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Prévia do material em texto

Universidade de Brasília 
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária 
 
 
 
AMANDA RIBEIRO ALVES 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
RELATO DE CASO: CUIDADOS INTENSIVOS NA GASTROENTERITE 
HEMORRÁGICA EM CÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
2013 
 ii 
AMANDA RIBEIRO ALVES 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
RELATO DE CASO: CUIDADOS INTENSIVOS NA GASTROENTERITE 
HEMORRÁGICA EM CÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
Fevereiro, 2013 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Faculdade de 
Agronomia e Medicina Veterinária 
da Universidade de Brasília como 
requisito parcial para obtenção do 
grau de médico veterinário. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Gláucia 
Bueno Pereira Neto 
 
 iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cessão de direitos 
Nome do Autor: Amanda Ribeiro Alves 
Título da Monografia de Conclusão de Curso: Relato de caso: Cuidados intensivos no 
paciente com gastroenterite hemorrágica em cão. 
Ano: 2013. 
É concedida a Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta monografia 
e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O 
autor reserva-se a outros direitos de publicação e nenhuma parte desta monografia pode ser 
reproduzida sem a autorização por escrito do autor. 
 
 
____________________________ 
Amanda Ribeiro Alves 
 
Alves, Amanda Ribeiro 
Relato de caso: Cuidados intensivos na gastroenterite 
hemorrágica em cão/ Amanda Ribeiro Alves; Orientação de 
Gláucia Bueno Pereira Neto. – Brasília, 2013. 
 64 p. : il 
 Monografia – Universidade de Brasília/Faculdade de 
Agronomia e Medicina Veterinária, 2013. 
 
1. Cuidados intensivos. 2. Gastroenterite. 3. Parvovirose 
4.Sepse I. Pereira-Neto, G. B. II. Relato de caso: Cuidados 
intensivos na gastroenterite hemorrágica em cão. 
 iv 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
AMANDA RIBEIRO ALVES 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
RELATO DE CASO: CUIDADOS INTENSIVOS NA GASTROENTERITE 
HEMORRÁGICA EM CÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
Profª. Drª. Gláucia Bueno Pereira Neto- Universidade de Brasília 
 
Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________ 
 
 
Profa. Dra. Sabrina dos Santos Costa Pogiani – UPIS 
 
Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________ 
 
 
M.V. Thiago Borinelli de Aquino Moura – Universidade de Brasília 
 
Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________ 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Faculdade de 
Agronomia e Medicina Veterinária da 
Universidade de Brasília como requisito 
parcial para obtenção do grau de 
médico veterinário. 
 v 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço à minha família por fazer o impossível para tornar meus sonhos realidade. 
Agradeço ao meu namorado, Anderson, por me apoiar incondicionalmente e por 
fazer o máximo para que eu seja a melhor veterinária do mundo. 
Agradeço ao Hospital Veterinário Clinivet – Curitiba pela confiança depositada em 
mim. Dr. João, Dr. David, Dra. Kelly, Dr. Luiz, levarei para o resto da vida o 
aprendizado que tive com vocês. A todos os estagiários que passaram por essa 
experiência junto comigo, compartilhando conhecimento e dicas de Curitiba, 
obrigada! 
 Agradeço aos meus orientadores que contribuíram com a realização desse trabalho 
e com grande parte da minha transformação de aluna em profissional. 
Agradeço aos meus amigos da Veterinária por estarem sempre disponíveis e por 
terem feito dos últimos cinco anos, os melhores da minha vida. 
Agradeço às minhas amigas de infância por ouvirem “casos dos cachorros” em 
momentos de lazer. 
Agradeço especialmente ao meu primeiro paciente, Thor, com o qual aprendi lições 
que muitos seres humanos não são capazes de ensinar tampouco de compreender. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi 
SUMÁRIO 
 
Lista de Tabelas ............................................................................................................ viii 
Lista de Figuras ............................................................................................................. x 
RESUMO ......................................................................................................................... xii 
ABSTRACT ..................................................................................................................... xiii 
 
PARTE I – RELATÓRIO DE ESTÁGIO Páginas 
1 Introdução .................................................................................................................... 2 
2 Estágio em terapia semi-intensiva – Hospital Veterinário Clinivet ......................... 3 
 2.1 Estrutura e logística de atendimento ............................................................... 3 
 2.2 Atividades desenvolvidas ................................................................................. 7 
 2.3 Descrição dos casos acompanhados .............................................................. 
 
8 
 2.3.1 Internações 1 e 3 ....................................................... ....... 
 
10 
 2.3.2 Internação de felinos .......................................................... 
 
16 
 2.3.3 Isolamento......................................................................... 18 
 2.3.4 Internação Semi-intensiva................................................... 21 
3 Conclusão .......................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 vii 
PARTE II – RELATO DE CASO: CUIDADOS INTENSIVOS NA GASTROENTERITE 
HEMORRÁGICA EM CÃO 
1 Revisão de Literatura ……......................................................................................... 29 
 1.1 Gastroenterite hemorrágica ......................................................... 29 
 1.2. Definições de SIRS, Sepse, Sepse Grave, Choque Séptico e a 
Classificação PIRO ................................................................................. 
 
31 
 
 1.3. Terapia precoce guiada por metas (Early-goal directed therapy) ... 
 
34 
 1.4. Choque .............................. ....................................................... 36 
2 Relato de caso ............................................................................................................. 38 
3 Discussão ..................................................................................................................... 
 
41 
 3.1 Monitorização do paciente internado ............................................. 41 
 3.2.Fluidoterapia e utilização de vasopressores, inotrópicos e 
corticóides.............................................................................................. 
 
42 
 3.3 Antibioticoterapia ....................................... ................................. 46 
 3.4 Alterações laboratoriais ................................................................................ 46 
 3.5 Nutrição............................................. ......................................... 
 
48 
 3.6 Fisioterapia ................................................................................ 
 
48 
 3.7 Tempo de internação/Prognóstico ................................................ 
 
49 
4 Conclusão .................................................................................................................... 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 viii 
LISTA DE TABELAS 
 
PARTE I 
Tabela 1. Organização estrutural do Clinivet ................................................. 3 
Tabela 2. Prevalência das raças dos pacientes internados ........................... 9 
Tabela 3. Prevalência de raças dos pacientesdas internações 1 e 3 ........... 11 
Tabela 4. Motivo da internação relatado pelo proprietário no momento da 
anamnese inicial ............................................................................. 
 
12 
Tabela 5. Principais suspeitas clínicas, diagnóstico provável ou diagnóstico 
confirmado dos pacientes internados ............................................. 
 
14 
Tabela 6. Prevalência das raças na internação de felinos ............................. 16 
Tabela 7. Queixa principal do proprietário no momento da anamnese inicial. 17 
Tabela 8. Suspeitas clínicas, diagnóstico provável ou confirmado dos 
felinos ............................................................................................. 
 
17 
Tabela 9. Prevalência das raças dos animais internados na ala de 
isolamento ...................................................................................... 
 
19 
Tabela 10. Tipo de sinal gastrointestinal relatado pelo proprietário como 
queixa principal no momento da anamnese inicial ......................... 
 
19 
Tabela 11. Queixa principal referida pelo proprietário durante o atendimento 
inicial ............................................................................................... 
 
22 
Tabela 12. Suspeita clínica ou diagnóstico provável justificando o 
encaminhamento do animal à internação semi-intensiva ............... 
 
23 
 
 
 
 
 
 ix 
PARTE II 
Tabela 13. Diagnóstico de SIRS em cães e gatos. Fonte: (SILVERSTEIN; 
SANOTORO-BEER, 2012) ............................................................. 
 
32 
Tabela 14. Critérios diagnósticos para classificação do paciente com sepse 
grave. Fonte: (RABELO, 2012a) .................................................... 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 x 
LISTA DE FIGURAS 
 
PARTE I 
Figura 1. Fachada do Hospital Veterinário Clinivet ................................... 5 
Figura 2. Internação 1 (cães com até 20 Kg) ............................................ 5 
Figura 3. Sala de emergência ................................................................... 6 
Figura 4. Internação semi-intensiva .......................................................... 6 
Figura 5. Laboratório de urgência da internação semi-intensiva ............... 7 
Figura 6. Ilustração dos procedimentos realizados durante o período de 
estágio ........................................................................................ 
 
8 
Figura 7. Desfecho dos pacientes tratados nas Internações 1 e 3 ........... 15 
Figura 8. Desfechos dos casos da internação de felinos .......................... 18 
Figura 9. Alterações no exame físico dos animais encaminhados ao 
isolamento .................................................................................. 
 
20 
Figura 10. Alterações em exames laboratoriais dos animais 
encaminhados ao isolamento ..................................................... 
 
20 
Figura 11. Desfecho dos casos acompanhados na ala de isolamento ....... 21 
Figura 12. Alterações no exame físico dos animais encaminhados à 
internação semi-intensiva no momento da admissão ................ 
 
24 
Figura 13. Alterações em exames laboratoriais dos animais após 
admissão na internação semi-intensiva ..................................... 
 
25 
Figura 14. Tempo de internação na ala semi-intensiva ............................... 26 
Figura 15. Evolução dos pacientes da unidade semi-intensiva ................... 26 
 
 
 
 xi 
PARTE II 
Figura 16. Avaliação da pressão intra-abdominal do paciente .................... 42 
Figura 16. Paciente recebendo noradrenalina e dobutamina em infusão 
contínua. Avaliação da terapêutica instituída por meio da 
aferição da pressão arterial sistólica .......................................... 
 
 
44 
Figura 18. Paciente com edema na face e nos membros ........................... 45 
Figura 19. Aspecto da urina do paciente após sondagem uretral ............... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xii 
ALVES, A. R. Relato de caso: Cuidados intensivos na gastroenterite hemorrágica em 
cão. Case report: Intensive care treatment in dog’s hemorrhagic gastroenteritis. 
2013. 26 p. Monografia de conclusão do curso de Medicina Veterinária - Faculdade 
de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, DF. 
 
Resumo - A parvovirose canina é uma afecção importante na clínica de pequenos 
animais, pois possui alta morbidade e alta mortalidade ainda que haja tratamento de 
suporte precoce. O agente etiológico dessa doença (parvovirus canino tipo 2) causa 
danos não só à mucosa gastrointestinal como também pode levar à significante 
resposta inflamatória sistêmica, pela capacidade de endotoxinas liberadas pelo trato 
gastrointestinal ativarem os sistemas inflamatório e de coagulação. A translocação 
bacteriana em pacientes com sepse pode levar a diversas condições clínicas que 
pioram o quadro do animal já debilitado. Os cães com parvovirose são 
aparentemente predispostos a endotoxemia por causa da neutropenia associada à 
destruição da barreira mucosa gastrointestinal. Animais em SIRS ou Sepse 
necessitam de monitorização contínua. Parte disso é feito com a avaliação de 
parâmetros bioquímicos, eletrolíticos e hemodinâmicos. O acompanhamento das 
funções renal e pulmonar, assim como do estado ácido-básico e da perfusão 
tecidual do paciente devem fazer parte dos cuidados com o paciente em sepse. A 
consolidação da terapia intensiva vem levando a melhorias no tratamento dos 
pacientes. O presente trabalho objetiva relatar um caso de cuidados intensivos em 
um cão com gastroenterite hemorrágica de origem infecciosa. 
 
