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Campo-2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
 
 
INSTITUTO DE BIOLOGIA 
 
 
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS 
 
 
 
Livro da Disciplina ECR 03 
 
ECOLOGIA DE CAMPO 
 
2º SEMESTRE DE 2005 
 
Organizadores: 
Ariovaldo Antonio Giaretta 
Kátia Gomes Facure 
Ricardo Ildefonso Campos 
 
 
 
Coordenador do Curso de Pós-Graduação: 
Kleber Del Claro 
 
 
Uberlândia 
Novembro de 2005 
 ii
Apresentação 
 
Este livro contém os trabalhos realizados pelos alunos da disciplina Ecologia de 
Campo, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais da 
Universidade Federal de Uberlândia. 
A disciplina foi ministrada no Parque Estadual de Caldas Novas (PESCAN), Caldas 
Novas, GO, no período de 18 de outubro a 03 de novembro de 2005 e teve como objetivos 
identificar diretamente na natureza problemas ou questões que puderam ser transformadas em 
hipóteses e, a partir destas hipóteses, elaborar premissas e testá-las durante o curso. 
Esses objetivos foram alcançados através de práticas orientadas, abordando conceitos 
e questões de interesse ecológico, de ecologia comportamental ou de história de vida. As 
práticas foram conduzidas de forma a gerar resultados quantitativos, passíveis de análises 
estatísticas. Na primeira etapa da disciplina foram desenvolvidos projetos de um dia em 
grupos e ao final da disciplina os alunos desenvolveram um projeto individual. 
 
 
Ariovaldo Antonio Giaretta e Kátia Gomes Facure 
Coordenadores da Disciplina 
 iii
Professores colaboradores 
 
Celine de Melo (IB, Universidade Federal de Uberlândia) 
Glein Monteiro de Araújo (IB, Universidade Federal de Uberlândia) 
Heraldo L. Vasconcelos (IB, Universidade Federal de Uberlândia) 
Ivan Schiavini (IB, Universidade Federal de Uberlândia) 
John Du Vall Hay (ECL, Universidade de Brasília) 
Helena Castanheira de Morais (ECL, Universidade de Brasília) 
Paulo Eugênio Oliveira (IB, Universidade Federal de Uberlândia) 
Ricardo Ildefonso Campos (PG Ecologia e Conservação de Recursos Naturais – UFU) 
Solange Cristina Augusto (IB, Universidade Federal de Uberlândia) 
 
Monitor 
Ronan Caldeira Costa (PG Ecologia e Conservação de Recursos Naturais – UFU) 
 iv
Agradecimentos 
 
 À direção do Parque Estadual de Caldas Novas (PESCAN) pela permissão de trabalho 
na área e pelo apoio logístico. 
 Aos funcionários do PESCAN pelo apoio nos trabalhos de campo e laboratório. 
 Aos professores colaboradores por terem aceitado o convite para participar da 
disciplina, pela contribuição nos projetos em equipe e discussão dos projetos individuais. 
 Ao aluno Ronan Caldeira Costa pelo auxílio como monitor da Disciplina. 
 À Universidade Federal de Uberlândia por disponibilizar os recursos financeiros. 
 v
Programa 
 
Data Professores Atividades 
18/10 Ariovaldo A. Giaretta 
Glein Monteiro de Araújo 
Ivan Schiavini 
Chegada ao PESCAN 
19/10 Glein Monteiro de Araújo 
Ivan Schiavini 
Projetos em grupo 
20/10 Glein Monteiro de Araújo 
John Du Vall Hay 
Projetos em grupo 
21/10 Ivan Schiavini 
John Du Vall Hay 
Projetos em grupo 
22/10 Ricardo Ildefonso Campos Troca de professores 
23/10 Helena Castanheira de Morais 
Heraldo L. Vasconcelos 
Projetos em grupo 
24/10 Celine de Melo 
Heraldo L. Vasconcelos 
Projetos em grupo 
25/10 Celine de Melo 
Helena Castanheira de Morais 
Projetos em grupo 
26/10 Ricardo Ildefonso Campos Troca de professores 
Projetos em grupo 
27/10 Paulo Eugênio Oliveira 
Solange Cristina Augusto 
Projetos em grupo 
28/10 Paulo Eugênio Oliveira 
Solange Cristina Augusto 
Projetos em grupo 
29/10 Paulo Eugênio Oliveira 
Solange Cristina Augusto 
Projetos em grupo 
30/10 Ariovaldo Antonio Giaretta Projeto individual 
31/10 Ariovaldo Antonio Giaretta Projeto individual 
01/11 Ariovaldo Antonio Giaretta Projeto individual 
02/11 Ariovaldo Antonio Giaretta Projeto individual 
03/11 Ariovaldo Antonio Giaretta Retorno à Uberlândia 
 vi
Projetos em Grupo 
Chave Dicotômica para 57 espécies do cerrado sensu strictu no platô do 
PESCAN 
01 - 04 
Comparação florística e estrutural entre trechos de cerrado sensu stricto ao 
longo de um gradiente edáfico e altitudinal no Parque Estadual da Serra de 
Caldas Novas (PESCAN), GO 
05 - 13 
Variação espacial na predação de frutos de Syagrus flexuosa (Arecaceae) em 
três áreas de cerrado sensu stricto, no Parque Estadual de Caldas Novas, GO 
14 - 17 
Descrição da estrutura de duas áreas de Cerradão no Parque Estadual da 
Serra de Caldas Novas, Goiás 
18 - 23 
Investimento no Crescimento de Módulos em Caryocar brasiliense A. St.-
Hil.: evidências de Trade-Off? 
24 – 29 
Freqüência de danos por pilhadores de néctar em flores de Tocoyena formosa 
(Cham. & Schitdl.) K. Schum. 
30 – 33 
Investimento reprodutivo de quatro espécies de Arecacea no Parque Estadual 
de Caldas Novas, Goiás 
34 - 37 
Visitantes Florais de Caryocar brasiliense Camb. e Palicourea rigida Kunth 
na transição das estações climáticas (seca-chuvosa) no Parque Estadual da 
Serra de Caldas Novas, GO. 
38 – 43 
Levantamento preliminar da avifauna em um gradiente de Cerrado do Parque 
Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás 
44 – 49 
Ontogenia e características edáficas determinam a susceptibilidade de 
Caryocar brasiliense à herbivoria foliar? 
50 – 53 
Existem diferenças no dano foliar causado por herbívoros e patógenos entre 
plantas sempre verdes e decíduas? 
54 – 58 
Avifauna em áreas perturbadas e não-perturbadas no Parque Estadual da 
Serra de Caldas Novas, GO. 
59 – 65 
Visitantes florais em manchas de Vellozia sp. 66 – 70 
Distribuição e oferta de recursos florais de Vellozia sp. em uma área de 
Campo Rupestre no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, GO 
71 – 75 
Disponibilidade de recursos e comportamento de forrageamento de beija-
flores em Palicourea rigida (Rubiaceae) em uma área de cerrado 
76 - 81 
 vii
Projetos Individuais 
Distribuição espacial de Stryphnodendron polyphyllum Mart. em área de 
cerrado sensu stricto no PESCAN – Caldas Novas – GO........................... 
..........................................................................Adnilton Fonseca da Costa 
82 - 85 
Variações florais de Palicourea rígida Kunt. (Rubiaceae) no Parque 
Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás...Adriana de Oliveira Machado 
86 - 91 
Abundância de formigas (Formicidae) e cupins (Isoptera) de solo em área 
aberta (campo sujo) e área fechada (mata semi-decídua) no Parque 
Estadual da Serra de Caldas – GO................................Alan Nilo da Costa 
92 – 96 
Relações entre fogo, assimetria flutuante e dano foliar em Salvertia sp. 
em uma área de cerrado sensu stricto.......................André de Sousa Jorge 
97 – 103 
Relações alométricas de Caryocar brasiliense Camb em área de cerradão 
e cerrado sensu strictu no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, 
GO.......................................................................Ariane de Souza Siqueira 
104 – 108 
Troncos de árvores representam uma área de transição para artrópodos de 
serapilheira? Uma avaliação sobre a riqueza de espécies, microclima e 
efeito de área de transição.........................................Everton Tizo Pedroso 
109 – 130 
Estrutura de uma população de Stryphnodendron polyphyllum Mart. 
(“barbatimão”) em mancha de cerrado sensu stricto no PESCAN.............. 
.............................................................................Fabrício Alvim Carvalho 
131 - 139 
Densidade de tocas de tatus e seu uso por fauna comensal em dois 
ambientes no PESCAN, GO, Brasil..................Frederico Gemesio Lemos 
140 – 149 
Padrões alométricos de Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae) em 
duas fisionomias rupestres do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, 
Goiás.................................................Marina Aparecida de Oliveira e Silva 
150 – 160 
Estratificação vertical de formigas em cerrado sentido restrito na Serra de 
Caldas Novas, GO………....………………RicardoIldefonso de Campos 
161 – 176 
Aspectos ecológicos da interação Roupala montana (Proteaceae) e 
Gonioterma sp. (Lepidoptera)...........................................Ricardo V. Kilca 
177 - 191 
Distribuição espacial de Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae) ao 
longo de um gradiente altitudinal no PESCAN: um estudo de caso............ 
...................................................................Rosely Ferreira Freitas da Mata 
192 – 199 
Influência da cobertura vegetal e recurso alimentare na densidade de 
abrigos de Clyomys sp. em área de Campo Cerrado no Parque Estadual 
da Serra de Caldas Novas, GO..........Vanessa Nascimento Ramos Furtado 
200 – 205 
Crescimento em módulos do Caryocar brasiliense: um método 
alternativo para analisar a alocação de biomassa para a reprodução........... 
......................................................................Victor Hugo Paula Rodrigues 
206 – 213 
Estratégias adaptativas em plantas de cinco fisionomias de Cerrado do 
Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, GO.................Wender Faleiro 
214 - 225 
 
 1
CHAVE DICOTÔMICA PARA 57 ESPÉCIES DO CERRADO SENSU STRICTU NO 
PLATÔ DO PESCAN 
1. Folhas Simples 2
1’. Folhas compostas 39
 
2. Folhas Alternas 3
2’. Folhas Opostas ou Verticiladas 23
 
3. Presença de espinhos Solanum lycocarpum 
3’. Ausência de espinhos 4
 
4. Presença de escamas do tipo ramenta Erythroxylum suberosum
4’. Sem essa característica 5
 
5. Presença de látex 6
5’. Ausência de látex 12
 
6. Folhas laxas 7
6’. Folhas congestas 9
 
7. Folha com látex translúcido, ovadas ou elípticas, com 
pecíolo longo e fino 
Maprounea guianensis
7’. Folha com látex leitoso 8
 
