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Documentação de Acervo MuseológicoAcessibilidade em Museus Sumário Módulo 2 – Organização - instrumentos de gestão ..................................................3 Introdução ...............................................................................................................3 Número de Registro e Marcação do Objeto ..............................................................4 Entre os principais processos de marcação estão: .................................................9 Fotos de marcação vinculada ao objeto ..................................................................9 Livro-tombo e Inventário .......................................................................................13 Fotos de livros-tombo .............................................................................................16 Inventário .................................................................................................................16 O objeto dentro do museu .......................................................................................17 Vocabulário Controlado e Tesauros (Thesaurus) ....................................................19 Catalogação ..........................................................................................................22 Número de registro e marcação de objetos ...........................................................30 Controle de Movimentação e Localização ..............................................................30 Movimentação interna ............................................................................................31 Movimentação externa ............................................................................................33 Encerramento do módulo 2 ....................................................................................37 3 Módulo 2 – Organização - instrumentos de gestão Introdução Bem-vindos ao Módulo 2. Aqui você perceberá que documentar cada item de um museu, de maneira que sua identificação seja eficaz, não é tarefa fácil. Como observa Fernanda de Camargo- Moro, para que a documentação seja exitosa “é preciso estabelecer um sistema de documentação apropriado para o acervo do museu (...), baseando-se em estruturas técnicas gerais e especializadas, bem como estabelecendo uma série de convenções”, que permitam uma padronização básica essencial. (MORO, 1986) Os sistemas de documentação museológica equivalem aos que, em Biblioteconomia e na Ciência da Informação, recebem a denominação de sistemas de recuperação de informação. Segundo Helena Dodd Ferres, em linhas gerais um Sistema de Documentação Mu- seológica se define por: 1. Objetivos § Conservar os itens da coleção § Maximizar o acesso aos itens § Maximizar o uso da informação contida nos itens 2. Função § Estabelecer contato efetivo entre as fontes de informação (objetos) e os usuários. 3. Componentes § Entradas: Seleção Formas de Aquisição § Organização e Controle: Registro Número de identificação/marcação Armazenagem/localização 4 Classificação/Catalogação Indexação § Saídas: Recuperação Disseminação. (Ferrez, 1994) Acerca da estrutura de um Sistema de Documentação Museológica, como exemplifi- cado por Ferrez, este curso já evidenciou, em seu Módulo 1, os objetivos, as funções e até iniciou o debate sobre as razões e as formas de “entrada” de bens culturais em um museu. Agora, neste Módulo 2, vamos mergulhar no fazer prático da documentação: a Orga- nização e o Controle. Vamos iniciar com o passo 1 de todo esse processo de controle: a criação de um número de registro e como fazer a marcação de um objeto. Número de Registro e Marcação do Objeto Denomina-se inventário o levantamento individualizado e completo dos bens relativos a uma instituição, abrangendo registro, identificação e classificação. Vamos, então, ao registro: O número de registro é a numeração do objeto museológico, visando à sua identificação. Para Renata Cardozo Padilha, essa é “uma atividade indispensável para a autenticidade e segurança do objeto museológico, bem como para a recuperação imediata das suas informações documentais. Para tanto, deve-se considerar o número de registro e o tipo de marcação em cada objeto adquirido pelo museu: essas ações precisam ser cuidadosamente pensadas antes de ser aplicadas nas peças. Destacam-se algumas sugestões referentes ao modo de criar o número de registro e a forma como ele deverá ser marcado no objeto, dependendo de sua tipologia” (PADILHA, 2014. p. 41). Como criar o número de registro? “A criação do número de registro deve estabelecer uma ordenação que facilite o acesso à informação, pois é esse acesso que definirá uma documentação funcional para todas as práticas do museu” (PADILHA, 2014. p. 42). Padilha segue observando que, por 5 mais que se façam recomendações técnicas baseadas nos princípios da museologia, no que tange ao registro dos objetos há mais de uma forma para numeração. Assim, cada instituição adota a norma que melhor lhe convier (CÂNDIDO, 2006). Quanto aos tipos de código, eles podem ser: § “NUMÉRICO – é utilizado para a codificação somente com números. Pode ser bipartido, dividido em duas partes; nesse caso, é separado por representação de duas numerações diferentes” (PADILHA, 2014. p. 42). Sequência: ANO DE AQUISIÇÃO DO OBJETO (SÍMBOLO DIVISOR) NUMERAÇÃO SEQUENCIAL 14.001 14/001 14-001 ou 2014.001 2014/001 2014-001 14.001 Numeração sequencial Símbolo divisor Ano de aquisição do objeto (Exemplo retirado de: PADILHA, 2014). Renata Padilha trouxe o seguinte exemplo: No ano de 2014, 5 objetos foram adquiridos pelo museu. “São registrados no acervo os números: 2014/0001, 2014/0002, 2014/0003, 2014/0004, 2014/0005. No próximo ano de 2015, serão adquiridos 15 objetos, que terão o seguinte registro sequencial: 2015/0006, 2015/0007, 2015/0008, 2015/0009, 2015/0010, 2015/0011, 2015/0012, e assim sucessivamente” (PADILHA, 2014. p. 42). Exemplo § ALFANUMÉRICO - é a codificação elaborada a partir de letras e números. Pode ser bipartido ou tripartido; o primeiro considera a divisão em duas partes e o segundo em três partes. Ambos são intercalados com letras e números. 