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GERENCIAMENTO DE PROJETOS Prof. Dr. EVERTON GOMEDE Prof. Me. RICARDO SATIN 004 Aula 01: 015 Aula 02: 023 Aula 03: 035 Aula 04: 047 Aula 05: 061 Aula 06: 082 Aula 07: 095 Aula 08: 109 Aula 09: 119 Aula 10: 132 Aula 11: 149 Aula 12: 162 Aula 13: 170 Aula 14: 178 Aula 15: 182 Aula 16: Introdução ao Gerenciamento de Projetos O Ambiente do Gerenciamento de Projetos O Papel do Gerente de Projetos Gerenciamento de Integração Gerenciamento de Escopo Gerenciamento de Tempo Gerenciamento de Custos Gerenciamento de Qualidade Gerenciamento de Recursos Gerenciamento de Comunicações Gerenciamento de Riscos Gerenciamento de Aquisições Gerenciamento de Partes Interessadas Código de Ética Gerenciamento de Portfólio Padrão do Gerenciamento de Projetos Introdução Olá caro aluno! O gerenciamento de projetos está presente em nosso dia a dia, seja ele pro�ssional ou pessoal. Por exemplo, quantos trabalhos você participou em que um cronograma foi criado? Ou em que um orçamento foi produzido, ou compras foram feitas? Provavelmente alguns. Todos esses elementos fazem parte do conteúdo de Gerenciamento de Projetos, e a importância de tal disciplina está relacionada com a organização do trabalho a ser feito, organização de equipes, gerenciamento de cronograma e muitas outras atividades que aumentam as chances do seu projeto ser entregue com sucesso. Tudo isso é feito utilizando processos, ferramentas e técnicas que permitem com que o projeto possa ser planejado, executado, monitorado e controlado de maneira e�ciente e e�caz. Além disso, o gerenciamento de projetos permite com que as organizações realizem suas estratégias e tenham melhores resultados, tanto operacionais quanto estratégicos. Desta forma, vamos nos aprofundar nos conceitos de gerenciamento de projetos, baseando-nos em uma das publicações mais conhecidas do mundo, o Guia de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, ou em inglês, Project Management Body of Knowledge (PMBOK). Bons estudos! 3 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos O astronauta Buzz Aldrin na superfície lunar. Fonte: Disponível aqui Fundamentos O gerenciamento de projetos não é algo novo, pois está em uso há centenas de anos pelos mais diferentes povos ao longo da história e do mundo. Vamos ver alguns exemplos de grandes projetos: Pirâmide de Gizé; Grande Muralha da China; Taj Mahal; Canal do Panamá; Vacina contra a pólio; O homem pousando na Lua; A Estação Espacial Internacional na órbita da Terra. 5 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aldrin_Apollo_11.jpg Taj Mahal. Fonte: Disponível aqui Os resultados desses projetos foram alcançados por líderes e gerentes que aplicaram práticas, princípios, processos, ferramentas e técnicas de gerenciamento de projetos em seu trabalho. Foi necessário um conjunto de habilidades-chave e conhecimentos aplicados para satisfazer seus clientes e outras pessoas envolvidas em tais projetos. Em meados do século XX, os gerentes de projetos começaram a buscar reconhecimento para o gerenciamento de projetos como uma pro�ssão. Um aspecto desse trabalho envolveu obter um acordo sobre o conteúdo do corpo de conhecimento em gerenciamento de projetos que �cou conhecido como o Guia de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (PMBOK). Definição de Projetos Um projeto é um esforço temporário realizado para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Portanto, os projetos são realizados para cumprir os objetivos por meio da produção de resultados. Já objetivo é de�nido como um resultado para 6 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Taj_Mahal,_Agra,_India_edit2.jpg o qual o trabalho deve ser direcionado; uma posição estratégica a ser alcançada, um resultado a ser obtido, um produto a ser produzido ou um serviço a ser executado. Entrega é de�nida como qualquer produto, resultado ou capacidade exclusiva e veri�cável para executar um serviço que deve ser produzido para concluir um processo, fase ou projeto. As entregas podem ser tangíveis ou intangíveis. O cumprimento dos objetivos do projeto pode produzir um ou mais dos seguintes resultados: Um produto exclusivo, que pode ser um componente de outro item, um aprimoramento ou um novo item (por exemplo, a correção de um defeito em um software ou a construção de um software total). Um serviço exclusivo ou uma capacidade de executar um serviço (por exemplo, uma função comercial que suporta produção ou distribuição). Um resultado único, como um resultado ou documento (por exemplo, um projeto de pesquisa que desenvolve conhecimento que pode ser usado para determinar se existe uma tendência ou se um novo processo bene�ciará a sociedade). Uma combinação única de um ou mais produtos, serviços ou resultados (por exemplo, um aplicativo de software, sua documentação associada e serviços de suporte técnico). Elementos repetitivos podem estar presentes em algumas entregas e atividades dos projetos. Essa repetição não altera as características fundamentais e únicas de cada projeto. Por exemplo, vários edifícios de escritórios podem ser construídos com o mesmo material ou com materiais semelhantes e por equipes iguais ou diferentes. No entanto, cada projeto de construção permanece único nas principais características – localização, design, ambiente, situação, pessoas envolvidas, etc. Os projetos são realizados em todos os níveis organizacionais, e podem envolver um único indivíduo ou um grupo, uma única unidade organizacional ou várias unidades organizacionais de várias organizações. 7 Acesse o link: Disponível aqui Saiba mais sobre as de�nições de projetos que o PMI – o Project Management Institute – apresenta em seus livros. Além disso, você pode aprender muitos outros conceitos do mundo de gerenciamento de projetos. A natureza temporária dos projetos indica que um projeto tem começo e um �m de�nidos, mas temporário não signi�ca necessariamente que um projeto tenha uma duração curta. O �nal do projeto é atingido quando um ou mais dos seguintes itens for verdadeiro: Os objetivos do projeto foram alcançados; Os objetivos não serão ou não poderão ser alcançados; O orçamento está esgotado ou não está mais disponível para alocação; A necessidade do projeto não existe mais; Os recursos humanos ou físicos não estão mais disponíveis e O projeto é encerrado por causa ou conveniência legal. Os projetos são temporários, mas suas entregas podem (e eventualmente devem) existir além do �nal do projeto. Trata-se de uma boa prática em gerenciamento de projetos: a preocupação com a longevidade dos seus resultados. Os projetos podem produzir resultados de natureza social, econômica, material ou ambiental. Por exemplo, um projeto para construir um monumento nacional criará um produto que deve durar séculos. 8 https://www.pmi.org/brasil Gerenciamento de Projetos O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades para atender aos requisitos do projeto. O gerenciamento é realizado por meio da aplicação e integração apropriadas dos processos de gerenciamento do projeto identi�cados para o projeto. O gerenciamento de projetos permite que as organizações executem projetos de maneira e�caz e e�ciente. O gerenciamento e�caz ajuda indivíduos, grupos e organizações públicas e privadas a: Alcançar os objetivos de negócios; Satisfazer as expectativas das partes interessadas; Ser mais previsível; Aumentar as chances de sucesso; Entregar os produtos certos na hora certa; Resolver problemas e questões; Responder aos riscos em tempo hábil; Otimizar o uso de recursos organizacionais; Identi�car, recuperar ou encerrar projetos com falha; 9 Gerenciar restrições (por exemplo, escopo, qualidade, cronograma, custos, recursos); Equilibrar a in�uência de restrições no projeto (por exemplo, o aumento do escopo pode aumentar o custo ou o cronograma); Gerenciar as alterações de uma maneira melhor. Por outro lado, projetos mal gerenciados ou a ausência de gerenciamento de projetos podem resultar em: Perdade prazos; Custo excedido; Qualidade ruim; Retrabalho; Expansão descontrolada do projeto; Perda de reputação da organização; Stakeholders insatisfeitos; Falha na consecução dos objetivos para os quais o projeto foi realizado. Os projetos são uma maneira fundamental de criar valor e benefícios para as organizações. No ambiente de negócios de hoje, os líderes organizacionais precisa ser capazes de gerenciar com orçamentos mais restritos, prazos mais curtos, escassez de recursos e mudanças rápidas na tecnologia. O ambiente de negócios é dinâmico e com uma taxa de mudança acelerada. Para permanecer competitiva na economia mundial, as empresas estão adotando o gerenciamento de projetos para fornecer consistentemente valor aos negócios. 