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Prévia do material em texto

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LEGISLAÇÃO SOCIAL I
DIREITO DE FAMÍLIA – PODER FAMILIAR, 
PROTEÇÃO DOS MENORES, INCAPAZES E DA 
MULHER
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Conhecer o instituto do poder familiar, definição, exercício e restrições legais;
2. conhecer os institutos da tutela e curatela e suas aplicações;
3. avaliar a violência doméstica, seus aspectos legais, mecanismos de proteção e órgãos de atendimento.
Antes de mais nada, o que é poder familiar?
Para responder a essa pergunta vamos conceituar poder familiar, mesmo que de forma bastante simplória,
porém, necessária para prosseguirmos em nossa caminhada.
Poder familiar é o conjunto de direito e deveres em relação à pessoa e aos filhos menores e não emancipados,
com a finalidade de propiciar o desenvolvimento integral de sua personalidade.
Qual a essência do poder familiar?
Em sua essência, são os deveres de assistência, auxílio e respeito mútuo, que se estendem até a maioridade ser
adquirida, de várias maneiras, e muda conforme a legislação vigente em cada país.
Onde podemos visualizar o que foi dito?
Bom, após a leitura do conceito de poder familiar, é importantíssimo ressaltar que o art. 226, §7°. CRFB/88 -
confere responsabilidade aos genitores no que se refere ao planejamento familiar e à condução do
desenvolvimento de seus filhos. Assim, é livre o planejamento familiar, não podendo sofrer intervenção do
Estado (paternidade responsável). Por outro lado, é deve deste mesmo Estado promover, com absoluta
prioridade, a proteção das crianças e adolescentes, consideradas, agora, seres em desenvolvimento.
Quais características podemos apontar?
"O poder familiar é irrenunciável, intransferível, inalienável, imprescritível e decorre tanto da filiação natural
quanto da filiação legal e socioafetiva". (Maria Berenice Dias)
Temos que ter em mente que, quando se fala em poder familiar, estamos nos referindo aos pais, sejam eles
biológicos ou através da família substituta (adoção). E mais, da afirmação acima, verifica-se que não se pode
renunciar ou mesmo transferir, não pode ser vendido ou cedido, assim como não perde a validade, ou seja,
independe da idade da pessoa e, a qualquer tempo é possível ajuizar ação de investigação de paternidade,
independentemente da idade.
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"O poder familiar é irrenunciável, intransferível, inalienável, imprescritível e decorre tanto da filiação natural
quanto da filiação legal e socioafetiva". (Maria Berenice Dias)
Temos que ter em mente que, quando se fala em poder familiar, estamos nos referindo aos pais, sejam eles
biológicos ou através da família substituta (adoção). E mais, da afirmação acima, verifica-se que não se pode
renunciar ou mesmo transferir, não pode ser vendido ou cedido, assim como não perde a validade, ou seja,
independe da idade da pessoa e, a qualquer tempo é possível ajuizar ação de investigação de paternidade,
independentemente da idade.
Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
Art. 1.631 Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de.
um deles, o outro o exercerá com exclusividade. Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do
poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e
filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida
ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor.
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
I - dirigir-lhes a criação e educação; II - tê-los em sua companhia e guarda; III - conceder-lhes ou negar-lhes
consentimento para casarem; IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais
não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; V - representá-los, até aos dezesseis anos,
nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento; VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; VII - exigir que lhes prestem obediência,
respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
Segundo a nossa legislação em vigor, o exercício do poder familiar compete a ambos os pais. Nesse sentido,
extraímos a lição do mestre Caio Mario "O exercício do poder familiar compete igualmente a ambos os pais,
porque filho não é só da mãe", conforme aguda observação da sociologia jurídica. Sabemos também que na
hipótese de separação, os filhos ficam com aquele que possuir melhores condições, não estamos nos referindo
unicamente à questão financeira, mas sim de propiciar condições em sentido amplo. Veja, há hipóteses em que
ocorrem discordâncias, e se forem absolutamente instransponíveis, devemos nos socorrer ao poder judiciário.
Que fique bem claro que não se trata de hipótese em que já há guarda. Igualmente devemos pedir ajuda ao
judiciário, nas hipóteses de ameaça à criança ou adolescente, nesse caso, temos o que se chama de suspensão do
poder familiar.