Palavras-chave 
terapia intensiva, gastroenterite, parvovirose, sepse. 
 
 
 
 
 
 
 xiii 
ALVES, A. R. Case report: Intensive care treatment in dog’s hemorrhagic 
gastroenteritis. Relato de caso: cuidados intensivos de gastroenterite hemorrágica 
em cão. 2013. 26 p. Monografia de conclusão do curso de Medicina Veterinária - 
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, 
DF. 
 
Abstract -The canine parvovirus infection is a significant disease in small animal 
clinics because it has high morbidity and mortality although there is early supportive 
treatment. The etiologic agent of this disease (canine parvovirus type 2) not only 
cause damage to the gastrointestinal mucosa but can also lead to significant 
systemic inflammatory response, due to the ability of endotoxins released from the 
gastrointestinal tract activate the inflammatory and coagulation systems. Bacterial 
translocation in patients with sepsis can lead to several clinical conditions that 
worsen the picture of the animal already weakened. Dogs with canine parvovirus 
infection are apparently predisposed to endotoxemia because of neutropenia 
associated with the destruction of the gastrointestinal mucosal barrier. Animals in 
SIRS or sepsis require continuous monitoring. Part of this is done with the 
assessment of biochemical, hemodynamic and electrolyte parameters. Monitoring 
renal and lung function, as well as the acid-base status and tissue perfusion should 
be part of patient care in sepsis. The consolidation of intensive care has led to 
improvements in the treatment of patients. This paper aims to report a case of 
intensive care in a dog with infectious hemorrhagic gastroenteritis. 
 
Key-words 
Intensive care, gastroenteritis, parvovirus, sepsis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE I 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
1 Introdução 
 
A disciplina estágio curricular supervisionado é obrigatória para os alunos do 
curso de Medicina Veterinária e é realizada no último semestre da graduação. O 
objetivo da disciplina é aproximar o aluno da realidade prática na área de seu 
interesse, proporcionando agregação de conhecimento,segurança e 
aperfeiçoamento ao futuro médico veterinário. Para isso, é requerido o total de 480 
horas de estágio durante um semestre. 
O estágio curricular supervisionado foi realizado no Hospital Veterinário 
Clinivet, em Curitiba – PR, durante o período de 13 de agosto a 7 de outubro, sob a 
supervisão do Dr. David Powolny. 
O objetivo do presente relatório é descrever o estágio supervisionado na área 
de Internação desse Hospital, especialmente na área de terapia semi-intensiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
2 Estágio em Terapia Semi-Intensiva - Hospital Veterinário Clinivet 
2.1 Estrutura e logística de atendimento 
O Hospital Veterinário Clinivet (Figura 1) foi fundado há 25 anos, e ao longo 
deste período passou por diversas adaptações para adequar-se às necessidades 
dos pacientes e dos proprietários. No início de 2005, foi concluído o projeto mais 
recente de reforma das dependências de atendimento na estrutura de três andares 
que se encontra disponível hoje, apresentada na tabela 1. 
Tabela 14. Organização estrutural do Clinivet 
Áreas de Atendimento do Hospital Veterinário Clinivet 
1. Três áreas de recepção 6. Ala de diagnóstico por imagem 
2. Sala de atendimento ao cliente 7. Bloco cirúrgico 
3. Dez consultórios 8. Sala de preparo de quimioterápicos 
4. Quatro alas de internação 9. Laboratório de análises clínicas - Clinilab 
5. Internação semi-intensiva 10. Auditório 
 
Essas áreas subdividem-se para o atendimento da seguinte forma: 
 Dentre os dez consultórios, um específico para a para cardiologia e um para 
felinos; 
 As quatro alas de internação dividem-se em: uma para cães com até 
aproximadamente 20 kg (Internação 1), ilustrada na figura 2; uma para cães 
acima de 20 kg (Internação 3); uma sala de isolamento e uma área somente 
para felinos (Gatil); 
 Sala de emergência (Figura 3); 
 A ala de internação semi-intensiva (SI), demonstrada nas figuras 4 e 5, possui 
equipamentos próprios para realização de hemograma completo, alguns 
exames bioquímicos, urinálise, monitor multiparamétrico, concentrador de 
oxigênio, entre outros; 
 Três áreas de recepção e uma sala de atendimento ao cliente; 
 A ala de diagnóstico por imagem, com radiologia digital, ultrassonografia, 
ecocardiografia e tomografia; 
 4 
 O bloco cirúrgico com duas salas de cirurgia, sala de paramentação, sala de 
recuperação pós-anestésica; uma sala para cirurgias odontológicas; 
 A sala de preparo de quimioterápicos possui os equipamentos de proteção 
individual com capela de fluxo laminar para o manuseio seguro dos 
quimioterápicos; 
 O laboratório de análises clínicas – Clinilab, 
 A cozinha para preparo dos alimentos oferecidos aos pacientes; 
 A dispensa para guardar materiais de uso comum dos pacientes, como guias, 
colares elizabetanos e rações terapêuticas. 
 Como parte da estrutura de apoio para os funcionários e estagiários, há uma 
cozinha equipada com utensílios de uso diário, dois vestiários, sendo um 
masculino e um feminino, um banheiro de uso comum por andar, um 
dormitório, garagem para uso privativo, auditório com capacidade para 
aproximadamente 30 pessoas. 
O Clinivet possui profissionais qualificados, dentre eles professores 
renomados de graduação de instituições de ensino de medicina veterinária de 
Curitiba e especialistas em diversas áreas. Mais de 20 médicos veterinários são 
responsáveis pelo atendimento diário da clínica médica, clínica cirúrgica e terapia 
intensiva. Dentre as especialidades, destacam-se os serviços de oftalmologia, 
cardiologia, neurologia, nefrologia e urologia, dermatologia, nutrição, reprodução e 
neonatologia, ortopedia, odontologia, oncologia, acupuntura, anestesia e controle de 
dor, fisioterapia e diagnóstico por imagem. 
O atendimento de clínica geral ocorre das 8h às 20h, por meio de consultas 
marcadas previamente ou por encaixe, caso o proprietário não possua um horário 
determinado para o seu animal. As consultas com especialistas ocorrem somente 
com horário marcado, exceto em caso de emergência. O serviço de emergência 
noturna atende diariamente com um veterinário plantonista, dois enfermeiros e um 
estagiário das 20h às 8h. Nesse caso, o paciente é recebido pelo médico veterinário 
que realiza a triagem e decide como abordar juntamente com a equipe clínica. 
Todos os procedimentos e exames complementares são realizados sob 
consentimento do proprietário, visto que todos os serviços são cobrados. 
 5 
 
Figura 1. Fachada do Hospital Veterinário Clinivet 
 
Figura 2. Internação 1 (cães com até 20 Kg) 
 6 
 
Figura 3. Sala de emergência 
 
Figura 4. Internação semi-intensiva 
 7 
 
Figura 5. Laboratório de urgência da internação semi-intensiva 
 
2.2. Atividades desenvolvidas 
Durante o período de realização do estágio, o Clinivet contava com 30 
estagiários curriculares provenientes das mais diversas instituições de ensino do 
Brasil. A cada semana, às segundas-feiras, o coordenador de estágios dividia os 
estagiários considerando a preferência de cada um e a capacidade das instalações, 
de forma a todos conseguirem acompanhar os setores que gostariam. Os grupos 
eram divididos da seguinte forma: quatro estagiários para acompanhar as 
internações, dois para cirurgia e anestesia, dois para diagnóstico por imagem, dois 
para neurologia, um para oftalmologia e os demais para acompanharem as 
consultas da clínica médica, sendo permitidos no máximo dois estagiários por 
consultório. Como as cirurgias ocorriam no período da manhã, os estagiários desse 
setor podiam escolher o local do período da tarde. 
Era permitido ao estagiário observar qualquer procedimento nas internações, 
como retirada de suturas, cálculo e administração de diversos fármacos, 
toracocentese e abdominocentese, ressuscitação cérebro-cardiopulmonar, entre 
outros. Além disso, era possível realizar sob supervisão do médico veterinário, 
alguns procedimentos, como sondagens uretral, nasal, nasoesofágica e 
 8 
nasogástrica, lavagem gástrica, enema, coleta de sangue (figura 6). O estagiário era 
responsável por aferir os parâmetros do exame físico de todos os pacientes 
internados, assim como oferecer alimentação conforme a prescrição individual. A 
coleta de material para exames laboratoriais era de responsabilidade da equipe de 
enfermagem, porém ocasionalmente era permitido ao estagiário realizá-la. Não era 
permitida a realização de medicações em animais internados, visto que essa 
atividade era restrita aos veterinários, à enfermagem e aos estagiários contratados, 
exceto quando solicitado ao estagiário curricular. 
 
Figura 6. Ilustração dos procedimentos realizados durante o período de estágio. 
 
2.3. Descrição dos casos acompanhados 
Durante o período de estágio foram acompanhados 196 animais, sendo 167 
cães e 29 gatos de diferentes raças (Tabela 2). Destes, 94 (56,3%) eram fêmeas e 
73 (43,7%) eram machos. 
 
