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Sistema Esquelético • Conceito • Os ossos são estruturas resistentes, de número, coloração e forma variáveis, com origem, estrutura e função semelhantes. Juntos compõem o esqueleto. • Função do sistema esquelético (proteção, sustentação, armazenamento de substâncias, sistema de alavancas, local de produção de elementos do sangue). Divisão do esqueleto • O esqueleto axial consiste nos ossos da cabeça (crânio), do pescoço (vértebras cervicais) e do tronco (costelas, esterno, vértebras e sacro). • O esqueleto apendicular consiste nos ossos dos membros, incluindo aqueles que formam os cíngulos do membro superior e do membro inferior. • No indivíduo adulto o número de ossos é de 206. • Número total pode variar devido à idade, fatores individuais e critérios de contagem (ex. sinostose). Sinostose: união completa de dois ossos por ossificação da zona fibrosa ou cartilaginosa que os separa [Pode ser normal ou patológica. Funções básicas: 1. Suporte - O esqueleto é o arcabouço estrutural do corpo, sustentando os tecidos moles e fornecendo pontos de fixação para os tendões da maioria dos músculos esqueléticos. 2. Proteção - O esqueleto protege os órgãos internos mais importantes contra lesão. Por exemplo, os ossos do crânio protegem o encéfalo, a coluna vertebral protege a medula espinal e a caixa torácica protege o coração e os pulmões. 3. Assistência ao movimento - A maioria dos músculos esqueléticos se fixa aos ossos; quando os músculos se contraem, tracionam os ossos para produzir movimento. 4. Liberação e armazenamento mineral - O tecido ósseo armazena diversos minerais, especialmente cálcio e fósforo, que contribuem para a resistência dos ossos. O tecido ósseo armazena aproximadamente 99% do cálcio total do corpo. Conforme a demanda, os ossos liberam minerais na corrente sanguínea para manter os equilíbrios minerais críticos e distribuir minerais a outras partes do corpo. 5. Produção de eritrócitos - No interior de determinados ossos, um tecido conjuntivo chamada medula óssea vermelha produz eritrócitos, leucócitos e plaquetas, um processo chamado hemopoese/hematopoese. A medula óssea vermelha é encontrada nos ossos em desenvolvimento do feto e em alguns ossos adultos, como os ossos do quadril, costelas, esterno, vertebras, crânio e extremidades do úmero e fêmur. 6. Armazenamento de triglicerídeos - A medula óssea amarela é composta principalmente de adipócitos, que armazenam triglicerídeos. Os triglicerídeos armazenados são reservas potenciais de energia química. Cartilagem e ossos O esqueleto é constituído por cartilagens e ossos. A cartilagem é uma forma resiliente, semirrígida de tecido conjuntivo que compõe partes do esqueleto, onde é necessária mais flexibilidade – por exemplo, no local onde as cartilagens costais unem as costelas ao esterno. Além disso, as faces articulares dos ossos que participam de uma articulação sinovial são revestidas por cartilagens articulares que têm superfícies de deslizamento lisas e com baixo atrito para permitir o livre movimento. COMPONENTES E REVESTIMENTOS • Os ossos são revestidos por uma camada de tecido conjuntivo especializado, o periósteo. •Aquele que reveste os elementos cartilagíneos, excluindo a cartilagem articular, é o pericôndrio. • O periósteo e o pericôndrio ajudam a nutrir o tecido, são capazes de produzir mais cartilagem ou osso (especialmente durante a consolidação de fraturas) e fornecem uma interface para a fixação de tendões e ligamentos. SUBSTÂNCIAS ÓSSEAS (material rígido) •Compacta (cortical) •Esponjosa (trabecular ou reticular) Os dois tipos de osso são o osso compacto e o osso esponjoso (trabecular). São distinguidos pela quantidade relativa de material sólido e pelo número e tamanho dos espaços que contêm. Todos os ossos têm uma camada fina superficial de osso compacto ao redor de uma massa central de osso esponjoso, exceto nas partes em que o osso esponjoso é substituído por uma cavidade medular. Na cavidade medular dos ossos de adultos e entre as espículas (trabéculas) do osso esponjoso há medula óssea amarela (gordurosa) ou vermelha (que produz células do