6 FP/001 FP-001 FP.001 ou IV/001 IV-001 IV.001 (Exemplo retirado de : PADILHA, 2014). FP.001 Numeração sequencial Numeração sequencial Símbolo divisor Símbolo divisor Sigla da coleção Sigla da coleção FP.001 Bipartido MRP/FP/001 MRP-FP-001 MRP.FP.001 ou ou MRP/IV/001 MRP-IV-001 MRP.IV.001 (Exemplo retirado de : PADILHA, 2014). MRP.IV.001 MRP.FP.001 Numeração sequencial Numeração sequencial Símbolo divisor Símbolo divisor Símbolo divisor Símbolo divisor Sigla da coleção Sigla da coleção Sigla do museu Sigla do museu Tripartido Padilha informa que essa numeração romana pode servir para representar as diferentes coleções de um museu, nos casos em que as coleções são separadas por tipologia de acervo ou de formato. Para todos os casos apresentados acima: quando o objeto possuir partes divididas que compõem sua estrutura (e Padilha observa que devem ser consideradas todas as partes que puderem ser retiradas do objeto), o número de registro deverá ter a mesma numeração incluída em todas as partes; porém, é necessário conter números ou letras minúsculas para representar as subdivisões. (Exemplo retirado de: PADILHA, 2014). Com número: MRP.FP.001.1 (bule) MRP.FP.001.2 (Tampa) Com letra: MRP.IV.001.a (bule) MRP.IV.001.b (tampa) ou Exemplo 7 Ao final, Padilha ainda faz uma observação (recheada de exclamações) avisando aos leitores que não se esqueçam de documentar no regimento interno do museu a definição do número de registro que será adotado pela instituição. A comissão de acervo do museu, junto aos demais servidores/trabalhadores da instituição, precisa estudar qual a melhor codificação para atender a seu acervo museológico para que ele seja padronizado. É necessáriolembrar que o número de registro dado a um objeto é permanente. Mesmo que seja dada baixa a este objeto, o número continua a ser dele, sendo intransferível, não podendo ser reutilizado para outro objeto. Importante Como marcar a numeração nos diferentes tipos de objeto? Deve-se levar em conta os diferentes tipos de materiais e formatos dos objetos, ao se registrar o número em sua superfície. “No que diz respeito à conservação, recomenda- se a utilização de materiais para o registro no objeto que não irão agredi-lo, e que, de preferência, seja utilizada uma camada de proteção entre o objeto e o registro” (PADILHA, 2014. p. 44). Ao registrar, escreva um número pequeno, legível e que não prejudique a estética e a estrutura física do objeto (mas que seja facilmente encontrável, padronizado e reversível em caso de necessidade). Lembre-se de que o código de identificação serve para a organização e a recuperação dos objetos pelos profissionais do museu, e não para o público. Portanto, o número deve ser discreto para usos expositivos. Dica 8 Entre os principais processos de marcação estão: Marcação no próprio objeto No caso de marcação no próprio objeto: “realizar limpeza no local que será feito o registro, seguindo instruções de um conservador; passar uma camada de verniz no local e após registrá-lo com tinta nanquim (preta ou branca) ou com caneta permanente; e, por fim, passar outra camada de verniz para protegê-lo. Deve-se atentar para os objetos em papel, no qual a marcação deverá ser realizada com lápis 6B macio” (PADILHA, 2014. p. 44). Fotos de marcação no próprio objeto Marcação - carruagem. Museu Histórico Nacional – Ibram Reserva técnica. Marcação no próprio objeto - busto. Museu Histórico Nacional - Ibram Marcação no próprio objeto com caneta nanquim. Museu das Missões - Ibram Marcação no próprio objeto em tela. Museu da República – Ibram 9 Reserva técnica. Marcação no próprio objeto - busto de médio porte. Museu Histórico Nacional – Ibram Marcação do número de registro em madeira. Museu da República - Ibram Entre os principais processos de marcação estão: Marcação vinculada ao objeto No caso de marcação vinculada ao objeto: indica-se a utilização de etiquetas de papel (neutro) e pano (algodão ou linho cru) afixadas no objeto, ou – em alguns casos – no seu próprio suporte de acondicionamento. É comum que muitos museus amarrem etiquetas ao objeto, com um barbante ou cordão de algodão cru. No entanto, essa prática utilizada sozinha pode ocasionar risco de dissociação: perda das informações do objeto. Fotos de marcação vinculada ao objeto Marcação vinculada ao objeto numismática. Museu Histórico Nacional – Ibram 10 Marcação vinculada ao objeto. Museu das Missões – Ibram Marcação vinculada ao objeto em tecido. Museu da República – Ibram Reserva Técnica. Marcação vinculada ao objetoarmaria. Museu Histórico Nacional - Ibram 11 Marcação vinculada ao objeto. Museu Histórico Nacional-Ibram Marcação vinculada ao objeto heráldica. Museu Histórico Nacional - Ibram Reserva Técnica - porta bustos - Museu Histórico Nacional - Ibram 12 Vocês lembram-se dos brinquedos que foram doados ao museu? Havia uma boneca de pano, um pião de madeira e alguns cartões de natal (papel). Após a higienização, você saberia onde e como fazer a marcação do número em cada um desses itens? Vejamos: A boneca de pano Na própria peça, haverá a costura de uma etiqueta de tecido com o número de registro. Isso ocorre porque as obras em suporte de tecido costumam ser marcadas com o número de registro escrito com caneta de tecido em uma pequena etiqueta, a qual será costurada à peça. Portanto, observe: a boneca não será marcada diretamente pela caneta. Essa etiqueta é comumente costurada em local que não prejudique o visual da peça – provavelmente atrás da boneca. Caso haja uma embalagem, essa também deve ter a marcação do mesmo número de registro do objeto. O pião de madeira Existe mais de um procedimento que pode ser adotado. Na própria peça, pode-se escrever o número de registro com caneta para retroprojetor ou nanquim branco ou preto, de preferência na parte posterior. Ou confeccionar etiqueta em papel com cadarço de algodão que fique fixado ao objeto. Os cartões de natal As obras em suporte de papel costumam ser marcadas com o número de registro no reverso, com lápis do tipo 6B. No reverso, o canto onde se faz a marcação (se esquerdo ou direito; se inferior ou superior), depende da padronização adotada pelo museu. Seja onde for, o padrão deve ser