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GRUPO REGIONAL DE CURSOS - GRC PROFESSOR: Adm. João Silva Aluno(a) Turma: ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado Horário: ( ) 8h ( )9h ( )10h ( ) 12h ( )14h ( )15h ( )16h Etica e Moral Estudo de caso Caso 1 Os valores na empresa familiar Minha família administra uma empresa no mercado há mais de 42 anos. Com a morte do meu avô, a empresa entrou em crise e o modelo de administração de meu tio e minha mãe, baseado na honestidade e na integridade, está sendo questionado por toda família, inclusive por eles. Porém, estou convencida de que a principal crise foi a descrença nascida entre meus próprios familiares acerca de sua capacidade de gestão. Minha família é dividida entre os filhos da primeira e os da segunda esposa de meu avô falecido. O modelo administrativo da segunda família é famoso pela desonestidade e é muito bem sucedido, inclusive pelos méritos inegáveis de sua gestão. Pressionados pelos seus irmãos, minha mãe e meu tio são "acusados" de serem honestos, o que seria incompatível com a profissão de empresário. Eu não sou empresária. Sou professora de direito e diretora de uma associação de defesa do consumidor. Na minha perspectiva, os consumidores têm buscado um perfil cada vez mais diferenciado do fornecedor. Infelizmente temos que enfrentar fornecedores, clientes, concorrentes e outros profissionais destituídos de escrúpulos. Para marcarmos a nova fase administrativa que inauguraremos, estou propondo que nossas virtudes sejam assumidas por nós mesmos como nossa maior marca. Eu tenho afirmado que eles devem apostar nos seus valores e que o modelo de administração sem ética e desumana está em baixa. Gostaria de elementos que pudessem ajudá-los a ver que não estão errados como todos afirmam. Toda ajuda e conselho serão bem-vindos. GRUPO REGIONAL DE CURSOS - GRC PROFESSOR: Adm. João Silva Aluno(a) Turma: ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado Horário: ( ) 8h ( )9h ( )10h ( ) 12h ( )14h ( )15h ( )16h Etica e Moral Caso 2 Ultrapassando os limites do poder Andréia trabalhava há mais de dois anos em uma das empresas da holding Caessa, proprietária de diversas empresas das áreas agrícola e de mineração. Tinha uma boa relação com seu chefe Victor, quem considerava Andréia muito eficiente. Quando Victor foi promovido à gerência da holding, não duvidou em levá-la com ele. Isto coincidiu com o fato de que Andréia, que costumava ter problema de sobrepeso, emagreceu e começou a freqüentar a academia, todas as manhãs. No entanto, sempre chegava pontualmente, na hora fixada em seu contrato. Além disso, poucos meses depois, Andréia começou um relacionamento, razão pela qual deixou de ficar trabalhando até mais tarde, como fazia antes. De repente a relação entre Victor e Andréia, que antes funcionava às mil maravilhas, começou a ter problemas. Victor a convocava para reuniões às 8 horas da manhã, sabendo que a essa hora ela devia ir à academia, enquanto ele chegava depois das 10 horas. Além disso, todos os outros diretores demonstravam que estavam muito contentes com o trabalho de Andréia, enquanto Victor nunca parecia estar satisfeito e manifestava permanentemente seu descontentamento, inclusive chegou a dizer-lhe que trabalhava melhor quando era gorda. Andréia se sentia desolada e não entendia o que estava acontecendo. Ela continuava se esforçando ao máximo a cada trabalho realizado e sentia que não poderia agüentar por muito tempo essa situação. Algo havia mudado Certa manhã Victor chamou Andréia em sua sala e a repreendeu duramente por entender que ela havia elaborado muito mal uma informação, por não ter colocado a numeração das páginas. Ela perguntou se o resto estava bom e ele respondeu que ainda não tinha