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2018-FabyaNepomucenoDeLima-tcc

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE CEILÂNDIA – FCE/ UNB 
CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
 
FÁBYA NEPOMUCENO DE LIMA 
 
 
 
 
SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS SALMONELLA 
ENTERICA ISOLADAS DE CARNES DE FRANGO COMERCIALIZADAS NO 
DISTRITO FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA, DF 
2018 
 
 
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FÁBYA NEPOMUCENO DE LIMA 
 
 
 
SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS SALMONELLA 
ENTERICA ISOLADAS DE CARNES DE FRANGO COMERCIALIZADAS NO 
DISTRITO FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Profa. Dra. Daniela Castilho Orsi 
 
Co-orientador: Profa. Dra. Izabel Cristina Rodrigues da Silva 
 
 
BRASÍLIA, DF 
2018 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como requisito para obtenção do grau de Bacharel 
em Farmácia, na Universidade de Brasília, 
Faculdade de Ceilândia. 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FÁBYA NEPOMUCENO DE LIMA 
 
 
SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS SALMONELLA 
ENTERICA ISOLADAS DE CARNES DE FRANGO COMERCIALIZADAS NO 
DISTRITO FEDERAL 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Daniela Castilho Orsi 
(FCE/ Universidade de Brasília) 
 
___________________________________________________ 
Profa. Dra. Izabel Cristina Rodrigues da Silva 
(FCE/ Universidade de Brasília) 
 
__________________________________________________ 
Prof. Msc. Daniel Oliveira Freire 
(Faculdade LS/ Brasília) 
BRASÍLIA, DF 
2018 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço primeiramente a Deus, que foi minha maior força nos momentos de 
angústia e desespero. Sem ele, nada disso seria possível. A fé que tenho em ti 
alimentou meu foco, minha força e minha disciplina, abençoando o meu caminho 
durante minha graduação e elaboração deste trabalho. 
 Sou grata à minha família, avós, tios e primos, que sempre confiaram no meu 
potencial e nunca desistiram de mim. Em especial, agradeço à minha mãe, Flávia 
Ferreira Nepomuceno, por tranquilizar meu coração com gestos e palavras nos 
momentos de estresse; ao meu pai, Reginaldo Ferreira de Lima, por ser meu maior 
exemplo e fonte de inspiração, e ao meu irmão, Pedro Henrique Ferreira de Lima, 
que sempre esteve na minha torcida apesar de todas as circunstâncias. Vocês são 
meus maiores bens na Terra, foram minha base e alicerce durante essa importante 
fase da minha vida. 
Às minhas orientadoras, Daniela Castilho Orsi e Izabel Cristina Rodrigues, 
pelas valiosas contribuições nesta pesquisa, me proporcionando a chance de 
expandir meus horizontes. Sou grata a elas pela total dedicação não só durante a 
construção deste trabalho, mas ao longo de toda a minha jornada acadêmica, me 
instruindo de maneira sábia e honrosa. Agradeço a disposição do Professor Daniel 
Oliveira Freire, em aceitar meu convite e participar da banca de avaliadores, vindo a 
acrescentar com seus imensuráveis conhecimentos. 
Obrigada, aos verdadeiros amigos, que me deram apoio e incentivo, e que 
permaneceram fielmente ao meu lado, compreendendo e respeitando o meu 
necessário distanciamento e noites em claro atrás de livros e computadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
No Brasil, apesar do programa de controle e monitoramento de Salmonella 
spp. na produção avícola, essa bactéria continua a ser um dos patógenos mais 
identificados em produtos avícolas expostos ao consumo. O objetivo deste trabalho 
foi determinar a presença de Salmonella spp. em carnes de frango comercializadas 
em supermercados do Distrito Federal e traçar seu perfil de susceptibilidade a 
antimicrobianos. Foram coletadas 18 amostras de carne de frango resfriadas de 
diferentes cortes (peito, coxa, sobrecoxa, coxinha da asa, asa, filé e miúdos). Foram 
realizados testes bioquímicos para triagem de Salmonella spp. e os isolados 
suspeitos foram identificados através da técnica de PCR. A susceptibilidade das 
cepas aos antimicrobianos foi avaliada pela técnica de disco-difusão (método de 
Kirby-Bauer). O presente estudo mostrou alta prevalência de Salmonella enterica 
nas carnes de frango (10 amostras positivas de 18 amostras analisadas, ou seja, 
55,6% de positividade). Todos os isolados de Salmonella apresentaram o gene invA 
após análise molecular. Das 24 cepas testadas, os antibióticos aos quais as cepas 
apresentaram maior resistência foram: tetraciclina, amoxacilina com ácido 
clavulânico e sulfonamida. Nove cepas (37,5%) classificaram-se como 
multirresistentes, isto é, cepas resistentes ou com resistência intermediária a três 
antibióticos ou mais. A utilização de antibióticos na medicina veterinária de forma 
indiscriminada leva a indução de cepas resistentes/multirresistentes com a 
possibilidade de transmissão tanto para outras aves quanto para homens saudáveis, 
gerando prejuízos financeiros aos abatedouros e à saúde pública. 
 
Palavras-chave: Frango de Corte. Contaminação de Alimentos. Salmonella 
enterica. Antibiograma. Cepas Resistentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
ABSTRACT 
 
In Brazil, despite the control and monitoring program of Salmonella spp. in poultry 
production, this bacterium continues to be one of the most identified pathogens in 
poultry products exposed to consumption. The objective of this work was to 
determine the presence of Salmonella spp. in chicken meat commercialized in 
supermarkets in the Federal District and to trace their antimicrobial susceptibility 
profile. Eighteen samples of chilled chicken meat were collected from different cuts 
(breast, thigh, leg quarter, wing, fillet and hearts, livers and gizzards). Biochemical 
tests were performed to isolate Salmonella spp. and the suspected isolates were 
identified using the PCR technique. The susceptibility of the strains to the 
antimicrobials was evaluated by the disc-diffusion technique (Kirby-Bauer method). 
The present study showed a high prevalence of Salmonella enterica in chicken meat 
(10 positive samples from 18 samples analyzed, ie 55.6% positive). All Salmonella 
isolates showed the invA gene after molecular analysis. Of the 24 strains tested, the 
antibiotics to which the strains showed the greatest resistance were: tetracycline, 
amoxicillin with clavulanic acid and sulfonamide. Nine strains (37.5%) were classified 
as multiresistant, ie strains resistant or with intermediate resistance to three or more 
antibiotics. The use of antibiotics in veterinary medicine indiscriminately leads to the 
induction of resistant / multiresistant strains with the possibility of transmission to 
other healthy birds and men, causing financial losses to slaughterhouses and public 
health. The use of antibiotics in veterinary medicine indiscriminately leads to the 
induction of resistant / multiresistant strains with the possibility of transmission to 
other healthy birds and men, causing financial losses to slaughterhouses and public 
health. 
 
Keywords: Broiler Chicken. Food Contamination. Salmonella enterica. Antibiogram. 
Resistant strains. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11 
1.1 Produção e consumo de carne de frango no Brasil ........................................... 11 
1.2. Características do gênero Salmonella spp. .....................................................13 
1.3 Salmonella spp. na cadeia produtiva do frango de corte. .................................. 14 
1.4 Legislação brasileira. ......................................................................................... 15 
1.5 Uso da biologia molecular na identificação de Salmonella spp. ........................ 16 
1.6 Salmonella spp. e resistência aos antimicrobianos. .......................................... 17 
2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 20 
2.1 Objetivo geral .....................................................................................................20 
2.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 20 
3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 21 
4. ARTIGO ELABORADO CONFORME AS NORMAS DE SUBMISSÃO DA 
REVISTA HIGIENE ALIMENTAR .......................................................................... ......22 
5. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 25 
5.1 Coleta, preparo das amostras e análises microbiológicas ................................. 25 
5.2 Perfil de susceptibilidade a antimicrobianos das bactérias isoladas .................. 26 
5.3 Análises moleculares ......................................................................................... 27 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 28 
7. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 33 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO ARTIGO ................................................... 34 
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA REVISÃO DE LITERATURA .................... 37 
10. ANEXOS .............................................................................................................. 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1. Sequência do primer e tamanho do produto amplificado na PCR para 
identificação do gene invA..................................................................................................... 
 
26 
Tabela 2. Prevalência de bactérias Salmonella enterica isoladas nas amostras de carne 
de frango............................................................................................................................... 
 