10 Projetos, Programas, Portfólio e Operação O uso de processos, ferramentas e técnicas de gerenciamento de projetos cria uma base sólida para as organizações atingirem suas metas e objetivos. Um projeto pode ser gerenciado em três cenários separados: como um projeto independente (fora de um portfólio ou programa), dentro de um programa ou dentro de um portfólio. Os gerentes de projetos interagem com os gerentes de portfólio e programa quando um projeto está dentro de um programa ou portfólio. Por exemplo, vários projetos podem ser necessários para atingir um conjunto de metas e objetivos de uma organização. Nessas situações, os projetos podem ser agrupados em um programa. Um programa é de�nido como um grupo de projetos relacionados de maneira coordenada para obter benefícios não disponíveis no gerenciamento individual. Programas não são grandes projetos. Um projeto muito grande pode ser chamado de megaprojeto. Como diretriz, os megaprojetos custam US $ 1 bilhão ou mais, afetam 1 milhão ou mais de pessoas e funcionam por anos. 11 Acesse o link: Disponível aqui O gerenciamento de portfólio é de grande importância para as organizações. Neste case, podemos entender de forma aprofundada o gerenciamento de portfólio e ver como o mesmo pode ser aplicado na prática. Algumas organizações podem empregar o uso de um portfólio de projetos para gerenciar efetivamente vários programas e projetos que estão em andamento a qualquer momento. Um portfólio é de�nido como projetos, programas e operações gerenciadas como um grupo para atingir objetivos estratégicos. A Figura 1 ilustra um exemplo de como portfólios, programas, projetos e operações estão relacionados em uma situação especí�ca. O gerenciamento de programas e portfólio difere do gerenciamento de projetos em seus ciclos de vida, atividades, objetivos, foco e benefícios. No entanto, portfólios, programas, projetos e operações geralmente envolvem as mesmas partes interessadas e podem precisar usar os mesmos recursos (veja a Figura 1), o que pode resultar em um con�ito na organização. Esse tipo de situação aumenta a necessidade de coordenação dentro da organização com o uso de portfólio, programa e gerenciamento de projetos para alcançar um equilíbrio viável na organização. A Figura 1 ilustra uma estrutura de portfólio que indica as relações entre os programas, projetos, recursos compartilhados e participantes. Os componentes do relatório estão agrupados em um conjunto de instruções para a governança e administração e�cazes do trabalho que ajuda a alcançar estratégias e prioridades organizacionais. 12 http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000195322 Figura 1 – Portfólio, Programas, Projetos e Operações. Fonte: PMI (2017, p. 12). O planejamento organizacional e de portfólio afeta os componentes por meio de priorização com base em risco, �nanciamento e outras considerações. A visão do portfólio permite que as organizações vejam como as metas estratégicas são re�etidas no portfólio, além de permitir a implementação e coordenação de governança de portfólio, programa e projeto apropriada. Essa governança coordenada permite a alocação autorizada de recursos humanos, �nanceiros e físicos com base no desempenho e nos benefícios esperados. Como pode ser visto na Figura 1, existe um conjunto de recursos compartilhados pela organização que são empregados tanto para projetos quanto para a operação. Uma informação importante do gerenciamento de projetos é que a operação acaba por consumir os recursos do projeto em situações de emergência. 13 A de�nição de projetos do PMI – o Project Management Institute – é uma das mais aceitas entre a comunidade de pro�ssionais; segundo eles, um projeto é um esforço temporário para produzir um resultado único. 14 02 O Ambiente do Gerenciamento de Projetos Figura 1 – In�uências ambientais no gerenciamento de projetos. Fonte: PMI (2017, p. 12). Os projetos existem e operam em ambientes que podem in�uenciar seu gerenciamento, e tais in�uências podem ter impactos favoráveis ou desfavoráveis. Duas grandes categorias de in�uências são os fatores ambientais da empresa (FAE) e os ativos de processos organizacionais (APO). Os FAE se originam do ambiente fora do projeto e geralmente fazem parte da cultura da empresa. Podem ter um impacto no nível organizacional, portfólio, programa ou projeto. Já os APO são internos à organização e podem surgir da própria organização, de um portfólio, de um programa, de outro projeto ou de uma combinação deles. A Figura 1 mostra a divisão das in�uências do projeto em FAE e APO. Além dos FAE e dos APO, os sistemas organizacionais desempenham um papel signi�cativo no ciclo de vida do projeto. Os fatores do sistema que afetam o poder, a in�uência, os interesses, as competências e as capacidades políticas das pessoas para agir dentro do sistema organizacional são discutidos mais adiante na seção sobre sistemas organizacionais. 16 Acesse o link: Disponível aqui Saiba mais sobre os ativos de processos organizacionais e fatores ambientais da empresa nas publicações o�ciais do PMI – o Project Management Institute. Fatores Ambientais da Empresa Os fatores ambientais da empresa (FAE) se referem a condições, e não sobre o controle da equipe do projeto, e essas condições in�uenciam, restringem ou direcionam o projeto. Podem ser internas e/ou externas à organização. Os FAE são considerados entradas para muitos processos de gerenciamento de projetos, especi�camente para a maioria dos processos de planejamento. Esses fatores podem aprimorar ou restringir as opções de gerenciamento de projetos. Além disso, podem ter uma in�uência positiva ou negativa no resultado. Os FAE variam amplamente em tipo ou natureza e precisam ser considerados para que o projeto seja e�caz. FAE Internos à Organização Os seguintes FAE são internos à organização: 17 https://www.pmi.org/brasil Cultura, estrutura e governança organizacional: incluem visão, missão, valores, crenças, normas culturais, estilo de liderança, relações de hierarquia e autoridade, estilo organizacional, ética e código de conduta. Distribuição geográ�ca de instalações e recursos: locais de fábrica, equipes virtuais, sistemas compartilhados e computação em nuvem. Infraestrutura: instalações, equipamentos, canais organizacionais de telecomunicações, hardware de tecnologia da informação, disponibilidade e capacidade. Software de tecnologia da informação: ferramentas de software de agendamento, sistemas de gerenciamento de con�guração, interfaces da web para outros sistemas automatizados online e sistemas de autorização de trabalho. Disponibilidade de recursos: restrições de contratação e compra, fornecedores e subcontratados aprovados e acordos de colaboração. Capacidade dos empregados: conhecimentos, habilidades, competências e conhecimentos especializados existentes em recursos humanos. FAE Externos à Organização Os seguintes FAE são externos à organização. Condições do mercado: concorrentes, reconhecimento de marca de participação de mercado e marcas comerciais. In�uências e questões sociais e culturais: clima político, códigos de conduta, ética e percepções. Restrições legais: leis e regulamentos locais ou do país relacionados à segurança, proteção de dados, conduta comercial,emprego e compras. Bancos de dados comerciais: resultados de benchmarking, dados padronizados de estimativa de custos, informações sobre estudos de risco da indústria e bancos de dados de riscos. Pesquisa acadêmica: estudos da indústria, publicações e resultados de benchmarking. Padrões governamentais ou do setor: regulamentos e normas de agências reguladoras relacionadas a produtos, produção, meio ambiente, qualidade e mão de obra. Considerações �nanceiras: taxas de câmbio, taxas de juros, taxas de in�ação, tarifas e localização geográ�ca. Elementos ambientais físicos: condições de trabalho, clima e restrições. 18 Acesse o link: Disponível aqui Na prática, os fatores ambientais podem ser decisivos para o gerenciamento de projetos. Este trabalho apresenta como as empresas, em um determinado segmento, lidam com tal questão. Ativos de Processos Organizacionais Os ativos de processos organizacionais (APO) são os planos, processos, políticas, procedimentos e bases de conhecimentos especí�cos e usados pela organização executora. Esses ativos in�uenciam o gerenciamento do projeto e incluem qualquer artefato, prática ou conhecimento de qualquer uma ou de todas as organizações executantes envolvidas no projeto que podem ser usados para executar ou governar os projetos. Os APO também incluem as lições da organização aprendidas com projetos anteriores e informações históricas. Os APO podem incluir cronogramas concluídos, dados de risco e dados de valor agregado. São entradas para muitos processos de gerenciamento de projetos. Como os APO são internos à organização, os membros da equipe do projeto podem atualizar e adicionar aos ativos de processo organizacional conforme necessário em todo o ciclo de vida do projeto. Eles podem ser agrupados em duas categorias: Processos, políticas e procedimentos 19 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75902019000100029 Bases de conhecimento organizacionais Geralmente, os ativos na primeira categoria não são atualizados como parte do trabalho do projeto. Processos, políticas e procedimentos geralmente são estabelecidos pelo escritório de gerenciamento de projetos (PMO) ou outra função externa ao projeto. Eles podem ser atualizados apenas seguindo as políticas organizacionais apropriadas associadas à atualização de processos, políticas ou procedimentos. Algumas organizações incentivam a equipe a personalizar modelos, ciclos de vida e listas de veri�cação para o projeto. Nesses casos, a equipe de gerenciamento do projeto deve adaptar esses ativos para atender às necessidades do projeto. Os ativos da segunda categoria são atualizados ao longo do projeto. Por exemplo, informações sobre desempenho �nanceiro, lições aprendidas, métricas e problemas de desempenho e defeitos são continuamente atualizadas ao longo do projeto. Processos, Políticas e Procedimentos Os processos e procedimentos da organização para conduzir o trabalho do projeto incluem, mas não limitados a: Iniciação e planejamento Diretrizes e critérios para adaptar o conjunto de processos e procedimentos padrão da organização para satisfazer as necessidades especí�cas do projeto. Padrões organizacionais especí�cos, como políticas (por exemplo, políticas de recursos humanos, políticas de saúde e segurança, políticas de segurança e con�dencialidade, políticas de qualidade, políticas de compras e políticas ambientais). Ciclos de vida do produto e do projeto e métodos e procedimentos (por exemplo, métodos de gerenciamento de projeto, métricas de estimativa, auditorias de processo, metas de melhoria, listas de veri�cação e de�nições de processo padronizadas para uso na organização). Modelos (por exemplo, planos de gerenciamento de projetos, documentos do projeto, registros do projeto, formatos de relatório, modelos de contrato, categorias de risco, modelos de declaração de risco, de�nições de probabilidade 20 e impacto, de�nições de probabilidade e impacto, matrizes de probabilidade e impacto e modelos de registro de partes