lido. Andréia sentiu que isto era mais do que poderia suportar. Seu trabalho não a motivava, chegava no horário e se retirava o antes possível. Tinha perdia o respeito que antes nutria por seu chefe. Tudo chegou a um limite insuportável, quando Victor, muito bravo porque Andréia já não ficava além do horário, exigiu-lhe, sob ameaça de ser despedida, que chegasse mais cedo e saísse mais tarde. Andréia devia escolher entre seu trabalho e sua vida privada - e sua saúde- já que o que lhe estava sendo exigido significava deixar de ir à academia, voltar a engordar e não dedicar tempo ao seu namorado. O resto da equipe, ciente da situação, tomou partido de Andréia, o que interferia na relação que mantinham com Victor, de modo que cada dia confiavam menos nele, perdiam o respeito por ele e lhe falavam o mínimo possível, já que ninguém queria ficar trabalhando além do horário. Uma relação que virou pó Andréia era uma mulher muito esforçada e Victor lhe havia dado a oportunidade de se desenvolver, ao levá-la para ocupar um cargo melhor e com maiores desafios. Antes de todas essas mudanças sua relação era satisfatória O que havia de errado? Além disso Andréia sempre havia pensado que seu chefe estaria contente com seu emagrecimento e por ter iniciado um namoro, mas a partir destes fatos surgiram apenas reações negativas. A isso se acrescenta que, em razão do novo cargo que ocupava, Victor sofria muitas pressões e não estava certo de poder administrar esse problema. Sentia que necessitava, mais que nunca, exigir de Andréia que o ajudasse a superar essa dificuldade. Descrédito e desconfiança Como vemos, Victor, sufocado por novas exigências não conseguiu balancear a autoridade formal e informal e tentou exigir de Andréia que fizesse muito mais do esperado, exercendo poder sobre ela, caindo no mal uso da autoridade formal. Abusou de seu poder e, inclusive, a maltratou psicologicamente. Não tinha nenhuma consideração por ela, não havia apreço pelas circunstâncias que envolviam a vida de sua colaboradora, que agora podia ser mais feliz em sua vida pessoal. Isto não só repercutia em Andréia mas em toda a equipe. Ainda que todos continuassem cumprindo suas obrigações dentro do mínimo esperado, Victor já não lhes podia pedir que fizessem esforços adicionais. Eles haviam perdido a confiança em Victor e a motivação. Victor estava desacreditado perante seus colaboradores, como chefe. Por mais que impusesse sua autoridade formal, sem a informal, os empregados não o apoiavam nem se comprometiam com sua causa. Victor ficara só. Victor não compreendeu que para motivar Andréia não precisa impor-lhe seu poder. Que Andréia e seus colegas se motivariam na medida em que o respeitassem como pessoa e como chefe. Mas, Victor, não havia sido antes um chefe respeitável? O que o fizera mudar? Talvez agora pudesse questionar suas tentativas de impor sua autoridade e retomar uma boa relação de confiança com seus colaboradores. Finalmente havia chegado a perguntar-se se as mudanças em motivação e desempenho não se atribuíam às suas más reações. Seria tarde para Victor? Poderia consertar a situação? Fonte: La Tercera. Jornal Chileno. Ed. 13/08/2005 (eClass.cl) Escuela de Negócios de la Universidad Adolfo Ibanez). Tradução de Maria do Carmo Whitaker. GRUPO REGIONAL DE CURSOS - GRC PROFESSOR: Adm. João Silva Aluno(a) Turma: ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado Horário: ( ) 8h ( )9h ( )10h ( ) 12h ( )14h ( )15h ( )16h Etica e Moral Caso 3 Ética e choque cultural na empresa Características da empresa e do colaborador Um consultor nos relata o caso de um profissional com excelente qualificação técnica, grande experiência e profundo senso de responsabilidade, que estava há muito tempo em uma organização. Ele tinha qualificação