O que é suspensão do poder familiar? Porque ela ocorre?
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A suspensão do poder familiar ocorre quando, por ordem judicial, se priva de um ou ambos os pais,
temporariamente, do exercício (total ou parcial) do poder familiar, em benefício do filho a quem poderá ser
nomeado curador especial.
Trata-se de restrição imposta ao poder familiar, visando o bem-estar do filho menor ou incapaz, quando ocorrer
abuso de autoridade, conforme o art. 1.637, CC.
Por outro lado, a perda do poder familiar é uma medida drástica e provém naturalmente ou através de sanções
impostas aos pais pela violação de seus deveres em relação aos filhos. É, em regra, permanente e imperativa em
casos comprovadamente de abusos, em sentido amplo.
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5°, parágrafo único; III - pela
maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos
bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente (1637).
Art. 1.637 do Código Civil
Agora, O Art. 1.637 do CC:
"Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos
filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça
reclamada pela segurança do menor e seus bens, até suspendo o poder familiar, quando convenha".
Podemos exemplificar o que foi dito?
Sim, como exemplo de abuso da autoridade temos casos em que os pais mandam a criança para as ruas vender
balas, alugam as crianças para um adulto, para este mendigar com elas, e assim estarão abusando do poder
familiar.
Quando o poder familiar é suspenso, os deveres e a guarda que estão inseridos no poder familiar são tratados no
Art. 22 do ECA.
Saiba mais
Para saber mais sobre os artigos 1635 e 1638, acesse a Biblioteca Virtual!
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"Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou a mãe condenada por sentença irrecorrível, em
virtude de crime cuja pena exceda a 2 (dois) anos de prisão". Nesse caso é o crime cometido contra terceiros e
não contra o próprio filho. A sentença transitada em julgado, com pena superior a dois anos, servirá de prova
para o processo que irá requerer a suspensão do poder familiar. Observe o fato de que o poder familiar é
suspenso em face de quem estiver na situação descrita no 5 único do artigo. Se, por exemplo, o pai for preso
nestas condições, mas, a mãe não, o poder familiar é suspenso em face do pai e não da mãe e vice-versa, e se os
dois estiverempresos, será em face dos dois.
Observe que se uma criança recebe uma herança ou uma doação, os pais serão meros gestores daquele
patrimônio, não podendo, portanto, deteriorar o patrimônio do filho, sob pena de ter suspendido o poder
familiar, e quem irá gerir esse patrimônio passará a ser quem o juiz indicar ou o próprio MP, como curador.
Quando o artigo diz que cabe ao juiz, significa que esse poder familiar só será suspenso com o trânsito julgado da
sentença (onde não caiba mais recurso) e o juiz só se manifesta mediante a provocação do (que pode ser
provocado por qualquer pessoa) ou de quem detenha legítimo interesse, que neste caso, poderá ser qualquer
parente.
É muito importante perceber que o Ministério Público tem um papel de suma relevância. Ele atua como fiscal da
lei, se realmente estão sendo respeitados os direitos, no caso, do menor.
Pode o juiz determinar, por exemplo, alguma medida de proteção, como as que constam do artigo 101 do ECA, e
é dever dos pais fazê-la cumprir, tal como a matricula em estabelecimento de ensino fundamental, requisição de
tratamento médico, psicológico, psiquiátrico etc. As crianças não podem sofrer medidas socioeducativas, como
veremos melhor na aula 6.
Agora, passemos então a falar de uma medida ainda mais grave, que é a perda ou destituição do poder familiar.
O que seria e porque ocorre?
A perda ou a destituição do poder familiar pode ser em relação aos pais ou à própria criança ou adolescente e
quando se chega a essa condição, a situação é critica.
Trata-se de uma medida de caráter irrevogável, pois será declarada por sentença e após o trânsito em julgado, se
efetivamente os pais perderem ou forem destituídos do poder familiar, estes não possuirão qualquer vínculo
com a criança ou adolescente.
O art. 1.638, CC: "Perderá por ato judicial o poder familiar o pai e mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II
- deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir,
reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente".
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Nota-se que tal medida visa evitar os maus tratos físicos e psicológicos e qualquer tipo de crime praticado contra
o filho. Um castigo imoderado, seja ele psicológico ou físico, irá gerar maus tratos que, por ser genérico, pode ser
físico, psicológico, lesão corporal, cárcere privado etc.
