Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IMUNOLOGIA CLÍNICAIMUNOLOGIA CLÍNICA Im unologia Clínica Natália Prearo MoçoNatália Prearo Moço GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro O estudo da imunologia clínica é um vasto e interessante campo que visa a compreen- são dos métodos de diagnóstico imunológico, permitindo detectar a interação dos antígenos com componentes humorais e celulares do sistema imune, além do enten- dimento dos mecanismos imunológicos envolvidos em patologias infecciosas e de- sordens do sistema imune. Os exames complementares, tanto de diagnóstico direto quanto indireto, têm grande relevância no cenário clínico, uma vez que a maioria das decisões médicas é baseada em dados clínicos associados aos resultados de exames laboratoriais. Nesse cenário, a disciplina tem como objetivo fornecer subsídios básicos e aplicados que permitem o desenvolvimento de habilidades especí� cas nas áreas de análises clínicas, produção de reagentes imunológicos e pesquisa cientí� ca, com enfoque na realização e interpretação de imunoensaios, além do gerenciamento da qualidade la- boratorial e controle de patologias infecciosas e imunológicas. Dessa forma, ao � m da disciplina, o(a) aluno(a) será capaz de compreender os dife- rentes tipos de imunoensaios disponíveis e escolher as técnicas indicadas em cada situação, realizar a interpretação de resultados dos exames laboratoriais, avaliar a qualidade dos imunoensaios e entender os mecanismos dos imunomoduladores e imunopro� láticos nas patologias associadas ao sistema imune. Capa_SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 1,3 10/03/2021 12:39:03 © Ser Educacional 2021 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE – CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretor-presidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Natália Prearo Moço DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 2 10/03/2021 10:57:17 Boxes ASSISTA Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple- mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 3 10/03/2021 10:57:17 Unidade 1 - Laboratório clínico de imunologia: conceitos e definições Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12 Introdução ao laboratório de imunologia clínica .......................................................... 13 Sorologia: conceitos, definições e obtenção da amostra de soro ......................... 14 Soluções: concentração e diluição .............................................................................. 17 Interação antígeno-anticorpo, anticorpos monoclonais e imunização ..................... 20 Relembrando conceitos básicos em imunologia ....................................................... 20 Tipos de forças envolvidas na interação antígeno-anticorpo ................................. 23 Anticorpos monoclonais: obtenção por hibridomas e aplicações ......................... 24 Imunização ativa e passiva ............................................................................................ 30 Boas práticas e controle de qualidade laboratorial ..................................................... 32 Boas práticas em laboratório e noções básicas de biossegurança ...................... 33 Parâmetros e controle de qualidade nos imunoensaios .......................................... 37 Sintetizando ........................................................................................................................... 40 Referências bibliográficas ................................................................................................. 42 Sumário SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 4 10/03/2021 10:57:17 Sumário Unidade 2 - Metodologias do laboratório de imunologia clínica Objetivos da unidade ........................................................................................................... 46 Fundamentos dos imunoensaios ....................................................................................... 47 Ensaios de aglutinação ........................................................................................................ 50 Tipos de aglutinação e aplicação laboratorial ................................................................ 51 Ensaio de floculação e VDRL .............................................................................................. 55 Imuno-hematologia: conceitos e ensaios laboratoriais .............................................. 56 Sistemas, grupos e coleções sanguíneas ........................................................................ 57 Sistemas ABO, Rh e os tipos sanguíneos ........................................................................ 58 Incompatibilidade sanguínea ............................................................................................. 62 Evolução metodológica dos imunoensaios ..................................................................... 64 Técnicas baseadas na motilidade de partículas ............................................................. 65 Técnicas de absorbância e nefelometria ......................................................................... 68 Imunoensaios conjugados .................................................................................................. 69 Sintetizando ........................................................................................................................... 79 Referências bibliográficas ................................................................................................. 80 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 5 10/03/2021 10:57:17 Sumário Unidade 3 - Diagnóstico sorológico de infecções humanas Objetivos da unidade ........................................................................................................... 82 Infecções virais .................................................................................................................... 83 Hepatites virais ................................................................................................................ 83 Infecção pelo HIV ............................................................................................................ 92 Dengue .............................................................................................................................. 95 Mononucleose ................................................................................................................. 97 Infecção por HTLV ...........................................................................................................98 Infecções bacterianas ....................................................................................................... 100 Infecção estreptocócica .............................................................................................. 100 Infecção treponêmica .................................................................................................. 103 Infecções parasitárias....................................................................................................... 109 Doença de Chagas ........................................................................................................ 110 Toxoplasmose ................................................................................................................. 112 Sintetizando ......................................................................................................................... 115 Referências bibliográficas ............................................................................................... 116 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 6 10/03/2021 10:57:17 Sumário Unidade 4 - Processos de reatividade do sistema imunológico Objetivos da unidade ......................................................................................................... 119 Sistema imune das doenças ............................................................................................ 120 Atuação do sistema imune nas infecções bacterianas .......................................... 121 Atuação do sistema imune nas infecções fúngicas ................................................ 124 Atuação do sistema imune nas infecções virais ..................................................... 125 Tolerância imunológica e doenças autoimunes .......................................................... 126 Classificação etiológica das doenças autoimunes ................................................. 128 Diagnóstico das principais doenças reumáticas de caráter imune ..................... 129 Reações de hipersensibilidade ....................................................................................... 134 Imunologia dos transplantes ............................................................................................ 141 Complexo principal de histocompatibilidade ............................................................ 142 Rejeição dos transplantes ........................................................................................... 142 Imunossupressão para transplantes alogênicos ..................................................... 144 Imunomodulação e imunomoduladores ......................................................................... 