 
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Coleta de sangue
Lavagem gástrica
Sondagem nasogástrica
Sondagem nasal
Enema
Sondagem uretral (macho)
Sondagem uretral (fêmea)
Sondagem nasoesofágica
Número de vezes realizadas
P
ro
ce
d
im
e
n
to
 9 
Tabela 15. Prevalência das raças dos pacientes internados 
Raças 
Cães 
 Número de animais Porcentagem 
Akita 1 0,6 
Bassethund 1 0,6 
Beagle 4 2,4 
Bichon frisé 1 0,6 
Border collie 1 0,6 
Boxer 2 1,2 
Bulldogue inglês 5 3,0 
Cane corso 1 0,6 
Chihuahua 3 1,8 
Chow Chow 3 1,8 
Cocker spaniel 7 4,2 
Daschund 8 4,8 
Labrador 6 3,6 
Lhasa apso 15 9,0 
Maltês 2 1,2 
Pastor Alemão 4 2,4 
Pinscher 9 5,4 
Pitbull 4 2,4 
Poodle 13 7,8 
Pug 1 0,6 
Rottweiller 3 1,8 
Schnauzer 7 4,2 
Shar Pei 1 0,6 
ShiTzu 5 3,0 
Spitz 1 0,6 
Yorkshire Terrier 19 11,4 
Whippet 1 0,6 
Sem Raça Definida 39 23,4 
Total 167 100 
Gatos 
 Número de animais Porcentagem 
Maine coon 1 3,4 
Persa 2 6,8 
Siamês 2 6,8 
Sem Raça Definida 24 82,8 
Total 29 100 
 
Ao chegarem ao Hospital, os animais eram submetidos àtriagem por um 
médico veterinário clínico geral, o qual realizava a anamnese resumida e exame 
físico inicial. Caso julgasse necessário, o Clínico poderia internar o paciente, 
 10 
permanecendo responsável por ele, apesar deste ficar sob os cuidados dos Médicos 
Veterinários da Internação também. Nesse caso, o paciente era submetido ao ―Perfil 
Internamento‖, no qual era feito um novo exame físico (freqüência cardíaca, 
freqüência respiratória, coloração das mucosas, tempo de preenchimento capilar, 
temperaturas retal e periférica e aferição da pressão arterial) pelos estagiários ou 
pelo veterinário responsável pela internação semi-intensiva e era coletada uma 
amostra de sangue, pela equipe de enfermagem, pelos estagiários ou pelo próprio 
veterinário, para realização de hematócrito, proteína plasmática total, glicemia e 
lactato. A partir do motivo da internação, da suspeita clínica e das alterações 
encontradas na avaliação inicial era decidido se o animal era encaminhado para a 
internação semi-intensiva, para o isolamento ou se permanecia na internação geral, 
ou seja, nas Internações 1 e 3. 
2.3.1 Internações 1 e 3 
Os pacientes estáveis, que precisavam ficar sob observação ou requeriam 
cuidados especiais de enfermagem, eram encaminhados para as internações 1 ou 3, 
sendo a primeira para cães de pequeno ou médio porte, com no máximo 20 Kg, 
aproximadamente, e a segunda para cães com peso superior a 20 Kg. Entretanto, 
havia duas gaiolas grandes e duas com divisória removível na Internação 1 para 
pacientes de grande porte que necessitassem de cuidados mais específicos. A 
média de peso dos animais da Internação 1 foi de 8,23 Kg e da Internação 3 foi de 
30,4 Kg. Essa divisão facilitava o manejo dos animais tanto pelos enfermeiros e 
veterinários como pelos estagiários. 
Nessas alas, com capacidade para até 22 cães na internação 1 e até sete na 
Internação 3, estava a maior parte dos animais. Na tabela 3 é possível visualizar as 
raças mais prevalentes nesse setor. 
 
 
 
 
 11 
Tabela 16. Prevalência de raças dos pacientes das internações 1 e 3. 
Raças 
 n % 
Akita 1 0,9 
Beagle 3 2,7 
Bichon Frisé 1 0,9 
Bulldogue Inglês 1 0,9 
Chihuahua 3 2,7 
Chow Chow 2 1,8 
Cocker Spaniel 5 4,5 
Daschund 4 3,6 
Labrador Retriever 5 4,5 
Lhasa Apso 10 8,9 
Maltês 2 1,8 
Pastor Alemão 3 2,7 
Pinscher 4 3,6 
Pitbull 2 1,8 
Poodle 9 8,0 
Rottweiller 2 1,8 
Schnauzer 7 6,3 
Shar Pei 1 0,9 
ShiTzu 5 4,5 
Spitz 1 0,9 
Whippet 1 0,9 
Yorkshire Terrier 14 12,5 
Sem Raça Definida 25 22,3 
Total 111 100 
 
A média de idade dos cães tratados na Internação 1 foi sete anos e um mês e a 
moda encontrada foi de oito anos. Já na internação 3, a média de idade foi oito anos 
e a moda dez anos. 
Quanto ao sexo, 36% dos pacientes eram fêmeas e 64% machos. 
A tabela 4 apresenta a queixa principal relatada pelo proprietário no momento da 
anamnese inicial. Para um melhor entendimento e divisão, os sinais clínicos 
relatados foram agrupados da seguinte forma: 
 12 
- Sinais Gastrointestinais: alterações como vômito e diarréia. 
- Sinais Cardiorrespiratórios: dispnéia, tosse, síncope. 
- Sinais Neurológicos: convulsão, tetraparesia, ataxia, andar em círculos. 
- Sinais Urogenitais: disúria, hematúria e descompensação do quadro de 
insuficiência renal crônica. 
- Sinais Osteoarticulares: claudicação e dificuldade de locomoção. 
- Sinal Tegumentar: prurido intenso. 
- Sinais Inespecíficos: dor, apatia, hiporexia, anorexia e as reações alérgicas 
diversas. 
Os ―Pós-operatórios‖ foram de cirurgia de retirada de corpo estranho, 
mastectomias, castrações eletivas, cesarianas, slot ventral para correção de hérnia e 
hemilaminectomia para correção de doença do disco intervertebral. As 
―Intoxicações‖ foram por ingestão de diversos venenos, por contato com veneno de 
sapo (bufotoxina) e intoxicação medicamentosa. Os ―Traumas‖ foram decorrentes de 
atropelamento ou briga com outro cão. As ―Neoplasias‖ encontradas foram tumor 
venéreo transmissível e hemangiossarcoma. 
 
Tabela 17. Motivo da internação exposto pelo proprietário no momento da anamnese 
inicial 
Motivo da internação (Queixa Principal) 
Internação 1 
 N % 
Sinais Gastrointestinais 34 32,4 
Sinais Cardiorrespiratórios 6 5,7 
Sinais Neurológicos 10 9,5 
Sinais Urogenitais 5 4,8 
Sinais Osteoarticulares 1 0,9 
Sinais Ototegumentares 1 0,9 
Sinais Inespecíficos 25 23,8 
Pós-operatórios 6 5,7 
Intoxicações 8 7,6 
Traumas 8 7,6 
Neoplasia 1 0,9 
Total 105 100 
 13 
Internação 3 
 N % 
Sinais Gastrointestinais 5 20,8 
Sinais Cardiorrespiratórios 3 12,5 
Sinais Neurológicos 2 8,3 
Sinais Urogenitais 1 4,2 
Pós operatórios 2 8,3 
Sinais inespecíficos 7 29,2 
Sinais osteoarticulares 3 12,5 
Neoplasia 1 4,2 
Total 24 100 
 
As principais suspeitas clínicas, diagnóstico provável ou diagnóstico 
confirmado estão relacionadas na tabela 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Tabela 18. Principais suspeitas clínicas, diagnóstico provável ou diagnóstico 
confirmado dos pacientes internados. 
Suspeita Clínica / Diagnóstico 
Internação 1 
SISTEMA Afecção n % 
Sistema Cardiorrespiratório 
Perfuração Traqueal 1 1,2 
Edema Pulmonar 2 2,4 
Endocardiose 2 2,4 
Sistema Hematopoiético Leishmaniose Visceral 1 1,2 
Trato Gastrointestinal 
Gastrite 5 6,0 
Gastroenterite A Esclarecer 5 6,0 
Gastroenterite Alimentar 3 3,6 
Gastroenterite Hemorrágica 4 4,8 
Colite 1 1,2 
Corpo Estranho 2 2,4 
Sistema Endócrino Cetoacidose Diabética 3 3,6 
Sistema Urogenital 
Urolitíase 2 2,4 
Orquite 1 1,2 
Doença Renal Crônica 11 13,2 
Cálculo Vesical 2 2,4 
Sistema Músculo-Esquelético Fraturas 3 3,6 
Sistema Nervoso 
Epilepsia 1 1,2 
Neuropatia Periférica 1 1,2 
Doença do disco intervertebral 1 1,2 
Oncologia 
Neoplasia 7 8,4 
Carcinoma Mamário 2 2,4 
Outros 
Reação Alérgica 1 1,2 
Intoxicação 7 8,4 
Doença periodontal 3 3,6 
Farmacodermia 1 1,2 
Trauma 
Politrauma 2 2,4 
Lesão Cervical 2 2,4 
Laceração Cutânea 4 4,8 
Ruptura Diafragmática 1 1,2 
Total 81 100 
 15 
Internação 3 
SISTEMA Afecção n % 
Sistema Cardiorrespiratório Pneumonia 1 5,3 
Trato Gastrointestinal 
Gastroenterite a esclarecer 1 5,3 
Gastroenterite alimentar 1 5,3 
Dilatação gástrica 1 5,3 
Corpo estranho 3 15,9 
Sistema Urogenital Infecção do trato urinário 1 5,3 
Sistema Músculo-Esquelético 
Tendinite 1 5,3 
Ruptura do ligamento 1 5,3 
Displasia coxofemoral 1 5,3 
Sistema Nervoso 
Síndrome toraco-lombar 2 10,6 
Síndrome vestibular central 1 5,3 
Discopatia crônica 1 5,3 
Oncologia 
Neoplasias (intracraniana, hepática 
e vesical) 
3 15,9 
Outros Distúrbio metabólico 1 5,3 
Total 19 100 
 
Na figura 7 está ilustrado o desfecho dos pacientes internados. 
 
Figura 7. Desfecho dos pacientes tratados nas Internações 1 e 3. 
87%
13%
Desfecho dos animais da internação 
geral (n=68)
Alta (n=59) Óbitos (n= 9)
 16 
2.3.2 Internação de felinos 
A instalação do gatil permitia a internação de até 16 felinos simultaneamente. 
Dos animais acompanhados, 55% eram machos e 45% eram fêmeas. 
Ao contrário dos cães, os gatos sem raça definida apresentaram-se em 
maioria, conforme ilustrado na tabela 6, abaixo. 
Tabela 19. Prevalência das raças na internação de felinos. 
Raças 
 n % 
Maine coon 1 3,4 
Persa 2 6,8 
Siamês 2 6,9 
Sem Raça Definida 24 82,8 
Total 29 100 
 
A média de idade dos felinos internados foi de três anos e sete meses e os 
motivos da internação, ou seja, a queixa principal do proprietário, se encontram 
relacionados na tabela 7. Os sinais clínicos foram agrupados de acordo com o 
sistema afetado, conforme realizado com os cães. Destes, apenas um ficou 
internado no isolamento, pois a suspeita clínica era de doença respiratória 
infecciosa. 
- Sinais Gastrointestinais: alterações como vômito e diarréia. 
- Sinais Cardiorrespiratórios: dispnéia 
- Sinais Gastrointestinais: diarréia e vômito 
- Sinais Neurológicos: ataxia, convulsões e paresia 
- SinaisUrogenitais: anúria, hematúria e disúria 
- Sinais Inespecíficos: apatia, anorexia e emagrecimento. 
Em ―Traumas‖ enquadraram-se um gato atacado por um cão e um gato que caiu 
do 3º andar de um prédio. Os ―Pós-operatórios‖ foram abscessos bucais, retirada de 
corpo estranho linear e retirada de cálculo vesical. A ―Neoplasia‖ foi tumor mamário 
ulcerado. 
 
