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Aplicação da Responsabilidade Civil por abandono afetivo na relação paterno-filial uma análise a partir da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entre os anos de 2018 a 2021

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FG - UNIFG 
DIREITO 
 
JOÃO VICTOR NASCIMENTO SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR ABANDONO AFETIVO NA 
RELAÇÃO PATERNO-FILIAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA JURISPRUDÊNCIA 
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUANAMBI - BA 
2022 
JOÃO VICTOR NASCIMENTO SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR ABANDONO AFETIVO NA 
RELAÇÃO PATERNO-FILIAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA JURISPRUDÊNCIA 
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2021 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de 
Direito do Centro Universitário FG – UNIFG, 
como requisito de avaliação da disciplina de 
Trabalho de Conclusão de Curso II. 
 
Orientador (a): Ana Carolina Teixeira 
Oliveira Ruas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUANAMBI - BA 
2022 
SUMÁRIO 
 
RESUMO.................................................................................................................................4 
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................5 
2. TRANSFORMAÇÕES DA FAMILIA NO DIREITO DE FAMILIA............................7 
3. PRINCÍPIOS DA SOLIDARIEDADE, DA AFETIVIDADE E DA DIGNIDADE DE 
PESSOA HUMANA COMO NORTEADORES DAS RELAÇÕES FAMILIARES........8 
4. A IMPORTÂNCIA DO LAÇO AFETIVO E DA FIGURA PATERNA PARA O 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.....................................9 
5. NOÇÕES GERAIS ACERCA DA RESPONSABILIDADE CIVIL..............................10 
 5.1. Elementos essenciais para a configuração da responsabilidade civil.....................10 
6. ABANDONO AFETIVO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 
ANALISADO A PARTIR DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2021...................................................................13 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................18 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
APLICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR ABANDONO AFETIVO NA 
RELAÇÃO PATERNO-FILIAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA JURISPRUDÊNCIA 
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2021 
 
João Victor Nascimento Santos 1, Ana Carolina Teixeira Oliveira Ruas 2 
 
¹Graduando do curso de Direito. Centro Universitário FG- UNIFG 
²Docente do Curso de Direito. Centro Universitário FG- UNIFG 
 
RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo analisar a possibilidade da aplicação da 
Responsabilidade Civil nos casos envolvendo abandono afetivo de crianças e adolescentes 
pelos seus genitores, um tema ainda bastante discutido no âmbito dos tribunais, verificando as 
possíveis consequências decorrentes do abandono durante o desenvolvimento da criança e do 
adolescente, de modo a se questionar, se o direito é capaz de solucionar através da 
indenização os prováveis danos, sem que se tenha uma valoração do afeto. Quanto à 
metodologia, fora utilizado o método de revisão bibliográfica, como a utilização de doutrina, 
artigos científicos e julgados do Superior Tribunal de Justiça, bem como o método dedutivo, 
partindo-se de uma análise acerca dos recentes julgados do Superior Tribunal de Justiça para 
esclarecer como vem sendo consolidado pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça 
entre o período de 2018 a 2021 a conduta dos pais ao abandonar afetivamente seus filhos e as 
possíveis consequências jurídicas geradas a partir da omissão do genitor no desenvolvimento 
físico, psicológico e moral da criança/adolescente enquanto sujeito de direitos e deveres na 
sociedade contemporânea.. Dessa forma, a pesquisa realizada para elaboração desse artigo 
chegou à conclusão de que as recentes decisões do Superior Tribunal de Justiça ainda são 
muito divergentes sobre a temática, onde as duas turmas especializada em julgamento do 
direito privado, tem decidido de maneira opostas. 
 
Palavras-chave: Abandono Afetivo. Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. 
Responsabilidade Civil. 
 
ABSTRACT: The present work aims to seek the application of civil liability even in cases of 
affective discussion of children and the theme proposed in the scope of the courts, verifying 
 
¹Endereço para correspondência: Avenida Tiradentes, nº 931, Bairro: Lagoinha, Guanambi – Bahia. CEP: 
46430-000. 
Endereço eletrônico: victorvvrx@gmail.com 
 
5 
 
as possible consequences of abandonment during the development of the adolescent child, to 
question, if the mode is able to solve damages through reparation without the right to have an 
appreciation of affection. As for the methodology, the method of bibliographic review was 
used, such as the use of doctrine, scientific articles and judgments of the Superior Court of 
Justice, as well as the deductive method, starting from a recent analysis of the judgments of 
the Superior Court of Justice to come being approved the jurisprudence of the Superior Court 
of Justice the period from 2018 to 2021 as conduct of parents to abandon affectively and as 
legal consequences between children created by the omission created by the child, parent in 
the physical psychological and moral development In this way, a research carried out to 
construction of this article came to the conclusion as recent decisions of the Court of Justice 
are still very divergent on a topic, where the groups selected in private law judgment, have 
opposite ways. 
 
KEY WORDS: Affective Abandonment. Jurisprudence of the Superior Court of Justice. 
Civil Responsibility. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A presente pesquisa tem como escopo analisar a aplicação da responsabilidade civil na 
hipótese de abandono afetivo na relação de pai para filho à luz do entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça. Por ser uma temática que enseja diversas divergências no âmbito 
doutrinário e jurisprudencial, principalmente pelas mudanças ocorridas na área do Direito de 
Família. 
Outrossim, com a ligeira evolução da sociedade impactando essencialmente no Direito 
de Família e com a notória dificuldade do ordenamento jurídico em acompanhar os avanços 
nessa seara, vem a promulgação do Código Civil de 2002, que rompe com as diretrizes de um 
antigo código que se centrava em um modelo individualista e patrimonialista, dando novos 
conceitos a família, incorporando os princípios constitucionais, acima de tudo preservando a 
dignidade de pessoa humana, a igualdade e o afeto nas relações familiares. (ALVES et al., 
2021). 
Ademais, outra significativa mudança advinda da Constituição Federal de 1988, foi o 
reconhecimento das entidades familiares autônomas, haja vista que as relações informais no 
Brasil não tinham seus direitos tutelados pelo estado, sempre foram tratados a margem da 
6 
 
