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ARTE, EDUCAÇÃO E MUSICALIDADE

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FACULDADE DO COMPLEXO EDUCACIONAL SANTO ANDRÉ- FACESA 
DISCIPLINA: ARTE, EDUCAÇÃO E MUSICALIDADE 
PROF°.: DANIELLE FERREIRA 
TURMA: II 
MÊS: NOV./2019 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ARTE PARA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA 
 
 
 
Daniela Cristina Coleto1 
 
 
 RESUMO 
Atualmente, a arte voltada para a educação do desenvolvimento do indivíduo, da 
formação de seu senso crítico e afetivo, está sendo desvalorizada. Muitas vezes as 
pessoas não são incentivadas a buscar dentro de si algo novo e criativo. A imagem que 
nos é passada é a de apreciação das grandes obras e não a do despertar da capacidade 
criadora. Para que isso ocorra, podemos como professores, fazer uso das linguagens 
artísticas (teatro, dança, música e artes visuais) que são carregadas de sentidos e fazem 
parte da condição humana, para desenvolver nos alunos a capacidade de se relacionar, 
de sentir e de assumir uma consciência crítica. Este artigo tem por finalidade apresentar 
uma reflexão sobre a arte, para mostrar como ela é importante na formação da criança. 
Assim como os outros componentes curriculares, a disciplina Arte é relevante em seu 
processo de formação. As aulas de Arte, assim como os professores, não precisam visar 
a formação de pintores, escultores ou peritos em artes, mas devem buscar ampliar o 
conhecimento e sensibilidade dos alunos tornando-os indivíduos criativos e dinâmicos 
inseridos no contexto da sociedade. 
 
Palavras-chave: 1. Arte, 2. Educação da criança, 3. Linguagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Introdução 
 
Neste artigo, analisaremos de que forma a disciplina Arte pode ser aplicada na 
educação da criança, por sentirmos necessidade de entender e responder qual o valor 
dessa disciplina e como ela pode ajudar na educação da criança, visando estimular a 
sensibilidade do aluno, incentivando-o a pensar, sentir e agir de maneira diferente, por 
meio do uso das diversas linguagens artísticas, buscando favorecer o desenvolvimento 
do potencial criador do indivíduo. 
De acordo com os autores que contribuíram para este artigo, podemos notar, que 
a arte ainda não é ensinada e aprendida de uma maneira suficiente pela maioria das 
crianças e adolescentes brasileiros. É necessário um espaço para o desenvolvimento 
pessoal e social por meio de vivência e posse do conhecimento artístico e estético do 
aluno, e para isso é preciso pensar uma nova metodologia. 
A arte tem uma grande importância na educação escolar e em geral ela tem 
função indispensável na vida das pessoas desde o início das civilizações, tornando-se 
um fator essencial de humanização. “Cada um de nós, combinando percepção, 
imaginação, repertório cultural e histórico, lê o mundo e o reapresenta à sua maneira, 
sob o seu ponto de vista, utilizando formas, cores, sons, movimentos, ritmo, cenário...” 
(MARTINS, M. et al, 1998, p.57). 
De acordo com Ferraz e Fusari (1999, p. 16), “a arte se constitui de modos 
específicos de manifestação da atividade criativa dos seres humanos ao interagirem com 
o mundo em que vivem, ao se conhecerem e ao conhecê-lo”. 
Assim, o propósito deste artigo é explicar qual a importância da Arte para a 
criança. Para isso, nos apoiaremos nas idéias apresentadas pelas autoras Martins, 
Picosque e Guerra (1998), quando se referem a um estudo elaborado sobre o 
desenvolvimento expressivo da criança, que na obra “Didática do ensino de arte: a 
língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte” foi separado em quatro movimentos. 
É importante deixar claro desde o início que “esses movimentos não são estáticos, não 
delimitam seu território de maneira estanque, definitiva” (1998, p. 94). São importantes 
para o desenvolvimento da criatividade da criança, principalmente pelo trabalho do 
professor como mediador. 
 
 
 
 
Por esse prisma, consideramos que a Arte deixe de ser apreciada como uma 
atividade e passe a ocupar a categoria de disciplina de Arte, para que ela passe a ser 
mais do que algo para ser tratado só na escola, mas algo que provoque mudanças de 
comportamento. 
 
A arte e a formação da criança 
A arte é importante na vida da criança, pois colabora para o seu 
desenvolvimento expressivo, para a construção de sua poética pessoal e para o 
desenvolvimento de sua criatividade, tornando-a um indivíduo mais sensível e que vê o 
mundo com outros olhos. Os seres humanos são dotados de criatividade e possuem a 
capacidade de aprender e de ensinar. A criatividade da criança precisa ser trabalhada e 
desenvolvida, e é por meio do trabalho realizado com a arte nas escolas que isso será 
possível, pois, nas palavras de Buoro (2000, p. 39) “Arte se ensina, Arte se aprende”. 
Porém, nas escolas podemos ver que ocorre o contrário, a arte está sendo 
desvalorizada e colocada apenas como “momento de repouso” das outras disciplinas 
que são consideradas mais importantes, ou ainda recurso para enfeitarem datas 
comemorativas, como nos relata os PCN – Artes (1997). Além disso, ainda existem 
professores que intervém no processo de construção do aluno, tentando impor suas 
“técnicas” ou o que acham correto, desestimulando assim os alunos e impedindo que 
desenvolvam sua própria poética, seu próprio estilo. 
Para entendermos a importância que a arte exerce na criança analisaremos 
algumas características do seu desenvolvimento expressivo. Iniciaremos com as 
crianças de 02 anos e seguiremos até aproximadamente seus 12 anos. 2 
A arte é vista e sentida de maneiras diferentes por crianças e adultos. Para o 
adulto está associada ao belo, às exposições, a museus, à estética. Já para a criança, a 
arte é uma forma de se expressar, pois “a natureza da criança é lidar com o mundo de 
modo lúdico, fazer o que lhe dá prazer e satisfação. Por isso gosta tanto de brincar e 
desenhar” (SANS, 1995, p. 21). A criança faz o que lhe dá prazer e alegria, brincar e 
 
 
2 
Essas idades são utilizadas por LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da Capacidade 
Criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1970 e aqui as utilizaremos para facilitar a compreensão, pois elas não 
são estanques, pode haver variações. 
 
 
 
 
desenhar envolve-a por completo e, sempre que age, valoriza os seus desejos e as suas 
vontades. 
Geralmente, a criança começa a desenhar por volta dos dois anos. Nesse período 
está aberta a experiências, não tem medo de se arriscar, pois o seu corpo é ação e 
pensamento: ela pode tocar, cheirar, pensar e experimentar com o corpo. 
 
Seu pensamento se dá na ação, na sensação, na percepção, sempre regado 
pelo sentimento. Convive, sente, reconhece e repete os símbolos do seu 
entorno, mas não é, ainda, um criador intencional de símbolos. Sua criação 
focaliza a própria ação, o exercício, a repetição (MARTINS, PICOSQUE e 
GUERRA, 1998, p. 96). 
 
É nesse período que a criança inicia suas garatujas, ou seja, quando manifesta de 
forma gráfica, sonora ou corporal o que está sentindo, o que conseguiu “pesquisar” no 
ambiente. É importante ressaltar que as garatujas não são apenas gráficas, pois os 
pequenos também podem explorar materiais sonoros e o próprio corpo para se 
expressarem, como quando fazem movimentos com a boca e produzem sons ou quando 
montam e desmontam pilhas de caixas por prazer. Em todas essas situações estão 
pesquisando o que existe ao seu redor e o que podem fazer. 
A criança valoriza mais o material que está utilizando, o processo, do que o 
resultado final. Ao se expressar de forma gráfica faz vários rabiscos, livremente, faz 
traços horizontais, verticais e inclinados até perceber que pode utilizar a linha curva 
para construir círculos de tamanhos diferentes. Por mais que para os adultos esses 
rabiscos não possuam significado algum, devem ser estimulados. A criança deve ser 
encorajada a garatujar, pois esses traços são o início de sua expressão gráfica e, 
posteriormente, a levarão até a escrita. 
Vários estudos foram feitos para apresentar a evolução dessas garatujas. Comomostram Martins, Picosque e Guerra (1998), a pesquisadora Rhoda Kellogg (1985) 
desenvolveu um mandala para expressar essas fases.3 Esse mandala é representado por 
um círculo com diversas sequências de figuras, que mostram a evolução dos desenhos 
das crianças. Os desenhos se iniciam com círculos de vários tamanhos que tem seu 
contorno cortado por riscos, que apresentam o formato de um sol. Aos poucos, devido 
 
3 
O mandala citado acima pode ser consultado em: MARTINS, PICOSQUE e GUERRA (1998). 
 
 
 
