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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” 
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA 
CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DE PISCICULTURA EM TANQUES-REDE 
SOBRE DIETA, ASPECTOS POPULACIONAIS E 
PARASITOLÓGICOS DE Geophagus cf. proximus (Perciformes: 
Cichlidae) NO RESERVATÓRIO DE ILHA SOLTEIRA, SP/MS 
 
 
 
 
 
Ana Letícia Antonio Vital 
 
 
 
 
 
 
 
Ilha Solteira - SP 
Setembro, 2018 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” 
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA 
CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA 
 
 
 
IINFLUÊNCIA DE PISCICULTURA EM TANQUES-REDE 
SOBRE DIETA, ASPECTOS POPULACIONAIS E 
PARASITOLÓGICOS DE Geophagus cf. proximus (Perciformes: 
Cichlidae) NO RESERVATÓRIO DE ILHA SOLTEIRA, SP/MS 
 
 
 
Ana Letícia Antonio Vital 
 
Orientador: Prof. Dr. Igor Paiva Ramos 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade de Engenharia, Câmpus de Ilha 
Solteira, Universidade Estadual Paulista “Julio de 
Mesquita Filho”, como parte das exigências para 
obtenção do título de Bacharel em Ciências 
Biológicas. 
 
 
 
Ilha Solteira - SP 
Setembro, 2018
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha amada mãe Rose, por me permitir chegar 
 até aqui e não medir esforços para tornar possível a realização deste sonho. 
 Ao meu irmão Paulo, à minha avó Cida e ao meu Avô Armando (in memoriam). 
Espero um dia poder retribuir tudo o que vocês fizeram por mim. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente gostaria de agradecer ao meu orientador Igor, bem como a 
todos os integrantes do Laboratório Pirá, em especial: Lidiane, Letícia e Aymar. Muito 
obrigada pelas parcerias, ensinamentos, confiança e paciência! 
Agradeço imensamente à minha família, aos meus pais, meus avós, tios e 
irmãos. Sem vocês tudo seria mais difícil. 
Aos meus amigos, dos que estiveram comigo desde o começo até os que se 
juntaram à mim ao longo dessa jornada. Agradecimento especial à Zorra, Lagosta, 
Letícia, Rosiane, Bárbara. Todo meu amor à família Repintada (Amanda, Bixetê, 
Paulo, Aymar, Simone, gatos e agregados), por ser a minha casa longe de casa! 
Minha gratidão especial à miga Amanda. Vocês são TOP! 
 Agradeço aos amigos que fiz durante os intercâmbios e às amizades que 
foram fortalecidas por meio deles. Especialmente aos amigos-irmãos do PLI que 
sempre estarão comigo. Claude Monet pour toujours! 
Às XI e XII Turmas de Ciências Biológicas, que fizeram estes mais de seis 
anos surpreendentes e inesquecíveis (e a esta última turma por ter me adotado). 
Eterna gratidão à Ilha Solteira, à UNESP, aos seus funcionários e às inúmeras 
oportunidades oferecidas. Meu reconhecimento e gratidão aos cidadãos paulistas que 
me permitiram um ensino de qualidade. Desejo poder retornar ao menos parte deste 
investimento para vocês e para toda a população brasileira. 
Aos amigos-alunos e amigos-professores do Cursinho Diferencial: muito 
obrigada pela melhor experiência que a graduação me proporcionou! 
Aos meus professores que me fizeram crescer e ver o mundo de outra forma. 
Gostaria de agradecer de maneira especial: Ângela, Edson, Marineide, Rose, Lucíola, 
Cristiéle, Felipe e Denise. 
À banca examinadora pela disponibilidade e paciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"A educação tem raízes amargas, 
mas os seus frutos são doces.” 
Aristóteles 
 
