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Universidade de Brasília 
Instituto de Letras 
Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas 
COLOCAÇÕES LEXICAIS EM PORTUGUÊS E FRANCÊS: 
ocorrências em corpora e obras lexicográficas 
Elisa Maiby Carvalho Augusto 
Brasília - DF 
2020 
1
 
Universidade de Brasília 
Instituto de Letras 
Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas 
Elisa Maiby Carvalho Augusto 
Colocações lexicais em português e francês: 
ocorrências em corpora e obras lexicográficas 
Trabalho apresentado à disciplina “Projeto de 
Curso: Elaboração de Multimeios”, do 
Departamento de Linguística, Português e 
Línguas Clássicas do Instituto de Letras da 
Universidade de Brasília, como requisito parcial 
para obtenção de grau de licenciatura em Letras – 
Português do Brasil como Segunda Língua, sob 
orientação da Profa. Dra. Orlene Lúcia de Saboia 
Carvalho. 
Brasília - DF 
2020 
2
RESUMO 
Esta pesquisa tem como embasamento teórico a Linguística de Corpus (KUHN; FERREIRA, 
2020; BERBER SARDINHA, 2004) e a Lexicografia (POLGUÈRE, 2018; CARVALHO, 
2001), que motivaram a observação das possibilidades de combinatória lexical restrita, 
conforme o discutido por Carvalho (2017) e Williams (2001). O presente trabalho é pautado 
pelos seguintes percursos metodológicos: i) revisão bibliográfica sobre o fenômeno das 
colocações lexicais, que compõem o objeto de estudo; ii) identificação e análise do fenômeno 
estudado em corpora das línguas românicas português e francês, tendo como foco as 
ocorrências de combinação entre verbo + substantivo/adjetivo/advérbio (colocações verbais); 
iii) investigação da amostra de ocorrências em diferentes seções dos verbetes constantes de 
obras lexicográficas monolíngues e bilíngues. Como resultado, verificou-se a alta frequência 
de uso das colocações lexicais nas ferramentas de corpora, que se opõe à presença 
relativamente baixa destas combinações nos dicionários sob análise; discorreu-se, também, 
sobre a possibilidade de consulta às ferramentas analisadas, de forma mais consciente sobre o 
fenômeno colocacional, no processo de ensino-aprendizagem de léxico. 
Palavras-chave: Colocações lexicais. Combinatória lexical. Lexicografia. 
3
ABSTRACT 
The present research is based on the theoretical framework of Corpus Linguistics (KUHN; 
FERREIRA, 2020; BERBER SARDINHA, 2004) and Lexicography (POLGUÈRE, 2018; 
CARVALHO, 2001). These fields motivated the observation of the possibilities of restricted 
lexical combinatorics, as discussed by Carvalho (2017) and Williams (2001). Our work is 
guided by the following methodological paths: i) bibliographic review on the phenomenon of 
lexical collocations, which compose the object of study; ii) identification and analysis of such 
phenomenon in corpora of the Portuguese and French languages, focusing on the occurrences 
of a combination of verb + noun / adjective / adverb (verbal collocations); iii) investigation of 
the sample of occurrences in different sections of entries in monolingual and bilingual 
dictionaries. As a result, we verified a high frequency of use of lexical collocations in corpora 
tools, in contrast to the relatively low presence of such combinations in the dictionaries under 
analysis. We also discussed the possibility of consulting the analyzed tools in a more 
conscious way about the collocational phenomenon, in the lexicon teaching-learning process. 
Keywords: Lexical collocations. Lexical combinations. Lexicography. 
4
Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra. […] 
(Machado de Assis) 
5
SUMÁRIO 
Introdução 7 
1 Colocações e demais unidades linguísticas convencionais 8 
1.1 Tipologias de colocações 9 
2 Corpora de colocações verbais em português e em francês 14 
2.1 O corpus Portuguese Web 2011 15 
2.2 Contraste entre os corpora de português e francês 20 
3 As colocações em obras lexicográficas monolíngues e bilíngues 23 
3.1 Dicionários monolíngues padrão 23 
3.2 Dicionários bilíngues 28 
3.2.1 Informatizados 29 
3.2.2 Impressos 32 
Considerações finais 36 
Referências 38 
Anexo I – Wordlist: verbos e substantivos mais comuns da língua portuguesa, por 
Kilgarriff e Rychlý (s.d.) 41 
6
https://drive.google.com/file/d/1BK2vzLa7BRsVGs4oUTS6w0vMuUl2z9wB/view?usp=sharing
INTRODUÇÃO 
Os falantes de português brasileiro e das demais línguas naturais materializam atos 
comunicativos dotados de significado por meio de construções textuais de natureza simples, 
como conversas espontâneas ou narrativas, e complexas, como aulas ou documentos oficiais. 
Essas construções mobilizam diferentes recursos linguísticos e discursivos, e um dos recursos 
mais utilizados para atribuir significado às interações, ainda que não seja suficientemente 
explorado, é o de combinação lexical. Trata-se de uma relação sintagmática que permite 
associar as palavras que são usadas, normalmente, “em conjunto com outras palavras que as 
completam, ou no nível da construção de discurso que faz eco delas quando substituídas ou 
definidas" (TRÉVILLE; DUQUETTE, 1996 apud BINON; VERLINDE, 2000a, p. 124). 
Tomando por base esta constatação, apoiada inicialmente nos trabalhos de Carvalho 
(2017; 2001), Polguère (2018) e Williams (2001), e orientada metodologicamente pela 
pesquisa bibliográfica e documental (GIL, 2008), procedemos ao trabalho monográfico de 
pesquisa sobre combinações lexicais, também denominadas colocações lexicais ou, 
simplesmente, colocações, nos contextos gerais de uso das línguas românicas português e 
francês. Estas línguas foram escolhidas tanto pelo número expressivo e similar de falantes ao 
redor do globo, quanto pelo vínculo da pesquisadora como falante nativa da variedade 
brasileira do português (daqui em diante, PB) e aprendiz de longa data da variedade europeia 
do francês. 
A partir das inquietações decorrentes das reflexões sobre língua e linguagem, 
materializadas na pergunta “quais são as principais possibilidades de combinatória lexical em 
português e francês, em uso corrente?”, o presente trabalho foi organizado de forma a 
evidenciar as tipologias e critérios lexicais, sintáticos e semânticos que subdividem as 
colocações lexicais no primeiro capítulo, para, a partir desta subdivisão, destacar as 
ocorrências de uso das colocações verbais e possíveis implicações no processo de ensino-
aprendizagem do léxico de PB, no segundo capítulo. Estas mesmas colocações lexicais serão 
analisadas, de igual modo, em obras lexicográficas monolíngues e bilíngues, no terceiro 
capítulo. Ao final, anexamos uma lista com os substantivos e verbos mais frequentes no PB, 
gerada a partir das ocorrências analisadas no segundo capítulo. 
7
1 COLOCAÇÕES E DEMAIS UNIDADES LINGUÍSTICAS CONVENCIONAIS 
As interações humanas que se estabelecem no mundo são mediadas por diferentes 
construções linguísticas e discursivas. Nosso estudo tratará da forma como essas construções 
mobilizam recursos de combinação lexical, que são um dos padrões recursivos que as línguas 
naturais oferecem (CARVALHO, 2017, p. 82). Esses padrões são parte importante do 
processo criativo dos falantes de determinada língua, pois é a partir deles que geramos 
“expressões estruturadas sem limites” (BERWICK; CHOMSKY, 2011 apud NEGRÃO, 2013, 
p. 88), que não são escolhidas de forma aleatória, mas obedecem a critérios sintáticos e 
semânticos (BERBER SARDINHA, 2004, p. 200; COSERIU, 1977, p. 143-161). 
Em realidade, quando adquirimos ou aprendemos uma língua, não nos apropriamos 
das palavras de forma isolada, mas, sim, no âmbito de interações que demandam a 
mobilização de diferentes recursos: a maneira como falamos com nossos familiares e amigos 
próximos não costuma ser a mesma de que nos valemos para interagir com colegas de 
trabalho; difere-se também da maneira como um autor se dirige aos seus leitores. Nessas 
diferentes interações, espera-se que saibamos o que dizer, quando dizer e como dizer 
(TAGNIN, 2013, p. 21) e, para facilitar este processo, temosà disposição alguns “sintagmas 
pré-construídos” (CARVALHO, 2017, p. 81), que são usados com grande frequência pelos 
interlocutores nativos e, idealmente, pelos não nativos em imersão. Esses sintagmas, no PB, 
podem ser: 
a) Fórmulas de rotina: expressões de função comunicativa, como saudações, 
agradecimentos e desculpas; 
b) Expressões idiomáticas: combinação de itens lexicais e gramaticais que 
funcionam em uma unidade de sentido, como “dor de cotovelo”; 
c) Binômios: estruturas coordenativas, como “noite e dia”, “ir e vir”, “cão e gato”. 
Alguns binômios se assemelham ao item (b), como “gato e sapato”; 
d) Coligações: combinação de um item lexical com um item gramatical, como 
“fugir de [algo/alguém]”. Na gramática tradicional, os fenômenos de coligação são 
categorizados como regência verbal ou nominal; 
8
e) Colocações: combinação de dois ou mais itens lexicais em coocorrência regular, 1
como “linha tênue” (CARVALHO, 2017, p. 82-83; TAGNIN, 2013, p. 53 et seq.; 
CRYSTAL, 2008, p. 51, 104), entre outros. 
Como os itens lexicais são palavras que possuem referentes no mundo 
extralinguístico, como substantivos, verbos e adjetivos, enquanto os itens gramaticais 
possuem referentes apenas no mundo linguístico, como preposições, conjunções e artigos 
(VILARINHO, 2019, p. 152, 165; CRYSTAL, 2008, p. 222), interessa-nos analisar, neste 
primeiro momento, o quanto as colocações lexicais perpassam nossas interações como 
falantes de PB. 
1.1 Tipologias de colocações 
Os estudos de combinatória lexical, bem como a utilização do termo “colocação" na 
linguística, foram difundidos por John R. Firth (1890-1960), para quem as colocações lexicais 
eram observáveis por meio de um “teste de colocabilidade”. Este teste, que revela aspectos 
semânticos das palavras, foi demonstrado de forma simples pelos pares “noite/dia” e “claro/
escuro”, em que se percebe uma maior regularidade de combinação entre “noite” e “escura”, 
“dia” e “claro” (FIRTH, 1951 apud ROBINS, 2013, p. 65; BARNBROOK et al., 2013, p. 37). 
Como o grau de dependência entre os itens lexicais na construção no significado 
pode variar, atualmente, os exemplos de Firth poderiam ser considerados como sintagmas 
livres, mais do que como colocações, uma vez que se pode substituir “noite” por “casa”, 
“óculos” e outros tantos; e “escura” por “fria”, “longa” etc. (CARVALHO, 2017). Em 
realidade, em uma colocação, é necessário que ambos os itens lexicais estejam envolvidos em 
uma relação de solidariedade semântica, normalmente manifesta no eixo sintagmático, para 
conferir às palavras escolhidas uma especificidade de sentido, como “montar a 
cavalo” (COSERIU, 1977, p. 144, 153). 
Assim, dentre as propostas tipológicas mais recentes para as colocações lexicais – 
daqui em diante, também denominadas apenas “colocações” – destacamos as de Deradra 
 Apesar da discussão quanto ao número ideal de itens lexicais em uma colocação (CARVALHO, 2017, p. 84), 1
adotaremos dois itens como unidade padrão em nosso trabalho, sobretudo porque os sintagmas tendem a ser de 
natureza binária (cf. Mikus, 1947).
9
(2009a; 2009b), Tagnin (2013) e Carvalho (2017). Tais propostas têm em comum o fato de 
perceberem os itens lexicais em uma relação assimétrica de solidariedade: Deradra (2009a, p. 
240, tradução nossa) fala de “lexia-base” e “consituinte/colocado”, enquanto Tagnin (2013, p. 
64-65) trata de “base” e “colocado/elemento convencionado”, de forma similar à “base/
nódulo” e “colocado” de Carvalho (2017, p. 84). Como as semelhanças se situam, 2