 
às interferências do meio e aos processos que a criança vai assimilando seu desenho se 
modifica, os círculos tornam-se casinhas, flores, carrinhos, figuras humanas etc. Para 
Kellogg (1985) todos os desenhos que uma pessoa fará têm por base os movimentos que 
tiveram início em sua primeira infância e que eram, geralmente, registrados em papel ou 
massinha. 
Como vemos em Lowenfeld e Brittain (1970, p. 115) “a arte pode contribuir 
imensamente para esse desenvolvimento, pois é na interação entre a criança e seu meio 
que se inicia a aprendizagem”. A interação é importante, pois a criança gosta de imitar o 
que o adulto faz, ela observa seus gestos e ações e tenta reproduzir, ela se interessa pela 
ação e não pelo que o adulto está fazendo. Por isso é fundamental o incentivo, tanto da 
família como da escola, oferecendo-lhe repertório suficiente para que possa ampliar 
seus conhecimentos e suas ações. 
Os pais e os professores devem ficar atentos para deixar a criança se expressar 
livremente, evitar comentários negativos e não devem apressá-la para que saia da fase 
das garatujas, pois essas manifestações são importantes para o seu desenvolvimento e 
ações futuras. Quando a criança é reprimida pode passar a ter medo de se arriscar e, 
conseqüentemente, de se expressar. 
Podemos concordar com Martins, Picosque e Guerra (1998, p. 102), quando 
dizem que a “arte é a linguagem básica dos pequenos e deve merecer um espaço 
especial, que incentive a exploração, a pesquisa, o que certamente não será obtido com 
desenhos mimeografados e „exercícios de prontidão‟”. 
Os processos pelos quais as crianças passam são mais importantes que o 
produto final e, por isso, merecem tanta atenção. 
Após a fase das garatujas, entre 04 e 07 anos a forma de se expressar da criança 
passa a apresentar outras características: ela descobre que tudo tem um nome, um 
significado e um porquê. Nessa fase, o jogo do faz de conta está muito presente na vida 
da criança quando uma vassoura pode ser seu cavalinho, ou uma caixa de papelão pode 
representar seu carro. 
No desenho os seus rabiscos vão, aos poucos, depois de inúmeras tentativas, se 
tornando letras e ela passa a diferenciar a escrita do desenho. Seus traços começam a ser 
controlados e, geralmente, o primeiro símbolo que a criança constrói é a figura humana. 
 
 
 
 
Como vimos na mandala desenvolvida por Rhoda Kellogg, as figuras nascem dos sóis e, 
em algumas ocasiões, a figura humana é representada por um círculo com olhos, nariz e 
boca. Para Sans (1995, p. 28), “depois que a criança desenha o sol irradiante, parece 
descobrir um tipo de fórmula para representar o rosto humano. Geralmente, ela desenha 
dois pequenos círculos representando os olhos, um ponto como se fosse o nariz e um 
risco horizontal como boca”. 
A criança nesta fase busca em suas experiências um modo para representar o 
homem como um todo. Ela não se preocupa em organizar as cenas no papel, seus 
desenhos são dispostos de forma aleatória, os objetos podem aparecer acima, abaixo, ou 
nos cantos do papel, pois a criança os desenha da forma como os compreende e não 
conforme a realidade. Procede da mesma maneira com as cores. Um cachorro pode ser 
azul ou rosa, uma vez que não se incomoda com o aspecto visual e sim o afetivo que a 
cor proporciona. 
A figura humana vai aos poucos se enriquecendo de detalhes, como as orelhas e 
o umbigo e isto influenciará outros desenhos, como por exemplo, ao representar flores 
ou animais manterá as características humanas como boca, nariz e olhos. Nas 
representações com massinha ou argila a criança também apresentará evoluções, e aos 
poucos, as figuras deixam de ser bidimensionais, para serem tridimensionais.4 
Os desenhos das crianças, assim como todas as suas formas de expressão podem 
ser considerados um reflexo da sua criatividade infantil, pois são os registros dos seus 
sentimentos e das suas percepções do meio, o que proporciona ao professor um modo de 
compreender melhor seu aluno e assim ajudá-lo, pois “a arte infantil faculta-nos não só 
a compreensão da criança mas também a oportunidade de estimular seu 
desenvolvimento, através da educação artística” 5 (LOWENFELD e BRITTAIN, 1970, 
p. 176). 
É através das aulas de Arte que o professor irá estimular seu aluno a investigar, 
inventar, explorar e, mesmo cometendo erros, ele não terá medo de liberar sua 
4 
Nas representações com massinha e argila bidimensionais a criança constrói suas figuras apoiadas em 
superfícies, como em uma folha de papel, com o tempo passará a construir as figuras em pé, ocupando o 
espaço de modo tridimensional, ou seja, as figuras terão comprimento, altura e largura. 
5 
A edição do livro utilizada para essa pesquisa é datada de 1970, por isso o autor ainda utiliza o termo 
Educação Artística, sendo que a partir da publicação da LDB 9394/96, art. 26, § 2º a disciplina passou a 
se chamar Arte. 
 
 
 
 
criatividade. O professor deve apresentar a atividade como algo essencial para a criança, 
e também deve estar motivado com o trabalho, não apenas orientando de forma 
mecânica, mas fazendo a criança sentir sua importância para que a atividade seja 
significativa para o aluno. 
De acordo com as idéias de Martins, Picosque e Guerra (1998) é no jogo de faz 
de conta, ou jogo simbólico que a espontaneidade estética e a capacidade de criação 
ficam evidentes, quando a criança inventa e representa situações através da imagem 
simbólica de objetos ausentes. Ela representa de forma espontânea, mas não tem 
intenção de representar teatralmente uma história com começo, meio e fim. 
Podemos dizer que a principal característica desse segundo movimento 
expressivo é a possibilidade de inventar da criança, de criar a partir de suas próprias 
idéias. Nessa fase o trabalho do professor é muito importante devendo incentivar a 
criança a se expressar, a imaginar outras possibilidades, caso contrário o aluno poderá 
se tornar apenas um repetidor de respostas e modelos prontos, pois a “perda do „lúdico‟ 
provoca na criança o envelhecimento precoce e a atrofia da espontaneidade” (SANS, 
1995, p. 22). 
Aos poucos a criança apresenta novas características quanto ao desenvolvimento 
expressivo. Por volta dos 07 anos, quando já está sendo alfabetizada, sente necessidade 
de registrar tudo o que descobriu ou inventou, “as soluções gráficas que encontra, a 
invenção de novas relações, são algumas das peripécias criativas que a criança vai 
produzindo para registrar o que vê, sabe, intui e imagina” (MARTINS, PICOSQUE e 
GUERRA, 1998, p. 110). 
A principal particularidade dessa fase do desenvolvimento expressivo é o 
aparecimento da linha de base ou o “chão” e nela a criança irá apoiar todos os seus 
desenhos, sendo que em algumas ocasiões poderá também utilizar a borda do papel 
como “chão”. 
Por ser exigente consigo mesma, busca fazer suas representações da forma mais 
realista que conseguir o que, muitas vezes, a deixa insegura e com medo de errar. 
Tentando evitar os erros usa constantemente a borracha ou se apóia no uso da régua. A 
linha de contorno também lhe dá segurança na representação. A busca pela realidade 
também influencia o uso das cores, pois as representações passam a ter cores 
 
 
 
 
convencionais, como os telhados vermelhos, a grama sempre verde e as nuvens sempre 
azuis sobre fundo branco. Outra característica presente no desenho é a transparênciaque, de acordo com Sans (1995, p. 30) 
[...] é comum, também, a criança desenhar o que sabe existir, mesmo que 
esteja escondido. Ao desenhar uma casa, ela pode colocar, no mesmo plano 
das linhas de contorno, os móveis que estão dentro dela. 
 
Por volta dos 09 e 10 anos a criança entra na fase do “eu não sei desenhar”. O 
professor precisa estar atento à autocrítica que está sendo desenvolvida por ela, ao 
comparar o real ao que foi produzido, “é comum um número grande de alunos perguntar 
ao professor se o seu trabalho de Arte está certo ou errado. A noção de aprovação e 
reprovação é tão forte, que eles se sentem tolhidos e inseguros para se expressar” 
(BUORO, 2000, p. 36). Nesse momento o professor precisa mostrar à criança que há 
outras possibilidades de representação e, para isso, pode enriquecer seu repertório 
através de observações de obras ou figuras, podendo, também, discutir com a classe ou 
individualmente outras maneiras de representação. O importante é que o professor 
desafie seu aluno para que ele desenvolva sua poética pessoal. 
A presença da organização e da regra faz surgir nas criações teatrais das crianças 
uma outra linha, a linha de palco, que divide o palco da platéia. De acordo com as 
autoras Martins, Picosque e Guerra (1998) é importante que nesse período a criança 
aprenda uma música que goste, pois ela está em sintonia com a produção musical de seu 
meio. É importante ainda que o professor coloque a criança em contato com produções 
de outras épocas e culturas para que ela desenvolva a “escuta ativa” e perceba os 
diferentes aspectos estruturais e emocionais da música aumentando, dessa forma, seu 
repertório e valorizando a produção musical do ser humano. 
Nessa fase também tem início o interesse por trabalhos em grupos, em todas as 
linguagens artísticas (teatro, dança, música e artes visuais) e essa necessidade será ainda 
maior na próxima fase do seu desenvolvimento expressivo. 
Ainda de acordo com Martins, Picosque e Guerra (1998, p. 114) podemos levar 
“desse terceiro movimento expressivo a invenção de relações e regras que geram 
critérios próprios, na busca de soluções criativas que vão alimentando um pensamento 
criador com maior autonomia”. 
 