sangue e plaquetas) ou ainda uma associação de ambas. A arquitetura e a proporção de osso compacto e esponjoso variam de acordo com a função. O osso compacto proporciona resistência para sustentação de peso. Nos ossos longos, que são rígidos e locais de fixação dos músculos e ligamentos, a quantidade de osso compacto é maior próximo da parte média da diáfise, onde os ossos tendem a se curvar. Além disso, os ossos longos têm elevações (p. ex., túberes, cristas e tubérculos) que servem como contrafortes (suportes) onde se fixam os grandes músculos. Os ossos vivos têm alguma elasticidade (flexibilidade) e grande rigidez. Tecido ósseo Compacto O tecido ósseo compacto, também referido como osso denso ou cortical é encontrado na superfície de um osso, mas também se estende mais profundamente. Forma a par te principal das diáfises dos ossos longos. A olho nu, a substância compacta parece um material sólido denso. No entanto, à microscopia óptica, a substância compacta é muito porosa, com uma abundância de espaços e canais microscópicos. A substância compacta fornece proteção e suporte e resiste às forças produzidas por peso e movimento. O tecido ósseo compacto é composto de unidades estruturais repetidas, chamadas ósteons ou sistemas de Havers. Cada ósteons consiste em lamelas dispostas concentricamente em torno de um canal central (de Havers). Assemelhando-se aos anéis de crescimento de uma árvore, as lamelas concêntricas são lâminas circulares de matriz extracelular de diâmetro crescente, circundando uma rede pequena de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos, localizada no canal central. Essas unidades tubuliformes de osso geralmente formam uma série de cilindros paralelos que, nos ossos longos, tendem a correr paralelos ao eixo longo do osso. Entre as lamelas concêntricas encontram-se pequenos espaços, chamados lacunas (pequenos lagos), contendo osteócitos. Irradiando-se em todas as direções, a partir das lacunas, estão minúsculos canalículos que são preenchidos com líquido extracelular. Tecido Esponjoso Ao contrário do tecido ósseo compacto, o tecido ósseo esponjoso, também chamado teci.do ósseo reticular ou trabecular, não contém ósteons. O Tecido ósseo esponjoso está sempre localizado no inferior do osso, protegido por uma cobertura de substância compacta. Consiste em lamelas que estão dispostas em um padrão irregular de colunas delgadas chamadas trabéculas. Entre as trabéculas encontram-se espaços visíveis a olho nu. Esses espaços são preenchidos com medula óssea vermelha nos ossos que produzem eritrócitos e medula óssea amarela (tecido adiposo) em outros ossos. Ambos os tipos de medula óssea, contém numerosos pequenos vasos sanguíneos que interligam os osteócitos. Cada trabécula consiste em lamelas concêntricas, osteócitos situados nas lacunas e canalículos que se irradiam para fora das lacunas. Classificação dos ossos Os ossos são classificados de acordo com o formato: Ossos longos possuem maior comprimento do que largura, e consistem em uma diáfise (corpo) e um número variável de epífises ou extremidades. Os ossos longos são ligeiramente encurvados para obter resistência. Um osso encurvado absorve estresse do peso do corpo em diferentes pontos, de modo que o peso é igualmente distribuído. Se tais ossos fossem retos, o peso do corpo seria distribuído irregularmente e o osso sofreria fratura facilmente. Ossos longos consistem, em grande parte, em tecido ósseo compacto, que é denso e possui espaços menores, mas também contêm muito tecido ósseo esponjoso, que possui espaços maiores. Os ossos longos incluem o úmero, a ulna e o rádio, o fêmur, a tíbia e a fíbula,os metacarpais, os metatarsais e as falanges (dos dedos da mão e do pé). Ossos curtos são relativamente cuboides e têm comprimento, largura e altura quase iguais, consistindo em substância esponjosa, exceto na superfície, onde existe uma camada fina de substância compacta. Exemplos de ossos curtos são a maioria dos ossos carpais (punho) e tarsais (tornozelo). Ossos planos são geralmente finos e compostos de duas lâminas quase paralelas de substância compacta circundando uma camada de substância