 
Resumo 
Políticas públicas atuais incentivam a substituição da pesca extrativista por 
atividades de aquicultura. Entretanto, alterações ecológicas são possíveis e podem 
influenciar a fauna silvestre. Até 30% da matéria orgânica (ração) utilizada em 
sistemas de pisciculturas em tanques-redes não é aproveitada pelos peixes em 
cultivo, sendo disponibilizada para o ecossistema aquático adjacente devido ao 
livre fluxo de água. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a 
influência da piscicultura em tanques-rede sobre aspectos de dieta, populacionais 
e parasitológicos da espécie Geophagus cf. proximus, próximo de uma piscicultura 
em tanques-rede localizada no município de Santa Clara D’Oeste/SP, no braço 
Can-can do reservatório de Ilha Solteira, rio Grande, SP. Os espécimes foram 
coletados em duas áreas amostrais, sendo uma próxima à piscicultura em tanques-
rede (tanque) e outra sem influência de pisciculturas (controle), mas com condições 
ambientais semelhantes. Massa total, comprimento padrão, relação 
peso/comprimento e fator de condição relativo foram mensurados e comparados 
entre os peixes capturados nas duas áreas. Os endoparasitas coletados foram 
identificados e calculou-se os seguintes atributos parasitológicos: prevalência, 
abundância média e intensidade média de infecção. O conteúdo estomacal foi 
examinado sob estereomicroscópio, identificado até o menor nível taxonômico 
possível e quantificado por meio do método volumétrico. Não houve diferença 
significativa sobre os aspectos parasitológicos avaliados. Observou-se diferenças 
significativas entre as áreas quanto aos atributos populacionais massa total, 
comprimento padrão e relação peso/comprimento. Quanto à composição da dieta, 
verificou-se diferença entre as áreas. Concluiu-se que pisciculturas em tanques-
rede causam alterações que influenciaram em aspectos populacionais e de dieta. 
Entretanto, não verificou-se alterações para os aspectos parasitológicos avaliados, 
tampouco para o fator de condição relativo para G. cf. proximus na área estudada. 
 
Palavras-chave: aquicultura, ictiofauna silvestre, impacto ambiental, porquinho, 
 
 
 
 
Abstract 
 
Current public policies encourage the substitution of extractive fisheries for 
aquaculture activities. However, up to 30% of the organic matter (ration) used in fish 
farming systems in cages is not used by the fish in cultivation, being made available 
to the ecosystem due to the free flow of water. In this way, ecological changes are 
possible and can influence to wildlife. Therefore, this scientific work aims to evaluate 
the influence of fish culture in cage farm on dietary, population and parasitological 
aspects from the species of fish Geophagus cf. Proximus, at Ilha Solteira reservoir, 
rio Grande, SP. The fish were collected in two sampling areas, one close to fish 
cage farm (cage area) and another without pisciculture influence (control area), but 
with the others similar envirornmental conditions. Total mass, standard length, 
weight to length ratio and relative condition factor were measured and compared 
between fish caught in the two areas. The collected endoparasites were identified 
and the following parasitological attributes were calculated: prevalence, average 
abundance and average infection intensity. The stomach contents were examined 
under a stereomicroscope, identified to the lowest taxonomic level possible and 
then, heavy. There was no significant difference on the parasitological aspects, 
though, significant differences were observed about the population attributes total 
mass and standard length. Regarding the composition of the diet, there was a 
difference between the areas. It was concluded that fish in cage farm causes 
changes in population and dietary aspects, although, it has not yet been observed 
changes in the parasitological aspects evaluated for G. cf. proximus at Ilha Solteira 
reservoir / SP. 
 
Keywords: aquaculture, wild ichthyofauna, environmental impact, porquinho.
6 
 
Sumário 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7 
2. OBJETIVO .................................................................................................................... 9 
2.1. Objetivo geral..............................................................................................................9 
2.2. Objetivos específicos .................................................................................................. 9 
3. METODOLOGIA ......................................................................................................... 11 
3.1. Área de estudo ........................................................................................................... 11 
3.2. Coleta de material biológico ..................................................................................... 12 
3.3. Análises laboratoriais ................................................................................................. 13 
3.4. Análises dos dados ..................................................................................................... 13 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 17 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 23 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 24 
 