8. Folhas glabras 11
8’. Folhas pilosas, com margens lisas Pouteria ramiflora
 
9. Folhas glabras 10
9’. Folhas pilosas Aspidosperma tomentosum
 
10. Borda do limbo translúcida, elípticas, nervura central 
muito espêssa 
Kielmeyera speciosa
10’. Ausência de borda translúcida no limbo Hymatanthus obovatus
 
11. Folhas elípticas, com margem serreada, ápera Brosimum gaudichaudii
11’. Folhas obovadas ou elípticas Kielmeyera coriacea
 
12. Folhas laxas 13
12’. Folhas congestas Erythroxylum tortuosum 
 
13. Folha discolor, margem ondulada, pecíolo longo Piptocarpha rotundifolia
13’. Folha concolor 14
 
14. Folhas com glândulas translúcidas no limbo Casearia sylvestris
14’. Folha sem essa característica 15 
 
15. Folhas glabras 16
15’. Folhas pilosas 19
 
 2
16. Folhas adultas muito coriáceas Licania humilis 
16’. Folhas membranáceas ou levemente coriáceas 17
 
17. Folhas com nervuras secundárias curvas Ouratea hexasperma
17’. Folhas pilosas 18 
 
18. Folhas com bordas lisas Annona crassiflora
18’. Folhas de bordas denteadas Austroplenckia populnea
 
19. Folhas elípticas, com pilosidade macia em ambas as 
faces, margem lisa 
Diospyros burchellii
19’. Folhas sem essas características 20
 
20. Folhas elípticas, com pilosidade na face inferior, 
margem lisa 
Styrax ferrugineus
20’. Folhas sem essas características 21
 
21. Folhas com elípticas ou ovadas, pilosidade macia 
somente na face inferior, margem serreada 
Roupala montana
21’. Folhas sem essas características 22
 
22. Folhas ásperas, com 8-11 cm de comprimento, borda 
lisa ou levemente serreada 
Davilla elliptica
22’. Folhas ásperas, com 15-18 cm de comprimento, com 
margem ondulada 
Curatella americana
 
23. Folhas Verticiladas 24
23’. Folhas Opostas 27
 
24. Presença de nervura coletora com nectários na base da 
folha 
Qualea parviflora
24’. Sem essa característica 25
 
25. Folhas pilosas, discolores Vochysia cinnamonea
25’. Folhas glabras 26
 
26. Folhas obovadas, coriáceas quando maduras, média de 
8 folhas por nó 
Salvertia convallariaeodora
26’. Folhas obovadas, membranáceas, média de 6 folhas 
por nó 
Vochysia rufa
 
27. Presença de nectários na extremidade da folha Lafoensia pacari
27’. Sem essa característica 28
 
28. Com látex Hancornia speciosa
28’. Sem látex 29
 
29. Nervuras curvinérveas 30
29’. Nervuras peninérveas 31
 3
 
30. Folha com borda lisa e face abaxial cor branca Miconia albicans
30’. Folha com borda crenada e face abaxial cor ferrugínea Miconia ferruginea
 
31. Folha com nervura coletora 32
31’. Folha sem essa característica 33
 
32. Folhas com ambas as faces pilosas e caule liso Qualea multiflora
32’. Folhas somente com face abaxial pilosa e caule rugoso Qualea grandiflora
 
33. Folha pilosa 34
33’. Folha glabra 36
 
34. Com tricomas ferrugíneos na face abaxial Guapira noxia
34’. Com tricomas claros na face abaxial 35
 
35. Folhas com consistência coriácea, nervura secundária 
curva 
Strichnus pseudoquina
35’. Folhas com consistência membranácea, estípulas 
intrapeciolares 
Byrsonima verbascifolia
 
36. Folhas coriáceas e com estípulas Palicourea rigida
36’. Folhas sem essas características 37
 
37. Folhas de consistência carnosa, séssil e rápida oxidação Neea theifera
37’. Sem essa característica 38
 
38. Presença de estípulas intrapeciolares, nervuras róseas Byrsonima coccolobifolia
38’. 
 
Ausência de estípulas Eugenia sp.
39. Folha composta com 2 folíolos Hymenaea sticonocarpa
39’. 
 
Composta com mais de 2 folíolos 40
40. Composta com 3 folíolos Caryocar brasiliensis
40’. Composta com mais de 3 folíolos 41
 
41. Composta palmada 42
41’. Composta penada 46
 
42. Folha oposta 43
42’. Folha alterna 44
 
43. Folíolos pilosos, terço superior dos folíolos com 
margem serreada 
Tabebuia ochracea
43’. 
 
Folíolos glabros ou levemente pilosos, coriáceos, com 
margem lisa 
Tabebuia aurea
 
44. Folhas alternas, folíolos sésseis 45
 4
44’. Folíolos peciolados, fortemente discolores Schefflera macrocarpa
 
45. Folíolos glabros Eriotheca gracilipes
45’. 
 
Folíolos pilosos Eriotheca pubecens
46. Folha composta penada 47
46’. 
 
Folha recomposta penada 54
47. Folhas paripenadas 48
47’. Folhas imparipendas 49
 
48. Folíolos pilosos nitidamente discolores Sclerolobium aureum
48’. Folíolos pilosos concolores Sclerolobium paniculatum
 
49. Folíolos elípticos, com manchas negras (fungo) Dalbergia miscolobium
49’. Folíolos sem essas características 50
 
50. Folíolos predominantemente alternos 51
50’. Folíolos predominantemente opostos 52
 
51. Folíolos membranáceos, com domáceas na nervura 
central e folíolo terminal atrofiado 
Matayba guianensis
51’. Folíolos coriáceos, ovados Machaerium opacum
 
52. Raque com tricomas ferruginosos Andira paniculata
52’. Raque sem tricomas ferruginosos 53
 
53. Com até 7 folíolos, folíolo terminal ovado Acosmium dasycarpum
53’. Com mais de 7 folíolos, folíolo terminal elíptico Bowdichia virgilioides
 
54. Folha recomposta com nectários extraflorais 55
54’. Folhas recomposta sem nectários extraflorais, folíolos 
pilosos 
Dimorphandra mollis
 
55. Nectários na inserção do pecíolo Plathymenia reticulata
55’. Nectários no pecíolo 56
 
56. Foliólolos elípticos, geralmente menores que 1 cm Stryphnodendron polyphyllum
56’. Foliólolos ovados ou orbiculares, geralmente maiores 
que 2 cm 
Stryphnodendron adstrygens
 
 5
COMPARAÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURAL ENTRE TRECHOS DE CERRADO 
SENSU STRICTO AO LONGO DE UM GRADIENTE EDÁFICO E ALTITUDINAL 
NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS NOVAS (PESCAN), GO 
 
Adnilton Fonseca da Costa, Adriana de Oliveira Machado, Ariane de Souza Siqueira, Fabrício 
Alvim Carvalho, Marina A. de Oliveira e Silva, Paulo Teodoro Garcia, Pablo de Oliveira 
Pegorari, Ricardo Vargas Kilca, Rodrigo Alves dos Reis, Rosely Ferreira Freitas da Mata, 
Victor Hugo Paula Rodrigues & Wender Faleiro. 
Orientadores: Glein Monteiro de Araújo e Ivan Schiavinni 
 
Introdução 
 O Cerrado é um bioma notável por sua grande variação fitofisionômica, apresentando 
formações florestais, savânicas e campestres (Ribeiro & Walter, 1998). A formação savânica 
mais comum no Brasil Central é o cerrado sensu stricto, que apresenta um estrato herbáceo 
com predominância de gramíneas e um lenhoso que varia de 3 a 5 metros de altura, comcobertura arbórea de 10 a 60% (Eiten, 1979). 
Os estudos até agora realizados no Cerrado buscaram caracterizar e classificar suas 
fitofisionomias para que sua estrutura e composição florística fossem reveladas em maiores 
detalhes (Mendonça et al., 1998; Castro et al., 1999). Estes trabalhos revelaram a ocorrência 
de mais de 6.400 espécies de plantas vasculares e uma série de estudos comparativos 
indicaram que as fitofisionomias desse bioma variam significativamente de uma localidade ou 
região para outra, em termos de estrutura e composição (Ratter et al., 1973, 1978 e 1996; 
Felfili et al., 2000; Fonseca & Silva Júnior, 2004). Contudo, poucos são os estudos que 
investigam variações fisionômicas em função de fatores ambientais como altitude e solo 
(Felfili et al, 2000). 
Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo comparar flora e estrutura do 
componente arbóreo em diferentes trechos de cerrado sensu stricto ocorrentes ao longo de um 
gradiente altitudinal e edáfico no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN). 
 
Material e métodos 
O estudo foi desenvolvido no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN), 
localizado entre os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, no sudeste do Estado de Goiás, 
durante o mês de Outubro/2005. Foram utilizadas as mesmas 10 áreas de cerrado sensu 
stricto, cinco em área de escarpa e cinco em área de platô, de um inventário qualitativo 
realizado por Angeluci et al. (2002). Estes sítios seguem uma topossequência, tendo como 
 6
referência a estrada que atravessa o Parque. Informações sobre localização, altitude e tipo de 
solo predominante nos sítios encontram-se na Tabela 1. 
Em cada sítio foi estabelecida uma parcela de 20 x 20 m (400 m2), resultando uma 
área amostral total de 4.000m2 (0,4 ha). Todos os indivíduos com circunferência do fuste ≥ 15 
cm à 0,3 m do solo (CAS30 ≥ 15 cm) foram incluídos na amostragem, medidos quanto à CAS 
e altura, e identificados no campo. Foi utilizado o sistema de classificação de famílias de 
Cronquist (1981). Os parâmetros utilizados na análise foram número de espécies e densidade 
da espécie. Calculou-se também a diversidade florística do conjunto das áreas pelo índice de 
diversidade de Shannon (H’) e equidade de Pielou (J’). 
A partir das variáveis obtidas, foi calculada a similaridade quantitativa de espécies 
(densidade e área basal) entre os sítios, utilizando-se o índice de Morisita (mod. Horn). A 
similaridade foi calculada sob duas formas: para todas as espécies amostradas (81 espécies) e 
somente para as espécies com densidade superior a 10 indivíduos (24 espécies). Este último 
critério de amostragem foi adotado para analisar a influência das espécies mais abundantes na 
similaridade entre os sítios. Todas as análises foram desenvolvidas através do programa 
FITOPAC®. 
 