145 Imunodeficiências.............................................................................................................. 146 Imunodeficiências primárias ....................................................................................... 146 Imunodeficiências secundárias e AIDS .................................................................... 148 Imunidade tumoral ............................................................................................................. 149 Mecanismos imunes efetores contra células neoplásicas malignas .................. 150 Imunoterapia e imunoprofilaxia .................................................................................. 152 Sintetizando ......................................................................................................................... 154 Referências bibliográficas ............................................................................................... 155 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 7 10/03/2021 10:57:17 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 8 10/03/2021 10:57:17 O estudo da imunologia clínica é um vasto e interessante campo que visa a compreensão dos métodos de diagnóstico imunológico, permitindo detectar a interação dos antígenos com componentes humorais e celulares do sistema imune, além do entendimento dos mecanismos imunológicos envolvidos em patologias infecciosas e desordens do sistema imune. Os exames complementares, tanto de diagnóstico direto quanto indireto, têm grande relevância no cenário clínico, uma vez que a maioria das decisões médicas é baseada em dados clínicos associados aos resultados de exames laboratoriais. Nesse cenário, a disciplina tem como objetivo fornecer subsídios básicos e aplicados que permitem o desenvolvimento de habilidades específi cas nas áreas de análises clínicas, produção de reagentes imunológicos e pesquisa científi ca, com enfoque na realização e interpretação de imunoensaios, além do gerenciamento da qualidade laboratorial e controle de patologias infeccio- sas e imunológicas. Dessa forma, ao fi m da disciplina, o(a) aluno(a) será capaz de compreender os diferentes tipos de imunoensaios disponíveis e escolher as técnicas indicadas em cada situação, realizar a interpretação de resultados dos exames laboratoriais, avaliar a qualidade dos imunoensaios e entender os mecanismos dos imunomo- duladores e imunoprofi láticos nas patologias associadas ao sistema imune. IMUNOLOGIA CLÍNICA 9 Apresentação SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 9 10/03/2021 10:57:17 Dedico esta obra a todos os meus alunos, que me ensinaram mais do que podem imaginar ao longo dessa caminhada incrível na docência. A professora Natália Prearo Moço é doutora em patologia pela Faculdade de Medicina de Botucatu – FMB/UNESP (2015) e possui mestrado em patologia pela mesma Instituição (2011). É gra- duada em ciências biológicas – moda- lidade médica (biomedicina) pelo Insti- tuto de Biociências de Botucatu – IBB/ UNESP (2008). Tem experiência em docência em diversos cursos de saúde nas áreas de patologia geral e clínica, microbiologia geral e clínica, imuno- logia, hematologia clínica e bioética, além de ministrar cursos de extensão e palestras na área de saúde da mu- lher, pesquisa e publicação em saúde e pós-graduação. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3435029835701329 IMUNOLOGIA CLÍNICA 10 A autora SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 10 10/03/2021 10:57:18 LABORATÓRIO CLÍNICO DE IMUNOLOGIA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES 1 UNIDADE SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 11 10/03/2021 10:57:41 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Definir conceitos importantes para o estudo de sorologia; Fornecer bases teóricas para o preparo de soluções e diluições; Relembrar conceitos de imunologia humoral básica; Descrever os tipos de força que regem a formação dos imunocomplexos; Fornecer base teórica sobre produção e aplicações de anticorpos monoclonais; Descrever as boas práticas do laboratório clínico; Descrever parâmetros empregados para análise da qualidade de imunoensaios. Introdução ao laboratório de imunologia clínica Sorologia: conceitos, definições e obtenção da amostra de soro Soluções: concentração e diluição Interação antígeno-anticorpo, anticorpos monoclonais e imunização Relembrando conceitos básicos em imunologia Tipos de forças envolvidas na interação antígeno-anticorpo Anticorpos monoclonais: obtenção por hibridomas e aplicações Imunização ativa e passiva Boas práticas e controle de qualidade laboratorial Boas práticas em laboratório e noções básicas de biossegurança Parâmetros e controle de qualidade nos imunoensaios IMUNOLOGIA CLÍNICA 12 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 12 10/03/2021 10:57:42 Introdução ao laboratório de imunologia clínica A imunologia clínica é uma área extremamente importante que emprega o conhecimento do sistema imune e dos mecanismos de resposta imunológica para diagnosticar e compreender diversas patologias humanas. O sistema imune, defi nido como o conjunto de células e moléculas respon- sáveis pelo desencadeamento da imunidade, é essencial para manutenção da homeostasia, uma vez que atua constantemente na tentativa de manter o or- ganismo livre de agentespatogênicos, sejam eles de origem infecciosa ou não. De acordo com Abbas, Lichtman e Pilai, em Imunologia celular e mole- cular, publicado em 2015, quando o sistema imune identifi ca e reconhece componentes microbianos e agentes estranhos não infecciosos, tais como células necróticas e tumorais, ocorre uma ação conjunta de células imunes e moléculas presentes no soro para elaboração de uma resposta contra as ameaças detectadas. No contexto da imunologia clínica, diversos exames laboratoriais comple- mentares são realizados com intuito de auxiliar no diagnóstico clínico de pa- tologias humanas. Estes testes laboratoriais, em sua grande maioria, avaliam a presença e a interação dos antígenos com componentes celulares e molecu- lares do sistema imune, principalmente de anticorpos e linfócitos. Dessa for- ma, a imunologia clínica tem como objetivo o estudo da resposta imunológica frente às doenças infecciosas, além do estudo da ativação anormal do sistema imune em casos de autoimunidade, reações de hipersensibilidade, imunodefi - ciências e crescimento anormal de células de fenótipo maligno. Adicionalmente, a imunologia clínica visa o entendimento da modulação do sistema imune por meio de fármacos diversos, em especial os empregados para inibição da re- jeição de transplantes. Por fi m, ela estuda o desenvolvimento de vacinas e outros agen- tes imunizantes que são essenciais para a prevenção de doenças infecciosas, con- forme pontuam Voltarelli e outros auto- res, em Imunologia clínica na prática médi- ca, publicado em 2009. IMUNOLOGIA CLÍNICA 13 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 13 10/03/2021 10:57:42 Sorologia: conceitos, definições e obtenção da amostra de soro Um dos mais importantes ramos da área é a sorologia, defi nida como o estudo analítico do soro sanguíneo. Na prática, um exame sorológico é aquele que visa identifi car e quantifi car a presença de antígenos e anticorpos no soro de um(a) paciente. Mas antes de se compreender a fundo os exames sorológi- cos, é preciso relembrar o que é o soro. O sangue é um tecido conjuntivo formado por elementos celulares e plas- ma, que podem ser facilmente separados entre si por meio de centrifugação. Após centrifugação simples, observa-se que aproximadamente 45% do volume sanguíneo corresponde aos eritrócitos, também chamados de hemácias. Logo acima dos eritrócitos, sedimenta-se a camada leucoplaquetária, composta por leucócitos e plaquetas. Sobre o sedimento celular, é possível encontrar a fra- ção sobrenadante, que corresponde à parte líquida do sangue, denominada plasma (Figura 1). Conforme pontuado por Kierszenbaum, em Histologia e bio- logia celular: uma introdução à patologia, publicado em 2016, o plasma contém diversos elementos orgânicos e inorgânicos, tais como aminoácidos, proteínas, lipídios, vitaminas, hormônios, fatores de coagulação e sais minerais. Figura 1. Sangue total e componentes do sangue após centrifugação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/01/2021. (Adaptado). Composição do sangue Sangue total Plaquetas Leucócitos Plasma cerca de 55% Hemácias ou eritrócitos Leucócitos e plaquetas cerca de 4% cerca de 41% Hemácias ou eritrócitos Após centrifugação IMUNOLOGIA CLÍNICA 14 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 14 10/03/2021 10:57:42 Em termos práticos, o plasma corresponde in vivo à parte líquida do sangue que contém fibrinogênio e fatores de coagulação entre seus componentes. A obtenção de plasma in vitro por centrifugação requer a adição de anticoagulantes à amostra de sangue. Por outro lado, quando a amostra é coletada na ausência de anticoagu- lantes, os elementos celulares formam um coágulo de sangue juntamente com o fibrinogênio e os fatores de coagulação. Sendo assim, após a centrifugação de uma amostra de sangue sem anticoagulantes, obtêm-se o soro, que nada mais é que a parte líquida do sangue sem a presença de fibrinogênio e fatores de coagulação. Na rotina de um laboratório de análises clínicas, os principais anticoagulan- tes empregados