esponjosa. As camadas de substância compactam são chamadas lâminas externa e interna. Nos ossos do crânio, a substância esponjosa é referida como díploe. Ossos planos proporcionam considerável proteção e fornecem áreas extensas para a fixação dos músculos. Os ossos planos incluem os ossos do crânio, que protegem o encéfalo; o esterno e as costelas, que protegem os órgãos situados no tórax; e as escápulas. Ossos irregulares possuem formas complexas e não são agrupados em nenhuma das três categorias já descritas. Além disso, variam nas quantidades de substância esponjosa e compacta que contêm. Tais ossos incluem as vértebras, determinados ossos da face e o calcâneo. Os ossos sesamoides (p. ex., patela) se desenvolvem em alguns tendões e são encontrados nos lugares onde os tendões cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros; eles protegem os tendões contra o desgaste excessivo e muitas vezes modificam o ângulo dos tendões em sua passagem até as inserções. Acidentes e formações ósseas Os acidentes ósseos surgem em qualquer lugar onde haja inserção de tendões, ligamentos e fáscias ou onde haja artérias que penetrem nos ossos ou situem-se adjacentes a eles. Outras formações ósseas ocorrem relacionadas com a passagem de um tendão (muitas vezes para direcionar o tendão ou melhorar sua ação de alavanca) ou para controlar o tipo de movimento em uma articulação. Alguns dos vários acidentes e estruturas dos ossos são: • Corpo: a massa principal de um osso; nos ossos longos, a diáfise do osso; nas vértebras, as partes anteriores de sustentação de peso, entre os discos intervertebrais. • Capítulo: cabeça articular pequena e redonda (p. ex., capítulo do úmero). • Côndilo: área articular arredondada, que geralmente ocorre em pares (p. ex., côndilos lateral e medial do fêmur). • Crista: crista do osso (p. ex., crista ilíaca). • Epicôndilo: proeminência superior ou adjacente a um côndilo (p. ex., epicôndilo lateral do úmero). • Fóvea: área plana lisa, geralmente coberta por cartilagem, onde um osso articula-se com outro (p. ex., fóvea costal superior no corpo de uma vértebra para articulação com uma costela). • Forame: passagem através de um osso (p. ex., forame obturado). • Fossa: área oca ou deprimida (p. ex., fossa infraespinal da escápula). • Sulco: depressão ou escavação alongada (p. ex., sulco do nervo radial do úmero). • Cabeça: extremidade articular grande e redonda (p. ex., cabeça do úmero). • Linha: elevação linear (p. ex., linha para o músculo sóleo da tíbia). • Maléolo: processo arredondado (p. ex., maléolo lateral da fíbula). • Colo: parte relativamente estreita, próxima à cabeça Incisura: entalhe na margem de um osso (p. ex., incisura isquiática maior). • Processo: uma extensão ou projeção que serve um propósito específico, tendo um formato característico, ou estendendo-se em uma determinada direção (p. ex., processo articular, processo espinhoso e processo transverso de uma vértebra). • Protuberância: um abaulamento ou projeção do osso (p. ex., protuberância occipital externa). • Eixo: a diáfise, ou corpo, de um osso longo. • Espinha: processo semelhante a um espinho (p. ex., espinha da escápula). • Trocanter: elevação arredondada grande (p. ex., trocanter maior do fêmur). • Tróclea: processo articular semelhante a uma roda ou processo que atua como roldana (p. ex., tróclea do úmero). • Tubérculo: proeminência pequena e elevada (p. ex., tubérculo maior do úmero). • Tuberosidade ou túber: grande elevação arredondada (p. ex., túber isquiático, tuberosidade ilíaca). Desenvolvimento ósseo A maioria dos ossos leva muitos anos para crescer e amadurecer. O úmero, por exemplo, começa a ossificar no fim do período embrionário (8 semanas); entretanto, a ossificação só se completa aos 20 anos. Todos os ossos derivam do mesênquima (tecido conjuntivo embrionário) por dois processos diferentes: ossificação intramembranosa (diretamente do mesênquima) e ossificação endocondral (a partir da cartilagem derivada do mesênquima). A histologia (estrutura microscópica) de um osso é igual nos dois processos (Pawlina, 2011). Os dois processos de desenvolvimento ósseo acontecem da