Resultados e discussão 
 Foram amostrados no levantamento 643 indivíduos, pertencentes a 81 espécies e 35 
famílias botânicas. A família Leguminosae apresentou o maior número de espécies (16), 
seguida por Vochysiaceae (6) e Malpighiaceae/Myrtaceae (5). Estas famílias são típicas dos 
ambientes de Cerrado, sendo também citadas como as mais ricas em outros levantamentos 
(Felfili et al., 2002). Considerando a riqueza de espécies e famílias obtidas nos levantamentos 
quali-quantitativos realizados no PESCAN (Angeluci et al. 2002; Silva et al., 2002 ), este 
trabalho destaca-se por apresentar os maiores valores de riqueza. 
O índice de Shannon (H’) calculado para o conjunto dos sítios foi de 3,85 nats/ind., 
com índice de equidade de Pielou (J) de 0,88. Este valor é esperado dentre os inventários em 
área de cerrado sensu stricto (Felfili et al., 1997, 2000). Por exemplo, Felfili et al. (1997), 
amostrando 11 áreas de cerrado sensu stricto encontraram menores valores para este índice 
(3,69 nats/ind.) quando comparado com este inventário. A alta diversidade de espécies para a 
área amostrada está relacionada com a presença dos gradientes ambientais, que por sua vez, 
resultam em um mosaico de habitats propícios para o estabelecimento de um grande número 
de espécies. 
 7
Os dendrogramas de similaridades utilizando as densidades das 81 espécies e das 24 
espécies mais abundantes (fig. 1) demonstraram não haver um padrão claro de agrupamento 
por sítios. Mesmo nos sítios 8 e 10 (platô) e 1 e 5 (escarpa), que apresentaram as maiores 
similaridades (fig. 1), não se pode atribuir uma forte relação florística por preferência de 
ambientes, uma vez que as condições de solos (8 e 10) e altitude (1 e 5) não são idênticas 
(vide tabela 1). Embora a ligação entre as parcelas tenha apresentado um padrão um pouco 
diferente, a similaridade entre os sítios considerando a área basal (dominância) (fig. 2) 
concorda com o padrão obtido para o parâmetro densidade, reforçando a idéia de não haver 
uma distinção clara de similaridade quantitativa entre os sítios analisados. 
Os resultados deste estudo não concordam com a análise qualitativa (similaridade de 
SØrensen), realizada anteriormente por Angeluci et al. (2002), que apontavam para uma forte 
relação de que os fatores de edáficos e altitudinais estariam condicionando a distribuição das 
espécies. Vale ressaltar que embora tais variações graduais na composição da vegetação sejam 
constatadas visualmente (observações de campo), o esforço amostral empregado pode não ter 
sido capaz de retratar a relação entre a estrutura das comunidades vegetais e seus ambientes 
preferenciais ao longo do gradiente. Assim, concluiu-se que a preferência de espécies por 
sítios neste gradiente só poderá ser elucidada através de um maior esforço amostral, com 
melhor caracterização das condições edáficas. 
 
Referências bibliográficas 
ANGELUCI, C.H.G.; TOLEDO, C.C.F.; GUARINO, E.S.G.; CONSOLARO, G.H. & 
ARRUDA, R. 2002. Análise florística do estrato arbóreo de um Cerrado sentido restrito 
em um gradiente de altitude no Parque Estadual de Caldas Novas – GO. Relatório Final: 
Métodos de campo em Ecologia, UnB/UFU. p.33-37. 
CASTRO, A.A.F. MARTINS, F.R.; TAMASHIRO, J.Y. & SHEPHERD, G.J. 1999. How 
rich is the flora of Brazilian cerrados? Annals of the Missouri Botanical Garden 86: 192-
224. 
EITEN, G. 1979. Formas fisionômicas do Cerrado. Revista Brasileira de Botânica 2: 139-148. 
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2002. Levantamentos florísticos e fitossociológicos 
 9
Tabela 1: Coordenadas geográficas, altitude e tipos de solos de cerrado strictu sensu no 
Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. 
Sítios Coordenadas Geográficas Altitude Tipo de Solos 
Escarpa 
 Sítio 1 17º46’13”S e 48º39’34”O 769 Litossolo com afloramento rochoso 
 Sítio 2 17º46’17”S e 48º39’38”O 779 Litossolo sem afloramento rochoso 
 Sítio 3 17º46’21”S e 48º39’49”O 830 Litossolo sem afloramento rochoso 
 Sítio 4 17º46’25”S e 48º39’57”O 875 Litossolo sem afloramento rochoso 
 Sítio 5 17º46’35”S e 48º40’00”O 895 Litossolo sem afloramento rochoso 
Platô 
 Sítio 6 17º46’58,2”S e 48º40’0,43”O 981 Latossolo Vermelho-Amarelo 
 Sítio 7 17º47’30,9”S e 48º40’20,4”O 1.013 Latossolo Vermelho-Escuro 
 Sítio 8 17º48’21,8”S e 48º41’45,8”O 982 Latossolo Vermelho-Amarelo 
 Sítio 9 17º49’37,6”S e 48º43’26,8”O 931 Areia Quartzosa sobre bloco arenito 
 Sítio 10 17º49’41”S e 48º43’34,2”O 925 Litossolo com cascalho na superfície 
 
 10
Tabela 2 – Relação das espécies e suas respectivas densidades em ambientes de escarpa e 
platô no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. 
Espécies Famílias Escarpa platô Total
Alibertia edulis (L.C.Rich.) A. Rich ex DC. Rubiaceae 1 0 1 
Allagoptera campestris (Drude) O. Kuntze Arecaceaae 0 2 2 
Annona coriacea Mart. Annonaceae 3 0 3 
Annona crassiflora Mart. Annonaceae 0 2 2 
Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakovl. Leg. Papilionoideae 2 2 4 
Aspidosperma macrocarpon Mart. Apocyanaceae 3 1 4 
Aspidosperma tomentosum Mart. Apocyanaceae 4 7 11 
Asteraceae 1 Asteraceae 1 0 1 
Astronium fraxinifolium Schott. Anarcadiaceae 0 1 1 
Bauhinia brevipes Vog. Caesalpiniaceae 1 0 1 
Bowdichia virgiloides H. B. & K. Leg. Papilionoideae 1 1 2 
Byrsonima coccolobifolia H.B. & K. Malpighiaceae 4 7 11 
Byrsonima crassa Nied. Malpighiaceae 2 5 7 
Byrsonima verbascifolia (L.) Rich. ex A. L. 
Juss. Malpighiaceae 2 0 2 
Cardiopetalum calophyllum Schlecht. Annonaceae 2 0 2 
Caryocar brasiliensis Camb. Caryocaraceae 1 10 11 
Casearia sylvestris Sw. Flacourtiaceae 1 0 1 
Connarus suberosus Planch. Connaraceae 3 5 8 
Curatella americana L. Dilleniaceae 6 0 6 
Cybianthus sp. Myrsianaceae 2 0 2 
Dalbergia miscolobium Benth. Leg. Papilionoideae 0 5 5 
Davilla elliptica St. Hil. Dilleniaceae 15 2 17 
Dimorphandra mollis Benth. Leg. Caesalpinioideae 1 3 4 
Diospyros burchellii Hiern Ebenaceae 0 9 9 
Dipteryx alata Vog. Leg. Papilionoideae 1 0 1 
Eremanthus glomerulatus Less. Asteraceae 6 16 22 
Erythroxylum deciduum St. Hil. Erythroxylaceae 0 1 1 
Erythroxylum suberosum St. Hil Erythroxylaceae 0 5 5 
Erythroxylum tortuosum Mart. Erythroxylaceae 1 1 2 
Guapira graciliflora (Mart. ex Schimidt) 
Lund Nyctaginaceae 1 0 1 
Guapira noxia (Netto) Lund Nyctaginaceae 0 2 2 
Hancornia speciosa Gomez Apocyanaceae 17 4 21 
Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. Malpighiaceae 22 0 22 
Hymenea courbaril L. Leg. Caesalpinioideae 6 2 8 
Kielmeyera coriacea (Spreng.) Mart. Clusiaceae 5 33 38 
Kielmeyera speciosa St. Hil. Clusiaceae 1 21 22 
Lafoensia pacari St. Hil. Lythraceae 5 1 6 
Licania humilis Cham. ex Schlecht Chrysobalanaceae 0 1 1 
Lippia lasiocalycina Cham. Verbenaceae 0 2 2 
Machaerium opacum Vog. Leg. Papilionoideae 0 1 1 
Malpighiaceae 1 Malpighiaceae 2 0 2 
Miconia ferruginata DC. Melastomataceae 16 0 16 
Mimosa cf. claussenii Benth. Leg. Mimosoideae 1 0 1 
 11
Myrcia sp. Myrtaceae 1 2 3 
Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Myrtaceae 1 0 1 
Myrcia variabilis Mart. ex. DC. Myrtaceae 0 2 2 
Neea theifera Oerst. Nyctaginaceae 21 2 23 
Ouratea hexasperma (St. Hil.) Baill. Ochnaceae 18 8 26 
Palicourea rigida Kunth Rubiaceae 2 4 6 
Peltogyne confertiflora (Hayne) Benth. Leg. Caesalpinioideae 1 2 3 
Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker Asteraceae 1 4 5 
Plathymenia reticulata Benth. Leg. Mimosoideaea 4 10 14 
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Sapotaceae 0 13 13 
Pouteria torta (Mart.) Radlk. Sapotaceae 0 12 12 
Psidium rufum Mart. ex DC. Myrtaceae 0 3 3 
Psidium sp. Myrtaceae 14 0 14 
Pterodon pubescens (Benth.) Benth. Leg. Caesalpinioideae 2 0 2 
Qualea grandiflora Mart. Vochysiaceae 3 8 11 
Qualea multiflora Mart. Vochysiaceae 0 3 3 
Qualea parviflora Mart. Vochysiaceae 27 46 73 
Roupala montana Aubl. Proteaceae 2 4 6 
Salacia crassiflora (Mart.) G. Don. Hippocrateaceae 1 5 6 
Salvertia convallariaeodora St. Hil. Vochysiaceae 10 3 13 
Schefflera macrocarpa (Seem.) D.C. Frodin Araliaceae 2 2 4 
Sclerolobium paniculatum Vog. Leg. Caesalpinioideae 3 11 14 
Solanum lycocarpum St. Hil. Solanaceae 3 0 3 
Sthryphnodendron adstringens Mart. Leg. Mimosoideae 2 10 12 
Sthryphnodendron polyphyllum Mart. Leg. Mimosoideae 8 1 9 
Strichnus pseudoquina St. Hil. Loganiaceae 0 1 1 
Styrax ferrugineus Ness & Mart. Styracaceae 4 2 6 
Syagrus flexuosa L. Arecaceae 0 6 6 
Tabebuia aurea (Manso) Benth & Hook. ex 
S. Moore Bignoniaceae 0 5 5 
Tabebuia ochracea (Cham. Standl.) Bignoniaceae 2 2 4 
Tabebuia sp. Bignoniaceae 1 0 1 
Tocoyena formosa (Cham. & Schlecht.) K. Rubiaceae 0 4 4 
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke Leg. Papilionoideae 5 5 10 
Vellozia flavicans Smith Velloziaceae 0 18 18 
Vochysia elliptica Mart. Vochysiaceae 10 2 12 
Vochysia rufa Mart. Vochysiaceae 0 3 3 
Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Annonaceae 1 0 1 
Total 289 354 643 
 