para obtenção de plasma incluem ácido etilenodiaminotetra- cético (EDTA), heparina e citrato de sódio. A escolha do tipo de anticoagulante usado depende diretamente do teste que será feito com a amostra de plasma. O EDTA, indicado para amostras destinadas à realização do hemograma, é um quelante de cálcio que atua sequestrando os íons Ca2+ presentes no plasma, o que resulta no bloqueio da agregação plaquetária e da cascata de coagulação. Em termos comerciais, o EDTA é disponibilizado como um spray seco com ade- rência na parede dos tubos, que pode estar nas formas dipotássico (EDTA-K2), tripotássico (EDTA-K3) ou dissódico (EDTA-Na2), com pequenas diferenças de uso entre eles, conforme pontuam Silva e outros autores, em Hematologia laborato- rial: teoria e procedimentos, publicado em 2016. A heparina é um mucopolissacarídeo que bloqueia a cascata de coagulação por meio da interação com a molécula de antitrombina, importante anticoagulante na- tural plasmático. Tal interação resulta na inibição dos fatores de coagulação Xa, IXa e trombina, o que aumenta significativamente a ação anticoagulante da antitrombina. O uso de tubos de coleta de sangue com heparina é indicado principalmente para testes de bioquímica e também para imunofenotipagem leucocitária, uma vez que tal anticoagulante preserva a viabilidade dos leucócitos por até 24 horas. O citrato de sódio, indicado como anticoagulante de escolha para testes de coagulação, atua como agente quelante de cálcio. Ao sequestrar os íons Ca2+ presentes na circulação, o citrato impede diretamente a continuidade da cascata de coagulação. Para facilitar a rotina e reduzir o risco de erros pré-analíticos, os tubos de coleta de sangue apresentam padronização das tampas, de acordo com o tipo de aditivo presente. Dessa forma, os tubos com EDTA, heparina e citrato de sódio possuem tampas roxa, verde e azul, respectivamente. Já os tubos para obtenção de soro, que IMUNOLOGIA CLÍNICA 15 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 15 10/03/2021 10:57:42 podem ser secos ou com adição de ativador de coágulo, apresentam tampa verme- lha. Há, ainda, os tubos para obtenção de soro com gel separador, que apresentam tampa amarela. Outra importante padronização durante as etapas pré-analíticas é a ordem dos tubos de coleta de sangue, que visa impedir a contaminação da amostra com aditivos, microrganismos e líquido tecidual. De acordo com Andriolo e outros autores, em Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Me- dicina Laboratorial para coleta de sangue venoso, publicado em 2010, a ordem atual- mente aceita foi determinada pelo documento H3-A6 do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) e pode ser observada no Quadro 1. Tubos plásticos para coleta de sangue Ordem Tipo de tubo Cor da tampa 1 Frasco para hemocultura Geralmente amarela 2 Tubo com citrato de sódio Azul clara 3 Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Vermelha ou amarela 4 Tubo com heparina com ou sem separador Verde 5 Tubo com EDTA Roxa 6 Tubo com fl uoreto de sódio Cinza Tubos de vidro para coleta de sangue Ordem Tipo de tubo Cor da tampa 1 Frasco para hemocultura Geralmente amarela 2 Tubo de vidro siliconizado Vermelha 3 Tubo com citrato de sódio Azul clara 4 Tubo com ativador de coágulo e gel separador Amarela 5 Tubo com heparina com ou sem separador Verde 6 Tubo com EDTA Roxa 7 Tubo com fl uoreto de sódio Cinza QUADRO 1. PADRONIZAÇÃO DA ORDEM DOS TUBOS DE COLETA DE SANGUE Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separadorTubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Frasco para hemocultura Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Frasco para hemocultura Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separadorTubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Frasco para hemocultura Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com fl uoreto de sódio Geralmente amarela Tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel separador Geralmente amarelaGeralmente amarela Azul clara Vermelha ou amarela Geralmente amarela Azul clara Vermelha ou amarela Geralmente amarela Azul clara Vermelha ou amarela Geralmente amarela Azul clara Vermelha ou amarela Verde Vermelha ou amarela Verde Vermelha ou amarela Roxa Vermelha ou amarela CinzaCinza Frasco para hemoculturaFrasco para hemocultura Tubo de vidro siliconizado Tubo com ativador de coágulo e gel separador Frasco para hemocultura Tubo de vidro siliconizado Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo de vidro siliconizado Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo de vidro siliconizado Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo de vidro siliconizado Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo de vidro siliconizado Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Frasco para hemocultura Tubo de vidro siliconizado Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com fl uoreto de sódio Tubo de vidro siliconizado Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo de vidro siliconizado Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com citrato de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com EDTA Tubo com fl uoreto de sódio Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com fl uoreto de sódio Geralmente amarela Tubo com ativador de coágulo e gel separador Tubo com heparina com ou sem separador Tubo com fl uoreto de sódio Geralmente amarela Tubo com heparina com ou sem separador Geralmente amarela Vermelha Geralmente amarela Vermelha Geralmente amarela Vermelha Azul clara Geralmente amarela Vermelha Azul clara Amarela Azul clara Amarela Verde Amarela VerdeVerde RoxaRoxa CinzaCinza Outro aspecto a ser considerado antes da coleta de sangue é o material do tubo, que pode ser de vidro ou de plástico. Os tubos de vidro foram conside- rados padrão-ouro por muitos anos nos laboratórios clínicos, entretanto, com a crescente preocupação com biossegurança, o uso de tubos de plástico tem ganhado força, uma vez que são mais resistentes, toleram maiores velocidade de centrifugação e geram menores quantidades de resíduo após incineração. IMUNOLOGIA CLÍNICA 16 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 16 10/03/2021 10:57:43 No contexto da sorologia, as opções disponíveis para coleta de sangue são tubo de vidro seco siliconado (tampa vermelha), tubo de vidro com ativador de coágulo e gel separador (tampa amarela), tubo de plástico com ativador de coágulo sem gel separador (tampa vermelha) e tubo de plástico com ativador de coágulo e gel separador (tampa amarela). Após a coleta do sangue nos tubos específi cos, é necessário aguardar um determinado período de tempo para que ocorra a coagulação e a retração do coágulo antes que seja feita a centrifugação para obtenção do soro. Para amostras coletadas em tubos de vidro siliconado, deve-se aguardar aproximadamente 60 minutos, já para os tubos com ativador de coágulo (com ou sem gel separador), o tempo de espera é reduzido para 30 minutos. Logo após esse período, os tubos devem ser submetidos à centrifugação en- tre dez a quinze minutos com rotação aproximada de 1000–3000 g (ANDRIOLO et al., 2010). Soluções: concentração e diluição As soluções são defi nidas como misturas homogêneas compostas por duas ou mais substâncias, nas quais a substância dissolvida é chamada de so- luto e a substância que dissolve é chamada de solvente. De modo simplifi ca- do, a concentração de uma solução representa a quantidade de soluto presen- te em uma certa quantidade de solvente. Vale salientar que existem diferentes tipos de concentração, uma vez que as unidades de medida das substâncias envolvidas na solução podem ser diferen- tes. A concentração comum ou concentração em massa é aquela determina- da pela relação entre a massa do soluto e o volume do solvente, que tem como unidade no Sistema Internacional (SI) gramas por litro (g/L): C = m1 v2 (1) d = m1 + m2 v1 + v2 (2) A densidade, cuja unidade no SI é dada em gramas por microlitro (g/mL), é determinada pela relação entre a massa total e o volume total da solução: IMUNOLOGIA CLÍNICA 17 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 17 10/03/2021 10:57:43 Por fim, tem-se a concentração molar ou molaridade, que é determinada pela relação entre o número de mols do soluto e o volume total da solução cuja unidade no SI é dada em mol/L: M = n1 v (3) A capacidade que um soluto tem se ser diluído em determinado solvente é cha- mada de coeficiente de solubilidade, e, em termos gerais, uma solução concen- trada é aquela cuja quantidade de soluto é maior do que a quantidade de solvente. Já uma solução diluída é aquela cuja quantidade de soluto é menor do que a quan- tidade de solvente. Dessa forma, quando se quer aumentar a concentração de uma solução, deve-se aumentar o soluto ou reduzir o solvente; por outro lado, quando se quer diluir uma concentração, deve-se aumentar a quantidade de solvente. Nesse contexto, é possível definir diluição como o procedimento de redução da concentração de uma solução por meio de adição de solvente, sem alterar a quan- tidade de soluto. Na prática, a diluição de uma solução costumaser indicada pelo fator de diluição. Por exemplo: quando se faz uma diluição de fator 10 de uma determinada so- lução, entende-se que a solução foi diluída 1/10 ou 1:10 (leia-se 1 para 10), ou seja, em dez partes da solução, uma parte