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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/335055067 Suplementação alternativa para bovinos a pasto Presentation · June 2017 DOI: 10.13140/RG.2.2.13367.06569 CITATIONS 0 READS 278 1 author: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Selection of accesses of the genus "Paspalum spp." as a forage option for tropical cattle livestock View project Production and quality of corn silage with forages and pigeonpea on crop-livestock system View project Vinicius Carreteiro Gomes São Paulo State University 37 PUBLICATIONS 34 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Vinicius Carreteiro Gomes on 08 August 2019. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/335055067_Suplementacao_alternativa_para_bovinos_a_pasto?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/335055067_Suplementacao_alternativa_para_bovinos_a_pasto?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Selection-of-accesses-of-the-genus-Paspalum-spp-as-a-forage-option-for-tropical-cattle-livestock?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Production-and-quality-of-corn-silage-with-forages-and-pigeonpea-on-crop-livestock-system?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Vinicius-Carreteiro-Gomes?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Vinicius-Carreteiro-Gomes?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Sao_Paulo_State_University?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Vinicius-Carreteiro-Gomes?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Vinicius-Carreteiro-Gomes?enrichId=rgreq-2364c0b5bb2106d6b41f3276488b22ae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzNTA1NTA2NztBUzo3ODk2NDI0Mzc3NDI1OTNAMTU2NTI3NjgzNjIwNQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus de Botucatu Programa de Pós-graduação em Zootecnia pela FMVZ Suplementação alternativa para bovinos a pasto Maximização da Eficiência Nutricional para Ruminantes Docente: Prof. Dr. Mario De Beni Arrigoni Discente: Vinicius Carreteiro Gomes Botucatu Agosto/2017 2 Sumário 1- Introdução ................................................................................................................... 3 2- Suplementação na seca............................................................................................... 4 3- Coprodutos na alimentação de Bovinos ................................................................... 6 3.1- Resíduo de Cervejaria ............................................................................................. 7 3.2- Glicerina ................................................................................................................... 9 3.3- Resíduo de Polpa de frutas ................................................................................... 10 4- Outras formas de suplementação ........................................................................... 14 5- Referências ................................................................................................................ 16 3 1- Introdução O desempenho dos bovinos é função de fatores como genética, sanidade, nutrição, manejo e suas interações. Assim, na bovinocultura de curta duração, o aumento progressivo no mérito genético para desempenho cria demandas nutricionais maiores. Dentro dos limites genéticos e garantidas condições sanitárias e de manejo adequadas, o desempenho animal é o produto do suprimento (oferta), consumo, valor nutritivo (concentrações de energia e nutrientes, digestibilidade) e metabolismo, ou seja, é o reflexo do consumo e eficiência de utilização de nutrientes metabolizáveis (PAULINO et al., 2004). O princípio básico e universal de qualquer sistema de produção de bovinos é a obtenção do equilíbrio entre demanda por e suprimento de alimento (energia e nutrientes digestíveis / metabolizáveis). Hipoteticamente, as forragens consideradas de alta qualidade devem ser capazes de fornecer os nutrientes necessários para atender às exigências dos animais em pastejo, quais sejam energia, proteína, minerais e vitaminas. Entretanto, as pastagens raramente estão em estado de equilíbrio na relação entre suprimento e demanda, em função da sazonalidade quantitativa e qualitativa inerente ao sistema pastagem. Onde e quando não existe a possibilidade de produção contínua, ao longo do ano, só em pastagens, o uso de sistemas de alimentação combinando pastagens e suplementos alimentares adicionais são requeridos, para viabilizar o ajuste nutricional necessário (PAULINO et al., 2004). Da interação do animal com a dieta ofertada surge o consumo