27 
Tabela 3. Perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos das bactérias Salmonella 
enterica isoladas das amostras de carnes de 
frango...................................................................................................................................... 
 
 
29 
Tabela 4. Número de cepas de Salmonella enterica isoladas de carne de frango com 
resistência aos antimicrobianos testados............................................................................... 
 
30 
Tabela 5. Perfis de resistência antimicrobiana das cepas de Salmonella enterica isoladas 
de carne de frango................................................................................................................. 
 
31 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
ANEXO 1. Triagem para Salmonella spp. com os meios SS e XLD...................................... 41 
ANEXO 2. Culturas puras, nos meios XLD e SS.................................................................... 41 
ANEXO 3. FA, Teste bioquímico para confirmação de Salmonella...................................... 42 
ANEXO 4. LIA, Teste bioquímico para confirmação de Salmonella...................................... 42 
ANEXO 5. Antibiograma, Técnica kirby-Bauer..................................................................... 42 
ANEXO 6. Eletroforese em gel de agarose dos produtos de PCR...................................... 43 
ANEXO 7. Genoma de Salmonella enterica subsp. enterica serovar Java strain 
NCTC5706.............................................................................................................................. 
44 
ANEXO 8. Sequência do primer para Salmonella enterica subsp. enterica........................... 45 
ANEXO 9. Região genômica correspondente ao primer deste estudo mostrando 
Salmonella enterica subsp. enterica...................................................................................... 
47 
ANEXO 10. NORMAS DE SUBMISSÃO PARA A REVISTA HIGIENE ALIMENTAR............ 54 
 
 
 
10 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
APPCC (HACCP, em inglês) – Análises de Perigo e Pontos Críticos de Controle 
ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal 
BHI – Brain Heart Infusion 
DTA – Doenças Transmitidas por Alimentos 
EFSA – Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos 
FA – Fenilalanina 
FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations 
g – gramas 
ºC- grau Celsius 
GTA – Guia de Trânsito Animal 
hs – horas 
H2S – ácido sulfídrico 
IPS-1(SPI-1, sigla em inglês) – Ilhas de patogenicidade em Salmonella spp. 
LIA – Lisina Iron Agar 
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
mL - mililitros 
OMS – Organização Mundial de Saúde 
SCV – Vacúolo que contém Salmonella spp. 
SIFs – Filamentos Induzidos por Salmonella spp. 
Subsp. – Subespécie 
SS – Salmonella Shigella 
SVE – Serviço Veterinário Estadual 
SVO – Serviço Veterinário Oficial 
SIF – Serviço de Inspeção Federal 
TSI – Três Açúcares e Ferro 
UE – União Europeia 
PCR – Reação em Cadeia de Polimerase 
XLD – ágar Xilose-Lisina-Desoxicolato 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Salmonella na cadeia produtiva do frango de corte 
 
A disseminação do patógeno Salmonella spp. em ambiente avícola possui 
diversas fontes de transmissão dentro da cadeia de produção do frango de corte, 
sendo assim, de complexa epidemiologia, o que torna difícil a identificação dos 
fatores favorecedores da contaminação. A rastreabilidade do ponto inicial da 
contaminação envolve todo o processo de produção, desde o confinamento na 
granja, transporte das aves e o ambiente industrial de abate e processamento da 
carne de frango (BRASIL, 2012; MENDONÇA, 2016; TESSARI & CARDOSO, 2015). 
A contaminação das aves por Salmonella spp. em uma granja pode ter várias 
possibilidades de origem, como exemplo se define o ciclo vertical, em que aves 
positivas transmitem o microrganismo à sua progênie, isto é, se estabelece pela 
contaminação inicial no momento da passagem do ovo pela cloaca contendo a 
presença do patógeno e se estende progressivamente ao longo de toda a cadeia 
produtiva até o produto final no frigorífico. Já o ciclo horizontal se estabelece nas 
empresas avícolas através do consumo de rações positivas pelas aves, sendo estas 
compostas de matéria-prima, geralmente de origem animal, contaminada por 
salmonela. Possíveis fontes de infecção também incluem fômites, equipamentos, 
roupas e indivíduos colaboradores, portando a bactéria Salmonella spp. (BACK, 
2010; HERMANN, 2012; TESSARI & CARDOSO, 2015). 
O ceco é o principal local de colonização da Salmonella spp. em aves, 
havendo, portanto, uma infecção oro-fecal em função da presença da bactéria no 
meio ambiente avícola. O mecanismo de invasão no animal inclui a atração de 
leucócitos a partir da infestação de células epiteliais, iniciando deste modo a fase 
sistêmica da infecção, e a consequente distribuição bacteriana aos demais órgãos 
como baço e fígado, onde geralmente há o isolamento da bactéria (MUNIZ et al., 
2012). 
O processo de abate inclui a insensibilização das aves, escaldação, 
depenação, evisceração, lavagem interna e externa, para então, a submissão ao 
pré-resfriamento, processo que se baseia no rebaixamento da temperatura das 
 
 
12 
 
carcaças por meio de imersão em água gelada ou pela passagem em túnel de 
resfriamento (chiller). O “chiller” é caracterizado por resfriadores contínuos no qual 
as carcaças são imersas em água fria e este é o método mais usado no Brasil e 
garante que o objetivo de manter a temperatura igual ou inferior à 7ºC das carcaças 
seja alcançado com êxito. As etapas de resfriamento visam garantir uma redução na 
carga bacteriana, entretanto qualquer desvio na temperatura ou na cloração de água 
pode gerar um efeito oposto ao desejado, aumentando desta forma a contaminação 
de carcaças (NICOLAU, 2016). 
Uma preocupação sanitária a respeito da Salmonella inclui a capacidade de 
formar biofilmes em frigoríficos, atribuição que se expande para diversos tipos de 
superfícies, sejam elasbióticas (células, plantas) ou abióticas (aço, plástico), isto é, 
cepas de Salmonella permanecem no ambiente a partir da promoção de biofilmes 
em superfícies inertes (STEENACKERS et al. 2012). A formação de biofilmes no 
ambiente de abate se faz um ponto alarmante na precaução da disseminação da 
Salmonella, sendo complicado remover as bactérias do ambiente quando se tem 
formação de biofilme (MENDONÇA, 2016). 
Visto a tamanha complexidade para uma cadeia de produção avícola 
saudável, se faz necessário à adoção de medidas preventivas, incluindo cuidados 
minuciosos com as aves de abatedouro. Esses cuidados englobam práticas de 
controle microbiológico das rações oferecidas aos animais e adoção de medidas 
higiênico-sanitárias durante a criação, manuseio, abate, armazenamento, 
processamento e transporte da carne. Em conjunto, é de suma importância à 
implementação de programas de boas práticas de fabricação e biosseguridade para 
devida prevenção de contaminações cruzadas, havendo consequentemente a 
redução nos níveis de contaminação das carcaças com Salmonella spp. 
(MENDONÇA, 2016; SANTOS et al., 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
1.2. Características do gênero Salmonella spp. 
 
A taxonomia do gênero Salmonella spp. engloba a família Enterobacteriaceae 
e compreende bacilos gram-negativos, anaeróbios facultativos, não produtores de 
esporos. As bactérias Salmonella spp. de forma geral, são capazes de utilizar citrato 
como única fonte única de carbono, e com exceção da S. entérica typhimurium, 
produzem gás a partir da glicose (GUIBOURDENCHE et al., 2010; FILHO, 2013; 
MARTINS, 2015). 
Salmonella spp. é definida como termossensível, à medida que pode ser 
destruída na faixa de 60ºC no período de 15 a 20 minutos (RODRIGUES, 2016). Sua 
temperatura ideal para crescimento envolve a faixa de 35 a 43°C, apresentando 
maior desenvolvimento em 37°C e extremos variando de 5 a 46°C, desta forma é 
capaz de sobreviver por períodos extensos de refrigeração e, particularmente, pode 
sobreviver ao congelamento em alimentos de origem animal. Suas concentrações 
tendem a declinar durante o armazenamento por congelamento na temperatura 
dentro de -2 a -5°C (NICOLAU, 2016; REVOLLEDO, 2008). 
Quanto ao pH ideal para crescimento de Salmonella, a faixa entre 6,6 e 8,2 é 
a de maior aceitação, sendo os valores superiores a 9,0 e abaixo de 4,0 
considerados como bactericidas. Os valores da atividade de água favoráveis ao 
crescimento da bactéria podem possuir variações entre sorovares ou de acordo com 
a inter-relação entre diferentes fatores, mas, em sua maioria englobam a faixa entre 
0,94 a 0,99 (BRASIL, 2012; NICOLAU, 2016). 
O gênero Salmonella spp. envolve duas espécies, a Salmonella bongori, a 
qual usualmente é isolada de animais de sangue frio, e a Salmonella enterica, a qual 
é comumente isolada do homem e de animais de sangue quente 
(GUIBOURDENCHE et al., 2010; FILHO, 2013; MARTINS, 2015). 
A Salmonella enterica é subdivida em seis subespécies: enterica, salamae, 
arizonae, diarizonae, houtenae e indica, sendo que diversos sorovares são 
reconhecidos em cada subespécie de acordo com a caracterização de antígenos 
somáticos (O) e flagelares (H), contabilizando no total 2.610 sorovares distribuídos 
 
