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Mercosul: Blocos Econômicos Mundiais

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BLOCOS ECONÔMICOS MUNDIAIS: 
Mercosul 
Acadêmico: Arthur Vinicius da Rocha Soares
Professora: Maristela 
Disciplina: Regionalização do Espaço Mundial I
Marechal Cândido Rondon – PR 
09 de fevereiro de 2023
Introdução:
O MERCOSUL é uma organização intergovernamental formada, atualmente, por todos os Estados da América do Sul, contando com Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela como sendo membros efetivos, e com a Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname, estes como membros associados. Os primeiros que foram citados são os que têm mais importância e força no bloco, ou seja, têm maior poder de atuação, participando dos principais acordos e possuindo maior interação comercial; já os outros, não participam integralmente do bloco, participam apenas de alguns acordos e não lhes são conferidos o poder de voto nas decisões mais relevantes.
O bloco econômico foi fundado através do Tratado de Assunção, em 1991, a priori, com a finalidade de realização e facilitação de fatores econômicos entre os países acordantes do tratado, onde os mesmos poderiam se ajudar e cooperar no intuito econômico e mercantil. Posteriormente, com a tentativa da implementação da União Aduaneira, se acrescentou a livre circulação de bens, serviços e pessoas, contando também, com a homogeneização de taxas alfandegárias, além de tentar harmonizar suas leis para facilitar e fortalecer o processo de integração entre os países concordantes. 
Com a união desses Estados, formando um bloco econômico, a ideia era conferia-lhes uma força de atuação muito maior do que se atuassem de forma isolada e independente. Além dos objetivos iniciais, que deram fundamento a formação do bloco, de cunho propriamente econômico, o MERCOSUL passou a abranger a sua agenda, e começou a implementar temas, além daqueles que tratam de economia, os que tratam de cunho político, sociais, de direitos humanos e de cidadania. Pode-se dizer que são dois os grandes marcos dessa nova atuação no campo da área da cidadania e sociedade. São eles, o plano de ação para o Estatuto da Cidadania do MERCOSUL e o plano estratégico de ação social, um criado em 2010 e o outro em 2011, respectivamente.
Histórico:
Na década de 70, o Brasil atravessou um período conhecido por “milagre econômico”, em que houve crescimento econômico acelerado e ampla industrialização. Por sua vez, a Argentina experimentou um declínio de seu modelo agroexportador, o qual reduziu sua importância e alcance internacional. Com o surto de crescimento econômico obtido pelo Brasil, surgiram novos interesses em relação aos países vizinhos, notadamente a busca de novas fontes de energia e aproveitamento da rede hidrográfica de forma conjunta, iniciativas que poderiam sustentar o desenvolvimento do país. 
A maior penetração brasileira nos países vizinhos e o “milagre econômico”, aliados a visões geopolíticas dos militares brasileiros e argentinos (que estavam no poder à época), suscitaram desconfianças da Argentina em relação à política externa brasileira. As desconfianças argentinas se materializaram na oposição à construção da usina hidrelétrica de Itaipu, o que criou um conflito de alcance internacional, deixando em clima de tensão as relações bilaterais entre os países durante uma década. 
A superação do conflito ocorreu com a celebração, em 1979, do acordo Itaipu-Corpus. A partir daí, ocorreu uma reaproximação entre Argentina e Brasil, possibilitando mais tarde a integração econômica entre os dois países e, futuramente, a constituição do MERCOSUL. As origens do MERCOSUL remontam, portanto, à década de 80, quando houve um relativo incremento da cooperação bilateral entre Brasil e Argentina. Anteriormente, os dois países possuíam uma relação bilateral de natureza conflitiva, marcada por uma disputa pela hegemonia regional. A existência de regimes ditatoriais acentuava ainda mais a rivalidade e, ao mesmo tempo, contribuía para a ideia de que havia um risco de conflito entre eles. 
Porém, percebeu-se que a integração seria benéfica aos dois países, permitindo-lhes obter maior desenvolvimento e crescimento econômico. Isso nos permite afirmar que, ao contrário da União Europeia, o que motivou a aproximação bilateral entre Brasil e Argentina foi fundamentalmente o aspecto econômico-comercial. Entretanto, houve também aspectos políticos que aproximaram os dois países. 
Na década de 80, Argentina e Brasil possuíam algumas semelhanças políticas e econômicas que os aproximava. Ambos haviam mudado o regime político, instaurando a democracia após o fim do regime militar, o que os levava a sentir a necessidade de consolidar o processo democrático. Ao mesmo tempo, percebiam a importância de criar alianças para fortalecer-se nas relações econômicas internacionais. Os problemas econômicos que Brasil e Argentina atravessavam também eram bastante parecidos. A dívida externa dos dois países era bastante elevada e ambos os governos adotavam medidas para controlar a alta inflação. 