para ser promovido a diretor mas estava estacionado no posto de gerente. Qual o motivo? Choque cultural, de acordo com o consultor. Tratava-se de uma empresa alemã cujo ambiente de trabalho era circunspecto, silencioso e formal. O temperamento do gerente era oposto. Alegre eexpansivo, gostava de contar casos engraçados e de rir, chegando a fazer algumas ironias com a seriedade dos outros. Os diretores viam seu comportamento como imaturo e não confiável. "Não dá para confiar, ele é meio moleque", disse um dos diretores. "É inteligente, muito bem preparado, mas é um pouco fora do padrão." Diagnóstico do consultor O consultor apresentou à direção da empresa o diagnóstico de falta de afinidade cultural. Os diretores, segundo ele, concordaram com sua avaliação “com extrema correção e sentido ético” e deixaram-no à vontade para encontrar outra oportunidade para aquele profissional. O consultor assim fez. Encontrou e ofereceu ao gerente um cargo de direção em outra companhia, proposta que ele prontamente aceitou. Questões para discussão 1. O caso é realmente de conflito de valores? Para responder essa pergunta, identifique os valores comumente professados pelas empresas. Você pode conseguir esses dados pesquisando na página de valores dos sites de grandes corporações. Nessas páginas, existem valores organizacionais tais como “circunspecção”, “seriedade” (restrição ao riso) e “formalidade”, que, de acordo com o consultor, são características da cultura da empresa em pauta? Se não existem, então o que significam esses termos? 2. Se você fosse diretor da empresa, teria coragem de tornar público que você recu-sou a promoção ao gerente em razão de sua “falta de maturidade e de confiabilidade”? Você sustentaria que era justo recusar a promoção porque ele era inteligente e bem preparado , tinha excelente qualificação técnica, grande experiência e um profundo senso de responsabilidade, mas tinha o pecado de ser alegre e expansivo, de gostar de contar casos engraçados e de rir? Você teria coragem de enfrentar um debate no Sindicato dos Metalúrgicos? De ir ao programa “Roda Viva” da TV Cultura? De enfrentar uma CPI? 3. Pelo enunciado do caso, percebe-se que a empresa não tinha intenção de promover o gerente. A companhia, porém, não o informou desse fato. Pergunta-se: foi ética a conduta da companhia? Para responder esta pergunta, responda três outras questões: 1ª) Independentemente da iniciativa do profissional, a organização tinha o dever de lhe comunicar que ele não seria promovido? 2ª) Os diretores tinham obrigação de lhe dizer o que pensavam dele? 3ª) Ao silenciar e deixá-lo estacionado no mesmo cargo por um longo tempo, a empresa causou-lhe algum dano, por exemplo, causou-lhe humilhação ou prejudicou sua carreira profissional ou seus rendimentos? 4. O que é confiabilidade? Como uma pessoa se torna confiável aos olhos de outra? De acordo com os dados disponíveis, a empresa tinha razões concretas para não confiar no profissional? Quais razões? Se não tinha, qual o verdadeiro problema? 5. Qual a relação entre esse caso e a questão da diversidade no ambiente de trabalho? * Flavio Farah é mestre em administração de empresas, professor universitário, palestrante, articulista e autor do livro “Ética na gestão de pessoas”. GRUPO REGIONAL DE CURSOS - GRC PROFESSOR: Adm. João Silva Aluno(a) Turma: ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado Horário: ( ) 8h ( )9h ( )10h ( ) 12h ( )14h ( )15h ( )16h Etica e Moral Caso 4 Um gestor temperamental... Autor(a): Sonia Jordão* Imagine que uma empresa contrate um novo gestor na área comercial com a expectativa de que as vendas aumentem. No início do trabalho, até parece que isso vai acontecer, mas, com o passar do tempo, os resultados alcançados ficam cada dia mais