7 
 
1. INTRODUÇÃO 
A aquicultura representa nova fronteira para o crescimento do agronegócio no 
país, como indicam políticas públicas que visam expandir a atividade. Neste sentido, o 
Governo Federal implementou o "Plano de Desenvolvimento da Aquicultura Brasileira 
– PDA” para ampliar e efetivar as ações que vão orientar o desenvolvimento sustentável 
da aquicultura no Brasil até o ano de 2020 (BRASIL. MPA, 2015). 
A aquicultura desenvolvida em tanques-rede é uma modalidade que vem 
apresentando forte crescimento nos últimos anos. Contudo, verifica-se que esse 
desenvolvimento vem se apoiando basicamente sobre uma única espécie, a 
Oreochromis niloticus, (Linnaeus, 1758) popularmente conhecida como "tilápia" e suas 
linhagens (SCHULTER; VIEIRA-FILHO, 2017), que foi responsável por 87,3% de todas 
as solicitações de cessão de uso de águas da União (BRASIL. MPA, 2015). 
No ano de 2017 a piscicultura brasileira cresceu 8%, terminando o ano com a 
produção de 691.700 toneladas de peixes cultivados (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
PISCICULTURA, 2018). A produção brasileira de tilápia para o ano de 2017 foi de 
357.639 toneladas, de acordo com levantamento da Associação Brasileira da 
Piscicultura (2018). Esse resultado coloca o Brasil entre os quatro maiores produtores 
mundiais de tilápia, ficando atrás de China, Indonésia e Egito (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE PISCICULTURA, 2018). 
Nesses sistemas, os peixes são cultivados em elevada densidade com intenso 
aporte de ração, visando obtenção de alta produtividade. Especificamente a piscicultura 
continental, apresentou crescimento anual médio de 8% no período de 2004 a 2014, 
destacando-se a região Sudeste com crescimento de 12,7% em 2015, sendo o estado 
de São Paulo o quinto maior produtor, com 6,4% da produção nacional (31.141 
toneladas) (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 
2016). 
 Na região Noroeste do estado de São Paulo, onde encontra-se o reservatório de Ilha 
Solteira a piscicultura já é o terceiro maior empregador, atrás apenas dos setores 
públicos e de serviços, conforme informações do Projeto Colabora (JACOBS, 2018). 
Ainda segundo Jacobs (2018), a região produziu cerca de 30 mil toneladas no ano de 
2017 e possui potencial para chegar à produção de 122 mil toneladas/ano. Entretanto, 
a implementação dessa atividade zootécnica possui potencial para causar alterações 
ambientais nos ecossistemas aquáticos. 
8 
 
Diversos autores discutem a problemática desta atividade em águas costeiras 
e continentais. São citados impactos desde a qualidade da água e do sedimento 
(MACHIAS et al. 2006; BRANDÃO et al. 2012) até implicações sobre a estrutura das 
comunidades bentônica, planctônica e ictiofaunística (FRAZER 2009; RAMOS et al. 
2013a; DAVID et al. 2015; NOBILE et al. 2018), mudanças nas taxas de parasitismo 
de peixes silvestres, transmissão de parasitas de peixes em cultivo para peixes 
silvestres e vice-versa (RAMOS et al. 2013b; RAMOS et al. 2014; LEÃO et al. 2017). 
Além disso, inerentes escapes de peixes em cultivo podem propiciar a introdução de 
espécies não-nativas na comunidade silvestre (PELICICE et al. 2013). 
Assim, um aspecto importante de acordo com Nowak (2007), é que o rápido 
desenvolvimento de sistemas de pisciculturas em tanques-rede está associado ao 
aumento de doenças parasitárias em animais silvestres, principalmente em peixes 
agregados a estes sistemas. Tal associação ocorre, pois nestes sistemas as altas 
densidades de peixes cultivados propiciariam elevadas taxas de infecção/infestação 
por parasitas e o livre fluxo de água poderia transmitir parasitas destes sistemas para 
os peixes em condições naturais (KRKOSEK et al. 2005), além de poder causar 
problemas ambientais como o declínio de populações de peixes silvestres (FRAZER, 
2009). 
Autores como Santos et al. (2013) relatam a facilidade de transmissão de 
parasitas dos peixes silvestres para os peixes em cultivo, podendo causar perdas 
econômicas para os produtores. Entretanto, mecanismos e interações que 
possibilitariam a transmissão de parasitas dos peixes cultivados para peixes 
silvestres, bem como o inverso, ainda não são totalmente esclarecidos (NOWAK, 
2007). 
Especificamente, um dos parasitas de peixes mais comuns na bacia do alto 
Paraná são metacercárias de Austrodiplostomum compactum (Lutz, 1928), relatadas 
em ao menos 36 espécies de peixes dulcícolas brasileiros (RAMOS et al., 2013b), 
incluindo peixes da espécie Geophagus cf. proximus Castelnau, 1855 (ZAGO et al., 
2013). Segundo Yamada (2008), a presença deste parasita, em casos extremos, pode 
causar exoftalmia, deslocamento da retina, opacidade do cristalino e cegueira ou até 
a morte dos peixes infectados. 
Contudo, outros parasitas já foram registrados em G. cf. proximus. Takemoto 
et al. (2009) relatam a ocorrência do Nematoda Raphidascaris sp. na planície de 
inundação do Alto Rio Paraná. Fernandes (2003), destaca sua importância médica, 
9 
 
