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DOC-20230308-WA0002.

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Psicologia Experimental 
Comportamento Verbal 
1° Ponto 
• É algo exclusivo do homem e necessariamente cultural, ou seja, 
requer uma prática de uma comunidade. 
• É estabelecido e mantido por reforçadores, que é mediado por 
outra pessoa. Esse reforçamento mediado requer que a pessoa 
tenha sido treinada para reforçar o falante, ou seja, entendê-lo e 
emitir resposta funcionalmente relacionadas 
• Requer um falante e um ouvinte, o que caracteriza um episódio 
verbal. 
• A mediação sujere que o falante e o ouvinte participem de uma 
mesma comunidade verbal. 
2° Ponto 
O comportamento verbal não é necessariamente oral, envolve uma 
relação entre o falante e o ouvinte, provocando mudança tanto no 
ambiente quanto no comportamento de um e de outro. 
Sua importância não está nas emissões vocais, no falar 
propriamente dito, mas na interação entre duas ou mais pessoas, 
com modificações do ambiente, ensejadas pelos estímulos e 
respostas, sendo o comportamento verbal um ato social que se 
perfaz no momento do compartilhar de informações, o 
comportamento do falante e do ouvinte compõe aquilo que é 
chamado de episódio verbal total no qual o ouvinte é tão 
importante quanto o falante porque um reforça o comportamento 
do outro (Catania, 1999; Skinner, 1957). 
 
 
Traz a ideia de que esse comportamento segue os preceitos da 
tríplice contingência, 
 
 
ou seja, ele possui influência de estímulos antecedentes e 
subsequentes para sua ocorrência, bem como segue o modelo de 
seleção pelas consequências que refere-se a influência dos três 
níveis de seleção: filogenético, ontogenético e cultural. 
Ouvinte e falante 
Ouvinte é a pessoa que media as consequências ao 
comportamento verbal do falante, ou seja, aquele que emite a 
resposta verbal. 
O comportamento do ouvinte, de acordo com Skinner, é controlado 
por estímulos discriminativos verbais emitidos pelo falante, 
podendo ser verbal ou não (Skinner, 1957; 1989/1991). Já o 
comportamento do falante é aquele que produz efeitos apenas no 
ambiente social, podendo ser categorizado em diferentes tipos, a 
partir de sua topografia (falada ou escrita), de seus antecedentes 
(verbais ou não verbais) e de suas consequências (generalizadas 
ou específicas). 
CONTINGÊNCIA 
OPERANTE NÃO-
VERBAL 
 
CONTINGÊNCIA 
OPERANTE VERBAL 
 
Não mediado por 
outra pessoa 
 
Mediado pelo outro 
Efeito direto e 
mecânico sobre o 
ambiente 
 
Possui um efeito a 
comunidade verbal 
O que nos faz seres verbais? 
Indivíduos considerados verbais são aqueles que se comportam 
tanto como falante quanto como ouvinte. Ou seja, eles ouvem 
(entendem) o que dizem. 
É função! 
Comportamento verbal é operante 
 
Topografia x Função 
TOPOGRAFIA: A forma de uma determinada resposta 
FUNÇÃO: A consequência que mantém determinada resposta 
Ex: dizer “gato” quando quer pedir por um item X dizer “gato” 
nomeando um item 
Tem a mesma forma, mas funções diferentes. 
Consequência: ter acesso a um brinquedo de gato X reforço 
social 
Para a análise do comportamento, o que é mais importante 
é a FUNÇÃO do comportamento. O livro “comportamento 
verbal” foi uma análise funcional realizada por Skinner sobre 
o comportamento verbal humano. 
Quando pensamos 
em comportamento 
verbal podemos 
limitar na relação 
entre um ouvinte e 
um falante, isto 
está correto, 
contudo, a 
presença de um 
ouvinte não o 
obriga a executar 
alguma ação.
Quando pensamos 
em comportamento 
verbal podemos 
limitar na relação 
entre um ouvinte e 
um falante, isto 
está correto, 
contudo, a 
presença de um 
ouvinte não o 
obriga a executar 
alguma ação.
“Comportamento verbal é um comportamento operante 
que ocorre quando um indivíduo se comporta e existe a 
mediação do outro” Skinner 1957 
Estímulos 
antecedentes Comportamento 
Estímulos 
subsequentes 
 
 
 
Contingência operante 
Podemos analisar o comportamento verbal como uma 
contingência operante, na qual se observa um 
Sd: R -> Sc 
Skinner identificou sete operantes verbais elementares e os 
dividiu da seguinte maneira: 
Primeira ordem: 
Controle Temático: Tato, Mando e intraverbal. 
Controle formal: Ecoico, Textual e transcrição. 
Segunda ordem: 
Parte do comportamento verbal que altera outra. 
Autoclítico – possui a característica de modificar o efeito que o 
falante pode vir a ter sob o ouvinte. 
 