 
14 
 
na seguinte proporção: Salmonella enterica subsp. enterica (1.547 sorovares); 
Salmonella enterica subsp salamae (513 sorovares); Salmonella enterica subsp 
arizonae (100 sorovares); Salmonella enterica subsp diarizonae (341 sorovares); 
Salmonella enterica subsp houtenae (73 sorovares) e Salmonella enterica subsp. 
indica (13 sorovares) (RODRIGUES, 2011; GUIBOURDENCHE et al., 2010). 
Os sorotipos podem ser diferenciados a partir de seus antígenos somáticos 
(O), capsulares (Vi) e flagelares (H). A Salmonella pode causar nas aves as 
infecções agudas e crônicas, sendo clinicamente classificadas em três principais 
enfermidades: tifo aviário (causado por Salmonella Gallinarum), pulorose (causada 
por Salmonella Pullorum) e infecções paratíficas, causando prejuízos imensos à 
avicultura. Estas cepas de Salmonella são hospedeiro-específicas, se equiparando a 
outras que afetam distintas espécies como Salmonella Paratyphi e Salmonella Typhi 
em humanos, Salmonella Dublin em bovinos e Salmonella Cholerae-suis em suínos 
(REVOLLEDO, 2008; SANTOS, et. al., 2013). 
1.3. Legislação brasileira 
 
As toxinfecções alimentares são alarmantes no ramo da indústria alimentícia, 
estando a salmonelose entre as patologias mais frequentes. Portando, toda a cadeia 
alimentar desde a criação dos animais, produção, armazenamento e distribuição do 
alimento deve possuir um controle de qualidade efetivo estabelecido a partir de um 
programa de segurança alimentar, a fim de aumentar a qualidade e a segurança dos 
alimentos produzidos. O Codex Alimentarius é um programa conjunto entre a 
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), de caráter internacional, onde constam as 
normas, diretrizes, padrões e recomendações relacionados à qualidade e inocuidade 
dos alimentos (SANTOS, 2013; TESSARI & CARDOSO, 2015). 
No âmbito nacional é estabelecida a utilização de programas, como o BPP 
(Boas Práticas de Produção) e APPCC (Análise dos Perigos e Pontos Críticos de 
Controle), ambos relatados pela portaria nº 1428/93 dos Ministérios da Saúde e da 
Agricultura, para inspeção de todo o processo de produção da indústria de alimentos 
(TESSARI & CARDOSO, 2015). 
 
 
15 
 
Visando reduzir a disseminação da salmonelose, o Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento decretou outras portarias baseadas no Codex 
Alimentarius em distintos segmentos veiculados à indústria de frangos (TESSARI & 
CARDOSO, 2015). O guia de trânsito de animais (GTA) exerce a fiscalização e 
controle de aves no momento em que exige o registro, pelo Ministério da Agricultura, 
constando o local de saída e chegada dos animais (SANTOS, 2013). 
O “Programa de redução de patógenos: Monitoramento microbiológico e 
controle de Salmonella spp. em carcaças de frangos e perus”, estabelecido através 
das Instruções Normativas nº. 70 e nº. 20 é embasado nos princípios de Boas 
Práticas de Fabricação (BPF), Procedimento Padrão de Higiene Operacional 
(PPHO) e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), a fim de 
conferir um controle minucioso sobre o processo de abate e atentar 
simultaneamente às exigências de segurança do alimento (BRASIL, 2016; BRASIL, 
2013; SANTOS, 2013). 
1.4. Biologia molecular na identificação de Salmonella spp. 
 
Na microbiologia convencional, através do isolamento da bactéria é possível a 
sua identificação. As colônias suspeitas de serem Salmonella spp. devem ser 
submetidas a testes bioquímicos capazes de indicar qual o gênero pertencente. As 
amostras identificadas bioquimicamente como Salmonella spp. são submetidas a 
testes sorológicos com antisoros polivalentes (anti “O” e “H”) para determinação do 
sorotipo (TESSARI & CARDOSO, 2015). 
Na biologia molecular, as ferramentas de diagnóstico são baseadas na 
análise de DNA e possuem relevância no estudo epidemiológico de Salmonella spp. 
Os métodos de tipagem molecular têm sido muito utilizados na caracterização 
bacteriana. A partir dessas técnicas é possível analisar diferenças e similaridades 
entre cepas bacterianas, além de verificar a origem e disseminação das cepas. Os 
dados resultantes destas análises levam ao rastreamento de determinado 
microrganismo em investigações epidemiológicas, fornecendo informações 
importantes sobre a característica do patógeno (MENDONÇA, 2016). 
 
 
16 
 
A ribotipagem é um exemplo que tem sido adotada pelos laboratórios de 
referência mundial, como um método molecular para investigação epidemiológica e 
detecção da fonte de infecção. Possui propriedade para identificar cepas envolvidas 
na infecção humana, monitorar a disseminaçãode Salmonella dentro da cadeia 
produtiva de alimentos e dar informações epidemiológicas sobre as relações 
genéticas entre sorotipos. Tem como princípio avaliar o polimorfismo do DNA 
bacteriano na região onde se localiza o operon rrn, composto pelos genes 16S e 
23S, codificadores do RNAr bacteriano. Estes genes aparecem em inúmeras cópias 
e sítios diversos no genoma, com diferentes regiões de flanqueamento, resultando 
em elevada variabilidade das regiões entre os genes 16S e 23S. A ribotipagem 
permite avaliar e comparar os perfis de bandas resultantes para, desta forma, 
determinar sua relação filogenética e evolucionária (MARTINEZ & TADDEI, 2008; 
MENDONÇA, 2016). 
 
1.5. Fatores de virulência de Salmonella spp. 
As bactérias patogênicas são diferenciadas através da expressão de genes 
que codificam os fatores de virulência, estes possibilitam que o patógeno invada e 
desabilite a imunidade e infecte o hospedeiro (MENDONÇA, 2016). As fases de 
adesão, invasão e lesão nas células intestinais invadidas do hospedeiro, são 
fundamentais nesse processo patológico e devem ocorrer a partir do momento em 
que as bactérias traspõem as barreiras imunológicas do indivíduo em questão 
(MENDONÇA, 2016; BERCHIER JÚNIOR). 
Nas chamadas Ilhas de patogenicidade em Salmonella spp. (IPS) estão 
localizados os genes de virulência, sendo cromossômicos ou plasmidiais e estas 
regiões são definidas como IPS-1, IPS-2, IPS-3, IPS-4, IPS-5 e IPS-6, sendo de 
maior prevalência os genes cromossômicos na região IPS-1 (MENDONÇA, 2016; 
FERREIRA e CAMPOS, 2008). 
Sobre as funções das IPS pode-se afirmar que o IPS-1 atua na invasão de 
células hospedeiras e indução de apoptose de macrófagos; o IPS-2 está envolvido 
na infecção sistêmica e replicação em macrófagos; o IPS-3 se relaciona em nível de 
resistência de patógenos e capacidade de multiplicação de Salmonella spp. em 
 