interessadas). Listas de fornecedores aprovadas pela e vários tipos de acordos contratuais (por exemplo, preço �xo, custo reembolsável e contratos de tempo e material). Executar, monitorar e controlar Procedimentos de controle de mudanças, incluindo as etapas pelas quais os padrões, políticas, planos e procedimentos da organização os procedimentos ou quaisquer documentos do projeto serão modi�cados e como as alterações serão aprovadas e validadas. Matrizes de Rastreabilidade Procedimentos de controles �nanceiros (por exemplo, relatórios de tempo, revisões necessárias de despesas e desembolsos, códigos contábeis e cláusulas contratuais padrão). Procedimentos de gerenciamento de problemas e defeitos (por exemplo, de�nição de controles de problemas e defeitos, identi�cação e resolução de problemas e defeitos e rastreamento de itens de ação). Controle de disponibilidade de recursos e gerenciamento de atribuição. Requisitos de comunicação organizacional (por exemplo, tecnologia de comunicação especí�ca disponível, mídia de comunicação autorizada, políticas de retenção de registros, videoconferência, ferramentas colaborativas e requisitos de segurança). Procedimentos para priorizar, aprovar e emitir autorizações de trabalho. Modelos (por exemplo, registro de riscos, registro de problemas e registro de alterações). Diretrizes padronizadas, instruções de trabalho, critérios de avaliação de propostas e critérios de medição de desempenho. Procedimentos de veri�cação e validação de produtos, serviços ou resultados. Desta forma, ambos os elementos, fatores ambientais da empresa e ativos de processos organizacionais, podem afetar a maneira como os projetos são gerenciados. Em organizações com um nível maior de maturidade com relação a este assunto, tais elementos contribuem com o gerenciamento de projetos e podem ser utilizados como ferramentas para melhorar a probabilidade de sucesso do projeto dentro da organização. 21 Acesse o link: Disponível aqui Os fatores ambientais e ativos de processos são fatores críticos para o gerenciamento de projetos. Deve-se aprofundar no seu conhecimento para que as práticas de gerenciamento sejam efetivas. 22 http://www.scielo.br/pdf/gp/v22n2/0104-530X-gp-22-2-280.pdf 03 O Papel do Gerente de Projetos Visão Geral O gerente de projetos desempenha um papel crítico na liderança da equipe de projeto. Esse papel é claramente visível durante todo o ciclo de vida do projeto. Muitos gerentes de projetos se envolvem desde o início até o fechamento. No entanto, em algumas organizações, um gerente de projetos pode estar envolvido em atividades de avaliação e análise antes do início do projeto. Essas atividades podem incluir consultoria com líderes executivos e de unidades de negócios sobre ideias para alcançar objetivos estratégicos, melhorar o desempenho organizacional ou atender às necessidades dos clientes. Em algumas con�gurações organizacionais, o gerente de projetos também pode ser chamado a gerenciar ou auxiliar na análise de negócios, desenvolvimento de casos de negócios e aspectos do gerenciamento de portfólio de um projeto. Um gerente de projetos também pode estar envolvido em atividades subsequentes relacionadas à obtenção de benefícios econômicos do projeto, e o papel de um gerente de projetos pode variar de organização para organização. Por �m, a função de gerenciamento de projetos é adaptada para se ajustar à organização, da mesma maneira que os processos de gerenciamento de projetos são adaptados para se adequar ao projeto. Acesse o link: Disponível aqui Saiba mais sobre o papel do gerente de projetos e suas in�uências nas publicações o�ciais do PMI. 24 https://www.pmi.org/brasil Uma analogia simples pode ajudar a entender os papéis de um gerente de projetos para um grande projeto, comparando-os com os papéis de um maestro para uma grande orquestra: Associação e funções Um grande projeto e uma orquestra compreendem muitos membros, cada um com um papel diferente. Uma grande orquestra pode ter mais de100 músicos liderados por um maestro, e esses músicos podem tocar 25 tipos diferentes de instrumentos colocados em seções principais, como cordas, sopros de madeira, metais e percussão. Da mesma forma, um projeto grande pode ter mais de 100 membros liderados por um gerente de projeto. Os membros da equipe podem desempenhar muitas funções diferentes, como design, fabricação e gerenciamento de instalações. Como as principais seções da orquestra, elas representam várias unidades de negócios ou grupos dentro de uma organização. Os músicos e os membros do projeto compõem a equipe de cada líder. Responsabilidade pela equipe O gerente e o maestro são responsáveis pelo que suas equipes produzem. Os dois líderes precisam ter uma visão holística dos produtos de sua equipe para planejar, coordenar e concluí-los. Os dois líderes começam revisando a visão, missão e objetivos de suas respectivas organizações para garantir o alinhamento com seus produtos. Os dois líderes estabelecem sua interpretação da visão, missão e objetivos envolvidos na conclusão bem-sucedida de seus produtos. Os líderes usam sua interpretação para comunicar e motivar suas equipes para a conclusão bem-sucedida de seus objetivos. Conhecimento e habilidades Não se espera que o maestro seja capaz de tocar todos os instrumentos da orquestra, mas ele deve possuir conhecimento, entendimento e experiência musical. O maestro fornece à orquestra liderança, planejamento e coordenação por meio de 25 comunicações por escrito, na forma de partituras musicais e horários de prática. O condutor também se comunica em tempo real com a equipe usando um bastão e outros movimentos corporais. Da mesma forma, o gerente de projetos não deve desempenhar todas as funções do projeto, mas deve possuir conhecimento técnico, entendimento e experiência em gerenciamento de projetos. Ele fornece à equipe do projeto liderança, planejamento e coordenação por meio de comunicações por escrito (por exemplo, planos e cronogramas documentados) e se comunica em tempo real com a equipe usando reuniões e sugestões verbais ou não verbais. Definição de um Gerente de Projetos A função de um gerente de projetos é diferente daquela de um gerente funcional ou gerente de operações. Geralmente, o gerente funcional se concentra em fornecer supervisão de gerenciamento para uma unidade funcional ou de negócios e é responsável por garantir que as operações de negócios sejam e�cientes. O gerente de projetos é a pessoa designada pela organização executora para liderar a equipe responsável por alcançar os objetivos do projeto. 26 Esfera de Influência de um Gerente de Projetos Visão Geral O gerente de projetos cumpre inúmeras funções dentro de sua esfera de in�uência. Essas funções re�etem as capacidades do gerente e são representativas do valor e das contribuições da pro�ssão de gerenciamento de projetos. Esta seção destaca os papéis do gerente de projetos nas várias esferas de in�uência (Figura 1). 27 Figura 1 – A esfera de In�uências do gerente de projetos. Fonte: PMI (2017, p. 53). O Projeto O gerente de projetos lidera a equipe para atender aos objetivos do projeto e às expectativas das partes interessadas. Trabalha para equilibrar as restrições concorrentes no projeto com os recursos disponíveis. O gerente também desempenha funções de comunicação entre o patrocinador do projeto, os membros da equipe e outras partes interessadas. Isso inclui fornecer orientação e apresentar a visão de sucesso do projeto. Usa habilidades sociais (por 28 exemplo, habilidades interpessoais e a capacidade de gerenciar pessoas) para equilibrar as metas con�itantes e concorrentes dos envolvidos no projeto, a �m de obter consenso. Nesse contexto, consenso signi�ca que as partes interessadas relevantes apoiam as decisões e ações do projeto, mesmo quando não há 100% de acordo. Pesquisas mostram que os gerentes de projeto bem-sucedidos usam de maneira consistente e e�caz certas habilidades essenciais. Pesquisas revelam que os 2% principais dos gerentes de projeto, designados por seus chefes e membros da equipe, se distinguem por demonstrar habilidades superiores de relacionamento e comunicação enquanto demonstram uma atitude positiva. A capacidade de se comunicar com as partes interessadas, incluindo a equipe e os patrocinadores, aplica-se a vários aspectos do projeto, incluindo, entre outros, o seguinte: Desenvolvimento de habilidades usando vários métodos (por exemplo, verbais, escritos e não verbais); Criar, manter e aderir aos planos e cronogramas de comunicação; Comunicação previsível e consistente; Procurar entender as necessidades de comunicação das partes interessadas no projeto (a comunicação pode ser a única entrega que algumas partes interessadas receberam até que o produto ou serviço �nal do projeto seja concluído); Fazer comunicações concisas, claras, completas, simples, relevantes e personalizadas. Incluindo importantes notícias positivas e negativas; Incorporar canais de feedback; Habilidades de relacionamento envolvendo o desenvolvimento de extensas redes de pessoas em todas as esferas de in�uência do gerente de projetos. Essas redes incluem redes formais, como estruturas de relatórios organizacionais. No entanto, as redes informais que os gerentes de projeto desenvolvem, mantêm e nutrem são mais importantes, pois incluem o uso de relacionamentos estabelecidos com indivíduos tais como especialistas no assunto e líderes in�uentes. O uso dessas redes formais e informais permite ao gerente de projetos envolver várias pessoas na solução de problemas e na navegação pelas burocracias encontradas em um projeto. 