 17 
Tabela 20. Queixa principal do proprietário no momento da anamnese inicial. 
Motivo da internação (Queixa Principal) 
Área n % 
Sinais Gastrointestinais 3 10,8 
Sinais Cardiorrespiratórios 1 3,6 
Sinais Neurológicos 3 10,8 
Sinais Urogenitais 3 10,8 
Sinais Inespecíficos 8 28,8 
Traumas 2 7,2 
Pós operatórios 4 14,4 
Neoplasia 1 3,6 
Checkup 3 10,8 
Total 28 100 
 
Na tabela 8 encontram-se as suspeitas clínicas, diagnóstico provável ou 
diagnóstico confirmado das afecções dos felinos internados. 
Tabela 21. Suspeitas clínicas, diagnóstico provável ou confirmado dos felinos. 
Suspeita Clínica / Diagnóstico 
Área Afecção n % 
Sistema Hematopoiético Hemoparasitose 1 3,7 
Sistema Vascular 
Tromboembolismo 1 3,7 
Vasculite 1 3,7 
Trato Gastrointestinal 
Megaesôfago congênito 1 3,7 
Corpo Estranho linear 2 7,4 
Sistema Endócrino Diabetes Mellitus 2 7,4 
Sistema Gênito-Urinário 
Obstrução urinária 3 11,1 
Cálculo Vesical 2 7,4 
Oncologia 
Neoplasia intracraniana 1 3,7 
Carcinoma Mamário 1 3,7 
Doenças Infecciosas 
Calicivirose 1 3,7 
Coronavirose 2 7,4 
Peritonite Infecciosa Felina 1 3,7 
Outros 
Abscesso dentário 3 11,1 
Hígido (Check up) 3 11,1 
Trauma Politrauma 2 7,4 
Total 27 100 
 
 18 
O tempo médio de internação dos felinos foi de quatro dias, sendo que 90% 
dos animais receberam alta médica, 3% vieram a óbito e 7% dos casos ainda não 
haviam sido resolvidos até o término do estágio (Figura 8). 
 
Figura 8. Desfechos dos casos da internação de felinos. 
 
2.3.3 Isolamento 
A sala de isolamento era composta por duas gaiolas grandes, duas médias e 
duas pequenas. Nesse setor havia materiais e aparelhos exclusivos, como 
glicosímetro, comedouros e cobertores. Apesar de terem sido observadas outras 
afecções infecciosas, como cinomose e sarna sarcóptica, durante o período de 
estágio, estão relatadas nas tabelas e figuras seguintes apenas as informações 
referentes aos animais positivos no teste rápido de Parvovirose, visto que estes 
representam a casuística significativa do Hospital e os casos que foram realmente 
acompanhados. A tabela 9 expõe a prevalência das raças dos animais internados no 
setor de isolamento. 
 
90%
3%
7%
Desfechos dos casos da internação de 
felinos
Altas (n= 26) Óbitos (n=1) Em aberto (n=2)
 19 
Tabela 22. Prevalência das raças dos animais internados na ala de isolamento. 
Raças 
 n % 
Daschund 1 10 
Lhasa Apso 1 10 
Pitbull 1 10 
Pug 1 10 
Sem Raça Definida 6 60 
Total 10 100 
 
Destes animais, três eram fêmeas e sete machos. A média de idade dos cães 
atendidos foi de seis meses. A mediana de peso encontrada foi de 4,55 Kg. Todos 
os proprietários relataram ―Sinais Gastrointestinais‖ como queixa principal no 
momento da anamnese inicial, subdivididos na tabela 10. 
Tabela 23. Tipo de sinal gastrointestinal relatado pelo proprietário como queixa 
principal no momento da anamnese inicial. 
Motivo da internação (Queixa Principal) 
Sinais Gastrointestinais n % 
Diarréia 2 20 
Diarréia com sangue 1 10 
Diarréia e vômito 6 60 
Diarréia com sangue e vômito 1 10 
Total 10 100 
 
Como alterações no exame físico de triagem, a maioria dos animais 
apresentou-se com uma combinação de sinais, como pode ser observado na figura 
9. Em relação aos exames laboratoriais, figura 10, a maioria dos animais avaliados 
apresentou leucopenia, associada ou não a outras alterações. O tempo médio de 
internação nesse setor foi de quatro dias. Apenas um animal veio a óbito durante o 
período (figura 11). 
 
 20 
 
Figura 9. Alterações no exame físico dos animais encaminhados ao isolamento. 
 
Figura 10. Alterações em exames laboratoriais dos animais encaminhados ao 
isolamento 
 
6
4 4
2 2 2
1 1 1
Alterações no exame físico dos animais 
encaminhados ao isolamento
Número de animais
20%
20%
20%
10%
10%
10%
10%
Alterações em exames laboratoriais dos 
animais encaminhados ao isolamento
Leucopenia e Linfopenia
Leucopenia, linfopenia e 
hiperlactatemia
Não realizados
Leucopenia
Leucopenia, linfopenia e 
monocitopenia
Leucopenia, linfopenia, hiperl
actatemia e eosinopenia
 21 
 
Figura 11. Desfecho dos casos acompanhados na ala de isolamento. 
 
2.3.4 Internação Semi-intensiva 
A internação semi-intensiva possuía capacidade para quatro animais em 
gaiola pequena e dois em grandes ou quatro em médias, além de três berços para 
pacientes que necessitavam de manipulação constante. Abaixo (Tabela 11), estão 
relacionados os motivos da internação, ou seja, a queixa principal que o proprietário 
relatou no momento da anamnese inicial. 
- Em ―Sinais Gastrointestinais‖ encontram-se animais com vômito e/ou 
diarréia de origem infecciosa descartada. 
- ―Sinais Cardiorrespiratórios‖ foram considerados tosse, dispnéia e síncope. 
- Como ―Sinais Neurológicos― observou-se a presença de convulsão como 
queixa principal. 
- Em ―Sinais Ototegumentares‖ apresentou-se apenas um animal com prurido 
muito intenso. 
- Os ―Sinais Inespecíficos― encontrados foram apatia, anorexia, fraqueza e 
prostração. 
- As ―Intoxicações‖ descrevem animais que viviam em chácaras, com histórico 
de terem sido encontrados intoxicados. 
90%
10%
Desfecho
Altas (n=9) Óbitos (n=1)
 22 
- Os ―pós operatórios‖ estão relacionados às cirurgias de coluna, cujo 
protocolo incluía observação na internação semi-intensiva por um período médio de 
36 a 72 horas, dependendo da resposta individual do paciente, para administração 
de protocolo analgésico específico (MLK). 
- Os ―Traumas‖ incluem um felino que caiu do 3º andar de um prédio e três 
cães atacados por outros cães. 
- ―Sinais hematopoiéticos‖ referem-se à icterícia. 
 
Em seguida, a Tabela 12 apresenta a suspeita clínica ou diagnóstico provável 
estabelecido pelos veterinários, justificando o encaminhamento do animal à 
internação semi-intensiva. Apesar de se tratar de uma doença infecciosa, o felino 
com diagnóstico provável de Calicivirose foi encaminhado à ala semi-intensiva, pois 
era um filhote e não havia outros felinos nessa internação. 
Tabela 24. Queixa principal referida pelo proprietário durante o atendimento inicial 
Motivo da internação (Queixa Principal) 
Cães 
 n % 
Sinais Gastrointestinais 6 14,4 
Sinais Cardiorrespiratórios 15 36,0 
Sinais Neurológicos 4 9,6 
Sinais Ototegumentares 1 2,4 
Sinais Inespecíficos 4 9,6 
Intoxicações 3 7,2 
Pós operatórios 5 12 
Traumas 3 7,2 
Total 41 100 
Gatos 
 n % 
Sinais hematopoiéticos 1 33,4 
Sinais inespecíficos 1 33,4 
Politrauma 1 33,4 
Total 3 100 
 
 23 
Tabela 25. Suspeita clínica ou diagnóstico provável justificando o encaminhamento 
do animal à internação semi-intensiva 
Suspeita clínica ou diagnóstico 
Cães 
ÁREA SUSPEITA CLÍNICA / DIAGNÓSTICO n % 
Sistema Cardiorrespiratório 
Colapso traqueal 1 2,3 
Edema pulmonar 9 20,7 
Taquiarritmia ventricular 1 2,3 
Sistema Hematopoiético Leishmaniose Visceral 1 2,3 
Trato Gastrointestinal 
Gastrite 2 4,6 
Gastroenterite a esclarecer 3 6,9 
Sistema Urogenital Piometra 1 2,3 
Sistema Nervoso 
Doença do disco intervertebral 5 11,5 
Encefalopatia hepática 1 2,3 
Oncologia 
Neoplasia 7 16,1 
Carcinoma mamário 1 2,3 
Outros 
Intoxicação 3 6,9 
Atopia 1 2,3 
Hemorragia abdominal 1 2,3 
Peritonite 1 2,3 
Sepse pós-operatória 1 2,3 
Trauma 
Politrauma 3 6,9 
Trauma torácico 1 2,3 
Total 43 100 
Gatos 
Sistema hematopoiético Anemia hemolítica 1 33,4 
Sistema cardiorrespiratório Calicivirose 1 33,4 
Trauma Politrauma 1 33,4 
Total 3 100 
 
As alterações encontradas no exame físico inicial, ou seja, no momento da 
internação na semi-intensiva, estão listadasna figura 12. Já as alterações em 
exames laboratoriais realizados no primeiro momento após a admissão podem ser 
visualizadas na figura 13. É importante ressaltar que durante o período em que o 
animal ficava na internação semi-intensiva, eram realizadas novas avaliações em 
 24 
intervalos de aproximadamente duas a quatro horas, em que os estagiários refaziam 
o exame físico e comunicavam os veterinários de alguma modificação. 
 
Figura 12. Alterações no exame físico dos animais encaminhados à internação semi-
intensiva no momento da admissão. 
14
8 8 8
7
6 6
5
4 4 4 4
3
2 2
1 1
Alterações no exame físico dos animais 
encaminhados à internação semi-intensiva
Número de animais
 25 
 
ALT= Alanina Aminotransferase; FA= Fosfatase Alcalina 
Figura 13. Alterações em exames laboratoriais dos animais após admissão na 
internação semi-intensiva. 
 
