DE ENDIVIDAMENTO Segundo Martins, Miranda, Diniz (2019) para analisar a solvência de uma empresa, é necessário conhecer os prazos de vencimento de suas dívidas. Logo, a composição de endividamento nos mostra quanto da dívida total com terceiros é exigívelno curto prazo. Composição de Endividamento = Passivo Circulante Capitais de Terceiros ∙ 100 (7) Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais. Interpretação: Quanto menor, melhor. 35 Exemplo: Dados da Cia A: Passivo circulante em X1 é 1.340.957 e em X2 é 1.406.077 e Capital de terceiros em X1 é 1.655.317 e em X2 é 2.576.865. Índices X1: 1.340.957/1.655.317 = 81% Índices X2: 1.406.077/2.576.865 = 54% Interpretação: Esses índices indicam que em X1 a empresa tinha 81% (mais de ¾) de suas dívidas vencíveis a curto prazo e que em X2 este percentual caiu para 54% (quase metade), melhorando aquilo que se pode chamar perfil de dívida. 3.4 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO O índice imobilização do patrimônio líquido mostra a parcela do capital próprio que está acometida em ativos de baixa liquidez (ativos imobilizados, investimentos e intangíveis). Este indicador é calculado por meio da equação (8). Imobilização do patrimônio líquido = Ativo não circulante – Ativo realizável a longo prazo Patrimônio Liquido ∙ 100 (8) Indica: quanto a empresa aplicou em ativos de baixa liquidez para cada $ 100 de patrimônio líquido. 36 Interpretação: Quanto menor, melhor Exemplo: Dados da Cia A: Ativo permanente em X1 é 765.698 e em X2 é 1.714.879 e Patrimônio líquido em X1 é 1.070.861 e em X2 é 1.407.125. Índices X1: 765.698/1.070861 = 71% Índices X2: 1.714.879/1.407.185 = 121% Interpretação: Esses índices mostram que, em X1, a empresa aplicou em Ativo de baixa liquidez a importância equivalente a 71% do patrimônio líquido; em X2 esse percentual subiu pra 121%. O índice de imobilização em X2 é 121%. Isto significa que para cada $ 100 existentes de patrimônio líquido a empresa aplicou $ 121 em ativos de baixa liquidez, ou seja, imobilizou todo o patrimônio líquido mais recursos de terceiros, equivalentes a 21% do patrimônio líquido. A empresa depende inteiramente do capital de terceiros. 3.5 IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES Este indicador mostra o percentual de recursos de longo prazo aplicados nos grupos de ativos de menor liquidez (imobilizado, investimento e intangível). Imobilização de Recursos Não Correntes = Ativo Não circulante − Ativo Realizável a Longo Prazo Patrimônio líquido + exigível a longo prazo (9) Indica: que percentual de recursos não correntes a empresa aplicou no ativo de 37 menor liquidez (imobilizado, investimento e intangível). Interpretação: Quanto menor, melhor Exemplo: Dados da Cia A: Ativo de menor liquidez em X1 é 765.698 e em X2 é 1.714.879; ELP em X1 é 314.360 e em X2 é 1.170.788; Patrimônio líquido em X1 é 1.070.861 e em X2 é 1.407.185. Obs: Recursos não correntes é igual ao PL + ELP Índices X1: 765.698/1.385.224 = 55% Índices X2: 1.714.879/2.577.973 = 66% Interpretação: Estes índices mostram que a empresa destinou ao ativo de menor liquidez, respectivamente, em X1 e em X2, 55% e 66% dos recursos não correntes. Os elementos que compõe os grupos de investimento, imobilizável e intangível possuem vida útil superior aos demais ativos. Assim, desde que a empresa possua recursos no exigível cujos prazos sejam compatíveis com o prazo de duração dos elementos do Ativo não circulante, ou suficientes para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo, é possível que se financie parte do imobilizado com recursos de terceiros (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2019, p. 122) 3.6 RESUMO COM OS INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL (ENDIVIDAMENTO) No quadro abaixo estão demonstrados um resumo dos indicadores de 38 estrutura de capital (endividamento): Quadro 3: Estrutura de Capital - endividamento Indicadores Equação Conceito Parâmetro Participação de capitais de terceiros (grau de endividamento) 6 Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio. É um indicador de solvência Quanto menor, melhor. Composição de endividamento 7 Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais Quanto menor, melhor Grau de imobilização do patrimônio líquido 8 Quantos $ a empresa aplicou no Ativo fixo para cada $ 100 de PL Quanto menor, melhor Grau de imobilização dos recursos não correntes 9 Que percentual dos recursos não correntes (PL e ELP) foi destinado ao Ativo fixo Quanto menor, melhor Fonte: Elaborado pela Autora (2020) 39 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Baseado no Balanço Patrimonial descrito a seguir e utilizando-se dos conceitos teóricos de análise das Demonstrações Contábeis, responda às questões a seguir: Circulante 2018 2017 Circulante 2018 Caixa 2.890.144 2.555.338 Fornecedores 4.119.057 Clientes 3.201.656 2.798.420 Empréstimos 1.824.938 Aplicação Financeira 459.470 821.518 Salários e Encargos 588.627 Estoque 9.167.689 6.701.404 Tributos 747.227 Outras Contas a Receber 1.784.123 5.105.433 Outras Contas a pagar 1.224.404 Total Ativo circulante 17.503.082 17.982.113 Total Passivo Circulante 8.504.253 Não circulante Não Circulante Realizável a Longo Prazo 6.915.178 5.732.376 Exigível a Longo prazo 16.838.205 Investimentos 1.367.802 1.280.299 Patrimônio Liquido Imobilizado 15.546.481 16.443.742 Capital Social 19.249.181 Intangível 9.948.486 8.863.231 Reservas Pat Líquido 6.689.390 Total Não Circulante 33.777.947 32.319.648 Total do Não circulante 42.776.776 Total do Ativo 51.281.029 50.301.761 Total do Passivo 51.281.029 Ativo Passivo O Índice de composição de endividamento (PC/CT) e a participação capital de terceiros (CT/PL) de 2018 é respectivamente (aproximadamente): a) 33,56% e 95,21% b) 38,02% e 91,10% c) 39,93% e 90,80% d) 33,56% e 99,21% e) 33,56% e 97,70% 2. (Contador Transpetro 2011 – CESGRANRIO) – Informações de empresas do segmento da indústria têxtil: Empresas Alfa Beta Gama Delta Èpsilon PL (R$) 455.678,90 512.113,40 678.356,32 718.100,99 856.347,77 Capital Terceiros (R$) 309.861,65 337.994,84 440.931,61 502.670,69 530.935,62 40 Ao se considerar o índice de Endividamento, a empresa que apresenta a maior proporção é a: a) Alfa b) Beta c) Gama d) Delta e) Épsilon 3. (Concurso FCC – 2018) A Cia. dos Índices apresentava a seguinte situação patrimonial e financeira em 31/12/2017, com os valores expressos em reais: A Cia. dos Índices apresentava, em 31/12/2017, índice de: a) composição do endividamento igual a 40%. b) liquidez corrente igual a 1. c) participação de capitais de terceiros em relação ao patrimônio líquido igual a 100%. d) liquidez geral igual a 2. e) imobilização dos recursos não correntes igual a 83%. 41 4. Em 31/12/2019, uma empresa apresentava o seguinte balanço patrimonial: Sobre os índices de endividamento da empresa, assinale a afirmativa correta. a) o endividamento geral é de 0,36. b) a composição do endividamento é de 38,89%. c) as dívidas a curto prazo representam 45%. d) a participação do capital de terceiros é de 46%. e) a imobilização do patrimônio líquido é de 0,43. 