 
 
 
A cada fase que a criança passa, desenvolve mais sua criatividade e 
conseqüentemente sua autonomia, tendo assim mais facilidade para se expressar e se 
comunicar com o mundo. 
Quando tem entre 09 e 12 anos, aproximadamente, a criança começa a deixar de 
ser criança e tornar-se adolescente, entrando na Idade da “Turma” (início do realismo) 
de acordo com Lowenfeld e Brittain (1970), e/ou no quarto movimento, quando 
desenvolve sua poética pessoal, como afirmam Martins, Picosque e Guerra (1998). 
Nesse período o adolescente sente a necessidade de estar em grupos, ele está mais 
crítico e autônomo, percebe que faz parte de uma sociedade, 
 
[...] a descoberta de interesses semelhantes, de segredos compartilhados em 
comum, do prazer de realizar coisas em conjunto, torna-se acontecimento 
fundamental. Existe a crescente conscientização de que se pode fazer mais 
em grupo do que estando só, e de que o grupo é mais poderoso do que a 
pessoa solitária (LOWENFELD e BRITTAIN, 1970, p. 229). 
 
Essa necessidade não deve ser reprimida. Por mais que a adolescência seja uma 
fase complicada na vida do ser humano, a família e a escola precisam ser pacientes e 
saber trabalhar esse quarto movimento, pois cada adolescente se expressa de uma 
maneira particular. 
Podemos dizer que a principal característica dessa última fase é a autonomia que 
está sendo desenvolvida pelo adolescente, a sua busca pela própria identidade e poética 
pessoal, que se reflete diretamente em sua expressão artística. Podemos enfatizar mais 
uma vez que é nas aulas de Arte, junto ao professor, que isso pode ocorrer, desde que 
seu trabalho seja instigante e voltado para o desenvolvimento pleno do aluno. 
 
O professor como mediador 
Durante todo o seu desenvolvimento expressivo a criança conhece e aprimora 
saberes, técnicas e sensações, construindo assim, sua poética pessoal. É nesse 
aprimorar/construir que se faz necessária uma boa prática pedagógica desenvolvida pelo 
professor. 
Podemos concordar com Ferraz e Fusari (1999, p. 49) quando explicam que “no 
encontro que se faz entre cultura e criança situa-se o professor cujo trabalho educativo 
será o de intermediar os conhecimentos existentes e oferecer condições para novos 
 
 
 
 
estudos”. O papel do professor é mediar os conhecimentos, apresentar novos saberes aos 
que a criança já possui. 
Tudo o que ela adquire, seja por intermédio do professor ou do seu meio 
(família, colegas, sociedade), ajuda no desenvolvimento de suas expressões e 
percepções. O professor como principal mediador dos conhecimentos, precisa 
apresentar à criança situações que lhe possibilitem ampliar e enriquecer suas 
experiências, de modo prazeroso e lúdico. De acordo com os PCN – Artes (1997, pp.47 
e 48) “aprender com sentido e prazer está associado à compreensão mais clara daquilo 
que é ensinado”, dessa forma é função do professor escolher quais os recursos didáticos 
mais eficientes para expor os conteúdos, “observando sempre a necessidade de 
introduzir formas artísticas, porque ensinar arte com arte é o caminho mais eficaz”. 
Vários fatores são importantes para que as aulas sejam significativas para as 
crianças, como ter um ambiente estimulante e desafiador, acolher o que os alunos 
trazem e trabalhar com o cotidiano das crianças, ou seja, com o repertório oferecido pela 
comunidade. (PCN – Artes, 1997). 
De acordo com os PCN – Artes (1997, p. 110), o professor é um “criador de 
situações de aprendizagem”. Ele é o incentivador, estimulador, o profissional que 
trabalha para que suas aulas sejam significativas para seus alunos. 
O professor de Arte precisa estar atento ao trabalho que está desenvolvendo com 
seus alunos, analisar se está ajudando a desenvolver mais sua percepção, buscando 
assim a construção de sua poética pessoal, pois: 
 
[...] valorizar o repertório pessoal de imagens, gestos, “falas”, sons, 
personagens, instigar para que os aprendizes persigam idéias, respeitar o 
ritmo de cada um no despertar de suas imagens internas são aspectos que 
não podem ser esquecidos pelo ensinante de arte. Essas atitudes poderão 
abrir espaço para o imaginário (MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998, 
p. 118). 
 
É necessário que o educador analise e valorize o processo e não o produto final, 
incentive o aluno a buscar e criar, a se sensibilizar com as cores, gestos e sons. O 
trabalho do professor é incentivar e valorizar a imaginação dos alunos, ouvir e ver o que 
já sabem fazer. Segundo as autoras Martins, Picosque e Guerra (1998, p. 118) “é 
 
 
 
 
exercitando esse pensar imaginativo que podemos encontrar soluções inovadoras e 
ousadas, seja no campo da ciência, seja no da arte”. 
Já o autor Jorge Larrosa (2003, pp. 51 e 52) nos apresenta uma definição de 
professor um pouco mais poética. Afirma que professor é “alguém que conduz alguém 
até si mesmo” e, se olharmos para nossa vida encontraremos “alguém que, sem exigir 
imitação e sem intimidar, mas suave e lentamente, nos conduziu até nossa própria 
maneira de ser”. 
Após essas definições podemos dizer que o bom professor é aquele que se 
empenha no que faz e que tem como objetivo o crescimento e o desenvolvimento de 
seus alunos. O professor nas aulas de Arte deve visar o desenvolvimento da poética do 
aluno e do seu modo de se expressar, não de forma impositiva, mas incentivando suas 
produções. É preciso estar atento, pois de acordo com os autores Lowenfeld e Brittain 
(1970, p. 78) “um mau professor é pior do que não haver professor algum”. 
Ao conduzir o aluno a si mesmo, o professor pode trabalhar estimulando o 
desenvolvimento de sua criatividade, o que facilitará a construção de sua poética 
pessoal e de sua forma de ver,sentir e se expressar no mundo. 
Para Lowenfeld e Brittain (1970, p. 48) “as crianças que ficam inibidas em sua 
criatividade, por regras ou forças que lhe são alheias, podem retrair-se ou recorrer à 
cópia ou ao desenho mecânico”. Para que isso não ocorra é importante o trabalho do 
professor como mediador e incentivador. 
A poética pessoal, assim como a criatividade e o gosto pela arte, só serão 
desenvolvidos se fizerem sentido para a criança. Para Martins, Picosque e Guerra (1998, 
p. 128) 
[...] o que „decoramos‟ ou simplesmente copiamos mecanicamente não fica 
em nós. É um conteúdo momentâneo, por isso conhecimento vazio que no 
decorrer do tempo é esquecido. Não faz parte de nossa experiência. Só 
aprendemos aquilo que, na nossa experiência, se torna significativo para nós. 
 
As aulas de Arte precisam ser significativas. O professor precisa conhecer seus 
alunos, partir de suas preferências, do que já sabem e ampliar o seu repertório. Para isso 
ele pode levar para a aula materiais diferentes, incentivar as produções dos alunos, 
questionar qual o significado do que fizeram e propor situações problemas para que 
 
 
 
 
busquem diferentes respostas, novas formas de se expressar, colocando em prática seu 
potencial. 
Nas aulas de Arte o professor deve utilizar as quatro linguagens artísticas (artes 
visuais, dança, música e teatro) como forma do aluno se expressar significativamente e 
não apenas as visuais, como ocorre na maioria das vezes. 
Após o surgimento da fotografia, as artes visuais foram pouco a pouco se 
modernizando. Hoje, além das pinturas, gravuras e esculturas é possível trabalhar com 
vídeos, artes gráficas, programas de computador, etc. 
Para produzir, o aluno precisa conhecer os elementos que compõem as artes 
visuais, como ponto, linha, volume, textura, cor, luz. Também precisa experimentar 
diversos materiais como papéis, tintas, argila, máquinas fotográficas. Além disso, 
poderá apreciar e estudar obras de arte, de modo que aprenda a unir todos esses 
conhecimentos para se expressar, mas para isso é muito importante a mediação do 
professor. 
De acordo com os PCN – Artes (1997, p.61) “tal aprendizagem pode favorecer 
compreensões mais amplas para que o aluno desenvolva sua sensibilidade, afetividade e 
seus conceitos e se posicionar criticamente”. 
A dança também é uma linguagem que pode ser utilizada pelo professor. Ela 
sempre esteve presente na cultura humana, seja como atividade de lazer, trabalho ou 
manifestação religiosa. A criança é um ser em constante movimento, é dessa maneira 
que ela explora seu corpo e o ambiente. A dança pode ser utilizada como um estímulo à 
comunicação e à criatividade, pois, através dela, o professor pode trabalhar de forma 
lúdica e espontânea a estrutura e o funcionamento dos corpos, assim como o trabalho 
em grupo e a atenção. 
Os PCN – Artes (vol. 06, 1997, p. 67) apontam a dança na escola, como uma 
atividade que “pode desenvolver na criança a compreensão de sua capacidade de 
movimento mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona. Assim, 
poderá usá-lo expressivamente com maior inteligência, autonomia, responsabilidade e 
sensibilidade”. 
A linguagem musical também sempre esteve presente na cultura humana. Para 
ser trabalhada na sala de aula, o professor precisa acolher o repertório trazido pelos 
 
 
 
 
alunos, contextualizá-lo e enriquecê-lo, levando até eles músicas às quais eles não têm 
acesso, para que conheçam e apreciem, sempre de forma significativa e contextualizada. 
Assim como nas artes visuais, o aprendiz precisa entrar em contato com técnicas 
e nomenclaturas musicais, como altura, som, partituras, instrumentos musicais (que já 
existem ou outros que podem ser fabricados). Também é importante apreciar 
apresentações musicais, conhecer a produção de grupos populares e participar, através 
do incentivo do professor, de festivais, shows e concertos (PCN – Artes, vol. 06, 1997). 
A capacidade teatral está presente na vida da criança desde seu ingresso na 
escola, quando vivencia de forma espontânea o jogo de faz de conta. Cabe à escola e ao 
professor incentivar desde esse momento as atividades teatrais. Para isso, pode utilizar 
jogos que trabalhem a imaginação, a ação e as relações em grupo, sem perder as 
características lúdicas e espontâneas. 
De acordo com os PCN – Artes (vol. 06, 1997, p. 84), 
 
[...] as propostas educacionais devem compreender a atividade teatral como 
uma combinação de atividade para o desenvolvimento global do indivíduo, 
um processo de socialização consciente e crítico, em exercício de 
convivência democrática, uma atividade artística com preocupações de 
organização estética e uma experiência que faz parte das culturas humanas. 
 