 12
 
 
Nível (a) 
 de 
fusao sítios 
 
0.004 P3-++ 
 +------------+ 
0.037 P8-++ | 
 +----------------------------+ 
0.015 P1-+-----+ | | 
 +-------+ | 
0.115 P6-+-----+ | 
 +--------+ 
0.140 P2-+------------------------------------------+ | 
 +-------------+ 
0.040 P5-+--------------+ | | 
 +-------------+ | | 
0.079 P10-+--------------+ | | | 
 +----------------------+ | 
0.048 P4-+-----------------+ | | 
 +----------+ | 
0.176 P7-+-----------------+ | 
 | 
0.176 P9-+-----------------------------------------------------------------+ 
 +------+-------+------+-------+------+-------+------+-------+------+ 
 0.00 | 0.04 | 0.08 | 0.12 | 0.16 | 
 0.02 0.06 0.10 0.14 0.1 
 
 
 
 
 
 
 
Nível (b) 
 de 
fusao sítios 
 
0.000 P5-| 
 +-------------+ 
0.041 P1-| | 
 +---------------+ 
0.090 P6-+-------------+ |+------------------+ 
0.032 P3-+----------+ | | 
 +------------------+ | 
0.146 P7-+----------+ | 
 +---------------+ 
0.002 P8-++ | | 
 +--------------------+ | | 
0.065 P10-++ | | | 
 +--------------------------+ | 
0.193 P4-+---------------------+ | 
 | 
0.166 P2-+-------------------------------------------------------+ | 
 +--------+ 
0.193 P9-+-------------------------------------------------------+ 
 +------+-----+------+------+------+-----+------+------+-----+------+ 
 0.00 | 0.04 | 0.08 | 0.12 | 0.16 | 0.2 
 0.02 0.06 0.10 0.14 0.18 
 
 
 
 
 
Figura 1. Dendrograma de similaridade de Morisita (mod. Horn) calculado para a densidade de 
indivíduos considerando (a) o total de 81 espécies e (b) apenas as 24 espécies com mais de 10 
indivíduos amostrados em 10 sítios localizados em gradiente altitudinal e edáfico no Parque 
Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Método de agrupamento: UPGMA (média de grupo). 
 
 13
 
 
Nível (a) 
 de 
fusao parcelas 
 
0.002 P3-++ 
 +------------+ 
0.045 P8-++ | 
 +-+ 
0.052 P10-+-------------+ | 
 +-------+ 
0.079 P5-+---------------+ | 
 +----------------+ 
0.001 P4-| | | 
 +---+ | | 
0.012 P1-| | | | 
 +-------------------+ | 
0.136 P7-+---+ | 
 +----------------------+ 
0.097 P2-+-----------------------------+ | | 
 +----------+ | 
0.209 P9-+-----------------------------+ | 
 | 
0.209 P6-+---------------------------------------------------------------+ 
 +-----+-----+-----+-----+-----+------+-----+-----+-----+-----+-----+ 
 0.00 | 0.04 | 0.08 | 0.12 | 0.16 | 0.20 | 
 0.02 0.06 0.10 0.14 0.18 0.2 
 
 Morisita (mod. Horn) 
 
 
 
 
 
 
Nível (b) 
 de 
fusao parcelas 
 
0.000 P2-| 
 +------+ 
0.022 P8-| | 
 +------------------------+ 
0.000 P1-| | | 
 +------+ | 
0.105 P6-| | 
 +---------+ 
0.009 P5-+--+ | | 
 +--------------------+ | | 
0.079 P3-+--+ | | | 
 +-------+ | 
0.138 P10-+-----------------------+ | 
 +------------------+ 
0.020 P4-+-----+ | | 
 +-----------------------------------+ | 
0.201 P7-+-----+ | 
 | 
0.201 P9-+------------------------------------------------------------+ 
 +-----+-----+-----+-----+-----+------+-----+-----+-----+-----+-----+ 
 0.00 | 0.04 | 0.08 | 0.12 | 0.16 | 0.20 | 
 0.02 0.06 0.10 0.14 0.18 0.2 
 
 
 
 
 
Figura 2. Dendrograma de similaridade de Morisita (mod. Horn) calculado para a área basal de 
indivíduos considerando (a) o total de 81 espécies e (b) apenas as 24 espécies com mais de 10 
indivíduos amostrados em 10 sítios localizados em gradiente altitudinal e edáfico no Parque 
Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Método de agrupamento: UPGMA (média de grupo). 
 14
VARIAÇÃO ESPACIAL NA PREDAÇÃO DE FRUTOS DE Syagrus flexuosa 
(ARECACEAE) EM TRÊS ÁREAS DE CERRADO SENSU STRICTO, NO PARQUE 
ESTADUAL DE CALDAS NOVAS, GO 
 
Alan Nilo; André Jorge; Everton Tizo; Frederico Gemesio & Vanessa Ramos 
Orientador: John Hay 
 
Introdução 
 No ciclo de vida de uma planta, apenas uma pequena proporção de indivíduos 
produzidos sobrevive até o estágio adulto e consegue se estabelecer. A grande maioria 
sucumbe a predadores e/ou patógenos antes da germinação ou no estágio de plântula 
(Shepherd & Chapman, 1998). Diversos animais, principalmente insetos, procuram 
particularmente por frutos, flores e sementes para lhes servirem como alimento, uma vez que 
esses órgãos vegetais concentram nutrientes importantes (Lacerda et al., 2000). 
 Alguns coleópteros depositam seus ovos em frutos e suas larvas se desenvolvem no 
interior das sementes até atingirem a fase adulta (Begon et al. 1996). Essas espécies predam 
efetivamente as sementes, tornando-as inviáveis (Lopes, 1997). A intensidade e o padrão 
deste tipo de predação podem afetar diretamente a biologia de populações de fanerógamas 
(Janzen, 1970). 
 A família Arecaceae é uma das maiores do mundo e, pela forma e aspecto, a mais 
característica da flora tropical (Ribeiro et al,. 1999). A espécie Syagrus flexuosa produz frutos 
drupóides, de forma elipsóide, amarelo-esverdeado e mede cerca de 3x2cm, ocorrendo em 
Cerradão, Cerrado e Mata (Almeida et al., 1998). Larvas de coleópteros da família 
Curculionidae comumente predam as sementes de Syagrus flexuosa. 
 O objetivo deste estudo foi verificar a existência de variabilidade na taxa de predação 
de sementes de Syagrus flexuosa por larvas de coleópteros curculionídeos em áreas de 
Cerrado sensu stricto. 
 
Metodologia 
O estudo foi realizado no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas – GO, em três 
áreas de Cerrado sensu stricto. Os pontos de amostragem (Tabela 1) foram localizados ao 
longo das estradas no platô do Parque, entre 950 e 1040m de altitude e apresentaram uma 
distância mínima de 3,8 km. Em cada ponto os indivíduos reprodutivos com frutos maduros 
foram procurados através de caminhada. Quando encontrados, a altura da inserçãoda raque 
 15
foi medida e esta foi coletada para contagem de flores e frutos produzidos. Todos os frutos 
maduros presentes foram coletados, inclusive os recém caídos no solo, na base da palmeira. 
De cada indivíduo foi aferido o comprimento da raque, o número total de flores femininas 
produzidas e o total de flores que tiveram sucesso em desenvolver frutos. Foram selecionados 
aleatoriamente cinco indivíduos de cada área para medição do comprimento, largura e 
determinação da presença do predador. Em cada indivíduo foram selecionados dez frutos, os 
quais foram abertos para a verificação do estado do endosperma (intacto/ abortado/predado). 
 
Tabela 1. Coordenadas geográficas dos pontos de amostragem 
Ponto Coordenadas Geográficas (GPS) 
A 17° 45’ 33,8” S e 48° 41’ 32,6” O 
B 17° 46’ 56,7” S e 48° 43’ 04,0” O 
C 17° 48’ 34,5” S e 48° 41’ 56,8” O 
 
Resultados e discussão 
 Dos 150 frutos analisados, em 27 encontrou-se larvas de curculionídeo, 123 estavam 
intactos e nenhum abortado. O comprimento médio dos frutos foi 34,08±3,87mm e largura foi 
23,34±3,48mm. 
 Foram encontradas diferenças significativas na taxa de predação entre os indivíduos 
somente do ponto B. A diferença na predação de sementes entre os pontos amostrados foi 
significativa. (Tabela 2). O número de frutos predados no ponto B foi cinco vezes maior que 
no ponto A, enquanto no ponto C foi três vezes maior que no ponto A. As diferenças de 
predação observadas provavelmente deveram-se a fatores peculiares de cada ponto amostrado 
não considerados no presente trabalho, como, por exemplo, eventuais diferenças na densidade 
de Syagrus. Flexuosa. 
 O sucesso reprodutivo (número de frutos produzidos/ número total de flores) (F=0,36; 
p>0,05) não apresentou relação com o comprimento da raquis, apesar da relação significativa 
entre este comprimento e o logaritmo do número de flores (F=20,20; R2=0,45; p<0,05) e o 
logaritmo do número frutos (F=15,39; R2=0,38; p<0,05) (Figura 1a-c). Embora raques 
maiores comportem um maior número de flores, a produção de frutos e consequentemente o 
sucesso reprodutivo não estão relacionados com o tamanho da raque de forma similar. Uma 
explicação plausível seria admitir que o número de flores abortadas também cresce de acordo 
com o tamanho da raques. Além disso, outros fatores importantes para o sucesso do 
 16
desenvolvimento do embrião, independentes do número de flores produzidas, poderiam 
limitar o número de frutos produzidos. 
 