Salvo exceções, o paciente era levado para tomar sol durante alguns minutos 
pelo menos uma vez ao dia, momento no qual também eram feitos exercícios leves 
de movimentação de membros e escovação da pelagem. Muitas vezes era permitido 
ao proprietário visitar o paciente durante o banho de sol, um momento em que ele 
oferecia comida e carinho ao seu animal. Abaixo está representado o tempo de 
internação na ala semi-intensiva em relação ao sistema afetado (Figura 14). Em 
geral, ou seja, sem diferenciar o sistema comprometido, o tempo médio de 
internação foi de quatro dias. O desfecho dos pacientes pode ser observado na 
Figura 15. 
17
14
11
9
8 8
6 6
5
4 4
3
2
Alterações em exames laboratoriais dos 
animais encaminhados à internação 
semi-intensiva
Número de animais
 26 
 
Figura 14. Tempo de internação na ala semi-intensiva. 
 
Figura 15. Evolução dos pacientes da unidade semi-intensiva. 
 
 
 
0
1
2
3
4
5
1
 d
ia
2
 d
ia
s
3
 d
ia
s
4
 d
ia
s
5
 d
ia
s
6
 d
ia
s
7
 d
ia
s
8
 d
ia
s
9
 d
ia
s
1
0
 d
ia
s
1
1
 d
ia
s
1
4
 d
ia
s
1
6
 d
ia
s
N
ú
m
e
ro
 d
e
 a
n
im
a
is
Número de dias
Tempo de internação
Sistema Cardiorrespiratório
Sistema Hematopoiético
Sistema Gastrointestinal
Sistema Urogenital
Sistema Nervoso
Oncologia
Trauma
Outros
63%
32%
5%
Desfecho
Altas (n=27) Óbitos (n=14) Eutanásias (n=2)
 27 
3 Conclusão 
 
O estágio realizado na Clinivet foi de extrema importância para a formação da 
aluna, visto que foi possível estabelecer contato com uma realidade ainda pouco 
comum aos serviços de clínicas veterinárias de Brasília, as internações semi-
intensivas. 
Por ter realizado o estágio em apenas um local, estabeleceu-se uma relação 
mútua de confiança entre o Hospital e a aluna, possibilitando maior conforto para 
questionamentos e discussões acerca dos casos acompanhados. 
Diversas afecções abordadas na Medicina Veterinária de Emergência foram 
vistas de perto, como variadas intoxicações, edema pulmonar agudo, abordagem do 
paciente politraumatizado e, especialmente, os cuidados intensivos em pacientes 
com gastroenterite hemorrágica. 
Além disso, o aprendizado não só de protocolos como de conduta clínica e 
ética foi de grande valor para a transformação da aluna em uma profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
 
PARTE II 
 
RELATO DE CASO: 
 
“CUIDADOS INTENSIVOS NA 
GASTROENTERITE HEMORRÁGICA EM CÃO” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
1 Revisão de Literatura 
1.1 Gastroenterite hemorrágica 
A gastroenterite hemorrágica é caracterizada pelo aparecimento agudo de 
vômito e diarréia fétida com presença de dor abdominal, sendo mais observada em 
cães de raças pequenas entre dois e quatro anos de idade. Dentre as causas 
conhecidas estão incluídas as infecções bacterianas por Clostridium perfringens, 
Escherichia Coli, Campilobacter, e as infecções virais por coronavírus e parvovírus. 
Além disso, a estase vascular, a sepse, a cirrose hepática com hipertensão portal e 
outras causas de choque grave, devem ser consideradas como diagnósticos 
diferenciais (FORD; MASSAFERRO, 2007). 
O parvovirus canino tipo 2 é o agente etiológico da enterite hemorrágica 
clássica em cães, sendo que existem estudos recentes sobre as variantes 2a, 2b e 
2c (HOELZER; PARRISH, 2010; DECARO et al., 2011). Esse vírus pertencente à 
família Parvoviridae caracteriza-se por ser pequeno, não envelopado, de cadeia 
simples de DNA e persiste no ambiente por vários meses, mas é sensível ao 
hipoclorito diluído em água na proporção de 1:32, permanecendo em contato com a 
superfície contaminada por dez minutos (JONES et al., 2000; PRITTIE, 2004; 
QUINN et al., 2005; WILLARD, 2010). A desinfecção com formalina 2% e fumigação 
com gás de formaldeído também são eficazes para inativar o vírus (QUINN et al., 
2005). 
A principal rota de infecção é por via oral-fecal, pois os cães infectados 
eliminam grande quantidade de vírus nas fezes. Os principais fatores para 
disseminação da infecção são a baixa carga viral necessária para causar infecção e 
a facilidade de contaminação (QUINN et al., 2005). 
Após curto período de incubação, de quatro a sete dias, o vírus replica-se 
inicialmente nos tecidos linfóides da faringe e nas placas de Peyer. A partir disso, há 
o tropismo por células de rápida replicação, como os miócitos cardíacos, em cães 
recém nascidos, e as células precursoras da medula óssea, em filhotes mais velhos 
e até em adultos, pois o vírus depende de células em mitose para a síntese do seu 
DNA (JONES et al., 2000; QUINN et al., 2005). 
Quando o vírus invade células da cripta do intestino delgado, ocorre 
achatamento das vilosidades intestinais, levando à diminuição da capacidade 
 30 
absortiva e digestiva, ocasionando a diarréia intensa e possível hemorragia 
intraluminal. A destruição dos tecidos linfóides contribui para a imunossupressão que 
facilita a infecção bacteriana secundária, a translocação bacteriana e a sepse 
(QUINN et al., 2005). 
Os sinais clínicos dependem da variante e da virulência do vírus, da 
quantidade inoculada, das defesas do animal infectado, da idade do filhote e da 
presença associada de outros agentes patogênicos. Ademais, aparentemente há 
maior susceptibilidade de infecção em algumas raças, como pitbull, labrador, 
dobermann e rottweiller. Em relação aos exames laboratoriais, o animal pode 
apresentar neutropenia devido aos danos às células progenitoras da medula óssea, 
o que deixa o paciente susceptível às infecções bacterianas secundárias (WILLARD, 
2010). 
O diagnóstico é realizado com base no histórico e nos achados do exame 
físico. O teste ELISA realizado nas fezes é útil, pois nessa amostra contém grande 
número de partículas virais no cão infectado. A detecção viral nas fezes também 
pode ser realizada por microscopia eletrônica, hemaglutinação direta e isolamento 
viral em cultivo celular (QUINN et al., 2005; WILLARD, 2010). 
Dentre os diagnósticos diferenciais estão a coronavirose, a rotavirose e a 
cinomose, pois estes são os principais agentes virais causadores de diarréias, 
principalmente em animais com menos de seis meses de idade (HOSKINS, 2004; 
DECARO et al., 2011). Porém, estudos recentes afirmam que a variante 2c do 
parvovirus pode estar relacionada com o desenvolvimento da doença em cães 
adultos e naqueles previamente vacinados (DECARO; BUONAVOGLIA, 2012) 
O tratamento da enterite baseia-se no suporte para o paciente, com 
fluidoterapia, antibioticoterapia, administração de antieméticos, terapia nutricional 
especial adequada e monitorização do estado físico (WILLARD, 2010). Com o 
tratamento de suporte precoce e adequado, o índice de mortalidade pode ser 
reduzido de 91% para 80% (PRITTIE, 2004). 
O índice de sobrevida dos cães com parvovirose pode aumentar 
significativamente para 64-100%, se for instituída uma terapêutica adequada 
(GLICKMAN et al, 1985; OTTO et al, 2001; YILMAZ; SENTURK, 2007; SAVIGNY; 
MACINTIRE, 2010). Os cuidados em tempo integral bem como a possibilidade de 
 31 
terapêuticasmais intensivas, tais como a transfusão de plasma ou a fluidoterapia 
com colóides são justificativas para o aumento da sobrevida dos cães com 
parvovirose (OTTO et al., 2001). Se o animal sobrevive frente à infecção aguda, 
geralmente há recuperação total (HOELZER; PARRISH, 2010). 
 
Como profilaxia, a imunização deve ser iniciada com a vacinação quando o 
animal completar seis a oito semanas de idade, com as duas doses seguintes 
repetidas a cada três semanas, ou seja, a aplicação da vacina deve ser realizada 
quando o animal atingir seis, nove e doze semanas de idade. A revacinação anual é 
recomendada, apesar do efeito permanecer por até três anos após o esquema 
inicial. Geralmente as vacinas atenuadas garantem resultados melhores e mais 
duradouros quando comparadas às inativadas (WILLARD, 2010). 
 
1.2 Definições de SIRS, Sepse, Sepse Grave, Choque Séptico e a 
Classificação PIRO 
A Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) pode ser 
desencadeada por diversas condições infecciosas (sendo então chamada de Sepse) 
ou não (LEVY et al., 2003). A SIRS ocorre quando há o desequilíbrio entre fatores 
pró e anti-inflamatórios, ou seja, quando há a resposta exagerada do organismo 
frente ao dano tecidual, ao desafio antigênico ou à infecção, sendo que entre as 
causas mais comuns em animais estão internação, pancreatite, doenças 
imunomediadas, neoplasias, queimaduras e politraumas, além da sepse (PAIXÃO, 
2005; SILVERSTEIN; SANOTORO-BEER, 2012). 
Como consequências da SIRS, pode haver perda de tônus vascular, 
alteração da permeabilidade endotelial, hipercoagulabilidade e fibrinólise 
desordenada. Para serem diagnosticados com SIRS, os pacientes devem 
apresentar as alterações propostas na tabela 13 (SILVERSTEIN; SANOTORO-
BEER, 2012). 
 
 
 
 
 32 
Tabela 263. Diagnóstico de SIRS em cães e gatos. Fonte: (SILVERSTEIN; SANOTORO-
BEER, 2012). 
Critério proposto para o diagnóstico da SIRS em cães e gatos 
 Cães (apresentar 2/4) Gatos (apresentar 3/4) 
Temperatura (ºC) < 38,1 ou > 39,2 <37,8 ou > 40 
Frequência cardíaca (bpm) >120 <140 ou > 225 
Frequência respiratória (respirações/min) > 20 > 40 
Leucócitos (x 10³); % bastonetes < 6 ou > 16; 3% < 5 ou > 19 
 
De acordo com a Conferência Internacional de Definições de Sepse (2001), a 
sepse é definida como uma infecção por vírus, bactérias, fungos ou protozoários, 
com resposta inflamatória sistêmica, não sendo necessária a confirmação 
microbiológica da presença do agente infeccioso, mas apenas uma forte suspeita. A 
infecção não é definida apenas quanto à presença do microorganismo patogênico, 
mas também quanto à presença de toxinas produzidas por ele ou por um super 
crescimento de bactérias próprias do local infectado. Assim como a SIRS, é muito 
importante que os clínicos e pesquisadores disponham de ferramentas para 
identificar precocemente a sepse (LEVY et al., 2003). 
A sepse grave é descrita como uma infecção com resposta inflamatória 
sistêmica agravada por disfunção em órgãos (LEVY et al., 2003), porém ainda sem a 
necessidade de agentes vasopressores (RABELO, 2012a). Em animais, os critérios 
utilizados para diagnóstico de sepse grave encontram-se na tabela 14. 
 