basicamente, apenas neste âmbito, passamos à discussão das diferenças de cada proposta. 
A pesquisa de mestrado de Deradra (2009a; 2009b) visa apresentar “o contexto em 
que se emprega determinada colocação” a partir de um corpus literário: o romance Il était une 
fois un vieux couple heureux, de Mohammed Khaïr-Eddine (DERADRA, 2009a, p. 239, 
tradução nossa). Para a autora, critérios de ordem sintático-semântica, como testes de 
movimentação dos constituintes (ibid., p. 241), e critérios semânticos, como os de binaridade, 
assimetria e coocorrência restrita/seleção lexical, orientam o “grau de fixidez” das colocações, 
que podem ser 
[…] opacas: quando o sentido do colocado em coocorrência com a base é 
diferente do sentido que tem fora dessa combinação, […] [enquanto] o 
sentido da base se mantém interpretável; 
transparentes: quando o sentido do colocado é facilmente compreensível 
[…]; 
regulares: […] combinações de palavras ou de sequências de palavras nas 
quais o sentido do todo é, geralmente, dedutível e parece previsível […] 
(ibid., p. 240, tradução nossa) . 3
Além desses critérios, Deradra (2009b) emprega o consagrado critério 
morfossintático de divisão por classes de palavras para categorizar as colocações como: 4
a) colocações nominais, compostas por: substantivo (posição 1) + 
preposição [posição opcional] + substantivo (posição 2) 
la nuit des temps / tempos remotos; 
b) colocações verbais, compostas por: (verbo) + [preposição] + (substantivo 
ou adjetivo) 
crever de faim / morrer de fome; 
 Estes termos também são aplicáveis à busca por ocorrências linguísticas em pesquisas da área de Linguística de 2
Corpus, como veremos no segundo capítulo.
 Original: “[Collocations] opaques : lorsque le sens du collocatif en cooccurrence avec la base est différent du 3
sens qu’il a en dehors de cette association, […] [tandis que] le sens de la base reste interprétable ; 
transparentes : lorsque le sens du collocatif est facilement compréhensible […] ; 
régulières, autrement dit des associations de mots ou de suites de mots dans lesquelles le sens du tout est 
généralement déductible et semble prédictible […].” 
 Cf. Tagnin (2013, p. 63).4
10
c) colocações adjetivas, compostas por: (adjetivo) + (substantivo ou 
advérbio) 
armé jusqu’aux dents / armado até os dentes; 
d) colocações adverbiais, compostas por: (advérbio ou locução adverbial) + 
(adjetivo ou verbo) 
en même temps / ao mesmo tempo; 
e) colocações prepositivas e conjuntivas, compostas por: (preposição ou 
conjunção) + (substantivo) 
à défaut de / na falta de (DERADRA, 2009b, p. 52 et seq., tradução 5
nossa). 
Observamos que, para a autora, vários dos sintagmas pré-construídos se fundem em 
um só conceito. “Colocações”, segundo os dados de Deradra (2009a; 2009b), abrangem tanto 
a combinação de itens lexicais (item b), quanto a combinação de itens lexicais e gramaticais 
(item e) e, ainda, expressões idiomáticas, por ela denominadas “colocações opacas” (itens a e 
c). Assim, consideramos que os trabalhos de Tagnin (2013) e Carvalho (2017) delimitam mais 
o escopo deste fenômeno. 
Tagnin (2013) apresenta, em seu livro O jeito que a gente diz: combinações 
consagradas em inglês e português, as possibilidades de combinação lexical das duas línguas 
em contraste. A autora sinaliza, como Deradra (2009a), que as colocações lexicais podem 
apresentar um maior ou menor nível de fixidez de acordo com a categoria a que pertencem, 
mas difere da linguista argelina ao considerar que a opacidade semântica (ou 
“idiomaticidade”) não diz respeito às colocações, mas, sim, às expressões idiomáticas 
(TAGNIN, 2013, p. 22, 99). Para a autora, há: 
a) colocações adjetivas, compostas por (adjetivo) + (substantivo): 
foreign policy / política externa; 
b) colocações nominais, compostas por (substantivo) + [preposição] + 
(substantivo): 
credit card / cartão de crédito; 
c) colocações verbais, compostas por (verbo) + [preposição] + (substantivo 
ou adjetivo): 
take care / tomar cuidado, go wrong / dar errado; 
d) colocações adverbiais, compostas por (advérbio) + [preposição] + 
(adjetivo ou verbo): 
strictly prohibited / expressamente proibido, fully agree / concordar 
plenamente (ibid., p. 63-73). 
 Nas traduções de Deradra (2009a; 2009b) e Tagnin (2013), consideramos que, por não haver "isomorfia lexical 5
entre duas línguas” (CARVALHO, 2001, p. 111), algumas colocações em portuguêsbrasileiro podem ser 
formadas por palavras de classes diferentes ou demandar diferentes preposições.
11
Tagnin (2013) tipifica, em seguida, as expressões especificadoras de unidade, que 
acompanham “substantivos que designam objetos incontáveis ou abstratos”, e os coletivos, 
“convencionalmente usados para se referir a um grupo de coisas” (TAGNIN, 2013, p. 74-75). 
A autora termina o capítulo com a exposição de quadros comparativos em que amplia sua 
análise contrastiva, pois adiciona equivalentes de colocações em alemão, espanhol, francês e 
italiano (ibid., p. 77-78). 
Na esteira do proposto por Tagnin (2013), Carvalho (2017, p. 82-84) adota os 
critérios de “autonomia sintática e transparência semântica” para subdividir as colocações 
lexicais do PB em: 
a) colocações nominais, compostas por (substantivo ou adjetivo) + 
[preposição] + (substantivo ou adjetivo): 
suaves prestações, modéstia à parte; 
b) colocações adjetivas, compostas por (advérbio) + (adjetivo ou particípio): 
gravemente ferido, redondamente enganado; 
c) colocações verbais (verbo ou substantivo) + [preposição] + (substantivo, 
verbo, adjetivo ou advérbio): 
prestar atenção, levar a sério, mentir descaradamente (CARVALHO, 
2017, p. 82-87). 
Carvalho (2017) analisa, ainda, o quanto os traços semânticos positivos e negativos 
se estendem de um item lexical a outro, mediante o conceito de “prosódia 
semântica” (STUBBS, 1995 apud CARVALHO, 2017, 87-88): o verbo oferecer, por exemplo, 
apresenta prosódia semântica positiva, pois se associa a "cursos, serviços, vagas, 
oportunidades, condições, subsídios, vantagens […]” (ibid., p. 90). A autora também revisa 
dados de corpora de português e de obras lexicográficas, para propor, ao final, um processo 
de ensino-aprendizagem de PB como língua estrangeira mais atento às questões de 
combinatória lexical nos diferentes gêneros textuais que integram o processo. 
Desta feita, pode-se dizer que uma colocação é uma combinação lexical, geralmente 
binária, cujos itens se relacionam em regime de solidariedade e transparência semântica. 
Podemos dizer, de igual modo, que as colocações não são sintagmas abertos (casa amarela, 
anexar território), uma vez que ambos os itens lexicais podem ser trocados sem prejuízo da 
constituição do sintagma; tampouco são expressões idiomáticas (quebrar um galho, virar a 
12
página), pois ainda que haja uma relação explícita em nível sintático, a semântica dos itens 
não é transparente . 6
Continuaremos a análise, no capítulo seguinte, de colocações verbais do português, 
porque, como discutido por Tagnin (2013) e Carvalho (2017), esta categoria de colocações 
evidencia as dificuldades que ocorrem no ensino-aprendizagem do léxico de PB como língua 
estrangeira: aprender os tipos de complementos que são demandados por um verbo, sem ter 
noção de quais são os complementos verbais de maior frequência, pode resultar em equívocos 
durante situações comunicativas concretas. Tais dificuldades decorrem, dentre outros fatores, 
da escassez de obras lexicográficas dedicadas à descrição das colocações em geral, conforme 
discutiremos no último capítulo. Carvalho (2017, p. 92), aliás, constata que “não há 
dicionários monolíngues direcionados para aprendizes de português brasileiro como língua 
estrangeira, seja semasiológico, de frequência ou de colocações”, e Tagnin (2013, p. 70) 
reforça que não há dicionário de colocações, “mesmo de língua materna”. 
Assim, com base na metodologia de coleta de dados adotada por Carvalho (2017), 
discutiremos as colocações verbais da língua em uso no próximo capítulo, e contrastaremos 
essas colocações em dicionários de português, nas variedades brasileira e europeia, e francês 
europeu no capítulo seguinte, adotando a tipologia de colocações proposta pela mesma autora 
(CARVALHO, 2017, p. 80-87). 
 Lembramos que, conforme Williams (2001), ainda não há uma definição de colocação considerada consensual, 6
posto que esse tipo de combinação se situa num continuum entre sintagmas abertos, locuções e expressões 
idiomáticas.
13
2 CORPORA DE COLOCAÇÕES VERBAIS EM PORTUGUÊS E EM FRANCÊS 
Feita a diferenciação entre as categorias de colocações, lançamo-nos à análise de 
colocações verbais, conforme o levantamento de dados que fizemos no corpus linguístico de 
português Portuguese Web 2011. Antes, porém, é necessário discorrer sobre a constituição de 
um corpus (pl. corpora) e quais são as possibilidades de trabalho que ele oferece. 
Os corpora de texto são ferramentas da maior relevância para a Linguística de 
Corpus, uma corrente de análise linguística inaugurada nos anos 1960 cujo principal objetivo 
é explorar a “linguagem por meio de evidências empíricas, extraídas [de gêneros textuais 
diversos] por computador.” (BERBER SARDINHA, 2004, p. 3). Na era da sociedade da 
informação, existem corpora com bilhões de palavras que oferecem possibilidades de análise, 
por exemplo, dos contextos de ocorrência (concordâncias), das palavras mais frequentes, das 
relações sintáticas e semânticas, entre outros. 
Os corpora utilizados na atualidade disponibilizam conhecimento sobre uma 
determinada língua ou variedade linguística por meio de uma compilação de dados textuais, 
que são, normalmente, coletados de documentos on-line, como sites, documentos nos 
formatos HTML, PDF etc., e são acessados de acordo com as ferramentas disponíveis. Para o 
português, destacamos os corpora Brasileiro , coordenado por Tony Berber Sardinha, Corpus 7
do Português , coordenado por Mark Davies, e Portuguese Web 2011 , coordenado pela 8 9
equipe do Sketch Engine. Este último corpus foi o escolhido para nossa pesquisa por sua 
maior disponibilidade de ferramentas de análise e de dados compilados. 
Ressaltamos que os corpora foram inicialmente pensados para linguistas, mas sua 
utilização não se restringe ao contexto acadêmico. Profissionais e curiosos das áreas do 
jornalismo, audiovisual, licenciaturas, mídias sociais, entre outras, podem se beneficiar dessas 
compilações de dados textuais já existentes e até mesmo elaborar seus próprios corpora, posto 
que as ocorrências do uso permitem a exploração atenta, em nível quantitativo e qualitativo, 
da língua que se fala, observa e aprende (cf. KUHN; FERREIRA, 2020). 
 O acesso ao corpus Brasileiro e a outros corpora de língua portuguesa pode ser feito de forma gratuita em: 7
https://www.linguateca.pt/ACDC/ (LINGUATECA).
 Também gratuito. Disponível em: https://www.corpusdoportugues.org/xp.asp (DAVIES).8
 Disponível em: https://app.sketchengine.eu (KILGARRIFF; RYCHLÝ).9
14
https://www.linguateca.pt/ACDC/
https://app.sketchengine.eu
https://www.corpusdoportugues.org/xp.asp
2.1 O corpus Portuguese Web 2011 
O corpus Portuguese Web 2011 (ou ptTenTen11) integra a família TenTen, que conta 
com 41 corpora gerenciados pelo Sketch Engine, programa pago da empresa britânica Lexical 
Computing. Desde a última atualização, de 2018, o ptTenTen11 armazena mais de 10 milhões 
de documentos coletados de sites científicos e acadêmicos, com 3.896.392.719 palavras, em 
português brasileiro e europeu, cujo acesso se dá por meio das ferramentas do Sketch Engine 
destacadas a seguir: 
 