sociedade, apenas as relações fruto do casamento que tinham seus direitos reconhecidos. 
(NETO e BARBOSA, 2020). 
Nessa perspectiva, com as relações familiares sendo regidas pelos princípios 
constitucionais, principalmente sobre o princípio da dignidade de pessoa humana, tem se 
mostrado cada vez mais evidente a figura do abandono afetivo e sua efetividade no 
ordenamento jurídico brasileiro, e em decorrência disso uma possível responsabilização por 
parte do genitor. 
Assim, contrariamente à compreensão popular, a caracterização do abandono afetivo 
não é a falta de amor, visto que, esse sentimento não pode ser judicializado, não sendo 
incumbência do Direito obrigar alguém a amar o outro ou se manter em um relacionamento 
afetivo (CORREA, 2019). Desse modo, não se busca aqui discutir a falta de afeto, mas sim o 
descumprimento do dever de cuidado, que é garantia constitucional, e sim destacar o que a 
falta desse dever de cuidado podeacarretar no desenvolvimento seja ele físico, moral ou 
psíquico da criança e do adolescente enquanto sujeitos de direitos e deveres na sociedade. 
Nesse sentido, Dias (2021) elucida que com o afeto regendo as relações familiares, é 
natural que ocorra direitos e deveres frutos dessa conexão, desse modo, a convivência do pai 
com o filho deixa de ser um direito e se torna um dever, e esse distanciamento pode gerar 
efeitos irreversíveis na vida de sua prole comprometendo seu desenvolvimento saudável. 
Diante disso, com os problemas provenientes desse abandono, surge a figura da 
responsabilidade civil nas relações afetivas, com o fim de reparação aos danos causados, ou 
ao menos diminuir a prática reiterada dessa omissão. 
Todavia, a caracterização do dever de reparação nesses casos não é um assunto 
pacificado, sendo objeto de muito debate tanto na doutrina como na jurisprudência, em que se 
deve observar minuciosamente cada caso concreto. Nesse viés, existe pensamentos 
divergentes acerca do tema, como elucida Vasconcelos (2021) que ao atribuir a função 
compensatória na indenização estaria aí atribuindo um preço ao afeto, e se atribuir a função 
punitiva, estaria indo contra a atuação dos Tribunais em pacificar as entidades familiares, 
gerando ainda mais conflitos. 
Nesse diapasão busca-se investigar como vem sendo consolidado pela jurisprudência 
do Superior Tribunal de Justiça entre o período de 2018 a 2021 a conduta dos pais ao 
abandonar afetivamente seus filhos e as possíveis consequências jurídicas geradas a partir da 
omissão do genitor no desenvolvimento físico, psicológico e moral da criança/adolescente 
enquanto sujeito de direitos e deveres na sociedade contemporânea. 
7 
 
Justificando a pesquisa nas atuais divergências e com a figura do abandono afetivo se 
tornando cada vez mais frequentes nas discussões no âmbito do Poder Judiciário, tem-se 
levantado cada vez mais apontamentos sobre a monetização do afeto nas relações familiares, e 
se apenas a assistência financeira do genitor não seria o suficiente para suprir toda a ausência 
do pai no desenvolvimento físico e moral da criança e do adolescente. 
Dessa forma, primeiro será abordado as evoluções e o conceito no âmbito familiar, 
para depois analisarmos os elementos essenciais para caracterização da responsabilidade civil, 
de modo que, ao final, possamos analisar as consequências jurídica do abandono afetivo no 
ordenamento jurídico brasileiro e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca do 
tema. 
 
2 TRANSFORMAÇÕES DA FAMILIA NO DIREITO DE FAMILIA 
 
A família é a base da sociedade e deve ser sempre amparada e protegida, tendo em 
vista que a família constitui a base do Estado, é nela onde está presente toda organização 
social, onde cada pessoa desenvolve seu caráter e sua identidade. No entanto não dá para 
definir a família, pois o conceito sempre muda de acordo sua natureza (GONÇALVES, 2021). 
Com promulgação da Constituição Federal de 1998, ocorreram diversas mudanças, 
alterando principalmente o Direito de Família, em que se deixa de ter a figura do núcleo 
familiar agregado ao significado exclusivamente de casamento, e passa-se a ter em sua 
essência o afeto e a dignidade humana regendo os laços familiares (BRASILEIRO e 
RIBEIRO, 2016). Logo, compreende-se que tais mudanças na seara da família, são 
provenientes das constantes evoluções sociais, que trouxeram significativas alterações no 
conceito de família e na evolução familiar, se desvencilhando de um modelo centralizado e 
patriarcal da figura do casamento, e tendo como foco os laços afetivos, respeito, igualdade e 
principalmente dignidade da pessoa humana. 
Diante disso verifica-se que tais mudanças, advindas dessas evoluções sociais bem 
como as mutações legislativas, passou a ter uma maior diversidade familiar, podendo serem 
composta por pais do mesmo sexo, como também as monoparentais, famílias com pais 
divorciados. 
Ainda nesse sentido Dias (2021) relata que a Constituição Federal em seu art. 226, 
colocou em igualdade homens e mulheres no núcleo familiar, como também passou a proteger 
de forma democrática a todos, tanto as famílias constituídas do casamento, como as de união 
estável, e as famílias monoparentais, bem como, garantindo a defesa dos filhos frutos do 
8 
 
casamento ou não e por adoção, assim, a Carta Magna, entrou em divergências com diversos 
dispositivos da legislação em vigor, por não recepcionar o modelo desigual preconizado pelo 
antigo Código Civil de 1916. 
 
3 PRINCÍPIOS DA SOLIDARIEDADE, DA AFETIVIDADE E DA DIGNIDADE 
DE PESSOA HUMANA COMO NORTEADORES DAS RELAÇÕES 
FAMILIARES. 
 
