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Vunerabilidade ambiental no contexto do monitoramento de ambiente úmido costeiro em Tracuateua Pa

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CAPANEMA 
BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E ENERGIAS RENOVÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
DEYVERSON MESQUITA FREITAS 
 
 
 
VULNERABILIDADE AMBIENTAL NO CONTEXTO DO MONITORAMENTO DE 
AMBIENTE ÚMIDO COSTEIRO EM TRACUATEUA – PA. 
 
 
 
 
 
 
 
CAPANEMA 
2019 
 
 
DEYVERSON MESQUITA FREITAS 
 
 
 
 
VULNERABILIDADE AMBIENTAL NO CONTEXTO DO MONITORAMENTO DE 
AMBIENTE ÚMIDO COSTEIRO EM TRACUATEUA – PA. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Bacharelado em Engenharia 
Ambiental e Energias Renováveis, da 
Universidade Federal Rural da Amazônia, 
como requisito parcial da obtenção do grau de 
Bacharel em Engenharia Ambiental e Energias 
Renováveis. 
 
 
Área de Concentração: Geotecnologias 
 
Orientadora: Prof.ª Me. Neuma Teixeira dos 
 Santos. 
Coorientador: Prof. Dr. Nicola Saverio 
Holanda Tancredi 
 
 
 
 
 
CAPANEMA 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA CAMPUS CAPANEMA 
Freitas, Deyverson Mesquita 
 
 Vulnerabilidade ambiental no contexto do monitoramento de ambiente úmido costeiro em 
Tracuateua-Pa/ Deyverson Mesquita Freitas. - Capanema, 2019 
 
 72 f. 
 
 Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia Ambiental) – Universidade Federal 
Rural da Amazônia, Capanema, 2019. 
 Orientador: Neuma Teixeira dos Santos 
 
 
 1. Análise ambiental 2. Meio ambiente 3. Instabilidade 4. Geoprocessamento I. Santos, Neuma 
Teixeira dos (Orient.) II. Título 
 
 CDD – 363.7 
Bibliotecária-Documentalista: Cristiana Guerra Matos – CRB2/1143 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A minha mãe e minha avó por toda dedicação e a minha irmã Maria Alice (in memoriam) por 
ser minha fonte de luz. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 A Deus, o Grande Criador por toda energia e força em todos os instantes. 
A minha mãe Maria de Nazaré, minha avó Maria Luiza e tia Antonia Rodrigues, por terem sido 
fundamentais com apoio emocional e financeiro para que eu pudesse me tornar a pessoa da 
qual sou hoje e por estar realizando esse sonho de me tornar um Engenheiro Ambiental. 
Aos meus padrinhos Wanda e Reinaldo por todos os conselhos e auxílio em minhas escolhas, 
e aos amigos que foram minha segunda família em São Miguel, dona Maria do Carmo e seu 
esposo Júnior, por terem sido meu apoio e inspiração durante a construção do meu caminho. 
A professora/orientadora/mãe/amiga Neuma Teixeira por ter me acompanhado desde 2015 na 
jornada acadêmica e por todo apoio, conselhos e confiança que foi de me dado durante todo 
esse período, principalmente num dos momentos mais difíceis da minha vida a até hoje, onde 
me segurou e esperou até que eu pudesse voltar. 
Aos meus amigos de grupo de estudo denominado Terror do Cálculo, Cleyton Patrick, 
Leonardo Melo, Nortis Rodrigues e Robert Luan, por toda força, amizade, apoio, alegrias, por 
cada momento de ensinamento sobre a vida do qual buscarei levar por toda minha caminhada 
nessa vida. 
A todos os colegas de turma que fizeram formar a família da Ambiental 2014 do qual 
compartilhei bons momentos, ensinamentos, tristezas, batalhas diárias, visões diferentes do 
mundo, a apesar dos apesares de acontecimentos, tenho orgulho de dizer que foi incrível fazer 
parte dessa família. Dentre eles cito Fernanda Gisele que foi minha irmã/parceira nessa 
caminhada uma das pessoas das quais tenho total admiração e tenho como inspiração de vida, 
a minha a grande amiga Ana Lorraynny por sempre me suportar, abrigar e por ser luz no meu 
caminho durante esse ciclo da minha jornada; ao meu grande irmão Alexandre Reis por ter 
sido um cara que nunca mediu esforços, que sempre esteve ali em todos os momentos dessa 
minha fase, e nos mais difíceis segurou a barra e não deixou que eu caísse, agradeço também 
a família dele que me aceitou como um filho dentro sua casa. 
Dos amigos que ganhei nesse percurso da universidade fora da minha turma, André Oliveira 
por ser um grande parceiro, amigo e irmão; a minha amiga Natalia Dias por ter sido minha 
base, por ter me escutado nos meus dias mais tristes, por sempre ter acreditado em mim, por 
cada vez que não mediu esforços para me ajudar a superar muitas das minhas dificuldades e 
 