29 A Organização O gerente de projetos interage proativamente com outros gerentes de projetos. Outros projetos independentes ou projetos que fazem parte do mesmo programa podem afetar um projeto devido, mas não limitado a: Demandas nos mesmos recursos; Prioridades de �nanciamento; Recibo ou distribuição de entregas; Alinhamento das metas e objetivos do projeto com os da organização. A interação com outros gerentes de projetos ajuda a criar uma in�uência positiva para atender às várias necessidades do projeto. Essas necessidades podem estar na forma de recursos e resultados humanos, técnicos ou �nanceiros exigidos pela equipe para a conclusão do projeto. O gerente de projetos procura maneiras de desenvolver relacionamentos que ajudem a equipe a alcançar as metas e objetivos do projeto. Além disso, interage ativamente com os gerentes da organização durante o curso do projeto. Também trabalha com o patrocinador (uma pessoa ou entidade que está disponibilizando os recursos) do projeto para tratar de questões políticas e estratégicas internas que podem impactar a equipe ou a viabilidade ou qualidade do projeto. 30 O gerente de projetos pode trabalhar para aumentar a competência e a capacidade de gerenciamento de projetos dentro da organização como um todo e está envolvido em iniciativas de integração ou transferência de conhecimento tácito e explícito. Ele trabalha para: Demonstrar o valor do gerenciamento de projetos; Aumentar a aceitação do gerenciamento de projetos na organização; Avançar a e�cácia do PMO quando ele existir na organização. Dependendo da estrutura organizacional, um gerente de projetos pode se reportar a um gerente funcional. Em outros casos, pode ser um dos vários gerentes de projetos que se reportam a um Escritório de Projetos (PMO) ou a um gerente de portfólio ou de programa que é responsável por um ou mais projetos em toda a organização. O gerente de projetos trabalha em estreita colaboração com todos os gerentes relevantes para atingir os objetivos e garantir que o plano de gerenciamento do projeto esteja alinhado ao portfólio ou plano do programa. Ele também trabalha em estreita colaboração e com outras funções, como gerentes organizacionais, especialistas no assunto e os envolvidos na análise de negócios. Em algumas situações, o gerente de projetos pode ser um consultor externo colocado em uma função de gerenciamento temporário.Acesse o link: Disponível aqui Na prática, as in�uências do gerente de projetos podem aumentar o sucesso do projeto. Este trabalho apresenta como os gerentes de projetos podem lidar, de forma prática, com esta questão. 31 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2018000400751&lng=en&nrm=iso&tlng=pt A Indústria O gerente de projetos se mantém informado sobre as tendências atuais do setor. Pega essas informações e vê como elas podem impactar ou se aplicar aos projetos atuais. Essas tendências incluem, mas não limitadas a: Desenvolvimento de produtos e tecnologia; Novos nichos de mercado e mudanças; Standards (por exemplo, gerenciamento de projetos, gerenciamento de qualidade, gerenciamento de segurança da informação, gerenciamento de portfólio); Ferramentas de suporte técnico; Forças econômicas que impactam o projeto imediato; In�uências que afetam a disciplina de gerenciamento de projetos; Melhoria de processos e estratégias de sustentabilidade. Acesse o link: Disponível aqui A in�uência dos gerentes de projetos pode in�uenciar também no setor público. Este trabalho apresenta informações para você se aprofundar no assunto. Comparação de Liderança e Gerenciamento As palavras liderança e gerenciamento são frequentemente usadas de forma intercambiável. No entanto, eles não são sinônimos. A palavra gerenciamento está mais intimamente associada ao direcionamento de outra pessoa para ir de um ponto 32 http://legado.fucape.br/_public/producao_cientifica/2/Maria%20Alice.pdf a outro usando um conjunto conhecido de comportamentos esperados. Por outro lado, a liderança envolve trabalhar com outras pessoas através de discussões ou debates, a �m de guiá-las de um ponto para outro. O método que um gerente de projetos escolhe empregar revela uma diferença distinta de comportamento, autopercepção e função do projeto. A Figura 2 compara gerenciamento e liderança em vários níveis importantes. Os gerentes de projetos precisam empregar liderança e gerenciamento para obter sucesso. A habilidade está em encontrar o equilíbrio certo para cada situação. A maneira pela qual o gerenciamento e a liderança são empregados geralmente aparece no estilo de liderança do gerente de projetos. 33 Figura 2 – A esfera de In�uências do gerente de projetos. | Fonte: PMI (2017, p. 64). Gerenciamento Liderança Direta usando poder posicional Guiar, in�uenciar e colaborar usando poder relacional Manter Desenvolver Administrar Inovar Foco em sistemas e estrutura Foco em relacionamentos com pessoas Apoiar-se em controle Inspirar con�ança Foco em metas de curto prazo Foco em visão de longo alcance Perguntar como e quando Perguntar o que e por que Foco nos resultados Foco no horizonte Aceita o status quo Questiona o status quo Age corretamente Faz o que é necessário fazer Foco em questões operacionais e solução de problemas Foco em visão, alinhamento, motivação e inspiração Portanto, um gerente de projetos deve ter um per�l mais de liderança do que de gerenciamento. Isso pode auxiliar a organização a obter o sucesso na execução do projeto e permitir com que todos envolvidos possam obter os melhores resultados. 34 04 Gerenciamento de Integração Visão Geral O gerenciamento de integração de projetos inclui os processos e atividades para identi�car, de�nir, combinar, uni�car e coordenar os vários processos e atividades de gerenciamento de projetos nos Grupos de processos de gerenciamento de projetos. No contexto de gerenciamento de projetos, a integração inclui características de uni�cação, consolidação, comunicação e inter-relacionamento. Essas ações devem ser aplicadas desde o início do projeto até a conclusão. O gerenciamento de integração de projetos inclui fazer escolhas sobre: Alocação de recursos; Equilibrar demandas concorrentes; Exame de abordagens alternativas; Procurando os processos para atender aos objetivos do projeto; Gerenciar as interdependências entre as áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos. A Figura 1 fornece uma visão geral dos processos de gerenciamento de integração de projetos. Os processos de gerenciamento de integração de projetos são apresentados como processos discretos com interfaces de�nidas, enquanto, na prática, se sobrepõem e interagem de maneira que não podem ser completamente detalhadas. 36 Figura 1 – Visão geral do gerenciamento de integração. Fonte: PMI (2017, p. 71). 37 Principais Conceitos para o Gerenciamento de Projetos O gerenciamento de integração de projetos é especí�co para gerentes de projetos. Enquanto outras áreas de conhecimento podem ser gerenciadas por especialistas (por exemplo, análise de custos, especialistas em agendamento, especialistas em gerenciamento de riscos), a responsabilidade do gerenciamento de integração de projetos não pode ser delegada ou transferida. O gerente de projetos é quem combina os resultados em todas as outras áreas de conhecimento e tem a visão geral do projeto. É o principal responsável pelo projeto como um todo. Projetos e gerenciamento de projetos são integrativos por natureza. Por exemplo, uma estimativa de custo necessária para um plano de contingência envolve a integração dos processos nas áreas de gerenciamento de custos do projeto, gerenciamento do cronograma do projeto e gerenciamento de riscos do projeto. Quando riscos adicionais associados a várias alternativas de equipe são identi�cados, um ou mais desses processos podem ser revisados. Os links entre os processos nos grupos de processos de gerenciamento de projetos geralmente são iterativos (que progride ao longo de sucessivas tentativas de re�namento). Por exemplo, o Grupo de processos de planejamento fornece ao grupo de processos de execução um plano de gerenciamento de projeto documentado no início do projeto e, em seguida, atualiza o plano de gerenciamento de projetos se ocorrerem alterações à medida que o projeto progride. O gerenciamento de integração de projetos trata de: Assegurar que os prazos de entrega do produto, serviço ou resultado; ciclo de vida do projeto; e o plano de gerenciamento de benefícios está alinhado; Fornecer um plano de gerenciamento do projeto para atingir os objetivos do projeto; Assegurar a criação e o uso do conhecimento apropriado de e para o projeto, conforme necessário; Gerenciar o desempenho e as mudanças das atividades no plano de gerenciamento do projeto; Tomar decisões integradas em relação às principais mudanças que afetam o projeto; Como medir e monitorar o progresso do projeto e tomar as medidas apropriadas para atender aos objetivos do projeto; 38 Coletando dados sobre os resultados alcançados, analisando os dados para obter informações e comunicando essas informações às partes interessadas relevantes; Completar todo o trabalho do projeto e fechar formalmente cada fase, contrato e o projeto como um todo; Gerenciar transições de fase quando necessário. Quanto mais complexo o projeto e mais variadas as expectativas das partes interessadas, mais so�sticado é necessária uma abordagem à integração. Tendências no Gerenciamento de Integração A área de conhecimento de gerenciamento de integração de projetos exige a combinação dos resultados de todas as outras áreas de conhecimento. As tendências em evolução nos processos de integração incluem, mas não limitadas a: Uso de ferramentas automatizadas O volume de dados e informações que os gerentes de projetos precisam integrar torna necessário o uso de um sistema de informações de gerenciamento de projetos e ferramentas automatizadas para coletar, analisar e usar informações para atender aos objetivos do projeto e obter benefícios do projeto. Uso de ferramentas de gerenciamento visual Algumas equipes de projeto usam ferramentas de gerenciamento visual, em vez de planos escritos e outros documentos, para capturar e supervisionar elementos críticos do projeto. Tornar os principais elementos do projeto visíveis para toda a equipe fornece uma visão geral em tempo real do status do projeto, facilita a transferência de conhecimentoe capacita os membros da equipe e outras partes interessadas para ajudar a identi�car e resolver problemas. 