e a eficiência de utilização dos nutrientes. Para uma alta produção animal em pastagens, três condições básicas devem ser atendidas: 1) deve ser produzida uma grande quantidade de forragem de bom valor nutritivo, cuja distribuição estacional deve coincidir com a curva de exigências nutricionais dos animais; 2) uma grande proporção dessa forragem deve ser colhida pelos próprios animais (consumo); e 3) a eficiência de conversão dos animais deve ser elevada. Assim, a produção animal a pasto é o resultado da eficiência de três processos: produção de forragem, consumo de forragem pelos animais e conversão da forragem em produto animal (desempenho animal) (HODGSON e BROOKES, 1999). A essência do manejo de pastagens é atingir um balanço harmônico entre as eficiências dos três processos. O baixo consumo de matéria seca de pastos tem sido identificado como um fator limitando o desempenho de animais com alto mérito genético para produção, em sistemas de pastejo. 4 A ingestão de matéria seca (MS) é o fator mais importante dentro da nutrição, pois estabelece as quantidades de nutrientes disponíveis para saúde e produção animal (NRC, 2001). As estimativas de consumo em bovinos de corte são vitais para a predição do ganho de peso, assim como para o estabelecimento dos requerimentos nutricionais dos animais, necessários à formulação das dietas. Quando as forrageiras são a única fonte de proteína e de energia para os bovinos, o desempenho pode não corresponder aos objetivos para a produção de carne. A utilização de suplementos com proteína e energia pode auxiliar o desempenho produtivo destes animais mantidos a pasto, mas nem sempre este aumento vai ser positivo, em função de vários fatores. Estes podem ser negativos, principalmente em função da quantidade e do tipo de suplemento fornecido. Essas variações ocorrem devido a interações entre os componentes da dieta e são denominados de efeitos associativos, que podem interferir no consumo de forrageiras, e alterar a disponibilidade de energia disponível para os animais, alterando o desempenho dos bovinos suplementados em pastagens (DETMANN et al., 2001). Os efeitos associativos podem ser diminuídos pelo fornecimento de substratos essenciais para os microorganismos, com um manejo de alimentação adequado, que favoreça as modificações oriundas dos suplementos, sem prejudicar a digestibilidade da fibra, assegurando assim a digestão satisfatória e a produção eficiente de proteína microbiana. A escolha da alternativa de suplementação adequada torna-se importante, não só do ponto de vista produtivo, mas também econômico, proporcionando melhores respostas para os produtores (GOES et al., 2004). 2- Suplementação na seca Nas estratégias utilizadas para tornar a pecuária mais eficiente e rentável está o manejo alimentar e nutricional adequado, principalmente na época seca do ano, associado ao uso de sistemas intensivos e alternativos de produção com alimentos de bom valor nutritivo e baixo custo (MARTINS et al., 2000; RODRIGUES FILHO et al., 2001). A maior dificuldade está no período de estiagem em função da estacionalidade das forrageiras acarretando assim alterações que, de forma geral, não atendem a quantidade alimentar e a qualidade nutricional requerida pelo animal. Isso tem efeitos desfavoráveis na produção e composição físico-química da carne, do leite e derivados (LOURENÇO JÚNIOR et al., 2004). 5 Segundo Minson (1990), o consumo de forragem no período da seca é substituído pelo suplemento em no máximo 64%. Além disso, o efeito substitutivo ocorre quando se fornece suplementos em quantidade superior a 0,2% do peso vivo (PV) (HERD, 1997). Deste modo, o menor consumo de forragem ocasionado pelo alto fornecimento de suplemento tem significativa importância em sistemas de pastejo de não equilíbrio, pois essas estratégias buscam a maximização da digestão ruminal, consumo e desempenho animal em sistemas de produção de bovinos com pouca oferta de forragem. A suplementação múltipla tende a substituir o consumo de forragem em pastagens de baixa qualidade, mas isso não prejudica o desempenho dos animais (DEL CURTO et al., 1990). A redução no desempenho pode ser mais pronunciada em maiores níveis de suplementação, sobretudo naqueles com elevados teores de carboidratos não-fibrosos (CNF) de rápida fermentação (DIXON e STOCKDALE, 1999). A depressão na digestibilidade ruminal de componentes fibrosos da forragem devido aos concentrados dietéticos, pode levar a mais tempo de retenção de resíduos fibrosos no rúmen e usualmente reduzir consumo de forragem. Uma estratégia adequada de suplementação seria maximizar o