 
17 
 
ambientes pobres em magnésio; o IPS-4 é importante para a vida intramacrófica, 
além de abrigar genes para secreção de toxina e apoptose; o IPS-5 é encarregado 
no agrupamento de genes codificadores de múltiplas proteínas efetoras de T3SS e o 
IPS-6 está associado no transporte de proteínas ou células hospedeiras provindas 
de estímulos de respostas externas (FOLEY et al., 2013). 
O gene invA está entre os genes necessários para invasão, característica 
importante para virulência de Salmonella, sendo estes genes responsáveis pela 
síntese de proteínas que compõem a estrutura deste sistema de secreção. Este 
sistema possibilita a translocação de proteínas efetoras para o interior do citoplasma 
da célula hospedeira (SCHMIDT & HENSEL, 2004, OCHOA & RODRIGUEZ, 2005). 
Esse é um mecanismo de virulência comum a muitas bactérias Gram negativas, que 
consiste em uma estrutura molecular semelhante a uma agulha que atravessa a 
membrana da célula hospedeira, permitindo que proteínas efetoras sejam 
deslocadas do citoplasma bacteriano para o interior da célula eucariótica (TEME et 
al., 2008). 
Uma vez no interior da célula, as proteínas efetoras interagem com domínios 
de proteínas e por meio da fosforilação ou transferência de resíduos promovem uma 
série de reações, levando a modificações no citoesqueleto de actina da célula 
hospedeira, possibilitando sua entrada, escape de sistema de defesa no interior de 
fagossomos, morte e outras alterações celulares permitindo a proliferação 
intracelular de Salmonella spp. (VIEIRA, 2009). 
Os sorovares de Salmonella mais frequentemente isolados pelo envolvimento 
em casos de doenças alimentares no homem são S. Enteritidis e S. Typhimurium. 
No que diz respeito aos fatores de virulência bacteriana, estes se associam 
fortemente a genes associados à virulência, resistência a antimicrobianos e 
adaptação ao meio em que vivem, sendo fatores determinantes para o status das 
bactérias em geral, enquanto que a idade e genética influenciam diretamente na 
susceptibilidade do hospedeiro. Deste modo, em Salmonella spp., se destacam 
fatores como a presença de fímbrias, flagelos, mobilidade, habilidade de penetrar e 
replicar nas células epiteliais, resistência ou multirresistência a antimicrobianos, 
entre outros (CDC, 2014; EFSA, 2015; VIEIRA, 2009; MENDONÇA, 2016). 
 
 
18 
 
1.6 Salmonella spp. e resistência aos antimicrobianos 
 
A implantação de métodos minimizadores da incidência de patologias no 
plantel avícola se faz imprescindível devido a crescente demanda de produção. 
Acerca disto, notou-se que o uso veterinário frequente e irracional dos antibióticos 
propicia o aparecimento de populações bacterianas resistentes, provenientes do 
compartilhamento e transferência de genes de resistência entre microrganismos da 
microbiota normal, incluindo a transmissão para diferentes patógenos, inclusive os 
de natureza zoonótica (BRASIL, 2012). 
Como agravante, vários antibióticos foram introduzidos nas rações animais 
em doses sub-terapêuticas e vêm sendo utilizados continuamente na alimentação 
animal, como promotores de crescimento (BRASIL, 2012). A constante aplicação de 
antibióticos na manutenção de animais favorece a sobrevivência de cepas 
resistentes da espécie de Salmonella, podendo atingir os seres humanos através do 
consumo de alimentos infectados (MENDONÇA, 2016). 
A resistência bacteriana em plantéis avícolas vem se disseminando a partir do 
processo de criação intensiva e do uso indiscriminado de antibióticos e em especial 
destaca-se a classe das quinolonas, que vem promovendo constante manutenção 
de lotes positivos para S. Enteretidis (FERREIRA, 2013; TESSARI & CARDOSO, 
2015). A resistência bacteriana as cefalosporinas de terceira geração e as 
fluoroquinolonas vem emergindo em surtos e endemias de infecções por Salmonela 
spp. causando alarde quanto as perspectivas no tratamento de tais patologias pelo 
fato destes antibióticos já serem opções substitutas no combate a surtos de 
salmonelose, aos antimicrobianos cloranfenicol, sulfametoxazol, trimetoprim, 
ampicilina e amoxicilina (FERREIRA, 2008; BRASIL, 2012). 
A seleção de cepas resistentes se tornou uma preocupação mundial de saúde 
e organizações científicas como FAO/WHO vem discutindo o uso de antibióticos na 
saúde humana e animal. Desta forma, o Brasil vem tentando seguir recomendações 
de segurança na restrição de certas drogas como aditivos, liberando-as apenas na 
aplicação terapêutica, incluindo doses maiores por menor período almejando 
minimizar o desenvolvimento de resistência bacteriana. Em 1998 foi proibido o uso 
das tetraciclinas e penicilinas como promotores de crescimento. A lista de proibição 
 
 
19 
 
brasileira seguiu com cloranfenicol e nitrofuranos (2003), olaquindox (2004) e 
carbadox (2005). E a partir de 2016 não se pode mais usar colistina como promotor 
de crescimento no Brasil (BRASIL, 2012; MENDONÇA, 2016). 
Estudos indicam que os maiores percentuais de resistência a antimicrobianos 
para cepas de Salmonella isoladas de carcaças de frango no Brasil são: 
estreptomicina (89,3%), sulfonamidas (72,4%), ampicilina (44,8%) e ácido nalidíxico 
(44,0%) (BRASIL, 2012). O Programa Nacional de Monitoramento da Prevalência e 
da Resistência Bacteriana em Frango estudou a susceptibilidade aos 
antimicrobianos em Salmonella, identificando 98 perfis de multirresistência e 
contabilizando o total de 76,8% cepas resistentes a três ou mais classes de 
antibióticos (BRASIL, 2012). 
A determinação do perfil de resistência e a caracterização genotípica das 
cepas de Salmonella são aplicáveis não apenas na medicina humana como também 
na veterinária, sendo uma questão de suma importância no que diz respeito à 
minimização da incidência de salmonelose oriunda da cadeia produtiva de aves 
contaminadas. Esses estudos são instrumentos valiosos na epidemiologia do gênero 
Salmonella, proporcionando conhecimento acerca da fonte de disseminação em 
sorovares de importância em saúde pública (BRASIL, 2012; MENDONÇA,2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral: 
 
O objetivo deste trabalho foi realizar a pesquisa de Salmonella spp. em 
carnes de frango comercializadas em supermercados do Distrito Federal e avaliar a 
susceptibilidade a antimicrobianos das cepas isoladas. 
 
2.2 Objetivos específicos: 
 
 Realizar genotipagem através da técnica de PCR para confirmação de genes 
de virulência de Salmonella spp. 
 
 Realizar teste de susceptibilidade antimicrobiana utilizando o método de 
difusão com disco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
As salmoneloses são um dos maiores problemas de saúde pública nos casos 
de Doenças Transmitidas por Alimentos. Nas aves, o estado de portador de 
Salmonella spp. é um importante fator epidemiológico, sendo as aves de corte uma 
fonte de contaminação do meio ambiente e dos produtos de origem animal. 
Adicionalmente, as operações de transporte pré-abate e processamento da carcaça 
na indústria podem, por meio da contaminação cruzada, aumentar o percentual de 
positividade. Estes fatores têm contribuído para que a Salmonella spp. continue a 
ser um dos patógenos mais identificados em produtos avícolas expostos ao 
consumo. As carcaças de frango bem como seus cortes e outros derivados chegam 
ao momento do preparo culinário com percentuais variados de contaminação por 
Salmonella spp. (KOWALSKI et al., 2011; SANTOS et al., 2013; STERZO et al., 
2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
4. ARTIGO ELABORADO CONFORME AS NORMAS DE SUBMISSÃO DA 
REVISTA HIGIENE ALIMENTAR 
 
Susceptibilidade a antimicrobianos de bactérias Salmonella enterica isoladas de 
carnes de frango comercializadas no Distrito Federal 
 
Fábya Nepomuceno de Lima, Daniela Castilho Orsi, Izabel Cristina Rodrigues da 
Silva 
 
Universidade de Brasília (UNB/FCE), Faculdade de Farmácia, Laboratório de 
Controle de Qualidade, Ceilândia, Brasília - DF, Brasil 
 