5. (Concurso Nucepe 2018, adaptado) A empresa SDR S/A apresentou as seguintes informações relacionadas a seu passivo apurado no exercício de 2019: Fornecedores R$ 500,00 Comissões a pagar R$ 100,00 Pró-labore a pagar R$ 100,00 Salários a pagar R$ 200,00 Empréstimos Bancários a curto prazo R$ 1.750,00 Financiamento a longo prazo R$ 1.000,00 Capital Social R$ 2.900,00 Lucros Acumulados R$ 100,00 Considerando-se asinformações acima, o índice relativo à composição do endividamento corresponde a: a) R$ 0,64 b) R$ 0,39 c) R$ 0,72 d) R$ 0,54 e) R$ 1,00 42 6. O Balanço Patrimonial da Cia. Analítica, em 31/12/2017, apresentava a seguinte situação: Com base neste Balanço Patrimonial, é possível afirmar que a Cia. Analítica apresentava em 31/12/2017: a) aproximadamente 67% do total do endividamento vence a curto prazo. b) a participação do capital de terceiros apresenta um indicador de 72,50% c) índice de imobilização dos recursos não correntes igual a 85%. d) grau de endividamento (capital de terceiros em relação aos recursos totais) igual a 30%. e) índice de composição do endividamento igual a 40%. 7. Uma sociedade empresária apresentava os seguintes índices de endividamento geral e de composição do endividamento, nos anos de 2014 a 2016: Sobre essa sociedade empresária, assinale a afirmativa correta. a) há uma diminuição nos passivos onerosos. b) há um aumento no endividamento geral em 2016 comparado com 2015. c) há um aumento na rentabilidade. 43 d) há um aumento nos prazos de pagamento das dívidas. e) há um aumento na parcela do ativo financiada por recursos próprios. 8. Das Demonstrações contábeis de uma empresa foram retiradas as informações a seguir: Contas 2018 2019 Passivo Circulante 1.029.729 1.592.174 Exigível a Longo prazo 1.737.825 1.584.506 Patrimônio Líquido 1.671.011 1.862.183 Com base em dois indicadores de estrutura de capital da empresa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: a) a composição do endividamento melhorou no período, passando de 50,12% em 2.018 para 37,21% em 2.019 b) a participação de capital de terceiros aumentou no período 2.018/2.019, melhorando os custos financeiros da empresa c) os indicadores de composição de endividamento e participação de capital de terceiros mostram uma recuperação do ciclo operacional da empresa, pois conseguiu-se melhorar o período de recebimento das vendas d) nos dois anos analisados o indicador de participação de capital de terceiros foi de 170,59% em 2.019 e 165,62% em 2.018, mostrando uma recuperação do patrimônio líquido e por consequência uma melhora na rentabilidade do período e) os indicadores de composição de endividamento e participação de capital de terceiros mostram um crescimento do endividamento de curto prazo e também uma maior participação do capital de terceiros em relação ao capital próprio no período 2.018/2.019. 44 INDICADORES DE RENTABILIDADE 4.1 INTRODUÇÃO Os indicadores de rentabilidade mostram os resultados da empresa em relação a vendas, ativo total, patrimônio líquido ou ativo operacional, assim torna- se visível o desempenho econômico da empresa. Para Martins, Miranda e Diniz (2019, p. 165)“Rentabilidade é a alma do negócio”, pois sem rentabilidade a continuidade da empresa fica comprometida. Os indicadores deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa. Interpretam o desempenho global da empresa, medindo a capacidade da geração de lucros. A seguir iremos discutir os índices de rentabilidade: Giro do Ativo, Margem Líquida, Rentabilidade do Ativo, Rentabilidade do Patrimônio Líquido, EBITDA e EVA. 4.2 GIRO DO ATIVO Esse indicador compara as vendas da empresa com o seu investimento. É estabelecido uma relação entre as vendas líquidas e o ativo da empresa. Esse indicador, calculado pela equação (10), nos mostra quanto a empresa vendeu para cada real investido e quanto mais a empresa girar o seu ativo, melhores serão os resultados. Giro do Ativo = Vendas liq. Ativo (10) Indica: quanto a empresa vendeu para cada $ 1.00 de investimento total. Interpretação: Quanto maior, melhor Exemplo: Dados da Cia A: Vendas em X1 é 4.793.123 e em X2 é 4.425.866; Ativo em X1 é 2.726.178 e em X2 é 3.984.050 UNIDADE 45 Índices X1: 4.793.123/2.726.178 = 1,76 Índices X2: 4.425.866/3.984.050 = 1,11 Interpretação: A empresa vendeu, em X1, $ 1,76 para cada 1,00 investido: O volume de vendas atingiu 1,76 vezes o volume de investimentos. Em X2, houve queda acentuada do volume relativo de vendas: para cada $ 1,00 investido a empresa vendou $ 1,11. 