por ter me ajudado a ser melhor. A Aiury por ter sido ombro amigo e nunca ter deixado com 
que eu me sentisse sem forças para continuar. Aos meus meninos e meninas que tenho na 
minha vida e levarei com grande carinho no coração, Juliane Dias, Júlia Dias, Amanda Lima, 
Marlon Santos e Maricélio Souza. 
Aos meus amigos graduandos e professores do grupo de pesquisa e extensão Laboratório de 
Geotecnologias, Educação Financeira e Ambiental, por terem sido parceiros e me ajudado a 
crescer como acadêmico e como pessoa. 
Aos professores dessa caminhada de curso, do qual me ensinaram e mostraram caminhos para 
uma excelente formação acadêmica, destaco dois orientadores do qual tive a satisfação de 
compartilhar parte a minha vida acadêmica, principalmente na atividade de monitoria o 
professor Geraldo Mello e a professora Laís Brito. 
Ao prof. Nicola Tancredi por ter aceitado o desafio, ter me auxiliado e orientado quanto ao 
desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso, assim como também agradeço pelos 
treinamentos e orientações fora do âmbito desta pesquisa. 
Agradeço a Talita Alencar por ter me trago equilíbrio, calma e afeto nesse momento de tantas 
transformações na minha vida com o fim do ciclo da graduação para um ciclo de profissional 
da Engenharia Ambiental. 
A dona Sirley do Socorro por sempre salvar as noites e madrugadas de estudos com sua comida 
e estadia. A dona Aldenora e seu Manoel por serem vizinhos incríveis, sempre me salvando 
nos almoços, principalmente nos finais de semana. Não podendo esquecer a tia Neusa por ter 
me presenteado com meu veículo de locomoção (bicicleta) do qual foi fundamental para 
realizar o percurso de casa a universidade e demais atividades. 
A Universidade Federal Rural da Amazônia por proporcionar a presença do curso na cidade de 
Capanema, permitindo a minha entrada na vida acadêmica universitária. A família Sátiro da 
comunidade de Flexeira por proporcionar a estadia e ficado a disposição para auxiliar nas 
visitas de campo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará a seu tamanho original” 
Albert Einstein 
 