distantes das metas. Mesmo o gestor sendo um profissional com um excelente currículo, comprometido, trabalhador e responsável, infelizmente, tudo isso não é suficiente: é preciso atingir as metas. Mas por que será que o gestor, ainda que bem qualificado, não conseguiu atingir as metas? Ele não sabe. E quando é demitido tem uma sensação terrível, mas mesmo assim tenta não se sentir um fracassado. Acredita que bons profissionais não ficam desempregados e é consciente de seu valor e de seu potencial. Por isso, prepara-se para procurar um novo emprego. Atualiza seu currículo, envia para diversas empresas e o cadastra em alguns sites. Quando é chamado para alguma entrevista busca conhecer a empresa para se sentir mais preparado. Pensa que não ter conseguido bons resultados não é motivo para desanimar. Porém, está consciente que se não der certo dessa vez, sua carreira correrá sérios riscos. Consegue uma vaga na área comercial e, após alguns meses, aumenta as vendas significativamente. Procura defender os interesses da Empresa onde trabalha, para que tenha lucratividade, mas também consegue defender os interesses dos clientes junto a Empresa. É muito bom negociador e tem a empatia como ponto forte de suas características. Depois de um tempo na empresa, recebe uma reclamação de seu principal cliente. Verifica o que aconteceu e descobre que a reclamação procede: o setor de produção cometeu um erro. Resolve ir até a produção para informar o que havia ocorrido e preparar o pessoal para que corrijam o problema. Chama algumas pessoas da equipe de produção para discutirem a melhor solução e, à medida que explica o que aconteceu, aumenta seu nervosismo. Não consegue entender como cometeram aquele erro, e justamente com seu principal cliente. Sem conseguir dominar seus sentimentos, quando menos se espera grita com o funcionário que ele acredita ter cometido o erro. Depois de dizer tudo que acha ser importante, acalma-se um pouco e volta para suas atividades. Quando explode, o gestor temperamental acredita que está com a razão e não percebe que sua forma de falar magoa as pessoas. Em alguns casos, ele briga com pessoas que são peça-chave na Empresa, funcionários daqueles que são difíceis encontrar outro com tamanha competência. Um daqueles que é preciso fazer de tudo para não perdê-lo. O pior da atitude do gestor é que, quando o funcionário comete algum erro, ele chama a atenção do profissional na frente de seus colegas e de uma forma que nem lhe permite se justificar. Aí, por medo de errar e ser chamado a atenção novamente, o profissional deixa também de tomar novas atitudes, tentar inovar. Isso porque sabe que se cometer qualquer erro, acabará vendo uma explosão do gestor e se recebe uma repreensão sente-se arrasado. A alta direção toma conhecimento do acontecido e como acreditam que é possível conseguir resultados positivos sem impor nada, mostra ao gestor que ele não está agindo de acordo com os valores da organização. Avisam que mesmo vendendo muito, isso não é suficiente para o gestor permanecer na empresa. Resolvem, então, lhe dar uma última oportunidade. O gestor pensa: o que fazer? Sem resultados é demitido. Com resultados também corre o risco de ser demitido mais uma vez... Ao analisar bem o problema descobre que atualmente a liderança na base do “comando e controle” não obtém o mesmo resultado de há alguns anos atrás. Seus pensamentos se articulam e se refletem nas seguintes questões: 1. Quando o líder comete um erro deve ou não pedir perdão? O reconhecimento do erro ajuda na recuperação da dignidade e na mudança de atitude? 2. Quem pretende ser um vencedor na vida, como deve encarar seus erros? 3. Os erros dos subordinados justificam o erro do líder? 