Tabela 2. Diferenças na predação entre indivíduos de uma mesma área e entre 
as áreas. 
ÁREAS X2 GL p 
A 5,67 4 0,225 
B 18,10 4 0,001 
C 5,96 4 0,202 
ENTRE 9,76 2 0,008 
 
 A distribuição dos indivíduos em classes de porcentagem de sucesso reprodutivo 
indicou que no ponto A, a maioria dos indivíduos apresentou alto sucesso reprodutivo (Figura 
2a), enquanto nas áreas B e C, a maioria dos indivíduos apresentou sucesso reprodutivo médio 
(Figura 2b-c). Mais uma vez, a diferença entre as áreas provavelmente se deve a fatores não 
invetigados nesse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Relação entre logaritmo do número de flores (a), logaritmo do número de frutos (b) 
e arcoseno da raiz quadrada do sucesso reprodutivo com o comprimento da raques (c). 
ba c
 17
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Distribuição do número de indivíduos de acordo com três classes de sucesso 
reprodutivo, em cada um dos pontos amostrados. 
 
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 18
DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA DE DUAS ÁREAS DE CERRADÃO NO PARQUE 
ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS NOVAS, GOIÁS 
 
Adnilton Fonseca da Costa, Adriana de Oliveira Machado, Marina A. de Oliveira e 
Silva, Pablo de Oliveira Pegorari, Rosely Ferreira Freitas da Mata e Wender Faleiro 
Orientador: Glein Monteiro de Araújo 
 
Introdução 
O Bioma Cerrado compreendia uma superfície estimada em 2.000.000 de km2, ou o 
equivalente a cerca de 22% do território nacional (Mendonça et al. 1998), sendo considerado 
a flora mais rica entre as savanas mundiais (Klink 1996). 
A sua área de distribuição se faz representar por uma diagonal que se estende de 3º a 25º 
de latitude sul e de 44º a 63º de longitude oeste, indo da fronteira do Brasil com o Paraguai e a 
Bolívia até a faixa litorânea maranhense. O Cerrado ocorre em altitudes que variam de cerca 
de 300 m a mais de 1600 m (Lopes 1984). 
Os tipos fitofisionômicos do Cerrado são baseados na sua forma (fisionomia), que é 
definida por sua estrutura, pelas formas de crescimento dominantes e por sua composição 
florística (Barbosa-Silva 2003). 
O cerradão é uma das fitofisionomias do Cerrado que se caracteriza pela presença de 
espécies que ocorrem no cerrado sentido restrito e também por espécies de mata. Do ponto de 
vista fisionômico é uma floresta e apresenta dossel predominantemente contínuo e cobertura 
arbórea oscilando de 50 a 90%. A altura média do extrato arbóreo varia de 8 a 15 metros 
proporcionando condições de luminosidade que favorecem a formação de estratos arbustivos 
e herbáceos diferenciados (Ribeiro & Walter 1998). 
Em sua maioria, os solos do cerradão são profundos, bem drenados, de média e baixa 
fertilidade, ligeiramente ácidos pertencentes às classes Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo 
Vermelho-Amarelo ou Latossolo Roxo. Também pode ocorrer, em proporção menor, em 
Cambissolo Distrófico (Ribeiro & Walter 1998). 
Embora eminentemente descritivos, trabalhos referentes a cerradões vêm sendo 
realizados deste a década de 70 (Ratter et al. 1973). Em estudo de comparação da vegetação 
arbórea entre cerrado e cerradão, Costa & Araújo (2001) sugere a ocorrência desta última 
formação como uma possível fisionomia de transição entre matas mesófilas e cerrados. 
Esse trabalho teve como objetivo descrever a estrutura fitossociológica de espécies 
arbóreas de duas áreas de cerradão no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, GO. 
 
 19
Material e Métodos 
A coleta de dados foi realizada no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas 
(PESCAN), localizado entre os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, no Sudoeste do 
estado de Goiás, no mês de outubro de 2005. 
Duas áreas de cerradão foram delimitadas para o estudo. A primeira, localizada a 500 
metros da base do PESCAN, 755 metros de altitude (17º46’13,7”S e 40º39’26,8”O), 
caracterizada por apresentar solo do tipo Litossolo com afloramento rochoso e declividade 
acentuada. A segunda está localizada a 932 metros de altitude (17º49’33,5”S e 48º43’17,9”O), 
no topo da serra e apresenta solo do tipo Latossolo Vermelho-Amarelo em relevo plano. A 
primeira área encontra-se bem preservada e na segunda aparentemente teve corte seletivo de 
algumas espécies no passado. 
Em cada uma das áreas foram delimitadas 6 parcelas de 10 x 10m, totalizando 0,12 ha 
de área amostral. Todos os indivíduos vivos com circunferênciado tronco a altura de 30 cm 
do solo maior que 15 cm foram amostrados. 
Os parâmetros fitossociológicos (dominância, freqüência, densidade e valor de 
importância) foram calculados utilizando o programa FITOPAC (Shepherd 1994) e a 
similaridade florística foi calculada utilizando o Índice de SØrensen (Müeller-Dombois & 
Ellenberg 1974). 
 
Resultados 
No total foram amostrados 231 indivíduos pertencentes a 62 espécies distribuídas em 34 
famílias. As famílias com maior número de espécies foram Vochysiaceae (6), Fabaceae (6) e 
Annonaceae (4). Na área um, foram amostrados 120 indivíduos pertencentes a 36 espécies 
distribuídas em 23 famílias. Na área dois amostrou-se 111 indivíduos pertencentes a 37 
espécies distribuídas em 23 famílias. As demais características fitossociológicas tais como 
altura, índice de Shannon (H’) e Equabilidade (J) estão na tabela 1. 
Na área um as três espécies com maior VI foram Sclerolobium paniculatum (54,82) 
Qualea grandiflora (29,51) Xylopia aromatica (24,87). Na área dois Sclerolobium 
paniculatum (48,52), Xylopia aromatica (32,57) e Eriotheca gracilipes (29,87) tiveram maior 
VI (Tabela 2). 
O índice de similaridade florística (IS) entre as duas áreas foi de 30,14%. 
 
 20
 
Tabela 1. Aspectos gerais de duas áreas amostradas de cerradão no Parque Estadual da Serra de 
Caldas Novas - GO 
Características Área 1* Área 2** Total (1 e 2) 
1. Área de cada parcela (m2) 600 600 1200 
2. Número de indivíduos 120 111 231 
3. Área basal total (m2) 1464 1494 2958 
4. Altura mínima (m) 2,00 1,50 1,50 
5. Altura média (m) 5,53 4,73 5,14 
6. Altura máxima (m) 15,00 18,00 18,00 
7. Número de espécies 36 37 62 
8. Número de famílias 23 23 34 
9. Índice de Shannon (H’) 3,198 3,141 3,540 
10. Equabilidade (J) 0,892 0,870 0,858 
* Localizada a 755 m de altitude 
** Localizada a 932 m de altitude 
 21
 
Tabela 2. Espécies em ordem de valor de importância (VI) de duas áreas de cerradão do 
PESCAN, GO. N = número de indivíduos amostrados. 
 Área 1 Área 2 
Espécie N VI N VI 
Sclerolobium paniculatum 19 54,82 16 48,52 
Qualea grandiflora 7 29,51 6 13,49 
Xylopia aromática 13 24,87 17 32,57 
Emmotum nitens 8 18,53 3 7,77 
Kielmeyera coriaceae 3 11,03 - - 
Cybianthus detergens 5 10,44 - - 
Simarouba versicolor 4 9,41 - - 
Astronium fraxinifolium 5 9,41 - - 
Styrax ferrugineus 4 9,30 - - 
Maprounea guianensis 5 9,12 - - 
Bowdichea virgilioides 2 8,38 1 4,70 
Acosmium dasycarpum 2 6,50 - - 
Vochysia haenkeana 3 6,36 - - 
Alibertia sp 5 6,30 1 2,70 
Sthryphnodendron polyphyllum 3 5,80 - - 
Matayba guianensis 2 5,35 - - 
Salacea crassifolia 2 5,01 - - 
Byrsonima coccolobifolia 2 4,91 - - 
Alibertia edulis 2 4,85 - - 
Cardiopetalum calophyllum 2 4,84 - - 
Erytroxylum daphnites 2 4,70 - - 
Myrcia rostrata 2 4,67 - - 
Siparuna guianensis 2 4,63 - - 
Qualea parviflora 1 4,59 2 5,43 
Eremanthus glomerulatus 2 4,58 - - 
Vochysia rufa 2 4,12 1 2,46 
Miconia albicans 2 3,40 - - 
Salvertia convallariaeodora 1 3,11 - - 
Virola sebifera 1 3,02 - - 
Vatairea macrocarpa 1 2,98 2 5,19 
Annona crassiflora 1 2,81 - - 
Myrcia sp 1 2,71 2 5, 32 
Caryocar brasiliense 1 2,67 3 14,38 
Machaerium acutifolium 1 2,49 - - 
Magonia pubescens 1 2,44 - - 
Annona coriacea 1 2,33 - - 
Eriotheca gracilipes - - 4 29,87 
Plathymenea reticulata - - 7 15,66 
Pterodon pubescens - - 8 13,51 
Guapira noxia - - 3 9,12 
Dimorphandra mollis - - 3 8,01 
Piptocarpha rotundifolia - - 3 7,93 
Lippia sp - - 4 7,58 
Syagrus flexuosa - - 3 6,64 
Aspidosperma tomentosum - - 2 5,52 
Pouteria ramiflora - - 2 5,32 
Guapira graciliflora - - 2 4,89 
 22
Tabela 2. Continuação 
 Área 1 Área 2 
Espécie N VI N VI 
Roupala montana - - 2 4,89 
Licania humilis - - 1 4,32 
Aspidosperma macrocarpon - - 1 3,34 
Kielmeyera rubriflora - - 1 3,12 
Hancornia speciosa - - 1 2,91 
Byrsonima crassa - - 1 2,59 
Machaerium opacum - - 1 2,57 
Ouratea hexasperma - - 1 2,49 
Brosimum gaudichaudii - - 1 2,48 
Schefflera macrocarpa - - 1 2,47 
Qualea multiflora - - 1 2,46 
Neea theifera - - 1 2,45 
Enterolobium gummiferum - - 1 2,45 
Peltogyne confertiflora - - 1 2,43 
Tocoyena formosa - - 1 2,43 
 
Discussão 
Os resultados mostraram que as duas áreas estudadas seguem os mesmos padrões em 
relação à ocorrência de espécies e diversidade em áreas de cerradão. Em ambas as áreas 
amostradas no PESCAN Schlerolobium paniculatum teve maior VI, confirmando o que já 
tinha sido encontrado por Ratter et al (1973) em cerradões em solo distrófico. 
O índice de Shannon (H’) e a Equabilidade (J) obtidos, bem como o número de espécies 
e famílias, estão dentro dos padrões encontrados em outras áreas estudadas (Costa & Araújo 
2001; Andrade et al. 2002). 
As duas áreas apresentaram diferenças em relação à composição de espécies. Somente 
onze espécies ocorrem simultaneamente nas duas áreas, o que leva a um baixo índice de 
similaridade entre as áreas. 
Esta baixa similaridade entre as áreas amostradas pode ter ocorrido devido a diferenças 
nas condições do solo e antropização. 
 