é de soluto e nove partes são de solvente. Da mesma forma, para preparar uma diluição 1:5, utiliza-se uma parte de soluto para quatro partes de solvente, e assim por diante. EXEMPLIFICANDO Suponha que você tenha comprado um kit de ELISA para dosagem de prolactina. No kit, a maioria dos reagentes veio pronto para uso, entretanto, um deles veio concentrado 10x. Nesse caso, como se deve preparar 10 ml do reagente de uso? Bem, antes de usar esse reagente, você deve diluir 1:10 para que atinja a concentração desejada. Para isso, basta usar uma alíquota de 1 mL do reagente concentrado (uma parte) e diluir em 9 mL de diluente (nove partes), formando assim uma solução diluída de 10 mL (dez partes). Um tipo de diluição muito empregada na rotina laboratorial é a chamada diluição seriada, que representa um procedimento de diluição progressiva na qual o fator de diluição é rapidamente amplificado, o que permite obter solu- ções com concentrações bem reduzidas de forma eficaz, além de ser extrema- mente útil quando o volume da solução inicial é escasso. IMUNOLOGIA CLÍNICA 18 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 18 10/03/2021 10:57:43 Nas diluições seriadas, a alíquota (amostra que será diluída) é sempre pro- veniente do material diluído na etapa anterior e o fator de diluição final é o produto dos fatores de diluição em cada etapa. Por exemplo, se você preparar uma diluição 1:2 (fator de diluição 2) a partir de uma solução-estoque, para fazer uma diluição seriada, você deve diluir novamente essa solução no fator 2, obtendo uma nova solução que agora estará diluída 1:4. Após diluir novamente essa nova solução 1:4, você terá uma solução 1:8, e assim por diante. Apesar da diluição seriada no fator 2 ser a mais comum, ou- tros fatores podem ser empregados, conforme podemos observar na Figura 2, que demonstra uma diluição seriada de fator 10. Observe que, para preparar a diluição A, utilizou-se 1 mL da solução esto- que e 9 mLa de diluente, originando uma diluição 1:10. Em seguida, 1 mL da solução A foi acrescentado em outro tubo contendo 9 mL de diluente, o que formou uma diluição B de 1:100. Essa solução B foi utilizada para preparar a solução C, com adição de 1 mL em 9 mL de diluente, dando origem à diluição de 1:1000. Por fim, 1mL da solução C foi adicionado em 9 mL de diluente, o que ori- ginou a solução D com diluição 1:10000. Figura 2. Esquematização de diluição seriada. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 20/01/2021. (Adaptado). 1 mL 1 mL 1 mL 9 mL 9 mL = água destilada 1 mL = solução-estoque diluição 1/10th diluição 1/100th diluição 1/1000th diluição 1/10000th 9 mL 9 mL 1 mL 1 mL 1 mL A C DB 1 mL 1 mL IMUNOLOGIA CLÍNICA 19 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 19 10/03/2021 10:57:44 Interação antígeno-anticorpo, anticorpos monoclonais e imunização O estudo da imunologia clínica requer uma base adequada de conhecimen- tos sobre imunologia básica, principalmente no que se refere à interação entre antígenos e anticorpos, que é o ponto crucial para o desenvolvimento dos imu- noensaios empregados na rotina de um laboratório clínico. Nesse contexto, torna-se de importante relembrar diversos conceitos básicos de imunologia, como antígeno, epítopo, imunógeno e anticorpo, além de compreender os ti- pos de forças presentes na formação do complexo antígeno anticorpo, tam- bém conhecido como complexo imune ou imunocomplexo. Adicionalmente, várias técnicas laboratoriais empregadas requerem a pro- dução artifi cial de anticorpos específi cos contra determinados antígenos. A produção de uma grande variedade de anticorpos monoclonais com diferentes especifi cidades se tornou possível por meio do desenvolvimento da tecnologia do hibridoma, em 1975, o que representou um grande avanço científi co que tem sido amplamente empregado desde seu surgimento. Por fi m, outro aspecto importante no estudo da imunologia clínica é o en- tendimento dos diferentes tipos de imunização e agentes imunizantes. O pro- cesso de imunização, tanto ativa quanto passiva, pode ser conferido de modo não natural aos indivíduos, o que torna possível o controle de inúmeras doen- ças de origem infecciosa (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015; LEVINSON, 2014). Relembrando conceitos básicos em imunologia Para compreender a formação dos complexos imunes, primeiramente é necessário relembrar conceitos importantes de imunologia básica, o que facili- tará o entendimento da interação antígeno-anticorpo. Os antígenos são substâncias que apresentam capacidade de se ligar de modo específi co aos anticorpos ou aos receptores dos linfócitos T, que atuam como componentes do sistema imune adaptativo. Já os anticorpos, também chamados de imunoglobulinas (Ig), são proteínas globulínicas produzidas por plasmócitos derivados de linfócitos B capazes de se ligar especifi camente aos an- tígenos que desencadeiam sua produção durante a resposta imune adaptativa. IMUNOLOGIA CLÍNICA 20 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 20 10/03/2021 10:57:44 As imunoglobulinas desempenham diversos papéis na imunidade adapta- tiva humoral, dentre as quais se destacam neutralização de microrganismos, opsonização e consequente facilitação da fagocitose de patógenos, além da ativação do sistema complemento pela via clássica. Em termos estruturais, as moléculas de imunoglobulina são simétricas, com formato semelhante à letra Y e compostas por quatro cadeias polipeptídicas: duas cadeias leves idênticas com cerca de 25 kDa e duas cadeias pesadas também iguais entre si, com 50- 70 kDa cada. Todas as cadeias da molécula do anticorpo apresentam regiões constantes, que são essenciais para as funções efetoras, e regiões variáveis, que atuam no reconhecimento específico dos epítopos. Dessa forma, o sítio de reconhecimento dos antígenos está localizado na justaposição das regiões variáveis das cadeias leve e pesada nas imunoglobulinas (Figura 3). Diferenças na composição peptídica das regiões variáveis das imunoglobu- linas são essenciais para determinar a especificidade do reconhecimento anti- gênico. Entretanto, epítopos muito semelhantes podem desencadear uma rea- ção cruzada, na qual o sítio de reconhecimento se liga a um antígeno diferente daquele para o qual foi especificamente produzido. Figura 3. Esquematização da estrutura básica das imunoglobulinas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 20/01/2021. (Adaptado). Antígeno Epítopo Cadeias leves Cadeias pesadas REGIÕES VARIÁVEIS REGIÕES CONSTANTES Sítio de reconhecimento antigênico Anticorpo (imunoglobulina) IMUNOLOGIA CLÍNICA 21 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 21 10/03/2021 10:57:44 Diferenças na organização estrutural das regiões constantes das cadeias pesadas determinam a existência de cinco diferentes classes de imunoglobu- linas, denominadas IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Anticorpos da classe IgA são encontrados na forma de monômeros e díme- ros no soro e na forma secretada nos fluidos corporais, como saliva, leite, lágri- mas e suor. Sua função primordial é atuar na proteção de superfícies mucosas. Os anticorpos da classe IgD e IgE são encontrados apenas na forma de mo- nômeros. Enquanto os IgDs atuam como receptores de superfície de linfócitos B, os pertencentes à classe IgE estão presentes no soro ou ligados aos mastó- citos e basófilos, e atuam nas reações de hipersensibilidade de tipos I (também conhecidas como hipersensibilidade imediata ou alergia) e na defesa do orga- nismo contra parasitas helmínticos. As IgGs, classe de imunoglobulinas predominante no soro, são anticor- pos monoméricos encontrados tanto na forma secretada quanto na forma de membrana. Entre as funções da IgG na imunidade humoral, incluem-se opso- nização de microrganismos, ativação do sistemacomplemento e citotoxidade mediada por célula dependente de anticorpo (ADCC). Outra característica im- portante da IgG é que essa classe é a única com capacidade de atravessar a barreira transplacentária. Por fim, os anticorpos da classe IgM podem ser encontrados na forma de monômeros, quando atuam como receptores de linfócitos B, e na forma de pentâmeros no soro. A conformação pentamérica da IgM faz com que cada molécula desse anticorpo apresente dez sítios de reconhecimento antigênico, o que permite a aglutinação de partículas infec- ciosas. Além disso, a IgM é capaz de ativar o sis- tema complementar pela via alternativa (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015; LEVINSON, 2014). EXPLICANDO Os anticorpos IgG predominam no soro de recém-nascidos, uma vez que são os únicos capazes de atravessar a placenta. Como são originadas pelo sistema imune materno, atuam somente na proteção contra patóge- nos que a mãe já tenha encontrado durante a vida, seja de modo natural ou por meio de imunização ativa. IMUNOLOGIA CLÍNICA 22 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 22 10/03/2021 10:57:44 Diversos tipos de moléculas biológicas simples e complexas podem atuar como antígenos, tais como carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos e proteínas. Entretanto, a região dos anticorpos responsável pelo reconhecimento antigêni- co é bem menor do que a grande maioria das macromoléculas e, dessa forma, apenas uma pequena porção do antígeno realmente se liga ao anticorpo. Essa região delimitada do antígeno que se liga