4. Como evitar a reação por impulso e refletir sobre a solução mais adequada, com a cabeça fria? 5. Como motivar os subordinados? Como prestigiá-los e desafiá-los? 6. Como corrigir os erros dos subordinados? Texto baseado no conteúdo do romance corporativo “E agora, Venceslau? - Como deixar de ser um líder explosivo” de autoria de Sonia Jordão. Fonte: *Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora de diversos livros sobre liderança. GRUPO REGIONAL DE CURSOS - GRC PROFESSOR: Adm. João Silva Aluno(a) Turma: ( )Segunda( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado Horário: ( ) 8h ( )9h ( )10h ( ) 12h ( )14h ( )15h ( )16h Você passaria no Teste da Honestidade? Perguntamos aos brasileiros como eles reagiriam a várias situações do dia-a-dia. As respostas foram fascinantes – e reveladoras. (Por Barbara Axt e Renata Klar - Publicado originalmente na revista Seleções de agosto/2005) No último dia de férias no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, você faz as malas. As belas e felpudas toalhas do hotel, ainda limpas, estão penduradas ali perto. Você pega uma e guarda na mala? • Você paga por apenas um ponto de conexão da sua TV por assinatura, mas descobre como conectar rapidamente as outras TVs da casa. Você faz isso? • Ao deixar o supermercado, você percebe que a caixa lhe deu troco a mais. Você vai embora ou volta e devolve o dinheiro? Pesquisa encomendada ao Instituto Gerp Mais cedo ou mais tarde, todos deparamos com situações como estas. Você faria o que é certo? Por quê? Para descobrir, Seleções encomendou uma pesquisa ao Instituto Gerp, realizada em dez capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Recife e Belém. Em cada uma, 140 pessoas, com pelo menos 18 anos, foram confrontadas com 12 situações do dia-a-dia, para testar sua noção de certo e errado. Os resultados não são um barômetro científico da virtude dos brasileiros, mas sim um instigante exercício de auto-avaliação – talvez um teste para a capacidade de responder a perguntas com honestidade. No geral, nós brasileiros não nos saímos mal. Toalhas do hotel Apenas 13% dos entrevistados, por exemplo, disseram que pegariam uma toalha do hotel. E por que não pegariam? Adriano Cunha, 24 anos, advogado de Recife, disse: “Não levaria porque as toalhas não são minhas.” Liliane Nogueira Paulo, de Curitiba, explicou: “Levar a toalha daria prejuízo para o hotel, o que provavelmente encareceria o preço da hospedagem.” Já Rutilene do Socorro Silva, estudante de enfermagem em Belém, não teve dúvidas na hora de responder: “Levaria sim, com certeza! Elas são tão lindas! Vejo nas novelas aquelas toalhas maravilhosas. Eu ia querer levar uma de lembrança. E uma só não ia fazer falta, não é?” Em hotéis é fácil guardar as toalhas na bolsa sem maiores conseqüências. Em motéis, entretanto, os quartos são revistados antes que o cliente seja liberado. Mas parece que nem todos se lembram disso. “Um amigo foi ao motel com a mulher, que guardou duas toalhas na bolsa. Na hora de pagar a conta, as peças foram cobradas. Meu amigo ficou com tanta vergonha que fingiu que mal conhecia a própria mulher, dizendo ‘A gente conhece cada pessoa por aí, não é mesmo?’”, conta uma dentista de Porto Alegre. “Gato” da TV por assinatura O fato de estar fazendo algo errado não parece incomodar os 41% dos moradores de São Paulo que declararam que fariam um “gato” da TV por assinatura. Não muito diferente dos 36% de potenciais “gatos” de Belo Horizonte – que estão um pouco acima da média brasileira de 31%. Diego Fonseca, de Belo Horizonte, é um dos que não teriam pudor em fazer um “gato” em casa. “Não tenho TV a cabo, mas os meus amigos que têm fazem ‘gato’. Nenhum deles teve problema por isso”, justifica. Na hora de fazer a coisa certa, a diferença entre homens e mulheres é, na média