RESUMO 
 
No Brasil, apesar do programa de controle e monitoramento de Salmonella 
spp. na produção avícola, essa bactéria continua a ser um dos patógenos mais 
identificados em produtos avícolas expostos ao consumo. O objetivo deste trabalho 
foi determinar a presença de Salmonella spp. em carnes de frango comercializadas 
em supermercados do Distrito Federal e traçar seu perfil de susceptibilidade a 
antimicrobianos. Foram coletadas 18 amostras de carne de frango resfriadas de 
diferentes cortes (peito, coxa, sobrecoxa, coxinha da asa, asa, filé e miúdos). Foram 
realizados testes bioquímicos para triagem de Salmonella spp. e os isolados 
suspeitos foram identificados através da técnica de PCR. A susceptibilidade das 
cepas aos antimicrobianos foi avaliada pela técnica de disco-difusão (método de 
Kirby-Bauer). O presente estudo mostrou alta prevalência de Salmonella enterica 
nas carnes de frango (10 amostras positivas de 18 amostras analisadas, ou seja, 
55,6% de positividade). Todos os isolados de Salmonella apresentaram o gene invA 
após análise molecular. Das 24 cepas testadas, os antibióticos aos quais as cepas 
apresentaram maior resistência foram: tetraciclina, amoxacilina com ácido 
clavulânico e sulfonamida. Nove cepas (37,5%) classificaram-se como 
multirresistentes, isto é, cepas resistentes ou com resistência intermediária a três 
antibióticos ou mais. A utilização de antibióticos na medicina veterinária de forma 
indiscriminada leva a indução de cepas resistentes/multirresistentes com a 
 
 
23 
 
possibilidade de transmissão tanto para outras aves quanto para homens saudáveis, 
gerando prejuízos financeiros aos abatedouros e à saúde pública. 
Palavras-chave: Frango de Corte. Contaminação de Alimentos. Salmonella 
enterica. Antibiograma. Cepas Resistentes. 
 
ABSTRACT 
 
In Brazil, despite the control and monitoring program of Salmonella spp. in poultry 
production, this bacterium continues to be one of the most identified pathogens in 
poultry products exposed to consumption. The objective of this work was to 
determine the presence of Salmonella spp. in chicken meat commercialized in 
supermarkets in the Federal District and to trace their antimicrobial susceptibility 
profile. Eighteen samples of chilled chicken meat were collected from different cuts 
(breast, thigh, leg quarter, wing, fillet and hearts, livers and gizzards). Biochemical 
tests were performed to isolate Salmonella spp. and the suspected isolates were 
identified using the PCR technique. The susceptibility of the strains to the 
antimicrobials was evaluated by the disc-diffusion technique (Kirby-Bauer method). 
The present study showed a high prevalence of Salmonella enterica in chicken meat 
(10 positive samples from 18 samples analyzed, ie 55.6% positive). All Salmonella 
isolates showed the invA gene after molecular analysis. Of the 24 strains tested, the 
antibiotics to which the strains showed the greatest resistance were: tetracycline, 
amoxicillin with clavulanic acid and sulfonamide. Nine strains (37.5%) were classified 
as multiresistant, ie strains resistant or with intermediate resistance to three or more 
antibiotics. The use of antibiotics in veterinary medicine indiscriminately leads to the 
induction of resistant / multiresistant strains with the possibility of transmission to 
other healthy birds and men, causing financial losses to slaughterhouses and public 
health. The use of antibiotics in veterinary medicine indiscriminately leads to the 
induction of resistant / multiresistant strains with the possibility of transmission to 
other healthy birds and men, causing financial losses to slaughterhouses and public 
health. 
Keywords: Broiler Chicken. Food Contamination. Salmonella enterica. Antibiogram. 
Resistant strains. 
 
 
 
24 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A elevada dinâmica da agroindústria avícola no Brasil vem gerando resultados 
progressivos e há 30 anos esse setor se destaca nos quesitos de produtividade, 
volume de abate e desempenho financeiro, impactando positivamente a economia 
brasileira e consolidando o Brasil, mundialmente, como o 2º país com maior 
produção de carne de frango e 1º maior exportador do produto (ABPA, 2017). Sendo 
o Brasil um influente consumidor, produtor e exportador de carne de frango, é de 
suma importância à modernização e aperfeiçoamento do setor aviário, garantindo 
desta forma a qualidade do produto final e a lucratividade da agroindústria avícola 
(MAPA, 2014). 
Entre os patógenos bacterianos veiculados na avicultura, destaca-se o gênero 
Salmonella. Dentro deste gênero, a espécie Salmonella enterica subsp. enterica 
sorovar Enteritidis é caracterizada, desde a década de 90, como a principal 
causadora de infecções alimentares em seres humanos, através do consumo, 
principalmente, de produtos de origem avícola, tais como carne, ovos e seus 
derivados (KOWALSKI et al., 2011; SANTOS et al., 2013; STERZO et al., 2008). 
A epidemiologia de Salmonella spp. na cadeia de produção de aves envolve a 
transmissão vertical, dos reprodutores para os embriões, desencadeando o 
nascimento de aves já infectadas. Envolve também a transmissão horizontal, com 
contaminação através da presença da bactéria no ambiente e na ração, além da 
existência de diferentes animais que atuam como reservatório para a bactéria, como 
roedores e aves silvestres. As aves de corte estão entre os principais carreadores de 
Salmonella spp. em abatedouros, elas constituem um importante reservatório do 
patógeno e apresentam alta correlação com a contaminação cruzada (KOWALSKI et 
al., 2011; SANTOS et al., 2013; STERZO et al., 2008). 
O “Programa de redução de patógenos: Monitoramento microbiológico e 
controle de Salmonella spp. em carcaças de frangos e perus” é uma iniciativa 
pioneira, do governo brasileiro, em prol da redução de zoonoses alimentares. Esse 
programa objetiva a implementaçãodo monitoramento constante do nível de 
contaminação por Salmonella em abatedouros e frigoríferos no Brasil. Esse projeto 
foi estabelecido através da Instrução Normativa nº. 70, atendendo os princípios de 
 
 
25 
 
Boas Práticas de Fabricação (BPF), o Procedimento Padrão de Higiene Operacional 
(PPHO) e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), a fim de 
conferir um controle minucioso sobre o processo de abate e atentar 
simultaneamente às exigências de segurança do alimento (BRASIL, 2003; BRASIL, 
2016; SANTOS et al., 2013). 
No dia 25 de outubro de 2016, o MAPA publicou a Instrução Normativa nº 20 
e revogou a Instrução Normativa nº 70. As alterações almejam melhorar o controle e 
o monitoramento de Salmonella spp. nos produtores e abatedouros avícolas 
registrados no Serviço de Inspeção Federal, a fim de minimizar a prevalência desse 
agente e estabelecer um nível adequado de proteção ao consumidor (BRASIL, 
2016). 
A resistência bacteriana a antibióticos é um problema clínico e de saúde 
pública, havendo evidências de que o tratamento de animais com antibióticos de 
forma indiscriminada torne seus produtos e derivados fonte de resistência para 
microrganismos na espécie humana. É preocupante o aumento dos isolados de 
Salmonella spp. resistentes aos principais antibióticos utilizados nos tratamentos de 
surtos causados por este microrganismo (PINHEIRO et al., 2010; SILVA et al; 2014). 
Considerando que apesar do estabelecimento do programa de controle de 
Salmonella spp. na produção avícola, essa bactéria continua a ser um dos 
patógenos mais identificados em produtos avícolas expostos ao consumo, o objetivo 
deste trabalho foi realizar a pesquisa de Salmonella enterica em carnes de frango 
comercializadas em supermercados do Distrito Federal e avaliar a resistência 
antimicrobiana das bactérias isoladas. 
 
