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Introdução à biofarmácia Biofarmácia Estudo do modo como as Propriedades Físico-Químicas do fármaco, a Forma Farmacêutica e a Via de Administração afetam a velocidade e a extensão de absorção de fármacos. Biofarmácia consiste no estudo das relações entre as propriedades físico-químicas dos fármacos, a forma farmacêutica em que são administrados, a via de administração e os efeitos biológicos observados. As formas farmacêuticas foram desenvolvidas para facilitar a administração de medicamentos a pacientes de faixas etárias diferentes ou em condições especiais, e para permitir seu melhor aproveitamento. A forma farmacêutica se relaciona à via de administração que vai ser utilizada, isto é, a porta de entrada do medicamento no corpo da pessoa, que pode ser, por via oral, retal, intravenosa, tópica, vaginal, nasal, etc... Coeficiente de partição; O coeficiente de partição de um fármaco é a medida de sua distribuição em um sistema de fase lipofílica/hidrofílica, e indica sua capacidade de penetrar sistemas biológicos multifásicos. Coeficiente de partição óleo/água:determina a solubilidade relativa nas frações lipídica e aquosa. Quanto maior o coeficiente de partição óleo-água, maior é a lipossolubil idade. Importante para fármacos com baixa solubilidade em água (hidrofóbicos) A diminuicao do tamanho da partícula pode aumentar a quantidade de fármaco absorvido. Partículas reduzidas aumentam a área superficial total das partículas, aumentando a penetracao de água e a valocidade de dissolucao. pKa; pKa = faixa de pH onde o fármaco está 50 %, ionizada Ácidos fracos muito ionizados em pH alto Bases fracas muito ionizadas em pH baixo. É possível obter diferentes quantidades de moléculas no estado não-ionizado (forma molecular) dependendo do fluido biológico onde se aplica o fármacoPortanto, a fração do fármaco não-ionizado pode ser representado pela função da constante de dissociação do fármaco e o pH da solução no sítio de absorção, calculado através da derivação da equação de Henderson-Halsselbach. Forma Farmacêutica Forma Farmacêutica é o estado final que as substancia ativas apresentam depois de serem submetidas às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sai administração e obter o maios efeito terapêutico. Sólidas. Comprimidos: É a compressão de uma ou mais substâncias químicas na forma de pó ou grânulo Cápsulas: É o armazenamento de uma ou mais substâncias químicas em recipientes de gelatina; Não se pode abrir, quebrar ou triturar as cápsulas, pois o medicamento pode perder seu efeito; Pode ser usada para mascarar sabor desagradável; Comprimidos de revestimento entérico: Comprimidos prontos são revestidos por um produto que garante sua passagem integra pelo estômago e chegando perfeito ao intestino onde irá se dissolver e iniciar sua ação; Comprimidos sublinguais: os comprimidos são colocados obrigatoriamente, em baixo da língua, e se dissolvem com auxílio da saliva e são absorvidos na própria boca. É usado no casa de medicamentos que, em contato com o líquido ácido do estômago são destruídos e perdem imediatamente sua ação terapêutica, também para aqueles que são pouco absorvidos pelo intestino Comprimidos efervescentes: são comprimidos preparados com uma ou mais substâncias químicas associadas a alguns sais que liberam gases quando em contato com a água. Este mecanismo facilita o comprimido a desintegrar e a dissolver para ser absorvido; Comprimidos mastigáveis: são comprimidos para terem a sua desintegração facilitada pela mastigação. Depois de mastigados, eles são engolidos, para aí serem dissolvidos e absorvidos. Comprimidos de ação lenta/prolongada: é um comprimido que possui um revestimento que controla a liberação da substância química. Isso permite que esses comprimidos, ao serem dissolvidos, iniciem sua ação lentamente de forma que seja prolongada/duradoura, mas somente quando ingeridos inteiros. Drágeas: São comprimidos revestidos