O que seria deixar o filho em abandono?
Deixar o filho em abandono é deixar o filho em perigo. Presume-se que o perigo, o abandono material e o
abandono do incapaz são crimes. E ainda, a prática de atos contrários à moral, como por exemplo, o abuso sexual.
Para finalizar o tema, ressaltamos que ocorre a extinção do poder familiar nas hipóteses do artigo 1535 do
Código Civil, ou seja, "pela morte dos pais ou do filho; 11 - pela emancipação, nos termos do art. 5°, 4 único; - pela
maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do art. 1.638".
Passamos agora a tratar da TUTELA e, como é de praxe, vamos àquela pergunta básica:
O que significa tutela no universo jurídico?
Os artigos 1.728 a 1.766, do Código Civil, vão conceituar o assunto que vamos discutir.
Tutela
Conceito
Tutela é o poder conferido a uma pessoa capaz, por meio de uma decisão judicial, para reger a pessoa de um
incapaz e administrar seus bens. Lembra-se do artigo 1728?
Artigo 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.
Trata-se de uma medida que visa suprir o poder familiar. Em consonância com o
artigo 36 do ECA, na hipótese de ser deferida a tutela, pressupõe-se a prévia decretação da perda ou suspensão
do poder familiar.
Nota-se que a tutela possui um caráter dúplice na lição de Roberto João Elias: “proteger pessoa do incapaz e
administrar seus bens.” Isso quer dizer que na falta de seus genitores (pela destituição do poder familiar ou pela
morte), deverá ser nomeado um tutor para cuidar dos interesses do menor, até que este tenha condições de
praticar os atos da vida civil. Dito isso, temos três tipos de tutela no nosso ordenamento jurídico: Testamentária,
Legítima e Dativa, às quais exporemos a seguir:
1- Testamentária
(arts. 1.729 e 1.730, CC): ocorre quando o tutor é nomeado pelos pais conjuntamente através de testamento ou
documento autêntico (perante o tabelião ou com reconhecimento de firma).
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico.
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Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder
familiar.
Se mais de um tutor foi nomeado sem ser indicada a ordem de preferência, deve-se entender que a tutela foi
deferida ao primeiro que foi consignado (art. 1.733 , § 1º., CC).
Os pais somente têm legitimidade para nomeação se, ao tempo de sua morte, estiverem no exercício do poder
familiar. (art. 1730 CC).
Se a nomeação foi feita por aquele que faleceu, não terá eficácia se outro estiver vivo no exercício do poder
familiar. Agora, se houver ausência, prevalecerá a vontade do outro.
2- Legítima (art. 1.731, CC): quando recai sobre parentes consanguíneos do menor na falta de tutor nomeado
pelos pais.
Há nessa hipótese uma ordem de preferência (ascendente, colaterais), que poderá ser deixada de lado em
beneficio da criança ou adolescente por questão de afinidade ou afetividade, lembrando que o desejo é o que for
melhor para
o menor.
3- Dativa (art. 1.732, CC): Quando o tutor for nomeado pelo juiz nas hipóteses de exclusão, recusa ou remoção
por idoneidade do tutor.
O nosso código civil elenca do artigo 1735 aqueles que são incapazes de exercer a tutela. Contudo, devemos
lembrar que o rol é meramente exemplificativo e que não faz distinção entre as causas de impedimento e as
causas de exclusão do exercício da tutela.
Na verdade, a tutela é o que se denomina de encargo (responsabilidade), que se assume em decorrência da lei ou
pela nomeação, mas pode ser escusada nos casos expressos em lei como, por exemplo, aqueles com mais de
sessenta anos de idade, mulheres que são casadas, os que residirem longe do local onde deve ser exercida a
tutela, aquele que não for parente desde que haja parente que possa exercê-la e outros.
Percebemos que a tutela possui um caráter absolutamente pessoal e, isso quer dizer que cessará pela morte, ou
seja, que não passará para os possíveis herdeiros, assim como cessará pela maioridade, por negligência, em
proveito próprio (prevaricação), emancipação ou adoção.
É importantíssimo ressaltar que somente aqueles que estiverem na livre administração de seus bens, que não
tenham obrigações para com o menor, os inimigos do menor ou de seus pais, os excluídos por testamento não
poderão exercer a tutela.