Podemos utilizar as linguagens descritas acima para conseguir despertar nos 
alunos uma aprendizagem significativa e prazerosa, mas é preciso lembrar o que nos diz 
Morin (2004, p. 36) “o conhecimento das informações ou dos dados isolados é 
insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que 
adquiram sentido”, portanto é necessário partir sempre da realidade dos alunos, do que 
já sabem, para então ampliar e instigar seus conhecimentos. 
De acordo com Fayga Ostrower (1987, p. 130), a criatividade da criança é 
diferente da criatividade do adulto; “nas crianças, o criar – que está em todo seu viver e 
agir – é um tomada de contato com o mundo, em que a criança muda principalmente a si 
mesma”, ela pode até mudar o ambiente, mas não é esse o seu propósito, pois tudo o que 
faz é para saciar suas necessidades. 
A criança se expressa através da arte com mais facilidade, pois em sua produção 
artística, que é sua criação, não há certo ou errado. Para Lowenfeld e Brittain (1970), a 
 
 
 
 
criatividade é uma ação, é um comportamento em que a criança produz e constrói 
continuamente. 
O trabalho mediador desenvolvido pelo professor ajuda no desenvolvimento da 
capacidade de criação da criança. Através de suas orientações o professor pode motivar 
os alunos. Para isso pode utilizar perguntas, situações problemas, projetos, partindo 
sempre das necessidades dos alunos e do que lhes desperta o interesse, ampliando seus 
conhecimentos e sua visão. 
Outro fator importante é o professor conhecer as características do 
desenvolvimento expressivo das crianças, mesmo que estas não sigam regras fixas de 
comportamento e idade, pois podem favorecer o seu trabalho de mediação e, o 
fundamental, é que ele conheça cada um de seus alunos. 
Podemos concluir dizendo que a arte é importante para a criança, pois enquanto 
cria, desenha, canta, dança ou representa uma cena ela é livre para expressar suas idéias 
e seus sentimentos. É durante as aulas de Arte que a criança vai aprender a ouvir, a ver e 
a sentir. Não queremos dizer que essas habilidades não possam estar presentes nas 
outras disciplinas, até devem, pois os conhecimentos precisam ser integrados, mas é no 
contato com a arte, com o professor que gosta de arte e que a leva para a sala de aula, 
que a criança vai aprender a gostar de arte. Ele vai entender, através do comportamento 
de seu educando e dos seus momentos de apreciação e reflexão que essa disciplina é 
mais do que um “momento de repouso”, ela representa um agente transformador de 
atitudes que poderão ser levadas para toda a vida. Para Larrosa (2003) “se alguém lê ou 
escuta ou olha com o coração aberto, aquilo que lê, escuta ou olha ressoa nele; ressoa no 
silêncio que é ele, e assim o silêncio penetrado pela forma se faz fecundo. E assim, 
alguém vai sendo levado à sua própria forma” (p. 52). Podemos dizer que quando o 
professor e a criança alcançarem esse momento, terão entendido o verdadeiro 
significado da arte. 
 
 
 
 
Considerações Finais 
Buscamos no decorrer deste artigo oferecer informações, despertar reflexões e 
análises, com a expectativa de gerar caminhos para melhorara forma como o ensino e a 
aprendizagem de Arte vêm sendo conduzidos nas escolas. 
Apontamos no decorrer desta análise a importância do professor estabelecer uma 
prática pedagógica que valorize a arte, assim como suas linguagens artísticas, 
procedimentos, desenvolvimento da criatividade e poética pessoal da criança como 
conteúdos que devem estar presentes constantemente. 
Também um ambiente adequado, o domínio por parte do professor do que está 
sendo ensinado e o conhecimento sobre o desenvolvimento expressivo da criança, seu 
entusiasmo e, acima de tudo, conhecer cada aluno e trabalhar com a sua realidade, 
sempre de forma contextualizada, proporcionarão aulas de Arte significativas. 
Podemos concluir dizendo que para a arte ter o mesmo valor das outras 
disciplinas e ser considerada importante para o desenvolvimento da criança, será 
necessária uma conscientização e tomada de atitude por parte do professor e de toda a 
escola. Não uma atitude conformista ou lamentadora, que olha para os acontecimentos 
com pesar, buscando culpados e prosseguindo com os mesmos objetivos e atitudes já 
instaurados, mas um agir, que busque uma verdadeira mudança, em que todos assumam 
a postura de educadores e trabalhem para essa conquista, visando sempre o melhor para 
o aluno, com o objetivo de torná-lo um cidadão crítico, criativo e que saiba ver, ouvir e 
sentir com o coração, preparado para atuar na sociedade e construir a sua história. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte – 
Brasília, 1997. 
 
FUSARI, Maria F. R; FERRAZ, Maria H.C.T. Arte na educação escolar. São Paulo: 
Cortez, 1993. (coleção magistério 2º grau. Série formação geral). 
 
 .Metodologia do Ensino de Arte. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. (coleção 
Magistério. 2º grau. Série formação do professor.). 
 
LARROSA, Jorge. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. 4. ed. Tradução 
de Alfredo Veiga-Neto. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 
 
 
 
 
 
LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. São 
Paulo: Mestre Jou, 1970. 
 
MARTINS, Mirian C.; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didática do 
ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 
1998. 
 
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de 
Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis 
Carvalho. 9. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2004. 
 
OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1987. 
 
SANS, Paulo de Tarso Cheida. A criança e o artista: Fundamentos para o ensino das 
artes plásticas. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995. (Coleção Ágere). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além de utilizar as artes visuais para trabalhar o afetivo e a interação social da criança, o 
professor pode utilizá-las no auxílio da motricidade infantil que deve ser bem trabalhada 
desde a infância para que, futuramente, ela possa sentir a diferença desse recurso na sua 
vida pessoal, escolar e profissional. 
Sendo assim, destaca cinco tipos de linguagens nas artes visuais que são utilizadas com 
as crianças no cotidiano escolar. São elas: desenho, pintura, modelagem, recorte/colagem 
e mídia (informática). 
 
 
Desenho 
 
O desenho é uma das manifestações semióticas, isto é, uma das formas através das quais a 
função de atribuição da significação se expressa e se constrói. Desenvolve-se 
concomitantemente às outras manifestações, entre as quais o brinquedo e a linguagem 
verbal (PIAGET, 1973). 
 
 
A criança, inicialmente, vê o desenho como simplesmente uma ação sobre uma superfície, 
sentindo prazer em “rabiscar”, explorar e descobrir as cores e novas superfícies. Essa é a 
chamada fase da garatuja. 
Com as novas experiências de mundo que a criança adquire, as garatujas vão evoluindo, 
ganhando formas definidas com maior ordenação. O papel não é mais apenas uma 
superfície para os rabiscos infantis. Ele passa a ser uma superfície na qual a criança 
expressará o que vive diariamente, ou seja, expressará a alegria, a tristeza, os passeios que 
mais interessaram, a dinâmica familiar (inclusive os conflitos vividos dentro de casa). 
Segundo Cunha, “devemos lembrar que os registros resultam de olhares sobre o mundo. 
Se o olhar é desinteressado e vago, as representações serão opacas e uniformes. 
(Referencial Curricular Nacional, 1999, p. 12)”. 
 
[...] a criança desde bebê mantém contato com as cores visando explorar os sentidos e a 
curiosidade dos bebês em relação ao mundo físico, tendo em vista que, nesse período, 
descobrem o mundo através do conhecimento do seu próprio corpo e dos objetos com que 
eles têm possibilidade de interagir. (CUNHA, 1999, p. 18). 
 
 
 
 
Desenhar, além de ser algo prazeroso para a criança, é extremamente importante no 
cotidiano escolar. De acordo com o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil: 
 
Por meio de diferentes gestos em um plano vertical (ou pelo menos inclinado), 
a criança aprende a segurar corretamente o giz e o lápis. Para que a criança 
adquira um traço regular, precisará trabalhar com certa rapidez, sobre uma 
grande superfície colocada a sua altura. A criança que não domina bem seu 
gesto será solicitada a trabalhar, sobretudo, com o ombro e o cotovelo: fará 
então desenhos grandes. Somente mais tarde, quando os movimentos altura do 
ombro e do cotovelo tornarem-se desenvolvidos, faremos diminuir as 
proporções dos desenhos, exigindo assim da criança um trabalho mais 
específico do punho e dos dedos.” (1998, p. 106). 
 