com açucares. Melhora a deglutição, aparência física e mascara o sabor do medicamento Preparação extemporânea: São pós liofilizados ou grânulos, podem ser solúveis, resultando em soluções ou insolúveis, resultando em suspensões. São preparações para substâncias que não são estáveis na presença a água; Pós. Granulados. São geralmente as preparações mais estáveis. Semissólidas Pomadas ou unguentos: São preparações semi-solidas para aplicação externa que amolecem ou derretem à temperatura corpórea; A substância química sólida é geralmente inserida em uma base oleosa; São usadas em regiões menores, com menos pêlos por serem muito oleosas, não é aconselhável aplicá-las em feridas abertas. Cremes. Géis. Supositórios: São formas farmacêuticas de consistência firme, de forma cônica ou ogival, destinadas a serem inseridas no reto, onde devem desintegrar-se ou derretem-se a temperatura do corpo, liberando a substância química. Óvulos Um tipo de supositório de uso vaginal Pasta: Para aplicação externa na pele. Contém maior porcentagem de material sólido, por isso são mais firmes e espessas; Apresentam consistência macia e firme pela quantidade de sólidos, são pouco gordurosas e têm grande poder de absorção de água ou de exsudados; Utilizados para medicamentos de usa tópicos. As preparações tópicas semi-sólidas são para aplicação na pele ou em certas mucosas, para ação local ou penetração percutânea dos medicamentos, ou ainda por sua ação emoliente ou protetora; Líquidas Soluções: São preparações em que há uma ou mais substâncias químicas dissolvidas em uma pequena quantidade de solvente (a substâncias que dissolve); Podem ser divididas em Soluções Orais e Soluções Estéreis; Soluções orais: As soluções orais, necessitam de componentes que deem cor e sabor ao líquido para tornar o medicamento mais agradável ao gosto; Podem ser administradas em gotas, ou com um volume bem definido; Podem ter cor, mas dever ser transparentes; Soluções estéreis (injetáveis, colírios...) São preparações líquidas estéreis, ou seja, sem a presença de microorganismos; São colírios e medicamentos injetáveis; Não devem conter nenhum tipo de substância estranha e nem estarem turvas; Tinturas: São medicamentos líquidos resultantes da extração de princípios ativos de drogas vegetais e animais; São preparadas à temperatura ambiente por perlocação (droga vegetal na forma íntegra em contato com o solvente) ou maceração (droga macerada ou triturada em contato com o solvente); Os líquidos extratores ou “solventes” são: álcool/água, éter alcoolizado ou cetona; Gotas. Xaropes: São preparações a base de água, concentrações de açúcar, quem contêm uma ou mais substâncias químicas; São usadas principalmente para substâncias com sabor muito desagradável e também para pacientes que têm dificuldade de ingerir comprimidos (crianças e idosos, por exemplo); Suspensões: As suspensões são preparações em que as substâncias químicas não estão totalmente dissolvidas no meio líquido; Geralmente têm baixa capacidade de dissolução, por isso depositam-se no fundo do recipiente; É essencial informar ao paciente que ele deve agitar o frasco antes de usar Elixires: São preparações líquidas à base de água e álcool e com sabor levemente adocicado, que contêm uma ou mais substâncias químicas; São menos viscosos e, devido à presença de certa quantidade de álcool, são menos utilizadas atualmente Facilitam a administração, mascara, sabores e são mais indicados para crianças e idosos por permitirem o ajuste de dose. Podem existir várias formas farmacêuticas de um determinado princípio ativo. Cada via de administração é indicada para uma situação específica, e apresenta vantagens e desvantagens. Os Motivos são: Facilitara administração. Garantir a precisão da dose. Proteger a substância durante o percurso pelo organismo. Garantir a presença no local de ação. Facilitar a ingestão da substância ativa. Influenciam na Escolha: Vias de Administração Diferentes locais de aplicação