pois mesmo não estando presente na musculatura dos peixes hospedeiros, espécies 
do gênero Raphidascaris possuem potencial zoonótico. 
Dentre as diversas espécies de peixes introduzidas no reservatório de Ilha 
Solteira, G. cf. proximus popularmente conhecida como “porquinho”, constitui o 
recurso pesqueiro mais significativo para a pesca artesanal (CARVALHO; DAVID, 
2007; MARQUES et al., 2008). Ainda conforme relato de Carvalho e David (2007), G. 
cf. proximus é seguida de outras espécies não-nativas como a corvina (Plagioscion 
squamosissimus Heckel, 1840) e o zoiudo (Satanoperca pappaterra Heckel, 1840) no 
que se refere à relevância econômica local e regional. 
À vista disso, considerando a expansão da atividade no Brasil, bem como a 
relevância de G. cf. proximus para a economia e sustento da população em torno do 
reservatório de Ilha Solteira, estudos com foco nas interferências dos sistemas 
aquáticos e em elos da cadeia produtiva tornam-se substanciais. A elucidação de 
aspectos ainda desconhecidos relacionados à interferência da produção em tanques-
rede para espécies silvestres torna-se essencial para a avaliação da influência 
exercida por essa atividade sobre o ecossistema aquático e o desenvolvimento de 
uma aquicultura sustentável. 
Desta forma, o presente trabalho procura testar a seguinte hipótese: (i) uma 
piscicultura em tanques-rede pode influenciar na dieta, aspectos populacionais e 
parasitológicos da espécie de peixe silvestre G. cf. proximus no reservatório de Ilha 
Solteira. 
 
2. OBJETIVO 
2.1. Objetivo geral 
Avaliar a influência de piscicultura em tanques-rede sobre composição da dieta, 
aspectos populacionais e aspectos parasitológicos de metacercárias de A. compactum 
e larvas de Raphidascaris sp. na espécie silvestre G. cf. proximus no reservatório de 
Ilha Solteira.2.2. Objetivos específicos 
- Caracterizar a composição da dieta de G. cf. proximus nas áreas tanque e 
controle e compará-las; 
10 
 
- Caracterizar o massa total média, comprimento padrão médio, relação 
peso/comprimento e fator de condição relativo para G. cf. proximus nas áreas tanque 
e controle e compará-los; 
- Caracterizar os aspectos parasitológicos: prevalência, abundância média e 
intensidade média de infecção para metacercárias de A. compactum e larvas de 
Raphidascaris sp. em G. cf. proximus nas áreas tanque e controle e compará-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
3. METODOLOGIA 
3.1. Área de estudo 
O reservatório de Ilha Solteira, formado em 1978 e sob domínio da União 
localiza-se na região do alto rio Paraná, que é seu principal rio formador e está entre 
os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Tal reservatório é do tipo bacia de 
acumulação, com profundidade média de 17,6 m, volume máximo de 21,063 x 109 m3, 
bacia hidrográfica de 1.195 km2 de área e tempo médio de residência de 46,7 dias 
(COMPANHIA ENERGÉTICA DO ESTADO DE SÃO PAULO - CESP, 2011). 
 Desta forma, as coletas para o presente estudo foram realizadas ao redor de 
uma piscicultura em tanques-rede no município de Santa Clara D’Oeste – SP, no braço 
Can-Can (vazão média anual = 1,76 m³/s) do reservatório de Ilha Solteira, no rio 
Grande, bacia do alto Paraná. Atualmente o empreendimento atua na criação de 
tilápias-do-nilo (O. niloticus) das linhagens “Gfit” e “Supreme” e possui 
aproximadamente 230 tanques de 18 m3 e 18 tanques de 144 m3, com uso de ração de 
4.375 kg/dia (informação pessoal Michael Kengo Itagaki – proprietário). 
Ressalta-se que obtivemos permissão para realização do estudo junto ao 
proprietário Dr. Michael Kengo Itagaki e que o presente trabalho está vinculada ao 
projeto Universal CNPq processo nº 443103/2014-3 intitulado “Avaliação dos impactos 
ambientais de pisciculturas em tanques-rede sobre a comunidade de peixes silvestres 
no reservatório de Ilha Solteira, SP/MS”. 
Uma das áreas amostrais localiza-se próxima aos tanques-rede (área Tanque) 
(50°55’57.60’’W e 20°02’33.62’’S) e a outra em local a aproximadamente 10 km a 
montante, com características fisiográficas semelhantes, mas sem a influência de 
sistemas de pisciculturas em tanques-rede (área Controle) (50°51'58.94"W e 20° 
0'13.71"S) (Figura 1 - A, B e C). 
 