E mais, também estão impedidos os que foram condenados por crime de furto ou de roubo, estelionatos,
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena (ver art. 1735 CC).
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Percebemos que a intenção do nosso ordenamento é resguardar os interesses do menor, de todas as formas,
para tentar evitar qualquer tipo de violação aos seus direitos.
Assim, observamos que o nosso código civil trata das hipóteses de destituição da tutela, faremos referência à
remição dos artigos 38 e 24 do ECA e um breve comentário acerca das hipóteses que poderão ser destituídas.
Da Duração do Trabalho
Art. 411 - A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais relativas à duração do trabalho
em geral, com as restrições estabelecidas neste Capítulo.
Muito oportuno, Roberto João Elias, citando Walter Moraes, no sentido de que a destituição da tutela implica em
extinguir inteiramente o vínculo pessoal e jurídico da família com o pupilo, só restando a responsabilidade de
ordem patrimonial, sendo necessária outra relação de proteção ao menor, análoga ao pátrio poder, caso
contrário, o menor ficarásob tutela do Estado.
Não precisa nem mesmo nos estender para percebermos que a preocupação do nosso legislador é de zelar pela
assistência moral e material, sem esquecer que também inclui aqui a pessoa, o patrimônio, a educação, pois sem
sombra de dúvida são cuidados extremamente necessários para o menor (criança e adolescente), ainda em
desenvolvimento.
Tutela x Poder familiar:
Agora trataremos de outro instituto que muito se assemelha à tutela, que é a Curatela. Para que você possa
acompanhar o conteúdo, confira na Biblioteca Virtual os artigos 1767 a 1783!
Qual a finalidade da Curatela?
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Tem como finalidade, desde que demonstrada judicialmente, gerir a pessoa, assim como administrar seus bens
ou ainda administrar somente os bens dos incapazes, sejam eles menores ou maiores, diante de enfermidades
(doença mental) ou ainda aqueles que temporariamente não estão em pleno gozo de sua capacidade (pródigo
/gastador). A curatela dirige-se àqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para os atos da vida civil.
Logo no artigo 1767 do Código Civil, temos as hipóteses de interdição. São claras as circunstâncias que ensejam a
curatela. A interpretação do artigo é que as pessoas ali enumeradas devem ser interditadas, ou seja, o
esquizofrênico, o que sofre do mal de Alzheimer, o louco, o surdo-mudo que não sabe se exprimir com precisão,
os alcoólatras e os viciados habituais; não são aqueles que conseguem abstenção, são os que possuem retardo
mental e os pródigos.
(I – aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da
vida civil; II – aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; III – os deficiente
mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; ).
Se curatelado possuir bens, poderão ser vendidos?
Os bens do curatelado poderão ser alienados (vendidos), desde que comprovada a vantagem da venda para o
incapaz, não se esquecendo de que o Ministério Público necessariamente deverá atuar nesta hipótese, assim
como o curador especial (Defensor) e, após a avaliação judicial, poderão ser alienados com a expedição do
competente alvará. Observe que a curatela pode ser parcial ou total e isso dependerá muito do grau do problema
apresentado.
Tomemos como exemplo o autista: pode ter uma interdição total ou parcial, isso vai depender do grau de seu
afastamento da realidade, o pródigo que em tese pode praticar todos os atos, menos dispor de seus bens.
Convém ressaltar que a autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado. O
procurador dos pais será também o dos filhos do curatelado: esse processo é a chamado de curatela prorrogada.
Chamamos sua atenção para o artigo 1769 do Código Civil Art. 1.769. Na verdade, os próprios autores ressaltam
que, antes, a interdição por parte do Ministério Público só ocorria no caso de loucura furiosa, denominada de
violenta ou, no caso do louco não violento, quando não tivesse quem promovesse sua interdição. Atualmente, o
Ministério Público pode promover a interdição no caso de doença mental grave, ou seja, pode interditar tanto o
louco furioso, como o louco não violento, basta que seja doença mental grave.