A partir das mudanças sucedidas no conceito familiar e com a constitucionalização do 
Estado Democrático de Direito, é preciso identificar os princípios que regem as relações 
familiares, instituído com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e do Código Civil 
de 2002, que buscam a proteção da família. 
A solidariedade familiar disposta no art. 3°, inciso I, da Constituição Federal, trouxe 
para nosso ordenamento jurídico não apenas a implicação do dever positivo para o Estado, 
mas garantindo deveres recíproco entre as pessoas, em busca de uma sociedade mais justa e 
solidária, implicando diretamente nas relações familiares gerando direitos e deveres entre os 
membros de um núcleo familiar. Desse modo atribui a família primeiramente o melhor 
interesse da criança e do adolescente, depois a sociedade e por último o Estado, para garantir 
os direitos ao cidadão em formação (DIAS, 2021). 
Ademais, outro princípio que se revela especial nas relações familiares é o da 
afetividade. Nas palavras de Tartuce (2007) apesar de não ser expresso na Constituição, 
atualmente é o princípio basilar que regem as relações familiares, se originando do princípio 
da valorização da dignidade de pessoa humana. Além disso, é no afeto que as relações 
familiares nascem, é um dos fatores que leva duas pessoas a se unirem para constituir uma 
família. 
De forma complementar Nogueira (2018) enfatiza que o afeto é o que liga os pais aos 
filhos, tendo em vista que apenas a consanguinidade não é o bastante para manterem qualquer 
tipo de vínculo, apenas o afeto entre eles é o que leva a convivência e o apoio mútuo durante a 
vida. 
Nessa perspectiva os dois princípios supracitados se originam da dignidade humana, o 
princípio máximo da nossa Constituição, é ele que garante a todas as pessoas direitos 
fundamentais para proteção da dignidade e contra atos degradantes, e ao mesmo tempo 
assegura o convívio em sociedade, garantindo a todos os cidadãos qualidades existenciais 
mínimas (SARLET, 2001). Diante desses princípios, se faz mister destacar a importância que 
9 
 
genitor ativo tem no desenvolvimento da criança e do adolescente, precipuamente a figura dos 
laços afetivos. 
 
4 A IMPORTÂNCIA DO LAÇO AFETIVO E DA FIGURA PATERNA PARA O 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
Com as mudanças no contexto familiar, a figura do genitor também sofre alterações, 
deixando de ter o homem apenas como provedor da família, e passando a ter o seu papel 
fundamental no desenvolvimento infantil. 
Conforme enfatiza Dill e Calderan (2011), é indispensável o contato de todo ser 
humano com a família, de onde vem a base de toda pessoa, pois é no meio familiar que temos 
nosso primeiro contato com a vivência em sociedade, onde aprendemos a criar laços de 
amizade e afeto. Nesse contexto nota-se que o contato desde o nascimento com o núcleo 
familiar é imprescindível para a criança, é nele onde a criança tem seu suporte para que possa 
crescer e se desenvolver com todo apoio afetivo dos seus responsáveis, que será o ponto de 
partida da formação da personalidade e caráter. 
É na família que a criança durante seu desenvolvimento físico e psicológico para 
atingir sua maioridade, encontra seus cuidados e a presença de adultos que forneçam 
condições desobrevivência durante sua fase inicial (PRADO e VIEIRA, 2004). Nesse ponto 
de vista, os pais exercem um papel crucial na vida da criança, cada um de acordo com seu 
modo e suas peculiaridades. 
Verifica-se que muitos pais não conseguem mensurar como influenciam no 
desenvolvimento pleno de seus filhos, exemplifica-se quando se tem a presente figura do 
genitor para conselhos e orientações, conseguem alcançar saúde e melhoram suas relações 
pessoais (WINNICOTT, 1994 apud OLIVEIRA e SILVA, 2015). Logo compreende-se a 
importância da influência materna e paterna para o desenvolvimento do filho, e como 
influência de fato na moldagem, no caráter, em suas conquistas futuras, e que a figura 
presente do genitor na vida do menor estimula a alcançar todo o desenvolvimento moral da 
criança. 
Explica Saraiva et al (2012) que a função do pai e da mãe na vida da criança vai muito 
mais além do que as ligações biológicas, mas sim sentimentais, a função paterna e materna é 
mais do que ser pai e mãe, resulta a cuidados físicos e psicológicos, citando Dolto (1996) em 
sua obra “No jogo do desejo: ensaios clínicos”. Dessa forma, percebe-se que a função de se 
ter presente a figura materna e paterna é muito mais simbólica que as funções biológicas para 
10 
 
o desenvolvimento da criança, e a falta desses cuidados da figura de pai e mãe afeta o 
desenvolvimento físico e moral. 
Vale salientar que um dos papéis do pai é ensinar ao filho seus direitos e obrigações na 
vida em sociedade, sobre valores, sobre fracassos, perdas e ganhos (SARAIVA et al, 2012). 
Indubitavelmente, distingue o papel imprescindível que o genitor presente tem na vida da 
criança e adolescente, são os laços familiares que irão contribuir efetivamente para a 
formação de caráter, moral e ética, cabendo ao genitor, a função de preparar o filho para viver 
em sociedade, preparando sua prole para ser uma pessoa mais estável e equilibrada. 
 
5 NOÇÕES GERAIS ACERCA DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Estabelecida toda a importância e o papel fundamental do genitor no desenvolvimento 
da criança e do adolescente, além de todos os prejuízos que a ausência deste pode acarretar na 
vida do menor, é preciso deixar estabelecidos alguns pressupostos da responsabilidade civil, 
que possa ligar o descumprimento do dever de cuidado a uma possível responsabilização do 
genitor. 
Nesse diapasão a responsabilidade civil é o encargo que será gerado em decorrência de 
um do ato ilícito praticados a terceiros, e tem como principal finalidade retornar ao status 
antigo da vítima que sofreu algum prejuízo, como conceitua Cavalieri (2020, p. 11): 
A essência da responsabilidade está ligada à noção de desvio de conduta, ou seja, foi 
ela engendrada para alcançar as condutas praticadas de forma contrária ao direito e 
danosas a outrem. Designa o dever que alguém tem de reparar o prejuízo decorrente 
da violação de um outro dever jurídico. Em apertada síntese, responsabilidade civil é 
um dever jurídico sucessivo que surge para recompor o dano decorrente da violação 
de um dever jurídico originário. 
 