4.3 MARGEM LÍQUIDA E MARGEM OPERACIONAL 4.2.1 Margem Líquida Uma empresa pode aumentar suas vendas e não conseguir transformar esse aumento em lucro. A margem de lucro liquida é calculada com a equação (11): Margem Líquida = Lucro Líq Vendas Líq ∙ 100 (11) Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos. Interpretação: Quanto maior, melhor Exemplo: Dados da Cia A: Vendas em X1 é 4.793.123 e em X2 é 4.425.866; lucro líquido em X1 223.741 e em X2 é 167.116 Índices X1: 223.741/4.793.123 = 4,66% Índices X2: 167.116/4.425.866= 3,77% Interpretação: Houve considerável queda na margem de lucro da empresa. Para cada $ 100 vendidos a empresa obteve $ 4,66 de lucro em X1 e $ 3,77 em X2. 4.2.2 Margem Operacional A margem operacional, calculada pela equação (12) indica o percentual das vendas convertido em lucro, ou seja, o percentual representado pelo lucro líquido operacional sobre as receitas liquidas. Margem Operacional = Lucro Operacional Líq. Vendas Líq ∙ 100 (12) 46 Indica: quanto a empresa obtém de lucro operacional para cada $ 100 vendidos. Interpretação: Quanto maior, melhor Exemplo: Dados da Cia A: Vendas em X1 é 3.092.000 e em X2 é 5.202.000; lucro operacional liquido em X1 618.250 e em X2 é 815.500 Índices X1: 618.250/3.092.000 = 19,99% Índices X2: 815.500/5.202.000= 15,68% Interpretação: Houve queda na margem de lucro da empresa. Para cada $ 100 vendidos a empresa obteve $ 0,1999 de lucro em X1 e $ 0,1567 em X2 e apesar do aumento das vendas a margem operacional vem diminuindo. 4.4 RENTABILIDADE DO ATIVO Esse indicador, calculado pela equação (13), é também chamado de Retorno sobre o investimento ou ”return on investment” (ROI). É um indicador muito utilizado, ele mostra o quanto a empresa obteve de resultados em relação aos investimentos nela realizados. Para que a empresa possa exercer suas atividades é necessário investimento em instalações, ferramentas, máquinas, estoques, etc., ou seja, a rentabilidade do negócio é fortemente dependente do capital investido na atividade. Rentabiliade do Ativo = Lucro Líq. Investimento ou Ativo ∙ 100 (13) Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento total. Este índice mostra quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao Ativo/investimento. Interpretação: Quanto maior, melhor Exemplo: Dados da Cia A: Lucro líquido em X1 223.741 e em X2 é 167.116; ativo em X1 2.726.178 e em X2 3.984.050 Índices X1: 223.741/2.726.178 = 8,20% Índices X2: 167.116/3.984.050 = 4,19% 47 Interpretação: Para cada $ 100 investidos, a empresa ganhou $ 8,20 em X1 e $ 4,19 em X2. Houve, portanto, apreciável queda na rentabilidade do Ativo de um exercício para outro. Raciocinando segundo dados de X1, a empresa demoraria 9 anos para dobrar o seu Ativo, contando exclusivamente com seu lucro. 