diretamente à molécula do anticorpo é denominada determinante antigênico ou epítopo. Quando um antígeno apresenta um único epítopo, é chamado de monovalente, já os antígenos que possuem vários epítopos idênticos são denominados multi ou polivalentes. O termo imunógeno descreve toda e qualquer molécula que apresenta ca- pacidade de desencadear uma resposta imunológica quando reconhecida pelo sistema imune. Embora todo imunógeno seja um antígeno, o inverso não é ver- dadeiro, pois alguns antígenos pequenos, chamados de haptenos, conseguem se ligar aos anticorpos, mas não são capazes de estimular a montagem de uma resposta imunológica específi ca. Isso ocorre porque, apesar da possível intera- ção com anticorpos, os haptenos não conseguem ativar linfócitos T auxiliares devido à incapacidade de se ligar às proteínas do complexo principal de histo- compatibilidade (MHC) (ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015; LEVINSON, 2014.). Tipos de forças envolvidas na interação antígeno-anticorpo O reconhecimento do antígeno pela molécula de anticorpo ocorre na justa- posição das regiões variáveis das cadeias leve e pesada e, para que isso ocorra, é necessária a formação de uma ligação covalente reversível. A reversibilidade da interação antígeno-anticorpo está diretamente relacionada a fatores como pH extremo, concentrações elevadas de sal, presença de detergentes e compe- tição por altas concentrações do epítopo. A ligação covalente reversível entre antígeno e anticorpo é resultante de diversos tipos de interações, que incluem forças eletrostáticas, pontes de hi- drogênio, forças de van der Waals e ligações hidrofóbicas. As forças eletrostáticas representam a interação entre duas cargas elé- tricas por meio de atração (quando as cargas são iguais) ou repulsão (quando as cargas são opostas). Já as forças de van der Waals, por sua vez, são forças intermoleculares resultantes da união entre nuvens de cargas elétricas opos- IMUNOLOGIA CLÍNICA 23 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 23 10/03/2021 10:57:45 tas presentes no antígeno e no anticorpo, as quais podem ser do tipos dipolo- -dipolo, dipolo induzido-dipolo induzido e ligações de hidrogênio. As ligações ou pontes de hidrogênio são forças intermoleculares permanentes, nas quais o polo positivo é sempre o hidrogênio e o polo negativo pode ser nitrogênio, oxigênio ou fl úor (FORTE, 2015; ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015). Para avaliar a força da interação entre o antígeno e a molécula de anticorpo, são empregados os conceitos de afi nidade, avidez e valência. A afi nidade de um anticorpo é determinada pela força de ligação entre uma única região de reconhecimento na molécula de imunoglobulina e o epítopo do antígeno. Como antígenos polivalentes apresentam vários epítopos em sua es- trutura, a força da ligação do antígeno ao anticorpo é decorrente da interação de todos esses epítopos com as regiões de reconhecimento disponíveis. Dessa forma, na presença de vários epítopos no mesmo antígeno, pode-se dizer que a avidez é a soma de todas as afi nidades. Na prática, a avidez está mais diretamente relacionada à força de ligação entre antígeno e anticorpo, uma vez que moléculas de anticorpos como a IgM, que apresentam estrutura pentamérica, podem se ligar fortemente a antígenos polivalentes, pois apre- sentam grande quantidade de sítios de reconhecimento disponíveis, o que au- menta a avidez da interação. Por fi m, a valência de um anticorpo pode ser defi nida como o nú- mero de epítopos que ele pode reconhecer. Lembrando que anticorpos na forma de monômeros, dímeros e pentâmeros apresentam dois, quatro e dez sítios de reconhecimento, respectivamente. Anticorpos monoclonais: obtenção por hibridomas e aplicações Os anticorpos monoclonais (mAB, do inglês monoclonal antibody) são imu- noglobulinas produzidas por um único clone de linfócitos B e, portanto, apre- sentam a mesma especifi cidade de reconhecimento de antígenos, uma vez que as imunoglobulinas produzidas por plasmócitos idênticos têm exatamente a mesma estrutura nas regiões variáveis das cadeias leve e pesada, que são res- ponsáveis pelo reconhecimento dos epítopos antigênicos. IMUNOLOGIA CLÍNICA 24 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 24 10/03/2021 10:57:45 EXPLICANDO Um clone de células é definido como o conjunto de células geneticamente idênticas derivadas de uma única célula precursora. Cada clone de linfó- citos B apresenta o mesmo receptor de superfície (BCR, do inglês B cell receptor), que é um complexo formado por uma imunoglobulina (IgD ou IgM) e duas moléculas de sinalização denominadas Igα e Igβ. As células clonais são observadas na composição das massas tumorais, uma vez que os tumores são originados a partir da expansão clonal de cé- lulas inicialmente mutadas. Nesse contexto, um tipo específico de tumor maligno denominado plasmocitoma é formado pela proliferação excessiva e descontrolada de plasmócitos idênticos, todos produtores de um mesmo tipo de anticorpo. A partir do estudo dos plasmocitomas produtores de anticorpos mono- clonais, tornou-se possível o desenvolvimento da tecnologia dos hibrido- mas. Isso ocorreu no ano de 1975 e foi descoberto pelos cientistas César Milstein e Georges Köhler, que publicaram suas descobertas no artigo inti- tulado “Continuous cultures of fused cells secreting antibody of predefined specificity”. Tal descoberta rendeu aos autores o Prêmio Nobel em Medicina, no ano de 1984. A nova tecnologia descrita no artigo possibilitou uma revolução na produção de imunoglobulinas, o que permitiu o desenvolvimento de uma gama enorme de anticorpos monoclonais com especificidades distintas. A tecnologia do hibridoma, tam- bém chamada de hibridização celu- lar somática, é baseada na formação de uma célula híbrida que resulta da fusão de plasmócitos produtores de determinado anticorpo com células tumorais de mieloma. O uso de células tumorais juntamente com os plasmó- citos confere uma elevada capacidade proliferativa ao hibridoma, o que é essencial para a obtenção de grandes quantidades de anticorpos. IMUNOLOGIA CLÍNICA 25 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 25 10/03/2021 10:57:45 A diferenciação de linfócitos B em plasmócitos produ- tores do tipo específico de imunoglobulina de interesse é estimulada por meio da injeção do antígeno em uma co- baia de laboratório. Após a fusão celular, a célula híbrida obtida é estimulada a proliferar, dando origema um clone de células-filhas idênticas, todas produtoras do mesmo anticorpo monoclonal. Os hibridomas são, portanto, células híbridas com capa- cidade de replicação contínua e pro- dução simultânea de imunoglobulinas específicas direcionadas contra um determinado antígeno. Resumidamente, a produção dos hibridomas ocorre em diversas etapas sequenciais da seguinte maneira: primeiramente, é feita a administração do antígeno de interesse em camundongos, os quais se tornam imunizados e passam a produzir anticorpos específicos contra o antígeno. Em seguida, células do baço dos camundongos imunizados contendo plasmócitos são retiradas e incubadas na presença de células de mieloma, que são negativas para expressão do gene que codifica a enzima hipoxantina-guanina fosfor- ribosiltransferase (HGPRT). A incubação das células deve ser feita na presença de polietilenoglicol (PEG) diluído em meio de cultura com dimetilsulfóxido (DMSO), para que ocorra a fusão das membranas celulares. Depois da fusão, as células são transferidas para o meio de cultura HAT (hipoxantina, aminopterina e timidi- na), que mantém a viabilidade das células que expressam HGPRT (Figura 4). Dessa forma, as células do mieloma que não se fundiram não sobrevivem, pois expressam a enzima. Já os linfócitos B são células sensíveis à cultura e não sobrevivem por longos períodos incubados in vitro. Sendo assim, após um período de tempo, somente as células híbridas permanecem viáveis no meio HAT. Por fim, é feita a detecção e a quantificação das imunoglobulinas produzidas para verificar a especificidade do hibridoma produzido e, em seguida, é feita a clonagem e a preservação das células híbridas (COELHO, 2014; PRAMPERO, 2017). IMUNOLOGIA CLÍNICA 26 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 26 10/03/2021 10:57:45 Figura 4. Tecnologia dos hibridomas para produção de anticorpos monoclonais. Fonte: TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 508. A princípio os anticorpos monoclonais disponíveis eram produzidos em laboratório, a partir de linfócitos B isolados de camundongos sensibilizados com o antígeno de interesse. Devido à origem murina dos linfócitos B que formavam o hibridoma, a administração dos anticorpos monoclonais de- sencadeava uma forte resposta imune direcionada contra as imunoglobuli- nas administradas, com produção de anticorpos anti-imunoglobulinas pelo sistema imune do paciente. Tal resposta imune indesejada inativava a ação terapêutica dos anticor- pos monoclonais, além de induzir possíveis reações adversas no organismo. Essa limitação do uso dos anticorpos monoclonais fez com que, inicialmen- te, eles fossem empregados apenas com finalidade de pesquisa científica e de diagnóstico laboratorial em imunoensaios diversos, o que aumentou significativamente a especificidade dos testes imunológicos. Antígeno Suspensão de células do baço 1. Um camundongo é injetado com um antígeno específico, que induzirá anticorpos contra o antígeno. 