 
 
12 
 
Figura 1. A) Mapa do Brasil com destaque para o reservatório de Ilha Solteira e indicação das áreas 
amostrais nas quais o projeto foi desenvolvido; B) Vista panorâmica da área tanque (50°55’57.60’’W e 
20°02’33.62’’S e C) Vista panorâmica das área controle (50°51'58.94"W e 20° 0'13.71"S). Fonte: Igor 
Paiva Ramos. 
 
3.2. Coleta de material biológico 
Os espécimes de G. cf. proximus foram coletados bimestralmente entre 
setembro de 2014 e dezembro de 2016. Os peixes foram coletados com auxílio de 
redes de espera de diferentes malhagens (3 a 14 cm entre nós não adjacentes) nas 
duas áreas amostrais. Dos peixes coletados analisou-se subamostra de 85 exemplares 
A 
13 
 
de G. cf. proximus para a área tanque e 69 para a área controle, perfazendo um total 
de 154 exemplares 
Os espécimes coletados foram individualizados em sacos plásticos e 
gradativamente resfriados (caixas térmicas preenchidas com gelo em cubos) a fim de 
diminuir sua atividade metabólica até o óbito, conforme autorização SISBio nº 42229-1 
e parecer CEUA 001/2014. Posteriormente, foram congelados e encaminhados ao 
Laboratório de Ecologia de Peixes (Pirá) do Departamento de Biologia e Zootecnia, 
pertencente à Universidade Estadual Paulista, UNESP, Ilha Solteira/SP, Brasil, onde se 
mantiveram congelados até o momento da realização das análises laboratoriais. 
Exemplares testemunhos dos peixes foram depositados na Coleção de Peixes 
(DZSJRP Pisces 8898) pertencente à Universidade Estadual Paulista, UNESP, São 
José do Rio Preto/SP, Brasil. 
 
3.3. Análises laboratoriais 
Dos peixes coletados foram mensurados o comprimento padrão (cm) com 
auxílio de ictiômetro e massa total (g) com auxílio de balança analítica (0,01 g). Após, 
realizou-se incisão longitudinal na superfície ventral dos indivíduos para que todos os 
órgãos da cavidade visceral fossem retirados, separados e examinados sob 
estereomicriscópio. Os olhos dos animais foram examinados individualmente com 
auxílio de microscópio estereoscópico. O conteúdo estomacal foi examinado sob 
estereomicroscópio, identificado até o menor nível taxonômico possível e quantificado 
por meio do método volumétrico. 
Os parasitas foram fixados em solução de álcool 70%. Ainda, exemplares 
testemunhos dos parasitas serão depositados na Coleção Helmintológica do Instituto 
de Biociências (CHIBB) pertencentes ao Instituto de Biociências, Universidade Estadual 
Paulista, UNESP, Botucatu/SP, Brasil. 
 
3.4. Análises dos dados 
Para verificar a composição da dieta dos peixes aplicou-se a análise 
NPMANOVA – Bray Curtis, posteriormente empregou-se análise SIMPER para verificar 
a contribuição de cada item alimentar na diferença observada. O nível de significância 
utilizado para as análises foi p<0,05, sendo realizadas com auxílio do software Past 3.0 
14 
 
Foram calculados para os espécimes de G. cf. proximus: massa total média, 
comprimento padrão médio, relação peso/comprimento e fator de condição relativo. 
Também foram calculados os seguintes atributos parasitológicos: prevalência (P), 
abundância média (AM) e intensidade média de infecção (IMI) para metacercárias de 
A. compactum e espécimes de Raphidascaris sp., considerando-se as áreas amostrais 
(tanque e controle) isoladamente e comparando-as. Sendo: prevalência (peixes 
parasitados/peixes examinados), abundância média (parasitos/peixes examinados) e 
intensidade média de infecção (parasitos/peixes parasitados) de acordo com 
metodologia de Bush et al. (1997). Também empregou-se o teste de correlação de 
Spearman para avaliar a relação entre a influência do parasitismo e o comprimento 
padrão e massa total dos hospedeiros. 
Tais atributos foram comparados estatisticamente entre as áreas, sendo 
abundância média e intensidade média de infecção por meio de teste de Mann-Whitney 
(teste-U) e prevalência por meio de teste-Z. O nível de significância utilizado para todas 
as análises foi p<0,05, sendo as análises estatísticas realizadas por meio dos softwares 
Bioestat 5.3 e SigmaStat 3.1. 
A relação peso/comprimento foi estabelecida por meio de gráfico de dispersão, 
obtendo-se uma equação matemática tipo potência em que a constante α (coeficiente 
linear) indica o bem-estar do peixe, e a constante Ф (coeficiente angular) tende a 
assumir valores entre 2,0 e 4,0 e expressa seu tipo de crescimento (ORSI et al., 2002). 
Desse modo, valores iguais a 3,0 indicam crescimento do tipo isométrico, valores 
menores que 3,0 apontam crescimento do tipo alométrico negativo e valores maiores 
que 3,0 sugerem crescimento do tipo alométrico positivo. 
 