e absorção Velocidade (Tempo) de Ação Imediata Retardada Controlada Tipos de paciente Adulto Infantil Vias de administração, via oral (boca), formas farmacêuticas, Comprimido, cápsula, pastilhas, drágeas, pós para reconstituição, gotas, xarope, solução oral, suspenção. Via sublingual (debaixo da língua), Comprimidos sublinguais. Via parenteral (injetável), Soluções e suspensões injetáveis. Via cutânea (pele), Soluções tópicas, pomadas, cremes, loção, gel, adesivos. Via nasal (nariz), Spray e gotas nasais. Via oftálmica (olhos), Colírios e pomadas oftálmicas. Via auricular (ouvidos), Gotas auriculares ou otológicas e pomadas auriculares. Via pulmonar (respiração/aspiração), Aerossol (bombinha) Via vaginal (vagina), Comprimidos vaginais, cremes, pomadas, óvulos. Via retal (ânus), Supositórios e enemas. Via oral, absorção muito variável depende de outros fatores, utilidade econômico e seguro, limitação e precauções requer cooperação do paciente efeito de primeira passagem. Subcutânea Absorção lenta e sustentada, suspensões insolúveis pellets, pequenos volumes, dor e necrose. Intramuscular, absorção lenta e sustentada, volumes moderados, veículos oleosos substacia irritantes. Endovenosa, absorção efeitos imediatos, emergência para molécula PM e peptídeos para grandes volumes e substância irritantes, risco de efeito adversos administração lenta, só solução aquosa. Via de Administração: Caminho pelo qual uma droga é colocada em contato com o organismo. Vias de administração: Tópica, Enteral e Parenteral. Vai depender das circunstâncias. Condições do paciente, aceitabilidade, necessidade, doença etc... Efeito local e Sistêmico: Epidérmica: aplicação sobre a pele. Transdérmica: aplicação na pele Ocular: sobre a conjuntiva Otológicas: antibióticos e corticoides para otite externa Intranasal: spray descongestionante nasal Vaginal: óvulos e cremes Via Tópica efeito local – aplicação diretamente onde deseja-se sua ação. Epidérmica: de substâncias ativas diretamente na pele, ou em áreas de superfície de feridas, com efeito local, tais como, pomadas, cremes, sprays, loções, etc; Efeito sistêmico Transdérmica: aplicação da substância ativa na pele para ser absorvida pela circulação. VANTAGENS: Não sofre efeito de primeira passagem. Fácil adesão ao tratamento. Diminui o risco de esquecimento. DESVANTAGEM: Alergias e irritação na pele. efeito local – aplicação diretamente onde deseja-se sua ação. Ocular: aplicação sobre a conjuntiva ocular. Anestésicos; Antibióticos; Anti-inflamatórios; Lubrificantes; Para aplicação de dilatador de pupila – Ex: Atropina. LÍQUIDOS: colírios administrados através de gota. SEMISSÓLIDOS: pomadas oculares, cuja técnica de aplicação é semelhante. efeito local – aplicação diretamente onde deseja-se sua ação Otológica: aplicação no canal auditivo. Amolecimento de cera; Processos inflamatórios (ex: otite externa); Infecções. efeito local – aplicação diretamente onde deseja-se sua ação. Intra-nasal: spray descongestionante nasal. Tratamento de infecções e alívio da congestão nasal. Respiratória inalatória ou pulmonar superfície de absorção brônquios e alvéolos inflamados pouco efeito sistêmico quanto menores as partículas dos fármacos – mais eficientes. Exemplo: fossas nasais até os brônquios: pequenas partículas líquidas ou sólidas são geradas por nebulização ou aerossóis. (EX: Solução fisiológica, Atrovent, Berotec). Efeito local e sistêmico. Vaginal aplicação no canal vaginal Efeito local e sistêmico Evita a passagem pelo sistema porta-hepático e é uma área de grande irrigação sanguínea. Vias de administração: Tópica, Enteral e Parenteral. Vai depender das circunstâncias. Condições do paciente, aceitabilidade, necessidade, doença etc... Via Enteral efeito local e/ou sistêmico – via trato digestivo. Oral drogas na forma de comprimidos, cápsulas, gotas, xarope etc. Sublingual na forma de comprimidos Retal em forma de supositório efeito sistêmico – via trato digestivo Via Oral absorção