 
 
 
 
 
 33 
Tabela 14. Critérios diagnósticos para classificação do paciente com sepse grave. 
Fonte: Adaptada (RABELO, 2012a) 
Critérios diagnósticos da sepse grave e disfunções orgânicas associadas 
Hipotensão: PAM < 80 mmHg ou PS < 120 mmHg (cães) ou < 130 mmHg (gatos) 
Hipotensão ameaçadora: queda abrupta de mais de 40 mmHg na PS ou PAM < 65 mmHg 
ou PS < 90 mmHg (cães) ou 100 mmHg (gatos) 
Oligúria: DU < 0,5 mL/kg/h ou creatinina > 2,0 mg/dL 
Hiperbilirrubinemia: >0,5 mg/dL 
Consciência alterada: Glasgow < 17 ou AVDN menor que A 
Disfunção respiratória: PAF < 300 ou sinais graves mais infiltrado bilateral 
Coagulação: trombocitopenia (< 50000/mm³ ou queda de 50% em 12h), aumento do 
T/TTPA/D-Dímero ou queda de fibrinogênio 
Íleo paralítico: ausência de ruídos à ausculta 
Hipoalbuminemia: albumina < 2,5 g/dL 
Hiperlactatemia: >3,2 mmol/L (cães) e >2,5 mmol/L (gatos) 
 
O choque séptico refere-se à falência circulatória aguda caracterizada pela 
hipotensão arterial persistente após correta reposição volêmica, com subsequente 
necessidade de administração de vasopressores para manter a pressão adequada 
(LEVY et al., 2003; RABELO, 2012a). 
A classificação PIRO, desenvolvida na Conferência Internacional de 
Definições de Sepse de 2001, categoriza os pacientes humanos em sepse grave de 
acordo com a predisposição (Predisposition), o tipo de infecção (Insult), a resposta 
do indivíduo (Response) e a extensão da disfunção de órgãos (Organ dysfuncion) 
(LEVY et al., 2003). 
A predisposição tem um grande impacto na evolução da sepse, modificando o 
processo da doença e a abordagem terapêutica. Ela está relacionada não só a 
fatores genéticos como também a características individuais de cada paciente, como 
idade, sexo, raça, status de vacinação e imunossupressão, por exemplo (LEVY, et 
al., 2003; BOLLER, 2009). 
 34 
O local afetado pela infecção (trato urinário, trato respiratório, cavidade 
abdominal), o tipo (intra-hospitalar ou pré-hospitalar) e a extensão da infecção 
(localizada ou generalizada) possuem grande relevância no prognóstico do paciente. 
Acredita-se que as infecções pulmonares possuem pior evolução do que infecções 
do trato urinário, a pielonefrite desenvolve consequências diferentes de cistite 
bacteriana, por exemplo. Além disso, o agente etiológico também deve ser 
considerado, visto que microorganismos diferentes podem não possuir patogenia e 
resposta ao tratamento semelhantes (LEVY, et al., 2003; VINCENT et al., 2003; 
BOLLER, 2009). 
A resposta do paciente é o alvo de diversos protocolos terapêuticos em vez 
do próprio organismo infectante, pois as variações individuais frente ao tratamento 
são difíceis de caracterizar (LEVY et al., 2003;BOLLER, 2009). 
A disfunção de órgãos é vista como agravante no prognóstico de pacientes 
com sepse, apesar de poder ser uma condição reversível, como a insuficiência renal 
aguda, por exemplo (LEVY et al., 2003; BOLLER, 2009). 
No estudo de Howell e colaboradores, 2011, com mais de dois mil pacientes, 
foi avaliada a categorização PIRO para pacientes humanos em sepse, resultando 
em um medidor prognóstico preciso. 
 