Em 1985, Brasil e Argentina assinaram a Declaração de Iguaçu, que estabeleceu as bases da cooperação bilateral econômica entre os dois países. No ano seguinte, em 1986, foi assinado entre os ex-presidentes José Sarney e Raúl Alfonsin o Tratado de Cooperação Econômica, por meio do qual foi estabelecido o PICE (Programa de Integração e Cooperação Econômica), que visava a incrementar a cooperação econômica entre os dois países. Em 1988, foi assinado, também por esses dois países, o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, que tinha como objetivo estabelecer as bases para uma área de livre comércio entre Brasil e Argentina. 
Lançadas as bases do MERCOSUL, este bloco regional foi constituído por meio do Tratado de Assunção, assinado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A celebração do Tratado de Assunção foi motivada nitidamente por aspectos econômico-comerciais, já que os 4 (quatro) países perceberam que teriam muito maior poder negociador caso atuassem em conjunto. Com efeito, as origens do MERCOSUL remontam a um contexto global em que se vivia ampla abertura comercial, seja em âmbito multilateral ou regional.
Em junho de 2012, devido à destituição do Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o Protocolo de Ushuaia foi invocado para suspender o Paraguai da participação no MERCOSUL até que sejam realizadas novas eleições presidenciais naquele país. Com a suspensão do Paraguai, abriu-se caminho para a adesão da Venezuela, que ocorreu em 31 de julho de 2012. Com a realização de novas eleições no Paraguai, foi revogada a suspensão do Paraguai. A mais recente reunião de cúpula do MERCOSUL, realizada em 29 de julho de 2014, marcou o retorno oficial do Paraguai ao bloco. 
Hoje, temos as seguintes categorias de membros no MERCOSUL: 
a) membros efetivos: Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai. 
b) membros associados: Chile, Equador, Peru, Colômbia, Guiana e Suriname. 
c) membro em adesão: Bolívia. 
Conceituação:
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é um processo de integração regional conformado inicialmente pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai ao qual recentemente incorporaram-se a Venezuela e a Bolívia, esta última em processo de adesão.
Os idiomas oficiais do Mercosul são o espanhol e o português. A versão oficial dos documentos de trabalho será a do idioma do país sede de cada reunião. Desde 2006, através da Decisão CMC N° 35/06, foi incorporado o Guarani como um dos idiomas do bloco.
O MERCOSUL é um processo aberto e dinâmico. Desde sua criação teve como objetivo principal propiciar um espaço comum que gerasse oportunidades comerciais e de investimentos mediante a integração competitiva das economias nacionais ao mercado internacional. 
Objetivos integralistas:
Um mercado comum pressupõe: 
i) Livre circulação de bens e serviços; 
ii) Política comercial comum em relação a terceiros países e; 
iii) Livre circulação dos fatores de produção. 
Em um mercado comum, assume-se a existência das “quatro liberdades” do mercado: livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais.
A livre circulaçãode bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições não-tarifárias á circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente.
O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais.
A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes – de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes.
O compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração.
Participação do Brasil no bloco:
Dentre todos os países que compõem o MERCOSUL, o Brasil é o que detém o maior poder econômico. O PIB brasileiro é de US$ 498,7 bilhões. Atrás, temos a Argentina com um PIB de US$ 153,9 bilhões, e o Uruguai e Paraguai com US$ 14,7 bilhões e US$ 6,5 bilhões, respectivamente.
Obviamente, pelo fato de ter maior poder econômico e haver tanta disparidade do PIB brasileiro em relação ao dos outros países, o Brasil encontra-se numa posição de privilégio, sendo ele visto como líder entre os demais.
Não somente, devido ao fato de ser o maior economicamente, ter o maior desenvolvimento industrial (contrapondo, por exemplo, ao Paraguai que concentra sua renda ainda na agropecuária), o Brasil ainda encontra-se em vantagens, devido sua maior população e sua posição geográfica privilegiada em relação aos outros países.
Em contraponto, diante da disparidade econômica entre os países, o Brasil adota políticas a fim de atenuar tal situação, como investimentos em outros países do bloco e os financiamentos e empréstimos de bancos de desenvolvimento (BNDES) a atividades produtivas nos países menos favorecidos, que geram renda no país, geram a possibilidade de venda de novos bens, e aprimoramento dos parques produtivos.