seguido. As obras em suporte de papel ficam acondicionadas em papel salto neutro (como um envelope). A embalagem também deve ter a marcação do mesmo número de registro da peça. Siga o objeto 13 É proibido o uso de rótulos e etiquetas autoadesivas, tais como: durex, fitas adesivas, esparadrapos, colas látex, colas caseiras, entre outras, na marcação dos objetos. Importante Livro-tombo e Inventário Você pode se perguntar: qual a diferença entre um livro-tombo e um Inventário? Tanto o livro-tombo quanto o Inventário são documentos criados pelos museus para registrarem todos os objetos que fazem parte dos seus acervos: eles servem para atender a uma demanda administrativa. Eles permitem que a instituição tenha o controle do objeto que entra, sai, ou que, porventura, é perdido ou roubado. Caso um objeto seja roubado, deve ser incluído no Cadastro de Bens Mu- sealizados Desaparecidos – CBMD, que reúne informações sobre itens de- saparecidos de acervos pertencentes aos museus. O cadastro tem como objetivo possibilitar o rastreamento, a localização e a recuperação desses bens. A criação de uma base de dados nacional relativa aos bens de mu- seus é um passo importante no combate aos roubos de bens culturais. O objetivo é coibir o comércio ilegal de arte brasileira. Saiba mais Qual a diferença entre um inventário e um livro-tombo? O livro-tombo legitima o objeto como documento e bem cultural da instituição, ou seja: como rol de sua propriedade. Dessa forma, ele deve ser aberto em cartório. Como o livro-tombo é uma prática antiga das instituições museológicas, muitos museus públicos ainda o possuem, mas atualmente outros controles já foram criados para dar entrada no patrimônio, como o Sistema Integrado de Administração de Serviços - SIADS para a União. http://sca.ibram.gov.br/cbd_publico/ http://sca.ibram.gov.br/cbd_publico/ 14 Já o Inventário não precisa ser aberto em cartório. Alguns museus o possuem, embora muitos ainda tenham seus livros-tombo por tradição. Como este curso destina-se a trabalhadores de todos os tipos de museus, vamos falar tanto de um quanto de outro. Livro-tombo Para a concepção de um livro-tombo, “recomenda-se a utilização de um caderno de ata ou de livro criado para esse fim. O livro-tombo deve ser manuscrito e não pode ser rasurado; por isso se sugere que o museu crie uma boneca (rascunho) para tes- tar antes de elaborar o documento efetivo. O livro-tombo necessita de um Termo de Abertura e de um de Fechamento (quando for o caso), assim como de um conjunto de informações que compõe a parte interna do livro” (PADILHA, 2014). Sua numeração é corrida, não sendo admitidas repetições nem reutilizações. O livro deve ser preenchi- do com tinta preta para as entradas, e tinta vermelha para baixa (saída), riscando-se o objeto. Após o termo de abertura, deve-se apresentar o glossário de preenchimento para cada informação. Outro livro similar é usado para dar entrada nos empréstimos de longo e curto prazos, no qual são criados números de registro temporário. Ou seja: o que não é propriedade do museu não entra no livro-tombo! Modelo de termo de abertura para o livro-tombo TERMO DE ABERTURA Este Livro-tombo pertence ao Museu _____________, cujo objetivo é registrar bens culturais de cunho _____________ adquiridos pelo museu, contém _______________ folhas numeradas e rubricadas pelo responsável do acervo e pela direção da instituição. _____CIDADE ____, ____DIA ____ de ___ MÊS ____ de ____ ANO _____. ___________________________ Responsável pelo acervo ___________________________ Diretor (a) do museu Modelo de termo de abertura para o Livro-tombo Fonte: Renata Cardozo Padilha. 15 Modelo de termo de fechamento para o livro-tombo TERMO DE FECHAMENTO Este Livro–tombo pertence ao Museu _____________, cujo objetivo foi o registro bens culturais adquiridos pelo museu, contém _______________ folhas numeradas e rubricadas pelo responsável do acervo e pela direção da instituição. _____ CIDADE ____, ____DIA ____ de ___ MÊS ____ de _____ ANO _____. ___________________________ Responsável pelo acervo ___________________________ Diretor (a) do museu Modelo de termo de fechamento para o Livro-tombo Fonte: Renata Cardozo Padilha. Modelo de termo de abertura para o livro-tombo Nº de tombo Nº de registro Objeto Data de aquisição Tipo de aquisição Descrição intrínseca Descrição extrínseca Estado de conservação Observação Modelo de termo de abertura para o Livro Tombo Fonte: Renata Cardozo Padilha. “Número de tombo – é o registro de tombamento, que identifica o objeto como patrimônio da instituição, realizado a partir de uma numeração corrida. Número de registro – número estipulado pelo museu para o registro de identificação do objeto no acervo. Objeto – diz respeito à informação que apresenta o que é o objeto, como, por exemplo, xícara, cadeira, entre outros. Data de aquisição – é a informação referente à data que o objeto é adquirido pelo museu. Tipo de aquisição – é a forma como o objeto foi adquirido pelo museu. Descrição intrínseca – trata-se das informações físicas do objeto, como, por exemplo, dimensão, material, marcas, entre outros. Descrição extrínseca – trata-se das informações de cunho simbólico e histórico; breve contextualização. Estado de conservação – diagnóstico referente às circunstâncias materiais em que se encontra o objeto. Observação – informações específicas sobre o objeto” (PADILHA, 2014). 