uso de forragem por meio da otimização de sua digestão, incremento da taxa de passagem do resíduo indigestível e, consequente, o aumento de consumo de nutrientes digestíveis totais. Para potencializar a exploração dos efeitos associativos positivos, as condições ecológicas do rúmen devem ser mantidas dentro de limites que permitam a normalidade do metabolismo e do crescimento microbiano. Os efeitos associativos positivos podem freqüentemente ocorrer quando uma forragem que contém uma baixa concentração de nutrientes limitantes para ou os micróbios do rúmen (por exemplo, nitrogênio, enxofre, cobalto) ou o animal (por exemplo, fósforo) é fornecida com um concentrado contendo uma alta concentração destes nutrientes, e o último supre quantidade suficiente dos nutrientes para balancear a dieta total. Os efeitos associativos negativos podem ser aliviados assegurando-se o suprimento de substratos microbianos essenciais, manejo de alimentação e modificação de grãos para minimizar seus efeitos adversos sobre digestão de fibra, enquanto assegurando digestão satisfatória dos grãos e produção de proteína microbiana eficiente. Nos trabalhos envolvendo alimentação suplementar para animais em pastejo, a dinâmica da população e crescimento microbiano, o suprimento de N, o suprimento de carboidratos não fibrosos (CNF) e digestão de parede celular são todos inter-relacionados em uma maneira que pode ter consequências significativas para o desempenho animal. O 6 suprimento de CNF pode ter efeitos positivos ou negativos sobre digestão no rúmen e dinâmica de N, dependendo do suprimento de N, o conteúdo de parede celular da dieta e a forma do CNF (amido versus açúcar / frutosanas). Suplementos baseados em grãos fornecidos em grandes quantidades podem ser eficientemente utilizados por bovinos em forragens de baixa qualidade quando conteúdo adequado de proteína degradada no rúmen (PDR) é incluído nos suplementos. Os CNF fornecidos sozinhos sem adição de proteína degradável ruminalmente excederiam a deficiência pré - existente de proteína degradável, resultando no potencial para redução de consumo e digestibilidade de forragens de baixa qualidade. Quando fornecidos com proteína degradável adequada, suplementos baseados em CNF podem ter eficiências e conversões aceitáveis e aumentar o desempenho de bovinos pastejando forragens de baixa qualidade por causa de maior digestibilidade de forragem que quando CNF é fornecido sozinho. O fornecimento de grandes quantidades de um suplemento que fornece energia e PDR no rúmen para digerir não somente o suplemento, mas também a dieta basal de forragem possibilita os bovinos manifestarem maiores taxas de ganho enquanto pastejando forragens de baixa qualidade que ou níveis similares de grãos sozinhos ou baixo nível de suplementações de proteína (PAULINO et al., 2004). 3- Coprodutos na alimentação de Bovinos Os resíduos agroindustriais e do beneficiamento de produtos vegetais são passíveis de serem utilizados na alimentação de ruminantes e estão disponíveis, geralmente, no período de escassez de forragem verde, que ocorre na época fria e seca do ano. A produção de algumas culturas, no Brasil, dá origem a volumes elevados de resíduos. Há diversos estudos sobre o aproveitamento desses resíduos na alimentação de ruminantes e para alguns tipos esse uso já é bastante disseminado entre os pecuaristas. Entretanto, sua utilização na alimentação animal irá depender de uma série de fatores como, entre outros, a proximidade entre a localização dos rebanhos de ruminantes e a das culturas; disponibilidade, as características nutricionais dos resíduos; e o custo desses frente aos ingredientes tradicionais (CARVALHO, 1992). Deve-se conhecer a origem dos ingredientes que adquire e utiliza. Obviamente, devemos destacar que apenas alimentos autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento devem ser utilizados. Além disso, deve-se sempre realizar o cálculo do custo da unidade do nutriente que cada ingrediente fornece, tal como proteína 7 (para alimentos proteicos), energia (para alimentos energéticos) e fósforo (para fontes desse mineral)(GOMES et al., 2015). O rumem, pela sua microbiota, tem a capacidade de transformar resíduos vegetais em nutrientes pela ação dos microorganismos ali presente que ocorre a decomposição da matéria-prima bruta consumida e a síntese de nutrientes assimiláveis pelo organismo (SILVA FILHO et al., 1999). Vários destes materiais podem, contudo, ser utilizados como alimentos proteicos para ruminantes, os quais são capazes de converter material não utilizável pelo homem em produtos de origem animal de alto valor biológico. A utilização destes produtos pode ainda reduzir o custo de alimentação animal. Pesquisas recentes buscam qualificar tais alimentos e determinar os níveis ótimos de inclusão nas dietas de ruminantes, os quais possam permitir a produtividade dos animais, e de preferência, que imprimam qualidade aos produtos (carne e leite), e possibilitem a redução dos custos com alimentação e aumento da rentabilidade dos sistemas de produção (OLIVEIRA et al., 2012). 