Reforçando assim, o multilateralismo intrínseco nos pilares do MERCOSUL (ideal que prevê a cooperação entre os países em questões políticas, sociais e econômicas a fim de quebrar barreiras entre as nações)
Participação do Mercosul no plano internacional:
É importante frisar que, em se tratando da atuação do MERCOSUL no plano internacional, sua relação com a União Europeia é muito forte, na qual houve, inclusive, uma negociação para um acordo de Livre-Comércio com outro bloco europeu (a EFTA – Associação Europeia de Livre-Comércio). Cogita-se, atualmente, em virtude da saída do Reino Unido da UE, uma aproximação entre o país e o bloco sul-americano.
O MERCOSUL também tem um relacionamento externo com países da África, Oriente Média e Ásia, no qual, o bloco tem um Acordo de Comércio Preferencial realizado com a União Aduaneira da África Austral (SACU). O bloco, entretanto, teve com a Índia o primeiro Acordo Preferencial de Comércio fora do continente americano e este é o único acordo que o MERCOSUL tem vigente com um país asiático. Não obstante, o bloco também tem acordos de Livre-Comércio com Israel e o Estado da Palestina (reafirmando dessa forma o interesse do bloco em expandir suas negociações no “Oriente Médio e no mundo árabe).
O MERCOSUL também possui relações com Canadá e México. No caso do Canadá, o bloco se tornou signatário de um Acordo de Investimento e Cooperação em 1998. Em 2005, o Canadá e o MERCOSUL realizaram um encontro para discutir comércio e investimento e a possibilidade de um acordo entre os dois lados.
Conclusão:
O Mercado Comum do Sul é um dos principais blocos da atualidade, fundado em 1991 pelo Tratado de Assunção e com suas bases institucionais estabelecidas pelo Tratado de Ouro Preto, de 1994, o primeiro dos segmentos do Tratado assinado em 91. Como observado, um de seus objetivos é uma integração econômica para o desenvolvimento da região. O bloco adota medidas que contemplam a seara econômica, como o livre comércios de mercadoria dos países membros e, desde quando se tornou uma União Aduaneira, a Tarifa Externa Comum (a taxa para produtos externos aos países do bloco), dentre outras. Em sua agenda também é prevista pautas voltadas a outros cunhos, como social, democrática e humanitária, inseridas no cotidiano do cidadão.
É necessário enfatizar que o MERCOSUL está sempre em construção e modificações, é um processo dinâmico, que se adequa aos momentos políticos, sociais e econômicos passados por seus membros e pelo mundo. Além disso, com frequência observa novos acordos e tratados a fim de fortalecer a economia e a integração, que não são estáticas, mas estão sempre em movimento. O MERCOSUL tem um grande poder de atuação, mesmo com as crises que afligem os países membros e o mundo. Mesmo com um ainda alto poder de atuação, é importante ressaltar sobre a eficácia do bloco e se ele se fortalece ou enfraquece com as crises. No dia de hoje não se pode afirmar sobre os rumos tanto do MERCOSUL e como outros blocos, pois há constantes mudanças e inclinações para ambos os lados. Vale citar, como exemplo, a Venezuela, que vive uma crise humanitária e gera, constantemente, debate entre os países que compõe o bloco, com até a sua suspensão ocorrida, em 2016, acusada de violar a Cláusula Democrática.
Independente do futuro de bloco e mesmo com as brechas presentes, não se tornando uma união aduaneira perfeita, o MERCOSUL possui um alto poder de atuação. Embora não seja perfeita, há a presença de uma Tarifa Externa Comum (TEC) que norteia a taxação dos produtos dos demais países, bem como as facilidades de circulação de bens entre os países, com a redução das tarifas. Ademais, há os acordos contemplando outras áreas, como a Cláusula Democrática, que repercutiu na situação da Venezuela, já explicitada, e a própria vida do cidadão, como não precisar de visto e de passaporte para visitar outros países do bloco.
Referências Bibliográficas:
MERCOSUL. O que é o MERCOSUL? Disponível em: https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/em-poucas-palavras/#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20o%20MERCOSUL,o%20espanhol%20e%20o%20portugu%C3%AAs. Acesso em: 08 fev. 2023. 
SEMANA DE MOBILIZAÇÃO CIENTÍFICA, 2019, Salvador. MERCOSUL: ORIGEM HISTÓRICA, ATUAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO BLOCO. Salvador: Semoc, 2019. 15 p. Disponível em: http://ri.ucsal.br:8080/jspui/bitstream/prefix/1327/1/MERCOSUL%3A%20origem%20hist%C3%B3rica%2C%20atua%C3%A7%C3%A3o%20e%20participa%C3%A7%C3%A3o%20do%20Brasil%20no%20bloco.pdf. Acesso em: 08 fev. 2023.

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