39 Gerenciamento de conhecimento de projeto A força de trabalho cada vez mais móvel e transitória requer um processo mais rigoroso de identi�cação do conhecimento ao longo do ciclo de vida do projeto e transferência para o público-alvo, para que o conhecimento não seja perdido. Expansão das responsabilidades do gerente de projetos Os gerentes de projetos estão sendo chamados a iniciar e �nalizar o projeto, como o desenvolvimento de casos de negócios e o gerenciamento de benefícios. Historicamente, essas atividades são de responsabilidade do gerenciamento e do escritório de gerenciamento de projetos, mas os gerentes de projetos estão colaborando com mais frequência com eles para melhor atender aos objetivos do projeto e oferecer benefícios. Também estão envolvidos na identi�cação e no envolvimento mais abrangente das partes interessadas. Isso inclui gerenciar as interfaces com vários departamentos funcionais e operacionais e o pessoal da alta gerência. Metodologias Híbridas Algumas metodologias de gerenciamento de projetos estão evoluindo para incorporar novas práticas aplicadas com sucesso. Exemplos incluem o uso de práticas ágeis e outras iterativas; técnicas de análise de negócios para gerenciamento de requisitos; ferramentas para identi�car elementos complexos em projetos; e métodos de gerenciamento de mudanças organizacionais para preparar a transição dos resultados do projeto para a organização. 40 Considerações sobre Adaptação Como cada projeto é único, o gerente de projetos pode precisar adaptar a maneira como os processos de Gerenciamento de Integração de Projetos são aplicados. As considerações para adaptação incluem, entre outras: Ciclo de vida do projeto: o que é um ciclo de vida apropriado do projeto? Quais fases devem incluir o ciclo de vida do projeto? Ciclo de vida do desenvolvimento: que ciclo de vida e abordagem de desenvolvimento são apropriados para o produto, serviço ou resultado? Uma abordagem preditiva ou adaptativa é apropriada? Se adaptável, o produto deve ser desenvolvido de forma incremental ou iterativa? Uma abordagem híbrida é melhor? Abordagens de gerenciamento: quais processos de gerenciamento são mais e�cazes com base na cultura organizacional e na complexidade do projeto? Gerenciamento de conhecimento: como o conhecimento será gerenciado no projeto para promover um ambiente de trabalho colaborativo? Mudança: como as mudanças serão gerenciadas no projeto? Governança: quais painéis de controle, comitês e outras partes interessadas fazem parte do projeto? O que são os requisitos de relatório de status do projeto? Lições aprendidas: quais informações devem ser coletadas ao longo e no �nal do projeto? Como as informações históricas e as lições aprendidas serão disponibilizadas para projetos futuros? Benefícios: quando e como os benefícios devem ser relatados: no �nal do projeto ou no �nal de cada iteração ou fase? Acesse o link: Disponível aqui Na prática, os fatores ambientais podem ser decisivos para o gerenciamento de projetos. Este trabalho apresenta como as empresas, em um determinado segmento, lidam com tal questão. 41 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75902019000100029 Considerações sobre Ambientes Iterativos e Ágeis As abordagens iterativas e ágeis promovem o envolvimento dos membros da equipe como especialistas em domínio local no gerenciamento de integração. Os membros da equipe determinam como os planos e componentes devem se integrar. As expectativas do gerente de projetos, conforme observado nos principais conceitos para gerenciamento de integração, não mudam em um ambiente adaptável, mas o controle do planejamento e entrega detalhados do produto é delegado à equipe. O foco do gerente de projetos está na construção de um ambiente colaborativo de tomada de decisão e na garantia de que a equipe possa responder a mudanças. Essa abordagem colaborativa pode ser aprimorada ainda mais quando os membros da equipe possuem uma ampla base de habilidades, em vez de uma especialização restrita. Termo de Abertura do Projeto Desenvolver o termo de abertura do projeto é o processo de desenvolvimento de um documento que autoriza formalmente a existência de um projeto e fornece ao gerente de projetos a autoridade para aplicar recursos organizacionais às atividades do projeto. Os principais benefícios desse processo são que ele fornece um vínculo direto entre o projeto e os objetivos estratégicos da organização, cria um registro formal do projeto e mostra o compromisso organizacional com o projeto. Esse processo é realizado uma vez ou em pontos prede�nidos no projeto. As entradas, ferramentas e técnicas e saídas do processo estão representadas na Figura 2 com o diagrama de �uxo de dados. 42 Figura 2 – Visão geral do gerenciamento de integração. Fonte: PMI (2017, p. 71). O termo de abertura do projeto estabelece uma parceria entre as organizações executoras e solicitantes. No caso de projetos externos, um contrato formal é normalmente a maneira preferida de estabelecer um acordo. Um termo de abertura do projeto ainda pode ser usado para estabelecer acordos internos dentro de uma organização para garantir a entrega adequada nos termos do contrato. A carta do projeto aprovado inicia formalmente o projeto. Um gerente de projetos é identi�cado e designado o mais cedo possível, preferencialmente enquanto o termo de abertura está sendo desenvolvido e sempre antes do início do planejamento. O termo pode ser desenvolvido pelo patrocinador ou pelo gerente de projetos em colaboração com a entidade iniciante. Essa colaboração permite que o gerente de projetos tenha uma melhor compreensão do objetivo, objetivos e benefícios esperados do projeto. Esse entendimento permitirá melhor alocação e�ciente de recursos às atividades do projeto. O termo de abertura do projeto fornece ao gerente de projetos a autoridade para planejar, executar e controlar o projeto. Os projetos são iniciados por uma entidade externa ao projeto, como um patrocinador, programa ou escritório de gerenciamento de projetos (PMO), ou um presidente do órgão de administração de portfólio ou representante autorizado. 43 O iniciador ou patrocinador do projeto deve estar em um nível apropriado para obter �nanciamento e comprometer recursos para o projeto. Os projetos são iniciados devido a necessidades internas de negócios ou in�uências externas. Essas necessidades ou in�uências geralmente acionam a criação de uma análise de necessidades, estudo de viabilidade, caso de negócios ou descrição da situação que o projeto abordará. Fretar um projeto valida o alinhamento do projeto com a estratégia e o trabalho contínuo da organização. Um termo de abertura do projeto não é considerado um contrato porque não há consideração ou dinheiro prometido ou trocado em sua criação. Um exemplo de termo de abertura pode ser visto na Tabela 1. 44 Tabela 1 – Exemplo de termo de abertura de projetos. | Fonte: Autor. Item Descrição Nome Nome do projeto; geralmente algo que expresse a ideia central Objetivos Lista com os objetivos a serem alcançados Descrição Descrição resumida do projeto Orçamento Orçamento disponível para o planejamento e execução Cronograma Tempo disponível para o planejamento e execução Riscos Principais riscos ao projeto Patrocinador A autoridade detentora dos recursos Gerente O gerente de projetos responsável pelo planejamento e execução Interessados As principais partes interessadas no projeto Critério de Saída Qual critério que, caso seja atingido, o projeto deve ser cancelado Restrição Qual restrição não pode ser afetada (por exemplo, escopo) Este termo permite uma visão geral do projeto e facilita a comunicação entre os interessados. Além disso, é o ponto de partida para o planejamento, execução, monitoramento e controle. 45 A de�nição de projetos do PMI é uma das mais aceitas entre a comunidade de pro�ssionais; segundo eles,um projeto é um esforço temporário para produzir um resultado único. O termo de abertura de projetos pode ser encarado como a certidão de nascimento do mesmo. Neste caso, as informações principais sobre ele devem estar presentes. Um ponto importante sobre o termo de abertura é que o mesmo deve ser considerado como uma espécie de acordo de primeiro nível e uma autorização formal para a execução do projeto, fornecendo ao gerente a autoridade necessária para alocação de recursos e demais decisões. 46 05 Gerenciamento de Escopo O gerenciamento do escopo do projeto inclui os processos necessários para garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário e apenas o trabalho necessário para concluir o projeto com êxito, e se preocupa principalmente em de�nir e controlar o que é e o que não é incluído no projeto. A Figura 1 fornece uma visão geral dos processos de Gerenciamento do Escopo do Projeto. Os processos de gerenciamento do escopo do projeto são apresentados como processos discretos com interfaces de�nidas, enquanto, na prática, se sobrepõem e interagem de maneira que não podem ser completamente detalhadas. 48 Figura 1 – Visão geral do gerenciamento de escopo. Fonte: PMI (2017, p. 130). 