intestinal (primeira passagem – fígado) Vantagens: facilidade de administração menos dispendioso Contra-indicação: náuseas e vômitos Diarréias Dificuldades para engolir Efeito sistêmico – via trato digestivo Sublingual Absorção veias abaixo da língua – direto para o sangue. Exemplo: anti-hipertensivos, analgésicos, etc. Efeito local e sistêmico Retal Vantagens Protege os fármacos suscetíveis da inativação gastrointestinal e hepática, pois somente 50% do fluxo venoso retal tem acesso à circulação porta. Desvantagens A absorção pode ser incompleta, especialmente em pacientes com motilidade intestinal aumentada. Pode irritar a mucosa. Indicações Estados de coma, inconsciência, náuseas e vômitos etc. Via Parenteral efeito sistêmico – por outra forma que não pelo trato digestivo Intravenosa (IV) biodisponibilidade absoluta da droga Intramuscular (IM) Depois da via intravenosa é a de mais Rápida absorção; por isso o seu largo emprego. Subcutânea (SC) aplicação debaixo da pele – absorção lenta. Intradérmica (ID) aplicação na derme Efeito sistêmico – por outra forma que não pelo trato digestivo Intravenosa (IV) biodisponibilidade absoluta da droga Via mais rápida (importante em emergências) imediato na circulação rápida distribuição aos tecidos ação rápida evita ação gástrica ou efeito de primeira passagem permite maior precisão na dosagem viável em pacientes inconscientes efeito sistêmico – por outra forma que não pelo trato digestivo Indicações necessidade de ação imediata do medicamento necessidade de injetar grandes volumes - hidratação introdução de substâncias irritantes de tecidos Intramuscular (IM) o fármaco é injetado diretamente no músculo. Regiões indicadas, para aplicação de injeção intramuscula. Subcutânea (SC) aplicação debaixo da pele – absorção lenta. Aplicação contra trombose (Heparina) e Diabetes (insulina) Intradérmica (ID) aplicação de pouco volume; absorção muito lenta; teste de hipersensibilidade... Fase farmacêutica Fase farmacocinética Fase farmacodinâmica Vias de administração oral, fase biofamacêutica : Comprimido, desintegração, grânulos, desintegração suspensão, pequenas partículas, dissolução imediata e adequada fármaco em solução absorção, fármaco na circulação. Primeiro desintegração, segundo dissolução e absorção. O desenvolvimento e garantia da qualidade de medicamentos podem ser avaliados através de ensaios in vitro e in vivo. Teste de Desintegração Verifica se comprimidos e cápsulas se desintegram dentro do limite de tempo especificado, quando seis unidades do lote são submetidas à ação de aparelhagem específica sob condições experimentais descritas. O limite de tempo 30 min. Teste de Desintegração Conceito: "Estado no qual nenhum resíduo da unidade, salvo fragmentos de revestimento ou matriz de cápsulas insolúveis, permanece na tela metálica no aparelho de desintegração" (FARMACOPÉIA Brasileira 4ª edição, 1988).Aplicação: Teste realizado para cápsulas, comprimidos, óvulos e supositórios. Teste de Dissolução Possibilita determinar a quantidade de substância ativa dissolvida no meio de dissolução quando o produto é submetido à ação de aparelhagem específica, sob condições experimentais descritas. O resultado é expresso em porcentagem da quantidade declarada no rótulo Tempo 45 min. Teste de Dissolução "O teste de dissoluçãodetermina a porcentagem da quantidade de princípio ativo, declarado no rótulo do produto, liberado no meio de dissolução, dentro do período de tempo (velocidade) especificado na monografia de cada produto, quando o mesmo é submetido à ação de aparelhagem específica, sob condições experimentais descritas" (FARMACOPÉIA Brasileira 4ª edição, 1988). Aplicação: Para a determinação em comprimidos e cápsulas. Fase Biofarmacêutica Estão englobados todos os processos que ocorrem com o medicamento desde a sua administração, incluindo as etapas de libertação e dissolução deixando o fármaco disponível para absorção.
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