Wt = a*Ls Ф 
 
onde: 
Wt: peso total do indivíduo (g); 
a: coeficiente linear; 
Ls: comprimento padrão (cm); 
Ф: coeficiente angular. 
 
15 
 
O fator de condição relativo (Kn) para peixes de cada área experimental foi 
realizado utilizando a fórmula Kn= Wt/aLt
b
 
(LE-CREN, 1951). Determinou-se o fator de 
condição relativo (Kn= Wt/We), sendo que o cálculo infere a relação entre a massa 
registrada (Wt) e a massa teoricamente esperada (We) para um dado comprimento (LE-
CREN, 1951). Após verificação dos valores individuais de Kn obteve-se os valores 
médios de Kn para cada área amostral, sendo as análises comparadas estatisticamente 
ao valor centralizador (Kn = 1,0) por meio do teste-t de Student (p<0,05). 
 
Kn=Wt/a*Ls
b
 
 
onde: 
Kn: fator de condição relativo; 
Wt: peso total do indivíduo (g); 
a: coeficiente linear da relação peso/comprimento;Ls: comprimento padrão do indivíduo (cm); 
b: coeficiente angular Ф da relação peso/comprimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
17 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Houve diferença quanto ao comprimento padrão médio (Ls) (tanque = 11,10 cm 
e controle = 13,50 cm; Teste U p=0,0004) e à massa total média (tanque = 42,29 g e 
controle = 71,80 g; Teste U p=0,0003). Podemos reportar os resultados obtidos para a 
massa total média e o comprimento padrão médio à interferência causada pelo 
excedente de ração em produções piscícolas intensivas (KLIEMANN et al., 2018), 
especialmente devido ao livre fluxo de água entre o rio e o interior das gaiolas. Até 30% 
da entrada contínua de matéria orgânica em tanques-rede pode ser disponibilizada para 
o ecossistema aquático na forma de restos de ração, fezes, muco, escamas e peixes 
mortos (PILLAY, 2004). 
Desta forma, a facilidade de forrageamento proporcionada pela ração 
excedente serve como atrativo, elevando a densidade populacional ao redor dos 
tanques-rede, conforme observado empiricamente ao longo das coletas realizadas e 
constatado por Nobile et al. (2018) no reservatório de Chavantes. Toko et al. (2007), 
sugerem que adensamentos populacionais inadequados podem acarretar em 
interações negativas entre peixes, resultando em comportamento agressivo, redução 
na eficiência alimentar e crescimento lento, como inferido por nossos resultados. 
 Ao longo das coletas realizadas observamos uma alta concentração de 
pescadores artesanais e esportivos nas proximidades da área tanque-rede. A 
sobrepesca, ou a pesca próxima disso, tem ameaçado as populações de várias 
espécies de peixes, o que levou a considerá-las como ameaçadas de sobre-exploração 
(AGOSTINHO et al., 2005). Portanto, outra possível hipótese patra nossos resultados 
seria a ocorrência de seleção artificial através da atividade de pesca, podendo esta ser 
capaz de diminuir o comprimento dos indivíduos encontrados próximos à região tanque. 
Volpato e Fernandes (1994) e Corrêia et al. (2010) ressaltam que interações 
sociais (como competições intra e interespecíficas) entre os peixes podem ocorrer em 
altas densidades. Portanto, peixes dominantes podem monopolizar o alimento, 
ocasionando dessa forma crescimento heterogêneo entre os exemplares. Verificamos 
que para os peixes da área tanque a massa aumenta mais lentamente que o 
comprimento (crescimento do tipo alométrico negativo), enquanto na área controle os 
indivíduos apresentam padrão inverso (crescimento do tipo alométrico positivo) (Figura 
2). 
18 
 
 
Figura 2. Relação peso/comprimento de Geophagus cf. proximus para área tanque (azul) e controle 
(vermelho) no reservatório de Ilha Solteira, SP, Brasil. 
 