3.1- Resíduo de Cervejaria O resíduo úmido de cervejaria (RUC), conhecido como cevada é um subproduto com alto teor proteico e rico em FDN, carboidratos totais e extrato etéreo, em virtude do seu alto teor de FDN e de água, o RUC pode ser definido como alimento volumoso, mas com bom conteúdo proteico, podendo ser usado para substituir parte do concentrado e parte do volumoso da dieta. A quantidade de proteína bruta e outros nutrientes no RUC, com exceção do amido, é maior do que nos cereais que são usados para a fabricação de cerveja, variando de 17 a 32% de PB e de 55 a 65% de FDN (WEST et al., 1994; GERON et al., 2008). Com alto NDT (>75%), e baixa proporção de carboidratos não estruturais (<30%), resultam em menor impacto sobre o consumo e digestibilidade (KUNKLE et al., 2000). Desse modo, o aproveitamento do RUC na suplementação alimentar de bovinos de corte propicia aos produtores da região um menor custo na produção em razão do bom valor nutricional do subproduto. Os fatores limitantes para o uso do RUC na produção pecuária estão relacionados com a sazonalidade, o transporte e o armazenamento; porém, os subprodutos da indústria cervejeira são altamente poluentes, causando sérios problemas se forem descartados diretamente no ambiente. Dessa forma, a utilização desses resíduos na alimentação de 8 bovinos, além de promover a redução dos custos de alimentação, soluciona os problemas de poluição ambiental da indústria cervejeira (FIGUEIREDO et al., 2012). Os baixos valores de MS encontrados no resíduo de cervejaria são apontados como maior limitação na utilização deste subproduto na forma úmida. Valores entre 20 e 30% de MS são encontrados na literatura (CLARK, 1987; LIMA, 1993; PHIPPS et al., 1995). A elevada quantidade de água no resíduo úmido pode resaltar em outros fatores limitantes como a dificuldade no transporte a longa distância e dificuldades no armazenamento. Muitos autores limitam a utilização deste subproduto a determinadas distancias das industrias. Nas condições dos E.U.A., pesquisadores acreditam que o resíduo só é econômico até um raio de aproximadamente 100 km das industrias (EASTRIDGE, 1991). A conservação deste material em propriedades rurais também é considerada uma limitação. Allen (1975) cita os fungos e as leveduras como os principais microrganismos responsáveis pela degradação do resíduo em condições de aerobiose. A rápida degradação do resíduo em condições de aerobiose. A rápida biodegradação foi observada por Stern e Ziemer (1993), que sugerem menores períodos de armazenamento: estudos em condições de aerobiose aconselham períodos de no máximo 10 dias (JOHNSON, 1987). Segundo Pedroso et al. (2006), recomendam em regiões quentes que o resíduo não seja estocado por mais que 3 dias sob condições ambiente. O que ocorre na prática é a estocagem em média por 7 dias, chegando até a casos extremos de mais de 15 dias. No Brasil o resíduo de cervejaria é comercializado na forma úmida e normalmente armazenado em condições aeróbias, em períodos de 20 a 30 dias. A prática adotada na maioria das fazendas é a adição do sal comum na tentativa de diminuir o ataque de microrganismos (CABRAL FILHO et al., 1999). Devido ao seu alto valor nutricional e à sua disponibilidade quase constante ao longo do ano, o resíduo de cervejaria sempre atraiu muito os produtores de leite. Principalmente como fonte protéica para vacas em início de lactação (STERN e ZIEMER, 1993). Em estudos de Hoffman e Armetano (1988), não encontraram diferenças significativas entre a produção de leite de vacas alimentadas com o resíduo úmido ou seco ou com farelo de soja, nos Estados Unidos. Sugerem que a escolha do suplemento deve ser baseada no custo e na sua disponibilidade. Na produção de carne, o resíduo vem sendo utilizado principalmente como fonte energética e protéica em dietas para animais em crescimento e terminação. Valores de 2,01 a 2,55 e de 1,20 a 1,51 kcal de EM/g de MS foram encontrados por Preston et al. 9 (1973), nos Estados Unidos, para mantença e ganho respectivamente. Neste trabalho, novilhos em crescimento receberam dietas à base de milho ou suplementadas com até 