Tato 
• Quando a resposta verbal é emitida sob controle de um 
estímulo antecedente específico não- verbal (um objeto ou 
evento) e produz como consequência reforço condicionado 
generalizado ou um conjunto de estímulos reforçadores distintos. 
Sd: R Sc 
Não verbal, um 
objeto ou evento, 
ou ainda uma 
propriedade do 
objeto ou do 
evento. 
 
Verbal, pode ser 
vocal, escrita, 
gestual ou outra 
forma de 
comportamento. 
Generalizada. 
diante de uma 
maçã 
 
diz “maçã” 
diante de sua mãe 
 
diz “mamãe” 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
Mando 
Ocorre quando a resposta verbal é emitida sob controle de 
condições específicas de privação ou da presença de estímulos 
aversivos. 
• É um tipo de operante verbal controlado por condições de 
privação ou aversão, ato de mandar, pedir, solicitar por gestos, 
fala ou escrita. 
Diante de uma operação estabelecedora, a criança deve pedir por 
item ou atividade. A consequência deve ser a obtenção do que foi 
pedido ou eliminação de algo aversivo. 
A resposta pode ser vocal ou motora. 
Exemplos: 
Ensinando mando: 
 
 
 
 
 
 
 
Intraverbal 
Itens 
 
Ações 
simples 
 
Sentimentos 
 
Contando 
história 
Pipa 
Bola 
Titia 
Mamãe 
Ovo 
Peixe 
Pulando 
Correndo 
Abraçando 
Girando 
Girando 
Ansiedade 
Raiva 
Felicidade 
Tristeza 
Era uma vez, 
três 
porquinhos...O 
primeiro 
porquinho... 
Sd: R Sc 
Estado de privação 
 
Verbal, pode ser 
vocal, escrita, 
gestual ou outra 
forma de 
comportamento. 
especifico da 
privação do 
falante. 
 
Sentir fome 
 
Dizer “me dê esse 
pão” 
Receber o pão 
 
Diante da boneca 
 
Dizer “quero 
boneca” 
Receber a 
boneca 
Diante de um antecedente visual, a criança deve nomear o 
item/figura/pessoa/propriedade de objetos. 
A resposta pode ser vocal ou motora. 
Na presença de chuva alguém diz: “está chovendo”. 
 
 
Mando por itens: 
Bo 
Boa 
Bola 
Dá bola 
Quero bola 
Passa bola 
Tia, me dá a bola? 
Posso pegar a bola azul? 
Égua! Eu queria tanto 
essa bola... 
 
Mando por 
informação: 
Cadê? 
Onde está? 
O que é isso? 
Pra que serve? 
Quem está aí? 
Onde ele mora? 
Como ele faz? 
 
“Bola, tia” “Para com isso!” “Onde está a mamãe?” 
 
 
• Caracteriza-se por uma relação na qual uma resposta verbal 
(vocal ou escrita) fica sob controle de estímulo antecedente (vocal 
ou escrito). 
• Um intraverbal é qualquer operante verbal cuja variável 
controladora seja o próprio comportamento verbal anterior do 
emitente (na verdade pode ser o comportamento verbal de uma 
outra pessoa, que o sujeito acompanha, ouvindo ou lendo) 
Sd: 
 
R Sc 
Verbal Verbal 
Uma pessoa tá 
cantando 
Começar a cantar 
junto 
 
Exemplo: 
 
 
Ensinando intraverbal 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns exemplos de ensinos de intraverbal: 
Completar 
músicas 
 
Completar 
lacunas 
 
Função de 
objetos 
 
Informações 
de objetos 
"A dona 
aranha... 
"subiu pela 
parede..." 
 