Além disso, em condições naturais, G. cf. proximus alimenta-se principalmente 
de recursos tróficos do substrato, como material vegetal, moluscos, insetos e outros 
vertebrados aquáticos (SANTOS et al., 2004). Portanto, uma nutrição por meio da ração 
fornecida pelo sistema de piscicultura em tanques-rede pode ser questionável para a 
espécie. Dessa forma, uma eventual deficiência nutricional poderia influenciar na 
massa total média e no comprimento médio padrão dos indivíduos coletados na área 
tanque. 
O fator de condição é um indicativo quantitativo do bem estar do peixe refletindo 
condições alimentares recentes, podendo ser afetado pela idade, meio ambiente, sexo, 
entre outros fatores (LE CREN, 1951). Vazzoler (1996) menciona que o fator de 
condição é um relevante indicador e seu valor reflete as condições nutricionais recentes 
e/ou gastos das reservas em atividades cíclicas, sendo possível relacioná-lo às 
condições ambientais e aos aspectos comportamentais das espécies. 
Para o aspecto do fator de condição relativo (Kn) (Figura 3 A e B), observou-se 
valores iguais a 1 para as duas áreas, sendo na área tanque (média = 1,011; variância 
= 0,031; t = 0,719; p = 0,473) e valores para área controle (média = 1,008; variância = 
0,012; t = 0,595; p= 0,553). Portanto, não observou-se diferença significativa entre as 
y = 0,0428x2,8475
R² = 0,9452
y = 0,0191x3,1789
R² = 0,9767
0.00
55.00
110.00
165.00
220.00
0. 5. 10. 15. 20.
M
a
s
s
a
 t
o
ta
l 
(g
)
Comprimento padrão (cm)
19 
 
àreas avaliadas, mesmo com o intenso aporte de ração empregado próximo aos 
tanques-rede. 
 
 
Figura 3 A e B. Fator de condição relativo de Geophagus cf. proximus. Área tanque (azul - A) e área 
controle (vermelho - B), no reservatório de Ilha Solteira, SP, Brasil. 
 
0.
0.35
0.7
1.05
1.4
0 23 45 68 90
V
a
lo
re
s
 d
o
 f
a
to
r 
d
e
 c
o
n
d
iç
ã
o
 (
k
n
)
Número amostral
0.
0.35
0.7
1.05
1.4
0 18 35 53 70
V
a
lo
re
s
 d
o
 f
a
to
r 
d
e
 c
o
n
d
iç
ã
o
 (
k
n
)
Número amostral
20 
 
Para os parâmetros parasitológicos avaliados não foram encontradas 
diferenças significativas entre as áreas (Teste U e Teste Z p>0,05), conforme dados da 
tabela 1. As correlações entre comprimento padrão e massa total média com 
abundância e intensidade média de infecção também não foram observadas 
(Correlação de Spearman p>0,05). 
 
 Prevalência 
(%) 
 Intensidade Média Abundância 
 TR CT TR CT TR CT 
A. compactum 37,64% 47,82% 3,00±0,49 3,75±0,84 1,13±0,24 1,79±0,46 
Raphidascaris sp. 2,35% 10,14% 6,5±5,5 1,14±0,14 0,15±0,14 0,11±0,04 
 
 
Tabela 1. Valores de Prevalência (peixes parasitados/peixes examinados), Abundância média 
(parasitos/peixes examinados) e Intensidade média de infecção (parasitos/peixes parasitados) para 
Austrodiplostomum compactum e Raphidascaris sp. nas duas áreas tanque-rede (TR) e controle (CT), 
tendo sido p>0,05 para todos os itens avaliados. 
 