Figura 1 – Área inicial do Sketch Engine 
Fonte: Kilgarriff; Rychlý (s.d.). 
No corpus Portuguese Web 2011, lançamos mão das ferramentas Wordlist (lista das 
palavras mais frequentes no corpus), Word Sketch (lista de combinações lexicais e 
gramaticais) e Word Sketch Difference (comparação entre os itens lexicais que constituem 
uma colocação) para coletar os dados. As demais possibilidades de trabalho para este corpus 
são: compilar sinônimos e palavras similares (Thesaurus), exemplos de uso em contexto 
(Concordance), expressões com até 5 palavras (N-grams), extrair termos de áreas de 
15
especialidade (Keywords) e estatísticas gerais dos documentos que compõem o corpus (Text 
type analysis), em uma interface de site apresentada em inglês, e dados nalíngua original. 
Eis as seguintes combinações das quais a palavra objetivo, 55º substantivo mais 
usado no português , é base/nódulo. Selecionamos os contextos de ocorrência de Verbo + 10
Substantivo e Substantivo + Verbo, nas vozes ativa e passiva. 
Figura 2 – Ferramenta Word Sketch: “objetivo” 
Fonte: Kilgarriff; Rychlý (s.d.). 
Nas categorias de colocações sob investigação, percebe-se uma maior frequência dos 
colocados atingir, alcançar e cumprir em coocorrência com objetivo, sendo atingir + 
objetivo e alcançar + objetivo as colocações de frequência mais alta. Isso é confirmado pelos 
 Cf. anexo I.10
16
scores , índices numéricos de frequência das ocorrências nos contextos apontados pela 11
Figura 1: a média simples do score para alcançar + objetivo, é de 10.97, para atingir + 
objetivo, de 10.82, e para cumprir + objetivo, de 9.2. A comparação do Word Sketch 
Difference também demonstra estas nuances, como demonstrado nas figuras a seguir: 
 