O professor pode explorar superfícies diferentes como lixa, papelão, papel branco, 
madeira, chão, entre outros, para ajudar no desenvolvimento motor da criança. 
No ato de desenhar, a criança expressa seu lado afetivo com a manifestação orgânica da 
emoção, a criança usa o papel e o lápis para expressar os seus sentimentos no desenho, a 
sua relação com a família, os amigos, a escola. Através dos traços feitos pela criança, até 
mesmo pelas cores usadas, o professor consegue perceber o que está acontecendo com ela, 
e que pode estar levando-a ao fracasso escolar. 
Com o avançar do desenho infantil, a criança também desenvolve melhor o seu cognitivo, 
já que ela, primeiro, representa o que vê para depois representar o que está gravado 
(fotografado) na memória, ou seja, ela aprende a sair do plano palpável para o plano 
abstrato. O que ajudará muito na iniciação matemática, futuramente, com as tão “temidas 
continhas” que são trabalhadas de forma tátil para depois ser retratadas de forma abstrata. 
Dessa forma, o desenho passa a ter uma significação muito mais ampla na educação 
infantil e, assim, merece ser tratado como mais que simples rabiscos, sendo valorizado 
como um auxiliador importante no desenvolvimento da criança. 
 
Pintura 
 
 
A pintura pode ser definida com a arte da cor. Se no desenho o que mais se 
utiliza é o traço, na pintura o mais importante é a mancha da cor. Ao pintar, 
vamos colocando sobre o papel, a tela ou a parede cores que representam seres 
e objetos, ou que criam formas. (COLL; TEBEROSKY, 2004, p. 30). 
 
A pintura trabalhada com as crianças tem objetivos que vão além do simples prazer em 
manipular mãos e pincéis. Através do contato com diversos materiais disponíveis para a 
manipulação com as tintas, cola, álcool, entre outros, as crianças podem expressar 
sentimentos diversos na superfície trabalhada, além de desenvolver, assim como o 
desenho, sua habilidade motora que, futuramente, na sua alfabetização, será fundamental 
no desenvolver das letras. 
 
 
 
 
Pintar é, antes de tudo, uma arte que deve ser usada também na Educação Infantil como 
fator de desenvolvimento motor, afetivo e social da criança. Interpretarobras, recriar 
imagens, pintar por observação são atividades que mostram possibilidades de 
transformações, de reconstrução, de reutilização e de construção de novos elementos, 
formas, texturas, etc. 
 
A relação que a criança estabelece com os diferentes materiais se dá, no início, por meio 
da exploração sensorial e da utilização em diversas brincadeiras. Tudo isso influenciará na 
sua criatividade e imaginação. 
Uma característica essencial da pintura é o que se pode ou não fazer com ela através do 
jogo de cores. A criança não constitui um conceito de cor olhando simplesmente algo 
colorido, mas durante repetidas ações de comparar, nomear, transformar, enfim, falar das 
relações entre as cores que são apenas três básicas (azul, vermelho, amarelo), que formam 
todas as outras. Percebendo isso, o lado sensível e imaginário da criança pode ser aguçado, 
ajudando-a a se formar como um ser completo, criativo, concentrado. 
 
 
Mídia, arte e educação 
 
Dizer que estamos no mundo da informação e na era da informática já virou clichê. Na 
verdade, o que vemos é que os meios de comunicação garantiram uma forma de que o 
acesso à informação fosse possível a todas as camadas sociais. Aqui não entraremos na 
discussão sobre a qualidade e veracidade da informação, o que nos interessa realmente é 
entender minimamente qual a influência da mídia como veiculo de divulgação e de 
produção artística. 
Com alguns cliques em um teclado, somos capazes de ver por uma tela de computador 
obras de Da Vinci, Picasso, Monet. Sem sequer sairmos de casa, entramos em contato com 
séculos de história e culturas, desde as manifestações artísticas mais clássicas até as 
contemporâneas. Um universo de possibilidades se abre. A imagem na tela do computador 
ou da televisão, os impressos, os jornais, as revistas e os catálogos são hoje os grandes 
divulgadores da arte. 
As novas formas de produção artística que brotam das novas tecnologias impressionam 
com suas cores, formas e movimento. São editorações gráficas, web designs, montagens 
de fotografias, vídeos. É a arte visual se atualizando e se modificando, sem, contudo, 
abandonar a grande razão da existência da arte que é a expressão de ideias e sentimentos. 
A tecnologia não veio para nos afastar dos ideais artísticos, embora seja o que aconteça em 
alguns casos. É possível e necessário ver nos avanços tecnológicos uma forma segura de 
 
 
 
 
produção e resgate do fazer artístico aliado às novas exigências sociais. 
No processo de educação realizam-se, ainda, dois movimentos: um primeiro, 
em que é feita a mediação entre o social, a prática construída e o indivíduo, no 
qual se forma a base dos pensamentos individual e coletivo e é quem 
possibilita a continuidade do processo histórico da cultura; e em segundo, que 
se caracteriza pela mediação que a palavra e a imagem fazem entre o 
pensamento individual e o social e pela possibilidade que cada um tem de ser 
sujeito, de reelaborar produzindo o novo, revelando como a educação se 
envolve na tensão entre o individual e o social (MELO; TOSTA, 2008, p. 55). 
 
Como mediadora desse processo de interação, entra a escola, local privilegiado da 
construção e reprodução cultural, cumprindo o papel de tecer as relações necessárias entre 
o conhecimento do clássico e do novo, como uma ponte entre os sujeitos e o mundo 
artístico. 
 
Recorte e colagem 
 
O recorte e a colagem são um processo usado há muitos anos para decorar igrejas, praças, 
casas, quadros, usando diferentes materiais como, por exemplo, ladrilhos, pedras, papéis e 
outros. A junção desses materiais formava uma figura, denominada mosaico. 
Com as crianças, esse processo também é muito utilizado: 
 
Uma maneira interessante de trabalhar com colagem consiste em cortar ou rasgar formas 
de figuras de cores e texturas variadas. Começa-se recolhendo papéis, papelões e tecidos 
de texturas e cores diferentes. Podem ser empregados muitos tipos de papel: lisos, 
rugosos, brilhantes, grossos, finos... As fotografias das revistas são muito úteis, porque 
têm uma grande quantidade de cores diferentes. (COLL; TEBEROSKY, 2004, p. 64.). 
Tendo uma folha de papel à sua frente, a criança pode explorar vários aspectos dela. 
Surgem ideias sobre o que se pode fazer com ela; experimentam-se sensações passando a 
mão sobre ela. Toda exploração leva à aquisição de conhecimentos sobre suas 
características: se a folha é lisa ou áspera; se pode ser dobrada ou amarrotada; como ela 
fica se submetida a amassos, rasgões e picagem; se ela pode ficar de um jeito que expresse 
alegria ou tristeza... 
Os trabalhos de recorte, colagem e aplicação propiciam à criança dos primeiros anos 
escolares o aperfeiçoamento de conteúdos de coordenação motora, criatividade e 
desenvolvimento da sensibilidade, noções de espaços e superfície. O primeiro interesse da 
criança, ainda pequena, é no recorte puro, sem a intenção de formar figuras. À medida que 
ganha segurança no domínio da tesoura sobre o papel, surge a ideia de transformar 
pedaços de papel em figuras significativas e de utilizá-las a fim de compor cenas. A partir 
daí, ela vai manifestando preferências dentro da atividade, distinguindo papéis e 
possibilidades de recortes, colagens e aplicações. Revistas, jornais, papéis de diferentes 
texturas e pequenos objetos passam a ser vistos como fonte de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
Imitar Educa: qual o valor da imitação no processo de 
aprendizagem? 
as crianças aprendem imitando pessoas com as quais convivem e situações que vivenciam. 
as crianças são extremamente observadoras, desde muito pequenas. Estão sempre atentas 
ao que vêem e vivenciam. E é por meio da observação que as crianças também imitam e 
aprendem muito. 
A imitação é um dos recursos mais valiosos de que dispõem os pequenos para realizar 
novas aprendizagens, dia a dia. A aquisição inicial da fala, por exemplo, se dá pela 
imitação, pela reprodução de sons e palavras que as crianças escutam no contato com as 
pessoas com as quais convivem, como pais, cuidadores, irmãos etc. Essa é uma das razões 
pelas quais é tão importante falarmos com as crianças, desde que são bebês. 
Por esse mesmo recurso, outras aprendizagens ocorrem como as primeiras interações com 
objetos, como os brinquedos, as primeiras tentativas de se alimentar sozinho, as primeiras 
interações sociais com outras crianças, enfim, seja do ponto de vista físico, emocional, 
social e cognitivo inúmeras conquistas feitas pela criança se dão por meio da imitação. 
As crianças reproduzem aquilo que intencionalmente queremos que aprendam, como 
quando desejamos que repitam o nome de algo (“você quer água? Isso chama ‘água’”) ou 
quando queremos que repitam uma ação (“joga a bola para mim, assim, agora é sua vez”) 
ou um comportamento (“agora, diga, ‘por favor’…”). Porém, é fato que observam todo o 
tempo e também são capazes de reproduzir aquilo que efetivamente não temos a intenção 
de ensinar. Se presenciam alguém gritando com outra pessoa, mesmo que isso não as 
envolva, as crianças podem aprender que gritar com os outros é algo que elas também 
podem fazer. 
É assim que aprendem, ainda, sobre questões de gênero, sobre respeito, sobre preconceito, 
sobre como cuidar dos espaços coletivos e muito mais. Importa, por essa razão, 
refletirmos sobre o papel que nós, adultos, temos como modelos para as crianças. Se 
observar e imitar são recursos para aprender, tudo o que observam, de fato, por ser 
reproduzido e apropriado por elas, seja algo positivo ou não. 
 