Portanto, as mudanças ambientais propiciadas pela piscicultura em tanque-
rede não influenciaram até o presente momento nos aspectos parasitológicos 
avaliados. Trabalhos como o de Ramos et al. (2014) demonstraram aumento 
significativo na taxa de infecção de metacercárias de A. compactum nos olhos de outra 
espécie de peixe, a Plagioscion squamosissimus (nome popular corvina) em áreas 
utilizadas para pisciculturas em tanque-rede no rio Paranapanema/SP. 
Ambas as espécies de peixes (G. cf. proximus e P. squamosissimus) 
pertencem à ordem dos peixes Perciformes, porém, diferem nos táxons inferiores. 
Mecanismos específicos de suscetibilidade/resistência aos parasitas avaliados podem 
estar relacionados à espécie G. cf. proximus. Faz-se necessário o desenvolvimento de 
posteriores pesquisas que possam corroborar este estudo e identificar mecanismos 
fisiológicos da espécie. 
Quanto à composição da dieta, verificou-se diferença (Permanova DF = 1, p = 
0,0001) entre as áreas, sendo os itens alimentares de maior contribuição: Detrito 
21 
 
(28,49%), Ração (19,35%), Vegetal Aquático (8,76%), Microcustáceo (6,84%) , Bivalvia 
(5,78%), Vegetal terrestre (4,92%), Restos de insetos (4,77%), Mollusca (4,56%), Larva 
de Díptera (4,19%) e Escama (3,64%). A abundância para cada área amostral está 
apresentada na figura 4. 
 
Figura 4: Volume dos principais itens alimentares para espécimes de Geophagus cf. proximus coletados 
nas duas áreas amostrais. 
 
Demétrio et al. (2012) e Ramos et al. (2013a) apontam para a entrada de 
matéria orgânica no ecossistema aquático por meio da atividade de piscicultura, 
incrementando o ecossistema com restos de ração, peixes cultivados, animais mortos, 
escamas e fezes. Em uma piscicultura em tanques-rede localizada no rio 
Paranapanema, Montanhini-Neto et al. (2015) estimaram que 18% da alimentação 
fornecida aos peixes de cultivo não é consumida, ficando disponível no meio aquático. 
Tais estudos são corroborados pela figura 4, na qual os itens alimentares com 
maior expressão na área tanque em relação à área controle são: ração, moluscos 
(bivalves e outros) e escamas. De acordo com Kliemann et al.(2018), estudos nas 
mesmas áreas amostrais indicam que houve alterações metabólicas hepáticas e 
gonadais nos espécimes associados à piscitultura em comparação com espécimes da 
área controle, o que indica a interferência proporcionada pelos itens alimentares 
0.
0.0075
0.015
0.0225
V
o
lu
m
e
 a
lim
e
n
ta
r
Itens alimentares
Controle Tanque
22 
 
associados aos tanques-rede. Embora os peixes sejam geralmente flexíveis em suas 
dietas (ABELHA; GOULART, 2004), mudanças drásticas na disponibilidade e oferta de 
recursos afetam particularmente espécies mais generalistas e onívoras, como no caso 
de G. cf. proximus conforme Kliemann et al. (2018). 
Hahn et al. (1998) citam que as condições de represamento devem favorecer 
às espécies dotadas de plasticidade alimentar, pois essas são mais capazes de se 
adaptarem às flutuações alimentares e novas condições ambientais. Ainda, Agostinho 
et al. (2007) afirmam que geralmente esses ambientes são pobres em habitats e 
recursos alimentares quando comparados com rios sem represamento. 
Nos rios tropicais o item detrito domina a reserva de matérias orgânica, 
tornando os peixes detritívoros e onívoros uma parcela significativa da biomassa da 
ictiofauna (WINEMILLER 1995; JEPSEN; WINEMILLER, 2002). Tais estudo vão em 
conformidade com a figura 4 que indica que em ambiente natural (área controle) o item 
alimentar mais relevante foi o Detrito. Por outro lado, na área tanque a facilidade de 
forrageamento proporcionada pelo excedente de ração permitiu que esse item fosse o 
mais proeminente em volume alimentar. 
 
 
23 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com base nos resultados apresentados conclui-se que a atividade de 
piscicultura em tanques-rede no braço Can-Can do rio Grande, localizada no 
reservatório de Ilha Solteira,, município de Santa Clara do Oeste/SP, influencia a massa 
total média, comprimento padrão médio, relação peso/comprimento e composição da 
dieta para a espécie G. cf. proximus. Contudo, os atributos parasitológicos avaliados 
não foram influenciados pela referida atividade zootecnica, tampouco os outros 
parâmetros populacionais testados. 
Portanto, faz-se necessário mais estudos que elucidem a problemática 
referente à atividade de piscicultura e que visem a mitigação de seus efeitos. Pois, 
evidenciou-se que a piscicultura em tanques-rede possui potencial de impacto sobre a 
ictiofauna silvestre. Assim, um manejo sustentável referente à quantidade e qualidade 
da ração, além de análises locais e regionais que antecedem a implementação da 
atividade tornam-se substanciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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