4. A mistura de células é colocada em um meio seletivo que permite o crescimento apenas das células híbridas. 5. As células híbridas se proliferam em clones chamados de hibridomas. Os hibridomas são selecionados após triagem para a produção do anticorpo desejado. 6. Os hibridomas selecionados são cultivados para produzir grandes quantidades de anticorpos monoclonais. 2. O baço do camundongo é removido e homogeneizado em uma suspensão celular. A suspensão contém células B que produzem anticorpos contra o antígeno injetado. 3. As células do baço são, então, misturadas com células de mieloma que são capazes de crescimento contínuo em cultura, mas perderam a habilidade de produzir anticorpos. Algumas das células do baço produtoras de anticorpos e as células de mieloma se fundem para formar células híbridas. Essas células híbridas são, agora, capazes de crescer continuamente em cultura enquanto produzem anticorpos. A fusão de células de mieloma cultivadas (células B cancerosas) com células do baço produtoras de anticorpos forma um hibridoma. Hibridomas podem ser cultivados para produzir grandes quantidades de anticorpos idênticos, chamados de anticorpos monoclonais. Células do baço Células de mieloma Células híbridas Célula de mieloma Conceito-chave Célula do baço Suspensão de células de mieloma Célula híbrida Hibridomas Anticorpos monoclonais desejados Células de mieloma cultivadas (células B cancerosas) Baço IMUNOLOGIA CLÍNICA 27 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 27 10/03/2021 10:57:50 Com o desenvolvimento da biotecnologia e da engenharia genética, a tecno- logia para produção de anticorpos monoclonais foi progressivamente aprimo- rada, com o intuito de reduzir a imunogenicidade dos anticorpos monoclonais produzidos. Primeiramente, foram desenvolvidos anticorpos quiméricos, nos quais a tecnologia do DNA recombinante permite a substituição de partes da estrutura das imunoglobulinas murinas por humanas, com redução significa- tiva da imunogenicidade do anticorpo produzido, conforme pontuado por Del- ves e colaboradores, em Roitt, Fundamentos de imunologia, publicado em 2013. EXPLICANDO A tecnologia do DNA recombinante é um conjunto de procedimentos e técnicas que permite a manipulação do material genético dos organismos, com conse- quente alteração de determinada característica fenotípica. Em termos práticos, com essa tecnologia é possível identificar, extrair e isolar genes de interesse de uma célula doadora, que posteriormente são transferidos para outra célula que não possui tal gene em seu genoma. Dessa forma, uma molécula de DNA recombinante possui material genético de duas ou mais fontes diferentes. Posteriormente, com o intuito de reduzir ainda mais a imunogenicidade dos anticorpos monoclonais produzidos, teve início o desenvolvimento dos chamados anticorpos humanizados. Em termos práticos, nas imunoglobuli- nas humanizadas os sítios de reconhecimento antigênico têm origem animal, enquanto o restante da molécula tem origem humana. O avanço das técnicas de engenharia genética e a tecnologia do DNA recombinante possibilitaram a produção de anticorpos monoclonais totalmente humanos, sem qualquer ves- tígio de origem animal em sua composição (MARQUES, 2005; MURPHY, 2014). Desde seu desenvolvimento, os anticorpos monoclonais têm sido emprega- dos no contexto da imunologia clínica como reagentes em testes laboratoriais para imunodiagnóstico de tumores, doenças infecciosas, problemas autoimu- nes e imunodeficiências. Mais recentemente, o uso dos anticorpos monoclo- nais para imunoterapia tem ganhado destaque, especialmente no tratamento do câncer e doenças autoimunes. Para nomear os fármacos de origem monoclonal, utiliza-se um padrão pré- -estabelecido que facilita o entendimento do alvo terapêutico e da origem do anticorpo. De acordo com essa norma, o nome do fármaco é formado por qua- tro partes, sendo um prefixo, dois infixos e um sufixo. O prefixo é dado pela IMUNOLOGIA CLÍNICA 28 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 28 10/03/2021 10:57:50 sílaba inicial escolhida para nomear o medicamento; o primeiro infi xo é usado para indicar o seu alvo de ação, enquanto o segundo infi xo é relacionado à ori- gem do anticorpo monoclonal. Os principais infi xos utilizados estão demons- trados no Quadro 2. Por fi m, o sufi xo utilizado é sempre mabe, que indica que o fármaco é um anticorpo monoclonal (SANTOS et al., 2006). Primeiro infi xo Segundo infi xo Alvo ou doença Origem vir Viral a Rato bac Bacteriano les Lesões e Hamster cir Cardiovascular col Tumor de cólon i Primata mel Melanoma mar Tumor de mama o Camundongo got Tumor de testículo gov Tumor ovariano u Humano pro Tumor de próstata tu Miscelânia zu Humanizado tum QUADRO 2. INFIXOS EMPREGADOS NA NOMENCLATURA DE ANTICORPOS MONOCLONAIS Viral BacterianoBacterianoBacteriano Lesões Cardiovascular Bacteriano Lesões Cardiovascular Tumor de cólon CardiovascularTumor de cólon Cardiovascular Tumor de cólon Melanoma Tumor de mama Cardiovascular Tumor de cólon Melanoma Tumor de mama Tumor de testículo Tumor de cólon Melanoma Tumor de mama Tumor de testículo Melanoma Tumor de mama Tumor de testículo Tumor ovariano Tumor de mama Tumor de testículo Tumor ovariano Tumor de próstata Tumor de mama Tumor de testículo Tumor ovariano Tumor de próstata Tumor de testículo Tumor ovariano Tumor de próstata Tumor ovariano Tumor de próstata Miscelânia Tumor de próstata Miscelânia Tumor de próstata MiscelâniaMiscelânia RatoRato HamsterHamsterHamster PrimataPrimataPrimata CamundongoCamundongoCamundongoCamundongo HumanoHumanoHumano HumanizadoHumanizadoHumanizadoHumanizado No Brasil, de acordo com a lista de preço de medicamentos disponibilizada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estão atualmente disponíveis aproximadamente 60 anticorpos monoclonais com atividade terapêutica. No Quadro 3, estão alguns dos anticorpos monoclonais mais utilizados para terapêutica no país. ASSISTA Para saber mais sobre a produção de anticorpos mono- clonais para uso em imunoterapia do Instituto Butantã, assista ao vídeo Fábrica de Anticorpos Monoclonais. IMUNOLOGIA CLÍNICA 29 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 29 10/03/2021 10:57:50 Nome Tipo MAB Alvo de ação Principal indicação Abciximabe Quimérico Receptor GPIIb/IIIa Inibição de agregação plaquetária Adalimumabe Humano Receptor de fator de necrose tumoral (TNF) Doenças autoimunes (colite, artrite e outras) Alentuzumabe Humanizado Glicoproteína de superfície CD52 Esclerose múltipla Avelumabe Humano Ligante PD-L1 Carcinoma metastático de células de Merkel Benralizumabe Humanizado Receptor de interleucina 5 (IL-5) Asma grave com fenótipo eosinofílico Bevacizumabe Humanizado Receptor do fator VEGF Carcinoma colorretal Canaquinumabe Humano Interleucina 1 (IL-1) Artrite idiopática juvenil Cetuximabe Quimérico Receptor do fator EGF Carcinoma colorretal e de pulmão Denosumabe Humano Proteína RANKL Osteoporose Evolocumabe Humano Pró-proteína PCSK9 Hipercolesterolemia familiar Fremanezumabe Humanizado Peptídeo CGRP Profi laxia da enxaqueca Infl iximabe Quimérico Fator de necrose tumoral (TNF) Doença de Crohn e artrite reumatoide Lanadelumabe Humano Calicreína plasmática ativa (pKal) Crises de angioedema hereditário Natalizumabe Humanizado Integrina α4β1 Esclerose múltipla Obinutuzumabe Humanizado Glicoproteína de superfície CD20 Leucemia linfocítica crônica (LLC) Omalizumabe Humanizado Anticorpos IgE livres circulantes Asma e DPOC Panitumumabe Humano Receptor de EGF Carcinoma colorretal metastático Rituximabe Humanizado Proteína de superfície CD20 Linfoma não Hodgkin QUADRO 3. PRINCIPAIS ANTICORPOS MONOCLONAIS (mABS) DE USO TERAPÊUTICO NO BRASIL QuiméricoQuiméricoQuimérico HumanoHumano Humanizado Humano Humanizado Receptor GPIIb/IIIa Humanizado Humano Receptor GPIIb/IIIa Receptor de fator de necrose tumoral (TNF) Humanizado Humano Receptor GPIIb/IIIa Receptor de fator de necrose tumoral (TNF) Humano Humanizado Receptor GPIIb/IIIa Receptor de fator de necrose tumoral (TNF) Glicoproteína de Humanizado Humanizado Receptor GPIIb/IIIa Receptor de fator de necrose tumoral (TNF) Glicoproteína de superfície CD52 Humanizado Humanizado Receptor GPIIb/IIIa Receptor de fator de necrose tumoral (TNF) Glicoproteína de superfície CD52 Humanizado Humanizado Humano Receptor de fator de necrose tumoral (TNF) Glicoproteína de superfície CD52 Ligante PD-L1 Receptor de interleucina Humanizado Humano Quimérico necrose tumoral (TNF) Glicoproteína de superfície CD52 Ligante PD-L1 Receptor de interleucina Humano Quimérico Inibição de agregação Glicoproteína de superfície CD52 Ligante PD-L1 Receptor de interleucina Receptor do fator VEGF Quimérico Humano Inibição de agregação Doenças autoimunes (colite, Ligante PD-L1 Receptor de interleucina 5 (IL-5) Receptor do fator VEGF Quimérico Humano Humano Inibição de agregação plaquetária Doenças autoimunes (colite, Receptor de interleucina 5 (IL-5) Receptor do fator VEGF Interleucina 1 (IL-1) Humano Humano Inibição de agregação plaquetária Doenças autoimunes (colite, artrite e outras) Receptor de interleucina 5 (IL-5) Receptor do fator VEGF Interleucina 1 (IL-1) Receptor do fator EGF Humano Inibição de agregação plaquetária Doenças autoimunes (colite, artrite e outras) Esclerose múltipla Carcinoma metastático