nacional, estatisticamente irrelevante: entre os brasileiros que declararam que fariam um “gato” da TV por assinatura, 52% são homens e 48%, mulheres. A diferença entre o comportamento dos sexos foi maior em Porto Alegre – 43% dos homens fariam um gato contra apenas 26% das mulheres –, mas no Rio, o porcentual de homens e mulheres que fariam um gato foi o mesmo: 23%. Honestidade coisa de jovens ou velhos? Encontramos pelo país jovens (de 18 a 35 anos) que não acreditam ser menos honestos do que os mais velhos. Diego Barbosa, promotor de vendas em Curitiba, tem 19 anos e afirma que esta não é uma questão ligada à idade: “Honestidade depende da criação da pessoa. Tem jovem que faz tudo direitinho, e gente mais velha que é bem malandra”, explica. No entanto, em Recife, 25% dos jovens levariam canetas e envelopes do trabalho para usar em casa, enquanto apenas 6% daqueles de mais de 45 anos o fariam. Material de escritório Ainda em relação ao material de escritório, quem se saiu pior foi São Paulo: 27% confessaram que levariam artigos para casa – contra 4% em Belo Horizonte e 17% da média nacional. Outro ponto perdido pelos paulistanos: parar o carro em espaços reservados para deficientes. Dos entrevistados, 31% admitiram que fariam isso, caso fossem comprar apenas um artigo no supermercado e o estacionamento estivesse lotado. Isso contrasta com os 23% de todos os brasileiros e com apenas 14% das pessoas do Rio de Janeiro. Vagas reservadas para deficientes Lilian Mendonça estuda jornalismo em Brasília e, mesmo numa situação extrema, não estaciona em vagas para deficientes. “Se existem essas vagas, temos de respeitar.” No entanto, admite que muitos não agem assim: “Já vi gente que não é deficiente parar nessas vagas”, diz ela. “Mas nunca falei nada. Não adianta, vai entrar por um ouvido e sair pelo outro.” Respeitar ou furar fila Digamos que você esteja numa longa fila à espera do ônibus. Chove muito e, quando o ônibus chega, você percebe que não vai conseguir entrar – a menos que fure a fila. O que você faz? Em Recife, 40% dos moradores disseram que furariam a fila, contra apenas 6% dos moradores de Salvador e 17% da média nacional. Uma das entrevistadas de Recife, Maria de Lourdes, 25 anos, admitiu que furaria a fila porque “é horrível ficar molhada em um dia chuvoso”. Em Belém, 32% afirmaram que furariam a fila. O que o técnico de informática Anderson Neves, de Belo Horizonte, não faria. “Mesmo que meu ônibus tivesse fila, eu não passaria a frente. É falta de respeito.” Tem gente que procura justificativas: “Se tiver um monte de crianças fazendo bagunça, saindo da escola e atrapalhando a entrada do ônibus, aí furo a fila”, afirma o motoqueiro José Alves, 29 anos, de Curitiba. Limite de velocidade no trânsito Perguntados se dirigiriam a uma velocidade 20 km/h acima do limite, às 21 horas, numa via expressa quase vazia, 63% dos moradores de Recife admitiram que sim – comparados à média nacional de 51%. O estudante de engenharia Djan Bernardo, de Recife, justifica sua resposta: “Ultrapasso o limite por segurança. É melhor correr o risco por uma falha minha do que ser assaltado. Ficar parado na rua à noite pode ser perigoso.” E quanto a beber e dirigir? Suponha que você tenha bebido demais em uma festa, e suspeite estar acima do teor de álcool permitido pela lei. Ainda assim, você volta para casa dirigindo? Rio de Janeiro e São Paulo, com respectivamente 14% e 13%, ficaram em posição bem parecida com a média nacional – 16% de respostas positivas –, contrastando com os 26% de Fortaleza. Raquel Brasileira (o nome dela é este mesmo!), 26 anos, é de Fortaleza, mas tem uma solução segura para o impasse. “Não gosto de pegar o carro depois de beber. Costumo levar comigo uma pessoa que não bebe, que volta