1.3 Terapia precoce guiada por metas (Early -goal directed therapy) 
A terapia precoce guiada por metas visa reverter condições de hipóxia e 
hipoperfusão tecidual de forma a reduzir o desenvolvimento da Síndrome de 
Disfunção de Múltiplos Órgãos (SDMO) e consequentemente a morbidade e a 
mortalidade (RIBEIRO; RABELO, 2012). 
A terapêutica tradicional de reanimação baseia-se no reestabelecimento de 
parâmetros macro-hemodinâmicos, ou seja, nível de consciência, frequência 
cardíaca, temperatura retal, pressão arterial, qualidade do pulso periférico, tempo de 
preenchimento capilar e débito urinário. Porém, em estudos com humanos, ainda 
que esses parâmetros estejam normais, há hipóxia considerável, o que sugere 
diminuição no consumo de oxigênio celular e choque compensado. Por isso, 
aspectos micro-hemodinâmicos, como lactato sérico, déficit de bases, saturação 
 35 
venosa central, saturação venosa mista, passaram a ser avaliados também, os quais 
são marcadores precoces de hipóxia tecidual global (RIBEIRO; RABELO, 2012). 
A abordagem para humanos com sepse grave proposta por Rivers e 
colaboradores (2001), procura corrigir a hipóxia tecidual oculta a partir da avaliação 
e correção de parâmetros micro-hemodinâmicos (saturação venosa central de 
oxigênio e nível de lactato sérico). No estudo, os pacientes que receberam a terapia 
de reanimação baseada em metas, ou seja, a terapia padrão (baseada na pressão 
venosa central, na pressão arterial média e no débito urinário) em conjunto com o 
aumento adequado da saturação venosa central de oxigênio,obtiveram um 
desfecho melhor quando comparados àqueles que receberam apenas a terapia 
padrão (RIBEIRO; RABELO, 2012) 
Um dos maiores objetivos do tratamento da sepse é reestabelecer a 
microcirculação, sendo que em alguns estudos com animais, isso é alcançado com a 
ressuscitação volêmica, diferente de humanos, em que apenas isso parece não ser 
suficiente e a combinação de volume, vasopressores, agentes inotrópicos e controle 
da inflamação com uso de corticoesteróides pode se fazer necessária (BATEMAN; 
WALLEY, 2005; DELLINGER et al., 2013). 
Em humanos, o clareamento precoce do lactato está relacionado com a 
redução da taxa de mortalidade e pode ser indicativo da resolução da hipóxia 
tecidual global. Pacientes com alto clareamento após seis horas de hospitalização 
possuem melhor evolução quando comparados àqueles com baixo (NGUYEN et 
al.,2004; DELLINGER et al, 2013) 
Na medicina veterinária, em situações de urgência a mensuração do lactato 
sérico assume um papel importante, pois possui correlação estatística com a 
sobrevida dos pacientes, além de a obtenção da amostra ser fácil, os resultados 
serem disponibilizados rapidamente e o custo do exame ser baixo. Em se tratando 
de animais hospitalizados, a avaliação do lactato deve ser associada a outros 
marcadores como excesso de base e saturação venosa central de oxigênio 
(RIBEIRO; RABELO, 2012). 
A consolidação da terapia intensiva vem levando a melhorias no tratamento 
dos pacientes, principalmente devido à colaboração entre os profissionais 
especializados da medicina humana e da medicina veterinária (HUMM et al., 2009). 
 36 
1.4 Choque 
O choque é definido como a produção celular inadequada de energia. 
Geralmente ocorre secundário à baixa perfusão tecidual causada pelo inadequado 
fluxo sanguíneo, o que leva à redução da entrega de oxigênio em relação ao seu 
consumo, gerando menos energia do que o necessário. A redução na entrega de 
oxigênio é decorrente principalmente de três mecanismos: perda de volume 
intravascular (choque hipovolêmico), má distribuição do volume vascular (choque 
distributivo), e falha na bomba cardíaca (choque cardiogênico). Além desses, o 
choque metabólico, quando há um desarranjo no maquinário metabólico celular, e o 
choque hipóxico, em que há redução do conteúdo de oxigênio arterial, são outros 
exemplos de choque. É importante ressaltar que mais de um tipo de choque pode 
ocorrer simultaneamente (ALDRICH, 2009; DE LAFORCADE; SILVERSTEIN, 2009). 
Sinais como mucosas pálidas, pulso periférico fraco, alteração do nível de 
consciência e queda da pressão, aparecem quando o animal não consegue mais 
compensar a situação de choque. Essa descompensação pode levar à disfunção de 
múltiplos órgãos e à morte (DE LAFORCADE; SILVERSTEIN, 2009). 
O choque hipovolêmico é decorrente da redução relativa ou absoluta do 
volume sanguíneo, ou seja, está relacionado a perdas de sangue internas ou 
externas ou excessiva perda de fluidos corporais, como em casos de vômito, 
diarréia, poliúria e queimaduras. Nesse caso, há ativação do sistema compensatório 
que tenta reverter o baixo retorno venoso aumentado a atividade simpática, e com 
isso, promove vasoconstrição, aumenta a contratilidade cardíaca e a frequência 
cardíaca, o que influencia diretamente sobre o débito cardíaco. Adicionalmente, há 
ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona após a redução do fluxo 
sanguíneo renal (ALDRICH, 2009; DE LAFORCADE; SILVERSTEIN, 2009). 
Animais com SIRS ou sepse podem demonstrar sinais de choque distributivo, 
em que inicialmente o paciente apresenta taquicardia, febre, pulso periférico forte e 
palpável e mucosas hiperêmicas. Caso este não seja revertido, há redução do débito 
cardíaco e o doente passa a ter sinais de hipoperfusão, como mucosas pálidas, 
tempo de preenchimento capilar aumentado, hipotermia, pulso fraco e alteração no 
nível de consciência. Essa é a fase de descompensação da sepse, na qual a falta de 
tratamento adequado resulta em disfunção orgânica e consequentemente em morte 
(DE LAFORCADE; SILVERSTEIN, 2009). 
 37 
O reconhecimento do choque e o início precoce da terapia são fundamentais 
para o sucesso do tratamento (DE LAFORCADE; SILVERSTEIN, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
2 Relato de caso 
Um pitbull, macho, de quatro meses de idade, 7,6 Kg, foi levado ao Hospital 
Veterinário particular para consulta após histórico de vômito e anorexia há dois dias. 
Na anamnese inicial foi relatado pelo proprietário que o cão havia recebido apenas 
uma dose da vacina óctupla. 
Foram realizados exames de triagem com kits comerciais de imunoensaio 
cromatográfico para o vírus da cinomose e da parvovirose, sendo ambos os 
resultados negativos. 
Ao exame físico inicial as alterações encontradas foram: nível de consciência 
alterado, pois o paciente respondia apenas ao estímulo verbal (AVDN=V), 
desidratação grave, hipotermia (37 ºC), taquicardia (166 bpm), aumento no tempo de 
preenchimento capilar (3 segundos), dor abdominal intensa e hipotensão (PAS= 92 
mmHg, PAD=39 mmHg e PAM=54 mmHg). 
Nos exames hematológicos e bioquímicos iniciais, foram observadas 
hiperlactatemia (4,5 mmoL/L) e hipoglicemia (48 mg/dL), e hematócrito e proteína 
plasmática total dentro dos valores de normalidade. Em relação ao hemograma 
observaram-se leucopenia (800/μL), linfopenia (360/μL) e monocitopenia (40/μL). 
O paciente foi encaminhado ao setor de isolamento, onde se iniciou a 
ressuscitação volêmica coma administração de fluido cristalóide (Ringer Lactato, 10 
mL/Kg/6 min) suficiente para reverter o quadro hipotensivo e bolus de glicose 50% 
eficiente para reestabelecer a glicemia adequada, seguido de fluidoterapia de 
manutenção e reposição de déficit hídricos com adição de glicose 50% ao fluido 
para controle do índice glicêmico. 
Por apresentar muitos episódios de vômito, metoclopramida foi acrescentada 
ao fluido de manutenção e o animal recebeu uma sonda nasogástrica para 
drenagem do conteúdo gástrico, lavagem gástrica com carvão ativado e posterior 
alimentação. Foi realizado também enema com carvão ativado. Além disso, o cão foi 
aquecido com cobertor e colchão térmico até atingir a temperatura retal de 38,2 ºC 
no intervalo de duas horas. 
No entanto, uma hora após a estabilização inicial, o paciente retornou à 
condição hipotensiva (PAS=66 mmHg, PAD=52 mmHg e PAM=49 mmHg). Iniciou-se 
então a administração endovenosa de solução colóide de baixo peso molecular 
 39 
(Voluven® 6%), o que foi suficiente para sustentar a pressão em valores aceitáveis 
por uma hora e trinta minutos. 
Após esse tempo, o medidor de pressão oscilométrico PetMap não oferecia 
leitura adequada, por isso, o método Doppler foi escolhido para substituí-lo. A 
pressão sistólica registrada era de 60 mmHg, valor crítico de hipotensão, por isso foi 
iniciado o uso de vasopressor (noradrenalina, na taxa de 0,1 μg/Kg/min). Como o 
resultado não foi satisfatório, visto que a pressão sistólica permanecia em valor 
ameaçador à vida do paciente, a taxa foi sendo ajustada conforme a necessidade. 
Após 45 horas de tentativa de manutenção da pressão sistólica, sempre em 
nível insatisfatório, com leituras variando entre 75 mmHg e 133 mmHg, o paciente 
apresentou pico hipotensivo de 62 mmHg de pressão sistólica, aferida com o 
Doppler. Portanto foi decidido instituir o uso da dobutamina em infusão contínua (na 
taxa de 5 μg/Kg/min), mantendo ainda a noradrenalina em insfusão contínua, o que 
proporcionou valores satisfatórios de pressão arterial sistólica (140 mmHg) após 
algumas horas. Além disso, foi iniciada terapia com corticóide (hidrocortisona na 
dose de 0,5 mg/Kg). Essa terapêutica foi mantida por quatro dias, tempo em que o 
animal obteve evolução clínica que permitisse a retirada do vasopressor e do 
inótropo. 
O esquema inicial de tratamento baseou-se na administração de antibióticos(enrofloxacina 10%, metronidazol e ceftriaxona) na primeira hora de diagnóstico do 
quadro séptico, como também antieméticos e protetores gástricos (omeprazol e 
ondansetrona) e analgésicos (buscopam e tramadol). 
O paciente apresentou pico febril corrigido com a administração de dipirona 
(25 mg/Kg), porém a temperatura manteve-se em limite superior. Por isso, 48 horas 
após o início do tratamento, associou-se o antibiótico ampicilina / sulbactan e retirou-
se a ceftriaxona do esquema de antibióticos devido à hipertermia persistente e à 
baixa resposta ao vasopressor. Nesse momento, durante nova avaliação 
laboratorial, foram identificadas alterações como: presença de hiperbilirrubinemia, 
hipoalbuminemia e queda do valor do hematócrito (26%). Ainda, o teste rápido para 
detecção do parvovírus foi realizado novamente, com resultado positivo. 
Após a sondagem uretral do paciente constatou-se também a presença de 
oligúria e a densidade urinária estava inadequada (acima de 1,050), ainda que essas 
alterações tenham sido temporárias. 
 40 
Posteriormente, no sexto dia de internação, devido à melhora nos parâmetros 
gerais sem o uso de vasopressor, foram realizadas sessões de fisioterapia, nas 
quais o paciente foi levado a uma área com piso áspero onde caminhou sem auxílio, 
ingeriu pouca quantidade de comida caseira e água e urinou. 
Durante os três dias consecutivos a isso, o paciente obteve importante 
melhora do quadro clínico, aceitando dieta caseira e ração seca, produzindo fezes 
pastosas na maioria das vezes, sem êmese, com boa produção de urina com 
coloração e densidade normais. Apesar disso, o paciente desenvolveu edema 
subcutâneo nos membros e na face, o qual foi revertido progressivamente após 72 
horas de infusão contínua de solução colóide. 
O tempo total de hospitalização desse paciente foi de dez dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
3 Discussão 
3.1 Monitorização do paciente internado 
Durante a anamnese e o exame clínico inicial do cão com suspeita de 
parvovirose, geralmente há relatos de apatia, anorexia e vômito, e geralmente a 
diarréia é ausente nas primeiras 24 a 48 horas da doença, mas quando ocorre nem 
sempre se apresenta com sangue, assim como foi observado no presente caso 
(WILLARD, 2010). 
Por se tratar de um cão jovem, com histórico de vacinação inadequada e 
sinais clínicos condizentes com a infecção, foi realizada a repetição do teste rápido 
alguns dias após a internação do paciente, conferindo o resultado positivo para a 
presença do parvovírus. Essa situação justifica-se pela a possibilidade de resultado 
falso positivo se o teste for realizado de 5 a 15 dias após a administração de vacina 
com vírus vivo modificado, ou falso negativo caso o teste seja realizado no início do 
curso da doença (WILLARD, 2010). 
O cão chegou ao Hospital em sepse grave, visto que apresentava sinais de 
SIRS, além da presença de disfunção orgânica caracterizada pela alteração no nível 
de consciência e hipotensão ameaçadora, e posteriormente, evoluiu para choque 
séptico, já que não houve mais resposta à fluidoterapia e o animal ficou 
temporariamente dependente do uso de vasopressor e inotrópico (FORD; 
MASSAFERRO, 2007). 
A avaliação dos sinais vitais é de extrema importância não só durante o 
atendimento inicial do paciente como ao longo de todo o período de internação. 
Animais em SIRS ou Sepse necessitam de monitorização contínua, com a avaliação 
de parâmetros bioquímicos, eletrolíticos e hemodinâmicos, conforme foi realizado 
nesse caso (PAIXÃO, 2005; RABELO, 2012b) 
A monitorização do paciente durante a hospitalização foi realizada com 
aferição de pressão arterial não invasiva, avaliação da pressão intra-abdominal 
(Figura 16), avaliação de frequências cardíaca e respiratória, do tempo de 
preenchimento capilar, das temperaturas central (com termômetro via retal) e 
periférica (com termômetro de temperatura periférica), calculando-se o delta Tcp, da 
coloração das mucosas, do nível de consciência. Ademais, foram realizados exames 
bioquímicos, eletrolíticos e hematológicos periodicamente. 
 42 
 
Figura 16. Avaliação da pressão intra-abdominal do paciente 
Em relação ao sistema cardiovascular, são imperativas as avaliações de 
frequência cardíaca, seja com estetoscópio ou com monitor de eletrocardiograma, 
de perfusão periférica por meio da frequência e da qualidade do pulso, e do nível de 
consciência, pelo sistema AVDN, que classifica o paciente em alerta, verbalmente 
responsivo, responsivo a dor ou que não responde, ou pela escala de Glasgow 
adaptada (RABELO, 2012b). 
Para verificar o sistema periférico, ou seja, a circulação periférica em relação 
à linha hemodinâmica central são utilizados o tempo de preenchimento capilar, a 
coloração das mucosas, a diferença entre as temperaturas central e periférica, a 
avaliação do tempo de enchimento e esvaziamento jugular, a produção urinária e a 
ausculta abdominal (RABELO, 2012b). 
 
3.2 Fluidoterapia e utilização de vasopressores, inotrópicos e corticóides 
A hipovolemia é o principal fator de instabilidade cardiovascular durante a 
sepse. Quando há hipotensão, a infusão rápida de grande volume de fluido tem 
como objetivo a expansão vascular, de forma a melhorar a hemodinâmica e a 
 43 
entrega de oxigênio aos tecidos (PAIXÃO, 2005; ALDRICH, 2009; SIMMONS; 
WOHL, 2009). 
O paciente recebeu uma prova de carga com fluido cristaloide Ringer lactato 
(10 mL/Kg/6 min) suficiente para reverter temporariamente o quadro hipotensivo. 
Entretanto, foi preciso lançar mão também do uso de solução colóide, visto que a 
pressão não se mantinha constante em valores satisfatórios. A solução colóide 
garante expansão vascular com baixa expansão intersticial (ALDRICH, 2009). A 
combinação de fluidos cristalóides e colóides é uma estratégia válida, pois garante 
expansão vascular sem que haja líquido em excesso, visto que o colóide retém o 
fluido cristalóide no compartimento vascular por um período maior (PAIXÃO, 2005; 
FORD; MASSAFERRO, 2007; ALDRICH, 2009). 
Caso a hipotensão não seja revertida após sucessivas provas de carga, o uso 
de vasopressores pode ser necessário para manter a pressão de perfusão 
sistêmica, apesar disso não garantir a entrega ideal de oxigênio aos tecidos 
(PAIXÃO, 2005; SIMMONS; WOHL, 2009), por isso foi iniciada a infusão contínua de 
noradrenalina, sendo ajustada conforme a necessidade. 
Como a resposta do paciente não foi adequada à terapêutica, a dobutamina 
foi adicionada ao protocolo, já que ela pode ser utilizada em conjunto com a 
noradrenalina em casos de hipotensão refratária ou muito grave (Figura 17), pois 
aumentam a contratilidade cardíaca e o débito cardíaco (PAIXÃO, 2005). Além 
disso, os agentes inotrópicos aumentam a perfusão esplâncnica, o que é benéfico 
em pacientes com sepse (FREIRE; RABELO, 2005). 
Muitas doenças que causam vasodilatação levam à redução da contratilidade 
cardíaca ou vice-versa. Assim, a decisão de instituir o tratamento primeiramente com 
inotrópico ou com vasopressor é empírica e por isso é importante considerar as 
consequências e os benefícios de ambas as abordagens. Caso o inótropo seja 
administrado em um paciente em choque circulatório, este pode desenvolver 
arritmias e vasodilatação, porém, se o paciente receber um vasopressor e tiver défict 
de contratilidade cardíaca, isso pode piorar o débito cardíaco por aumento da pós-
carga (SIMMONS; WOHL, 2009). 
 44 
 
Figura 17. Paciente recebendo noradrenalina e dobutamina em infusão 
contínua. Avaliação da terapêutica instituída por meio da aferição da pressão 
arterial sistólica. 
Adicionalmente, foi instituída terapia com hidrocortisona a fim de manter a 
pressão arterial sistêmica, pois animais com sepse apresentam diminuição nos 
níveis de cortisona endógena e a administração do corticóide beneficia esses 
pacientes (PAIXÃO, 2005). 
Sabe-se que a administração degrande volume de fluido pode levar à 
hemodiluição, hipoproteinemia, edema e disfunção orgânica, principalmente em 
animais com sepse, já que esses possuem maior permeabilidade microvascular, 
 45 
pressão hidrostática aumentada e alterações na pressão oncótica (PAIXÃO, 2005). 
O paciente apresentou edema subcutâneo nos últimos dias de hospitalização 
(Figura 18), sendo as causas prováveis principalmente a hipoproteinemia 
desenvolvida e o grande volume de fluido recebido. 
 