50% do resíduo desidratado e apresentaram maiores coberturas de gordura e aumento do peso de carcaça para os tratamentos contendo o resíduo. Figueiredo et al. (2012) em estudo com suplementação de RUC para bovinos a pasto de Brachiaria brizantha cv. Marandu vedado a 45 dias observou ganho de peso médio diário de todo o período experimental de 1,326 kg/animal/d com 2,2% PV de fornecimento. Esses resultados são semelhantes aos ganhos em confinamento observados por Faturi et al. (2006) e Gottschall et al. (2007), que obtiveram valores variando de 1,032 a 1,459 kg/animal/d. O elevado ganho observado no presente trabalho, mesmo nos animais não suplementados, se deve à alta massa de forragem na entrada dos animais nos piquetes, proporcionando elevada oferta de forragem e facilitando a seleção de uma dieta mais nutritiva pelos animais. A suplementação com resíduo úmido de cervejaria (cevada) na terminação de bovinos de corte em pastagem produz aumento no ganho de peso dos animais, reduzindo o tempo para a terminação. 3.2- Glicerina A utilização de glicerina bruta (GB), coproduto da indústria de biodiesel, na dieta de ruminantes, visa aumentar a produtividade com investimentos menores. A GB pode sofrer variação na composição (SILVA et al., 2010) devido ao fato de ser um coproduto da indústria do biodiesel, originada de fontes renováveis, tais como óleos vegetais e gorduras animais. O glicerol ou propano - 1, 2, 3-triol é um composto orgânico pertencente à função álcool. É líquido à temperatura ambiente de 25°C, higroscópico, inodoro, viscoso e de sabor adocicado. Dentro do rúmen o glicerol pode seguir duas rotas metabólicas: (1) absorção direta pelo epitélio da parede ruminal (RÉMOND; SOUDAY; JOUANY, 1993), ou (2) transformação em ácidos graxos voláteis (AGV) pelas bactérias ruminais, principalmente em ácido propiônico (BERGNER et al., 1995). Neste sentido, seu uso como ingrediente na dieta de ruminantes, representa uma importante alternativa como fonte de energia de custo acessível, podendo assim, favorecer melhor desempenho dos animais (SILVA et al., 2015). Em estudo de Silva et al. (2015) que incluiu GB na dieta de novilhas pastejando Brachiaria brizantha cultivar Marandu, apresentou efeito linear decrescente sobre o consumo de matéria seca do pasto e da dieta em relação ao peso corporal, reduzindo de 10 0,076 para 0,097 kg dia-¹, respectivamente, a cada um % de GB acrescentada na dieta. Este efeito de redução no consumo pode estar relacionado aos mecanismos de saciedade dos animais que foram submetidos às dietas com maiores níveis de GB. O glicerol é convertido em ácido propiônico no rúmen e é convertido em glicose pelo fígado, portanto, em maior quantidade pode elevar os níveis glicêmicos desencadeando um feedback negativo entre o rúmen e o eixo hipotalâmico no sistema nervoso central. Os fatores fisiológicos incluem controle da fome e saciedade pela região hipotalâmica do cérebro. Este mecanismo envia uma resposta ao organismo inibindo o consumo, estabelecendo uma sensação de saciedade, diminuindo assim, a ingestão de MS do pasto pelos ruminantes. Outro fator relevante é que, possivelmente possa ter ocorrido efeito negativo sobre a degradação da fibra do pasto. Esse efeito possivelmente foi devido ao aumento da ingestão de extrato etéreo ocasionado pelos maiores níveis da GB na dieta das novilhas (GUNN et al., 2010). Segundo estudos de Paggi, Fay e Fernandez (1999), com base em estudos in vitro, relataram que a atividade celulolítica diminuiu em função do aumento de concentrações de glicerol no rúmen. Resultados de estudos conduzidos com culturas in vitro podem ser questionáveis, pois não há quantificação das interações que ocorrem no ambiente ruminal e da variabilidade de substratos da dieta. Entretanto, Schröder e Südekum (2007) em dietas contendo concentrado com alto teor de amido e diferentes níveis de inclusão de GB (0,0; 10,0; 15,0 e 20,0%), houve menor digestibilidade dos componentes da parede celular, sem diminuir a digestibilidade da MS. À medida que se incluía GB na dieta, observou-se que a renda bruta dia- ¹ apresentou valores decrescentes refletindo o comportamento observado no ganho médio diário (SILVA et al., 2015). Segundo Silva et al. (2010), em comparação à suplementação com mineral e concentrado a renda bruta em R$, aumentou em 26,88; 35,29 e 59,66% em novilhos recebendo suplemento com níveis de 0,3, 0,6 e 0,9% do PV, respectivamente. No entanto, esse aumento foi inviabilizado economicamente pela elevação dos custos. Neste contexto, a suplementação em níveis superiores a 0,3% do peso vivo pode comprometer a taxa de retorno da atividade. 