 
Figura 3 – Ferramenta Word Sketch Difference: alcançar vs. atingir 
Fonte: Kilgarriff; Rychlý (s.d.). 
Figura 4 – Ferramenta Word Sketch Difference: cumprir vs. alcançar 
Fonte: Kilgarriff; Rychlý (s.d.). 
 Os critérios de cálculo do score podem ser conferidos na página “Statistics used in Sketch Engine” (SKETCH 11
ENGINE, 2015). 
17
 
Figura 5 – Ferramenta Word Sketch Difference: cumprir vs. atingir 
Fonte: Kilgarriff; Rychlý (s.d.). 
Seguindo estes passos, compilamos as colocações verbais mais frequentes nos usos 
do português como língua geral e as dispomos no quadro a seguir. Algumas dessas 12
combinações já foram discutidas por Tagnin (2013) e Carvalho (2017) – com base nessas 
autoras, aliás, mantivemos o destaque dos itens lexicais considerados como base/nódulo em 
negrito. 
Quadro 1 – Colocações verbais no português brasileiro 
Verbo Substantivo / advérbio Média simples do 
score
alcançar / 
atingir objetivo
10.97 
10.82
chamar atenção 7.59
dar o exemplo 7.21
dar continuidade 6.86
falar / 
dizer besteira
5.06 
3.95
 Distinguimos língua geral de linguagem de especialidade, no sentido de a primeira materializar-se nas 12
interações espontâneas, enquanto a segunda media as interações de especialistas em áreas diversas. 
Foram detectadas algumas colocações utilizadas no Direito e na Economia (decretar estado de emergência, 
deixar legado, tributar serviço), mas a discussão sobre esses dados é mais pertinente aos estudiosos da 
Terminologia, área da Linguística que estuda as linguagens de especialidade (cf. Vilarinho, 2019).
18
Fonte: Kilgarriff; Rychlý (s.d.). 
Chamamos atenção a alguns fatos linguísticos, para além da evidente relação 
sintático-semântica existente entre as colocações listadas. Para começar, pode-se observar que 
o padrão Verbo + Substantivo, na voz ativa, é o mais comum dentre as colocações verbais. No 
entanto, em colocações como travar batalha, prestar serviço e firmar/assinar acordo, há 
grande frequência de ocorrências na voz passiva. 
Percebe-se, de igual modo, que o item lexical considerado como base/nódulo é o de 
maior carga semântica. Na categoria das colocações verbais, a base/nódulo costuma ser o 
substantivo, uma vez que os verbos considerados suportes, como dar, falar, tomar “não têm 
semântica plena – não são, no entanto, completamente vazios de significado” (CARVALHO, 
2017, p. 86) . 13
firmar / 
assinar acordo
10.56 
9.1
juntar esforços 6.86
levar a sério (adv.) 7.56
levar em consideração 5.34
mentir descaradamente (adv.) 7.0
pedir desculpas 7.4
prestar serviço 10.32
promover desenvolvimento 6.2
ranger dentes 7.97
tirar / 
levar vantagem
5.79 
5.64
tomar consciência 5.99
travar batalha 10.61
(não) vir ao caso 5.98
 Na pesquisa, também encontramos combinações lexicais com verbos de carga semântica mais forte, cujo fator 13
de restrição semântica suplanta o de solidariedade semântica, que julgamos ser essencial em uma colocação (cf. 
capítulo 1.1). Por essa razão, não incluímos os pares folhear livro (verbo ligado a objetos com folhas) e fidelizar 
cliente (verbo restrito a relações comerciais) em nossas análises, ainda que seus elementos ocorram com 
frequência nos usos de PB.
19
Em colocações lexicais como alcançar/atingir objetivo, falar/dizer besteira ou 
tirar/levar vantagem, é possível que o colocado possa ser trocado por outro de significado 
similar, sem prejuízo da relação de solidariedade semântica, como apontado por Tagnin (2013, 
p. 64) e pelos resultados das ferramentas do corpus. A variação dos índices de frequência 
entre uma e outra colocação é baixa: em alcançar/atingir um objetivo, há uma lacuna de 
score de 0.15, sendo alcançar objetivo a mais frequente (média de 10.97); em tirar/levar 
vantagem, a lacuna de score tambem é de 0.15, com maior frequência de tirar vantagem 
(média de 5.79); em falar/dizer besteira, o score varia 1.11 e a colocação mais frequente é 
falar besteira (média de 5.06) (KILGARRIFF; RYCHLÝ). 
Finalmente, ressaltamos que algumas colocações incorporam em si uma função 
tradicionalmente atribuída às coligações, ao demandarem preposições e artigos para se 
concretizarem nas situações comunicativas. Colocações como dar o exemplo, levar a sério / 
em consideração, [não] vir ao caso tornaram-se tão consolidadas na língua em uso que são, 
inclusive, consideradas como locuções em alguns dos dicionários analisados, como se verá no 
terceiro capítulo desta pesquisa. 
2.2 Contraste entre os corpora de português e francês 
A seguir, listam-se as equivalências das colocações analisadas em francês. 
Consultamos as equivalências tanto no corpus francês da família TenTen, quanto no 
Dictionnaire des combinaisons de mots (Le Robert, 2007) . Salientamos que, embora estas 14
línguas pertençam à mesma família, o processo histórico de formação de cada uma delas faz 
com que poucos itens lexicais apresentem equivalência plena: a formação linguística do 
português e do francês é perpassada pela relativa distância geográfica entre os territórios de 
Portugal e França, assim como pelo contato linguístico decorrente das ocupações dos mouros 
– no caso de Portugal –, normandos – no caso da França – e outros povos (BASSO; 
GONÇALVES, 2014). 
 Agradecemos, ainda, ao sujeito nativo de francês, plurilíngue e amigo Yann Amoussou, que ratificou e 14
esclareceu as nuances de algumas das colocações registradas.
20
Quadro 2 – Colocações verbais no português e equivalências em francês 
Fontes: Le Robert (2007); Kilgarriff; Rychlý (s.d.). 
 