Logo, entende-se que a responsabilidade civil nas ideias de Cavalieri (2020) está 
amplamente ligada a responsabilização do indivíduo que gerar o dano a outra, e essa 
responsabilização gera uma prestação, podendo ser dano moral ou material, com o objetivo de 
retornar a vítima do ato ilícito a seu antigo status. 
 
5.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA A CONFIGURAÇÃO DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
É preciso aqui estabelecer que para ocorra a caracterização desse instituto é 
imprescindível que esteja presente todos os elementos da responsabilidade civil que são: 
existência da ação ou omissão do agente, culpa ou dolo, nexo de causalidade e o dano. 
11 
 
O primeiro elemento caracterizador da responsabilidade civil é a ação voluntária do 
agente podendo ser positiva ou negativa, nas palavras de Cavalieri (2020) a ação ou omissão 
do agente se manifesta através de uma conduta voluntária produzindo consequências 
jurídicas. Desse modo, a ação positiva ou negativa do agente que dá origem a indenização, 
que ocorre através de uma infração de um dever legal. 
Conforme elucida Gonçalves (2021) para configuração da responsabilidade por 
omissão o agente deve deixar de praticar determinado ato, e que se demonstre que se 
praticasse o ato o dano poderia ser evitado. Desse modo para que ocorra a responsabilização 
civil é necessário que o agente pratique uma ação seja ela comissiva ou seja deixe de fazer 
algo, ou uma conduta positiva relacionada a imprudência. Nesse sentido consegue-se 
estabelecer que a responsabilidade necessita de um ato provocado pela violação de um dever 
imposto por lei. 
O segundo elemento ensejador da responsabilidade é a culpa lato sensu, que engloba 
tanto a culpa stricto sensu e o dolo. Para configuração do dolo as condutas do agente precisam 
ser voluntárias, entretanto, no dolo é preciso que o agente tenha plena consciência e vontade 
que seus atos estão violando um dever legal, é uma conduta que já nasce ilícita, no tocante a 
culpa, é uma conduta voluntaria do agente que nasce lícita, porém vai se tornando ilícita 
quando não se adequa aos padrões sociais aceitáveis (CAVALIERI, 2020). Logo, percebe-se 
que para configuração do dolo, deve estar presente à vontade e a consciência da ilicitude na 
conduta do agente provocador do dano que quer praticar uma ação ilícita a um bem jurídico 
tutelado, ou ao menos assume o risco de produzi-lo. Todavia, na culpa, o agente causa o dano, 
mas não existe uma vontade de causar o dano, não há a presença do “querer” do agente e a 
consciência de praticar tal conduta, que pode ocorrer de três formas: pela imprudência, 
negligencia ou imperícia do agente. 
É preciso estabelecer que quando se fala em culpa em sentido geral, remete a uma 
transgressão a um dever jurídico, o que engloba também a culpa em sentido estrito e o dolo 
propriamente dito (GIORGINO, 1930). Desse modo há uma diferença entre a culpa em 
sentido lato sensu, que é um gênero, e dentro dela abrange tanto o dolo quanto a culpa em 
sentido estrito. Já a culpa em stricto sensu significa dizer que é excluído o dolo, 
permanecendo apenas a voluntaria omissão do agente, que sem prever as devidas 
consequências de sua conduta causa um dano. 
Seguindo essa linha de pensamento afirma Luigi Sertorio (1914) que a culpa é a 
conduta negativa para evitar o evento danoso, quando o agente não agiu com o devido dever 
12 
 
de cuidado que qualquer pessoa em seu lugar teria, mesmo sem intenção de causar dano a 
outrem. 
Outro pressuposto da responsabilidade civil é o nexo causal que é a grande figura na 
responsabilidade civil, é a ligação entre a conduta e o dano causado pelo agente 
(KRETZMANN, 2018). Assim, para que haja a obrigação de indenizar é preciso estabelecer 
que a conduta ensejadora da responsabilidade civil seja a causa, o liame, do prejuízo 
suportado pela vítima. 
Esse é o pressuposto indispensável da responsabilidade civil e o mais importante, é 
nele onde estabelece os limites do dever de indenizar. Silvio de Salvo Venosa (2003, p. 39) 
explica o nexo de causalidade como: 
O conceito de nexo causal, nexo etimológico ou relação de causalidade deriva das 
leis naturais. É o liame que une a conduta do agente ao dano. É por meio do exame 
da relação causal que concluímos quem foi o causador do dano. Trata-se de 
elemento indispensável. A responsabilidade objetiva dispensa a culpa, mas nunca 
dispensará o nexo causal. Se a vítima, que experimentou um dano, não identificar o 
nexo causal que leva o ato danoso ao responsável, não há como ser ressarcida. 
 