3.3- Resíduo de Polpa de frutas 11 O Brasil é o terceiro maior país produtor de frutas do mundo e o primeiro na produção de frutas tropicais, com 47 % das frutas consumidas in natura e 57 % processadas, cujo resíduo pode chegar a 50 % da biomassa original (SOUSA e CORREIA, 2010). O acúmulo de grandes volumes de resíduos armazenados em locais inadequados tem representado um sério problema de contaminação ambiental, principalmente dos recursos hídricos e solo. Além disso, o acúmulo de resíduos pode criar um ambiente propício para proliferação de vetores transmissores de doenças, como moscas, formigas, ratos e baratas, os quais podem levar sérios riscos à saúde humana (SCHNEIDER et al., 2012). Nas regiões do Brasil aonde a produção de grãos é baixa, o uso de subprodutos da agroindústria, segundo Geron et al. (2012), constitui uma importante fonte alternativa de nutrientes para os rebanhos, com custos geralmente menores que os suplementos convencionais, além de promover a redução da contaminação ambiental. Para verificar as possibilidades de uso dos resíduos na alimentação dos animais, deve-se inicialmente considerar a disponibilidade regional do material ao longo do ano (ROGÉRIO et al., 2003). Segundo Abrahão (1991), o valor nutritivo de um alimento deve ser considerado não como fator isolado, mas como um complexo formado por fatores que interferem na ingestão e utilização da forragem ingerida pelos ruminantes. Os valores da composição química-bromatológica dos coprodutos de frutas são variáveis, isso é consequência de alterações nos processos de beneficiamento das indústrias, da qualidade dos frutos, da incorporação de outros resíduos, da inclusão maior ou menor de cascas em relação às sementes. Na Tabela 1 abaixo se encontram os valores médios da composição química- bromatológica de coprodutos oriundos do processamento de frutas para fabricação de sucos. Tabela 1. Composição química-bromatológica de coprodutos de frutas oriundos do processamento de sucos. 12 Fonte: Alves et al. (2003); Ariki et al. (1977); Correia et al. (2006); Ferrari et al. (2004); Ferreira et al. (2004); Gonçalves et al. (2004); Korndorfer et al. (1998); Lousada Júnior et al. (2005); Lousada Júnior et al. (2006); Manoel et al. (2003); Pimentel et al.(2005); Pompeu et al. (2006); Py et al. (1984); Reis et al. (2000); Ribeiro Filho et al. (2006); Rodrigues e Peixoto (1990); Rogério et al. (2003); Sá et al. (2004); Silva et al. (2005); Vasconcelos et al. (2002); Vieira et al. (1996, 1997, 1999). O principal fator limitante na composição química-bromatológica é o alto teor de umidade. Assim é possível observar que estes se situam entre 8,4% para o coproduto da maçã, a 46,7% para o coproduto de tamarindo. Este é um problema que foi solucionado pelas empresas esmagadoras de laranja, que desenvolveram, em 1934 (CARVALHO, 1995), tecnologia para secagem e aproveitamento do bagaço de laranja. O produto final deste processo ficou conhecido como polpa cítrica peletizada. Porém, devido ao elevado custo de secagem, empresas processadoras de laranja avaliam a possibilidade de desenvolver mercados para polpa cítrica úmida. Este interesse é maior, particularmente, para pequenas empresas ou para grandes empresas esmagadoras que não pretendem investir na secagem do bagaço de laranja, já que a compra de equipamentos para este propósito pode chegar a 50% do investimento total da fábrica (CARVALHO, 1995). Lousada Júnior et al. (2005), avaliando o valor nutritivo de coprodutos do processamento de frutas desidratado, observaram o consumo de matéria seca (CMS) exclusivo do coproduto de abacaxi, acerola, goiaba, maracujá e melão em ovinos. O menor CMS foi observado nos animais alimentados com o coproduto da acerola, provavelmente em virtude do elevado teor de lignina (20,1%), uma vez que este é composto basicamente de sementes lignificadas. Entretanto, apesar do coproduto de goiaba possuir teores de FDN e lignina próximos aos do coproduto da acerola, os animais alimentados com o copoduto de goiaba apresentaram o maior CMS, o que pode ser decorrente da presença de sementes de maior densidade específica e menor tamanho de 13 partícula, aumentando a taxa de passagem da digesta pelo trato gastrintestinal e reduzindo a digestibilidade dos nutrientes, porém, permitindo maior consumo em razão do rápido esvaziamento ruminal. Em ensaios de Vieira et al. (1999) alimentando novilhos com farelo de casca de maracujá e observaram CMS médio de 3,3% PV pelos animais, enquanto Siqueira et al. (1999), utilizando coproduto de maracujá ensilado na terminação de bovinos de corte, verificaram