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JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO, CONCEITO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA (REGIME INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS). ........................................................................... 3 2. DIREITOS FUNDAMENTAIS E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ....................... 17 3.CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS 25 4. POSIÇÃO HIERÁRQUICA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS E O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. .............................................. 32 5. NACIONALIDADE E AS REGRAS DO DIREITO BRASILEIRO .................................... 37 6. SISTEMA DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL .......................... 43 7. POLÍTICA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS ..................................................... 46 8. SISTEMA DE MONITORAMENTO MULTILATERAL DE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS .......................................................................................................................... 49 9. DOCUMENTOS DO SISTEMA DE PROMOÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS .......................................................................................................................... 50 Professor: Edmundo Garcia JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 3 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Caros colegas, o presente material é uma abordagem objetiva e dirigida para seus estudos em concursos públicos relacionado à disciplina dos Direitos Humanos. Sinto-me honrado e grato ao convite para juntos construirmos conhecimento que permitirá a resolução de diversas questões em futuras provas da matéria. Estudar Direitos Humanos é aprofundar-se em uma temática inerente a todos nós. E acima de tudo conhecermos todo conteúdo histórico desse direito tão antigo e contemporâneo ao mesmo tempo. A proposta é estabelecer um viés do conhecimento doutrinário aliado com normas que positivam o conteúdo posto e as decisões jurisprudências sobre os temas. As resoluções de questões também fará parte do nosso material como forma de abordagem empírica do conteúdo visto. Gratidão, pela troca! Bons estudos! 1. INTRODUÇÃO, CONCEITO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA (REGIME INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS). 1.1 Introdução Direito Internacional Público (DIP) dentre os ramos do Direito é aquele cuja destinação é construir um arcabouço jurídico com a finalidade de orientar as nações e organizações em âmbito internacional. Estabelecendo uma ordem (normas) comuns que regulem comportamentos que, por vezes, extrapolem esfera da soberania estatal. São sujeitos com os quais o Direito Internacional Público deve lidar: os Estados Nacionais juntamente com as Organizações Internacionais, como participantes efetivos das relações jurídicas externas. Conforme o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), de 1920, são fontes do Direito Internacional: as convenções internacionais, os costumes internacionais, decisões judiciárias e doutrinas dos publicitas, jurisprudência e os princípios gerais do Direito. A doutrina e a jurisprudência são meios auxiliares, não constituindo fontes em sentido técnico. Estas fontes funcionam como canais de elaboração de leis de âmbito internacional, sendo que uns são mais utilizados, outros mais antigos. A saber, como exemplo, a matéria internacional utilizava, principalmente antes da Segunda Guerra Mundial, dos costumes internacionais, da JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 https://www.infoescola.com/historia/estados-nacionais/ 4 prática não escrita, mas seguida por tradições e gestos aceitos aquela época. Na contemporaneidade, predominam os tratados, acordos internacionais que criam obrigações entre os Estados Partes. 1.2 Conceito dos Direitos Humanos A priori é necessário conceituar expressões distintas que estão conexas ao mesmo direito. São elas: Direitos do homem, direitos humanos (em sentido estrito – stricto sensu) e os direitos fundamentais. a) Direitos do Homem: aqueles direitos em que há uma conexão direta natural, aqui podendo citar direito à vida e o da liberdade. b) Direitos Humanos: a expressão representa que direitos naturais foram positivados em tratados, acordos e convenções internacionais. c) Direitos Fundamentais: expressão de ordem interna, uma vez que significa que tratados internacionais de direitos humanos foram devidamente incorporados ao ordenamento jurídico de um determinado Estado. Para Alexandre de Moraes (2011), os direitos humanos fundamentais constituem "o conjunto institucionalizado de direitos e de garantias do ser humano, que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal, e o estabelecimento de condições mínimas de vida e de desenvolvimento da personalidade humana". Neste mesmosentido, SILVA (2003) afirma em sua obra “estudos em homenagem ao Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello” que: "A previsão dos direitos humanos fundamentais direciona-se basicamente para a proteção à dignidade humana em seu sentido mais amplo, de valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão • PLANO INTERNACIONAL DIREITOS HUMANOS • PLANO INTERNO DIREITOS FUNDAMENTAIS JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 5 ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos." 1.2.1 Terminologia e Teoria Geral Teoria geral dos Direitos Humanos: compreende os elementos fundamentais para o estudo desse direito. Considerando que toda pessoa, sem qualquer discriminação, deve ter a sua dignidade respeitada e a sua integridade protegida. Toda pessoa, sem exceção, deve ter garantidos seus direitos individuais ou civis (como o direito à vida, segurança, justiça, liberdade, igualdade e propriedade), políticos (como o direito de votar e ser votado), sociais (como o direito à educação, trabalho, saúde e bem-estar), culturais (como o direito à cultural e ao lazer) e ambientais (como o direito a um meio ambiente equilibrado). Terminologia: A nomenclatura DIREITOS HUMANOS é costumeiramente utilizada no campo internacional, enquanto DIREITOS FUNDAMENTAIS refere-se expressão utilizada no texto da Constituição Federal. Ambas as terminologias, em regra, pronunciam algo em comum: um conjunto de direitos políticos, civis, sociais, econômicos e culturais garantidos pelo Estado a todos os seres humanos. A fundamentação dos Direitos Humanos teve como marco