16 Fotos de livros-tombo Capa do Livro de Registro de Obras de Arte do Museu Nacional de Belas Artes - Ibram. Interior do Livro de Registro de Obras de Arte do Museu Nacional de Belas Artes - Ibram. Inventário Em muitos textos, sobretudo os mais antigos, um inventário realizaria apenas a con- tagem de todos os objetos que fazem parte do museu, sendo criada uma lista nume- rada para controle e identificação geral do acervo museológico: um arrolamento. O registro do número e do nome do objeto seriam suficientes para uma identificação inicial no inventário. No entanto, como dissemos anteriormente, essa interpretação já não é mais tão restritiva e: tanto o Inventário quanto o livro-tombo servem para o mesmo fim – um controle administrativo do acervo, com alguns campos de metada- dos. 17 Para citar o exemplo mais significativo de que o inventário pode possuir alguns campos de identificação: temos o Estatuto de Museus (Lei n.11904/2009) e algumas resoluções normativas do Instituto Brasileiro de Museus - Ibram. Afinal, é o Estatuto de Museus que institui o Inventário Nacional de Bens Culturais Musealizados – INBCM, cuja definição dos diversos campos de metadados que o compõem já foi estabelecida em resoluções de 2014. Exemplo O objeto dentro do museu O Ibram publicou uma resolução que estabelece os elementos descritivos sobre o acervo museológico, bibliográfico e arquivístico que devem ser declarados ao INBCM. No entanto, como neste curso estamos falando apenas de acervo museológico, veremos abaixo os campos de metadados que o INBCM exige para este tipo de acervo: Resolução Normativa n. 1/2014 Resolução Normativa n. 2/2014: I - Elementos de descrição para identificação do bem cultural de caráter museológico: a) número de registro - informação obrigatória do registro individual definido pelo museu para identificação e controle do objeto dentro do acervo; b) outros números - informação facultativa de numerações anteriores atribuídas ao objeto, tais como números antigos e números patrimoniais; c) situação - informação obrigatória da situação em que se encontra o objeto, o seu status dentro do acervo do museu, com a marcação das opções: 1- localizado; 2 - não localizado; 3 - excluído; d) denominação - informação obrigatória do nome que identifica o objeto; Legislação http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=19&data=01/08/2014 18 e) título - informação facultativa da denominação dada ao objeto atribuído pelo autor, curador ou pelo profissional da documentação; f) autor - informação obrigatória do nome do autor do objeto (individual ou coletivo); g) classificação - informação facultativa da classificação do objeto segun- do o Thesaurus para Acervos Museológicos ou outros vocabulários con- trolados; h) resumo descritivo - informação obrigatória do resumo da descrição textual do objeto, apresentando as características que o identifiquem inequivocamente e sua função original; i) dimensões - informação obrigatória das dimensões físicas do objeto, considerando-se as medidas bidimensionais (altura x largura); tridimen- sionais (altura x largura x profundidade); circulares (diâmetro x espessu- ra) e peso; j) material / técnica - informação obrigatória dos materiais do suporte que compõem o objeto, hierarquizando sempre a sua maior área confeccio- nada/manufaturada e a técnica empregada na sua manufatura; k) estado de conservação - informação obrigatória do estado de conservação em que se encontra o objeto na data da inserção das informações; l) local de produção - informação facultativa da indicação geográfica do local onde o objeto foi confeccionado; m) data de produção - informação facultativa da data ou período de con- fecção/produção/manufatura do objeto; n) condições de reprodução - informação obrigatória com a descrição das condições de reprodução do objeto, indicando se há alguma restrição que possa impedir a reprodução/divulgação da imagem do objeto nos meios ou ferramentas de divulgação; o) mídias relacionadas - informação facultativa acerca da inserção de ar- quivos Fonte: http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2014/09/ ResolucaoNormativa2_INBCM.pdf 19 Vocabulário Controlado e Tesauros (Thesaurus) Quando falamos em um sistema de informações, precisamos sempre ter em mente o formato e os instrumentos pelos quais obteremos, organizaremos e recuperaremos a própria informação. Para a constituição lógica de um sistema de informações é necessário a elaboração de uma “linguagem artificial”, que consiga relacionar e padronizar, a entrada e a saída dos dados. Tal linguagem é chamada de Vocabulário Controlado - VC. O VC é basicamente constituído por uma lista de palavras-chave e termos padro- nizados utilizados para se referir a ideias, lugares, características físicas, eventos, assuntos, entre outros conceitos. Por intermédio desses procedimentos é possível a categorização, a indexação e a recuperação de dados, dentro de um sistema de infor- mações. Como elaborar um Vocabulário Controlado? O passo inicial é fazer um levantamento de vocabulário junto às fontes e às referências utilizadas por determinada área. Nessa fase também pode-se utilizar palavras- chave como material de indexação, visando a fácil recuperação de informações de documentos. Uma vez realizado esse levantamento prévio, efetua-se o registro. “Para ser útil, um Vocabulário Controlado deve refletir, de um lado, os ob- jetivos do sistema de informação para o qual foi elaborado e, de outro, a linguagem dos usuários. Por essa razão, sua construção é coletiva, requer trabalho integrado, colaborativo, envolvendo tanto os gerenciadores do sis- tema de informação quanto os usuários da informação. Além disso, é uma linguagem dinâmica que se desenvolve em consonância com a dinâmi- ca das áreas de conhecimento representadas no sistema de informação. Necessita, portanto, de atualização periódica”. (Fonte: Escola Nacional de AdministraçãoPública - ENAP, Versão 2: 03.12.2008. Prof. Dra. Nair Yumiko Kobashi Saiba mais Bem, agora que sabemos o que é um Vocabulário Controlado, vamos ver a sua apli- cação em museus? 