Em relação a estes dados, destacamos que o francês, via de regra, demanda um 
elemento determinante na ligação do verbo ao substantivo – artigo, preposição, pronome etc. 
–, como nas colocações donner l'exemple, prendre au sérieux, joindre ses efforts, s’engager 
dans / livrer une bataille. Sobre a inexistência de isomorfia lexical (CARVALHO, 2001), 
assinala-se que algumas das colocações encontradas em português não mantêm a mesma 
organização sintagmática em francês, como os itens lexicais profiter / bénéficier [de quelque 
chose]: estes foram os equivalentes mais próximos de tirar / levar vantagem encontrados. 
Colocação em português Colocação em francês
atingir / alcançar objetivo atteindre un objectif
chamar atenção attirer l'attention
dar o exemplo donner l’exemple 
dar continuidade donner suite
falar / dizer besteira dire / raconter des bêtises
firmar / assinar acordo conclure un accord
juntar esforços unir ses efforts
levar a sério (adv.) prendre au sérieux
levar em consideração prendre en compte
mentir descaradamente mentir effrontément
pedir desculpas présenter ses excuses / demander pardon
prestar serviço rendre service
promover desenvolvimento promouvoir le développement
ranger dentes grincer des dents
tirar / levar vantagem profiter / bénéficier
tomar consciência prendre conscience
travar batalha s’engager dans / livrer une bataille
(não) vir ao caso (ne pas) être question de
21
Passemos, então, à investigaçãosobre estas colocações em ferramentas mais usuais 
que o corpus, ainda que tenham importância similar, e onipresentes no processo de ensino-
aprendizagem de léxico: as obras lexicográficas monolíngues e bilíngues. 
22
3 AS COLOCAÇÕES EM OBRAS LEXICOGRÁFICAS MONOLÍNGUES E 
BILÍNGUES 
 
Os dicionários são um tipo de obra lexicográfica que oferecem um modelo de 
descrição lexical mais ou menos padronizado, possibilitando que especialistas e não 
especialistas de língua tenham acesso a um seleto repertório de itens lexicais e dispondo 
informações específicas sobre estes itens em verbetes. Há vários tipos de dicionário, com 
diferentes tamanhos e estruturas organizacionais: 
dicionário histórico, dicionário etimológico, minidicionário, dicionário 
infantil, dicionário fundamental, dicionário escolar, dicionário para 
aprendizagem, dicionário bilíngue, dicionário semibilíngue, dicionário de 
uso, dicionário padrão, dicionário ilustrado, dicionário de imagens e 
dicionário analógico (VILARINHO; MAIA-PIRES, 2016, p. 88). 
Dentre as obras lexicográficas tipificadas por Vilarinho e Maia-Pires (2016), 
importa-nos analisar o quanto as colocações se fazem presentes nas obras de referência para 
falantes de português e francês. Analisaremos os dicionários monolíngues padrão Houaiss 
(2009) e Aulete (on-line), assim como os bilingues TheFreeDictionary / K Dictionaries 
(2013), Michaelis (on-line; 2002) e Larousse (1988), nos formatos impresso e informatizado. 
 
3.1 Dicionários monolíngues padrão 
Um dicionário monolíngue apresenta o léxico da língua, à exceção de nomes 
próprios, “do ponto de vista de suas características linguísticas: pronúncia, parte do discurso, 
sentido”, etimologia etc., e enumera suas “conexões paradigmáticas”, como sinônimos, 
antônimos etc., e “sintagmáticas”, ou seja, “propriedades de combinatória restrita”, dentre as 
quais destacamos nosso objeto de estudo, colocações lexicais (POLGUÈRE, 2018, p. 242, 
249). Alguns dicionários que apresentam essa gama de informações gramaticais sobre os itens 
lexicais são considerados dicionários padrão, pois visam “descrever o léxico do idioma na sua 
totalidade” (BIDERMAN, 1998, p. 165 apud VILARINHO, 2013, p. 59), incluindo o registro 
de “terminologias de áreas do conhecimento, lexemas da língua comum e variantes da norma 
23
padrão”, para “atender a demandas de jovens e adultos das diversas áreas de 
formação” (VILARINHO; MAIA-PIRES, 2016, p. 99). 
Consideramos, assim, para este subcapítulo, as versões informatizadas dos 
dicionários padrão Houaiss (2009) e Aulete (on-line). Ambos possuem cerca de 100.000 
verbetes cada, e apresentam características similares de macroestrutura, como o ordenamento 
alfabético acessado por uma barra de pesquisa e a disposição das palavras-entrada pela forma 
canônica, e de microestrutura, como informações gramaticais, definições, exemplos 
lexicográficos etc. (POLGUÈRE, 2018, p. 244-248). Vejam-se, a título de exemplo, os 
verbetes do substantivo objetivo: 
objetivo 
s.m. (1720) 
1 aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação; propósito 
[…] 
ETIMOLOGIA 
lat.escl. objectīvus,a,um 'id.' 
SINÔNIMOS/VARIANTES 
ver sinonímia de propósito 
HOMÔNIMOS 
objetivo (fl. objetivar) (HOUAISS, 2009, grifos do autor). 
objetivo 
(ob.je.ti.vo)
[…]
sm.
4. Meta a ser alcançada; OBJETO; ESCOPO; PROPÓSITO: Atingiu seu 
objetivo
5. Fil. Diz-se da ideia ou de tudo que se refere aos objetos exteriores ao 
espírito
6. Mil. Alvo principal das operações ou manobras militares: “A expedição 
endireitava para o objetivo da luta como se voltasse de uma 
campanha” (Euclides da Cunha, Os sertões) 
[F.: Do lat. objectivus] (AULETE, grifos do autor).
Em ambos os verbetes, constam informações de ordem gramatical (classe gramatical 
em ambos, separação silábica em Aulete), semântica (uma definição para se referir a cada 
acepção da palavra-entrada), sintática (exemplos lexicográficos), etimológica (origem da 
palavra) e sobre as relações paradigmáticas (sinonímia e antonímia) (POLGUÈRE, 2018). 
24
Como a menção às relações sintagmáticas, ou seja, às possibilidades de combinatória 
lexical, costuma se restringir às locuções (ibid.; CARVALHO, 2017; 2001), logramos 
verificar a presença de ambos os constituintes das colocações pesquisadas no segundo 
capítulo deste trabalho nos verbetes dos itens lexicais que as compõem, e se poderiam estar 
em outras partes da microestrutura, além da seção de locuções – como na definição ou no 
exemplo lexicográfico. 
Quadro 3 – Ocorrências de colocações verbais em diferentes seções da microestrutura de dicionários 
monolíngues padrão de PB 
Houaiss (2009) 
Verbete Ocorrência
¹acordo \ô\ Exemplo 
“1 ajuste formal; pacto, convenção, concerto <os países 
beligerantes assinaram um a.>”
atingir Definição 
 
“3 t.d. fig. conseguir, obter (p.ex. um objetivo, uma meta)”
batalha Exemplo 
“2 troca de golpes; luta, duelo <os gladiadores romanos travavam b. 
sangrentas>”
caso Locução e exemplo 
“vir ao c.: vir a propósito, ser pertinente <seu comentário não vem 
ao c.>”
consciência Locução 
“tomar c.: perceber com clareza (a importância, a gravidade, o 
perigo etc.); compreender, conscientizar-se”
consideração Locução 
“levar ou tomar em c. 
levar em conta; considerar” 
exemplo Locução 
 
“dar o e.: agir exemplarmente, de modo que os outros se sintam 
impelidos a adotar o mesmo comportamento” 
firmar Definição 
“4 t.d. realizar (pacto, acordo); ajustar, pactuar”
objetivo Definição 
“1 aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação; 
propósito” 
25
prestar Exemplo 
“9 t.d. realizar (uma ação) por imposição legal; cumprir, fazer <p. 
juramento> | <p. serviço militar>”
ranger Definição 
“1 t.d. atritar (os dentes) uns contra os outros, por efeito de 
nervosismo, dor etc.”
sério Locução 
“levar ou tomar a s. : 1 dar importância a; considerar como coisa grave; 
2 melindrar-se, magoar-se”
vantagem Locução 
“levar v.: 1 ser ou tornar-se superior a <com esta altura, ele leva v. 
sobre a turma> 
2 tirar proveito de algo ou alguém, ger. de maneira esperta”
Aulete (s.d.)
Verbete Ocorrência
atingir Definição 
 