histórico a aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada em 10 de dezembro de 1848 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. Construção jusnaturalista, tem-se que os direitos humanos, antes de serem positivados nas Declarações de Direitos e nas Constituições, constituíam verdadeiros direitos morais, intrinsecamente relacionados com a própria existência humana. Os direitos assegurados e positivados são consequência das reivindicações e das lutas pela afirmação dos mesmos. A fundamentação ética dos direitos humanos fundamentais consiste na consideração destes direitos como direitos morais, resultado de uma dupla vertente: ética e jurídica. Tem-se como ponto de partida que a fundamentação dos mesmos não pode ser apenas jurídica, mas baseada em valores, em uma fundamentação ética ou axiológica. Nesta fundamentação, os direitos humanos aparecem como direitos morais como exigências éticas e direitos que os JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 6 homens tem pelo fato de serem homens, e, portanto, com um direito igual a seu reconhecimento, proteção e garantia por parte do poder político e jurídico. TEORIA JUSNATURALISTA DOS DIREITOS HUMANOS Aponta os direitos humanos em uma ordem suprema, universal, divina e inderrogável. Para essa corrente os direitos humanos não são uma obra humana e sim, natural. TEORIA POSITIVISTA OU HISTORICISTA DOS DIREITOS HUMANOS Aponta os direitos humanos como uma criação normativa, positivados, uma vez que são construídos pela manifestação legítima da soberania do povo. TEORIA MORALISTA OU DE PERELMAN Aponta os direitos humanos na própria experiência e consciência moral de um determinado povo, que acaba por configurar o denominado espiritus razonables (razão). Para SILVA (2014) “ A incomparável importância dos direitos humanos fundamentais não consegue ser explicada por qualquer das teorias existentes, que se mostram insuficientes. Na realidade, as teorias se completam, devendo coexistirem, pois somente a partir da formação de uma consciência social (teoria de Perelman), baseada principalmente em valores fixados na crença de uma ordem superior, universal e imutável (teoria jusnaturalista) é que o legislador ou os tribunais (esses principalmente nos países anglo-saxões) encontram substrato político e social para reconhecerem a existência de determinados direitos humanos fundamentais como integrantes do ordenamento jurídico (teoria positivista). O caminho inverso também é verdadeiro, pois o legislador ou os tribunais necessitam fundamentar o reconhecimento ou a própria criação de novos direitos humanos a partir de uma evolução de consciência social, baseada em fatores sociais, econômicos, políticos e religiosos”. RESUMO DAS TEORIAS JUSNATURALISTA:anteriores à Constituição e inerentes à natureza humana. POSITIVISTA: direitos presentes na Constituição (norma posta) MORALISTA: decorrem da consciência moral. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 7 QUESTÃOSOBRE O TEMA 01. (CESPE/CEBRASPE PRF 2013) Conforme a teoria positivista, os direitos humanos fundamentam-se em uma ordem superior, universal, imutável e inderrogável. Errado. A fundamentação dos direitos humanos em uma ordem superior, universal, imutável e inderrogável são inerentes a teoria jusnaturalista. O Direito Natural é aquele que parte de leis não escritas, imutáveis e até mesmo eternas, como a própria natureza. 02. (FCC - 2019 - DPE-SP - Defensor Público) Sobre a Teoria Geral dos Direitos Humanos aplicada à sua previsão no plano internacional, considere as assertivas abaixo. I. O movimento de proteção a grupos vulneráveis no campo do direito internacional dos direitos humanos justificou a opção pelo princípio da especialidade para solucionar conflitos entre normas de diferentes tratados de direitos humanos, ficando o princípio da primazia da norma mais favorável como regente dos conflitos com normas nacionais. II. O princípio da interpretação pro homine pode ser exemplificado a partir da jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos no sentido da impossibilidade de denúncia do reconhecimento de sua jurisdição pelos Estados, diante da ausência de dispositivo expresso que permita tal retirada. III. O princípio da primazia da norma mais favorável ao indivíduo se revela insuficiente para solucionar conflitos entre direitos humanos de indivíduos distintos, que devem coexistir, abrindo espaço para a incidência da análise de proporcionalidade. IV. O princípio da proibição do retrocesso tem aplicação vinculada ao campo dos direitos econômicos, sociais e culturais, diante das peculiaridades de sua forma de cumprimento, não se relacionando aos direitos civis e políticos, os quais se realizam de maneira imediata. Está correto o que se afirma APENAS em: A) I, II e IV. B) I e II. C) II, III e IV. D) II e III. E) III e IV. ALTERNATIVA D. O princípio “pro homine” impõe, tanto no confronto entre normas, quanto na fixação da extensão interpretativa da norma, a observância da norma mais favorável à dignidade da pessoa, objeto dos direitos humanos. Impõe a aplicação da norma que amplie o exercício do direito ou que produza maiores garantias ao direito humano que tutela. Os tratados de direitos humanos devem ser interpretados tendo sempre como paradigma o princípio pro homine, por meio do qual deve o intérprete (e o aplicador do direito) optar pela norma que, no caso concreto, mais proteja o ser JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 8 humano sujeito de direitos. Não pare até que tenha terminado aquilo que começou. - Baltasar Gracián.-Tu não pode desistir. 1.2.2 Evolução histórica e o regime internacional de proteção dos Direitos Humanos Antiguidade Uma das características dos direitos humanos é a historicidade. Os valores das sociedades mais antigas (4000 a.C. a 476 d.C.), em que pese sejam antagônicos com os hodiernos, já expressavam uma ideia de proteção desses direitos. Podemos citar dentre documentos do lapso temporal referido traços protetivos dos direitos humanos no Código de Hamurabi, ligado ao povo babilônico e a Lei das Doze Tábuas, dos romanos. a) Código de Hamurabi – origem na Babilônia em 1694 a.C. (século XVII a.C.) constituiu- se como um conjunto de normas da antiga Mesopotâmia e recebe este nome por que foi elaborado pelo Rei Hamurabi (sexto na dinastia babilônica). Refere-se a um monumento de estrutura geológica formado por uma única e maciça rocha magmática de diorito com escrita cuneiforme. Composto por 282 dispositivos em 3600 linhas, com matérias de cunhos processual, penal, contratual, obrigacional e patrimonial, família