seguinte maneira: • Na ossificação intramembranosa (formação de osso membranoso), há formação de modelos mesenquimais dos ossos durante o período embrionário, e a ossificação direta do mesênquima começa no período fetal. • Na ossificação endocondral (formação de osso cartilaginoso), há formação de modelos cartilaginosos dos ossos a partir do mesênquima durante o período fetal, e depois a maior parte da cartilagem é substituída por osso. Uma breve descrição da ossificação endocondral ajuda a explicar como crescem os ossos longos. As células mesenquimais se condensam e diferenciam em condroblastos, células que se multiplicam no tecido cartilaginoso em crescimento e formam um modelo cartilaginoso do osso. Na região intermediária do modelo, a cartilagem calcifica (é impregnada com sais de cálcio) e há crescimento de capilares periosteais (capilares da bainha fibrosa que circunda o modelo) para o interior da cartilagem calcificada do modelo ósseo, que irrigam seu interior. Esses vasos sanguíneos, junto com células osteogênicas (formadoras de osso) associadas, formam um broto periosteal. Os capilares iniciam o centro de ossificação primário, assim denominado porque o tecido ósseo formado substitui a maior parte da cartilagem no corpo principal do modelo ósseo. O corpo de um osso ossificado a partir do centro de ossificação primário é a diáfise, que cresce enquanto o osso se desenvolve. A maioria dos centros de ossificação secundários surge em outras partes do osso em desenvolvimento após o nascimento; as partes de um osso ossificadas a partir desses centros são as epífises. Os condrócitos situados no meio da epífise sofrem hipertrofia, e a matriz óssea (substância extracelular) entre eles se calcifica. As artérias epifisiais crescem para o interior das cavidades em desenvolvimento com células osteogênicas associadas. A parte alargada da diáfise mais próxima da epífise é a metáfise. Para que o crescimento continue, o osso formado a partir do centro primário na diáfise não se funde àquele formado a partir dos centros secundários nas epífises até o osso atingir seu tamanho adulto. Assim, durante o crescimento de um osso longo, lâminas epifisiais interpõem-se entre a diáfise e as epífises. Essas lâminas de crescimento acabam sendo substituídas por osso nos dois lados, diafisário e epifisário. Quando isso acontece, o crescimento ósseo cessa e a diáfise funde-se com as epífises. A bainha formada durante esse processo de fusão (sinostose) é bastante densa e pode ser reconhecida no osso seccionado ou em radiografias como uma linha epifisial. A fusão epifisial dos ossos ocorre progressivamente entre a puberdade e a maturidade. A ossificação dos ossos curtos é semelhante àquela do centro de ossificação primário dos ossos longos, e apenas um osso curto, o calcâneo, desenvolve um centro de ossificação secundário. Vascularização e inervação dos ossos Os ossos têm um suprimento abundante de vasos sanguíneos. As mais visíveis são as artérias nutrícias (uma ou mais por osso) que surgem como ramos independentes de artérias adjacentes fora do periósteo e seguem obliquamente através do osso compacto da diáfise de um osso longoatravés dos forames nutrícios. A artéria nutrícia divide-se na cavidade medular em ramos longitudinais que prosseguem em direção às extremidades, irrigando a medula óssea, o osso esponjoso e as partes mais profundas do osso compacto. No entanto, muitos pequenos ramos das artérias periosteais são responsáveis pela nutrição da maior parte do osso compacto. Consequentemente, um osso cujo periósteo é removido morre. O sangue chega aos osteócitos (células ósseas) no osso compacto por meio de sistemas haversianos ou ósteons (sistemas de canais microscópicos) que abrigam pequenos vasos sanguíneos. As extremidades dos ossos são irrigadas por artérias metafisiais e epifisiais que se originam principalmente das artérias que suprem as articulações. Nos membros, essas artérias costumam fazer parte de um plexo arterial periarticular que circunda a articulação e assegura o fluxo sanguíneo distal a ela, seja qual for a posição assumida.
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