ingestão diária de matéria seca de 2,03% do PV. A semente de maracujá, por possuir alto teor de extrato etéreo (EE) (32%), deve ser utilizada em até 8,8% nas rações para ruminantes, pois níveis maiores promoveram depressão na DMS e dos componentes fibrosos da dieta, neutralizando o aumento da densidade energética através do óleo da semente (STARLING et al., 1997). Albuquerqe et al. (2005) avaliaram a inclusão do coproduto de maracujá desidratado sobre o CMS em ovinos e concluíram que a inclusão acima de 18% na dieta reduz o consumo de nutrientes. Alves et al. (2003) avaliaram o consumo de matéria seca (CMS) e o desempenho de novilhos alimentados com o coproduto de maracujá in natura, fornecido como alimento exclusivo ou suplementado com concentrado na proporção de 0,5 kg/100 kg de PV e contrastaram com os observados em novilhos alimentados com silagem de sorgo, como alimento exclusivo ou suplementado com o mesmo concentrado, em idêntica proporção. Concluíram que o coproduto de maracujá in natura foi superior à silagem de sorgo, para bovinos em crescimento, proporcionando elevado CMS (3,67% e 3,28% PV, para dietas com e sem concentrado, respectivamente) e ganho de peso de 1,45 kg/dia e 1,38 kg/dia, para dietas com e sem concentrado, respectivamente. Em trabalhos de Lallo et al. (2003) e Prado et al. (2003), com diferentes níveis de substituição (0%, 20%, 40% e 60%) da silagem de milho pela silagem de coproduto de abacaxi, concluíram que a silagem deste coproduto pode substituir em até 60% em base da MS a silagem de milho nas rações para bovinos em confinamento, sem afetar a fermentação ruminal, desempenho animal com GMD de 1,4 kg/dia, a conversão alimentar de 6,7 kg/ kg PV e o rendimento de carcaça de 55,0%. A utilização de coprodutos de frutas, oriundos do processamento para fabricação de sucos, surge como uma alternativa promissora na alimentação de animais ruminantes. Considerando a disponibilidade regional destes, seu aproveitamento pode diminuir a dependência dos ruminantes por alimentos concentrados convencionais, contribuir com a melhoria do desempenho animal, possibilitar a formulação de misturas 14 alimentares mais econômicas, solucionar possíveis problemas de poluição ambiental e gerar receitas extras para as agroindústrias a partir da venda de coprodutos (PEREIRA et al., 2009). 4- Outras formas de suplementação O termo suplementos múltiplos (PAULINO et al., 1983) refere-se ao fornecimento de vários nutrientes, concomitantemente, para contrabalançar deficiências múltiplas da dieta basal. Tendo como objetivo estimular o consumo e a digestão de forragem madura e permitir que os animais e os microorganismos do rúmen satisfaçam as suas exigências (PAULINO, 1999), aumentando a eficiência de utilização das forragens, principalmente aquelas em fase de senescência nos períodos secos, em diversas regiões (OLIVEIRA, 2002). Os blocos multinutricionais permitem ao animal compensar a deficiência de nitrogênio em alimentos fibrosos, reforçando a sua disponibilidade, consumo e a digestibilidade de nutrientes, como alternativa para fornecimento de sais minerais e vitaminas (PEREIRA, 2013). O bloco multinutricional é um suplemento feito com base na mistura de subprodutos da agroindústria e melaço, compactados na forma de bloco, que possibilita o fornecimento de vários nutrientes de forma restrita. Esse, ao ser “lambido” pelo animal, permite o consumo restrito de uma mistura de ingredientes (melaço, uréia, farelos, sal mineral) compactados, de modo a fornecer nutrientes constantemente ao longo do dia (nitrogênio, energia, macro e microminerais). A utilização de blocos multinutricionais proporciona um bom funcionamento ruminal, sem as quedas bruscas do pH e os picos na concentração de amônia ruminal, típicos da suplementação convencional (GARMENDIA, 1994). Além dos benefícios nutricionais, os blocos oferecem vantagens do ponto de vista logístico, devido à sua versatilidade, facilidade de manejo, transporte e armazenamento (FREITAS et al., 2003). A otimização do ambiente ruminal em função, da suplementação com blocos multinutricionais, tem resultado no aumento do consumo de volumosos de baixa qualidade (SANSOUCY et al., 1988), no ganho de peso (ARAQUE e ESCALONA, 1995), na produção de leite (WANAPAT et al., 1999) e em melhora na atividade reprodutiva (BERETTA et al., 1999). Esses aumentos no desempenho animal podem ser parcialmente explicados pelo maior consumo de matéria orgânica digestível como 15 conseqüência da maior degradabilidade ruminal, ocasionado pela suplementação com blocos multinutricionais. Contudo, o sucesso na