RESUMO 
A Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua é uma unidade de conservação criada 
com a finalidade de garantia do princípio exposto na constituição federal de se ter um ambiente 
ecologicamente equilibrado que mantenha sadia qualidade de vida e seja de uso comum do 
cidadão. Em Reservas Extrativistas se encontram presentes as zonas de amortecimento que são 
áreas das quais as atividades humanas possuem restrições de modo a diminuir o impacto do 
meio externo para meio interno da unidade. A presença de comunidades humanas já demostra 
a perca de equilíbrio dinâmico nessas áreas, logo identificar áreas que possuem vulnerabilidade 
pode auxiliar no monitoramento de forma a agir principalmente nas áreas que tendem a ter 
maior instabilidade. As variáveis trabalhadas para essa análise são geologia, geomorfologia, 
declividade, altimetria, pedologia, uso e ocupação do solo, cobertura vegetal e pluviometria. 
Cada classe das variáveis recebe um código relacionado ao seu potencial de instabilidade de 
modo a gerar um modelo representativo de vulnerabilidade de cada uma dessas, para aquisição 
do modelo de vulnerabilidade foi necessário se utilizar daanálise multicritério de modo a obter-
se o peso de influência de cada variável na zona de amortecimento e assim criar um modelo 
matemático representativo da área. Ressalta-se quanto ao modelo representativo 50% das 
comunidades se encontra dentro de áreas classificadas como alta e muito alta vulnerabilidade o 
que acarreta áreas das quais possuem grande sensibilidade, zonas onde os processos de 
morfogênese prevalecem em função da pedogênese; 37,5% das comunidades estão em áreas de 
média e baixa vulnerabilidade o que destaca a menor influência de processos morfogênicos, e 
12,5% das comunidades se encontram na classe de média estabilidade, onde as relações de 
morfogênese e pedogênese se equilibram. Por fim, no desenvolvimento da metodologia 
demostrou-se a necessidade de conhecimento das características intrínsecas do solo em função 
da determinação dos códigos, o produto resultou em um diagnóstico de áreas que necessitam 
de maior atenção quanto ao aspecto de vulnerabilidade, dessa forma dentro do planejamento de 
monitoramento da zona de amortecimento as comunidades em questão devem ser inicialmente 
atendidas de modo a compreender aspectos sociais e culturais que influenciam no uso do solo, 
em vista desta ser uma das variáveis de maior influência no estudo. 
Palavras-chave: Análise ambiental, meio ambiente, instabilidade, geoprocessamento. 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The Extractive Marine Reserve of Tracuateua is a conservation unit created with the 
purpose of guaranteeing the principle set out in the federal constitution of having an 
environmentally balanced environment that maintains healthy quality of life and is of common 
use of the citizen. In Extractive Reserves are present the zones of cushioning that are areas of 
which the human activities have restrictions in order to diminish the impact of the external 
environment to internal means of the unit. The presence of human communities already 
demonstrates the loss of dynamic balance in these areas, thus identifying vulnerability areas 
can assist in monitoring in order to act primarily in areas that tend to have greater instability. 
The variables worked for this analysis are geology, geomorphology, slope, altimetry, pedology, 
soil use and occupation, vegetation cover and rainfall. Each class of variables receives a code 
related to its instability potential in order to generate a representative model of vulnerability of 
each of them, to acquire the vulnerability model it was necessary to use the multicriteria analysis 
in order to obtain the influence weight of each variable in the damping zone and thus create a 
mathematical model representative of the area. 50% of the communities are located within areas 
classified as high and very high vulnerability, which entails areas of great sensitivity, areas 
where morphogenesis processes prevail as a function of pedogenesis; 37.5% of the communities 
are in areas of medium and low vulnerability, and the least influence of morphogenic processes; 
and 12.5% of the communities are in the middle stability class, where the morphogenesis and 
pedogenesis relationships are balanced. The development of the methodology demonstrated the 
need to know the intrinsic characteristics of the soil in function of the determination of the 
codes, the product resulted in a diagnosis of areas that need more attention regarding the aspect 
of vulnerability, this way within the monitoring planning of the the communities in question 
should initially be served in order to understand social and cultural aspects that influence land 
use, since this is one of the most influential variables in the study. 
Keywords: Environmental analysis, environment, instability, geoprocessing. 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1– Localização da Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista Marinha de 
Tracuateua. ............................................................................................................................... 25 
Figura 2- Distribuição Geológica da Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista Marinha 
de Tracuateua ............................................................................................................................ 41 
Figura 3- Vulnerabilidade geológica da Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista 
Marinha de Tracuateua ............................................................................................................. 42 
Figura 4- Distribuição pedológica da Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista Marinha 
de Tracuateua ............................................................................................................................ 43 
Figura 5- Vulnerabilidade pedológica da Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista 
Marinha de Tracuateua ............................................................................................................. 44 
Figura 6- Distribuição Geomorfológica da Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista 
Marinha de Tracuateua. ............................................................................................................ 45 
Figura 7- Vulnerabilidade da Geomorfologia da Zona de Amortecimento da Reserva 
Extrativista Marinha de Tracuateua. ......................................................................................... 46 
Figura 8- Distribuição de declividade na área Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista 
Marinha de Tracuateua. ............................................................................................................ 47 
Figura 9- Vulnerabilidade da declividade na área Zona de Amortecimento da Reserva 
Extrativista Marinha de Tracuateua. ......................................................................................... 48 
Figura 10- Distribuição altimétrica na área Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista 
Marinha de Tracuateua. ............................................................................................................ 49 
Figura 11- Vulnerabilidade altimétrica na área Zona de Amortecimento da Reserva 
Extrativista Marinha de Tracuateua. ......................................................................................... 50 
Figura 12- Vulnerabilidade Geomorfológica (altimetria + declividade + geomorfologia) na 
área Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua. ...................... 51 
Figura 13- Distribuição de cobertura vegetal na área Zona de Amortecimento da Reserva 
Extrativista Marinha de Tracuateua .......................................................................................... 52 
Figura 14- Vulnerabilidade da cobertura vegetal na área Zona de Amortecimento da Reserva 
Extrativista Marinha de Tracuateua .......................................................................................... 53 
Figura 15- Representação dos campos alagados ..................................................................... 54 
Figura 16- Representação da área de vegetação densa ............................................................ 54 
Figura 17- Representação de vegetação secundária ................................................................ 55 
Figura 18- Representação de área de plantio ........................................................................... 55 
Figura 19- Representação de área de solo exposto .................................................................. 56 
Figura 20- Representação da área de Regeneração natural ..................................................... 56 
Figura 21- Distribuição altimétrica na área Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista 
Marinha de Tracuateua ............................................................................................................. 57 
Figura 22- Vulnerabilidade uso e cobertura do solo na área Zona de Amortecimento da 
Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua ............................................................................58 
Figura 23- Vulnerabilidade Ambiental na área Zona de Amortecimento da Reserva 
Extrativista Marinha de Tracuateua .......................................................................................... 60 
Figura 24- Vulnerabilidade Ambiental com influência pluviométrica na área Zona de 
Amortecimento ......................................................................................................................... 62 
Figura 25 - Sugestão de limite da zona de amortecimento diante as características físicas .... 64 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1- Classes de vulnerabilidade geológica ...................................................................... 28 
Tabela 2- Classes de vulnerabilidade pedológica .................................................................... 29 
Tabela 3- Classes de vulnerabilidade da geomorfologia ......................................................... 30 
Tabela 4- Classes de vulnerabilidade de declividade .............................................................. 31 
Tabela 5- Classes de vulnerabilidade de Altimetria ................................................................ 31 
Tabela 6- Classes de vulnerabilidade de intensidade pluviométrica ....................................... 32 
Tabela 7- Classes de vulnerabilidade do uso e cobertura do solo ........................................... 35 
Tabela 8- Classes de vulnerabilidade da cobertura vegetal ..................................................... 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1- Legislações relacionadas ao meio ambiente .......................................................... 19 
Quadro 2- Descrição das características e referências dos produtos cartográficos utilizados 26 
Quadro 3- Classes de uso e ocupação ..................................................................................... 33 
Quadro 4- Classificação de unidades ecodinâmicas ................................................................ 38 
Quadro 5- Escala de vulnerabilidade ....................................................................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
ANA – Agência Nacional de Águas 
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente 
ESA – European Space Agence 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente 
RESEX – Reserva Extrativista 
SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente 
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
UC – Unidade de Conservação 
UNESCO - United Nations Educational, Sicentific and Cultural Organization 
USGS – United States Geological Survey 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 
1.1 Problemática ................................................................................................................ 11 
1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 11 
1.2.1 Geral ........................................................................................................................... 11 
1.2.2 Específicos ................................................................................................................. 12 
1.3 Justificativa .................................................................................................................. 12 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 14 
2.1 Unidades de conservação e zonas de amortecimento ............................................... 14 
2.2 Análise ambiental ........................................................................................................ 16 
2.3 Monitoramento ambiental .......................................................................................... 17 
2.4 Vulnerabilidade ambiental ......................................................................................... 20 
2.5 Análise multicritério .................................................................................................... 22 
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 24 
3.1 Área de estudo .............................................................................................................. 24 
3.2 Aquisição de dados ...................................................................................................... 25 
3.3 Procedimentos metodológicos ..................................................................................... 26 
3.3.1 Geologia ..................................................................................................................... 27 
3.3.2 Pedologia ................................................................................................................... 29 
3.3.3 Geomorfologia ........................................................................................................... 30 
3.3.4 Declividade ................................................................................................................ 30 
3.3.5 Altimetria ................................................................................................................... 31 
3.3.6 Pluviometria ............................................................................................................... 31 
3.3.7 Uso/cobertura do solo ................................................................................................ 33 
3.3.8 Distribuição de Vegetação ......................................................................................... 35 
3.3.9 Tratamento e reclassificação das camadas ................................................................. 36 
3.3.10 Cálculo da vulnerabilidade ........................................................................................ 36 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 40 
4.1 Análise de dados obtidos ............................................................................................. 40 
 