dirigindo.” Devolução de troco Situação clássica: no supermercado, você percebe que a caixa lhe deu troco a mais. Você devolve? Três quartos dos brasileiros responderam que sim, e os moradores do Rio de Janeiro e de Salvador alcançaram marca ainda mais expressiva: 93%. Uma analista de sistemas do Rio de Janeiro de 35 anos pensa no funcionário que errou na conta. “Devolvo o troco a mais porque sei que é o atendente que vai ter de repor o dinheiro.” Esse também é o argumento da estudante Fabiane Lopes, de Brasília. “Isso aconteceu comigo uma vez. Voltei e devolvi para a caixa do supermercado porque no fim do dia o dinheiro ia estar faltando e isso a prejudicaria no emprego.” Isso é algo que nunca tinha passado pela cabeça de Isabela do Nascimento, advogada de Fortaleza quejá ficou uma vez com o troco a mais. “Acho errado ficar com o dinheiro, mas uma vez já fiquei”, confessa. “Existe uma grande diferença entre o que a gente diz e o que faz na hora. Foi bom responder a essas perguntas, porque tive a chance de parar para pensar no assunto.” Eda Zanatta, 35 anos, é uma dentista de Porto Alegre que usa uma situação semelhante para ilustrar sua opinião sobre honestidade. “Estava no caixa de uma loja de roupas e a vendedora retirava as etiquetas de proteção que apitam quando você passa pela porta. Ela tirou a etiqueta de uma jaqueta, mas esqueceu de registrar o valor. Avisei à vendedora e, na mesma hora, senti um chute na perna. Era o meu marido me repreendendo por ter avisado – e por ter deixado de levar uma roupa de graça. Hoje ele é meu ex-marido. Isso prova que honestidade é algo que faz parte de cada pessoa.” Software pirata Certas atitudes, como a utilização de um software pirata, são motivadas pela praticidade. “Nunca comprei programas de computador. É muito fácil conseguir uma cópia de software com um amigo”, explica Rafael Marques Risso, 24 anos, estudante de direito de Recife. “Mas sei que não é certo.” É mais ou menos a visão de 39% dos entrevistados em Curitiba, embora apenas 6% admitam que utilizariam programas piratas em Belo Horizonte e 22% no Brasil como um todo. Em Porto Alegre, com 32% de respostas positivas, um prestador de serviços de manutenção predial explica: “Se o meu computador apresenta um problema, quero que o técnico resolva rápido. Não pergunto se ele utiliza um software pirata. Mas se eu for comprar um programa, invisto num original. Acontece que alguns softwares são caros demais e as pessoas não podem pagar por eles. Meu irmão, engenheiro, precisou se juntar com quatro amigos para dividir o valor de um programa original.” Carteira encontrada na rua Se você encontrasse na rua uma carteira com R$ 100, sem identificação, entregaria à polícia? Vinte e quatro por cento dos brasileiros responderam que sim, mas com variações: de 56% dos entrevistados em Brasília, a apenas 11% em Salvador. As pessoas que não entregariam alegam falta de confiança. “Se a carteira tiver os documentos, procuro a pessoa que perdeu. Não entrego na delegacia porque é capaz de os policiais ficarem com o dinheiro...” Paulo Campelo, 48 anos, é motorista de táxi em Salvador, e por isso já está acostumado a devolver desde carteiras até máquinas digitais e computadores portáteis esquecidos em seu carro. “Uma vez presenciei um assalto e fui atrás do assaltante. Quando o pegaram, ele jogou a bolsa roubada dentro do meu carro. Procurei documentos, mas não tinha nada além de papéis e R$ 365. Na época, meu aluguel custava R$ 250 por mês. Rodei um pouco para tentar encontrar a senhora que tinha sido assaltada, mas, como não a achei, fiquei com os R$ 365. É mais justo do que entregar para um policial e ele ficar com o dinheiro.” Já o guardador de carros José Carlos Freitas, 40 anos, de Porto Alegre, explica por que entregaria a