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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE EVOLUÇÃO HISTÓRICA – IDADE ANTIGA Família Romana Pater familiae (poder do pai), autoridade religiosa; A religião não formava a família, mas ditava as suas regras, sendo assim juridicamente a família era uma associação religiosa e não uma associação natural. Os filhos deviam viver debaixo da autoridade paterna (Poder de vida e de morte). EVOLUÇÃO HISTÓRICA FAMÍLIA GREGA – ATHENIENSE: • 7 aos 30 anos- formação civil (político-cultural) na Escola dos Filósofos Sofistas para cidadania atheniense para tempos de guerra e paz; • 30 aos 60 anos - aos trinta anos recebiam a maioridade civil com todos os direitos e deveres plenos de cidadania atheniense; EVOLUÇÃO HISTÓRICA – IDADE ANTIGA FAMÍLIA GREGA – ESPARTANA: • 0 aos 7 anos: convivência dentro do seio da família; • 7 aos 21 anos - formação militar integral na Escola Militar para cidadania espartana para tempos de guerra e paz; • 21 aos 30 anos - Serviço militar integral como aspirante a oficial em tempo de guerra e paz . EVOLUÇÃO HISTÓRICA – IDADE ANTIGA • 30 aos 60 anos - aos trinta anos recebiam a maioridade militar com todos os direitos e deveres plenos de cidadania espartana. Acima dos 60 anos - estavam reformados da cidadania militar obrigatória, ficavam a disposição para servir na Gerusia (conselho). EVOLUÇÃO HISTÓRICA – IDADE ANTIGA FAMÍLIA NO ORIENTE • Sacrifício religioso; • Hebreus eram exceção; • Os direitos sucessórios se limitavam ao filho primogênito; EVOLUÇÃO HISTÓRICA – IDADE ANTIGA • Com o tempo alguns povos procuravam resguardar o interesse da população infanto-juvenil; • Outros povos proibiram o infanticídio e também o direito do pai sobre a vida dos filhos; • Roma: Distinção entre impúberes e púberes; EVOLUÇÃO HISTÓRICA – IDADE MÉDIA • Crescimento da Religião Cristã e grande influência sobre os sistemas jurídicos (dignidade de todos); • Os filhos nascidos fora do matrimônio eram discriminados: Segundo doutrina traçada no Concílio de Trento (realizado entre 1545 e 1563) a filiação natural ou ilegítima – filhos espúrios, adulterinos ou sacrílegos – deveria permanecer à margem do Direito, já que era a prova viva da violação do modelo moral determinado à época. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 No Brasil-Colônia as Ordenações do Reino (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas) tiveram larga aplicação. Mantinha-se o respeito ao pai como autoridade máxima no seio familiar. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 É durante a fase imperial (1822 a 1889) que se tem início a preocupação com os infratores, menores ou maiores, e a política repressiva era fundada no temor ante a crueldade das penas. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 Vigente as Ordenações Filipinas (1603 - 1916); • Orientava-se no sentido de ampla e generalizada criminalização e severas punições. Predominavam a pena de morte, açoite, corte de membro, trabalho forçado em galés, etc. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 • a imputabilidade penal era alcançada aos 07 anos de idade. Dos 07 aos 17 anos, o tratamento era similar ao do adulto com certa atenuação na aplicação da pena. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 • Dos 17 aos 21 anos de idade, eram considerados jovens adultos e, portanto, já poderiam sofrer a pena de morte natural (por enforcamento); • A exceção era o crime de falsificação de moeda, para o qual se autorizava a pena de morte natural para maiores de 14 anos. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 Houve uma pequena alteração do quadro com o Código Penal do Império de 1830, que introduziu o exame da capacidade de discernimento (critério biopsicológico) para aplicação da pena. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 Menores de quatorze anos eram inimputáveis. Contudo, se houvesse discernimento para os compreendidos na faixa dos 7 aos 14 anos, poderiam ser encaminhados pra casas de correção, onde poderiam permanecer até os 17 anos de idade, • Primeira casa de acolhimento de menores é de1551 DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 O artigo 27 do Decreto 847/1890 - primeiro Código Penal dos Estados Unidos do Brasil: • Os menores de 9 anos eram inimputáveis; • A verificação do discernimento foi mantida para os adolescentes entre 9 e 14 anos; • Até 17 anos seriam apenados com 2/3 da pena do adulto. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 Art. 27. Não são criminosos: § 1º Os menores de 9 annos completos; § 2º Os maiores de 9 e menores de 14, que obrarem sem discernimento; § 3º Os que por imbecilidade nativa, ou enfraquecimento senil, forem absolutamente incapazes de imputação; § 4º Os que se acharem em estado de completa privação de sentidos e de intelligencia no acto de commetter o crime; DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 § 5º Os que forem impellidos a commetter o crime por violencia physica irresistivel, ou ameaças acompanhadas de perigo actual; § 6º Os que commetterem o crime casualmente, no exercicio ou pratica de qualquer acto licito, feito com attenção ordinaria; § 7º Os surdos-mudos de nascimento, que não tiverem recebido educação nem instrucção, salvo provando-se que obraram com discernimento. DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 Caso Mary Ann (1896) e Caso Bernardino (1926): • Primeiro Código de Menores – Decreto 5.083/1926; • Estabelecimento da maioridade aos 18 anos; • Início da Doutrina da Situação Irregular; DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 Um ano depois em 12 de outubro de 1927 foi substituído pelo Decreto 17.943-A, conhecido como código Melo Matos; • O primeiro diploma legal a dar um tratamento mais sistemático e humanizador à criança e ao adolescente, consolidando normas esparsas anteriores e prevendo pela primeira vez, a intervenção estatal nesta delicada seara social; • Início do Serviço Social no Brasil; DIREITO DA CRIANÇA – PERÍODO PRÉ CONSTITUIÇÃO DE 1988 Em 10 de outubro foi publicado a lei 6.697/1979 – Código de Menores – que, sem pretender surpreender ou verdadeiramente inovar, consolidou a doutrina da Situação Irregular. Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura, pelo que é, e respeito pelo que pode vir a ser. Louis Pasteur http://pensador.uol.com.br/autor/louis_pasteur/ BIBLIOGRAFIA AZEVEDO, Maurício Maia de. O Código Mello Mattos e seus Reflexos na Legislação Posterior. Disponível em: < http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/30354/codigo_mello_matt os_seus_reflexos.pdf > Acesso em: 05/02/2016 COULANGES, Fustel. A cidade Antiga. 4 ed. Bauru: Edipro, 2009 MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord). Curso de Direito da Criança E do Adolescente: Aspectos Teóricos e Práticos. 6 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013.
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