de Receptor de interleucina Receptor do fator VEGF Interleucina 1 (IL-1) Receptor do fator EGF Inibição de agregação plaquetária Doenças autoimunes (colite, artrite e outras) Esclerose múltipla Carcinoma metastático de Receptor de interleucina Receptor do fator VEGF Interleucina 1 (IL-1) Receptor do fator EGF Proteína RANKL Inibição de agregação Doenças autoimunes (colite, artrite e outras) Esclerose múltipla Carcinoma metastático de Asma grave com fenótipo Receptor do fator VEGF Interleucina 1 (IL-1) Receptor do fator EGF Proteína RANKL Pró-proteína PCSK9 Doenças autoimunes (colite, artrite e outras) Esclerose múltipla Carcinoma metastático de células de Merkel Asma grave com fenótipo Interleucina 1 (IL-1) Receptor do fator EGF Proteína RANKL Pró-proteína PCSK9 Doenças autoimunes (colite, Esclerose múltipla Carcinoma metastático de células de Merkel Asma grave com fenótipo Receptor do fator EGF Proteína RANKL Pró-proteína PCSK9 Esclerose múltipla Carcinoma metastático de células de Merkel Asma grave com fenótipo eosinofílico Carcinoma colorretal Receptor do fator EGF Proteína RANKL Pró-proteína PCSK9 Carcinoma metastático de células de Merkel Asma grave com fenótipo eosinofílico Carcinoma colorretal Artrite idiopática juvenil Pró-proteína PCSK9 Carcinoma metastático de células de Merkel Asma grave com fenótipo eosinofílico Carcinoma colorretal Artrite idiopática juvenil Carcinoma colorretal e de Pró-proteína PCSK9 Carcinoma metastático de Asma grave com fenótipo eosinofílico Carcinoma colorretal Artrite idiopática juvenil Carcinoma colorretal e de Asma grave com fenótipo Carcinoma colorretal Artrite idiopática juvenil Carcinoma colorretal e de Hipercolesterolemia familiar Asma grave com fenótipo Carcinoma colorretal Artrite idiopática juvenil Carcinoma colorretal e de pulmão Osteoporose Hipercolesterolemia familiar Carcinoma colorretal Artrite idiopática juvenil Carcinoma colorretal e de pulmão Osteoporose Hipercolesterolemia familiar Artrite idiopática juvenil Carcinoma colorretal e de pulmão Osteoporose Hipercolesterolemia familiar Carcinoma colorretal e de Osteoporose Hipercolesterolemia familiar Carcinoma colorretal e de Osteoporose Hipercolesterolemia familiarHipercolesterolemia familiarHipercolesterolemia familiarHipercolesterolemia familiar HumanizadoHumanizado Quimérico Humanizado Quimérico Humanizado QuiméricoQuimérico Humano Humanizado Humano Humanizado Peptídeo CGRP Fator de necrose Humanizado Humanizado Peptídeo CGRP Fator de necrose tumoral (TNF) Humanizado Humanizado Peptídeo CGRP Fator de necrose tumoral (TNF) Calicreína plasmática Humanizado Humanizado Humanizado Peptídeo CGRP Fator de necrose tumoral (TNF) Calicreína plasmática Humanizado Humanizado Fator de necrose tumoral (TNF) Calicreína plasmática ativa (pKal) Integrina α4β1 Humanizado Humano Fator de necrose tumoral (TNF) Calicreína plasmática ativa (pKal) Integrina α4β1 Glicoproteína de Humanizado Humano Humanizado Calicreína plasmática ativa (pKal) Integrina α4β1 Glicoproteína de superfície CD20 Humano Humanizado Profi laxia da enxaqueca Calicreína plasmática ativa (pKal) Integrina α4β1 Glicoproteína de superfície CD20 Anticorpos IgE livres Humanizado Profi laxia da enxaqueca Doença de Crohn eartrite Integrina α4β1 Glicoproteína de superfície CD20 Anticorpos IgE livres Humanizado Profi laxia da enxaqueca Doença de Crohn e artrite Glicoproteína de superfície CD20 Anticorpos IgE livres circulantes Receptor de EGF Humanizado Profi laxia da enxaqueca Doença de Crohn e artrite Crises de angioedema Glicoproteína de superfície CD20 Anticorpos IgE livres circulantes Receptor de EGF Proteína de superfície Profi laxia da enxaqueca Doença de Crohn e artrite reumatoide Crises de angioedema Anticorpos IgE livres circulantes Receptor de EGF Proteína de superfície Profi laxia da enxaqueca Doença de Crohn e artrite reumatoide Crises de angioedema Leucemia linfocítica crônica Anticorpos IgE livres Receptor de EGF Proteína de superfície Profi laxia da enxaqueca Doença de Crohn e artrite reumatoide Crises de angioedema hereditário Esclerose múltipla Leucemia linfocítica crônica Receptor de EGF Proteína de superfície CD20 Profi laxia da enxaqueca Doença de Crohn e artrite reumatoide Crises de angioedema hereditário Esclerose múltipla Leucemia linfocítica crônica Receptor de EGF Proteína de superfície CD20 Doença de Crohn e artrite Crises de angioedema hereditário Esclerose múltipla Leucemia linfocítica crônica Proteína de superfície Crises de angioedema Esclerose múltipla Leucemia linfocítica crônica Proteína de superfície Esclerose múltipla Leucemia linfocítica crônica (LLC) Asma e DPOC Carcinoma colorretal Esclerose múltipla Leucemia linfocítica crônica (LLC) Asma e DPOC Carcinoma colorretal Leucemia linfocítica crônica Asma e DPOC Carcinoma colorretal metastático Linfoma não Hodgkin Leucemia linfocítica crônica Asma e DPOC Carcinoma colorretal metastático Linfoma não Hodgkin Carcinoma colorretal metastático Linfoma não Hodgkin Carcinoma colorretal metastático Linfoma não Hodgkin Carcinoma colorretal Linfoma não HodgkinLinfoma não HodgkinLinfoma não Hodgkin Imunização ativa e passiva A aquisição de proteção imunológica contra doenças infecciosas, processo deno- minado imunização, pode ser adquirida pelo organismo de modo ativo ou passivo. Na imunização ativa, o desenvolvimento da resposta imunológica ocorre após a exposição ao antígeno específi co, o que confere participação ativa do siste- IMUNOLOGIA CLÍNICA 30 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 30 10/03/2021 10:57:51 ma imune do indivíduo no processo de produção de anticorpos e células T efetoras, com aquisição de resposta imune humoral e celular. Essa imunização geralmente é de longa duração, porém requer um período de tempo maior para sua elaboração. O contato com o antígeno na imunização ativa pode ocorrer de forma natural, durante infecções clínicas e subclínicas, e também de modo artificial, por meio da administração de vacinas produzidas com antígenos vivos ou inativos, além de pro- dutos microbianos como toxinas e toxoides (Figura 5). Já a imunização passiva, cujo desenvolvimento não requer participação dire- ta do sistema imune do indivíduo, é conferida após a administração de anticorpos pré-formados pelo organismo de outro hospedeiro (Figura 5). Dessa forma, o proce- dimento básico para imunização passiva é o recebimento de soro com imunoglobu- linas que foram produzidas especificamente contra o antígeno que desencadeou a resposta imune no organismo produtor. Em casos de doenças causadas por toxinas bacterianas, como difteria, tétano e botulismo, os anticorpos pré-formados da imunização passiva são administrados pela injeção de soro contendo antitoxinas específicas que neutralizam as toxinas produzidas pelas bactérias. Outro exemplo clássico de imunização passiva é o que ocorre nos recém-nascidos, que recebem anticorpos da classe IgG produzidos pelo sistema imune materno por meio da circulação transplacentária. A grande desvantagem da imunização passiva é que ocorre apenas imunidade humoral, com aquisição de proteção de curta duração. Figura 5. Tipos de imunização da imunidade adquirida. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/01/2021. Natural Anticorpos produzidos em resposta à infecção Artificial Anticorpos produzidos em resposta à vacinação Natural Anticorpos recebidos da mãe por meio da amamentação Imunidade passivaImunidade ativa Artificial Anticorpos recebidos por administração de soro com imunoglobulinas pré-formadas Imunização desenvolvida ao longo da vida IMUNOLOGIA CLÍNICA 31 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 31 10/03/2021 10:57:51 O soro homólogo, produzido por organismos da mesma espécie do indiví- duo que irá recebê-lo, apresenta baixo risco de desencadear reações de hiper- sensibilidade, porém tem risco maior de transmissão de doenças infecciosas. Por outro lado, o soro heterólogo, produzido por espécies diferentes da es- pécie-alvo, não traz risco de transmissão de doenças infeccio- sas, mas apresenta risco elevado de desencadear reações de hipersensibilidade, com possível desencadeamento de reação anafi lática grave, além de deposição de imunocom- plexos (LEVINSON, 2014; ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015). Boas práticas e controle de qualidade laboratorial A compreensão de que o ambiente laboratorial é uma rede complexa de interações humanas, tecnológicas, educativas e normativas favorece a redução de erros e o aumento do padrão de qualidade do serviço prestado. Essa rede complexa de atividades tem sido diretamente afetada pelo pro- gressivo avanço técnico e científi co, o que possibilita um número crescente de novos exames complementares disponíveis. Conforme pontuado por Westgard e Darcy, em “The truth about quality: medical usefulness and analytical reliability of Laboratory tests”, publicado em 2004, estima-se que aproximadamente 70% das decisões médicas sejam em- basadas na análise de resultados de exames laboratoriais, o que evidencia a necessidade de emissão de resultados confi áveis para garantir maior seguran- ça nas decisões clínicas. Nesse contexto, o laboratório clínico deve priorizar o fornecimento de resultados fi dedignos e de qualidade. Para isso, é imprescindível que todos os envolvidos na rotina laboratorial trabalhem com disciplina, organização e consciência ética, além de