4.5 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO O índice de retorno sobre o patrimônio líquido mostra os resultados alcançados pela administração da empresa na gestão dos recursos próprios e de terceiros, em benefício ao acionista/investidor/sócio, ou seja, demonstra a capacidade da empresa em remunerar o capital que foi investido pelos sócios. Rentabilidade Líq = LucroLíq. Patrimônio Líq ∙ 100 (14) Indica: O índice de rentabilidade do patrimônio líquido, indica quanto a empresa obteve de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido. O papel desse índice é mostrar qual a taxa de rendimento do capital próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como poupança, CDBs etc. Com isso pode-se avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. Intepretação: Quanto maior, melhor. Exemplo: Dados da Cia A: Lucro líquido em X1 223.741 e em X2 é 167.116; Patrimônio líquido médio em X1 (PL Inicial de 821.827 + PL final de 1.070.861 dividido por 2 e igual a 946.344) e Patrimônio líquido médio em X2 (PL Inicial de 1.070.861 + PL final de 1.407.185 dividido por 2 e igual a 1.234.023) Índices X1: 223.741/946.344 = 23,64% Índices X2: 167.116/1.234.023 = 13,48% Interpretação: Para cada $ 100 de capital próprio investido, a empresa conseguiu $ 48 23,64 de lucro em X1. A taxa de 23,64% é superior ao que oferecem os títulos de mercado, que oscilam em torno de 6%. Em X2, entretanto, ocorreu queda acentuada na rentabilidade da empresa. A rentabilidade empresarial, porém, é assim mesmo: num ano acima das taxas de mercado, noutro, abaixo e noutro em torno delas. 4.6 EBITDA Com a globalização dos mercados, medidas de desempenho econômico- financeiro que possam tornar comparáveis os resultados mensurados em diferentes países se tornam extremamente desejáveis. É esse o caso da medida financeira conhecida por EBITDA, cujo nome é a sigla composta pelas iniciais dos termos Earning Before Interest, Taxes, Depreciation/Depletion and Amortization. Em português tem sido comumente traduzida por lucro antes dos juros, impostos sobre os lucros, depreciações/exaustões e amortizações. O EBITDA é calculado mediante a equação (15) EBITDA = ResultadoLíq + Desp. Depreciação + Desp. Exaustão + Desp. Amort. + Desp. Fin. + Imposto de Renda e Contribuição Social (15) O EBITDA poderia ser equivalente ao conceito de fluxo de caixa operacional da empresa, medido antes do imposto de renda. No entanto, parte das receitas consideradas no EBITDA pode não ter sido recebida, assim como parte das receitas consideradas pode ainda não ter sido paga. Assim, segundo Assaf Neto (2010, p. 196), o EBITDA pode ser interpretado como “um indicador do potencial de geração de caixa proveniente de ativos operacionais”. 4.7 EVA (ECONOMIC VALUE ADDED) O EVA é uma marca registrada da empresa Stern Steward & Co. que sinaliza a capacidade da empresa de arcar com todas as suas despesas, remunerar o capital próprio e gerar resultados positivos. Em outras palavras, o EVA mostra o desempenho da empresa, medido pelo 49 resultado obtido menos o custo do financiamento de capital (próprio) da empresa, ou seja, o valor só é criado quando o retorno sobre o capital da empresa é maior que o custo desse capital. O custo do capital próprio não é contabilizado, mas está sempre presente. Ele representa o mínimo que os sócios esperam ganhar com seu investimento; se esse mínimo não for esperado, eles simplesmente não investem no negócio. Note-se que esse custo do capital próprio está sempre associado ao risco do negócio. Como pode ser notado, o EVA pode refletir tanto a medida de valor de um empreendimento quanto sua performance. Seu cálculo se da por meio da equação (1) a seguir: EVA = LOLAI − (CCP% ∙ PL) (16) Onde: LOLAI = lucro operacional líquido após os impostos CCP% = custo do capital próprio (em percentagem) PL = patrimônio líquido (inicial) 50 4.8 RESUMO DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE Abaixo estão um resumo dos indicadores de rentabilidade: Quadro 4: Indicadores de Rentabilidade Símbolo Índice Equação Indica Interpretação V/AT Giro do ativo 10 Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total Quanto