49 Principais Conceitos do Gerenciamento de Escopo No contexto do projeto, o termo escopo pode se referir a: Escopo do produto. Os recursos e funções que caracterizam um produto, serviço ou resultado. Escopo do Project. O trabalho realizado para fornecer um produto, serviço ou resultado com os recursos e funções especi�cados. O termo escopo do projeto às vezes é visto como incluindo o escopo do produto. Os ciclos de vida do projeto podem variar ao longo de um continuum, desde abordagens preditivas em uma extremidade até abordagens adaptativas ou ágeis na outra. Em um ciclo de vida preditivo, as entregas do projeto são de�nidas no início do projeto e quaisquer alterações no escopo são gerenciadas progressivamente. No ciclo de vida adaptável ou ágil, as entregas são desenvolvidas em várias iterações, nas quais um escopo detalhado é de�nido e aprovado para cada iteração quando é iniciado. Projetos com ciclos de vida adaptativos têm como objetivo responder a altos níveis de mudança e exigir o envolvimento contínuo das partes interessadas. O escopo geral de um projeto adaptável será decomposto em um conjunto de requisitos e trabalho a ser executado, às vezes chamado de lista de pendências do produto. No início de uma iteração, a equipe trabalhará para determinar quantos itens de maior prioridade na lista de pendências podem ser entregues na próxima iteração. Três processos (coletar requisitos, de�nir escopo e criar a EAP) são repetidos para cada iteração. Pelo contrário, em um projeto preditivo, esses processos são executados no início do projeto e atualizados conforme necessário, usando o processo de controle de mudanças integrado. 50 Acesse o link: Disponível aqui O gerenciamento do escopo pode ser visto como o coração do projeto. Todas as demais áreas estão subordinadas ao mesmo. Por isso, sua correta de�nição pode ser vista como um dos pilares fundamentais para aumentar as chances de sucesso. Saiba mais como fazer isso com um caso prático aqui no Brasil. Em um ciclo de vida adaptável ou ágil, o patrocinador e os representantes do cliente devem estar continuamente envolvidos com o projeto para fornecer feedback sobre os produtos �nais à medida que são criados e para garantir que o backlog do produto re�ita suas necessidades atuais. Dois processos (Validar e Controlar o Escopo) são repetidos para cada iteração. Pelo contrário, em um projeto preditivo, o Validar o Escopo ocorre com cada entrega ou revisão de fase e o Controlar Escopo é um processo contínuo. Em projetos preditivos, a linha de base do escopo para o projeto é a versão aprovada da declaração do escopo, a estrutura de detalhamento do trabalho (EAP) e o dicionário associado da EAP. Uma linha de base pode ser alterada apenas por meio de procedimentos formais de controle de alterações e é usada como base para comparação durante a execução dos processos Validar e Controlar o Escopo, bem como outros processos de controle. Projetos com ciclos de vida adaptáveis usam registros em atraso (incluindo requisitos de produtos e histórias de usuários) para re�etir suas necessidades atuais. A conclusão do escopo do projeto é avaliada em relação ao plano de gerenciamento do projeto, enquanto a conclusão do escopo do produto é avaliada em relação aos requisitos do produto. 51 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2016000100018 O termo requisito é de�nido como uma condição ou capacidade necessária para estar presente em um produto, serviço ou resultado para satisfazer um contrato ou outra especi�cação formalmente imposta. Validar escopo é o processo de formalizar a aceitação das entregas do projeto concluídas. As entregas veri�cadas obtidas do processo Controlar a Qualidade são uma entrada para o processo Validar o Escopo. Uma das saídas deste processo são entregas aceitas formalmente assinadas e aprovadas pela parte interessada autorizada. Portanto, a parte interessada precisa se envolver desde o início do planejamento (às vezes também iniciando) e fornecer informações sobre a qualidade dos produtos a serem entregues, para que o Controle de Qualidade possa avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias. Tendências Emergentes do Gerenciamento de Escopo Os requisitos sempre foram uma preocupação no gerenciamento de projetos e continuaram a ganhar mais atenção na pro�ssão. À medida que o ambiente global se torna mais complexo, as organizações começam a reconhecer como usar a análise de negócios para obter vantagens competitivas, de�nindo, gerenciando e controlando as atividades de requisitos. As atividades de análise de negócios podem começar antes que um projeto seja iniciado e um gerente de projetos seja designado. De acordo com o Requirements Management: A Practice Guide, o processo de gerenciamento de requisitos começa com uma avaliação de necessidades, que pode começar no planejamento do portfólio, no planejamento do programa ou dentro de um projeto distinto. A obtenção, documentação e gerenciamento dos requisitos das partes interessadas ocorrem nos processos de Gerenciamento do Escopo do Projeto. 52 As tendências e práticas emergentes do Gerenciamento do Escopo do Projeto incluem, entre outras, o foco na colaboração com pro�ssionais de análise de negócios para: Determinar problemas e identi�car necessidades de negócios; Identi�car e recomendar soluções viáveis para atender a essas necessidades; Permitir, documentar e gerenciar os requisitos das partes interessadas, a �m de atender aos objetivos de negócios e do projeto; Facilitar a implementação bem-sucedida do produto, serviço ou resultado �nal do programa ou projeto. O processo termina com o fechamento dos requisitos, que faz a transição do produto, serviço ou resultado para o destinatário, a �m de medir, monitorar, realizar e sustentar benefícios ao longo do tempo. O papel da responsabilidade de conduzir a análise de negócios deve ser atribuído a recursos com habilidades e conhecimentos su�cientes em análise de negócios. Se um analista de negócios é designado a um projeto, as atividades relacionadas aos requisitos são de responsabilidade dessa função. O gerente de projetos é responsável por garantir que o trabalho relacionado aos requisitos seja contabilizado no plano de gerenciamento do projeto e que as atividades relacionadas aos requisitos sejam executadas no prazo e dentro do orçamento e agreguem valor. 53 Utilize uma ferramenta para decomposição do escopo e que possa ser base para as demais áreas do gerenciamento de projetos. Caso contrário, existirá a necessidade de integração, o que aumenta a complexidade do gerenciamento. O relacionamento entre um gerente de projetos e um analista de negócios deve ser uma parceria colaborativa. Um projeto terá uma maior probabilidade de ter sucesso se os gerentes de projetose analistas de negócios entenderem completamente as funções e responsabilidades um do outro para alcançar com êxito os objetivos do projeto. Considerações sobre Adaptação Como cada projeto é único, o gerente de projetos precisará adaptar a maneira como os processos de Gerenciamento do Escopo do Projeto são aplicados. As considerações para adaptação incluem, entre outras: Gerenciamento de conhecimento e requisitos. A organização possui sistemas formais ou informais de gerenciamento de conhecimento e requisitos? Quais diretrizes o gerente de projetos deve estabelecer para que os requisitos sejam reutilizados no futuro? Validação e controle. A organização possui políticas, procedimentos e diretrizes relacionados à validação e controle formal ou informal existentes? Abordagem de desenvolvimento. A organização usa abordagens ágeis no gerenciamento de projetos? A abordagem de desenvolvimento é iterativa ou incremental? É utilizada uma abordagem preditiva? Uma abordagem híbrida será produtiva? 54 Estabilidade de requisitos. Existem áreas do projeto com requisitos instáveis? Os requisitos instáveis exigem o uso de técnicas enxutas, ágeis ou outras técnicas adaptativas até que sejam estáveis e bem de�nidas? Governança. A organização possui políticas, procedimentos e diretrizes formais ou informais de auditoria e governança? Adaptar o gerenciamento do escopo ao cenário onde o ambiente está sendo desenvolvido é de grande importância para assegurar sua correta execução. Por exemplo, ao criar um EAP deve-se considerar como os artefatos produzidos re�etem a realidade da empresa e principalmente endereçam como os problemas podem ser resolvidos. Por isso, ao adaptar o gerenciamento de projetos é de grande importância contar com especialistas da área do produto para assegurar que o resultado seja o mais próximo às necessidades possíveis. Considerações sobre Ambientes Adaptáveis Em projetos com requisitos em evolução, alto risco ou incerteza signi�cativa, o escopo geralmente não é compreendido no início do projeto ou evolui durante o mesmo. Os métodos ágeis deliberadamente gastam menos tempo tentando de�nir e concordar com o escopo no estágio inicial do projeto e gastam mais tempo estabelecendo o processo para sua descoberta e aprimoramento contínuos. Muitos ambientes com requisitos emergentes descobrem que geralmente há uma lacuna entre os requisitos reais de negócios e os requisitos de negócios que foram originalmente declarados. Portanto, os métodos ágeis propositalmente criam e revisam protótipos e liberam versões para re�nar os requisitos. Como resultado, o escopo é de�nido e rede�nido ao longo do projeto. Nas abordagens ágeis, os requisitos constituem o backlog. 55 Estrutura Analítica do Projeto Criar EAP é o processo de subdividir as entregas do projeto e o trabalho do projeto em componentes menores e mais gerenciáveis. O principal benefício desse processo é que ele fornece uma estrutura do que deve ser entregue. Esse processo é realizado uma vez ou em pontos prede�nidos no projeto. As entradas, ferramentas e técnicas e saídas desse processo estão representadas na Figura 2 com o diagrama de �uxo de dados. 56 Figura 2 – Visão geral do processo para criar a EAP. Fonte: PMI (2017, p. 156). A EAP é uma decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser realizado pela equipe do projeto para atingir os objetivos do projeto e criar as entregas necessárias. A EAP organiza e de�ne o escopo total do projeto e representa o trabalho especi�cado na declaração atual do escopo do projeto aprovado. O trabalho planejado está contido no nível mais baixo dos componentes da EAP, chamados de pacotes de trabalho. Um pacote de trabalho pode ser usado para agrupar as atividades em que o trabalho é agendado e estimado, monitorado e controlado. No contexto da EAP, o trabalho refere-se a produtos ou produtos que resultam da atividade e não à própria atividade. Decomposição Decomposição é uma técnica usada para dividir e subdividir o escopo do projeto e as entregas do projeto em partes menores e mais gerenciáveis. O pacote de trabalho é o trabalho de�nido no nível mais baixo da EAP para o qual o custo e a duração podem ser estimados e gerenciados. 