fabricação e utilização de blocos multinutricionais depende do conhecimento dos processos de fabricação e de seus efeitos sobre algumas características que afetam o desempenho animal, principalmente em relação à variabilidade do seu consumo (LOBATO e PEARCE, 1980b). Apesar de existirem vários fatores que influenciam o consumo, como a palatabilidade, a qualidade do volumoso, a disposição dos blocos no cocho, o número de animais por bloco e o tempo de armazenamento, a consistência do bloco é considerada a principal variável na determinação do consumo (SANSOUCY et al., 1988). Os blocos muito macios são dissolvidos pela chuva, ocasionando perda de minerais; por outro lado, blocos muito duros são consumidos com dificuldade pelos animais, impossibilitando, às vezes, o atendimento de suas necessidades suplementares (MC DOWELL, 1999). Segundo Rocks et al. (1982), o consumo de minerais sob forma de blocos é, pelo menos, 10% menor do que quando se utilizam misturas soltas. Alguns trabalhos citam que níveis elevados de melaço e uréia, bem como a proporção de aglutinantes, diminui a dureza do bloco, possibilitando maiores consumos (ARAQUE e CORTES, 1998; FREITAS et al., 1999; HINESTROZA e BECERRA, 1990). Birbe et al. (1998a) observaram que o consumo de blocos multinutricionais variou entre 140 e 700 g/animal/dia, dependendo do nível de melaço utilizado. Wu e Liu (1995), trabalhando com bezerros, utilizando feno de baixa qualidade e suplementando com blocos de uréia/minerais, não observaram diferenças no potencial de degradabilidade, taxa de digestão, tempo de colonização e degradabilidade efetiva em relação ao feno sem suplementação. Contudo, observaram aumentos na digestibillidade da FDN e na retenção de nitrogênio. Segundo Freitas et al. (1999) mostraram que, apesar de a suplementação com blocos multinutricionais provocar um efeito de substituição do consumo de feno pelo bloco, esse efeito é aditivo; e que níveis de melaço próximos a 30% maximizam o consumo dos blocos. Novilhas pastejando Brachiaria brizantha cv. Marandu sendo suplementadas ad libitum com bloco multinutricional apresentou ganho diário de 0,546 kg/dia, 8,97% superior aos 0,497 kg/dia do tratamento com somente suplemento mineral. Este ganho diário permitiu um ganho de carcaça de 4,23 arrobas, enquanto que o tratamento com suplemento mineral apresentou medias de 3,72 arrobas/animal (MEDINA et al., 2015). 16 A grande variabilidade dos dados encontrados na literatura relacionando o nível de melaço com a dureza dos blocos deixa dúvidas em relação à confiabilidade da medida de resistência feita com penetrômetro manual, principalmente quando o nível de umidade é superior a 14% (Birbe et al., 1998b). Ferbes et al. (1997) encontraram que blocos multinutricionais elaborados com 40% de melaço e armazenados durante 15, 30 e 45 dias apresentaram resistências de 2,34; 3,24 e 3,40 kg/cm², respectivamente. Portanto, existem outros fatores tais como: a relação entre os ingredientes utilizados, o tempo de armazenamento e o processo de compactação utilizado, que também são importantes na determinação da dureza do bloco. A análise da relação entre a dureza e o consumo de MS dos blocos, feita por regressão linear, mostrou que não houve relação entre consumo e resistência. Estes dados contrastam com os obtidos por Birbe et al. (1998a), cujos blocos elaborados com 30% de melaço e com diferentes forças de compactação encontraram resistências ao penetrômetro de 2,2; 2,8; 2,9; 3,9; 4,1 e 4,9 kg/cm² e um consumo de MS do bloco de 3320; 3018; 1800; 900; 680 e 110 g/dia, respectivamente. O consumo de todas as frações nutritivas do feno de Tifton diminuiu significativamente com a inclusão de blocos multinutricionais na dieta (FREITAS et al., 2003). Esta resposta é uma consequência do efeito de substituição realizado por animais que recebem suplementação. Todavia, este efeito foi aditivo, pois não afetou o consumo total de MS. Osuna et al. (1996) suplementaram os bovinos com feno de Digitaria xumfolosis, com blocos multinutricionais elaborados com 25, 32,5 e 40% de melaço e observaram, no entanto, que o consumo de feno não foi afetado (2,8; 2,9 e 3,1% do PV), entretanto, o consumo de blocos diminuiu com o aumento dos níveis de melaço nos blocos (1,0; 0,9 e 0,86% do PV) sem que o consumo total de MS fosse afetado. Há uma variabilidade no consumo de blocos verificado em muitos trabalhos (LOBATO e PEARCE, 1980a e 1980b, PRESTON e LENG, 1989, BIRBE et al., 1998b, BIRBE et al., 2000). 5- Referências 17 ABRAHÃO, J. J. S. Valor nutritivo das plantas forrageiras. 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