maior, melhor LL/V Margem liquida 11 Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos Quanto maior, melhor LL/AT Rentabilidade do ativo 13 Quanto a empresa obtém de lucro para CAD $ 100 de investimento total Quanto maior, melhor LL/PL Rentabilidade do patrimônio liquido 14 Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido, em média, no exercício. Quanto maior, melhor EBITDA 15 Conceito de fluxo de caixa operacional da empresa, medido antes do imposto de renda EVA 16 Capacidade da empresa de arcar com todas as suas despesas, remunerar o capital próprio e gerar resultados positivos Fonte: Elaborado pela Autora (2020) 51 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Uma sociedade empresária apresentou os seguintes indicadores nos últimos três exercícios: Indicador 2016 2017 2018 Quociente de Endividamento 1,0 2,0 3,0 Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido 18% 21% 24% Rentabilidade sobre o Ativo 15% 15% 15% Margem Líquida 10% 6% 5% A partir da análise dos indicadores, é CORRETO afirmar que: a) a elevação do endividamento ao longo dos anos tem reduzido a rentabilidade proporcionada aos proprietários. b) a taxa de retorno sobre o Ativo tem se mantido em 15% apesar da queda na margem líquida, porque a empresa tem aumentado o giro do ativo. c) do ponto de vista dos proprietários, a empresa está a cada dia menos lucrativa e menos arriscada. d) o custo médio do capital de terceiros é superior a 15% a.a., uma vez que a rentabilidade do Patrimônio Líquido supera a rentabilidade sobre o Ativo. e) o custo médio do capital de terceiros é superior a 14% a.a., uma vez que a rentabilidade do Patrimônio Líquido supera a rentabilidade sobre o Ativo. 2. Abaixo são apresentados alguns dados fornecidos por uma empresa Indicador 2017 2018 Liquidez corrente 1,97 1,82 Participação Capital Terceiro 61,70% 73,28% Composição de endividamento 22,48% 22,63% Margem Líquida 8,62% 47,49% Rentabilidade do ativo 4,08% 17,23% Com relação às informações, escolha a afirmativa correta: a) a liquidez corrente da empresa piorou significativamente de um exercício para outro. b) a composição de endividamento da empresa apresenta um indicador de 22,48% para 2017 e 22,63% para 2018 e corresponde a percentual de dívidas que 52 vencem a longo prazo. c) a empresa apresentou um desempenho econômico ruim em 2018 o que é demonstrado pela margem de lucro líquida de 8,62%. em 2017 essa margem de lucro líquido era muito mais atrativa. d) a participação de capital de terceiros sofreu uma redução em 2018 comparando com o ano de 2017, o que pode ser um sinal de que os sócios estão investindo mais na empresa e acreditando no potencial de crescimento. e) analisando o indicador de rentabilidade do ativo percebemos um crescimento na rentabilidade em 2018 comparando com o ano de 2017. a margem líquida também teve um crescimento significativo em 2018 comparando com o ano de 2017. 3. (Contador Petrobras 2011b – CESGRANRIO) Os dados a seguir foram extraídos da contabilidade da Cia. Lântida S/A. Anos 2009 2010 Custo de Oportunidade 8% 10% Lucro Líquido 1.500.000,00 2.500.000,00 Ativo Operacional 8.500.000,00 9.800.000,00 Patrimônio Líquido 10.000.000,00 12.000.000,00 Considerando o indicador EVA (Economic Value Added) ou VEA (Valor Econômico Agregado), o resultado do EVA, em 2009 e 2010, respectivamente, foi, em reais, de a) 920.000,00 e 1.450.000,00 b) 800.000,00 e 1.200.000,00 c) 700.000,00 e 1.300.000,00 d) 680.000,00 e 980.000,00 e) 120.000,00 e 250.000,00 4. Os dados a seguir foram retirados da contabilidade da Cia Modelo: VendasBrutas R$ 2.500.000,00; Impostos sobre Vendas R$ 500.000,00; Lucro antes do IR e CS R$ 500.000,00; Provisão para IR e CS R$ 100.000,00; Bens e Direitos $ 1.000.000,00; obrigações R$ 200.000,00. Com base nesses valores, é correto afirmar que o índice de Margem líquida e a Rentabilidade do Patrimônio Líquido 53 são, respectivamente: a) 0,16 / 0,40. b) 0,40 / 0,16. c) 0,20 / 0,50. d) 0,25 / 0,62. e) 0,40 / 0,62. 