20 De maneira geral, nos setores de documentação dos museus, o exemplo mais corri- queiro e difundido de termos e conceitos controlados é o “Thesaurus para Acervos Museológicos”. Sendo definido como um dicionário de ideias afins ou uma lista de palavras com significados semelhantes, o Tesauro é utilizado na classificação de ob- jetos, ordenando e interligando as suas informações em diversas categorias, classes e subclasses. Tesauro no Museu O Thesaurus (ou Tesauro) é um dicionário de ideias afins ou uma lista de palavras com significados semelhantes. Na área da Museologia, ele auxilia na classificação de objetos, sendo, portanto, uma representação do conhecimento muito utilizada pela Documentação, com classes e subclasses de informações interligadas, dialogando entre si e que, juntas, se complementam na construção de um instrumento de representação, isto é, o documento museológico. Ao abordar especificamente a Documentação Museológica, todo o registro, seja por meio do livro-tombo, seja por fichas de registro ou fichas de identificação de objetos, é considerado como forma de representação do conhecimento. Na busca de uma forma de representação aplicada às diversas áreas do conhecimento, o Tesauro aparece como um exemplo de sistema de classificação e indexação, sendo o exemplo de uma ferramenta construída a partir de um vocabulário controlado. Para se trabalhar com o Tesauro é necessário conhecer a sua arquitetura de planeja- mento: que delimita a área, define padrões e estabelece a classificação. Delimitar a área do conhecimento e de abrangência é imprescindível para tornar o trabalho executável. Na classificação, parte-se de uma classe de maior abrangência para uma mais restrita, de menor abrangência. Tal hierarquia faz uso da arquitetura da representação do conhecimento, as subclasses subordinadas às classes. 21 Como ficaria a classificação da nossa boneca de pano no Tesauro? Exemplo: Equipamento de Lazer e Esporte (Categoria ou Classe) Equipamento Lúdico (Subcategoria ou Subclasse) Boneco (Termo Genérico) Boneca de Pano (Termo Específico) Veja aqui como categorizar seu acervo: Fonte: http://tesauromuseus.com. br/ § Categoria: Conjunto de pessoas ou coisas que podem ser abrangidas ou referidas por um conceito ou concepção genérica; classe. Helena Ferrez chegou a 16 categorias ou classes que, por sua vez, se subdividem em 77 subcategorias ou subclasses. (Fonte: http:// tesauromuseus.com.br/download/tesauro.pdf) § Subcategoria: Divisão de uma categoria. § Termo Genérico: Conceito imediatamente superior na escala gênero- espécie do termo em questão. § Termo Específico: Conceitos imediatamente inferiores na escala gênero-espécie do termo em questão. Siga o objeto Existem variações entre os elementos citados, os termos podem ser equivalentes, genéricos, específicos ou associados. Levando em consideração que o conhecimento que estamos organizando tem no objeto seu Documento, podemos trabalhar de forma mais direcionada, específica, fato que torna a representação mais enxuta e objetiva. Na prática existem vários softwares para gerenciamentos de conhecimento onde são necessários apenas delimitar áreas, estabelecer classes de maior abrangência e realizar os registros. Em meio às demandas da atualidade, onde tudo se resolve diante do computador, os museus e, mais especificamente, as pessoas que atuam nas áreas de Documentação e comunicação das instituições museológicas, têm dedicado grande parte do seu 22 tempo ao desenvolvimento da representação do conhecimento por meio dos bancos de dados. Consequentemente, dispositivos são criados para permitir que rapidamente se tenha contato com as informações compiladas dos acervos e das coleções. Ao mesmo tempo em que os museus correm para interagir com o seu público, por meio de espaços virtuais, vive-se o dilema de desenvolver mecanismos de proteção visando à segurança do acervo, uma vez que o espaço virtual apresenta-se não apenas como uma grande vitrine, mas também como porta de acesso às informações da instituição. Catalogação O procedimento de catalogação refere-se à compilação e à manutenção de informação essencial, que permite a identificação e a descrição dos objetos. Embora os termos catalogação e inventário sejam sinônimos, no contexto museológico, a catalogação está associada ao processo de Documentação de coleções, mais exigente do ponto de vista do conhecimento de dados representativos sobre a história dos objetos. A ficha de registro, ou mesmo a ficha de identificação do objeto utilizada pelos mu- seólogos, é um bom exemplo de catalogação, reunindo dados e informações sobre o objeto a ser identificado. Nela é importante a amplitude das informações, para que se viabilize um entendimento da natureza do objeto, sua constituição e contexto onde estava inserido, dados que são úteis nos próprios museus físicos, ou no espaço vir- tual, onde se constituem os metadados. No entanto, a catalogação está para além da ficha de registro e, buscando referência na ciência da informação, pode ser considerada como o estudo, a preparação e a organização de mensagens codificadas, com base em itens existentes ou passíveis de inclusão em um ou vários acervos. Para se realizar a catalogação do acervo em um museu é necessário dimensionar quais são os dados que permitem representar um objeto e a que respostas eles devem atender. Nesse contexto, é muito importante definir o conteúdo de cada item de um registro, bem como denominá-lo convenientemente. 23 Ficha de Catalogação Preencher a ficha de catalogação é uma das etapas mais complexas dentro do processo de catalogação, pois é nela que se cria a imagem fiel sobre o objeto a ser estudado, estabelecendo, portanto, uma espécie de diálogo entre o acervo e o usuário. Segundo o ICOM, a catalogação pode ser entendida como a compilação e a manutenção de informações-chave que identificam e descrevem formalmente os objetos, podendo incluir informações de procedência, dentre outras utilizadas na gestão da respectiva coleção. Preenchendo uma ficha de catalogação: Vamos ver agora como preencher alguns dos principais campos de uma ficha catalográfica com auxílio do Manual de catalogação do Sistema DONATO: § Número de registro/tombo Registre, neste campo, o número com o qual a obra foi registrada/tombada. Caso a obra tenha recebido possíveis números significativos ao longo de sua vida, estes poderão ser registrados no campo “Observações”. Para o caso das partes de um tríptico: 512.1/3 512.2/3 512.3/3 Exemplo No caso de pinturas, desenhos e gravuras (inclusive matrizes) que possuam imagens nos dois lados do suporte, acrescente, ao seu número de registro, letras, conforme exemplo: 521-A = frente / 521-B = verso § Coleção Neste campo, registre o nome ou o número da coleção/classe a que pertence a obra. Ex: Pintura Brasileira 24 § Autoria/Função Registre os nomes das pessoas físicas ou jurídicas que contribuíram para o conteúdo criativo e intelectual da obra. Caso a obra possua até três indicações de responsa- bilidades que exerceram a mesma função, registre os nomes mencionados e omita o campo “Função”. Caso a obra tenha sido produzida por até três autores exercendo funções diferentes, registre nos campos “Função” um termo que as qualifique em relação à obra, de acordo com a fonte principal de informação. Se houver mais três autores, registre os demais nomes no campo “Observações”, acrescido das suas fun- ções. Exemplo: Autor 1: GUSTAVE DORÉ Função: desenhista Autor 2: ADOLPHE FRANÇOIS PANNEMAKER Função: gravador Atribuição: Quando a autoria da obra for uma atribuição, marque “sim”. Caso contrário, marque “não”. Exemplo: Autor 1: CESARE DANDINI Atribuição 1: Sim Quando não se puder atribuir nenhuma responsabilidade,preencha o campo “Autor 1” com as palavras “Autor Desconhecido”, em caixa alta. Caso a obra seja uma cópia, é importante que isso esteja registrado na catalogação. O nome do autor da cópia virá no campo “Autor 1” e o do autor original no campo “Cópia”, antecedido, neste último caso, da expressão “da obra original de”. § Escola/Grupo Cultural Registre, neste campo, a escola artística de origem da obra, quando for o caso. Da mesma forma, o grupo cultural, quando este refere-se à identificação de autoria da obra. § Título de obra O título pode ser transcrito da fonte principal de informação ou de outras fontes, ou ainda ser atribuído pelo catalogador. Transcreva o título existente na fonte principal 25 de informação entre aspas e confirme a redação, ordem e grafia apresentadas. Se o título transcrito da fonte principal de informação necessitar de esclarecimento, faça um acréscimo sucinto em português, independentemente do idioma do título prin- cipal, entre colchetes. Caso não exista um título na fonte principal de informação, transcreva aquele citado em outra(s) fonte(s) autorizada(s) que, por sua vez, deve(m) ser referenciada(s) no campo “Referências Bibliográficas da Obra”. Caso não exista um título na fonte principal de informação nem em outra(s) fonte(s), atribua um. O título atribuído deve ser descritivo, sucinto, claro e completo. As informações complementares (sub-títulos) sobre o título principal, devem vir pre- cedidas de dois pontos e espaço. Exemplo: Título: “Rio de Janeiro (RJ): Vista da Baía de Guanabara” (Título transcrito) Panorama do Rio de Janeiro, RJ: Morro da Conceição e Igreja da Nossa Senhora da Candelária (Título atribuído). A localização do título na obra deverá ser registrada no campo “Observações”, pre- cedida de travessão, espaço e a palavra “titulada”. Quando se tratar de fragmento de uma obra, registre, após o título, entre parênteses, a palavra “fragmento”. Caso a obra seja um detalhe de uma outra obra, registre, após o título, entre parênteses, a palavra “detalhe”. Quando se tratar de obra composta de mais de uma parte, registre, após o título, entre parênteses, a informação que a identifica como tal. Exemplo: Título: Panorama Santa Tersa, Rio de Janeiro, RJ (tríptico). Quando a obra for marcada por uma etiqueta, na ficha catalográfica existe o campo “Título para etiqueta”. Nos casos em que a obra possua autoria estrangeira e o título seja passível de tradução, bem como quando a obra possuir um título muito extenso, preencha este campo com a tradução e a redução de título que será colocada na eti- queta. Use de bom senso, tendo como objetivo facilitar a leitura para o público. Caso contrário, omita o campo. § Assinatura/Onde Se na obra consta a assinatura do(s) autor(es), marque no campo “Assinado”, a pa- lavra “Sim”. Caso contrário, marque “Não”. Para saber como marcar a localização da assinatura (o “onde”) observe as regras do item 4 A1 do manual de Catalogação do Sistema DONATO. 26 § Local de execução Registre o nome do local de execução da obra de forma completa e padronizada. § Data/Onde Se na obra consta a data de sua execução, marque, no campo “Datado”: “Sim”. Caso contrário, marque “Não”. Em caso afirmativo, preencha o campo “Onde”. Para saber como marcar a localização da data presente na obra (o “onde”) observe as regras do item 4 A1 do manual de Catalogação do Sistema DONATO. Observação: Para preencher corretamente o campo data de execução, observe as regras do item 4 F1 do manual de Catalogação do Sistema DONATO. § Material/Técnica Este campo será preenchido de acordo com as tabelas específicas para as coleções de Pintura/Desenho, Escultura e Gravura. Para preencher corretamente este campo, observe as regras do item 6 do manual de Catalogação do Sistema DONATO (Área de Características Físicas). Quando múltiplos materiais e/ou técnicas são identificados na obra, registre-os na ordem de predominância, se existente, separados por vírgulas e espaço e/ou pela conjunção “e”. Nos casos de pinturas e desenhos, indique também o suporte. No caso das esculturas, quando não foi possível identificar a totalidade dos materiais utilizados, registre aqueles conhecidos, neste campo, e informe, no campo “Descrição formal” a existência de outros materiais não identificados. § Dimensões da obra Uma mesma obra requer, às vezes, mais de uma medição que diferencie o seu tama- nho daquele acrescido da moldura/base/passe-partout etc. ou do seu suporte se- cundário. Nesse sentido, criaram-se três campos para o registro das dimensões: § Dimensões da Obra § Dimensões da Moldura/Base/Passe-partout § Dimensões da Área Impressa/Suporte Secundário (é o todo) A medição se dará por meio de trenas e paquímetros de metal, réguas antropométricas e balanças. Evite o uso de fitas métricas de madeira ou tecido. 