Sendo assim, para que seja caracterizado a responsabilidade civil, o nexo de 
causalidade é imprescindível, seja na responsabilidade objetiva ou na responsabilidade 
subjetiva deve sempre estar presente o nexo causal, uma vez que é possível o dever de 
indenizar sem a presença da culpa, mas nuncasem a prova da ligação entre a conduta do 
agente e o prejuízo sofrido pela vítima. 
De forma complementar Gonçalves (2021) define o nexo de causalidade como a 
ligação entre o ato ilícito praticado pelo agente e o dano sofrido pela vítima, de modo que sem 
essa relação não se admite a obrigação indenizatória. O nexo causal é previsto no art. 181 do 
Código Civil, assim é perceptível que a relação de causalidade é o que impõe os limites 
indenizatórios imputado a uma pessoa, desse modo o agente só responderá pelo dano que deu 
causa. 
O último pressuposto da responsabilidade civil é o dano que conforme ensina Tartuce 
(2021) o dano é um prejuízo, um mal, uma lesão a um bem jurídico tutelado causado a um 
terceiro. Desse modo não é possível falar em indenização sem que tenha o dano, esse dano 
pode ser tanto moral quanto material, é o principal aspecto da obrigação de reparação. 
Para Cavalieri (2020) o dano material é o dano que atinge o patrimônio da vítima, 
podendo atingir tanto coisas corpóreas, como um carro e uma casa, como também atingir 
coisas incorpóreas como um direito de crédito, é tudo aquilo que pode ser avaliado 
pecuniariamente. Nessa perspectiva o dano material ou também chamado de patrimonial pode 
ser classificado como o dano emergente que é aquela conduta ilícita que causa diminuição no 
13 
 
patrimônio da vítima, e em lucros cessantes é o dano que atinge as expectativas que a vítima 
tinha de um ganho no futuro. 
 Já Cahali (2000) estabelece que o dano moral por sua vez é a diminuição daquele bem 
jurídico que intrínseco na vida do homem, como a paz, tranquilidade, honra, integridade 
psicológica, tudo aquilo que abala seu patrimônio moral. Assim, o dano moral é qualquer 
violação que cause diminuição aos direitos de personalidade do ser humano. 
 
6 ABANDONO AFETIVO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 
BRASILEIRO ANALISADO A PARTIR DA JURISPRUDÊNCIA DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2021 
 
Com o enaltecimento do princípio da efetividade no ordenamento jurídico brasileiro 
que regem as relações familiares, surge diversos questionamentos no âmbito jurídico acerca 
da responsabilização por abandono afetivo, tendo em vista que, muitas crianças e adolescentes 
crescem sem ter qualquer tipo de amparo dos genitores em sua formação, caracterizando o 
abandono afetivo. (BONINI et al ,2017). 
A falta de cuidado, a omissão ou negligência dos genitores para com a criança em 
desenvolvimento, pode provocar diversos problemas psíquicos e emocionais, e essa omissão 
poderá gerar possíveis responsabilizações, tendo em vista que não é apenas a falta do afeto 
que caracteriza o abandono afetivo (ALMEIDA, 2020). Logo, percebe-se a importância da 
presença do genitor na vida do menor, que tem como dever criar condições para que o filho 
desenvolva em um ambiente saudável, sendo o dever de sustento apenas fragmento da 
paternidade. 
Contudo, ainda existe muita divergência doutrinária e jurisprudencial quanto ao 
abandono afetivo, principalmente versando na possibilidade (ou não) da indenização por 
abandono afetivo no nosso ordenamento jurídico, e essa discussão adentra as áreas da 
responsabilidade civil, em que traz em seu bojo, a argumentação da impossibilidade a 
judicialização do amor, ao mesmo tempo em que outros defendem a crença apenas do real 
cumprimento do dever jurídico da criação, da assistência moral e afetiva (NETA e SILVA, 
2019). 
É nesse sentido a Quarta Turma em junho de 2018 no julgamento de um Agravo 
Interno no Agravo em Recurso Especial Nº 492.243, que teve como Relator o Ministro 
Marcos Buzzi, tem firmado sobre a impossibilidade da responsabilização no abandono 
afetivo, conforme se demonstra: 
14 
 
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO (ART. 544 do CPC/73) - AÇÃO 
DE EXONERAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA - RECONVENÇÃO - 
DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO . 
INSURGÊNCIA DO REQUERIDO/RECONVINTE. 
2. Este Superior Tribunal de Justiça já afirmou entendimento no sentido de não ser 
possível falar em abandono afetivo antes do reconhecimento da paternidade. 2.1. "O 
dever de cuidado compreende o dever de sustento, guarda e educação dos filhos. 
Não há dever jurídico de cuidar afetuosamente, de modo que o abandono afetivo, se 
cumpridos os deveres de sustento, guarda e educação da prole, ou de prover as 
necessidades de filhos maiores e pais, em situação de vulnerabilidade, não configura 
dano moral indenizável." (REsp 1579021/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL 
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 29/11/2017). 2.2. A 
revisão do entendimento da Corte de origem quanto ao cumprimento dos deveres da 
paternidade pelo recorrido, com o afastamento do abandono afetivo na espécie, 
somente seria possível mediante o reexame do acervo fático-probatório dos autos, o 
que não se permite na via estreita do recurso especial por força da Súmula 7/STJ. 
(AgInt no AREsp 492243/SP, Rel. Ministro Marcos Buzzi, QUARTA TURMA, 
julgado em 05/06/2018, DJe 12/06/2018). 
 
Em seu voto o Ministro firma entendimento que a falta de afeto no âmbito familiar não 
enseja um ilícito civil indenizável pecuniariamente, pois não existe norma no nosso 
ordenamento jurídico a obrigatoriedade de sentimento, e a indenização pecuniária não 
restaura sentimentos não vivenciados, podendo a indenização prejudicar a reconstrução dos 
laços familiares. Entretanto, apesar do entendimento firmado na Quarta Turma, o relator em 
seu voto, não descartou a possibilidade de compensação por danos morais em razão do 
abandono psicológico, porém, desde que se demonstrasse o ilícito civil, que ultrapasse o mero 
dissabor. 
É nesse ponto de vista que Vasconcelos (2021) elucida que apesar da afetividade no 
mundo jurídico ser tratado como princípio, o afeto é um sentimento que nasce das relações 
intrínsecas familiares, uma compreensão intuitiva, não podendo obrigar o afeto e o cuidado a 
ser correspondido, tendo em vista que são sentimentos involuntários. Assim, é notório que a 
principal discussão sobre o abandono afetivo recai sobre a possibilidade da intervenção estatal 
no sentimento mais íntimo das relações familiares, e sobre uma possível monetização do 
afeto. 
Assim, nessa vertente surge o questionamento acerca da indenização ser capaz de 
reparar todo o dano causado, e se através da pecúnia seria capaz de restaurar todos os 
prejuízos psíquicos ou moral, por mais que seja atribuído uma alta quantia. Logo, se 
vislumbra que a indenização acaba ganhando o caráter punitivo aos genitores que não agiram 
com o afeto necessário durante a formação do filho (ALVES, 2013). 
Verifica-se que a Quarta Turma do STJ tem firmado precedentes pela não aplicação do 
dever de reparação aos casos de abandono afetivo, fundamentando na corrente que quando o 
genitor cumpre com seu dever de sustento, é o suficiente para não configurar hipótese de dano 
15 
 