Interdição do Ministério Público
Chamamos sua atenção para o artigo 1769 do Código Civil Art. 1.769. Na verdade, os próprios autores ressaltam
que, antes, a interdição por parte do Ministério Público só ocorria no caso de loucura furiosa, denominada de
violenta ou, no caso do louco não violento, quando não tivesse quem promovesse sua interdição. Atualmente, o
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Ministério Público pode promover a interdição no caso de doença mental grave, ou seja, pode interditar tanto o
louco furioso, como o louco não violento, basta que seja doença mental grave.
O Ministério Público só promoverá interdição: I - em caso de doença mental grave; II - se não existir ou não
promover a interdição alguma das pessoas designadas nos incisos 1 e II do artigo antecedente; III - se, existindo,
forem incapazes as pessoas mencionadas no inciso antecedente.
A Curatela poderá ser de dois tipos
1) LEGÍTIMA: Quando é nomeado um cônjuge, companheiro. Não havendo cônjuge (pai ou mãe), descendente
mais apto ou parente, será nomeado um curador dativo.
2) DATIVA: Será nomeado alguém que não seja parente pelo juiz, que sempre decide observando o melhor para
o incapaz, pois o nomeado deverá cuidar da pessoa e tomar todas as medidas para o tratamento e, na
impossibilidade de conviver em sociedade, providenciar a internação dele.
Todo esse procedimento deverá ser realizado através de processo judicial de interdição, o qual será submetido à
perícia para avaliação e levado a juízo em regra para audiência denominada Audiência de impressão pessoal
(AIP), na qual o juiz efetivamente vai avaliar o mérito do pedido, ou seja, haverá interdição quando forem
prolatados a sentença e os limites da curatela.
Lei Maria da Penha
Para finalizarmos nossa aula, vamos tratar da proteção da mulher dando enfoque à Lei Maria da Penha. A
mulher, ao longo dos tempos, passou a ocupar gradativamente o seu lugar no contexto social, político e
econômico. A prova disso e que temos hoje no patamar mais alto da nossa esfera de governo a presidente da
república.
Violência contra a mulher
Dentre todos os tipos de violência contra a mulher existentes no mundo, aquela praticada no ambiente familiar é
uma das mais cruéis e perversas. Visando coibir essas práticas abusivas de violência contra a mulher tornou-se
imperativo tomarmos alguma providência para tentar minimizar os efeitos devastadores e traumáticos fruto de
tais práticas.
O que espera do aconchego do seu lar?
O que você espera do aconchego do seu lar? Resposta simples, tranquilidade harmonia, paz... Contudo, o que se
percebe é que, ao contrário, temos um ambiente hostil, perigoso, trazendo muitas incertezas. As agressões aqui
mencionadas não são somente físicas, mais sexuais, psicológicas, morais, econômicas, trazendo à tona as
desigualdades ainda existentes.
Ambiente de temor
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Não resta dúvida alguma dos efeitos que a violência no lar causa à mulher: a baixa autoestima, o temor, a
instabilidade, sem saber porque efetivamente a agressão ocorreu, ocorre e ocorrerá. Isso sem contar a vergonha
de ter que encarar aqueles que a cercam.
Intervenção Estatal
Diante desse quadro caótico, houve a necessidade da intervenção estatal, para tentar minimizar os efeitos
causados, por meio de efetivação de políticas públicas adequadas, com mecanismos de discriminação positiva ou
de ações afirmativas, capazes de reduzir os índices alarmantes e crescentes de violência doméstica.
Lei 11.340
Mais conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340 entrou em vigor em 22/09/06, procurando criar os
mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, dispondo sobre a criação
dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher e estabelecer medidas de assistência e proteção
às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Garantia de Proteção
Era uma lei muito aguardada pela sociedade como um todo, principalmente aquelas dedicadas à tutela dos
direitos da mulher, para enfim garantir de forma inequívoca a proteção, e punição de forma mais severa para tais
práticas.
Ideia do Legislador
A ideia do legislador foi criar mecanismos de proteção de urgência com a possibilidade inclusive de prover
alimentos e do agravamento da pena, sendo certo que essa ampliação da pena incluiu a violência física, psíquica,
sexual, com a consequente violação dos direitos humanos.
Artigos 5° e 7°
Os artigos 5° e 7° determinam o âmbito de incidência da Lei, pois são eles que definem o que configura e quais as
formas de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Mais quem está sujeito à proteção legal?