5. MATERIAL E MÉTODOS 
 
5.1 Coleta, preparo das amostras e análises microbiológicas: 
As amostras de carne de frango foram coletadas em 10 diferentes 
supermercados do Distrito Federal, contabilizando o total de 18 amostras de 
diferentes cortes de refrigerados carne de frango (peito, coxa, sobrecoxa, coxinha da 
asa, asa, filé e miúdos). As coletas foram realizadas no período de julho a agosto de 
2018, sendo todas as amostras transportadas resfriadas dos locais de estudo para o 
laboratório no tempo de 30-50 min. e no prazo máximo de 1 hora, após a coleta, 
 
 
26 
 
foram iniciadas as análises microbiológicas no Laboratório de Controle de Qualidade 
da Faculdade De Ceilândia, UnB. Para a pesquisa de Salmonella spp., primeiro 
foram pesadas 25 gramas de cada amostra em 225 mL de água peptonada 1% (p/v) 
e após 18 horas de incubação em estufa a 36ºC (variando aproximadamente 1ºC), 
alíquotas desse caldo de enriquecimento foram transferidas para os caldos seletivos 
selenito cistina e tetrationato e encubadas a 37ºC por 24 horas. Após a incubação, 
alíquotas foram transferidas dos caldos seletivos para os meios ágar Salmonella 
Shiguella (SS) e Ágar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD). As colônias não 
fermentadoras de lactose (com ou sem pigmento preto) foram transferidas do SS e 
do XLD para o meio de cultivo Agar TSI (três açúcares e ferro). Os tubos de TSI que 
apresentaram reações típicas de Salmonella spp. foram novamente repicadas para 
os meios SS e XLD e levados para a estufa a 37ºC por 24 horas. As colônias puras 
isoladas do SS e XLD com característica típica de Salmonella spp. foram repicadas 
nos meios bioquímicos LIA (Lysina Iron Agar) e FA (Fenilalanina Agar) e incubadas 
na estufa bacteriológica entre 18 e 24 horas. Todas as análises foram realizadas em 
triplicata. 
5.2 Perfil de susceptibilidade a antimicrobianos das bactérias 
isoladas: 
 
 A susceptibilidade das cepas aos antimicrobianos foi avaliada pela técnica de 
disco-difusão (método Kirby-Bauer), utilizando protocolo recomendado pelo Clinical 
and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2013). Os antimicrobianos e as 
concentrações em microgramas testados foram: amoxacilina com ácido clavulânico 
(10 µg) (β-lactâmico/penicilina), ceftazidima (30 µg) (β-lactâmico/cefalosporina), 
cefotaxima (30 µg) (β-lactâmico/cefalosporina), gentamicina (10 µg) 
(aminoglicosídeo), cloranfenicol (30 µg) (fenicol), imipenem (10 µg) (β-
lactâmico/carbapenem), tetraciclina (30 µg) (tetraciclina), ciprofloxacina (5 µg) 
(quinolona) e sulfonamida (300 µg) (sulfonamida) (NEWPROV®). Os critérios de 
escolha para as drogas testadas incluíram pontos como utilização de 
antimicrobianos e ocorrência de resistência no meio avícola/humana. Quanto às 
zonas de inibição, estas foram determinadas pelas medidas dos halos formados, em 
milímetros, e classificadas como sensível, intermediário e resistente de acordo com 
as recomendações do CLSI (2013). 
 
 
27 
 
5.3 Identificação molecular de bactérias suspeitas de serem 
patogênicas: 
 
Os isolados suspeitos de serem Salmonella spp. foram identificados através 
da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), partindo-se de culturas puras 
ressuspendidas em caldo Luria Bertani. As colônias isoladas foram inoculadas, 
individualmente, e incubadas a 37ºC por 18 horas. A extração do DNA foi realizada 
de acordo com o protocolo proposto no kit comercial 
NucleoSpin Food Kit (Macherey-Nagel, Düren, Alemanha). A qualidade e a 
quantidade de DNA extraído foram determinadas por eletroforese em gel de 
agarose, em comparação com o padrão de massa molecular DNAl/HindIII marcador 
de 100 pb (JENA®). Após a extração do DNA, a amplificação de fragmentos de 
genes foi realizada utilizando o termociclador Techne® modelo TC-512. As condições 
de termociclagem foram 95˚C por 2 minutos e 35 ciclos de desnaturação a 95˚C por 
1 minuto, seguida de 60˚C por 1 minuto, para o anelamento dos oligonucleotídeos e 
72˚C por 1 minuto para a extensão dos fragmentos. Os produtos de PCR 
submetidos à eletroforese em gel de agarose, contendo brometo de etídeo foram 
visualizados sob iluminação ultra-violeta. O marcador de massa molecular utilizado 
foi o 100 pb DNAl/HindIII (JENA®). Para a identificação de Salmonella enterica foi 
utilizado o fragmento de 103 pares de base referente ao gene invA. 
A Tabela 1 apresenta a sequência do primer para identificação do gene invA 
(anotação descrita para o gene que codifica as proteínas de invasão celular de 
Salmonella enterica). 
 
Tabela 1. Sequência do primer e tamanho do produto amplificado na PCR para 
identificação do gene invA 
 
 
 
Primer Sequência 5´- 3´ Produto 
amplificado 
Espécie 
invA foward GCTGATGCCGGTGAAATTAT 103 pb Salmonella 
enterica invA reverse TGTCACCGTGGTCCAGTTTA 
 
 
28 
 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
No presente estudo, do total de 18 amostras de diferentes cortes de carne de 
frango resfriadas, 10 amostras (55,6%) apresentaram o gene invA após análise 
molecular (Tabela 2). 
Tabela 2. Prevalência de bactérias Salmonella enterica isoladas das amostras de 
carne de frango 
Cortes de carne 
de frango 
Número de 
amostras 
analisadas 
Número de amostras positivas 
no teste molecular 
(gene invA) 
Asa 2 1 
Coxa e sobrecoxa 6 2 
Coxinha da asa 4 3 
Coxa 3 2 
Peito (inteiro com pele e osso) 1 1 
Miúdos 2 1 
Total 18 (100%) 10 (55,6%) 
 
A escolha da detecção do gene invA para confirmação molecular de 
Salmonella, se deu a partir do fato deste estar entre os genes necessários para 
invasão, característica importante para virulência de Salmonella (GALDINO, et. al., 
2013). O operon inv (invasibility) é composto de sete genes invA-B-C-D-E-F-G, 
sendo o gene invA o primeiro no operon, com função evidente na invasão de células 
epiteliais, desta forma, sorotipos de Salmonella que não o possuem são incapazes 
de expressar os genes invA-B-C, excluindo o papel de invasor e agente infeccioso 
celular (DE OLIVEIRA et al., 2013). 
Outros estudos na literatura também fizeram a confirmação molecularde 
Salmonella através da detecção do gene invA. No estudo de ROWLANDS et al. 
(2014), o gene invA esteve presente nas 237 cepas de Salmonella Enteriditis, ou 
seja, encontrou-se o gene em 100% das cepas testadas. No estudo de GALDINO, 
et. al (2013), foram analisadas 18 amostras de Salmonella spp. isoladas a partir de 
swabes de arrasto provenientes de aviários de frango de corte do estado de São 
 
 
29 
 
Paulo. Verificou-se que 17 amostras (94,4%) apresentaram o gene invA. Desta 
forma, o gene invA foi qualificado como um marcador confiável, específico e gene 
alvo para identificação deste gênero. 
Apesar da variabilidade de microrganismos relacionados às doenças 
transmitidas por alimentos, no Brasil, a salmonelose vem liderando os rankings 
epidemiológicos desta categoria (BRASIL, 2012). Entretanto, os dados da 
prevalência e da ecologia microbiana de Salmonella spp. na produção de frangos de 
corte se mantém dispersos e pouco conclusivos, sobretudo quanto à sua 
participação nas diferentes fases da cadeia produtiva (GALDINO, et. al., 2013). 
Estudos em países como Estados Unidos, Canadá e Japão indicaram que os relatos 
de ocorrência de salmonelose de origem alimentar vêm aumentando a cada ano, 
enquanto na Inglaterra e países circunvizinhos 90% dos casos são causados pela 
referida bactéria (PACHECO, 2013). 
O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos das 24 cepas de Salmonella 
enterica isoladas das amostras de carnes de frango, determinado através do teste 
de difusão em discos, está apresentado na Tabela 3. É de suma importância a 
determinação da resistência destas cepas dentro da cadeia produtiva do frango, 
visto que os antibióticos são fortemente empregados durante o processo da etapa 
de criação das aves. 
Os antibióticos aos quais as cepas apresentaram maior resistência, 
considerando também isolados com resistência intermediária, foram: tetraciclina 
(45,83% cepas resistentes), amoxacilina com ácido clavulânico (45,83% cepas 
resistentes) e sulfonamida (25,00% cepas resistentes). Todos estes antimicrobianos 
são pertencentes às classes de uso veterinário exclusivo em terapêutica, sendo 
vedada a sua utilização como melhoradores de desempenho ou como conservantes 
de alimentos para animais (BRASIL, 2017). 
Notou-se ainda que para os antibióticos cefotaxima (95,83 % de cepas 
sensíveis e 4,16 % de cepas resistentes), gentamicina (83,33 % de cepas sensíveis 
e 16,66% cepas de resistentes) e ciprofloxacina (83,33 % de cepas sensíveis e 
16,66% cepas resistentes) as cepas apresentaram maior sensibilidade, ainda assim, 
ocorreu a presença de algumas cepas resistentes. 
 