moral indenizável, é o que se observa no julgamento do Agravo Interno no Agravo Em 
Recurso Especial Nº 1.286.242 em outubro de 2019, pelo Relator Ministro Luís Felipe 
Salomão, in verbis: 
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ABANDONO DE MENOR. DANOS MORAIS. 
MATÉRIA QUE DEMANDA REEXAME DE FATOS E PROVAS. SUMULA 7 
DO STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 
2. O STJ possui firme o entendimento no sentido de que "O dever de cuidado 
compreende o dever de sustento, guarda e educação dos filhos. Não há dever 
jurídico de cuidar afetuosamente, de modo que o abandono afetivo, se cumpridos os 
deveres de sustento, guarda e educação da prole, ou de prover as necessidades de 
filhos maiores e pais, em situação de vulnerabilidade, não configura dano moral 
indenizável." (REsp 1579021/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, 
QUARTA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 29/11/2017). 
3. O Tribunal de origem, amparado no acervo fático - probatório dos autos concluiu 
que: " Não houve comprovação de abandono afetivo ou materialdos pais em relação 
à filha, de modo a configurar um ilícito ensejador de dano moral.". Dessa forma, 
alterar o entendimento do acórdão recorrido sobre a não comprovação dos requisitos 
caracterizados da responsabilidade civil demandaria, necessariamente, reexame de 
fatos e provas, o que é vedado em razão do óbice da Súmula 7 do STJ. (AgInt no 
AREsp 1286242/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 08/10/2019, DJe 15/10/2019). 
 
Dessa forma entendeu o relator Ministro Luís Felipe Salomão no caso em análise ao 
negar provimento ao recurso, votando no seguinte sentido de que não houve comprovação de 
abandono afetivo ou material dos pais em relação à filha, de modo a configurar um ilícito 
ensejador de dano moral. 
 Todavia, surgem correntes doutrinarias e jurisprudenciais que defendem a 
responsabilização em decorrência do abandono afetivo, em que a falta do convívio familiar 
estaria infringindo princípios constitucionais, sendo passiveis de uma possível indenização. 
Considerando que a Constituição Federal atribui incumbências aos genitores, e repudia 
qualquer omissão ou negligência. 
É nesse sentido que argumentou a Ministra Nancy Andrighi, da 3° turma do Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de caso de abandono afetivo no Recurso Especial nº. 
1.159.242-SP, que enfatizou em seu relatório, “Amar é faculdade, cuidar é dever”. 
Nessa perspectiva que Nogueira (2018) demonstra que a criança durante seu 
desenvolvimento é totalmente dependente dos seus genitores, não limitando apenas as 
dependências financeiras, mas fundado no apoio e na presença paterna presente ao longo de 
sua vida, e essa ausência, prejudica sua formação como ser humano. Nesse viés que surge 
para a doutrina a ideia de reparação diante essa omissão, aos danos desenvolvidos na 
formação do ser humano enquanto sujeito de direito. 
16 
 
Nessa mesma fundamentação jurídica que temos a recente decisão da Terceira Turma 
do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial Nº 1.887.697 em 
setembro de 2021, que teve como Relatora a Ministra Nancy Andrighi: 
EMENTA: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. 
ABANDONO AFETIVO. 
REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. PEDIDO JURIDICAMENTE POSSÍVEL. 
APLICAÇÃO DAS REGRAS DE RESPONSABILIDADE CIVIL NAS 
RELAÇÕES FAMILIARES. 
OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS E PERDA DO PODER FAMILIAR. 
DEVER DE ASSISTÊNCIA MATERIAL E PROTEÇÃO À INTEGRIDADE DA 
CRIANÇA QUE NÃO EXCLUEM A POSSIBILIDADE DA REPARAÇÃO DE 
DANOS. RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DOS PAIS. PRESSUPOSTOS. AÇÃO 
OU OMISSÃO RELEVANTE QUE REPRESENTE VIOLAÇÃO AO DEVER DE 
CUIDADO. EXISTÊNCIA DO DANO MATERIAL OU MORAL. NEXO DE 
CAUSALIDADE. REQUISITOS PREENCHIDOS NA HIPÓTESE. 
CONDENAÇÃO A REPARAR DANOS MORAIS. CUSTEIO DE SESSÕES DE 
PSICOTERAPIA. DANO MATERIAL OBJETO DE TRANSAÇÃO NA AÇÃO 
DE ALIMENTOS. INVIABILIDADE DA DISCUSSÃO NESTA AÇÃO. 
3- É juridicamente possível a reparação de danos pleiteada pelo filho em face dos 
pais que tenha como fundamento o abandono afetivo, tendo em vista que não há 
restrição legal para que se apliquem as regras da responsabilidade civil no âmbito 
das relações familiares e que os arts. 186 e 927, ambos do CC/2002, tratam da 
matéria de forma ampla e irrestrita. Precedentes específicos da 3ª Turma. 
4- A possibilidade de os pais serem condenados a reparar os danos morais causados 
pelo abandono afetivo do filho, ainda que em caráter excepcional, decorre do fato de 
essa espécie de condenação não ser afastada pela obrigação de prestar alimentos e 
nem tampouco pela perda do poder familiar, na medida em que essa reparação 
possui fundamento jurídico próprio, bem como causa específica e autônoma, que é o 
descumprimento, pelos pais, do dever jurídico de exercer a parentalidade de maneira 
responsável. 
6- Para que seja admissível a condenação a reparar danos em virtude do abandono 
afetivo, é imprescindível a adequada demonstração dos pressupostos da 
responsabilização civil, a saber, a conduta dos pais (ações ou omissões relevantes e 
que representem violação ao dever de cuidado), a existência do dano (demonstrada 
por elementos de prova que bem demonstrem a presença de prejuízo material ou 
moral) e o nexo de causalidade (que das ações ou omissões decorra diretamente a 
existência do fato danoso) (REsp 1698728/Ms, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/09/2021, DJe 23/09/2021) 
No julgamento exposto, a recorrente afirma que seu genitor com o fim do 
relacionamento com sua genitora, deixou de participar ativamente da vida da sua filha, e que 
em decorrência de abandono, desenvolveu diversos problemas psicológicos como 
desenvolveu paralisia nas pernas, tremedeiras, precisando se valer de tratamento psicoterápico 
desde 2010. 
Ainda no julgamento a Ministra Nancy Andrighi fundamenta em seu voto: 
A obrigação de natureza alimentícia materializa apenas o dever de assistência 
material dos pais em relação à prole e não é suficiente para que os pais se sintam 
livres de qualquer obrigação dali em diante, ao passo que a perda do poder familiar 
visa a proteção da integridade da criança, de modo a lhe ofertar, por outros meios, a 
criação e educação negada pelos pais, mas não serve para compensar o efetivo 
prejuízo causado ao filho. (BRASIL, 2021) 
 