Referências Bibliográficas 
ANDRADE, L.A.Z.; FELFILI, J.M. & VIOLATTI, L. 2002. Fitossociologia de uma área de 
cerrado denso na RECOR-IBGE, Brasília-DF. Acta Botanica Brasílica, 16(2) 225-240. 
BARBOSA-SILVA, D. 2003. Distribuição Espacial de duas Espécies de Melastomataceae na 
Vereda da Estação Ecológica de Águas Emendadas. Monografia final de Curso. 
UNICEUB. Brasília – DF. 
 23
COSTA, A.A. & ARAÚJO, G.M. 2001. Comparação da vegetação arbórea de cerradão e de 
cerrado na reserva do Panga, MG. Acta Botanica Brasílica. 15 (1): p.63-72. 
KLINK, C.A. 1996. Relação entre o desenvolvimento agrícola e a biodiversidade. p. 25-27. 
In: PEREIRA, R.C. & NASSER, L.C.B. (eds). Anais VIII Simpósio sobre os Cerrados. 
1st International Symposiun on Tropical Savanas – Biodiversidade e Produção 
sustentável de Alimentos e Fibras dos Cerrados. Embrapa CAPAC. Brasília. 
LOPES, A.S. 1984. Solos sob cerrado: características, propriedades, manejo. Ed. Piracicaba, 
São Paulo, SP, 162p. 
MENDONÇA, R.C.; FELFILI, J.M.; SILVA, M.C.; REZENDE, A.V.; NOGUEIRA, P.E.; 
WALTER, B.M.T. & FILGUEIRAS, T.S. 1998. Flora Vascular do Cerrado. p. 289-539. 
In: SANO, S.M.; ALMEIDA, S.P. (eds). Cerrado: Ambiente e Flora. Embrapa CPAC. 
Planaltina. 
MÜLLER – DOMBOIS, D. & ELLEMBERG, H. 1974. Aims and methods of vegetation 
ecology. New York. John Wiley & Songs, 547p. 
RATTER, J.A.; RICHARDS, P.W.; ARGENT, A.G. & GIFFORD, D.R.1973. Observations 
of the vegetations types of the Xavantina-Cachimbo expedition area. Phil. Trans. R. Soc. 
226 p. 449-492. 
RIBEIRO J.F.& WALTER, B.M.T. 1998. Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In Cerrado: 
ambiente e flora (S.M. SANO & S.P. ALMEIDA, eds.) Brasília: Embrapa Cerrados, p. 
87-166. 
SHEPHERD, J.G. 1994. Fitopac 1 – Manual do usuário. Campinas: Unicamp. 
 24
INVESTIMENTO NO CRESCIMENTO DE MÓDULOS EM Caryocar brasiliense A. 
ST.-HIL.: EVIDÊNCIAS DE TRADE-OFF? 
 
Ariane de Souza Siqueira, Fabrício Alvim Carvalho, Paulo Teodoro Garcia, Ricardo Vargas 
Kilca, Rodrigo dos Reis Alves, Victor Hugo Paula Rodrigues. 
Orientador: John Hay 
 
Introdução 
O desenvolvimento de uma espécie está sensivelmente relacionado às condições 
ambientais. A forma de uma planta é, primariamente, direcionada para a aquisição de 
recursos, como luz, água, nutrientes, polinizadores ou dispersores. Seu tamanho reflete um 
sucesso imediato na captura de recursos, enquanto sua forma reflete a história de ambientes 
passados e respostas comportamentais (Waller, 1990). Nos estágios iniciais de 
desenvolvimento as plantas investem em crescimento vegetativo. Quando seu crescimento é 
suficientemente grande para assegurar sua sobrevivência, os recursos começam a ser alocados 
para a reprodução (Waller,1990). 
Caryocar brasiliense A. St.-Hil. é uma espécie típica do bioma Cerrado, com ampla 
distribuição geográfica, podendo ser encontrada em diferentes fisionomias: campo cerrado, 
campo sujo, cerrado sentido restrito e cerradão. É umaespécie decídua que perde as folhas no 
início da estação seca (junho) e volta a produzi-las no início da estação chuvosa (setembro). 
Sua floração normalmente ocorre de junho a janeiro e frutificação de outubro a fevereiro. 
Apresenta dispersão zoocórica e polinização realizada por morcegos (Silva-Júnior, 2005). 
Assim como outras espécies decíduas, a periodicidade natural na perda de suas folhas resulta 
em ciclos de incremento modular que possibilitam inferir sobre as estratégias de investimento 
em tecidos. Baseado nesta característica, o presente trabalho teve como objetivos (1) 
investigar variações de crescimento intra-específico de módulos e (2) comparar a variação de 
crescimento geral entre indivíduos jovens e adultos de Caryocar brasiliense. 
 
Material e métodos 
O presente estudo foi realizado no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN), 
localizado entre os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, no sudeste do Estado de Goiás, 
a 180 Km da capital Goiânia (Silva et al., 2002). A coleta de dados foi realizada em outubro 
de 2005. 
Foram selecionados, aleatoriamente, 20 indivíduos de C. brasiliense, sendo 10 jovens e 10 
reprodutivos (adultos), no platô do PESCAN. Em cada indivíduo foram medidas a 
 25
circunferência a altura do solo (CAS = 30 cm do solo) e a altura. Além disso, foram 
selecionados dois módulos de cada indivíduo nos quais foram contados e medidos, com o 
auxílio de um paquímetro, o número e comprimento dos inter-nós (sessão entre duas emissões 
de folhas) para a estação de crescimento atual e as duas anteriores. 
A análise estatística dos dados foi realizada com o auxílio do programa Systat® 8.0. 
Diferenças significativas das variáveis: crescimento da planta x anos, e comprimento dos 
módulos x idade foram avaliadas usando o teste t e ANOVA. 
 
Resultados e discussão 
Os dados obtidos para os indivíduos jovens e adultos são apresentados na Tabela 1. 
 
Tabela 1. Dados obtidos e calculados para indivíduos jovens e adultos de Caryocar 
brasiliense em uma área de cerrado sensu stricto no PESCAN. 
 Jovens Adultos 
Indivíduos amostrados 10 10 
Altura mín – máx (cm) 0,70-1,60 2,20-13,70 
CAS mín – máx (cm) 8,5 -20 45,3 – 95 
Número de módulos novos 4 - 17 - 
 
Considerando indivíduos jovens e adultos, não houve diferença significativa entre o 
crescimento das plantas em relação aos intervalos analisados (2003 a 2005) (F= 2,002 e 
p=0,140, gráfico 1). Com relação aos diferentes intervalos, houve diferença significativa do 
comprimento dos módulos em relação à idade nos anos de 2003 (t= -2,808, gl=38 e p=0,008, 
figura 2) e 2004 (t= -3,274, gl= 38 e p=0,002, figura 3). No entanto, no ano de 2005 não 
houve diferença significativa (t= -0,871, gl=38 e p= 0,389, figura 4). 
Os resultados indicaram que os indivíduos de C. brasiliense crescem de maneira 
homogênea em relação aos anos. Aparentemente, períodos de stress ambiental (como em 
2004) podem ter influenciado no baixo desenvolvimento nos indivíduos analisados. Nos 
demais anos (2003 e 2005), houve um desenvolvimento superior e com mais eqüidade. 
Nos anos de 2003 e 2004, observou-se que os indivíduos jovens desenvolveram seus 
módulos mais eficientemente que os indivíduos adultos. Isso parece representar um trade-off, 
já que indivíduos adultos talvez diminuem seu crescimento vegetativo para alocar parte do seu 
recurso energético em estruturas reprodutivas. 
 
 26
7 
 
 
Figura 1: Variação do crescimento dos módulos dos indivíduos de Caryocar brasiliense 
(n=20) ao longo dos três períodos considerados (2003-2005) em uma área de cerrado sensu 
stricto no PESCAN. 
 
 
Jovem
Adulto
IDADE
0
100
200
300
400
C
03
_T
O
TA
L
05101520
Count
0 5 10 15 20
Count
 
 
Figura 2: Variação do comprimento dos módulos dos indivíduos de Caryocar brasiliense 
(n=20) ao longo do período de 2003 em uma área de cerrado sensu stricto no PESCAN. 
 
 
 27
Jovem
Adulto
IDADE
0
100
200
300
C
04
_T
O
TA
L
05101520
Count
0 5 10 15 20
Count
 
 
Figura 3: Variação do comprimento dos módulos dos indivíduos de Caryocar brasiliense 
(n=20) ao longo do período de 2004 em uma área de cerrado sensu stricto no PESCAN. 
 
 
Jovem
Adulto
IDADE
0
100
200
300
400
C
05
_T
O
TA
L
05101520
Count
0 5 10 15 20
Count
 
 
Figura 4: Variação do comprimento dos módulos dos indivíduos de Caryocar brasiliense 
(n=20) ao longo do período de 2005 em uma área de cerrado sensu stricto no PESCAN. 
 