carteira na delegacia: “Faço a minha parte. Fica a critério dos policiais devolver o dinheiro ou não. Cada um segue sua própria consciência.” Delação Pode não existir resposta certa ou errada, mas a pergunta que causou mais angústia foi se o entrevistado contaria a uma amiga ou amigo ter visto seu marido/sua mulher de mãos dadas com um(a) estranho(a). Em Fortaleza e Belo Horizonte, 46% disseram que sim, ao passo que em São Paulo apenas 16% contariam. No Brasil todo, 27% abririam os olhos do amigo(a). Raquel Rosário da Silva é de Belém e faz parte da maioria que não se mete no casamento dos outros. “Se eu contasse uma coisa dessas, poderiam dizer que era intriga minha ou que eu estava interessada naquela pessoa. Se a situação fosse o oposto e alguém viesse falar algo assim do meu namorado, eu também ia desconfiar. Só acredito vendo.” Paulo Cézar Souza, de Curitiba, tem 22 anos e afirma que não deixaria de alertar o amigo mesmo correndo o risco de ser acusado de mentiroso: “Se ele não acreditar em mim, digo pelo menos para ficar de olho na mulher.” Foram poucas as questões que tiveram respostas tão divididas conforme a idade do entrevistado. Enquanto 36% dos jovens brasileiros contariam ao amigo, apenas 15% daqueles com mais de 45 anos interviriam. O brasileiro vê a honestidade como algo que se aprende em casa, com a família. “Tento dar um bom exemplo para os meus filhos porque acho que ser uma pessoa correta é algo que vem de berço”, explica Luiz, 50 anos, comerciante de Porto Alegre. A doméstica Vera Moraes, 48 anos, de Curitiba, complementa: “No trabalho, se você for desonesto, alguém acaba desconfiando e você é demitido. No meu caso, para que eu possa trabalhar, é preciso que o patrão tenha confiança. Ser honesto é uma questão de sobrevivência.” GRUPO REGIONAL DE CURSOS - GRC PROFESSOR: Adm. João Silva Aluno(a) Turma: ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado Horário: ( ) 8h ( )9h ( )10h ( ) 12h ( )14h ( )15h ( )16h TESTE DE HONESTIDADE 1. Ao sair de um supermercado, você percebe que a caixa lhe deu R$ 50 a mais de troco. Você volta e devolve o dinheiro? Sim Não 2. Você bebeu demais em uma festa e suspeita que está acima do limite legal para dirigir. Você volta dirigindo para casa? Sim Não 3. Você encontrou uma brecha para sonegar imposto de renda, escondendo parte do seu rendimento. Você faz isso? Sim Não 4. O estacionamento do shopping está lotado – exceto pelas vagas reservadas a deficientes físicos. Você estaciona o carro numa dessas vagas? Sim Não 5. Você descobre que é possível fazer um “gato” da sua TV por assinatura pagando apenas um ponto. Você faz isso? Sim Não 6. Você precisa de envelopes e canetas em casa. Você os pega na empresa em que trabalha? Sim Não 7. Você encontra uma carteira na rua com R$ 100, sem endereço do dono. Você entrega a carteira numa delegacia? Sim Não 8. Você vê o marido/a mulher de sua melhor amiga/seu melhor amigo andando de mãos dadas com um estranho. Você se sente obrigado a contar ao seu amigo(a)? Sim Não 9. As toalhas do banheiro do hotel em que você está hospedado são muito bonitas e de boa qualidade. Você coloca uma delas na mala e a leva para casa? Sim Não 10. Está chovendo e você espera pelo ônibus numa longa fila. Quando o ônibus chega, você percebe que não há lugar para todos e você não vai conseguir entrar se não passar a frente das pessoas. Você fura a fila? Sim Não 11. Você está dirigindo, voltando para casa, às 9 horas da noite e a rua está quase vazia. Você excede o limite de velocidade em 20 km/h para chegar em casa mais rápido? Sim Não 12. Um amigo oferece a você, de graça, uma cópia ilegal de um caro software de computador. Você o aceita e o instala no seu computador? Sim Não
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