 
 
 
 
A influência da brincadeira na socialização da criança 
 
Para Piaget (1975), quanto mais nova a criança, mais individual e egocêntrica é a sua 
brincadeira: "A essa centração da criança nela mesma, Piaget chama de egocêntrica. Não 
significando com isso uma hipertrofia da consciência do eu, mas simplesmente uma 
incapacidade momentânea da criança de descentrar-se, isto é,colocar-se em outro ponto 
de vista que não o próprio". (Freire, J.B, 1992). À medida que a criança interage com os 
objetos e com os outros, vai construindo relações e conhecimentos a respeito do mundo 
em que vive, porém, nesta fase, esse conhecimento ainda não é suficiente para que a 
criança estabeleça relações de grupo. Essa autocentração é característica nas crianças 
quando ingressam nas classes de Educação Infantil. Aos poucos, a escola e a família, em 
conjunto, devem favorecer uma ação de liberdade para essa criança e, desta forma, o 
processo de socialização se dará gradativamente, através das relações que ela irá 
estabelecer com seus colegas na escola. Para que isto ocorra, a criança não deve sentir-se 
bloqueada, nem tampouco oprimida em seus sentimentos e desejos. Suas diferenças e 
experiências individuais devem, principalmente na escola, ter um espaço relevante sendo 
respeitadas nas relações com o adulto e com as outras crianças. Brincando em grupo as 
crianças envolvem-se em uma situação imaginária onde cada um poderá exercer papel 
diversos aos de sua realidade, além do que, estarão necessariamente submetidas a regras 
de comportamento e atitude. A brincadeira e o jogo receberam atenção, também, dos 
teóricos da vertente históricocultural. É através da atividade lúdica que a criança 
desenvolve a habilidade de subordinar-se a uma regra. Dominar as regras significa 
dominar o próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo e a subordiná-lo a um 
propósito definido. (LEONTIEV, 1998, p.139). O brinquedo é oportunidade de 
desenvolvimento. Brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere 
habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona 
o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção. Brincar é 
indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Irá contribuir, no futuro, 
para a eficiência e o equilíbrio do adulto. Brincar é um momento de auto-expressão e auto-
realização. As atividades livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música 
e as construções desenvolvem a criatividade, pois exige que a fantasia entre em jogo. Já o 
brinquedo organizado, que tem uma proposta e requer desempenho, como os jogos 
(quebra-cabeça, dominó e outros) constituem um desafio que promove a motivação e 
facilita escolhas e decisões à criança. O brinquedo suaviza o impacto provocado pelo 
tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. 
Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de 
oportunidades que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e brinquedos 
garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem. A ludicidade, tão 
importante para a saúde mental do ser humano, é um aspecto que merece atenção dos pais 
e educadores, pois é o momento para expressão mais genuína do ser, direito de toda 
criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos. 
 
 
 
 
Um bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola é um convite ao 
exercício motor, um quebra-cabeça desafia a inteligência e um colar faz a menina sentir-se 
bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são como amigos, servindo de 
intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor. As situações problemas 
contidas na manipulação dos jogos e brincadeiras fazem a criança crescer através da 
procura de soluções e de alternativas. O desempenho psicomotor da criança enquanto 
brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue. Ao mesmo tempo, 
desenvolve a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como 
conseqüência, a criança fica mais calma, relaxada e aprende a pensar, estimulando sua 
inteligência. Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha 
pontos de contato com a sua realidade. Através da observação do desempenho das crianças 
com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. 
No lúdico, manifestam-se suas potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua 
aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos os nutrientes ao seu desenvolvimento. 
 
A relação criança x brinquedo x adulto 
 
 A criança trata os brinquedos conforme os recebe. Ela sente quando está recebendo por 
razões subjetivas do adulto, que muitas vezes, compra o brinquedo que gostaria de ter tido, 
ou que lhe dá status, ou ainda para comprar afeto e outras vezes para servir como recurso 
para livrar-se da criança por um bom espaço de tempo. É indispensável que a criança 
sinta-se atraída pelo brinquedo e cabe-nos mostrar a ela as possibilidades de exploração 
que ele oferece, permitindo tempo para observar e motivar-se. A criança deve explorar 
livremente o brinquedo, mesmo que a exploração não seja a que esperávamos. Não nos 
cabe interromper o pensamento da criança ou atrapalhar a simbolização que está fazendo. 
Devemos nos limitar a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, 
para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação. A 
participação do adulto é para ouvir, motivá-la a falar, pensar e inventar. Brincando, a 
criança desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando com amigos, aprende a 
conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprender regras e conseguir uma 
participação satisfatória. No jogo, ela aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o 
resultado, lidar com frustrações e elevar o nível de motivação. Nas dramatizações, a 
criança vive personagens diferentes, ampliando sua compreensão sobre os diferentes 
papéis e relacionamentos humanos. As relações cognitivas e afetivas da interação lúdica 
propiciam amadurecimento emocional e vão pouco a pouco construindo a sociabilidade 
infantil. O momento em que a criança está absorvida pelo brinquedo é um momento 
mágico e precioso, em que está sendo exercitada a capacidade de observar e manter a 
atenção concentrada e que irá inferir na sua eficiência e produtividade quando adulto. 
Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma manifestação do nosso amor à criança. 
Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, com os avós ou com 
os irmãos. A participação do adulto na brincadeira da criança eleva o nível de interesse, 
enriquece e contribui para o esclarecimento de dúvidas durante o jogo. Ao mesmo tempo, 
 
 
 
 
a criança sente-se prestigiada e desafiada, descobrindo e vivendo experiências que tornam 
o brinquedo o recurso mais estimulante e mais rico em aprendizado. Guardar os 
brinquedos com cuidado pode ser desenvolvido através da participação da criança na 
arrumação feita pelo adulto. O hábito constante e natural dos pais e da professora ao 
guardar com zelo o que utilizou, faz com que a criança adquira automaticamente o mesmo 
hábito, ocorrendo inclusive satisfação tanto no guardar como no brincar. Os professores 
podem guiá-las proporcionando-lhes os materiais apropriados mais o essencial é que, para 
que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar. Cada vez que 
ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por 
outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si mesma, permanecerá com ela. 
(PIAGET, 1975) 
 
O papel do professor frente à questão do brincar 
 
O papel do professor na aprendizagem dos seus alunos é, indiscutivelmente, essencial. A 
atuação do educador infantil voltada ao desenvolvimento de seus educandos possui 
aspectos importantes, que serão a seguir destacados. 
O primeiro ponto fundamental para a demonstração efetiva da importância do professor no 
papel da aprendizagem é existir, de forma clara, a imagem, um estereotipo, de sua 
atuação perante a todos, tanto nos seus aspectos emocionais, incluindo aqui a sua moral e 
ética, como também nos seus aspectos profissionaise todo o conseqüente conteúdo que 
ele possui e pode transmitir. 
Um professor com características bem definidas e, sobretudo, com qualidades didáticas 
notavelmente efetivas conseguirá ter a premência e a sensibilidade de verificar, caso a 
caso, as reais necessidades de seus alunos e conseqüentemente aplicar ao caso concreto a 
melhor prática possível, a fim de auxiliar o educando em seu processo de 
desenvolvimento. 
E obviamente que toda esse faro educacional que o bom professor possui depende de 
sólidas construções teóricas advindas dos estudos como também da prática e vivência do 
ensinar. 
Somente um profissional bem preparado saberá da importância desse período em que as 
crianças passam em suas vidas para o seu processo de aprendizagem e crescimento. Em 
seus primeiros anos de vida, a criança fatalmente vive experiências que marcarão o seu 
perfil emocional e educacional pelo resto da vida. Todo o perfil da pessoa adulta, todo 
esse momento de construção de caráter, dependerá também do papel desempenhado pelo 
professor. Certamente as primeiras habilidades, boas competências e até deficiências das 
crianças já poderão ser notados e, se o caso, aprimorados ou tratados desde já. 
Assim sendo, além desse perfil profissional, o professor também precisa, pessoalmente, ter 
um grande apreço pelo seu trabalho e, sobretudo, gostar muito de crianças para ter a 
dimensão e a capacidade de se inserir no mundo delas e conseguir extrair as melhores 
práticas e ações. 
E nada mais concreto para inserção no mundo das crianças do que a brincadeira, que é a 
 
 
 
 
forma pela qual ela, a criança, interage com o mundo e com os acontecimentos que lhe 
cerca. A brincadeira, portanto, é meio utilizado para a construção de conceitos e 
conhecimentos adquiridos cotidiana e espontaneamente pelas crianças. 
Por essas razões, o educador infantil necessariamente deve promover e externar atividades 
que estimulem a observação das competências e carências de seus educandos, a fim de que 
restem identificados os pontos fortes e os que necessitam de mais trabalho nesse processo 
de desenvolvimento. A brincadeira, nesse contexto, é fundamental na identificação destes 
aspectos relevantes para a formação da criança, cabendo ao professor utilizá-la na 
captação de informações, identificar as ocorrências e formular o(s) plano(s) de ação(ões) 
adequado(s), de acordo com as conclusões realizadas. 
Assim, o estímulo do brincar deve ser precedido de uma atuação teórica e prática do 
professor, para que os momentos e situações ocorridos satisfaçam esse mecanismo de 
desenvolvimento. O faz-de-conta proporcionado pelo brincar é muito rico para o 
desenvolvimento da criança, principalmente no seu aspecto emocional, ligado à 
criatividade e fantasia, e social, no que diz respeito o contato com as demais pessoas e o 
mundo que lhe rodeia. 
O faz-de-conta ocasiona a participação da criança em uma situação criada, assim como a 
busca de uma solução para o momento/situação ali deparado por conta do brincar. Cria-
se, a partir disso, uma vasta oportunidade para a criança experimentar o mundo, aprender 
conceitos, situações e adquirir diversos conhecimentos e emoções. 
 