 28
Quanto ao número de nós produzidos por jovens e adultos ao longo das três últimas 
estações de crescimento é possível verificar que não houve diferença significativa entre os 
valores médios para cada grupo (figura 5). 
No ano de 2005 não foi observado esse mesmo resultado, pelo fato de que as plantas 
amostradas ainda não finalizaram seu ciclo de crescimento. Embora não tenha sido observada 
diferença entre indivíduos jovens e adultos neste ano, o gráfico acumulativo (2003-2005) de 
incremento em módulos (figura 6) sugere a ocorrência de Trade-off crescimento-reprodução, 
representado por um maior investimento no crescimento dos ramos por parte dos indivíduos 
juvenis ao contrário dos adultos que investem em crescimento do pedúnculo do fruto (esforço 
reprodutivo) que é perdido após o término do período de frutificação. Possivelmente, no final 
da estação de crescimento, haverá uma nítida diferença de crescimento entre módulos de 
plantas adultas e plantas jovens. 
9,1
9,2
9,3
9,4
9,5
9,6
9,7
9,8
Jovem Adulto
 
Figura 5: Número médio e erro padrão de nós em indivíduos jovens e adultos de Caryocar 
brasiliense ao longo de três estações de crescimento (2003-2005) em uma área de cerrado 
sensu stricto no PESCAN. 
 29
 
Least Squares Means
Adulto Jovem
Indivíduos
40.0
67.8
95.6
123.4
151.2
179.0
In
cr
e m
en
to
 a
cu
m
ul
a t
iv
o 
(m
m
)
 
Figura 6: Variação do incremento acumulativo médio em comprimento dos módulos dos 
indivíduos de Caryocar brasiliense em indivíduos jovens e adultos ao longo de três estações 
de crescimento (2003-2005) em uma área de cerrado sensu stricto no PESCAN. 
 
Referências bibliográficas 
SILVA JR., M.C. 2005. 100 árvores do Cerrado: guia de campo. Ed. Rede de Sementes do 
Cerrado: Brasília. 
SILVA, L.O.; COSTA, D.A.; ESPÍRITO SANTO FILHO, K.; FERREIRA, H.D.; 
BRANDÃO, D. 2002. Levantamento florístico e fitossociológico em duas áreas de 
cerrado sensu strictu no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Acta 
Botânica Brasílica. 16(1): 43-53. 
WALLER, D.M. 1990. The dynamics of growth and form. In: Crawley, M.J. (Ed.) Plant 
Ecology. Blackwell Scientific Publications: London, p.291-320. 
 30
FREQÜÊNCIA DE DANOS POR PILHADORES DE NÉCTAR EM FLORES DE 
Tocoyena formosa (CHAM. & SCHITDL.) K. SCHUM. 
 
Alan Nilo, Fabrício Alvim Carvalho, Rodrigo Alves, Rosely Ferreira, Paulo Teodoro & 
Vanessa Ramos 
Orientador: Helena C. Morais 
 
Introdução 
Uma parcela significativa de espécies vegetais necessita de um agente polinizador para 
realizar a troca de grãos de pólen entre indivíduos, aumentando assim, a variabilidade 
genética dentro da espécie. Para isso as plantas oferecem recursos atrativos aos polinizadores 
tais como pólen, néctar e óleos. Estes constituem uma fonte alimentar importante ao agente 
polinizador (Ricklefs, 2003). 
Tais atrativos despertam também as atenções de espécies oportunistas que não realizam 
a polinização e que, muitas vezes, podem gerar danos parciais ou totais na estrutura floral e 
redução de recursos aos polinizadores efetivos. Dependendo da sua intensidade, estes danos 
podem ter como conseqüência a diminuição do sucesso reprodutivo do indivíduo. 
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. é uma espécie arbórea da família 
Rubiaceae que ocorre no Cerrado sensu stricto e Cerradão, tendo ampla distribuição no 
território brasileiro. Sua floração ocorre ao longo do ano, sendo mais intensa entre os meses 
de outubro e novembro. É umaespécie polinizada por mariposas, sendo que suas flores 
apresentam corola tubular com até 15 cm de comprimento, cor branca ou amarelada, antese 
noturna e néctar como principal recurso oferecido aos polinizadores (Silva Júnior 2005). 
Eventualmente este recurso oferecido pode ser pilhado por organismos oportunistas que vêem 
neste material uma fonte alimentar interessante. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho 
foi determinar a freqüência de danos por pilhadores de néctar em flores de T. formosa. 
 
Material e métodos 
 O estudo foi conduzido em área de Cerrado sensu stricto, no Parque Estadual da Serra 
de Caldas Novas – GO. Foram amostradas todas as inflorescências (Fig. 1) encontradas em 
cada indivíduo de T. formosa em trecho de aproximadamente 500 m marginal à estrada que dá 
 31
acesso à torre de telefonia celular no platô do Parque. Ao todo foram amostradas 156 
inflorescências. 
Para cada inflorescência foi aferido o número de botões, de flores novas e velhas e o 
tipo de perfuração (Fig. 2) encontrado em cada categoria de idade relativa da flor. Os danos 
suspeitos de serem causados pelos pilhadores foram classificados segundo local (cálice ou 
corola), forma (fenda ou orifício) e posição (base ou ápice da corola). Os dados foram 
analisados por teste Qui-quadrado para detecção de diferenças entre cada categoria de dano e 
idade relativa das flores. 
Figura 1. Inflorescência de Tocoyena formosa 
 
 
 
Figura 2. Posição, local e forma das perfurações feitas por pilhadores em Tocoyena formosa. 
Resultados e discussão 
Quanto ao número de flores pilhadas, os botões apresentaram a menor quantidade de 
danos (Fig. 3). Apesar de já ocorrer pilhagem de néctar nos botões, a freqüência é muito baixa 
(ca. de 5%), sendo muito provável que, como as flores ainda estão fechadas, não se encontram 
atrativas para o polinizador, o que pode passar despercebido pelos pilhadores. Após a antese a 
flor fica mais receptiva para seus visitantes florais, e dentre eles encontram-se aqueles 
oportunistas que roubam néctar, explicando o aumento na freqüência de danos nas flores 
novas. Prosseguindo o desenvolvimento floral aumenta-se a freqüência de atividade desses 
pilhadores de néctar, cujo acumúlo de danos permanece registrado nas flores velhas, 
explicando a maior freqüência observada (Fig. 3). 
 32
As diferenças entre as flores com danos e sem danos foram estimadas com o auxílio de 
uma tabela de contingência, e a diferença foi significativa entre a quantidade da ocorrência ou 
não de dano relacionado com os três estágios de desenvolvimento (2x3, χ2 = 167.25, g. l. = 2, 
p < 0.0009), reforçando a idéia de que a freqüência de danos por pilhadores varia muito de 
acordo com o estágio de desenvolvimento da flor. 
A maior quantidade de danos nas flores foi em forma de fendas na base da corola, seguido 
por orifícios na corola (Fig. 4). Também foram observados orifícios no cálice (Fig. 4), o que, 
no entanto, parece estar mais relacionado à atividade de insetos herbívoros e não 
propriamente dos pilhadores de néctar. Dentre os orifícios em forma de fenda não foi possível 
registrar o animal que causa este tipo de dano, mas acredita-se que seja algum tipo de inseto 
especialista sugador. Apesar de ser uma fenda comprida externamente, quando analisamos o 
dano interno, através da circuncisão da corola, observamos um dano bem menor na parte 
interna do tecido, em muitos dos casos representado por um pequeno furo. Já o orifício na 
corola geralmente é causado por alguns pássaros como o caso da espécie generalista Coereba 
flaveola (Cambacica), eventualmente beija-flores (C. Melo, com. pessoal) ou insetos 
mastigadores (ex. vespas e abelhas). 
 
 
Figura 3.- Proporção de flores de Tocoyena formosa segundo estágio de desenvolvimento e 
danos por pilhadores. 
 
 33
 
Figura 4.- Freqüência de danos por pilhadores em flores de Tocoyena formosa segundo 
estágio de desenvolvimento e local do dano na flor. 
Referências bibliográficas 
RICKLEFS, R.E. 2003. A economia da natureza. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
504p. 
SILVA JUNIOR, M.C. 2005. 100 árvores do cerrado: guia de campo. Brasília: Rede de 
Sementes do Cerrado, 278 p. 
 34
INVESTIMENTO REPRODUTIVO DE QUATRO ESPÉCIES DE ARECACEAE NO 
PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS NOVAS, GOIÁS 
 
Adnilton Fonseca da Costa, Adriana de Oliveira Machado, Marina A. de Oliveira e 
Silva, Pablo de Oliveira Pegorari, Rosely Ferreira Freitas da Mata e Wender Faleiro 
Orientador: Prof. Dr. John Du Vall Hay 
 
Introdução 
O Bioma Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul. A 
fitofisionomia predominante é o cerrado sensu stricto, uma forma de vegetação tipicamente 
savânica com alta diversidade de famílias e espécies (Oliveira-Filho & Ratter 2002). 
A família Arecaceae envolve monocotiledôneas conhecidas como palmeiras e é uma das 
maiores famílias mundialmente conhecidas, principalmente pelo seu aspecto e forma. Estão 
amplamente distribuídas nos trópicos com diversos hábitos e habitats (Ribeiro 1999). 
O sucesso reprodutivo de plantas pode ser influenciado por vários fatores tais com 
disponibilidade de nutrientes, ausência e/ou presença de polinizadores, predação e herbivoria 
e outras condições ambientais bióticas e abióticas (Silva et al 1996). 
Os objetivos deste trabalho foram avaliar investimento reprodutivo de quatro espécies 
de palmeira, contabilizar e comparar o número de flores entre as espécies e verificar se existe 
correlação entre o tamanho da raque e a quantidade de frutos produzidos em cada espécie 
estudada. 
 
Material e métodos 
Os dados foram coletados numa área de cerrado no topo do Parque Estadual da Serra de 
Caldas Novas, Goiás, em quatro pontos aleatórios às margens da estrada de manutenção. 
As espécies de Arecaceae estudadas foram: Allagoptera leucocalyx (Mart.), Butia 
capitata (Mart.) Beccari, Syagrus flexuosa L.F. e Syagrus petrae (Mart.). 
Foram realizadas coletas aleatórias de 5 inflorescências fechadas e 10 infrutescências 
com frutos desenvolvidos de cada espécie. Para cada infrutescência foram tomadas medidas 
de comprimento da raque principal, do número de frutos desenvolvidos (viáveis) e atrofiados 
(inviáveis). O número de flores masculinas e femininas foi contado para cada inflorescência. 
Para a análise da distribuição dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. A 
relação entre tamanho da raque e produção de frutos foi analisada utilizando-se a Correlação 
de Pearson e o teste t pareado foi utilizado para comparar diferenças entre a produção de 
flores masculinas e femininas dentro de cada inflorescência. 
 35
Resultados e discussão 
A análise dos dados revelou que para todas as espécies estudadas, o número de flores 
masculinas foi significativamente maior que o de flores femininas, utilizando-se o teste t 
pareado (Figura 1). Isto se deve provavelmente ao fato de ser necessária uma grande produção 
de pólen para que este possa alcançar, através da polinização, outros indivíduos da mesma 
espécie. Além disso, foi observada a abertura de flores masculinas em um período anterior à 
abertura das flores femininas, um fenômeno conhecido como protandria, cujo objetivo é 
impedir que ocorra a autopolinização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Produção de flores femininas e masculinas em inflorescências das Arecácias: 
a-Allagoptera leucocalyx (t = 18,96; gl = 4; p < 0,0001), b- Syagrus petrae (t = 3,65; 
gl = 4; p = 0,02), c-Syagrus flexuosa (t = 15,80; gl = 4; p < 0,0001) e d-Butia capitata 
(t = 3,24; gl = 3; p = 0,048). 
 