 
 
30 
 
Tabela 3. Perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos das bactérias Salmonella 
enterica isoladas das amostras de carnes de frango 
Antibióticos S 
n (%) 
I 
n (%) 
R 
n (%) 
HALO S 
(mm) 
HALO I 
(mm) 
HALO R 
(mm) 
Amoxacilina 13 (54,16) 0 11 (45,83) >18 - < 18 
Sulfonamida 16 (66,66) 2 (8,33) 6 (25) >17 12-17 < 12 
Gentamicina 20 (83,33) 1 (4,16) 3 (12,5) >15 12-15 < 12 
Tetraciclina 12 (50) 1 (4,16) 11 (45,83) >21 17-21 < 17 
Cloranfenicol 17 (70,83) 3 (12,5) 4 (16,66) >18 12-18 < 12 
Ciprofloxacina 20 (83,33) 3 (12,5) 1 (4,16) >21 15-21 < 15 
Imipenem 19 (79,16) 5 (20,83) 0 >23 19-23 < 19 
Ceftazidima 17 (70,83) 2 (8,33) 5 (20,83) >26 22-26 < 22 
Cefotaxima 23 (95,83) 0 1 (4,16) >21 17-21 < 17 
S = sensível; I = intermediário; R = resistente; n = número de cepas; % = 
porcentagem em relação ao total de 24 cepas. 
 
Estudos anteriores realizados no Brasil como os de BESSA et al. (2007), 
GHILARDI et al. (2006) e MEDEIROS et al. (2011) também relataram elevados 
níveis de resistência às penicilinas em isolados de Salmonella provenientes de 
carcaças de frangos resfriadas. O emprego das tetraciclinas como aditivos na 
alimentação animal é proibido no Brasil desde 1998, entretanto, ainda são utilizadas 
terapeuticamente no meio avícola, explicando assim sua inclusão no ranking de 
cepas resistentes à antimicrobianos (BRASIL 2017, VOSS-RECH et al. 2015). Por 
outro lado, de acordo com LAI et. al. (2014), na China, a tetraciclinas, bem como a 
sulfonamidas, são drogas utilizadas com fins de promoção do crescimento, 
impulsionando, desta maneira, o aumento da resistência às mesmas. 
É notável o elevado número de cepas resistentes às penicilinas, amoxacilina 
e ampicilina, desta forma, a adoção de medidas preventivas na saúde pública se 
torna imprescindível, de maneira a evitar a transferência destas cepas resistentes 
aos humanos, via alimentos contaminados, uma vez que estes antimicrobianos são 
adotados como primeira escolha no tratamento de diversas patologias na medicina 
humana, o que precederia a uma possível ineficácia terapêutica pelo uso 
indiscriminado destas drogas (WHO, 2011). 
 
 
31 
 
A Tabela 4 mostra as cepas de Salmonella isoladas de carne de frango com 
resistência aos antimicrobianos testados. 
 
Tabela 4. Número de cepas de Salmonella enterica isoladas das amostras de carnes 
de frango com resistência aos antimicrobianos testados 
Número de 
cepas 
Cepas 
(%)* 
Números de antimicrobianos aos quais 
as cepas apresentaram resistência 
2 
3 
8,33 
12,50 
6 
5 
3 12,50 4 
1 4,16 3 
5 20,83 2 
7 
3 
29,16 
12,50 
1 
0 
24 100 Total 
* % = porcentagem em relação ao total de 24 cepas. 
Das 24 cepas de Salmonella testadas, três (12,50%) mostraram-se sensíveis 
a todos os nove antimicrobianos testados. Sete cepas (29,16%) apresentaram-se 
resistentes a um tipo de antimicrobiano, enquanto que cinco isolados apresentaram 
resistência a dois antibióticos (20,83%). Nove cepas (37,5%) classificaram-se como 
multirresistentes, isto é, cepas resistentes ou com resistência intermediária a três 
antibióticos ou mais. As cepas de Salmonella com perfil de multirresistência foram 
isoladas dos cortes de coxa-sobrecoxa, coxa, coxinha da asa e asa dos frangos. 
A literatura aponta uma crescente presença de bactérias com múltipla 
resistência a agentes antimicrobianos. No estudo de DUARTE et al. (2009) 6 cepas 
de Salmonella testadas (31,5%) foram multirresistentes. No estudo ZIECH et. al. 
(2016), foi descrito um total de 86% dos isolados de Salmonella spp. de ambientes 
de abates de frango no Paraná apresentando padrão de multirresistência. Por fim, 
PERIN (2017) relatou um quantitativo de 86,7% de cepas resistentes a antibióticos. 
Desta forma, implica-se a necessidade de um monitoramento contínuo a fim de 
conter a antibioticoterapia indiscriminada, precursora de linhagens bacterianas 
 
 
32 
 
resistentes, seja ela visando propósitos terapêuticos e/ou na promoção de 
crescimento em rações de consumo para animais de produção (BEZERRA, 2017). 
A Tabela 5 apresenta os perfis de resistência antimicrobiana das cepas de 
Salmonella isoladas de carne de frango e dezoito perfis de resistência foram 
identificados. 
 
Tabela 5. Perfis de resistência antimicrobiana das cepas de Salmonella enterica 
isoladas de carne de frango 
* Número de antimicrobianos aos quais as cepas apresentaram resistência; Número 
de cepas (%)** = número de cepas com perfil de resistência e porcentagem em 
relação ao total de 24 cepas; AMC = amoxacilina, SUL = sulfonamida, TET = 
tetraciclina, CLO = cloranfenicol, CAZ = ceftazidima, CTX = cefotaxima, GEN = 
gentamicina, IMP = imipenem. 
Perfis Resistência antimicrobiana Número de 
antimicrobianos* 
Número de cepas 
 (%)** 
1 AMC, TET, CTX, IMP, CLO, CIP 6 1 (5,26%) 
2 AMC, SUL, CAZ, IMP, CIP, GEN 6 1 (5,26%) 
3 AMC, SUL, TET, CLO,GEN 5 1 (5,26%) 
4 SUL, TET, CAZ, CLO, CIP 5 1 (5,26%) 
5 SUL, TET, CLO, CIP, GEN 5 1 (5,26%) 
6 AMC, TET, CAZ, IMP 4 1 (5,26%) 
7 AMC, TET, IMP, CLO 4 1 (5,26%) 
8 AMC, SUL,TET, CLO 4 1 (5,26%) 
9 SUL, TET, IMP 3 1 (5,26%) 
10 SUL, TET 2 1 (5,26%) 
11 AMC, SUL 2 1 (5,26%) 
12 AMC, CLO 2 1 (5,26%) 
13 TET, CAZ 2 1 (5,26%) 
14 AMC, CAZ 2 1 (5,26%) 
15 TET 1 2 (10,52%)16 CAZ 1 2 (10,52%) 
17 AMC 1 2 (10,52%) 
18 GEN 1 1 (5,26%) 
 
 
33 
 
A existência de amostras de Salmonella spp. resistentes, com resistência 
intermediária ou multirresistência indica que a necessidade de maior controle no uso 
de antimicrobianos, minimizando a contaminação e disseminação dessas cepas em 
aves e consequentemente no consumidor (GALDINO et. al., 2013). 
 
7. CONCLUSÃO 
 
Nesse estudo verificou-se uma alta prevalência de Salmonella enterica em 
carnes de frango comercializadas em supermercados do Distrito Federal (10 
amostras positivas de 18 amostras analisadas, 55,6%). Das 24 cepas de Salmonella 
testadas, os antibióticos aos quais as cepas apresentaram maior resistência, 
considerando também isolados com resistência intermediária, foram: tetraciclina 
(45,83% cepas resistentes), amoxacilina com ácido clavulânico (45,83% cepas 
resistentes) e sulfonamida (25,00% cepas resistentes). Nove cepas (37,5%) 
classificaram-se como multirresistentes, isto é, cepas resistentes ou com resistência 
intermediária a três antibióticos ou mais. Fica evidente que as medidas adotadas 
visando minimizar a prevalência de zoonoses alimentares são de suma relevância 
para a segurança alimentar e o estabelecimento de um nível adequado de proteção 
ao consumidor. A utilização de antibióticos na medicina veterinária de forma 
indiscriminada leva a indução de cepas resistentes/multirresistentes com a 
possibilidade de transmissão tanto para outras aves quanto para homens saudáveis, 
gerando prejuízos financeiros aos abatedouros e à saúde pública. 
Os resultados deste estudo colocam em questionamento pontos importantes 
como a distribuição de carne de frango com segurança alimentar para o consumidor, 
a presença de cepas resistentes e multirresistentes nos alimentos e seus impactos 
diretos e indiretos ao ser humano através do consumo desses alimentos 
contaminados, e por fim, os desafios futuros na terapêutica de microrganismos com 
multirresistência. 
 