“É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição, ajuda a 
estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Conseqüentemente é 
ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados 
objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e 
do tempo para brincar” (RCN, 1998, v.1, p.28). 
 
Cabe, assim, ao professor estruturar e também propagar as brincadeiras na vida e no 
processo de desenvolvimento das crianças. É o professor que delimita, em linhas gerais, 
os objetivos da brincadeira e, desde já, desenha a conclusão que a criança chegará 
(sabendo-se que, durante a brincadeira, surgirão também outros conceitos e 
aprendizagens), utilizando e ofertando aos educandos objetos certos, materiais adequados, 
fantasias, brinquedos, jogos, etc.. 
 
“O professor deve organizar suas atividades, selecionando aquelas mais 
significativas para seus alunos. Em seguida deverá criar condições para que 
estas atividades significativas sejam realizadas. (...) As brincadeiras enriquecem 
o currículo, podendo ser propostas na própria disciplina, trabalhando assim o 
conteúdo de forma pratica e no concreto. Cabe ao professor, em sala de aula ou 
fora dela, estabelecer metodologias e condições para desenvolver a facilitar este 
tipo de trabalho. O professor é quem cria oportunidades para que o brincar 
aconteça de uma maneira sempre educativa” (MALUF, 2003, p.29). 
 
 
 
 
 
Dessa forma, a seleção de objetivos, pelo professor, da brincadeira é fundamental. Porém, 
mais importante ainda é a verificação do desenvolvimento das crianças em conjunto e de 
cada criança, individualmente. Daí surge a função do professor de observador e espectador 
das manifestações livremente efetivadas pelas crianças. 
 
“Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma 
visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada 
uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim 
como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que 
dispõem” (RCN, 1998, v.1 p. 28). 
 
Ainda nesse contexto, quanto menos o professor influenciar, melhor. Em verdade, o 
educador deve é analisar e procurar pontuar as necessidades e habilidades da criança na 
brincadeira, com o objetivo de auxiliá-la na conclusão da atividade e no aprimoramento de 
suas funções. 
Mas, não se pode esquecer que há brincadeiras em que o professor deve agir como um 
mediador na realização da tarefa, para buscar os objetivos acima mencionados, como 
também outras tantas que não se deve admitir essa interferência do profissional da 
educação infantil. 
Há atividades espontâneas geradas pelo brincar, como também situações previamente 
pensadas e criadas para a busca de uma conclusão. Ambas situações fazem parte do 
desenvolvimento da criança e permitem a ela a criação de conhecimento, de modo que 
cabe ao professor ter a sensibilidade de notar essa diferença e tratar as situações de forma 
distintas, como facilmente demonstram ser. 
A intervenção do professor deverá existir para delinear toda a interação da criança com os 
códigos de vivência em sociedade, bem como para criar todo o conhecimento técnico 
necessário para o seu desenvolvimento emocional e intelectual, por meio dos mais 
diversos canais a serem explorados, como a expressão, comunicação de sentimentos, 
experimentação de situações, interpretação, etc. 
Não deve, entretanto, haver interferência em outras brincadeiras cuja finalidade não seja 
“técnica”, como naquelas em que há objetivo certo, determinado, direcionado para um fim 
específico. Com efeito, há brincadeiras em que o mais importante é o próprio 
desenvolvimento da criança com os objetos e situações, sem, porém, haver finalidade pré-
determinada. Qualquer desvalorização dessas brincadeiras naturais ignora a dimensão 
educativa nela existente e privará a criança de valores e situações que podem influenciar 
no seu processo de desenvolvimento. 
 
“É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças 
recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do 
conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. Nessa perspectiva 
não se deve confundir situações nas quais se objetiva determinadas 
aprendizagens relativas a conceitos, procedimentos ou atitudes explicitas com 
aquelas nas quais os conhecimentos são experimentados de uma maneira 
 
 
 
 
espontânea e destituída de objetivos imediatos pelas crianças” (RCN, 1998, v.1, 
p.29). 
 
Por conta disso, o professor precisa saber e jamais desconsiderar as características das 
crianças e de seus respectivos momentosna vida, como também toda a diversidade 
cultural, intelectual, política e étnica que cerca não só os educandos como a sociedade, 
para que, ao máximo, seja ampliada a gama de conhecimentos adquiridos, pautados em 
critérios reais de socialização e, ante de mais nada, inclusão. 
 
“É necessário apontar para o papel do professor na garantia e enriquecimento 
da brincadeira como atividade social do universo infantil. As atividades lúdicas 
precisam ocupar um lugar especial na educação. Entendo que o professor é 
figura essencial para que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo 
materiais adequados e participando de momentos lúdicos. Agindo desta 
maneira, o professor estará possibilitando às crianças uma forma de assimilar a 
cultura e modos de vida adultos, de forma criativa, prazerosa e sempre 
participativa” (MALUF, 2003, p.31). 
 
O professor, em suma, é um canal de vital importância nesse processo de desenvolvimento 
e aprendizado das crianças. O professor é um grande apresentador de práticas que 
estimulam aprendizagem e o contato com o mundo exterior, para fins de criar 
habilidades emocionais, técnicas e sociais. 
Portanto, na instituição de educação infantil o professor possui o papel do parceiro mais 
experiente, cuja principal função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, 
saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. 
Sendo assim, é o educador quem deve planejar atividades que envolvam o lúdico e 
propiciar um espaço privilegiado para que seus alunos possam exercitar o corpo, praticar 
brincadeiras que envolvam expressividade, a força, o equilíbrio, a coordenação e tantos 
outros aspectos fundamentais para o desenvolvimento das habilidades corporais e 
psíquicas. 
E o brincar, nesse contexto, é uma forma, um notável canal de conhecimento e 
aprendizagem estimulada, como também de agregação de valores pela simples vivência 
de situações diversas, com ou sem objetivos específicos. 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
A concepção do aluno de aprender passa pelo principal questionamento do porquê, na 
 
 
 
 
educação formal, as escolas de Educação Infantil devem trabalhar com a musicalização? 
Esta resposta pode ser melhor explicada quando observamos a questão que passe por entre 
as práticas musicais encontradas nas escolas e se difunda entre os educadores. Música é só 
um conhecimento, mas um conhecimento que desenvolve, amplia os campos a frente de 
um aluno. Musicalização é um processo de desenvolvimento para um aluno na construção 
do conhecimento musical com o objetivo de despertar e desenvolver o gosto musical da 
criança, contribuindo para sua capacidade de criação e expressão artística. A música pode 
ser utilizada em vários momentos do processo de ensino-aprendizagem, sendo de grande 
importância na busca do conhecimento, permitindo avanços no desenvolvimento lúdico, 
criativo, emotivo e cognitivo. As entidades escolares devem incentivar a 
interdisciplinaridade e suas várias possibilidades, pois a música ajuda em todas as fases e 
etapas do ensino. 
A utilização da música, bem como o uso de outros meios artísticos, pode incentivar a 
participação, a cooperação, socialização, e assim destruir as barreiras que atrasam o 
desenvolvimento curricular do ensino. Para isso acontecer é necessário a revisão dos 
métodos, da fundamentação, das bases que orientam as várias atitudes didático-
pedagógicas dos conteúdos disciplinares. A interdisciplinaridade ainda não se apresenta 
com muita visibilidade em nossa educação, tanto nas áreas de pesquisa como no ensino, o 
que acontece são diferentes posições multidisciplinares. 
 