17 
 
Desse modo, a tese é fundada na possibilidade de condenação dos pais em reparação 
dos danos morais pelo abandono afetivo, é preciso verificar nos autos, a presença de todos os 
pressupostos da responsabilidade civil. Ademais, ficou claro na decisão da Ministra, que o 
dano e o nexo de causalidade foram corroborados pelas provas produzidas nos autos, 
majorando uma indenização no valor de R$ 30.000.00 (trinta mil reais) em desfavor do 
genitor, observando sua capacidade financeira e os danos provocados na vítima, que foi 
seguido pelo Ministro Ricardo Villas Boas Cueca. 
Outro julgado recente pela Terceira Turma do STJ que tem firmado precedente 
contrário a Quarta Turma, com a relatoria do Ministro Moura Ribeiro, no acordão do 
julgamento do Recurso Especial Nº 1.698.728 em maio de 2021: 
EMENTA: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. ADOÇÃO. 
DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR E ABANDONO AFETIVO. 
CABIMENTO. EXAME DAS ESPECÍFICAS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS DA 
HIPÓTESE. CRIANÇA EM IDADE AVANÇADA E PAIS ADOTIVOS IDOSOS. 
(...) CONDENAÇÃO DOS ADOTANTES A REPARAR OS DANOS MORAIS 
CAUSADOS À CRIANÇA. POSSIBILIDADE. CULPA CONFIGURADA. 
IMPOSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL. 
VALOR DOS DANOS MORAIS. FIXAÇÃO EM VALOR MÓDICO. 
OBSERVÂNCIA DO CONTEXTO FÁTICO. EQUILÍBRIO DO DIREITO À 
INDENIZAÇÃO E DO GRAU DE CULPA DOS PAIS, SEM COMPROMETER A 
EFICÁCIA DA POLÍTICA PÚBLICA. DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR. 
CONDENAÇÃO DOS PAIS DESTITUÍDOS A PAGAR ALIMENTOS. 
POSSIBILIDADE. ROMPIMENTO DO PODER DE GESTÃO DA VIDA DO 
FILHO, MAS NÃO DO VÍNCULO DE PARENTESCO. MAIORIDADE CIVIL 
DA FILHA. FATO NOVO RELEVANTE. RETORNO DO PROCESSO AO 
TRIBUNAL COM DETERMINAÇÃO DE CONVERSÃO EM DILIGÊNCIA. 
OBSERVÂNCIA DO BINÔMIO NECESSIDADE DA ALIMENTADA E 
POSSIBILIDADE DOS ALIMENTANTES. (REsp 1698728/Ms, Rel. Ministro 
MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/05/2021, DJe 
13/05/2021). 
 
Observa-se que que a Terceira Turma em sua maioria deu provimento parcial no ponto 
estabelecido a indenização pelo abandono afetivo, arbitrando um valor de R$ 5.000.000 
(cinco mil reais) de indenização. No caso analisado a parte recorrente, alega que em sua 
família adotiva sofreu maus tratos, gerando grave abalo e traumas psíquicos em sua formação. 
Entretanto, é preciso estabelecer que para configuração da responsabilidade civil em 
decorrência do abandono afetivo é necessário que esteja presente alguns pressupostos, como a 
conduta do genitor em descumprir o dever de cuidado, seja material ou psicológico, a 
comprovação do dano sofrido de sua prole, podendo ser moral ou psicológico, e que os danos 
sofridostenham sido decorrentes da conduta da omissão do genitor (CORREA, 2019). Assim, 
somente nessas circunstâncias poderia se pleitear uma possível responsabilização civil no 
poder judiciário, como se verifica nos julgados jurisprudenciais do STJ, que é imprescindível 
estar presente ao caso os pressupostos da responsabilidade civil. 
18 
 