4.1.1 Formação Geológica e vulnerabilidade ..................................................................... 40 
4.1.2 Formação Pedológica e vulnerabilidade .................................................................... 42 
4.1.3 Formação Geomorfológica e vulnerabilidade ............................................................ 44 
4.1.4 Declividade, altimetria e vulnerabilidade .................................................................. 46 
4.1.5 Distribuição de vegetação e vulnerabilidade ............................................................. 51 
4.1.6 Pluviometria e vulnerabilidade .................................................................................. 53 
4.1.7 Uso e Cobertura do solo e vulnerabilidade ................................................................ 53 
4.2 Produtos da análise multicritério ............................................................................... 59 
4.2.1 Vulnerabilidade Ambiental ........................................................................................ 59 
4.2.2 Vulnerabilidade Ambiental com influência pluviométrica ........................................ 62 
5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 65 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 66 
 
101 INTRODUÇÃO 
Uma das maiores preocupações da humanidade é o cuidado como meio ambiente 
(GRUTZMACHER et al., 2008), fato que perdura até os dias atuais de modo que muitas são as 
metodologias criadas, além de legislações com a finalidade de entender e monitorar o ambiente, 
com base nas as premissas do desenvolvimento sustentável, fortalecendo sua presença no 
desenvolvimento social, econômico e ambiental. 
A análise do meio ambiente é um termo de grande relevância, e muito se tem produzido 
no aspecto de buscar entender as relações do equilíbrio dinâmico através de metodologias com 
capacidade de diagnosticar e encontrar vulnerabilidades, principalmente na busca do 
desenvolvimento dentro do plano sustentável. Nesse contexto evidencia-se o trabalho de 
desenvolvido por Izola, Picollo e Catalano (1998), que utilizou aerofotografias como 
instrumento do monitoramento ambiental. Pavanin, Chuerubim e Lázaro (2017), utilizaram da 
ferramenta de geoprocessamento para compreender a vulnerabilidade da bacia hidrográfica do 
córrego de Guaribas em Uberlândia. 
Salienta-se que a criação das Unidades de Conservação (UC) possui papel protagonista 
na realidade brasileira dentro do aspecto sustentabilidade, mas é importante destacar que além 
das delimitações de tais unidades existem comunidades humanas, pois de acordo com Carvalho 
et al. (2018) desde o princípio do mundo no sistema globalizado o ser humano causa alterações 
no equilíbrio dinâmico. Logo assim, justifica-se a necessidade de compreender os impactos 
nesses espaços delimitados das zonas de amortecimentos que são presentes nas UC. 
A vulnerabilidade ambiental tem seu foco no solo e nos tipos de uso que este está sujeito 
de modo a compreender a potencialidade em relação aos movimentos de massa como erosão, 
podendo identificar os locais mais suscetíveis, auxiliando no planejamento da área. Diante 
dessa abordagem Rabelo, Souza e Feitosa (2016), descrevem que implantar medidas de 
planejamento para amenizar riscos no ambiente na busca da melhoria da qualidade de vida a 
partir da premissa da sustentabilidade é o que mais se encontra em vigência na atualidade. 
Utilizar de modelos representativos do meio ambiente auxilia nas tomadas de decisões 
e análise do meio de modo a obter o diagnóstico de determinadas áreas. Uma ferramenta 
importante do diagnóstico ambiental que auxilia na obtenção de informações para gestão é 
conhecida como mapa de suscetibilidade a erosão (CECONI, et al., 2018). 
Ressalva-se que para a obtenção e modelos é necessário a busca por uma série de 
variáveis, sendo indispensável o entendimento de cada uma delas para obtenção do produto. 
11 
Nesse contexto, a análise multicritério consegue relacionar várias variáveis resultando na 
criação de pesos de acordo com o grau de importância da variável, com o escopo de gerar uma 
equação que represente de forma mais aproximada a situação estudada. 
Como unidade de conservação de uso direto a Reserva Extrativista Marinha de 
Tracuateua (RESEX MAR Tracuateua), tem a premissa de conservar o ambiente mantendo uma 
relação homem e natureza de forma sustentável respeitando a capacidade de suporte do 
ambiente. No entanto deve-se ter o monitoramento do entorno dessa área, pois na visão 
ecossistêmica as relações entre os compartimentos do meio então interligadas resultando em 
possíveis impactos. 
Nesse contexto o trabalho busca desenvolver a metodologia de análise da 
vulnerabilidade ambiental, como forma de compreender a área da zona de amortecimento, com 
a finalidade de usar o produto gerado como subsídio do monitoramento ambiental e 
identificação de áreas mais vulneráveis quanto aos aspectos físicos. 
 