5. Dos demonstrativos contábeis de uma sociedade empresária foram extraídos os seguintes dados, relativos ao exercício social de 2019: Considerando-se os dados acima, o percentual correspondente à rentabilidade do patrimônio líquido da mencionada sociedade é: a) 29,69% b) 37,50% c) 76,61% d) 96,77% e) 85,25% 6. Os Índices de Rentabilidade, via de regra, relacionam os resultados obtidos pela empresa com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, ou seja, valor de vendas, ativo total, patrimônio líquido ou ativo operacional. Acerca dessa temática, associe a primeira com a segunda coluna, numerando os parênteses: (1) Retorno sobre o investimento (2) Giro do ativo (3) Margem operacional (4) Retorno sobre o patrimônio líquido (5) Alavancagem financeira 54 (X) Ocorre quando a empresa consegue recursos de terceiros com taxas inferiores aos resultados proporcionados pela aplicação desses recursos na empresa. (X) Expressa os resultados alcançados pela administração da empresa na gestão de recursos próprios e de terceiros, em benefício dos acionistas. (X) Indica o percentual das vendas convertidas em lucro. (X) Esse índice compara as vendas da empresa com o seu investimento. (X) Esse índice evidencia o quanto a empresa obteve de resultados em relação aos investimentos nela realizados. A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: a) 2; 1; 5; 4; 3. b) 3; 2; 1; 5; 4. c) 4; 3; 2; 1; 5. d) 5; 4; 3; 2; 1. e) 5; 1; 3; 2; 4. 7. Considere os seguintes dados do D.R.E e do Balanço Patrimonial no exercício 20X3. Assinale a alternativa que apresenta o retorno sobre o investimento, a margem operacional e o retorno sobre o Patrimônio Líquido. a) 0,09% – 0,21% – 0,12%. 55 b) 12% – 16% – 17,4%. c) 29% – 12,62% – 17,4%. d) 9,1% – 12,62% – 11,02%. e) 9,1% – 21,74% – 12,02%. 8. (Concurso IFB 2017) Tomando como base o saldo das contas a seguir, segundo Marion (2012), teremos como Margem Líquida de Lucro, Rentabilidade da Empresa e Giro do Ativo: a) 0,05; 0,25; 0,10 b) 20; 0,10; 0,25 c) 0,20; 0,05; 0,25 d) 0,4; 0,25; 20 e) 0,05; 0,20; 0,10 56 ÍNDICES DE ATIVIDADES 5.1 INTRODUÇÃO Um dos benefícios da análise de balanços é a de que, através dos dados das demonstrações financeiras, podem ser calculados, por exemplo, quantos dias, em média, a empresa terá de esperar para receber suas duplicatas. Este é o chamado índice de prazo médio de recebimento de vendas. Outros Indicadores que podem ser calculados são os de prazo médio de renovação de estoque e prazo médio de pagamento de compras. A junção dos três índices de prazos médios leva à análise dos ciclos operacional e de caixa, dados importantes para a determinação de estratégias empresariais, tanto comerciais quanto financeiras, geralmente essenciais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa. A Iniciar pelos ciclos operacional e de caixa são construídos modelos de análise do capital de giro e do fluxo de caixa. Os indicadores que compõem os denominados prazos médios são indicadores da atividade operacional, que permitem controlar e gerenciar o capital de giro de todas as empresas. Enfim, medem o que existe de mais operacional da empresa: sua atividade propriamente dita. O capital de giro é reflexo da administração do fluxo de caixa, e consequência da política de administração da capacidade em manter-se um fluxo contínuo nas atividades operacionais. 