57 O nível de decomposição é geralmente guiado pelo grau de controle necessário para gerenciar efetivamente o projeto. O nível de detalhe dos pacotes de trabalho variará com o tamanho e a complexidade do projeto. A decomposição do trabalho total do projeto em pacotes de trabalho geralmente envolve as seguintes atividades: Identi�car e analisar os resultados e o trabalho relacionado; Estruturar e organizar a EAP; Compor os níveis superiores da EAP em componentes detalhados de nível inferior, desenvolver e atribuir códigos de identi�cação aos componentes da EAP; Veri�car se o grau de decomposição das entregas é apropriado. Uma parte de uma EAP com algumas rami�cações da EAP decomposta no nível do pacote de trabalho é mostrada na Figura 3. 58 Figura 3 – Exemplo de decomposição de um projeto. Fonte: PMI (2017, p. 159). Uma EAP pode ser criada por meio de várias abordagens. Alguns dos métodos populares incluem a abordagem de cima para baixo, o uso de diretrizes especí�cas da organização e o uso de modelos da EAP. Uma abordagem de baixo para cima pode ser usada para agrupar subcomponentes. A estrutura da EAP pode ser representada de várias formas, como: Utilizar as fases do ciclo de vida do projeto como o segundo nível de decomposição, com os produtos e as entregas do projeto inserido no terceiro nível; Utilizar os principais produtos como o segundo nível de decomposição. A decomposição dos componentes da EAP de nível superior exige a subdivisão do trabalho de cada um dos produtos ou subcomponentes em seus componentes mais fundamentais, onde os componentes da EAP representam produtos, serviços ou resultados veri�cáveis. Se uma abordagem ágil for usada, os épicos podem ser decompostos em histórias de usuários. 59 A EAP pode ser estruturada como um esboço, um organograma ou outro método que identi�que uma quebra hierárquica. A veri�cação da correção da decomposição exige a determinação de que os componentes da EAP de nível inferior são aqueles que são necessários e su�cientes para a conclusão das entregas correspondentes de nível superior. Entregas diferentes podem ter diferentes níveis de decomposição. Para chegar a um pacote de trabalho, o trabalho para alguns produtos �nais precisa ser decomposto apenas para o próximo nível, enquanto outros precisam de níveis adicionais de decomposição. À medida que o trabalho é decomposto em maiores níveis de detalhes, a capacidade de planejar, gerenciar e controlar o trabalho é aprimorada. No entanto, a decomposição excessiva pode levar a esforços de gerenciamento improdutivos, uso ine�ciente de recursos, diminuição da e�ciência na execução do trabalho e di�culdade em agregar dados em diferentes níveis da EAP. A decomposição pode não ser possível para um produto ou subcomponente que será realizado no futuro. A equipe de gerenciamento de projetos normalmente espera até que o fornecimento ou subcomponente seja acordado, para que os detalhes da EAP possam ser desenvolvidos. Essa técnica às vezes é chamada de planejamento em ondas contínuas, ou rolling wave planning. Apesar de existirem duas possibilidades para a decomposição do projeto no segundo nível da EAP é de extrema importância fazer tal decomposição utilizando a quebra por produtos ou entregas. Isto permite orientar o escopo do projeto a entregas que são mais facilmente monitoradas, controladas e medidas. Ainda, permite um controle mais efetivo de análise de valor agregado. 60 06 Gerenciamento de Tempo O Gerenciamento do tempo do projeto inclui os processos necessários para gerenciar a conclusão do projeto dentro dos prazos acordados. Os processos de Gerenciamento do tempo do projeto são apresentados como distintos com interfaces de�nidas, enquanto, na prática, se sobrepõem e interagem de maneira que não podem ser completamente detalhadas.Principais Conceitos do Gerenciamento de Tempo O cronograma do projeto fornece um plano detalhado que representa como e quando o projeto fornecerá os produtos, serviços e resultados de�nidos no escopo do projeto e serve como uma ferramenta de comunicação, gerenciando as expectativas das partes interessadas e como base para o relatório de desempenho. A equipe de gerenciamento de projetos seleciona um método de agendamento, como caminho crítico ou uma abordagem ágil. Em seguida, os dados especí�cos do projeto, como atividades, datas planejadas, durações, recursos, dependências e restrições, são inseridos em uma ferramenta de agendamento para criar um modelo de agendamento para o projeto. O resultado é um cronograma do projeto. A Figura 1 fornece uma visão geral do gerenciamento de tempo e mostra como o método de agendamento, a ferramenta de agendamento e as saídas dos processos de gerenciamento de cronograma do projeto interagem para criar um modelo de cronograma. 62 Figura 1 – Exemplo de cronograma de um projeto. Fonte: PMI (2017, p. 190). 63 Para projetos menores, de�nir atividades, sequenciar atividades, estimar durações de atividades e desenvolver o modelo de cronograma são tão estreitamente vinculados e são vistas como um processo único que pode ser realizado por uma pessoa por um período relativamente curto. Esses processos são apresentados aqui como elementos distintos, porque as ferramentas e técnicas de cada processo são diferentes. Quando possível, o cronograma detalhado do projeto deve permanecer �exível durante todo o projeto para ajustar o conhecimento adquirido, maior compreensão do risco e atividades de valor agregado. A Figura 2 apresenta uma forma de gerar o cronograma do projeto. 64 Figura 2 – Exemplo de cronograma de um projeto. Fonte: PMI (2017, p. 195). Apesar de ser uma das ferramentas mais utilizadas no gerenciamento de projetos, segundo o PMI, o cronograma deve ser encarado como uma forma de colocar as entregas do projeto ao longo do tempo. Além disso, existem diversas maneiras de 65 compor tal cronograma e questões como calendários de recursos, restrições, sobrecarga de recursos, nivelamento de recursos entre outras devem ser consideradas. Grande parte dos problemas aparentemente surge no gerenciamento do tempo dos projetos, mas suas causas geralmente não estão vinculadas ao mesmo. Por exemplo, uma entrega pode ter sido mal de�nida, um risco não dimensionado pode ter ocorrido entre inúmeras outras possibilidades. Isso geralmente �ca evidente na linha do tempo e acaba gerando a percepção incorreta de que o cronograma está com problemas. Tendências Emergentes no Gerenciamento de Tempo Com altos níveis de incerteza e imprevisibilidade em um mercado global em ritmo acelerado e altamente competitivo, onde é difícil de�nir o escopo de longo prazo, está se tornando ainda mais importante ter uma estrutura contextual para adoção efetiva e adaptação de práticas de desenvolvimento para responder às mudanças necessárias do meio ambiente. O planejamento adaptativo de�ne um plano, mas reconhece que, uma vez iniciado o trabalho, as prioridades podem mudar e o plano precisa re�etir esse novo conhecimento. Algumas das práticas emergentes para os métodos de programação do projeto incluem, mas não limitadas a: Programação Iterativa com um backlog É uma forma de planejamento de ondas sucessivas com base em ciclos de vida adaptáveis, como a abordagem ágil para o desenvolvimento de produtos. Os requisitos são documentados em histórias de usuários que são priorizadas e re�nadas imediatamente antes da construção, e os recursos do produto são desenvolvidos usando períodos de tempo de trabalho. 66 Essa abordagem geralmente é usada para fornecer valor incremental ao cliente ou quando várias equipes podem desenvolver simultaneamente um grande número de recursos que possuem poucas dependências interconectadas. Esse método de programação é apropriado para muitos projetos, conforme indicado pelo uso generalizado e crescente de ciclos de vida adaptativos para o desenvolvimento de produtos. O benefício dessa abordagem é que ela recebe mudanças ao longo do ciclo de vida do desenvolvimento. Programação sob demanda Essa abordagem, normalmente usada em um sistema Kanban, baseia-se na teoria das restrições e nos conceitos de agendamento baseado em manufatura enxuta e puxada para limitar o trabalho de uma equipe em andamento, a �m de equilibrar a demanda e a taxa de transferência de entrega da equipe. O planejamento sob demanda não depende de um planejamento desenvolvido anteriormente para o desenvolvimento do produto ou incrementos do produto, mas extrai o trabalho de uma lista de pendências ou �la intermediária de trabalho para ser executado imediatamente à medida que os recursos se tornam disponível. Esse planejamento é frequentemente usado para projetos que evoluem o produto de forma incremental em ambientes operacionais ou de manutenção e onde as tarefas podem ser feitas relativamente semelhantes em tamanho e escopo ou podem ser agrupadas por tamanho e escopo. Acesse o link: Disponível aqui O caminho crítico é um dos métodos mais conhecidos e utilizados para o planejamento do cronograma do projeto. Mas ele não é o único. Existe outro método conhecido como corrente crítica que pode ser utilizado. 67 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2017000300464 Considerações sobre Adaptação Como cada projeto é único, o gerente de projetos pode precisar adaptar a maneira como os processos de gerenciamento do tempo do projeto são aplicados. As considerações para adaptação incluem, entre outras: Abordagem do ciclo de vida. Qual é a abordagem de ciclo de vida mais apropriada que permite uma programação mais detalhada? Disponibilidade de recursos. Quais são os fatores que in�uenciam as durações (como a correlação entre recursos e sua produtividade)? Dimensões do projeto. Como a presença da complexidade do projeto, incerteza tecnológica, novidade do produto, ritmo ou acompanhamento do progresso (como valor agregado, porcentagem concluída, indicadores vermelho-amarelo- verde) afetará o nível de controle desejado? Suporte à tecnologia. A tecnologia é usada para desenvolver, registrar, transmitir, receber e armazenar informações do modelo do cronograma do projeto e é facilmente acessível? 