que respeitem as normas de biossegurança e legislação pertinente, de acordo com o tipo de atividade exercida em cada ambiente de trabalho. Dessa forma, pode-se concluir que a qualidade fi nal do serviço prestado pelo laboratório clínico é resultante de um intensivo plano de ação de qualida- de aliado a normas de biossegurança e programas de educação continuada de seus gestores e funcionários. IMUNOLOGIA CLÍNICA 32 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 32 10/03/2021 10:57:51 Boas práticas em laboratório e noções básicas de biossegurança As boas práticas laboratoriais (BPL) representam um sistema complexo de qualidade que envolve procedimentos de organização, planejamento, execu- ção, monitoramento, registro e arquivamento de exames, com o intuito de permitir a rastreabilidade de todas as etapas da rotina e visando o padrão de qualidade dos resultados obtidos. Uma das principais ferramentas empregadas para o cumprimento dessas boas práticas é a utilização sistemática de procedimentos operacionais pa- drão (POPs), que são documentos que devem conter informações detalhadas sobre todas as etapas dos processos executados durante a rotina do laborató- rio. Tais documentos devem ser redigidos de forma clara e precisa para que a rotina possa ser executada sempre da mesma forma e com a mesma qualidade (MOLINARO et al., 2010). Além disso, os arquivos com os POPs do laboratório devem estar sempre disponíveis, ser de fácil acesso aos funcionários e todas as mudanças feitas na rotina laboratorial devem ser adicionadas no documento. Após a formulação inicial do POP, o ideal é que sejam feitas revisões periódicas do conteúdo para possíveis ajustes e correções. Para a correta execução dos procedimentoslaboratoriais, tanto a qualida- de dos equipamentos quanto dos reagentes é de essencial importância. Todos os equipamentos devem ser periodicamente revisados e calibrados, além de necessitarem de condições ambientais favoráveis de temperatura e umidade para o funcionamento ideal. A calibração de um equipamento é o conjunto de atividades e operações pe- riódicas para verifi car a correspondência entre os valores indicados por ele e os valores obtidos por um padrão de referência, garan- tindo que os resultados obtidos na rotina estejam cor- retos. Adicionalmente, a operação e a manutenção desses equipamentos devem ser feitas por profi s- sionais devidamente capacitados, e todas as ope- rações, incluindo as atividades de manutenção e limpeza, devem ser descritas em POPs específi cos. IMUNOLOGIA CLÍNICA 33 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 33 10/03/2021 10:57:51 Os materiais e reagentes empregados na rotina laboratorial também de- vem ser rigorosamente verificados para garantir a qualidade do serviço. É im- prescindível conhecer a procedência, a validade e os meios corretos de uso e armazenamento de todas as substâncias, além de conhecer os certificados de controle de qualidade dos fornecedores. A biossegurança pode ser definida como o conjunto de medidas, ações e metodologias que visam minimizar ou eliminar os potenciais riscos que as atividades de pesquisa, ensino, produção, tecnologia e prestação de serviços possam causar à saúde do homem, dos animais e ao meio ambiente. Todos os laboratórios, sejam eles de diagnóstico, pesquisa ou desenvolvimento, devem adotar planos de biossegurança vinculados a planos de educação continuada dos trabalhadores envolvidos. Nesse contexto, os laboratórios clínicos de imunologia devem seguir nor- mas rígidas de biossegurança para garantir a proteção dos profissionais, que em toda a rotina laboratorial estão em exposição constante a riscos físicos, quí- micos e biológicos. Vale salientar que o risco é definido como a probabilidade de concretização de uma situação de perigo, que por sua vez é definido como uma condição capaz de causar ou contribuir para o dano. Em termos práticos, a biossegurança no Brasil pode ser dividida em duas ver- tentes: a biossegurança legal e a biossegurança prática. A biossegurança legal é determinada pela Nova Lei de Biossegurança, regulamentada no ano de 2005, que estabelece a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), cuja função primordial é tratar de questões voltadas aos organismos geneticamente modificados (OMGs) e células-tronco embrionárias. Já a biossegurança prática é aquela vivenciada na rotina dos estabelecimentos de saúde e laboratórios em geral, que tem como foco a administração dos riscos ocupacionais por agentes físicos, químicos, ergonômicos e biológicos no ambiente de trabalho. Entre os possíveis riscos físicos presentes em um laboratório clínico, desta- cam-se ruídos, vibrações, temperaturas extremas e radiações. Já entre os ris- cos químicos, incluem-se substâncias químicas presentes em poeiras, névoas, gases e vapores, além dos reagentes e ativos que podem entrar em contato com a pele e vias respiratórias. Os riscos ergonômicos consistem em movi- mentos repetitivos, jornada prolongada de trabalho, tensões, posições monó- tonas e exigência de atenção e concentração. Por fim, os riscos biológicos são IMUNOLOGIA CLÍNICA 34 SER_FARMA_IMUNOCLI_UNID1.indd 34 10/03/2021 10:57:51 representados por diferentes tipos de patógenos, tais como vírus, bactérias, fungos e protozoários que podem estar presentes nas amostras clínicas. De acordo com o risco potencial que representam para a saúde humana, tais mi- crorganismos são organizados em diferentes classes, como pode ser observa- do no Quadro 4. Risco 1 Risco 2 Risco 3 Risco 4 Descrição Ausência de risco ou baixo risco, tanto individual quanto coletivo. Não são capazes de causar doenças em indivíduos adultos saudáveis. Moderado risco individual e baixo risco coletivo. Capazes de infectar homens e animais, com limitado potencial de propagação e presença de medidas profi láticas e terapêuticas. Elevado risco individual e moderado risco comunitário. Causam doenças com possível transmissão de pessoa a pessoa. Geralmente há medidas de tratamento e prevenção. Alto risco individual e coletivo, com elevado poder de transmissão respiratório ou via desconhecida. Causam doenças graves com ausência de medidas profi láticas e terapêuticas. Exemplos Bacillus subtillis Escherichia coli Mycobacterium leprae Vírus Ebola Lactobacillus casei Vírus da hepatite Bacillus anthracis Vírus Mapucho Helminthosporium spp. Schistosoma mansoni HIV e vírus da raiva Vírus Junin QUADRO 4. CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS QUANTO AO RISCO BIOLÓGICO Ausência de risco ou baixo Ausência de risco ou baixo risco, tanto individual quanto Ausência de risco ou baixo risco, tanto individual quanto coletivo. Não Ausência de risco ou baixo risco, tanto individual quanto coletivo. Não são capazes de causar doenças risco ou baixo risco, tanto individual quanto coletivo. Não são capazes de causar doenças em indivíduos Moderado risco individual e baixo individual quanto coletivo. Não são capazes de causar doenças em indivíduos Moderado risco individual e baixo individual quanto coletivo. Não são capazes de causar doenças em indivíduos adultos saudáveis. Moderado risco individual e baixo risco coletivo. são capazes de causar doenças em indivíduos adultos saudáveis. Moderado risco individual e baixo risco coletivo. Capazes de infectar homens causar doenças em indivíduos adultos saudáveis. Moderado risco individual e baixo risco coletivo. Capazes de infectar homens e animais, Bacillus subtillis saudáveis. individual e baixo risco coletivo. Capazes de infectar homens e animais, com limitado potencial de Bacillus subtillis Capazes de infectar homens e animais, com limitado potencial de propagação Bacillus subtillis Lactobacillus infectar homens e animais, com limitado potencial de propagação e presença Elevado risco Bacillus subtillis Lactobacillus Helminthosporium com limitado potencial de propagação e presença de medidas profi láticas e Elevado risco individual e moderado risco Bacillus subtillis Lactobacillus casei Helminthosporium potencial de propagação e presença de medidas profi láticas e terapêuticas. Elevado risco individual e moderado risco comunitário. Causam doenças Lactobacillus casei Helminthosporium Elevado risco individual e moderado risco comunitário. Causam doenças e presença de medidas profi láticas e terapêuticas. com possível Escherichia coli Helminthosporium spp. individual e moderado risco comunitário. Causam doenças de medidas profi láticas e terapêuticas. com possível transmissão de pessoa a pessoa. Escherichia coli Helminthosporium spp. moderado risco comunitário. Causam doenças profi láticas e terapêuticas. com possível transmissão de pessoa a pessoa. Escherichia coli Vírus da hepatite Helminthosporium Causam doenças com possível transmissão de pessoa a pessoa. Geralmente há medidas de Alto risco individual e Escherichia coli Vírus da hepatite Causam doenças com possível transmissão de pessoa a pessoa. Geralmente há medidas de tratamento e Alto risco individual e coletivo, com elevado poder Escherichia coli Vírus da hepatite Schistosoma transmissão de pessoa a pessoa. Geralmente há medidas de tratamento e prevenção. Alto risco individual e coletivo, com elevado poder de transmissão Vírus da hepatite Schistosoma mansoni pessoa a pessoa. Geralmente há medidas de tratamento e prevenção. individual e coletivo, com elevado poder de transmissão respiratório
Compartilhar