Nesse ponto de vista Hironaka (2006) argumenta no sentido de que o nexo de 
causalidade essencial para a aplicação do dever de indenizar no abandono afetivo são as 
consequências nocivas que ocorrerá na intimidade moral do filho, pelo abandono culposo 
praticado pelo genitor. 
Ademais, vale ressalta as lições de Karow (2012), para relacionar os pressupostos da 
responsabilidade civil na aplicação aos casos de abandono afetivo: 
(...) inicialmente é necessário (a) que haja um fato: a conduta omissiva de um dos 
genitores, a ponto de privar o filho da convivência, aleijando-se voluntariamente de 
forma física e emocional, ou ainda, a conduta comissiva através de reiteradas 
atitudes de desprezo, rejeição, indiferença e humilhação, em ambas, gerando 
desamparo afetivo, moral e psíquico. Posteriormente, (b) que possa ser imputado a 
alguém: este fato em regra somente pode ser imputado a um dos genitores, aqui a 
palavra na ampla acepção, não excluindo nem mesmo os genitores por adoção. 
Necessário ainda (c) que se tenha produzido danos: diante da conduta que se 
apresenta é preciso que a criança tenha sofrido danos em sua personalidade, na raiz 
de sua dignidade. Outro elemento requerido é que (d) esses danos possam ser 
juridicamente considerados como causados pelo ato ou fato praticado: impõe 
obviamente aqui o nexo casual, que da conduta do genitor tenha causado ao menor 
os danos alegados, as máculas na personalidade e ou psicopatias. Por derradeiro, 
prescinde de uma condição suplementar, (e) que o dano esteja contido no âmbito da 
função de proteção assinada, aqui se vislumbra que o dano sofrido pelo amor deve 
ser o objeto jurídico tutelado pelo ordenamento jurídico (KAROW,2012, p.229-
221). 
Nessa conjuntura, complementa Silva (2004) que ao buscar a indenização pelo 
abandono não está atribuindo um preço ao amor, mas apenas alertando ao genitor que o 
simples apoio financeiro não o exonera de seu dever de pai. 
Desse modo, apesar de ainda haver bastante divergência, grande parte da doutrina 
defende a responsabilidade civil por abandono afetivo, todavia, é necessário que se demonstre 
em cada caso a conduta do agente, o dano e o nexo que liga a conduta do autor com o dano. 
Assim nota-se que o Superior Tribunal de Justiça, tem julgado de maneira diversificada 
acerca do assunto, principalmente observando-se as recentes decisões da Terceira Turma e a 
Quarta Turma. Tem se firmado duas correntes distintas, de um lado o posicionamento da 
Terceira turma que tem firmando entendimento na possibilidade de ajuizamento de 
indenização no abandono afetivo, quando se conseguir demonstrar nos laudos probatórios, os 
pressupostos da responsabilidade civil, enquanto a Quarta Turma do STJ tem defendido em 
seus julgados a impossibilidade da ocorrência do dano moral por abandono afetivo. 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Pode-se observar a partir da pesquisa realizada a evolução no conceito de família, 
através da Constituição Federal de 1988 trouxe novas concepções e significados as entidades 
19 
 
familiar, que rompeu barreiras e quebrou paradigmas impostos pela sociedade, ganhando cada 
vez mais liberdade as novas escolhas da família. Trazendo ainda o princípio da afetividade 
como principal alicerce para as mudanças ocorridas não somente na seara do direito de 
família, mas em diversas áreas do direito. 
Sendo assim, com o afeto sendo o princípio basilar das relações familiares, surge 
questionamentos acerca da responsabilização ante o descumprimento do dever de cuidado dos 
pais ao abandonarem afetivamente seus filhos e as possíveis consequências no 
desenvolvimento da criança, descumprindo veemente o que expressa nossa Constituição. 
Nessa perspectiva esse questionamento tem dividido cada vez mais os doutrinadores 
como também a jurisprudência ficando a cargo do poder judiciário resolver essa controvérsia, 
tem se levantando cada vez mais apontamentos sobre o dever de reparação nos casos de 
abandono afetivo, o que tem gerado debates sobre a monetização do afeto nas relações 
familiares. 
Assim verificado que o abandono afetivo apesar das diferentes divergências pode 
trazer consequências a luz do instituto da Responsabilidade Civil, todavia, é necessário a 
presença dos requisitos essenciais para sua caracterização, não bastando apenas da omissão do 
afeto, é essencial que se demonstre os danos que a criança ou adolescente sofreu em 
decorrência desse abandono que prejudicaram seu desenvolvimento físico moral ou 
psicológico. 
Importante destacar que a indenização não tem o objetivo de restabelecer a falta de 
afeto e de cuidado que não foram oferecidos a criança durando seu desenvolvimento, não 
tendo o poder judiciário controle de criar sentimentos que são espontâneos e intrínsecos das 
relações humanas, mas tem a finalidade de amenizar os sentimentos de perda, dor, angústia e 
sofrimento e todo dano causado pelo abandono, com o propósito também de evitar que casos 
similares se tornem recorrentes. 
Desse modo, observa-se que a partir da pesquisa jurisprudencial realizada entre o 
período de 2018 a 2021 do Superior Tribunal de Justiça se mostrou cada vez menos uniforme 
a respeito do dever de indenizar em decorrência do abandono afetivo, tendo em vista que 
turmas do STJ especializadas em julgamento do direito privado, tem se comportado de 
maneira oposta. 
Assim, enquanto a Terceira Turma, tem firmado precedentes de que é juridicamente 
possível, tendo em vista que como não há nenhum impedimento legal para aplicação da 
responsabilidade civil no nosso ordenamento jurídico aos casos de abandono afetivo, contudo, 
20 
 
desde que comprovado presentes os pressupostos da responsabilidade, não sendo a mera 
assistência financeira suficiente para compensar os prejuízos do abandono. 
Todavia, na jurisprudência analisada da quarta turma, tem-se adotado precedentes 
divergentes da Terceira Turma, não aplicando o dever de indenizar no abandono afetivo por 
não haver uma norma regulamentando o dever de reparação no abandono, e por entender que 
a reparação pecuniária não é capaz de restaurar sentimentos não vividos, entretanto, não 
rechaçando a hipótese da indenização. 
Portanto, do ponto de vista jurídico, ainda que o tema ainda enseja muita discussão e 
dissenso, as recentes jurisprudências do STJ, não descartou a possibilidade do dever de 
indenizar, mesmo nos casos julgados pela quarta turma que tem se demonstrados cautelosos 
acerca do tema, se vislumbrando em um futuro próximo uma possível uniformização da 
jurisprudência sobre a temática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
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