5.2 CICLO OPERACIONAL E FINANCEIRO Ao exercer suas atividades operacionais, a empresa persegue fases operacionais que vão desde a aquisição de materiais para a produção ou revenda, até o recebimento das vendas efetuadas. O ciclo operacional se inicia com a compra de matéria prima ou mercadorias e se estende até o recebimento de vendas. O ciclo financeiro ou de caixa, compreende o período de tempo entre o UNIDADE 57 momento do desembolso inicial de caixa para pagamento dos materiais e a data do recebimento da venda do produto acabado. Dessa forma, o ciclo operacional é composto pelas etapas operacionais utilizadas pela empresa no processo produtivo, ou seja, é o período de tempo entre a compra da mercadoria ou matéria prima até o recebimento do caixa resultante da venda do produto. Na Figura 3 é representado as principais fases de um ciclo operacional de uma empresa: Figura 3: Fases do ciclo operacional Fonte: Martins, Miranda e e Diniz (2019, p. 148) Do ponto de vista operacional no ciclo operacional, tem-se entre as fases acima, os seguintes prazos: prazo médio de estocagem (PME), prazo médio de fabricação (PMF), prazo médio de venda (PMV) e prazo médio de cobrança (PMC), em que a soma de todos esses espaços compõe o ciclo operacional, resumindo na Figura 4 abaixo temos. 58 Figura 4: Prazos que compõem o ciclo operacional Fonte: Adaptado de Martins, Miranda e e Diniz (2019, p. 148) O financiamento do processo produtivo pode ser bancado por prazos obtidos junto aos próprios fornecedores de mercadorias e serviços e outros passivos cíclicos, que são os denominados recursos operacionais (não onerosos), representados pelo prazo médio de pagamento a fornecedores (PMPF) (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2019, p. 148). Mas também pode ser mantido por meio de investimentos financeiros da entidade em capital de giro (recursos onerosos). O prazo que a empresa banca como financiamento é denominado por Ciclo de Caixa. A soma do tempo bancado por recursos não onerosos (PMPF) + o tempo bancado por recursos onerosos (ciclo de caixa) é igual ao Ciclo Operacional. Logo, o ciclo de caixa é igual ao ciclo operacional menos PMPF (prazo médio de pagamento a fornecedores), conforme abaixo: 𝐂𝐈𝐂𝐋𝐎 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐈𝐗𝐀 = 𝐂𝐈𝐂𝐋𝐎 𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋 – 𝐏𝐌𝐏𝐅 Dessa forma, quanto mais rápido a empresa transformar seus estoques em caixa, menor será o seu ciclo operacional. Da mesma forma, quanto maiores forem os prazos obtidos junto aos fornecedores, menor será o seu ciclo de caixa, consequentemente, menores serão os seus investimentos em capital de giro. Somente as empresas industriais, têm a fase de produção, portanto, o ciclo operacional delas contempla a soma dos quatro prazos apresentados na figura acima. Já as demais empresas terão como componentes do ciclo operacional apenas o prazo médio de vendas (PMV) e o prazo médio de cobrança (PMC). O próximo passo é compreender como são calculados cada um dos prazos médios apresentados: Prazo Médio de Estoques (PME); Prazo Médio de Fabricação (PMF); Prazo Médio de Venda (PMV); Prazo Médio de Cobrança (PMC); e Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF). 59 5.3 PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (PME) Pode ser chamado também de prazo médio de renovação de estoques (PMRE), e representa o tempo médio consumido entre a compra e sua requisição para o uso ou consumo. Seu valor é calculado pela equação (17) PME = Estoque médio de matéria prima Consumo Anual ∙ 360 (17) O cálculo do consumo anual de matéria prima pode ser feito com base na fórmula equação (18): Consumo anual = Ei + C – Ef (18) Onde: Ei = Estoque inicial C = Compras
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