1, 2, 3 e..."já" 
 
eu vou te 
pe..."gar" 
 
A, B, C, “D”. 
Para que 
serve a 
panela? 
"Para 
cozinhar" 
 
E o que você 
faz com a 
bola? “Eu 
chuto” 
 
Qual é o 
nome de sua 
mãe? 
“Cecilia 
Ecoico 
• O estímulo antecedente é um estímulo verbal vocal (sonoro) e a 
resposta verbal, também vocal, reproduz o estímulo, sem o que 
não há reforçamento. 
• Na contingência ecoica: 
• Há correspondência ponto-a-pontos, isto é, a resposta precisa 
corresponder ao estímulo antecedente 
• Há similaridade formal – mesma modalidade sensorial (neste 
caso, auditiva). 
Sd: R Sc 
Estímulo auditivo Vocal 
 
Generalizada. 
Ouvir o som 
“dinossauro” 
Dizer o som 
“Dinossauro” 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
Textual 
• O estímulo antecedenteé um estímulo verbal impresso ou 
escrito e a resposta é uma resposta vocal. 
• É o operante designado quando na presença de estímulos 
impressos (visuais) é realizada uma produção oral idêntica ao que 
está ou foi escrito. 
Sd R Sc 
Escrita de alguém 
 
Vocal 
 
 
Diante da placa 
escrito “PARE” 
 
Ler a palavra 
“pare” 
 
 
Exemplo: 
 
 
Transcrição (cópia ou ditado) 
• É caracterizada pela “cópia” ou “ditado”, o que distingue um do 
outro; “cópia” é uma resposta motora controlada por estímulos 
visuais e, tanto estímulos, quanto produto da resposta, guardam 
correspondência ponto-a-ponto e similaridade formal, 
• “ditado” é controlado por estímulos sonoros, como tomar nota 
do que foi ouvido. O estímulo antecedente é verbal escrito ou 
verbal sonoro e a resposta verbal é sempre escrita. 
Exemplo Cópia: 
 
 
Cadeias de respostas verbais (vocais ou motoras) e estímulos 
verbais (vocais ou visuais) produzidos pelo comportamento de 
outra pessoa ou por si próprio. 
Ler um livro em voz alta 
 
• Cantar músicas preferidas 
• Começar frases divertidas e pausar no meio de uma 
brincadeira (brincadeira física como pega-pega, jogar 
para o alto, “super homem”) 1, 2, 3 e... Já! Vou te pe... 
Gar! 
• Fazer sons de animais enquanto assistem vídeos ou 
desenhos 
• Responder perguntas sobre temas preferidos (Dora, 
Backyardigans) 
• Responder perguntas envolvendo informações pessoais 
• Responder perguntas sobre categorias, funções e 
características de estímulos 
• Manter diálogos 
 
 
Ocorre quando a criança escuta um 
cuidador, por exemplo, dizer “sapato” e 
responde com uma repetição igual à 
palavra ouvida: “sapato”. 
Ler na lousa a palavra” Professor” e 
escrever em seu caderno a palavra 
“Professor”. 
 
 
 
Exemplo Ditado: 
 
 
 
 
 
 
Mandos Disfarçados 
• Os mandos disfarçados são respostas verbais que possuem 
topografia de tato, mas que estão sob o controle de reforçadores 
específicos a serem oferecidos pelo ouvinte (Skinner, 1957/1978). 
• Por exemplo, uma adolescente pode estar sem roupa para ir a 
uma festa, e, ao invés de pedir uma roupa emprestada para irmã, 
diz: “ah, eu tenho uma festa para ir hoje, mas não tenho uma saia 
que combine com esta blusa” 
• Esta resposta tem a forma de um tato, contudo está sob o 
controle de um reforço específico a ser provido pelo ouvinte, ou 
seja, a irmã oferecer uma saia emprestada. 
• Provavelmente, esta adolescente foi punida no passado quando 
emitiu um mando direto: “me empresta a sua saia nova?” ou 
mesmo teve seu comportamento de fazer meros comentários 
sobre seu estado de privação seguidos pela obtenção de 
reforçadores. A adolescente passa a emitir mandos manipulativos 
que, mesmo não tendo tanta chance de serem reforçados ao não 
especificarem o reforço, têm menor probabilidade de serem 
punidos porque soam como meros comentários (i.e., possuem 
topografia de tatos). 
 