Podemos concluir que qualquer mulher está por ela protegida, independente da idade, resguardadas as leis
especiais,ou seja, o ECA e o Estatuto do Idoso, isso porque a lei em questão não se restringe à violência
doméstica, abrangendo, igualmente, a violência familiar, do que não estão livres, infelizmente, crianças,
adolescentes e idosos.
Vamos trazer agora inovações da lei, algumas já mencionadas:
• Permite à autoridade policial prender o agressor em flagrante sempre que houver qualquer uma das 
formas de violência contra a mulher.
• Proíbe a aplicação da lei dos juizados especiais criminais (Lei. 9.099/1995) aos crimes praticados com 
violência doméstica e familiar contra a mulher.
• Tipifica e defina a violência doméstica e familiar contra a mulher.
• Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher como física, psicológica, sexual, patrimonial 
•
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• Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher como física, psicológica, sexual, patrimonial 
e moral.
• Renuncia a denúncia somente perante ao juiz.
• Independe de orientação sexual.
• O agressor não poderá entregar intimação.
• Proíbe penas em dinheiro (cestas básicas).
• Permite acompanhamento por defensor e notificação de todos atos processuais, incluindo a saída do 
agressor da prisão.
• Alteração da Lei de Execuções Penais para permitir que o juiz determine o comparecimento obrigatório 
do agressor a programas de recuperação e reeducação.
• Aumenta a pena de lesão corporal, no caso dela ser praticada contra ascendente, descendente, irmão, 
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou ainda, prevalecendo-se o agente 
das relações domésticas, de coabitação ou hospitalidade.
• Uma vez feita a ocorrência na delegacia de polícia, o Ministério Público apresentará a denúncia ao juiz e 
poderá propor penas de 3 meses a 3 anos de detenção.
Perceba que há vedação da aplicação de pena de cestas básicas, pelo reflexo e resultados frustrantes e pelo
simples fato de não poderem, em caso de descumprimento injustificado por parte do réu, ser convertidas em
pena privativa de liberdade.
Segundo o Mestre Marcelo Lessa Bastos "Não vedou a Lei, no entanto, se cabível, a aplicação das outras penas
restritivas de direitos que, se descumpridas, são passíveis de conversão em prisão, na forma do art. 44, 5 4°, do
Código Penal".
Ainda segundo o Mestre Marcelo Lessa Bastos "Quer dizer que independente da pena cominada, seja julgado por
tal infração penal e, na hipótese de condenação, seja-lhe aplicada uma pena que, ainda que venha a ser
substituída por pena restritiva de direitos, possa, em caso de descumprimento injustificado, ser convertida em
prisão, de modo que o apenado se sinta afligido com a sanção penal imposta e, deste modo, seja demovido da
ideia de persistir na prática de infrações penais deste jaez".
A lei foi muito feliz quando ampliou o conceito e trouxe para as relações que tenham por objeto a união de
mulheres homossexuais, dizendo que independe o papel que ela ocupe na relação, visto que está protegida pela
lei, bastando estar enquadrada no conceito biológico de mulher.
Acesse e Biblioteca Virtual, par5a visualizar o artigo 5° do Código Civil.
Violência doméstica e familiar
Vejam que a lei propicia, no artigo 9°, a assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
invocando a Lei de Assistência Social, SUS, Sistema Único de Segurança Pública e outras políticas públicas de
proteção, emergenciais quando forem necessárias.
E mais, em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência,
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os procedimentos que constam do art. 12, sem prejuízo
daqueles previstos no Código de Processo Penal.
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No capitulo da Lei que trata das medidas de urgência, recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao
juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas...
Temos também medidas protetivas de urgência que poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida e ainda conceder novas medidas.
Ainda seguindo as medidas de proteção dos artigos seguintes, poderá o juiz adotar as medidas do artigo 23,
quando necessário, sem prejuízo de outras medidas. Já o artigo 24, para a proteção patrimonial dos bens da
sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, o
rol do artigo mencionado, dentre outros.
Tão importante quanto as medidas acima, é deixar assinalado que os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser
integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
O que vem na próxima aula
•Criança e Adolescente: seus direitos e mecanismos de proteção;
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• conheceu e analisou o instituto do poder familiar e sua abrangência;
• conheceu também os institutos da tutela e curatela e suas aplicações;
• avaliou a violência doméstica, seus aspectos legais, mecanismos de proteção e órgãos de atendimento.
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	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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