68 Considerações sobre Ambientes Iterativos e Ágeis As abordagens adaptativas usam ciclos curtos para realizar trabalhos, revisar os resultados e adaptar conforme necessário. Esses ciclos fornecem feedback rápido sobre as abordagens e a adequação das entregas, e geralmente se manifestam como agendamento iterativo e agendamento por demanda. Em grandes organizações, pode haver uma mistura de pequenos projetos e grandes iniciativas que exigem roteiros de longo prazo para gerenciar o desenvolvimento desses programas usando fatores de escala (por exemplo, tamanho da equipe, distribuição geográ�ca, conformidade regulatória, complexidade organizacional e complexidade técnica). Para abordar o ciclo de vida completo de entrega para sistemas maiores, em toda a empresa, pode ser necessário adotar uma série de técnicas utilizando uma abordagem preditiva, uma abordagem adaptativa ou um híbrido de ambas. A organização pode precisar combinar práticas de vários métodos principais ou adotar um método que já o tenha feito e adotar alguns princípios e práticas de técnicas mais tradicionais. A função do gerente de projetos não muda com base no gerenciamento de projetos usando um ciclo de vida preditivo do desenvolvimento ou no gerenciamento de projetos em ambientes adaptáveis. No entanto, para ter sucesso no uso de abordagens adaptativas, o gerente de projetos precisará estar familiarizado com as ferramentas e técnicas para entender como aplicá-las efetivamente. Crie cronogramas que seja factível e sirvam como uma trilha e não um trilho. Deve-se adaptá-lo para corrigir eventuais desvios a �m de preservar a execução do projeto. 69 Definição das Atividades De�nir atividadesé o processo de identi�cação e documentação das ações especí�cas a serem executadas para produzir as entregas do projeto. O principal benefício desse processo é que ele decompõe os pacotes de trabalho em atividades de cronograma que fornecem uma base para estimar, programar, executar, monitorar e controlar o trabalho do projeto. Esse processo é realizado durante todo o projeto. Uma boa prática é utilizar os pacotes de trabalhos da EAP e identi�car quais as atividades necessárias para e entrega dos mesmos. A lista com as atividades para a entrega dos pacotes de trabalho é o que deve ir para o cronograma para permitir o gerenciamento. Existem atividades que são agrupadoras e permitem organizar tais atividades; são conhecidas como atividades de marcos. Sequenciamento das Atividades Atividades de sequência é o processo de identi�cação e documentação de relacionamentos entre as atividades do projeto. 70 O principal benefício desse processo é que ele de�ne a sequência lógica de trabalho para obter a maior e�ciência, considerando todas as restrições do projeto. Esse processo é realizado durante todo o projeto. Todas as atividades, exceto a primeira e a última, devem estar conectadas a pelo menos um predecessor e pelo menos uma atividade sucessora com um relacionamento lógico apropriado. Os relacionamentos lógicos devem ser projetados para criar um cronograma realista do projeto. Pode ser necessário usar o tempo de espera ou atraso entre as atividades para apoiar um cronograma de projeto realista e viável. O sequenciamento pode ser realizado usando o software de gerenciamento de projetos ou técnicas manuais ou automatizadas. O processo de sequência concentra- se na conversão das atividades do projeto de uma lista em um diagrama para atuar como uma primeira etapa para publicar a linha de base do cronograma. A tarefa pode acontecer em paralelo ou em sequência. Existem duas formas de acelerar a execução do projeto; adicionar mais recursos e/ou deixar as tarefas em paralelo. A primeira aumenta o custo, a segunda o risco. O sequenciamento de atividades pode ser feito de quatro formas: término para início (o mais comum), início para término, término para término e início para início. No geral, o término de uma atividade para o início da outra é o mais comum de ser utilizado. A Figura 3 mostra os 4 tipos de sequenciamento. 71 Figura 3 – Os quatro tipo de sequenciamento de cronograma de um projeto. Fonte: PMI (2017, p. 197). Depois da escolha do tipo de ligação entre as atividades e sequenciado todas elas, o resultado é um diagrama de sequência. Tal diagrama permite o entendimento, de forma a otimizar a execução, de como as tarefas devem ser dispostas de forma lógica. Um exemplo de diagrama de sequência pode ser visto na Figura 4. 72 Figura 4 – Exemplo de diagrama de sequência. Fonte: PMI (2017, p. 198). Estimativa de Durações das Atividades Estimar as durações das atividades é o processo de estimar o número de períodos de trabalho necessários para concluir as atividades individuais com recursos estimados. O principal benefício desse processo é que ele fornece a quantidade de tempo que cada atividade levará para ser concluída. Esse processo é realizado durante todo o projeto. A estimativa da duração da atividade usa informações do escopo do trabalho, tipos de recursos ou níveis de habilidade necessários, quantidades estimadas de recursos e calendários de recursos. Outros fatores que podem in�uenciar as estimativas de 73 Figura 5 – Exemplo de estimativas de duração de atividades. Fonte: PMI (2017, p. 199). duração incluem restrições impostas à duração, esforço envolvido ou tipo de recursos (por exemplo, duração �xa, esforço ou trabalho �xo, número �xo de recursos), bem como a técnica de análise de rede do cronograma usada. As entradas para as estimativas de duração se originam da pessoa ou grupo da equipe do projeto que está mais familiarizado com a natureza do trabalho na atividade especí�ca. A estimativa de duração é elaborada progressivamente e o processo considera a qualidade e a disponibilidade dos dados de entrada. Por exemplo, à medida que dados mais detalhados e precisos estão disponíveis sobre o trabalho de engenharia e design do projeto, a precisão e a qualidade das estimativas de duração melhoram. A Figura 5 mostra um exemplo de estimativas. O processo de Estimativas da Duração da Atividade requer uma estimativa da quantidade de esforço de trabalho necessário para concluir a atividade e a quantidade de recursos disponíveis estimados para concluir a atividade. Essas 74 estimativas são usadas para aproximar o número de períodos de trabalho (duração da atividade) necessários para concluir a atividade usando os calendários apropriados de projetos e recursos. Em muitos casos, o número de recursos que se espera estar disponível para realizar uma atividade, juntamente com a pro�ciência em habilidades desses recursos, pode determinar a duração da atividade. Uma alteração em um recurso direcionador alocado para a atividade geralmente afeta a duração, mas isso não é um simples relacionamento linear. Às vezes, a natureza intrínseca do trabalho (ou seja, restrições impostas à duração, esforço envolvido ou número de recursos) leva um tempo predeterminado para ser concluída, independentemente da alocação de recursos (por exemplo, um teste de estresse de 24 horas). Outros fatores a serem considerados ao estimar a duração incluem: Lei dos retornos decrescentes Quando um fator (por exemplo, recurso) usado para determinar o esforço necessário para produzir uma unidade de trabalho é aumentado enquanto todos os outros fatores permanecem �xos, será alcançado um ponto no qual as adições desse fator começarão a produzir aumentos progressivamente menores ou decrescentes na saída. Número de recursos Aumentar o número de recursos para o dobro do número original nem sempre reduz o tempo pela metade, pois pode aumentar a duração extra devido ao risco e, em algum momento, adicionar muitos recursos à atividade pode aumentar a duração devido à transferência de conhecimento, curva de aprendizado, coordenação adicional e outros fatores envolvidos. Avanços na tecnologia 75 Isso também pode desempenhar um papel importante na determinação das estimativas de duração. Por exemplo, um aumento na produção de uma fábrica pode ser alcançado através da aquisição dos mais recentes avanços tecnológicos, que podem impactar a duração e as necessidades de recursos. Motivação do pessoal O gerente de projetos também precisa estar ciente da Síndrome do Estudante – ou procrastinação – quando as pessoas começam a se aplicar apenas no último momento possível antes do prazo �nal, e a Lei de Parkinson, quando o trabalho se expande para preencher o tempo disponível para sua conclusão. Todos os dados e suposições que suportam a estimativa de duração são documentados para cada estimativa de duração da atividade. Além disso, uma estimativa deve ser considerada como uma distribuição de probabilidades e não um valor absoluto. Por exemplo, em termos de horas, qual a probabilidade da tarefa A ser executada em x horas? 10%, 20%, 100%? Desta maneira, a estimativa é algo probabilístico e não determinístico. Um exemplo disso pode ser visto na Figura 6. 76 Figura 6 – Exemplo de distribuição de probabilidade de estimativas. Fonte: PMI (2017, p. 201). O Cronograma Desenvolver o cronograma é o processo de analisar sequências de atividades, durações, requisitos de recursos e restrições de cronograma para criar um modelo de cronograma para execução do projeto, monitoramento e controle. O principal benefício desse processo é que ele gera um modelo de cronograma com datas planejadas para a conclusão das atividades do projeto. Esse processo é realizado durante todo o projeto. Desenvolver um cronograma aceitável do projeto é um processo iterativo. O modelo de cronograma é usado para determinar as datas planejadas de início e término das atividades e marcos do projeto, com base nas melhores informações disponíveis.
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