 Conteúdo complementar, não apresentado em sala de aula... 
Autoclítico 
Caracterizados por respostas verbais que não podem ser emitidas 
isoladamente, mas apenas em conjunção com algum outro 
operante verbal. São respostas controladas por algum aspecto do 
comportamento verbal do falante e que alteram o efeito do 
comportamento verbal do falante sobre o comportamento do 
ouvinte. 
Skinner (1957) apresentou quatro tipos de operantes autoclíticos: 
Autoclíticos Descritivos: por meio dos autoclíticos descritivos, o 
falante pode descrever seu próprio comportamento verbal, algo 
que ele disse ou que dirá, além de poder descrever a força de suas 
respostas, as variáveis que as controlam, assim como algo 
referente a suas condições emocionais ou motivacionais. 
Exemplos seriam iniciar sentenças com frases dos seguintes tipos: 
Eu tenho certeza, Eu penso que, Possivelmente, Eu afirmei etc; 
Autoclíticos Qualificadores: qualificam um tacto de tal forma que 
a intensidade ou a direção da conduta do ouvinte em relação ao 
tacto elementar é modificada. Entre este tipo de autoclítico estão 
a afirmação e a negação, como também alguns advérbios 
(certamente unicamente, muito etc) e sufixos (oso – medroso, 
jeitoso etc). Por exemplo, uma afirmação do tipo “Sim!”, pode 
persuadir o ouvinte a aceitar determinada descrição de eventos 
como tactos relativamente puros, enquanto o uso de advérbios ou 
sufixos, em afirmações do tipo: “O garoto é muito inteligente” ou 
“O garoto e medroso”, pode modificar o comportamento do ouvinte 
em relação à fala (e até mesmo ao garoto) em função da 
qualificação adicional apresentada pelo falante. De certa forma, 
variações deste tipo de autoclítico funcionam como mandos sobre 
o ouvinte; 
Autoclíticos Quantificadores: indicam ou uma propriedade da 
conduta do falante ou as circunstâncias responsáveis por tal 
propriedade. Neste tipo estão inclusos os artigos de número e 
gênero (o, a, os, as, um, uns, uma, umas) – sendo estes os 
exemplos mais destacados –, e os adjetivos e advérbios de 
quantidade ou tempo (poucos, muitos, todos, alguns, sempre, 
talvez). É interessante indicar aqui que a definição gramatical de 
advérbio é semelhante à definição dada por Skinner a essa 
categoria. Por exemplo, Paschoalin e Spadoto (1996) definem que 
Tipo Sd: R Sc 
Cópia Comportamento de 
escrita de alguém 
 
Escrita ou 
impressa 
 
 
Ditado Comportamento 
vocal de alguém 
Resposta é 
escrita 
 
 
OPERANTE 
VERBAL 
SD R SC 
ECOICO sonoro vocal generalizado 
TEXTUAL escrito verbal -vocal 
(falada) 
Generalizado 
TRANSCRIÇÃO sonoro ou escrito escrita generalizado 
COPIA escrito escrita generalizado 
DITADO sonoro escrita generalizado 
INTRAVERBAL vocal ou escrito Resposta verbal generalizado 
MANDO condições 
específicas 
de privação ou 
estimulação 
Aversiva 
Verbal que 
especifica o 
reforço. 
Específica (relacionada 
à operação motivadora 
em vigor). 
TATO Estímulo não 
verbal 
(objeto ou 
evento). 
Verbal 
correspondente 
ao antecedente 
generalizado 
Estímulo 
discriminativo/ocasião
/situação/contexto 
 
Resposta 
 
Estímulo consequente 
(reforço, punição, 
extinção) 
 
 
Ouvir a professora no ditado falar “Mesa” 
e escrever em seu caderno a palavra 
mesa. 
 
Sd: R Sc 
! 
 
 
 
“Advérbio é a palavra que indica as circunstâncias em que ocorre 
a ação verbal” (p. 117); 
Autoclíticos Relacionais: este tipo de autoclítico seria controlado 
por relações entre operantes verbais básicos. Exemplos seriam as 
preposições, conjunções, inflexões da predicação, pontuação, 
concordância temporal, de gênero e número e a própria 
ordenação sintática das palavras. A função fundamental deste tipo 
de autoclítico seria a de permitir a organização do comportamento 
verbal em unidades maiores do que aquelas possibilitadas pelos 
operantes verbais elementares, estabelecendo relações internas 
entre operantes verbais distintos. 
 
 
Conhecer a concepção de Skinner sobre o comportamento verbal, 
é imprescindível para o desenvolvimento de intervenções clínicas, 
pois permite a análise e o planejamento dessas intervenções, 
inclusive de contingências, para instalação de comportamentos 
verbais específicos.

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