1.1 Problemática 
O estudo é relevante em função da utilização de variáveis naturais do meio e antrópicas 
relacionados ao uso da terra no entendimento da área da reserva contribuindo com a geração 
de informações, auxiliando desse modo no monitoramento ambiental. A problemática parte de 
questionamentos intrínsecos em vista da metodologia a ser utilizada, que devem ser 
respondidas no decorrer da produção da pesquisa. 
Como utilizar a vulnerabilidade ambiental na prática do monitoramento ambiental? 
Como quantificar as características qualitativas de modo a atribuir peso a cada variável 
que fará parte da fórmula do modelo? 
E como último questionamento, de que modo é possível produzir um modelo do qual 
tenha representatividade expressiva das vulnerabilidades da área em estudo? 
 
1.2 Objetivos 
1.2.1 Geral 
Utilizar os produtos vulnerabilidade ambiental como ferramenta auxiliar no 
monitoramento da zona de amortecimento da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua, 
em Tracuateua – PA. 
 
12 
1.2.2 Específicos 
Os objetivos específicos são: 
a) Compreender as características quanto aos aspectos físicos, assim como 
destacar os que possuem maior influência na área determinada como zona 
de amortecimento; 
b) Determinar através da análise multicritério o modelo do qual seja 
representativo para a construção do mapa de vulnerabilidade. 
 