Som é tudo que soa! 
Segundo Teca Brito (2003, p.17): 
A música é uma linguagem universal. Tudo o que o ouvido percebe sob a forma de 
movimentos vibratórios. Os sons que nos cercam são expressões da vida, da energia, do 
universo em movimento e indicam situações, ambientes, paisagens sonoras: a natureza, os 
animais, os seres humanos traduzem sua presença, integrando-se ao todo orgânico e vivo 
deste planeta. 
De fato, a música é um elemento sempre presente na cultura humana. Sendo 
imprescindível na formação da criança para que ela, ao se tornar adulta, atinja a 
capacidade de pensar por conta própria e exerça sua criatividade de maneira crítica e livre, 
a música e também a dança são fundamentais na formação do corpo, da alma e do caráter 
das crianças e dos adolescentes. 
A música ganha ainda mais importância por arrebatar não só as crianças, mas também os 
adolescentes e os adultos. Nesse sentido, este trabalho se justifica na medida em que 
procura demonstrar a importância da música para a formação da criança. Isso vale tanto 
para as atividades escolares quanto para todas as outras atividades desenvolvidas para e 
com a criança. Além de contribuir para que os diversos conhecimentos sejam mais 
facilmente apreendidos pelo infante, a música faz com que ele desenvolva sua 
criatividade, sua subjetividade e exerça sua liberdade, tornando-o, no futuro, um ser 
autônomo e capaz de exercer com responsabilidade seu papel de ser autônomo e cidadão. 
Segundo SCAGNOLATO, 2006: 
A música não substitui o restante da educação, ela tem como função atingir o ser humano 
em sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada indivíduo toda a 
 
 
 
 
perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização da música não é possível atingir a esta 
meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo a agir. A música atinge a 
motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do som, e por meio da melodia, atinge 
a afetividade. 
Para o autor a música é como um complemento na educação, pois o aprendizado leva a 
criança a pensar, já a música a leva movimentar-se. 
A educação musical auxilia todo o processo de formação do ser humano, e pesquisas 
científicas comprovam que crianças, jovens e adultos que estudam algum instrumento 
musical têm melhor desempenho na aprendizagem escolar. 
A cultura é o fundamento, que alicerça e identifica um povo e aprendendo sobre nossa 
cultura estamos valorizando nosso país. A música é um fenômeno global e não há cultura 
sem música, por isso seu papel é tão importante, quanto conhecer e preservar nossas 
tradições musicais, é também conhecer a produção musical de outros povos e culturas e, 
de modo, explorar, criar e ampliar os caminhos e os recursos para o fazer musical. Como 
umas das formas de representação simbólica do mundo, a música, em sua diversidade e 
riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro, próximo ou distante. Mais 
do que uma disciplina, o ensino musical é uma expressão de vida. 
A música é uma das competências a serem desenvolvidas na infância, e, como sabemos, 
outra importante trajetória se completa quando a criança adquire a habilidade de ler e 
escrever. 
 
Todavia, a educação musical infantil no Brasil ainda caminha lentamente, ela precisa ser 
constituída, e seus principais objetivos não podem se resumir a auxiliar no 
aperfeiçoamento dos alunos em outras áreas de conhecimento, fazer porque cada criança 
tem o direito de desenvolver sistematicamente suas habilidades musicais, precisa ser 
valorizada como conhecimento artístico e acadêmico valorizada por si mesma. 
A nova legislação abre múltiplas possibilidades para que a atividade musical encontre o 
seu espaço na educação básica. Entretanto, é preciso mencionar que “a lei em si não é 
capaz de modificar o cenário da educação escolar” (Martinez, 2012, p. 20), pois inúmeros 
fatores que influenciam esse processo, como a organização das diferentes secretarias de 
educação e dos diversos estabelecimentos de ensino, além da formação e atuação do 
professor. 
O processo de aprendizagem se torna mais fácil quando a tarefa escolar atender aos 
impulsos deste a exploração e descoberta, entre professor e aluno, quando o tédio e a 
monotonia setornarem ausentes das escolas, pois o professor, além das aulas expositivas e 
centralizadoras, possa proporcionar experiências diversas com seus alunos, o que facilita 
 
 
 
 
muito a aprendizagem. Portanto, a integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, 
estéticos e cognitivos, assim como a promoção de integração e comunicação social, 
conferem um caráter significativo à linguagem musical. 
É muito importante a utilização da música no espaço de educação infantil, pois a criança 
além de aprender brincando, o ambiente escolar se torna mais agradável e estimula cada 
vez mais à vontade dela participar das aulas, introduzir conteúdos através da música as 
crianças de 0 a 5 anos desenvolvem relações afetivas, de socialização, cognitivo e ainda 
torna o aprendizado de qualquer área de conhecimento ainda mais fácil de ser absolvido. 
Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de ritmo, pois o 
mundo que a rodeia, expressa numa profusão de ritmos evidenciados por diversos 
aspectos: no relógio, no andar das pessoas, no vôo dos pássaros, nos pingos de chuva, nas 
batidas do coração, numa banda, num motor, no piscar de olhos e até mesmo na voz das 
pessoas mais próximas. No período da alfabetização a criança beneficia-se do ensino da 
linguagem musical quando as atividades propostas contribuem para o desenvolvimento da 
coordenação viso motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e percepção, da 
memorização, do raciocínio, da inteligência, da linguagem e da expressão corporal. Essas 
funções psiconeurológicas envolvem aspectos psicológicos e cognitivos, que constituem 
as diversas maneiras de adquirir conhecimentos, ou seja, são as operações mentais que 
usamos para aprender, para raciocinar. Rosa (1990) afirma que a simples atividade de 
cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões 
importantes. A musicalização é importante é importante na infância porque desperta o 
lado lúdico aperfeiçoando o conhecimento, a socialização, a alfabetização, inteligência, 
capacidade de expressão, a coordenação motora, percepção sonora e espacial e 
matemática. 
A música em suas inúmeras formas quando utilizada em sala de aula, desenvolve 
diferentes habilidades como: o raciocínio, a criatividade, promove a autodisciplina e 
desperta a consciência rítmica e estética, além de desenvolver a linguagem oral, a 
afetividade, a percepção corporal e também promover a socialização. 
Podemos observar que em vários segmentos a música é utilizada como meio de integração 
e melhoramento do indivíduo tanto pessoalmente como coletivamente. O canto coral é a 
atividade mais praticada, pois esta é uma atividade que permite a integração e exige 
cooperação entre seus membros, além de proporcionar relaxamento e descontração. Cantar 
é uma atividade que exige controle e uso total da respiração, proporcionando relaxamento 
e energização. O canto desenvolve a respiração, aumenta a proporção de oxigênio que 
rega o cérebro e, portanto, modifica a consciência do emissor. A prática do relaxamento 
traz muitos benefícios, contribuindo para a saúde física e mental. 
Cantar pode ser um excelente companheiro de aprendizagem, contribui com a 
socialização, na aprendizagem de conceitos e descoberta do mundo. 
 
A música como recurso pedagógico 
 
Alunos preparados para desempenhar funções motoras e cognitivas, bem como relacionar-
 
 
 
 
se bem com o meio social pode ser uma tarefa difícil de se executar, quando não se coloca 
isto como objetivo principal. As ferramentas de trabalho caem para os profissionais como 
fontes de atividade que interagem o aluno com os demais, mostrando que a expressão é 
um fator decisivo no processo de aprendizagem. 
A música não somente é uma simples ferramenta, sendo acessível, ela não necessita, 
necessariamente, de mais nada além de alunos e professores para ser produtiva, ser 
adaptável, ela precisa apenas ser ouvida, sentida, pois um som produzido, tanto por 
instrumentos elétricos ou pelo corpo como assobios e palmas, pode transportar os alunos 
para um mundo de aprendizado amplo em que a intensidade deste processo varia de 
acordo com as diferenças individuais. 
Na educação infantil existem inúmeras possibilidades de se trabalhar a música e os 
benefícios que ela pode oferecer. Os materiais podem ser diversos, não necessariamente é 
preciso dispor de materiais caros. As escolas muitas vezes não dispõem de condições de 
elaborar projetos com alto custo, o que não seria viável para os professores, nem para os 
alunos. Isso evidencia que um trabalho criativo e competente colaborará com a criança 
para desenvolver sua criatividade, socialização, expressão e também serve como estímulo 
para o aluno da educação infantil aprender mais e de forma contextualizada. 
Os benefícios que as utilizações da música permitem é o desenvolvimento social/afetivo, 
pois crianças, até a fase adulta, estão desenvolvendo sua identidade, descobrindo e 
passando pelo auto aceitação e auto-estima, tudo isso acontecendo no contato com as 
outras crianças.um convívio extremamente fortalecedor. 
A afetividade é uma sensação de prazer que possibilita expressão dos sentimentos perante 
os outros, desenvolvê-la acarreta uma sensação de segurança. Quando expressamos nossos 
sentimentos ocorre o desenvolvimento da sensação e de realização. 
O ensino de música não precisa ser discutido e sim facilitado para que a escola consiga 
influenciar o principal objetivo que é o de não necessariamente a formação de 
instrumentistas, concertistas e nem dominar instrumentos ou cantar almejando uma 
carreira profissional como músico. O fator de importância é que o aluno pode sim no 
futuro desejar alcançar uma dessas carreiras, mas o ato do ensinar canto, trabalhar com a 
música ou tocar alguns instrumentos, deve ser o de ter como objetivo o desenvolvimento 
da criança, aliando a música a elementos pertinentes do currículo da educação infantil 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 
 
1) O que significa o brincar para você? 
2) Nas reuniões pedagógicas há subsídios para sua ação envolvendo o 
brincar? Como? 
3) Relate sua rotina de trabalho (escolha um dia como referência). 
4) A organização do espaço na sala de aula prevê o brincar? Como? 
5) Quais materiais e brinquedos estão disponíveis para que seus alunos 
possam brincar? 
6) Quais as brincadeiras mais freqüentes que você observa em seus 
alunos? Relate uma atividade que você considera mais significativa.

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