Figura 187. Paciente com edema na face e nos membros. 
Mesmo assim, a fluidoterapia é importante para que o paciente tenha um 
débito urinário adequado e para evitar que ele desenvolva insuficiência renal aguda 
decorrente da vasoconstrição renal intensa presente no choque, como ocorreu no 
caso, quando após a sondagem uretral do paciente constatou-se que a produção e a 
densidade urinária não estavam adequadas (Figura 19). Deve-se medir a entrada e 
a perda de fluido principalmente nos casos de suspeita de oligúria ou anúria 
(PAIXÃO, 2005; FORD; MASSAFERRO, 2007). 
 46 
 
Figura 19. Aspecto da urina do paciente após sondagem uretral 
3.3 Antibioticoterapia 
Os antibióticos de amplo espectro devem ser administrados precocemente no 
tratamento de pacientes sépticos até que se tenha o resultado de culturas 
bacterianas. As combinações de aminoglicosídeo, ampicilina e metronidazol ou 
aminoglicosídeo, cefalosporinas e metronidazol são eficazes para estes pacientes 
(PAIXÃO, 2005). Optou-se pela combinação de cefalosporina de terceira geração 
(ceftriaxona), metronidazol e enrofloxacina como protocolo inicial instituído pelo 
Hospital para tratamento de gastroenterite, mas, posteriormente, por apresentar pico 
febril e consequente manutenção de hipertermia, associou-se o antibiótico 
ampicilina/sulbactam e retirou-se a ceftriaxona do esquema de antibióticos. 
 
3.4 Alterações laboratoriais 
O estabelecimento de um conjunto de exames laboratoriais a serem 
realizados de forma precoce é importante para determinar a gravidade da doença do 
paciente admitido com SIRS ou sepse. Esse pacote é composto pelo hemograma 
completo, creatinina (marcador de disfunção renal), bilirrubina (marcador de 
 47 
disfunção hepática), lactato e albumina (marcadores de disfunção sistêmica) 
(JÚNIOR; RABELO, 2012). 
Nos exames de sangue iniciais do paciente foram observadas as seguintes 
alterações: hiperlactatemia, hipoglicemia, leucopenia, linfopenia e monocitopenia. 
O nível sérico de lactato é um dos melhores marcadores para avaliar o 
metabolismo celular em pacientes graves, detectando a hipoperfusão local ou 
sistêmica quando em valores altos, além de ser boa forma de avaliar a resposta 
frente à terapia instituída, a partir do acompanhamento do clareamento do marcador 
(FORD; MASSAFERRO, 2007; JÚNIOR; RABELO, 2012). 
A glicose é uma fonte de energia necessária para hemácias e para células 
nervosas, sendo que em quadros sépticos seu consumo torna-se elevado, 
aparentemente devido a mediadores inflamatórios, portanto deve ser suplementada 
em caso de hipoglicemia. Além disso, a hipotensão ou hipoxemia podem elevar a 
demanda de glicose devido ao aumento da via anaeróbica da glicólise (FORD; 
MASSAFERRO, 2007; KOENIG, 2009) 
A leucopenia e a enterite são as apresentações clínicas mais comuns da 
parvovirose. A linfopenia é resultado da linfocitólise direta, seguida de neutropenia 
devido ao consumo periférico e à destruição de precursores da linhagem branca na 
medula óssea (HUMM, 2009; HOELZER; PARRISH, 2010). As alterações no 
leucograma são condizentes com o tropismo do vírus por células em constante 
replicação. 
Em nova avaliação laboratorial foram identificadas a presença de 
hiperbilirrubinemia, hipoalbuminemia e queda do valor do hematócrito. A dosagem 
de bilirrubina é de grande importância, pois pode expressar um sinal precoce de 
disfunção hepática nos quadros de sepse grave (JÚNIOR; RABELO, 2012). A 
hipoalbuminemia pode ser decorrente tanto da disfunção hepática como do déficit 
nutricional o qual o animal passou devido aos diversos episódios de vômito e à má 
absorção causada pela infecção. Já a queda no valor do hematócrito deve-se 
provavelmente à grande perda de sangue nas fezes, decorrente também do 
processo infeccioso. 
 
 
 48 
3.5 Nutrição 
O crescimento da mucosa composta por enterócitos e colonócitos é 
dependente da presença de alimento no intestino, pois este estimula a replicação 
dessas células e a liberação de hormônios que previnem a atrofia celular. A nutrição 
inadequada dos enterócitos leva a diminuição da produção de IgA e a consequente 
queda da imunidade no trato gastrointestinal (FREIRE; RABELO, 2005), além de 
gerar citocinas inflamatórias e pro-inflamatórias (MOHR, 2003) 
Devido aos episódios de êmese, controlados com medicação antiemética, e a 
inapetência, optou-se pela sondagem nasogástrica do paciente para alimentação 
com formulação caseira balanceada, elaborada a partir de planilha própria para 
cálculo de requerimento energético, até que ele aceitasse a dieta caseira via oral, o 
que ocorreu consequente à melhora do seu estado geral. O suporte nutricional para 
o paciente séptico deve ser iniciado precocemente, visto que esses animais 
enfrentam balanços energético e protéico negativos. 
A alimentação por via enteral deve ser feita de forma gradual, independente 
da via de administração da dieta (oral, sonda nasogástrica, nasoesofágica) 
(PAIXÃO, 2005). Essa forma de alimentação mostra-se superior à alimentação 
parenteral em diversos estudos com pacientes críticos, pois mantém a barreira 
mucosa e previne a ruptura da microflora intestinal (FREIRE; RABELO, 2005). A 
nutrição enteral precoce via sonda nasoesofágica demonstrou-se associada à 
melhora clínica mais rápida do paciente com parvovirose, menor tempo de 
hospitalização e redução dos custos com o doente quando comparada ao jejum de 
até 12 horas enquanto o vômito e a diarréia do animal não cessassem. Ademais, os 
cães que receberam a nutrição precoce obtiveram ganho de peso (MOHR, 2003). 
 
3.6 Fisioterapia 
A falta de movimentação corporal dos animais internados por longos períodos 
produz efeitos maléficos ao organismo como um todo. Pode haver comprometimento 
muscular (atrofia), contraturas articulares e até mesmo comprometimento do sistema 
respiratório pelo decúbito prolongado (RABELO, 2001). 
A massagem é a forma mais simples de fisioterapia e estimula a circulação e 
melhora o retorno venoso e linfático, ajudando a reduzir o edema. A terapia com 
 49 
exercícios é de fundamental importância na reabilitação de pacientes hospitalizados 
(RABELO, 2001; MARTINS; COSTA, 2007). 
A hospitalização pode gerar uma situação de estresse para o paciente. A 
permissão de visitas breves e caminhadas externas pode melhorar o temperamento 
do animal e reduzir o estresse (FORD; MASSAFERRO, 2007). 
No caso, o paciente, ainda que bastante fraco, respondeu muito bem à 
fisioterapia, na qual caminhou durante alguns minutos, interagiu com o ambiente 
externo e recebeu sessões de massagem. A melhora dia a dia após o início das 
caminhadas certamente contribuiu para a evolução positiva do animal. 
 
3.7 Tempo de internação/Prognóstico 
No presente caso, o paciente permaneceu internado durante dez dias. Em um 
estudo com 28 cães com parvovirose, o tempo médio de hospitalização foi de 4,59 
dias (PEREIRA, 2011). Porém, este grupo possui características de raça e idade 
diferentes do caso relatado. Segundo a classificação PIRO, vacinação inadequada e 
a raça Pitbull são fatores a serem considerados como agravantes no que diz 
respeito ao prognóstico, o que também justifica o longo tempo de internação (LEVY 
et al., 2003). 
Suspeita-se que determinadas raças como Rottweiler e Dobermann Pinscher 
sejam mais predispostas a desenvolverem enterite pelo parvovirus, pois apresentam 
maior magnitude de produção de citocinas pró-inflamatórias,como o fator de 
necrose tumoral alfa, comparado aos animais sem raça definida (GLICKMAN et al, 
1985; NEMZEK et al., 2007). No entanto, não há estudos controlados que avaliem 
essa mesma predisposição em cães da raça Pitbull. A maior prevalência da infecção 
por parvovírus nessa raça é descrita apenas em estudos epidemiológicos e 
observada na prática clínica. 
Além disso, a presença de vômito e apatia no momento da admissão e a 
constatação de linfopenia e/ou hipoalbuminemia contribuem para um maior tempo 
de hospitalização quando comparados a pacientes sem essas alterações (KALLI, 
2010). 
 
 50 
4 Conclusão 
A parvovirose é uma doença de grande importância principalmente para cães 
jovens. Essa infecção viral destrói o epitélio intestinal, podendo levar à translocação 
bacteriana e à sepse. A abordagem precoce do paciente séptico garante melhor 
evolução e menor tempo de internação. Os cuidados intensivos em pacientes com 
gastroenterite abrangem desde monitorização constante de parâmetros físicos, 
hematológicos e bioquímicos até cuidados com nutrição e fisioterapia. Seguir os 
protocolos estabelecidos pela literatura de referência auxilia no tratamento não só da 
gastroenterite, como também de diversas outras afecções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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