Os dados aqui encontrados refutam os resultados obtidos em trabalho realizado no 
mesmo local e com as mesmas espécies por Caldas et al. (2003), o qual se referia ao número 
de flores femininas sendo muito superior ao número de flores masculinas. 
A análise dos dados revela que existe diferença significativa entre a quantidade de frutos 
desenvolvidose abortados dentro de cada espécie, exceto em S. flexuosa, na qual não ocorreu 
esta diferença (Figura 2). 
a b c d
Espécie
0
500
1000
1500
2000
Nú
m
er
o 
de
 F
lo
re
s
Flores Femininas
Flores masculinas
a b c d
Espécie
0
500
1000
1500
2000
Nú
m
er
o 
de
 F
lo
re
s
Flores Femininas
Flores masculinas
 36
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Produção de frutos desenvolvidos e abortados em infrutescências das Arecácias: a-
Allagoptera leucocalyx (t = 9,78; gl = 9; p < 0,0001), b-Syagrus petrae (t = 2,62; gl = 9; p = 
0,028), c-Syagrus flexuosa (t = 1.29; gl = 9; p = 0,230) e d-Butia capitata (t = 7,79; gl = 9; p < 
0,0001). 
 
A perda destes frutos pode ter como conseqüência vários fatores dentre os quais 
ausência de polinizadores, disponibilidade de nutrientes, sazonalidade, dentre outros. 
Podemos notar que a espécie que teve a menor porcentagem de frutos abortados em relação a 
frutos desenvolvidos foi Allagoptera leucocalyx (13,28%) (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Média e desvio-padrão da produção de flores e frutos de quatro espécies de Arecaceae do 
Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. 
Espécies FM 
X (SD) 
FF 
X (SD) 
FD 
X (SD) 
FA 
X (SD) 
FA 
% 
Allagoptera 
leucocalyx 
571,8 (92,91) 132,80 (44,5) 141,60 
(48,62) 
18,80 (11,09) 13,28 
Syagrus petrae 75,00 (36,97) 11,80 (5,89) 9,20 (2,40) 5,60 (2,63) 60,87 
Syagrus flexuosa 1476,20 
(172,79) 
70,60 (43,66) 21,90 (16,98) 16,40 (9,06) 74,89 
Butia capitata 768,00 (481,49) 42,50 (8,50) 59,30 (15,24) 25,10 (9,36) 42,33 
FM = flores masculinas; FF = flores femininas; FD = frutos desenvolvidos; FA = frutos abortados. 
 
a b c d
Espécie
0
50
100
150
200
250
Nú
m
er
o 
de
 F
ru
to
s
Abortado
Desenvolvido
a b c d
Espécie
0
50
100
150
200
250
Nú
m
er
o 
de
 F
ru
to
s
Abortado
Desenvolvido
 37
A análise de correlação entre a produção de frutos e tamanho da raque mostrou-se 
significativa somente para A. leucocalyx, na qual a produção de frutos é explicada em até 
86,12 % pelo tamanho da raquis . Para S. petrae e S. flexuosa houve uma correlação positiva 
aparente, mas os valores de correlação para estas espécies não foram significativos. O mesmo 
ocorreu para B. capitata, onde apesar de aparentemente ter ocorrido uma correlação negativa, 
os valores obtidos de probabilidade não foram significativos. Portanto somente em A. 
leucocalyx o número de frutos pode ser influenciado pelo tamanho das raques das 
infrutescências. 
Tabela 2. Valores da Correlação de Pearson (rp) analisando a influência do tamanho da 
raques de infrutescências na produção de frutos desenvolvidos nas espécies de Arecaceae. 
Espécie rp p 
Allagoptera leucocalyx 0.928 0.000 
Syagrus petrae 0.249 0.488 
Syagrus flexuosa 0.461 0.181 
Butia capitata -0.190 0.600 
 
Referências Bibliográficas 
CALDAS, A. L. R.; OLIVEIRA, A. P.; CARDOSO, E.; AMARAL, P. S. T.; RIBEIRO, P. A. 
& HAY, J. D. 2003. Sucesso reprodutivo de quatro espécies de Arecaceae em cerrado, 
Parque Estadual de Caldas Novas, GO. Métodos de Campo em Ecologia-UnB. 
OLIVEIRA-FILHO, A. T. & RATTER, J. A. 2002. Vegetation Phyosiognomies and Woody 
Flora of The Cerrado Biome. In: The Cerrados of Brazil. P. S. OLIVEIRA & R. J. 
MARQUIS. (eds.) Planaltina: Embrapa/CPAC. 
RIBEIRO, J. E. L. S.; HOPKINS, M. J.; VICENTINI, A.; SOTHERS, C. A.; COSTA, M. A. 
S.; BRITO, J. M.; SOUZA, M. A. D.; MARTINS, L. H. P.; LOHMAN, L. G.; 
ASSUNÇÃO, P. A. C. L.; PEREIRA, E. C.; SILVA, C. F.; MESQUITA, M. R. & 
PROCÓPIO, L. C. 1999. Flora da Reserva Ducke. Guia de Identificação das Plantas 
Vasculares de Uma Floresta de Terra Firme na Amazônia Central. Manaus: INPA. 816 p. 
SILVA, B. M. S.; HAY, J. D. & MORAES, H. C. 1996. Sucesso reprodutivo de Byrsonima 
crassa (Malpighiaceae) após uma queimada em um cerrado de Brasília – DF. In: Impactos 
de Queimadas em Áreas de Cerrado e restinga. MIRANDA, H. S.; SAITO, C. H. & 
DIAS, B. F. de. (Orgs.) UnB Brasília DF. 
 38
VISITANTES FLORAIS DE Caryocar brasiliense CAMB. E Palicourea rigida KUNTH 
NA TRANSIÇÃO DAS ESTAÇÕES CLIMÁTICAS (SECA-CHUVOSA) NO PARQUE 
ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS NOVAS, GO. 
 
Ariane de Souza Siqueira, Fabrício Alvim Carvalho, Paulo Teodoro Garcia, Ricardo Vargas Kilca, 
Rodrigo dos Reis Alves, Victor Hugo Paula Rodrigues. 
Orientadora: Celine Melo 
 
Introdução 
As plantas apresentam estratégias de fenologias de floração distintas para a atração de 
polinizadores, em função da disponibilidade dos diferentes grupos (aves, insetos, morcegos) 
presentes em um sistema (Howe & Westley, 1990). Os polinizadores, por sua vez, precisam 
captar os recursos de forma mais eficiente possível, fator dependente de sua capacidade de 
forrageamento, alimentação ou pilhagem do recurso oferecido pela planta. Estas relações 
entre plantas-polinizadores são influenciadas por fatores ambientais (ex. pluviosidade, 
temperatura e fotoperíodo) que determinam a ocorrência dos processos de floração. Porém a 
oferta de recursos de algumas espécies de plantas varia no decorrer do ano. Durante a estação 
seca ocorre uma diminuição dessa oferta para com seus respectivos polinizadores. Dessa 
maneira, neste período, espera-se que as poucas espécies vegetais que estejam oferecendo 
algum tipo de recurso estarão sujeitas a diferentes vetores de polinização, isto é, o chamado 
mutualismo dispersivo. 
No Cerrado já são conhecidas algumas síndromes de polinização, tais como a ornitofilia 
(plantas polinizadas por aves) e a quiroptofilia (plantas polinizadas por morcegos). E este 
bioma é caracterizado por apresentar uma estação seca bem definida, que para muitos animais 
correspondem a um período de escassez de recursos, como por exemplo, para a avifauna. 
Caryocar brasiliense e Palicourea rigida são espécies lenhosas comuns na vegetação do 
cerrado sensu stricto (Silva-Júnior, 2005). Caryocar brasiliense pertence ao grupo de plantas 
que florescem durante a estação seca (Oliveira, 1998), possui flores com néctar altamente 
energético sendo um recurso muito importante para morcegos (quiroptofilia) (Rebula et al., 
2002). Palicourea rigida floresce durante o início da estação chuvosa, apresentando síndrome 
de polinização por aves (ornitofilia) e também com néctar altamente energético (Silva-Júnior, 
2005). 
O objetivo deste trabalho foi determinar os visitantes florais diurnos e o pico de 
atividade destes para estas duas espécies, Caryocar brasiliense e Palicourea rigida, na 
 39
transição das estações climáticas do ano de 2005 em uma área de cerrado sentido restrito no 
Parque Estadual de Caldas Novas, GO. 
 
Material e métodos 
O presente estudo foi desenvolvido no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas 
(PESCAN), localizado entre os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, no sudoeste do 
Estado de Goiás, a 180 Km da capital Goiânia (Silva et al., 2002). 
Este trabalho foi realizado no dia 23 de outubro de 2005 durante o período matutino 
entre 6:00 e 9:00 hs. Foram escolhidos aleatoriamente, três indivíduos de Caryocar 
brasiliense, e sete indivíduos de Palicourea rigida em um trecho de cerrado sensu stricto na 
área do platô do PESCAN. A coleta de dados consistiu na identificação e avaliação das 
interações entre os visitantes florais. Durante o trabalho de campo, foram observados os 
visitantes florais através da visualização direta ou com auxilio de binóculos. 
A análise dos dados foi realizada com diferentes tabelas da freqüência e horário de 
visitação e através do teste do Qui-quadrado para verificar se houve uma preferência das 
espécies de beija-flores observadas em relação as duas espécies vegetais. 
 
Resultados e discussão 
De maneira geral, a riqueza de visitantes florais foi baixa, sendo observado apenas três 
espécies de beija-flores e alguns insetos da ordem Hymenoptera. Esta baixa riqueza ocorreu 
devido às condições climáticas no dia das observações (chuva, frio, vento) que interferem na 
atividade

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