27 Registre as dimensões em centímetros, com a precisão de milímetros, nos campos “Altura”, “Largura/Diâmetro” e “Profundidade/Espessura”, quando for o caso. Para saber mais sobre como medir cada tipo de formato de obra, observe as regras do item 6 B do manual de Catalogação do Sistema DONATO. § Descrição Registre no campo de “Descrição formal”, da forma mais objetiva e sucinta possível, as características e/ou detalhes que particularizem e distinguem a obra de arte, sem, no entanto, tentar interpretá-los. O texto em uma descrição formal, denomina e precisa aquilo que a fotografia apenas registra. (Seriam características intrínsecas, como já vimos neste curso no Módulo 1) O conteúdo iconográfico deverá ser registrado no campo “Descrição de Conteúdo”. Utilize o campo “descrição de conteúdo” para uma descrição objetiva do conteúdo ou do significado da obra. Informações que a contextualizem também podem ser incluídas. As conjecturas devem estar claramente indicadas por pontos de interrogação ou por advérbios, tal como “provavelmente”. (Seriam as características extrínsecas, como já vimos neste curso) Ex: Título: retrato de homem não identificado Descrição de conteúdo: Retrato de nobre brasileiro portando as seguintes conde- corações:... . Trata-se, provavelmente, do visconde de.... § Estilo/Movimento Registre, neste campo, quando for o caso, o(s) nome(s) do(s) estilo(s) ou movimento(s) artístico(s) a que a obra pertence ou está relacionada. Ex: Impressionismo; Simbolismo; Grupo Grimm, Grupo Santa Helena, Núcleo Berna- dellu; Der blaue Reiter; Die Brücke § Área de Procedência Esta área reúne dados referentes à incorporação da obra ao acervo da instituição, isto é, o número de processo de entrada e a data de sua entrada, de quem ou como foi adquirida. 28 § Forma de aquisição Preencha este campo com uma das letras – em maiúsculo – correspondentes à for- ma pela qual a obra foi incorporada ao acervo. Quando se desconhece a forma de aquisição, omita o campo. C= compra D= doação E= empréstimo/depósito L= legado O= outras P= permuta R= premiação T= transferência § Exposições e prêmios Registre, em ordem cronológica crescente, as exposições das quais a obra participou, bem como os prêmios que tenha recebido. Exemplo: Exposições/Prêmios: Tarsila, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ, 1969. § Referências bibliográficas da obra Registre, neste campo, as publicações e demais tipos de documentos que consubs- tanciam as informações dadas pelo catalogador ou que ofereçam uma descrição mais detalhada da obra, bem como aquelas nas quais a obra aparece citada ou re- produzida. § Observações Neste campo, devem ser registradas as informações que não puderam ser alocadas nos demais campos. Cada observação deve iniciar novo parágrafo, antecedida de travessão e espaço e, quando se referir a um campo específico da ficha catalográfica, registre o nome do campo. Exemplo: Observações: Outros número: PB 33 (Pintura Brasileira) 29 Outros títulos: Idílio Campestre Titulada no campo inferior direito Data: informação retirada do Catálogo Raisonné Suporte:papel com marca d’agua Fabiano § Localização Localização Fixa: Registre, neste campo, o nome ou o código correspondente ao local de guarda permanente da obra (sala, armário, trainel, mapoteca, etc.). Localização Atual: Registre, neste campo, o local onde se encontra a obra quando temporariamente fora de seu local de guarda permanente, como nos seguintes casos: empréstimos, restauração e exposições de caráter permanente dentro ou fora da instituição proprietária. § Estado de Conservação Registre, neste campo, um dos números abaixo de acordo com o estado de conservação em que se encontra a obra: 1 – Bom 2 – Razoável 3 – Ruim Para maiores informações de preenchimento de fichas catalográficas do Programa Donato, acesse o Manual do Sistema de Informação do Acervo do Museu Nacional de Belas Artes – SIMBA. Nestes Links: Ficha Catalográfica - A narração de Filetas Ficha de Catalogação do Donato em branco Ficha inventario Museu Missões Ficha Catalográfica - Batalha dos Guararapes Manual de Catalogação Saiba mais http://ead.museus.gov.br/pluginfile.php/3086/mod_scorm/content/1/Ficha%20Catalogr%C3%A1fica%20-%20A%20narra%C3%A7%C3%A3o%20de%20Filetas%20-%20album%20-%20de%20-%20fotos%20-%20apos%20-%20o%20-%20slide%20-%2025.pdf http://ead.museus.gov.br/pluginfile.php/3086/mod_scorm/content/1/Ficha%20de%20Cataloga%C3%A7%C3%A3o%20do%20Donato%20em%20branco%20-%20album%20-%20de%20-%20fotos%20-%20ap%C3%B3s%20-%20o%20slide%20-%2025.pdf http://ead.museus.gov.br/pluginfile.php/3086/mod_scorm/content/1/ficha%20inventario%20Museu%20Miss%C3%B5es%20-%20apos%20-%20o%20-slide-%2025.pdf http://ead.museus.gov.br/pluginfile.php/3086/mod_scorm/content/1/Ficha-Catalogr%C3%A1fica-Batalha-dos-Guararapes-album-de-fotos-ap%C3%B3s-o-slide-25.pdf http://ead.museus.gov.br/pluginfile.php/3086/mod_scorm/content/1/Manual%20de%20Cataloga%C3%A7%C3%A3o%20-%20fazer%20upload%20-%20colocar%20no%20slide%2025.pdf 30 Número de registro e marcação de objetos Fotos de fichas catalográficas de acervo do Museu Nacional de Belas Artes Histórico de fichas de catalogação. Museu Histórico Nacional - Ibram Núcleo de Controle e Registro de Acervos - processos de doação. Museu Histórico Nacional - Ibram 31 Controle de Movimentação e Localização Um objeto que se tornou um bem cultural musealizado continua a gerar novas in- formações que devem ser documentadas: seu próprio histórico dentro do museu, os restauros, as exposições que participou, as movimentações internas, os emprésti- mos, pesquisa, etc. Portanto, é comum que nas fichas catalográficas existam um campo de localização e outro de “observações” ou “notas”, onde podem ser registrados o histórico de ex- posições nas quais aquele objeto esteve presente, as possíveis restaurações pelas quais tenha passado o objeto, as publicações nas quais o objeto foi citado, e demais informações relevantes. Observe que o registro do histórico de exposições por onde a obra passou é um relato de movimentações. É importante que o sistema de documentação do museu faça um controle de movimentação de seu acervo, diminuindo o risco de perda, extravio ou roubo desse acervo. Tanto movimentação interna (com informações topográficas do acervo, indicando os locais onde elas se encontram) quanto movimentação externa: normalmente quando a obra é emprestada para outras instituições, para fins de exposição, restauro, estudo, etc. Movimentação interna Como já vimos no Módulo I, um objeto pode passar por diversos espaços/setores/ áreas dentro de um museu. Para que a equipe do museu não se perca nesse processo, é necessário um controle interno de movimentação. A localização dos bens deve ser disponibilizada num campo específico dentro da ficha catalográfica, comumente conhecido como “localização”, que deve ser constantemente atualizado. Alguns museus – na falta de uma catalogação mais técnica – ainda usam um livro à