e sucessão. Perdurou por mais de quinze anos e regulavam a vida em sociedade. As penas adotadas por este código eram severas para os crimes de lesão corporal e homicídios, adotando a lei de talião. Por esta lei a reparação do dano ao individuo seria com a provocação de outro dano na pessoa do causador. Aplicavam-se penas de morte por meio da forca e até de afogamento. Seus dispositivos não estabeleciam distinções entre prescrições civis, religiosas e morais. Era o “Olho por olho, dente por dente”. b) Lei das Doze Tábuas: A Lei das Doze Tábuas também denominada de Lex Duodecim Tabularum foi um conjunto de leis antigas elaboradas no período da República romana, por pressão dos plebeus. Instituídas em 451 e 450 a.C., as Leis das Doze Tábuas foi promulgada escrita em doze tabletes de madeira. Ali estavam escritas as leis que determinavam como deveriam ser os julgamentos, as punições para os devedores e o poder do pai sobre a família. Os tabletes de madeiras foram afixados no fórum romano de forma que o povo tivesse acesso à leitura das leis. Afirma-se que com esta conduta surgiria o principio da JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 9 publicidade das leis. A origem seria para estabelecer a igualdade de direitos entre as diversas classes sociais, sendo vedada a beligerância privada. Ademais, embora a importância significativa dos documentos supra principalmente em provas objetivas para concursos públicos e provas de ordem, as sociedades da antiguidade tanto orientais como ocidentais limitavam a ideia de proteção somente à vida, integridade física, honra, família e propriedade privada. O que era privilégio de poucos. Podendo citar ainda Código de Manu e Lei Mosaica. c) Código de Manu – origem no século XIII a.C. Composto por doze livros, protegia propriedade privada, a honra pessoal, a vida, a integridade física das pessoas, a família. Além disso, punia o adultério e admitia o divórcio. Prescrevia a pena de morte, exílio e de confisco. d) Lei Mosaica: origem no século XIII a.C. Atribuída a Moisés e reunida nos primeiros livros da Bíblia sob o título de Pentateuco, denominados pelos judeus de Torá ou Lei. Era composta de um conjunto de regras morais, sociais e religiosas de observação obrigatória para o povo de Israel. Fundamentada pelasleis divinas. Idade Média Predominância da fusão dos pensamentos religiosos com práticas costumeiras (consuetudinárias). Uma vez que o Cristianismo estabeleceu a dignidade humana como algo individual, racional e livre. O homem como criatura de Deus e o poder deriva deste Deus. Considerando que Deus deu a vida ao homem, somente ele poderia tirar, e não o Estado. Período de 476 a 1453 e teve como marco inaugural a tomada do Império Romano do Ocidente pelos povos bárbaros e como advento do termo a tomada de Constantinopla pelos turco-romanos. Neste período temos a Alta Idade Média (séculos V ao X) e a Baixa Idade Média (XI ao XV). Entretanto no primeiro período citado não temos documento significativos de proteção aos direitos humanos, mas já no período da Baixa encontramos nesta sociedade um documento muito importante: Magna Carta: documento firmado pelo rei inglês João Sem-Terra (1215 – 1225) e idealizada para proteger os privilégios dos barões e os direitos dos homens livres. A Magna Carta é considerada o documento básico das liberdades inglesas. Contem dispositivos acerca do respeito à liberdade de ir e vir, propriedade privada, sucessão hereditária, matrimônio, menores, penas pecuniárias, solução de questões jurídicas, serviço militar, entre outros. Foi a base do constitucionalismo inglês. Garantia ainda, que nenhum individuo seria detido, preso, despojado de seus bens, exilado, senão em virtude de julgamento de seus pares e em conformidade com as leis do país. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 10 Vale citar outros documentos do período como: limitação das provisões de Oxford (1258); A Bula Áurea (1222); As Leis de Leão de Castela (1256); A Carta das Liberdades, em 1253. Direitos Humanos nas Idades Moderna e Contemporânea Aqui, no século XV, muitas e profundas foram as mudanças sociais, econômicas e culturais na Europa. Dentre elas: expansão do comércio marítimo, reflorescimento das cidades, formação e ascensão da burguesia mercantil, ciência de Galileu e Newton. Ainda o Humanismo Renascentista (homem como um ser dotado de liberdade e dignidade próprias); o racionalismo; concepção teocêntrica do mundo e da vida na Idade Média e posteriormente concepção antropocêntrica (o indivíduo com a afirmação de suas liberdades e de seus direitos). Assim, na Inglaterra do século XVII, aponta-se a presença de três documentos bastante expressivos: a) Petition of Rights (Petição de Direitos) – documento de 1628 dirigido ao monarca, por meio do qual os parlamentares pediram o reconhecimento de diversos direitos e liberdades para os súditos. Homens livres deveriam ter seus direitos garantidos, sem sofrer abusos por parte do rei. Garantia do devido processo legal. b) Habeas Corpus Act (Ato de Habeas Corpus) – documento de 1679 precursor das primeiras declarações de direitos. Foi instituído no reinado de Carlos II como uma espécie de remédio judicial destinado a evitar ou fazer cessar violência ou coação na liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. c) Bill of Rights (Declaração de Direitos) – marca o surgimento de uma monarquia constitucional na Inglaterra, em 1689, submetendo à soberania popular. Declarou ilegais atos da realeza, que sem permissão do parlamento, retirasse direitos das pessoas ou arrecadação de dinheiro. Vedou a imposição de penas cruéis e inusitadas. Já no século XVIII tivemos mais três documentos de similar amplitude de proteção: d) Declaração dos Direitos do Estado da Virginia > 1776: primeira declaração de direitos fundamentais no sentido moderno. Consagrou o princípio da isonomia, tripartição do poder, eleições livres para representantes do Executivo e legislativo, devido processo legal, juiz natural e imparcial, dentre outros. e) Declaração da Independência dos Estados Unidos > 1776: afirmação dos direitos inalienáveis do ser humano e atuação do governo conforme interesse dos governados. Foi ratificada em 04 de julho de 1776 e representou o ato inaugural da democracia moderna. Estabeleceu a separação entre as 13 colônias na América do Norte e o JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 11 Reino Unido. No bojo dos seus direitos previstos determinou a representação do povo com a restrição dos poderes do governo e a inalienabilidade dos direitos humanos. f) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão > 1789: garante os direitos referentes à liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão. Destaca os princípios da legalidade e da igualdade de todos perante a lei, e da soberania popular. Emergiu da Revolução Francesa ocorrida neste mesmo ano. Aqui estamos na Idade Contemporânea que iniciou-se com a Revolução Francesa em 1789 e perdura até os dias atuais. A partir do século XX, a regulação dos direitos econômicos e sociais passou a incorporar as Constituições Nacionais. A primeira Carta Magna, a revolucionar a positivação de tais direitos, foi a Constituição Mexicana de 1917, que versava, inclusive, sobre a função social da propriedade, estabelecendo os primeiros direitos sociais com finalidade de promover a igualdade. A Constituição Mexicana representou um marco histórico na afirmação dos direitos humanos de segunda geração ou dimensão ao traçar um elenco de direitos trabalhistas e previdenciários e lhes imputando a qualidade de direitos fundamentais. A Constituição de Weimar de 1919 ou Constituição Alemã, por meio do seu capítulo sobre os direitos econômicos e sociais, foi o grande modelo seguido pelas novas Constituições Ocidentais. A partir da segunda metade do século XX, iniciou-se a real positivação dos direitos humanos, que cresceram em importância e em número, devido, principalmente, aos inúmeros acordos internacionais. Tendo sido assinada por meio do Tratado de Versalhes, documento que pôs fim a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), produziu um choque à população da época que por meio deste a Alemanha foi obrigada a reconhecer a independência da Áustria.Assim como, a Mexicana (que já foi primeiro marco dos direitos de primeira geração) reconheceu esses direitos sociais, inclusive estabelecendo em seu primeiro artigo que “todo poder emana do povo”. 1.2.3 A Segunda Guerra Mundial e os Direitos Humanos O advento da Segunda Guerra (1939-1945) que teve início com a invasão da Polônia e como termo a rendição formal do Japão. Entretanto, a doutrina majoritária afirma que a guerra começou muito antes, uma vez que logo após a promulgação da Constituição Alemã foi fundado o partido Operário Alemão. Dentre os jovens que estavam neste grupo encontrava-se Adolf Hitler. Em 1920, o referido partido que já se chamava Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães preparou um golpe de Estado, em 1923. Com o fracasso do golpe, Hitler foi preso. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 12 Uma vez em liberdade, cerca de oito meses depois dos cinco que deveria ter cumprido, ele reorganizou seu partido e criou uma força armada para apoiar suas reinvindicações políticas. Conquistando uma carreira política avassaladora e poderes extraordinários, em 1933 a Alemanha se retira da Conferência Geral do desarmamento, reunida em Genebra. Uma semana depois se retira da Liga das Nações (organização criada pelo Tratado de Versalhes com objetivo de estabelecer a paz mundial e evitar um novo conflito como fora a Primeira Guerra Mundial). Em 1935 um exército com mais de 500 mil homens é criado. Em 1938 as tropas alemãs ingressam na Áustria. No ano seguinte, a Alemanha atravessou a fronteira da Polônia e Hitler desencadeia a Segunda Guerra Mundial. Muito mais sangrenta que a Primeira Guerra que deixou o legado de oito milhões de vidas perdidas, a Segunda Guerra deixa a terrível marca de mais de quarenta e cinco milhões de mortos. A situação sangrenta e aterrorizante das duas guerras serviu para demonstrar ao mundo a necessidade imediata de proteção dos direitos humanos na dimensão internacional. Uma resposta ao holocausto e todas as barbáries acontecidas no período. A grande primeira manifestação do sentimento de mudança e do processo de internacionalização dos direitos humanos foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que foi base para dois outros documentos: Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de 1966. A união desses três documentos deu origem a Carta Internacional dos Direitos Humanos. 1.2.4 Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 A Declaração Universal de Direitos Humanos contém um conjunto indissociável e interdependente de direitos individuais e coletivos, civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, sem os quais a dignidade da pessoa humana não se realiza por completo. Esta Declaração tornou-se uma fonte de inspiração para a elaboração de cartas constitucionais e tratados internacionais voltados à proteção dos direitos humanos e um autêntico paradigma ético a partir do qual se pode medir e contestar ou afirmar a legitimidade de regimes e governos. Os direitos ali inscritos constituem hoje um dos mais importantes instrumentos de nossa civilização visando assegurar um convívio social digno, justo e pacífico. A Declaração Universal dos Direitos Humanos não é apenas um conjunto de preceitos morais que devem informar a organização da sociedade e a criação do direito. Inscritos em diversos tratados internacionais e constituições, os direitos contidos na Declaração Universal JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 13 estabelecem obrigações jurídicas concretas aos estados nacionais. São normas jurídicas claras e precisas, voltadas para a proteção e promoção dos interesses mais fundamentais da pessoa humana. São normas que obrigam os Estados nacionais no plano interno e externo. Com a criação da Organização das Nações Unidas em 1945 e a adoção de declarações, convenções e tratados internacionais para a proteção da pessoa humana, os direitos humanos deixaram de ser uma questão exclusiva dos Estados nacionais, passando a ser matéria de interesse de toda a comunidade internacional. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu art. 6°, afirma: "Todo homem tem direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei". Atualmente não se pode discutir a existência desses direitos, já que, além de amplamente consagrados pela doutrina, estão presentes também na lei fundamental brasileira: A Constituição Federal. A adoção, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, da Declaração Universal de Direitos Humanos, em 1948, constitui o principal marco no desenvolvimento do direito internacional dos direitos humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) possui 30 artigos e apresenta em seu bojo direitos que são costumeiramente divididos em categorias: Direitos Humanos de Primeira Geração, também conhecidos como direitos civis e políticos (arts. I ao XXI). Direitos Humanos de Segunda Geração, denominados direitos econômicos, sociais e culturais (arts. XXII ao XXX). Vejamos o preâmbulo da DUDH: Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem; Considerando que é essencial a proteção dos direitos do Homem através de um regime de direito, para que o Homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão; Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações; JO YC E C AR OLI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 14 Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declaram resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla; Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais; Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso: A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universal e efetiva tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição. 1.2.5 Organização das Nações Unidas A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma reformulação do escopo das Liga das Nações ou Sociedade das Nações, organização internacional criada por meio do Tratado de Versalhes, em 28 de junho de 1919, logo após a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). O surgimento da Liga das Nações teve por fundamento a ideologia dos 14 pontos básicos para reconstrução da Europa, quais sejam: Exigência da eliminação da diplomacia secreta em favor de acordos públicos; Liberdade nos mares; Abolição das barreiras econômicas entre os países; Redução dos armamentos nacionais; Redefinição da política colonialista, levando em consideração o interesse dos povos colonizados; Retirada dos exércitos de ocupação da Rússia; Restauração da independência da Bélgica; Restituição da Alsácia e Lorena à França; Reformulação das fronteiras italianas; JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 15 Reconhecimento ao direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria- Hungria; Restauração da Romênia, da Sérvia e Montenegro e direito de acesso ao mar para a Sérvia; Reconhecimento da independência da Polônia; Reconhecimento ao direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia e abertura permanente dos estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo; Criação da Liga das Nações. Infelizmente, ante o fracasso em sua missão mais importante, a de impedir novo conflito mundial, a Liga das Nações acabou por ser dissolvida e reformada na atual ONU, com os princípios básicos mantidos, porém com o cuidado de evitar os equívocos que levaram à inefetividade da organização. A liga foi autodissolvida em 18 de abril de 1946. Neste cenário, a Organização das Nações Unidas foi idealizada ainda na vigência da Segunda Guerra Mundial e concebida depois de diversas negociações. A Carta da ONU (também denominada Carta de São Francisco), elaborada pelas potências vitoriosas da Segunda Guerra Mundial e que oficializa a constituição da organização, passou por ratificação de dois terços dos 50 Estados representados na Conferência e pela Polônia entrou em vigor em 24 de outubro de 1945. A ação das potências vencedoras do referido conflito que levaram à criação da ONU deu-se das lições aprendidas pela fraqueza política da Liga das Nações que careceu de ações coletivas dos Estados e sim apenas iniciativas de natureza individual que se limitava a questões administrativas e técnicas e não resolvia os problemas da comunidade internacional. A Organização das Nações quando da sua formação contava com 51 membros e atualmente é integrada por 193 países. Sua sede está localizada em Manhattan, Nova York. Possuindo ainda escritórios Genebra, Nairóbi e Viena. Financiada com contribuições avaliadas e voluntárias dos países membros. Dentre seus objetivos incluem a manutenção da paz, segurança, auxílio no desenvolvimento econômico e no progresso social, além da proteção do meio ambiente e promoção do combate à fome, desastres naturais e conflitos armados. Enquanto a Liga das Nações era composta por três órgãos principais, a ONU possui seis órgãos de maior amplitude: Assembleia Geral (principal), Conselho de Segurança (decidir resoluções para manutenção da paz e a segurança), Conselho Econômico e Social (auxiliar na promoção da cooperação econômica e social internacional e desenvolvimento), Conselho de Direitos Humanos (fiscalizar a proteção dos direitos humanos e propor tratados internacionais sobre o tema), Secretariado (fornecimento de estudos, informações e JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 16 facilidades necessárias para ONU) e o Tribunal Internacional de Justiça(principal órgão judicial). Ainda contando com órgãos complementares: Organização Mundial de Saúde (OMS), Programa Alimentar Mundial, Fundo nas Nações Unidas para a Infância (UNICEF). QUESTÃO SOBRE O TEMA 01. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia) Esse documento histórico de remota conquista dos direitos humanos foi editado com o escopo de assegurar a Supremacia do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e reduzindo os abusos cometidos pela nobreza em relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre outras conquistas, o direito de petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas severas: A) Petition of Rights, de 1628. B) Habeas Corpus Act, de 1679. C) The Bill of Rights, de 1689. D) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. E) Magna Carta, de 1215. ALTERNATIVA C. Magna Carta: Limitou os poderes do Rei. Petition of rights: ampliou a limitação. Habeas corpus Act: consagração de mecanismo processual para tutela da liberdade. Bill of rights: consagra a SUPREMACIA do parlamento, pondo temor à monarquia absolutista e institucionalizou a separação de poderes que foi teorizada posteriormente por Monstesquieu. 02. (FCC/DPE-RS/2018) De acordo com a historiadora americana Lynn Hunt, os direitos permanecem sujeitos a discussão porque a nossa percepção de quem tem direitos e do que são esses direitos muda constantemente. A revolução dos direitos humanos é, por definição, contínua (A Invenção dos Direitos Humanos; uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 270). Em relação à evolução histórica do regime internacional de proteção dos direitos humanos, considere as assertivas abaixo. I. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser legalmente limitado. II. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robusteceu a já conhecida garantia. III. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a dignidade da pessoa humana exige a existência de condições políticas para sua efetivação. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 17 IV. O processo de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos intensificou-se após o término da 2ª Guerra Mundial. Está correto o que consta de: A) I, II, III e IV. B) I, II e III, apenas. C) I, III e IV, apenas. D) II, III e IV, apenas. E) I e IV, apenas. ALTERNATIVA A. I - Certo. É com a Magna Carta que nasce a essência do devido processo legal, que nada mais é do que vincular o Estado à norma. O Estado (trem) é obrigado a andar sobre os trilhos (legislação), portanto seu poder foi limitado. II - Certo. O instituto do habeas corpus já existia na Inglaterra desde 1215, desde a Magna Carta, mas não havia ainda sido instrumentalizado, procedimentalizado. III - Certo. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos, os direitos mais importantes eram os direitos civis (vida, liberdade e propriedade) juntamente com os direitos políticos. Nos Estados Unidos, o que era mais importante era a liberdade política, porque entendiam que, caso se efetivassem a liberdade política, os demais (civis) seriam consequência. 2. DIREITOS FUNDAMENTAIS E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Segundo o Professor José Afonso da Silva, 2003: “são aquelas prerrogativas e instituições que o Direito Positivo concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas”. São chamados fundamentais porque sem eles a pessoa humana não convive, ou até mesmo não sobrevive. A dignidade é intrínseca ao ser humano e o respeito a ela é uma forma de concretização desse direito. Em virtude desse direito, que deve ser garantido além da legislação pátria também por meio da adoção de medidas especiais (ações afirmativas e políticas públicas) para consecução desses direitos, serão vedadas medidas que afetem a integridade física e psíquica do ser humanos, como vedação a adoção de penas cruéis, desumanas ou degradantes. Para BELTRAMELLI (2014) “a dignidade da pessoa humana possui caráter multidimensional e individual. Multidimensional porque congrega diversos atributos intrínsecos do ser humano, como a liberdade, a igualdade, a integridade física e psíquica; e individual porque, embora JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 18 inerente a todo ser humano, é moldada com características próprias, delineadas pelo contexto histórico-cultural que circunda o indivíduo”. 2.1 As características dos Direitos e Garantias Fundamentais As características dos Direitos e Garantias Fundamentais são apontadas por diversos doutrinadores, seguem algumas: Universalidade: destinam-se a todos, independentemente da condição econômica ou social; Historicidade: resultam de uma evolução cultural da humanidade; Limitabilidade: os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, pois encontram limites em outros direitos; Irrenunciabilidade: não se admite a renúncia a direitos fundamentais; Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser negociados. Imprescritibilidade: não se perdem por falta de uso. Inviolabilidade: não pode ser violados. Complementariedade: complementam-se Mutáveis: objeto de mudança Os direitos fundamentais individuais que garantem a liberdade, privacidade, vida, propriedade e igualdade, que limitam a atuação estatal de abusos em virtude da sua posição de supremacia. Da mesma forma, o controle concedido aos três poderes de decisões como meio de representatividade da sociedade limita a atuação desta, não como devesse prevalecer à vontade da maioria, mas sim prevalecer o respeito à minoria, aos grupos de acordo com a sua distinção, as escolhas não devem ser pautadas de acordo com a moral de um determinado grupo da sociedade, mas respeitando as diferenças entre cada indivíduo. A participação popular permite o aprimoramento da democracia e do dever cívico de cada umconcretizando os direitos fundamentais, a cidadania plena e a própria democracia constitucional trazida pela Constituição Federal de 1988. A democracia leva em consideração um contexto de atuação livre e igualitária, que essa atuação tanto do poder público quanto do privado e todos que façam parte da sociedade participem em sua plena capacidade igualitária, em mesmas condições, de persuadir e influenciar. O Título II da Constituição da República Federativa do Brasil-CRFB de 1988 que trata sobre os direitos e garantias fundamentais estão divididos em cinco capítulos: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - art. 5º, CF (Capítulo I). JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 19 Dos Direitos Sociais - art. 6º ao art. 11, CF (Capítulo II). Da Nacionalidade - art. 12 e art. 13, CF (Capítulo III). Dos Direitos Políticos - art. 14 ao art. 16, CF (Capítulo IV). Dos Partidos Políticos (Capítulo V). Os direitos e deveres individuais e coletivos estão relacionados no art. 5º da Constituição. Porém, conforme doutrina e jurisprudência, não se restringem ao rol deste artigo, podendo ser encontrados em outras partes do texto constitucional, tanto de forma expressa, como decorrentes de seus regimes e princípios. Eles também podem ser encontrados em tratados e convenções internacionais de que o Brasil é parte. Em todo o rol previsto no artigo 5º da CRFB, estão inseridos: Princípio da igualdade Princípio da legalidade Proibição à tortura Liberdade de pensamento Proibição da censura Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem Sigilo das comunicações Liberdade de profissão Direito ao acesso à informação Liberdade de locomoção Liberdade de associação Direito de propriedade Direito do consumidor Extradição Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º, CF) Direitos sociais (art. 6º ao art. 11, CF) Direitos da nacionalidade (art. 12 e art. 13, CF) Direitos políticos (art. 14 ao art. 17, CF) JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 https://segredosdeconcurso.com.br/direitos-sociais/ 20 Assistência jurídica. 2.2 A titularidade dos direitos fundamentais A titularidade dos direitos fundamentais é ampla, pois são vinculados a condição humana, a partir do momento da concepção até o momento da morte. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, os estrangeiros também são titulares de direitos fundamentais, assim como as pessoas jurídicas por serem representadas por pessoas físicas. Podendo exercer os seus direitos como, por exemplo, devido processo legal em relação a garantias que deveriam ser prestadas pela União para que um estado pudesse contrair empréstimos externos. O princípio da dignidade da pessoa humana, afixado nos fundamentos da República no art. 1° da Constituição Federal é condição sine qua non para o direito contemporâneo nacional, o que significa que o referido princípio determina valor às normas jurídicas brasileiras. Assim como, é núcleo exegético de todo ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que o raciocínio interpretativo de todas as regras deve se orientar por esta máxima, já que as relações jurídicas humanas são fragmentárias e evoluem de forma contínua. A dignidade da pessoa humana é um princípio constitucional estruturante. Os direitos fundamentais são os direitos do homem jurídico institucionalmente garantidos. Seriam os direitos objetivamente vigentes em uma ordem jurídica concreta, ou seja, são os enunciados constitucionais de cunho declaratório, cujo objetivo consistiria em reconhecer, no plano jurídico, a existência de uma prerrogativa fundamental do cidadão. A livre expressão (art. 5º, inciso IX), a intimidade e a honra (art. 5º, inciso X) e a propriedade e defesa do consumidor são direitos fundamentais, que cumprem a função de direitos de defesa dos cidadãos sob um a dupla perspectiva: a) Constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de competência para os poderes públicos, proibindo, as ingerências destes na esfera jurídico-individual; b) Implicam, num plano jurídico-subjetivo, o poder de exercer de modo positivo os direitos fundamentais (liberdade positiva) e de exigir dos poderes públicos, omissões, para evitar agressões lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa). As garantias fundamentais seriam os enunciados de conteúdo assecuratório, cujo propósito consiste em fornecer mecanismos ou instrumentos, para a proteção, reparação ou reingresso em eventual direito fundamental violado. São remédios jurídicos, tais como o direito de resposta (art. 5º, inciso V), a indenização prevista, o Habeas Corpus e Habeas Data, são garantias. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 21 2.3 Direito à vida. Além de fundamental e prioritário, é pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos. As pessoas têm direito a permanecer vivas e a terem uma vida digna. É inaceitável uma situação na qual a pessoa humana possa perder a sua vida ou não consiga viverdignamente. O Estado é responsável pelo direito à vida em sua dupla acepção, ou seja, o direito a continuar vivo e o direito de se ter uma vida digna quanto à subsistência. O direito à vida diz respeito à própria existência da pessoa humana. A Constituição garante a existência digna de todo ser vivo, tendo o próprio nascituro seus direitos civis assegurados. Apenas excepcionalmente a legislação brasileira admite o fim da vida, por meio da pena de morte em estado de guerra declarada, das excludentes de ilicitude penal (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito e da autorização do aborto nos casos previstos no Código Penal. A Constituição proíbe qualquer mecanismo que possa resultar na solução não espontânea da vida. Assim, a pena de morte não pode ser institucionalizada juridicamente no país. A própria pena de morte em caso de guerra declarada está sujeita à condição de ser esta mesma guerra declarada pelo Presidente da República. Neste sentido, a Suprema Corte decidiu: Cláusula de proteção desde o momento da concepção. É certo que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, ao estabelecer a inviolabilidade do direito à vida, proclama, em seu art. 4º, § 1º, que “toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção (...)” (...). A Declaração Americana de Direitos e Deveres da Pessoa Humana, no entanto, promulgada na IX Conferência Internacional dos Estados Americanos, em Bogotá, em 1948, refere-se, genericamente, em seu art. I, ao “direito à vida”, sem qualquer menção ao instante da concepção. Também o Pacto Internacional das Nações Unidas sobre Direitos Civis e Políticos (1966), em seu art. 6º, § 1º, reconhece, de maneira geral, igualmente sem qualquer referência ao momento da concepção, a inviolabilidade do direito à vida. Vê-se, desse modo, que esses dois últimos documentos internacionais, que precederam a promulgação do Pacto de São José da Costa Rica, não incorporaram a noção de que o direito à vida existe desde o momento da concepção. Foi por essa razão que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ao examinar o caso “Baby Boy” (Resolução 23/1981), advertiu que a inserção, no art. 4º, § 1º, do Pacto de São José da Costa Rica, da cláusula “em geral” tem implicações substancialmente JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 22 diversas daquelas que resultariam se constasse, desse mesmo artigo, a expressão (nele inexistente) “desde o momento da concepção”, a significar, portanto, como se reconheceu em referido processo (Resolução 23/1981 — Caso 2141), que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos não acolheu nem estabeleceu um conceito absoluto do direito à vida desde o momento da concepção. [ADPF 54, rel. min. Marco Aurélio, voto do min. Celso de Mello, j. 12-4-2012, P, DJE de 30-4-2013.] Direito à vida e células-tronco embrionárias. A pesquisa científica com células-tronco embrionárias, autorizada pela Lei 11.105/2005, objetiva o enfrentamento e cura de patologias e traumatismos que severamente limitam, atormentam, infelicitam, desesperam e não raras vezes degradam a vida de expressivo contingente populacional (ilustrativamente, atrofias espinhais progressivas, distrofias musculares, a esclerose múltipla e a lateral amiotrófica, as neuropatias e as doenças do neurônio motor). A escolha feita pela Lei de Biossegurança não significou um desprezo ou desapreço pelo embrião in vitro, porém uma mais firme disposição para encurtar caminhos que possam levar à superação do infortúnio alheio. Isto no âmbito de um ordenamento constitucional que desde o seu preâmbulo qualifica “a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça” como valores supremos de uma sociedade mais que tudo “fraterna”. O que já significa incorporar o advento do constitucionalismo fraternal às relações humanas, a traduzir verdadeira comunhão de vida ou vida social em clima de transbordante solidariedade em benefício da saúde e contra eventuais tramas do acaso e até dos golpes da própria natureza. Contexto de solidária, compassiva ou fraternal legalidade que, longe de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embriões in vitro, significa apreço e reverência a criaturas humanas que sofrem e se desesperam. Inexistência de ofensas ao direito à vida e da dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa com células-tronco embrionárias (inviáveis biologicamente ou para os fins a que se destinam) significa a celebração solidária da vida e alento aos que se acham à margem do exercício concreto e inalienável dos direitos à felicidade e do viver com dignidade (min. Celso de Mello). (...) A Lei de Biossegurança caracteriza-se como regração legal a salvo da mácula do açodamento, da insuficiência protetiva ou do vício da arbitrariedade em matéria tão religiosa, filosófica e eticamente sensível como a da biotecnologia na área da medicina e da genética humana. Trata-se de um conjunto normativo que parte do pressuposto da intrínseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para tanto. [ADI 3.510, rel. min. Ayres Britto, j. 29-5-2008, P, DJE de 28-5-2010.] 