“3. Fig. Alcançar (objetivo, finalidade). […]”
batalha Definição em outra locução 
“Batalha naval 
1 Mar. Batalha travada entre esquadras inimigas” 
caso Locução 
“Vir ao caso 
1 Vir à propósito, ter a ver (com algo).” 
consideração Locução 
“Levar/tomar em consideração 
1 Considerar, levar/ter em conta; lembrar de (coisa, fato etc.) como 
elemento importante para formar juízo ou decisão; incluir (coisa, fato 
etc.) entre os demais fatores analisados ou observados” 
desculpa Exemplo 
“1. Ação ou resultado de desculpar(-se) [+ de, por : pedir desculpas 
de/por ter chegado tarde.]”
levar Exemplo 
“32. Ter certa compreensão, entendimento ou comportamento em 
relação a (certo fato, acontecimento, atividade, ação etc.) [td. : Ela 
leva tudo na brincadeira: Vocês levam tudo a sério: Ele leva a vida 
na maciota: Levou a conversa a ferro e fogo]”
objetivo Definição e exemplo 
“4. Meta a ser alcançada; OBJETO; ESCOPO; PROPÓSITO: Atingiu 
seu objetivo” 
26
Fontes: Houaiss (2009); Aulete (s.d.). 15
A partir dos dados acima descritos, constata-se que os itens que constituem as 
colocações lexicais aparecem, de forma equilibrada, nas seções dedicadas à definição 
semântica e às locuções dos verbetes, ocorrendo menos na seção de exemplos do dicionário 
Houaiss (2009). Em contrapartida, os exemplos com colocações aparecem, frequentemente, 
de forma associada à definição no dicionário Aulete. Neste mesmo dicionário, aliás, há menos 
ocorrências das combinações pesquisadas na seção de locuções, em comparação ao dicionário 
Houaiss (2009) . 16
Verifica-se, também, a ocorrência de remissões a itens lexicais de carga semântica 
similar, mas que não são colocações. Por exemplo, o verbete “batalhar” possui, em uma de 
suas acepções, a definição “travar (batalha)” (HOUAISS, 2009), mas conforme discutidopor 
Carvalho (2017, p. 85-86), a forma colocacional pode ser escolhida em detrimento do verbo 
único, ou o contrário – o uso depende do tipo de interação que motiva sua utilização. 
prestar Exemplo 
“5. Realizar (algo) por imposição legal; CUMPRIR [td. : prestar 
serviço militar.]” 
ranger Definição e exemplo 
“2. Atritar (os dentes) por dor, medo, raiva etc. [td. : Ficou com medo 
do avô ao vê-lo ranger os dentes]” 
sério Locução 
“Levar/tomar a sério 
1 Dar importância a, considerar com seriedade: Ele levou/tomou a sério 
as ameaças e pediu proteção.
2 Considerar seriamente, a ponto de ofender-se, o que foi feito ou dito 
como brincadeira: Não se ofenda, não precisa me levar/tomar tão a 
sério.”
serviço Definição em outra locução 
“Serviço de utilidade pública 
1 Serviço útil prestado pelo Estado à sociedade mediante pagamento 
pelos que o utilizam.”15
 A colocação “prestar serviço” costuma ocorrer na voz passiva, conforme discutido no capítulo 2.1, mas 15
também ocorre na voz ativa quando associada à locução “serviço militar”, como se pode ver nos verbetes 
“prestar” (HOUAISS, 2009) e “serviço” (AULETE).
 Sobre as ocorrências, sinalizamos que, das combinações listadas no Quadro 1, não foi encontrado verbete para 16
“descaradamente” no dicionário Houaiss (2009), e que não foi possível acessar o verbete “acordo” no dicionário 
Aulete devido a uma mensagem de erro.
27
Ademais, assinalamos que os itens lexicais de algumas locuções são registrados tanto 
na variedade brasileira, quanto na variedade europeia do português, como levar / tomar a 
sério (HOUAISS, 2009; AULETE). Este lusismo foi confirmado no dicionário bilíngue 
Larousse (1988), direcionado a falantes de ambas as variedades do português, cuja discussão 
será desenvolvida no próximo subcapítulo desta pesquisa. 
Por fim, registre-se que, nestas obras, não foram mencionadas outras possibilidades 
de combinação de palavras, para além das apontadas nas locuções, e que o público de PB 
como língua estrangeira, possível consulente deste tipo de dicionário em níveis mais 
avançados de aprendizagem, pode não captar, de forma transparente, as informações presentes 
sobre combinatória lexical. Aliás, é importante tomar consciência desse tipo de relação 
sintagmática, e cremos que o uso de corpora em contextos de ensino-aprendizagem, se 
associados à consulta a verbetes adaptados ao público, podem despertar essa consciência 
(CARVALHO, 2017; TAGNIN, 2013). 
 
3.2 Dicionários bilíngues 
O dicionário bilíngue é, tradicionalmente, um dos recursos mais utilizados no 
processo de ampliação da rede lexical de falantes de línguas orais. Este tipo de dicionário 
pode fazer parte do grupo de dicionários elaborados com fins pedagógicos, como os 
dicionários escolares, fundamentais e infantis (VILARINHO; MAIA-PIRES, 2016, p. 91-92). 
Considerando que a categoria bilíngue de dicionários tem público-alvo mais bem 
definido que a dos dicionários monolíngues padrão, a estrutura desse dicionário tende a ser 
mais delimitada que a deste último. A microestrutura de um verbete de dicionário bilíngue, 
nas direções de língua-fonte para língua-alvo e vice-versa, abrange, basicamente, uma 
palavra-entrada, a informação de sua classe gramatical e equivalência(s). De fato, essa 
estrutura é bastante tradicional no Brasil: não costumam ser apresentadas definições em 
28
nenhuma das línguas, tampouco são apresentadas propriedades semânticas, sintáticas ou 
etimológicas das lexias (ibid., p. 95; CARVALHO, 2001, p. 49). 17
A seguir, apresentaremos a presença das colocações verbais na versão informatizada 
do TheFreeDictionary / K Dictionaries (2013), na versão impressa do Dictionnaire Français-
Portugais Larousse (1988, coleção “Apollo”) e nas versões impressa e informatizada do 
dicionário escolar Michaelis português/francês (2002; on-line). 
3.2.1 Informatizados 
 