parte, específico para movimentações, e outros recursos, como as fichas topográficas. Adotada por alguns museus, a Ficha Topográfica é um instrumento auxiliar descritivo de controle interno, utilizada na complementação de informações referentes aos acervos museológicos. Seu principal objetivo é controlar e indicar a distribuição dos objetos dentro dos espaços do museu, permitindo o acesso rápido e eficiente a sua localização física, quer estejam em exposição ou não. 32 Você sabia que: com a reunião das informações presentes nas fichas topográficas, em um catálogo, torna-se possível gerar um verdadeiro mapa topográfico, com a localização de todos os objetos museológicos dentro do seu museu? Fica a dica! Ficha Topográfica do Museu do Ouro – Ibram, utilizada entre 1975 a 1991 Saiba mais Fotos de fichas catalográficas de acervo do Museu Nacional de Belas Artes Reserva técnica. Identificação. Museu Histórico Nacional - Ibram 33 Reserva Técnica. Armários identificados por material. Museu Histórico Nacional - Ibram Identificação. Gavetas deslizantes. Reserva Técnica do Museu da República - Ibram Reserva técnica. Pinacoteca. Museu Histórico Nacional - Ibram 34 Reserva técnica. Identificação. Trainéis. Museu da República - Ibram Movimentação externa A movimentação externa ocorre quando a obra é emprestada para outras instituições, para fins de exposição, restauro, estudo, etc. Esse empréstimo tanto pode chamar-se “cessão de uso” – para bens culturais de museus públicos – quanto pode chamar-se “comodato” – para bens culturais de museus particulares. A Instrução Normativa nº 4, de 02 de julho de 2018 do Ibram, que estabelece proce- dimentos a serem adotados pelos seus museus para empréstimo de acervo, tem por objetivo normatizar essa prática dentro do Instituto e servir de referencial metodoló- gico para os demais museus brasileiros. 35 Essa Instrução Normativa estabelece o que é uma Cessão de Uso de Bens Públicos Culturais Musealizados: “Empréstimo, não oneroso ou oneroso, de caráter precário e por tempo determinado, de bens culturais musealizados de (...) para pessoas jurídicas de direito público ou privado sem fins lucrativos, sem transferência de domínio ou propriedade, em atendimento ao interesse público ou da coletividade, para fins de exposição, estudos, referências, reprodução, pesquisa, conservação, restauração ou intercâmbio científico e cultural”. Referência: Instrução Normativa nº 4, de 02 de julho de 2018 do Ibram. Legislação É necessário que os museus – tanto públicos quanto privados – celebrem termos de cessão de uso ou de comodato, quando procederem empréstimos de suas obras. Um “termo de cessão de uso de bens culturais musealizados” é um instrumento que regula os direitos e obrigações envolvidos no empréstimo de propriedade de museus públicos, que serão onerosos quando houver contraprestação ou contrapartida pela utilização ou disponibilidade dos bens emprestados. Um termo de comodato é um documento muito semelhante, mas regula os direitos e obrigações envolvidos no empréstimo de acervo de propriedade de museus privados. Alguns documentos são essenciais no processo de instrução de um empréstimo. I – Documento enviado pelo museu interessado, contendo: § período de vigência da cessão; § roteiro dos bens; § transporte e embalagem dos bens - com indicação da(s) empresa(s) respon- sável(eis); § identificação do técnico(s) que acompanharão o deslocamento dos bens; II – listagem com a identificação dos bens culturais que serão cedidos; III – laudo do estado de conservação; https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2018/10/SEI-IBRAM-0309102-Instrucao-Normativa-4.pdf https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2018/10/SEI-IBRAM-0309102-Instrucao-Normativa-4.pdf 36 IV – relatório das condições de infraestrutura - Facility Report do local de guarda ou exposição, contendo a identificação da instituição cessionária, histórico, topografia, perfil geográfico, construção e configuração do edifício, espaço para transporte, recebimento e armazenamento de bens, iluminação, proteção contra incêndio, sistemaeletrônico e físico de segurança e histórico de empréstimos; V - certificado ou apólice de seguro. Agora que você já conhece os tipos de aquisição de bens culturais, o que é um Livro Tombo, um inventário, uma ficha catalográfica, controle de movimentação, deixamos aqui uma dica de como proceder a documentação de entrada de um bem conforme cada modalidade de aquisição: Como documentar cada tipo de entrada no museu CESSÃO DE USO OU COMODATO TRANSFERÊNCIA DOAÇÃO COLETA Termo de cessão de uso de comodato Termo de Transferência Termo de Doação Projeto de pesquisa e Autorização de coleta Número de registro temporário Laudo técnico Laudo técnico Ficha de campo Laudo técnico Registro no Livro-tombo ou no inventário Registro no Livro-tombo ou no inventário Laudo técnico OBS: Não registra no Livro-tombo ou no inventário Ficha catalográfica Ficha catalográfica Registro no Livro-tombo ou no inventário Ficha catalográfica Dica 37 COMPRA PERMUTA FIEL DEPOSITÁRIO LEGADO Recibo ou termo de compra Termo de permuta Notificação judicial para entrada Testamento comprovante a passagem da propriedade do bem Laudo técnico Laudo técnico Laudo técnico Laudo técnico Registra no Livro-tombo ou no inventário Registra no Livro-tombo ou no inventário Número de registro temporário Registra no Livro-tombo ou no inventário Ficha catalográfica Ficha catalográfica OBS: Não registra no Livro-tombo nem no inventário Ficha catalográfica Dica 38 Encerramento do módulo 2 Parabéns! Você concluiu o Módulo 2 do Curso de Documentação Museológica. Convidamos agora ao último módulo do curso. Módulo 2 – Organização - instrumentos de gestão Introdução Número de Registro e Marcação do Objeto Entre os principais processos de marcação estão: Fotos de marcação vinculada ao objeto Livro-tombo e Inventário Fotos de livros-tombo Inventário O objeto dentro do museu Vocabulário Controlado e Tesauros (Thesaurus) Catalogação Número de registro e marcação de objetos Controle de Movimentação e Localização Movimentação interna Movimentação externa Encerramento do módulo 2
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