2.4 Princípio da igualdade. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 23 O direito fundamental à igualdade ou isonomia deve produzir efeitos sobre todas as pessoas do país. O legislador e o aplicador da lei devem tratar igualitariamente todos os indivíduos, sem distinção de qualquer natureza. Todos os cidadãos têm o direito ao tratamento idêntico pela lei, em consonância com os critérios do ordenamento jurídico. O princípio da igualdade perante a lei assegura a todos os cidadãos tratamento idêntico perante a lei. O direito à igualdade ou isonomia é chamado de princípio da igualdade perante a lei, princípio da igualdade formal ou princípio da equidade. A igualdade não é absoluta, mas apenas formal, ondeos desiguais são tratados desigualmente e o Estado se apresenta perante os entes privados com relativa supremacia legal. Os tratamentos normativos diferenciados são compatíveis com a Constituição Federal quando verificada a existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado. O princípio da igualdade opera em dois planos distintos. Primeiramente em relação ao legislador ou ao executivo, na edição de leis, atos normativos e medidas provisórias para que não sejam criados tratamentos abusivamente diferenciados a pessoas em situações idênticas. De outra forma, na obrigatoriedade do intérprete (autoridade pública), de aplicar a lei e atos normativos de maneira igualitária, sem estabelecimento de diferenciações em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça, classe social. 2.5 Princípio da legalidade O princípio da igualdade perante a lei assegura a todos os cidadãos tratamento idêntico perante a lei. A Carta Magna preconiza que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Este princípio objetiva combater o poder arbitrário do Estado. Só por meio de espécies normativas devidamente elaboradas conforme as regras de processo legislativo constitucional podem-se criar obrigações para o indivíduo, pois são expressão da vontade geral. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 24 Os tratamentos normativos diferenciados são compatíveis com a Constituição Federal quando verificada a existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado. Ele se impõe ao legislador, ao intérprete/autoridade pública e ao particular. O intérprete/autoridade pública não pode aplicar as leis e os atos normativos de forma a criar ou aumentar desigualdades arbitrárias. O particular também não poderá agir de modo discriminatório, preconceituoso ou racista, sob pena de responsabilidade civil e penal, nos termos da lei. 2.6 Reserva legal É a exigência de lei em sentido formal (proveniente da manifestação de vontade do Poder Legislativo) para dispor sobre matéria penal. Ela também oferece segurança jurídica em matéria penal. O princípio da reserva legal tem abrangência diversa e mais restrita do que o princípio da legalidade. De natureza concreta, o princípio da reserva legal somente tem aplicação nas hipóteses previstas constitucionalmente. O princípio da reserva legal consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei formal. Encontramos o princípio da reserva legal quando a Constituição reserva conteúdo específico, caso a caso, à lei. Também encontramos este princípio quando a Constituição outorga poder amplo e geral sobre qualquer espécie de relação. A reserva legal é estabelecida de modo absoluto ou relativo. A reserva legal absoluta é a exigência da Constituição de edição de lei formal para regulamentação integral da norma constitucional. Esta lei formal é entendida como ato normativo emanado do Congresso nacional elaborado de acordo com o devido processo legislativo constitucional. A reserva legal relativa é a permissão pela Constituição, apesar da exigência de edição de lei formal, que esta somente fixe parâmetros de atuação para o órgão administrativo, que poderá complementá- la por ato infra legal, sempre, porém, respeitados os limites ou requisitos estabelecidos pela legislação. 2.7 Princípio da Presunção da Inocência. JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 25 Em 07 de novembro de 2019, no bojo das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs 43, 44 e 54), de Rel. do Min. Marco Aurélio do Supremo Tribunal Federal, a maioria dos Ministros concluíram que o cumprimento da pena só pode ser iniciado após o transito em julgado de sentença penal condenatória. Tal decisão ocorreu após 3 anos de insegurança jurídica desde que a maioria dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 126292, de Relatoria do Min. Teori Zaviscki entenderam pela possibilidade do inicio da execução da pena mesmo que não tenha ocorrido o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. As ações declaratórias de constitucionalidade que foram julgadas consistiram na apreciação do STF em declarar a compatibilidade do art. 283 do Código de Processo Penal com o art. 5º, LVII, da Constituição Federal de 1988. O tema central da discussão é o chamado princípio da presunção de inocência (artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal), segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Por sua vez, o art. 283 do CPP prevê: Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. 3. CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS 3.1 A classificação dos direitos humanos A teoria das gerações foi desenvolvida por Karel VASAK por meio de um texto publicado em 1977, e por uma palestra proferida em 1979, que foi fruto de uma Conferência no Instituto Internacional de Direitos Humanos de Estrasburgo (França) – 1979. A classificação dos direitos humanos na doutrina majoritária irá obedecer a dois critérios principais: as gerações ou dimensões dos direitos humanos e a classificação referente aos direitos e garantias fundamentais. A priori, importante destacar que parte da doutrina não utilizará a expressão “geração dos direitos humanos” por remeter a ideia de sobreposição de uma geração sobre a outra, quando, JO YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E VA LA D AR ES B AR BO SA 1 28 32 45 06 01 J O YC E C AR O LI N E
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