Os dicionários bilíngues informatizados beneficiam da não linearidade, própria ao 
mundo digital: os verbetes podem ser acessados e conectados uns aos outros a partir de um 
hiperlink, saltando de um ponto a outro da obra lexicográfica de acordo com a necessidade do 
consulente e enriquecendo sua experiência (SANTAELLA, 2014). Para prosseguir com nossa 
análise, acessamos a versão para dispositivos móveis do TheFreeDictionary / K Dictionaries 
(2013). 
O dicionário disponível em versão on-line (gratuita ) e eletrônica (disponível para 18
compra em lojas de aplicativos para dispositivos móveis) TheFreeDictionary, gerenciado pela 
empresa norte-americana Farlex, compila várias bases de dados a fim de disponibilizar 
verbetes distintos para a mesma palavra. Entre bases de dados monolíngues, etimológicas e 
outras, o que interessa à nossa análise é a base multilíngue Kennerman / K Dictionaries Ltd., 
gerida pela empresa israelense Lexicala e usada como base para dicionários bilíngues e 
semibilíngues (LEXICALA API BY K DICTIONARIES). Sobre sua microestrutura, vale 
ressaltar que há, para além da estrutura tradicional de um dicionário bilíngue, definições e 
paráfrases curtas que são apresentadas em ambas as línguas, a depender da direção, e que, se o 
consulente assim desejar, também pode salvar verbetes como favoritos ou criar flashcards na 
 Um tipo de dicionário que resolve esta lacuna estrutural, mas que ainda é pouco difundido, é o dicionário 17
semibilíngue, que apresenta, para além da entrada de determinada palavra, a “definição ou paráfrase, o exemplo 
de uso e a unidade linguística correspondente” na língua de aprendizagem (VILARINHO; MAIA-PIRES, 2016, 
p. 96). Do par português/francês, encontramos o dicionário impresso Palavra-chave (2011), para estudantes 
brasileiros, e o dicionário informatizado multilíngue Kennerman, para públicos lusófonos. Mais detalhes sobre 
esta obra lexicográfica serão dados no próximo subcapítulo.
 Disponível em: https://fr.thefreedictionary.com/ (DICTIONNAIRE FRANÇAIS). 18
29
https://fr.thefreedictionary.com/
versão para dispositivos móveis, o que se mostra profícuo no contexto de criação de redes 
lexicais (POLGUÈRE, 2018). 
Listamos, a seguir, os verbetes em francês e português encontrados nesta base de 
dados em cujo conteúdo ocorreram colocações. Sinalizamos que as equivalências listadas 
tendem a considerar a variedade europeia do português. 
Quadro 4 – Colocações verbais no dicionário TheFreeDictionary / K Dictionaries (2013) 
Direção português-francês
Verbete Ocorrência
alcançar Definição 
 
“1. atingir um objectivo. atteindre, arriver à”
consciência Definição 
“2. ter/tomar consciência - dar-se conta de algo. 
avoir / prendre conscience” 
objectivo Definição 
 
“1. aquilo que se quer atingir. objectif”
pedir Exemplo 
“1. dizer a alguém o que se quer. 
pedir desculpa a alguém […] demander pardon à 
qqn” 
promover Definição 
“2. favorecer o desenvolvimento de algo. 
promouvoir”
ranger Definição 
“1. roçar os dentes uns nos outros. grincer”
Direção francês-português
Verbete Ocorrência
accord Exemplo 
 
“6. arrangement, traité. 
conclure / signer un accord. concluir / assinar um 
acordo”
atteindre Exemplo 
 
“2. figuré. réussir, parvenir à […] 
Atteindre son objectif. Atingir o objectivo […]”
30
Fonte: K Dictionaries (s.d.). 
conscience Definição 
“1. Avoir / prendre conscience de - savoir se rendre 
compte de. 
ter/tomar consciência de” 
demander Exemplo 
“1. dire à qqn ce que l’on veut. 
[…] demander pardon à qqn. pedir desculpa a 
alguém” 
excuse Exemplo 
“1. pardon. 
[…] faire / présenter des excuses à qqn. pedir 
desculpa a alguém” 
grincer Definição 
“2. grincer des dents - frotter les dents du haut 
contre celles du bas. Ranger os dentes”
objectif Definição 
 
“1. ce que l’on veut atteindre, but. objectivo […]”
pardon Exemplo 
“1. action de pardonner. 
[…] demander pardon à qqn. pedir desculpa a 
alguém” 
promouvoir Definição 
“2. favoriser le développement de qqch. 
promouvoir”
rendre Definição e exemplo 
“3. rendre service à qqn - aller voirqqn.. 
prestar serviço a alguém”
sérieux Definição e exemplo 
“3. Prendre qqch au sérieux - considérer comme 
important.. 
Un problème à prendre au sérieux. Levar um 
problema a sério”
unir Exemplo 
 
“1. mettre ensemble. […] 
Il faudrait unir nos efforts. É preciso unir os nossos 
esforços”
31
A partir dos dados acima, percebe-se como a direção da obra para consulentes de 
francês como língua estrangeira possui mais dados, tanto pela maior quantidade de verbetes 
encontrados, quanto pelo maior número de informações neles contidas. Vejam-se, por 
exemplo, as acepções de “consciência”, na direção português-francês, em relação à 
“conscience”, na direção oposta: a primeira traz a forma colocacional e definição curta, 
enquanto a segunda traz, além destes dados, uma informação de combinatória gramatical – 
indica a preposição de. 
No que concerne às equivalências em diferentes variedades, considerando a mesma 
direção de francês como língua-alvo, foram constatadas outras equivalências em português 
europeu, apontadas como menos frequentes no corpus Portuguese Web 2011: “atrair atenção” 
para “attirer l’attention”, “tratar-se” para “être question”, entre outras. Verificou-se, de igual 
modo, que o verbete “profiter”, apesar de não apresentar estrutura colocacional, como 
discutido no capítulo anterior, apresenta definição semântica que converge com o seu 
equivalente binário em português: “obter uma vantagem sobre algo” (K DICTIONARIES, 
tradução nossa). 
3.2.2 Impressos 
O dicionário bilíngue francês/português Larousse, cuja primeira edição data dos anos 
1950, é uma obra de referência elaborada para “alunos e viajantes” que utilizam francês e 
português europeu. Tal informação pode ser inferida desde o prefácio, em que é indicado o 
espaço dado pela obra a usos mais distantes da norma culta portuguesa, como “os 
neologismos, a língua familiar e os brasileirismos” (LAROUSSE, 1988). 
Sua microestrutura compreende a palavra-entrada, informação de classe gramatical, 
indicação de acento tônico e pronunciação figurada, seguidas pelas equivalências, que podem 
contar com notas adicionais em ambas as direções. Nesta edição, há, ainda, uma concepção 
diferenciada de verbete: agrupam-se itens lexicais, não de forma individual, mas de acordo 
com os radicais, sejam eles reais ou simulados para fins pedagógicos, como se pode ver em 
um único verbete “ren || -dre vt. […] || -du, ue adj. […]” (ibid., p. 290). 
32
Salvo indicação em contrário, as colocações lexicais encontradas nesta obra são 
indicadas na seção de locuções, ao final do verbete, como se observa em “sérieux”: “sérieux, 
euse adj. (cêriã, ãz). Sério, ia. || s.m. Seriedade (f.) […] || Loc. prendre au sérieux, tomar a 
sério” (ibid., p. 310). O quadro a seguir compila as demais colocações – antes, sinalizamos 
que não foram encontrados verbetes de três palavras, na direção português-francês, e de uma 
palavra, na direção oposta: 
Quadro 5 – Equivalências de colocações verbais no dicionário Larousse (1988) 
Fonte: Larousse (1988). 
Quanto ao dicionário escolar Michaelis, assinala-se que o público-alvo é de 
estudantes brasileiros que aprendem francês, e que seus cerca de 30.000 verbetes apresentam 
“divisão silábica, transcrição fonética, classe gramatical, área de conhecimento, várias 
acepções e expressões atuais” (MICHAELIS, 2002). 
Direção português-francês
Verbete Colocação
batalha dar batalha [lusismo]
dente ranger dentes
prestar 
[indicação de colocação na seção de equivalências] prestar serviço
serviço
sério tomar a sério [lusismo]
Direção francês-português
Verbete Colocação
livrer livrer bataille
pardon demander pardon
rendre rendre service
sérieux prendre au sérieux
tenir tenir compte
33
Todas as equivalências de colocações lexicais identificadas neste dicionário, tanto na 
direção português-francês, quanto em francês-português, foram encontradas na seção de 
expressões, logo após as equivalências. À guisa de exemplo, veja-se o verbete “sérieux”: 
“sérieux, -ieuse [seʀjø, -jøz] adj+nm 1 sério, razoável, refletido […] nm seriedade. […] 
prendre quelqu’un au sérieux levar alguém a sério” (ibid., p. 403). Listamos as demais 
colocações encontradas, e ressaltamos que, pela delimitação do público-alvo e limitação de 
tamanho da obra, não foram encontrados verbetes para sete palavras constantes do corpus, em 
ambas as direções. 
Quadro 6 – Equivalências de colocações verbais no dicionário Michaelis (2002) 
 Fonte: Michaelis (2002). 
Direção português-francês
Verbete Colocação
chamar chamar atenção
desculpa pedir desculpas
levar levar a sério 
ranger
ranger os dentes 
dentes
tomar
tomar consciência
consciência
Direção francês-português
Verbete Colocação
bataille livrer bataille
bêtise dire des bêtises
compte tenir compte
question (ne pas) être question de
rendre
rendre service
service
sérieux prendre [qqn] au sérieux
suite donner suite (à)
34
Algumas equivalências foram mais literais do que as encontradas no corpus 
Portuguese Web 2011, como “prendre en considération”, no verbete “consideração”, e “tirer 
avantage”, no verbete “tirar” (MICHAELIS, 2002). 
Cabe destacar, também, que os verbetes contidos no Michaelis on-line são idênticos 
aos da versão impressa, mesmo após a revisão de 2016, apontada no site (MICHAELIS ON-
LINE). Como ferramenta adicional, nota-se uma lista de parônimos logo após o verbete, para 
facilitar o acesso do consulente a itens lexicais similares. 
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ao longo deste trabalho, definiu-se a relação sintagmática das colocações como a 
coocorrência restrita de dois (ou mais) itens lexicais e verificou-se a sua grande frequência 
nas interações em português e francês. Foram analisadas ocorrências deste fenômeno, em sua 
subdivisão composta por um verbo e um complemento – substantivo, adjetivo ou advérbio –, 
em corpora de ambas as línguas, assim como em dicionários direcionados a seus diversos 
públicos, considerando as variedades de maior destaque. 
Nos corpora, foram constatadas as principais características das colocações verbais 
em português, a partir da lista de 100 verbos e substantivos mais frequentes desta língua (cf. 
Anexo I), acessadas por três ferramentas de análise. Foram listadas, de igual modo, suas 
equivalências em francês, que foram mais observadas no capítulo dedicado às obras 
lexicográficas. 
A respeito destas obras, verificou-se a necessidade de adaptação das informações 
apresentadas para o público de PB como língua estrangeira, sobretudo nas monolíngues. Tal 
adequação é feita, ligeiramente, pelos dicionários bilíngues que indicam contextos de uso, 
mas pode melhorar mediante o uso das ferramentas da lexicografia pedagógica e de corpora 
em contextos de ensino-aprendizagem, a fim de se representar e treinar, na medida do 
possível, a intuição do falante nativo (BINON; VERLINDE, 2000b). 
Ainda sobre corpora, acredita-se que os resultados apontados nestas compilações 
apontam o quanto as combinações lexicais são reveladoras de nossa organização 
sociocultural. Devido à interface entre o nível da frase e o nível textual que há nestas 
combinações, conforme discutido por Albuquerque e Lôpo Ramos (2019), espera-se que, em 
pesquisas futuras, seja factível o levantamento e a análise das colocações mais frequentes por 
gênero textual, a partir das ferramentas das quais já se dispõe, para viabilizar uma reflexão 
ainda mais apurada sobre a língua em uso. 
 Assim, além das possibilidades de consulta recorrente a ferramentas de corpora, 
entende-se, também, que as obras lexicográficas possam ser utilizadas para a criação e o 
aprimoramento de redes lexicais, como algumas versões informatizadas de dicionários já o 
fazem, aliás (POLGUÈRE, 2018; SANTAELLA, 2014). Todas essas ferramentas podem 
36
contribuir, nos contextos escolares e individuais de ensino-aprendizagem, para usos mais 
espontâneos e conscientes das implicações culturais dessas relaçõessintagmáticas 
convencionadas pelo uso (BARNBROOK et al., 2013; BINON; VERLINDE, 2000a). 
37
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40
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https://www.sketchengine.eu/documentation/tenten-corpora/
https://www.sketchengine.eu/documentation/statistics-used-in-sketch-engine/#logdice
 