 
 
34 
 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO ARTIGO 
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BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 
Nº 20, 21 outubro de 2016. Estabelece o controle e o monitoramento de 
Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus 
de corte e nos estabelecimentos de abate de frangos, galinhas, perus de corte 
e reprodução, registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), com objetivo 
de reduzir a prevalência desse agente e estabelecer um nível adequado de 
proteção ao consumidor. 2016. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Relatório do 
monitoramento da prevalência e do perfil de suscetibilidade aos 
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Prevalência e da Resistência Bacteriana em Frango. Brasília, 2012.171 p. 
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de Ciência e Tecnologia Avícolas, 2009. p. 435-454. 
 
BRASIL. 2016. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução 
Normativa Nº 20, 21 outubro de 2016. Estabelece o controle e o monitoramento 
de Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e 
perus de corte e nos estabelecimentos de abate de frangos, galinhas, perus 
de corte e reprodução, registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), com 
objetivo de reduzir a prevalência desse agente e estabelecer um nível 
adequado de proteção ao consumidor. Diário Oficial da União, Brasília. 
Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-
animal/controle-de-patogenos/salmonella> 
 
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carcaças de frangos e perus. Diário Oficial da União, Brasília. 
 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Relatório do monitoramento 
da prevalência e do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos em 
enterococos e salmonelas isolados de carcaças de frango congeladas 
comercializadas no Brasil. Programa Nacional de Monitoramento da Prevalência 
e da Resistência Bacteriana em Frango. Brasília, 2012.171 p. 
 
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42 
 
10. ANEXOS 
ANEXO 1 Triagem para Salmonella spp. com os meios SS e XLD 
 
 
ANEXO 2. Culturas puras, nos meios XLD e SS 
 
 
 
 
 
43 
 
ANEXO 3 FA, Teste bioquímico para confirmação de Salmonella 
 
 
ANEXO 4 LIA, Teste bioquímico para confirmação de Salmonella 
 
 
ANEXO 5 Antibiograma, Técnica Kirby-Bauer 
 
 
 
44 
 
ANEXO 6. Eletroforese em gel de agarose dos produtos de PCR 
 
 
Figura 7. Eletroforese em gelde agarose dos produtos de PCR qualitativo para 
a presença do invA de Salmonella enterica. M = marcador de 100 pb; 7.1 a 54 = 
amostras deste estudo com amplicons de invA (103 pb); CP1= controle 
positivo Salmonella enterica ATCC 14028; CP2 = controle interno do 
laboratório (PA37); CN = Controle Negativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
ANEXO 7. Genoma de Salmonella enterica subsp. enterica serovar Java strain 
NCTC5706 
 
 
 
46 
 
ANEXO 8. Sequência do primer para Salmonella enterica subsp. enterica 
desenho dos oligonucleotídeos usando o programa Primer 3 Plus 
(http://www.bioinformatics.nl/cgi-bin/primer3plus/primer3plus.cgi) 
 
 
 
http://www.bioinformatics.nl/cgi-bin/primer3plus/primer3plus.cgi
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
48 
 
ANEXO 9. Região genômica correspondente ao primer deste estudo mostrando 
Salmonella enterica subsp. enterica 
Recuperada no programa BLAST (http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.cgi) 
 
 
http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.cgi
 
 
49 
 
 
 
50 
 
 
 
51 
 
 
 
52 
 
 
 
53 
 
 
 
54 
 
 
 
55 
 
ANEXO 10. NORMAS DE SUBMISSÃO PARA A REVISTA HIGIENE ALIMENTAR 
 
01. As colaborações enviadas à Revista Higiene Alimentar na forma de artigos, 
pesquisas, comentários, revisões bibliográficas, notícias e informações de interesse 
para toda a área de alimentos, devem ser elaboradas utilizando softwares padrão 
IBM/PC (textos em Word nas mais variadas versões do programa; gráficos 
em Winword, Power Point ou Excel) ou Page Maker 7, ilustrações em Corel 
Draw nas mais variadas versões do programa (verificando para que todas as letras 
sejam convertidas para curvas) ou Photo Shop. 
 
02. Os trabalhos devem ser digitados em caixa alta e baixa (letras maiúsculas e 
minúsculas), evitando títulos e/ou intertítulos totalmente em letras maiúsculas e em 
negrito. Tipo da fonte Times New Roman, ou similar, no tamanho 12. 
 
03. Do trabalho deverão constar as seguintes partes: Título, Resumo, Palavras-
chave, Abstract, keywords, Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão, 
Conclusão e Referências Bibliográficas. Os gráficos, tabelas e figuras devem fazer 
parte do corpo do texto e o tamanho total do trabalho deve ficar entre 6 e 9 laudas 
(aproximadamente 9 páginas em fonte TNR 12, com espaçamento entre linhas 1,5 e 
margens superior e esquerda 3 cm, inferior e direita 2 cm). 
 
04. Resultados de pesquisas relacionados a seres humanos deverão ser 
apresentados acompanhados do número do parecer junto ao Comitê de Ética da 
instituição de origem ou outro relacionado ao Conselho Nacional de Saúde. 
 
05. Do trabalho devem constar: o nome completo do autor e co-autores 
(respeitando o máximo de quatro), e-mail de todos (será publicado apenas o e-mail 
do primeiro autor, o qual responde pelo trabalho) e nome completo das instituições 
às quais pertencem, com três níveis hierárquicos (Universidade, Faculdade, 
Departamento), também a cidade, estado e país. 
 
06. As referências bibliográficas devem obedecer às normas técnicas da ABNT-
NBR-6023 e as citações conforme NBR 10520 sistema autor-data. 
 
 
56 
 
 07. Para a garantia da qualidade da impressão, são indispensáveis as fotografias e 
originais das ilustrações a traço. Imagens digitalizadas deverão ser enviadas 
mantendo a resolução dos arquivos em, no mínimo, 300 pontos por polegada (300 
dpi). 
 
08. Será necessário que os colaboradores mantenham seus programas anti-vírus 
atualizados 
 
09. Todas as informações são de responsabilidade do primeiro autor com o qual 
faremos os contatos, através de seu e-mail que será também o canal oficial para 
correspondência entre autores e leitores. 
 
10. Juntamente com o envio do trabalho deverá ser encaminhada declaração 
garantindo que o trabalho é inédito e não foi apresentado em outro veículo de 
comunicação. Na mesma deverá constar que todos os autores estão de acordo com 
a publicação na Revista. 
 
11. Não será permitida a inclusão ou exclusão de autores e co-autores após o envio 
do trabalho. Após o envio do trabalho, só será permitido realizar mudanças 
sugeridas pelo Conselho Editorial. 
 
12. Os trabalhos deverão ser encaminhados exclusivamente on-line, ao e-
mail autores@higienealimentar.com.br . 
 
13. Recebido o trabalho pela Redação, será enviada declaração de 
recebimento ao primeiro autor, no prazo de dez dias úteis; caso isto não ocorra, 
comunicar-se com a redação através do e-mail autores@higienealimentar.com.br 
 
14. As colaborações técnicas serão devidamente analisadas pelo Corpo Editorial da 
revista e, se aprovadas, será enviada ao primeiro autor declaração de aceite, via e-
mail. 
15. As matérias serão publicadas conforme ordem cronológica de chegada à 
Redação. Os autores serão comunicados sobre eventuais sugestões e 
mailto:autores@higienealimentar.com.br
mailto:autores@higienealimentar.com.br
 
 
57 
 
recomendações oferecidas pelos consultores. 
 
16. Para a Redação viabilizar o processo de edição dos trabalhos, o Conselho 
Editorial solicita, a título de colaboração e como condição vital para manutenção 
econômica da publicação, que pelo menos um dos autores dos trabalhos enviados 
seja assinante da Revista. Neste caso, por ocasião da publicação, será cobrada uma 
taxa de R$ 50,00 por página diagramada. Não havendo autor assinante, a taxa de 
publicação será de R$ 70,00 por página diagramada. 
 
17. Quaisquer dúvidas deverão ser imediatamente comunicadas à Redação através 
do e-mail 
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