41 
 
Anexo I – Wordlist: verbos e substantivos mais comuns da língua portuguesa, porKilgarriff e Rychlý (s.d.) 
 
# Noun 
Average Reduced 
Frequency Verb 
Average Reduced 
Frequency 
1 ano 5077821 ser 47466148 
2 dia 3861563 ter 14904281 
3 vez 2646323 ir 14762624 
4 pessoa 2432985 estar 10304610 
5 trabalho 2164046 fazer 7529889 
6 tempo 2141510 poder 7316396 
7 forma 2062651 haver 3889620 
8 parte 1962902 dever 3666326 
9 estado 1690472 dizer 3612115 
10 vida 1684176 dar 3207051 
11 país 1571757 ver 2779269 
12 projeto 1499026 ficar 2735848 
13 mundo 1450943 passar 2679466 
14 brasil 1449021 saber 2201658 
15 área 1443972 querer 2042009 
16 cidade 1429062 vir 1935743 
17 caso 1427510 realizar 1750874 
18 empresa 1415905 deixar 1533477 
19 casa 1308071 apresentar 1515501 
20 paulo 1251659 chegar 1483636 
21 presidente 1221328 receber 1368713 
22 serviço 1205368 levar 1368312 
23 informação 1194419 falar 1310673 
24 processo 1174977 encontrar 1272857 
25 problema 1166222 conhecer 1259030 
26 governo 1148255 começar 1243079 
27 grupo 1147697 conseguir 1202269 
28 hora 1136267 contar 1170054 
29 meio 1134777 partir 1168371 
30 coisa 1130829 acontecer 1165366 
 
42 
 
31 ação 1121126 existir 1153350 
32 relação 1120416 usar 1115153 
33 mês 1085461 criar 1056822 
34 ponto 1085081 mostrar 1034276 
35 programa 1080861 colocar 1023224 
36 sistema 1073652 considerar 993706 
37 momento 1068388 tornar 984946 
38 exemplo 1032249 continuar 981426 
39 atividade 1010498 trabalhar 924985 
40 valor 994567 afirmar 916359 
41 acordo 975743 seguir 912512 
42 tipo 957890 chamar 905468 
43 rio 956114 utilizar 900061 
44 nome 954239 manter 894733 
45 desenvolvimento 940520 precisar 884010 
46 direito 935988 permitir 877837 
47 região 934823 participar 866289 
48 resultado 931406 achar 862382 
49 lugar 930831 pensar 846297 
50 fim 915436 tratar 837936 
51 número 907560 entrar 827707 
52 história 902419 desenvolver 816894 
53 lado 900085 parecer 803644 
54 semana 878655 voltar 792159 
55 objetivo 862682 esperar 789427 
56 centro 862469 acabar 773359 
57 questão 855468 ocorrer 765875 
58 saúde 824327 perder 763673 
59 situação 817476 gostar 758627 
60 mercado 812567 sair 746592 
61 qualidade 810731 oferecer 746504 
62 lei 799542 tomar 740153 
63 final 798193 viver 737229 
64 escola 792956 tentar 702119 
65 evento 789601 trazer 677396 
 
43 
 
66 espaço 774521 lembrar 676068 
67 filho 769041 ganhar 672595 
68 produto 764809 equipar 666814 
69 obra 756525 garantir 665911 
70 professor 747457 explicar 647394 
71 homem 745582 procurar 637736 
72 local 733829 ajudar 634798 
73 condição 728041 pedir 626913 
74 conta 719662 ler 625064 
75 recurso 719428 pelar 623841 
76 janeiro 706955 possuir 623829 
77 educação 701450 incluir 622766 
78 período 699688 escrever 616808 
79 curso 698983 acreditar 612598 
80 sociedade 698480 entender 595366 
81 família 694009 promover 591022 
82 josé 680904 acompanhar 586814 
83 início 672275 representar 586813 
84 necessidade 668028 sentir 575371 
85 fato 666275 publicar 570603 
86 ideia 662930 marcar 561398 
87 produção 661795 prever 557865 
88 criança 659564 iniciar 552021 
89 município 658842 envolver 544440 
90 estudo 645088 destacar 540365 
91 nível 640967 abrir 536637 
92 rede 635400 unir 525716 
93 base 634976 servir 522680 
94 apoio 634381 aumentar 519578 
95 tema 633777 produzir 514868 
96 jogo 632447 obter 508471 
97 uso 628151 formar 498559 
98 site 627774 mudar 491246 
99 amigo 622851 atender 491162 
100 mulher 619575 determinar 490763

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