1.3 Justificativa 
As transformações da natureza pela influência humana são evidentes. Santos (2015), 
evidencia que as mudanças no meio físico transformaram o funcionamento e as estruturas dos 
sistemas ambientais e nessa perspectiva surgiram formas de compreender as interrelações 
físico-ambientais. Na linha de pensamento relacionada ao equilíbrio dos sistemas ambientais 
trabalhado por Tricat (1977), este descreve que o ambiente vem sendo modificado em função 
das diversas ações do homem nos componentes naturais, como resultante desse processo tem-
se desequilíbrio, podendo ser temporários ou permanentes. Dessa forma para os ambientes dos 
quais existem residentes humanos, é necessário a análise desses locais na forma de auxiliar seu 
melhor desenvolvimento. Sprol e Ross (2004), identificam como os ambientes naturais e suas 
fragilidades auxiliam na busca de planejamento do espaço físico-territorial. 
Quanto ao planejamento do ambiente há grande preocupação de relacionar a fragilidade 
ambiental com potenciais econômico, social e natural na busca do equilíbrio, por meio de 
instrumentos de aplicabilidade (LIMA; OLIVEIRA, 2018). O monitoramento auxilia na 
identificação e análise do meio, para aplicabilidade dessas premissas pode se utilizar de 
ferramentas como a análise de vulnerabilidade ambiental desenvolvida por Louzeiro (2018) e 
Crepani et al. (2001), associados aos estudos de vulnerabilidade discutidos por Santos (2015) e 
Leitão (2018). 
Complementando esses pontos salienta-se a importância de estudos desse cunho em 
áreas de proteção e conservação ambiental em vista de suas atribuições e objetivos. Rodrigues, 
Leite e Ayach (2018), descrevem que a criação de unidades de conservação pode ser 
interpretada como uma forma de amenizar a problemática da degradação ambiental de áreas 
que possuam características com grande interesse da sociedade. 
13 
Unidades de conservação têm como instrumento de gestão o estabelecimento de Zonas 
de Amortecimento (ZA). Na RESEX Marinha de Tracuateua esta área específica é composta 
por campos naturais e comunidades, dentre estas Santa Tereza, Chapada, Flexeira, Cocal e 
Santa Maria (AVIZ; PINHEIRO, 2013). Dessa forma, é necessário compreender a dinâmica de 
uso do solo das comunidades e fatores físicos do solo de forma a criar relações e identificar 
impactos negativos e positivos que resultem em interferências relevantes na zona de 
amortecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 Unidades de conservação e zonas de amortecimento 
A preocupação com os recursos florestais do país se inicia desde o código florestal de 
1934, regido pelo decreto de nº 23.793, de janeiro de 1934, onde neste se encontram as 
primeiras menções de Unidades de Conservação (UC), se dando esse fato ao artigo 5º que 
destaca a proteção dosparques nacionais, estaduais e municipais. 
A lei de 4.771 de setembro de 1965 instituiu o novo código florestal, assim como trouxe 
as menções da proteção das áreas criadas como floretas nacionais e as reservas biológicas com 
a finalidade de resguardar a natureza e conciliar com o uso para fins educacionais e de pesquisa, 
os aspectos faunísticos desta última categoria é abordado na lei de nº 5.197 de janeiro de 1967. 
Em abril de 1981 foi promulgada a lei de nº 6.902 da qual dispõem sobre a criação de 
Áreas de proteção ambiental e estações ecológicas, e em 31 de agosto de 1981, a lei de 6.938 
foi realizada a publicação da Política Nacional do Meio Ambiente que traz em seu artigo 9º, 
no inciso VI, o texto relacionado a criação de áreas de reservas, áreas de proteção ambiental e 
outras que tiverem interesse de cunho ecológico. 
As reservas ecológicas e as áreas de relevante interesse ecológico são definidas a partir 
do decreto de nº 89.336, de 31 de janeiro de 1984. O conselho Nacional de Meio Ambiente – 
CONAMA através da resolução 008, de 5 de junho de 1984, discorre sobre a permissividade 
de estudos de recursos ambientais presentes em área de Relevante Interesse Ecológico e em 
Reservas Ecológicas particulares 
Em 1988 foi difundida a constituição brasileira possuindo o artigo 225 que dispõem 
dos aspectos relacionados ao meio ambiente. Salienta-se que em 30 de janeiro de 1990, é 
promulgado o decreto de 98.897, dispondo sobre as reservas extrativistas. 
De forma a organizar e unificar em um plano, a lei nº 9.985 de julho de 2000 instituiu 
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, o qual define os objetivos, 
caracteriza e tipifica as Unidades de Conservação (UC), sendo uma das formas de se garantir 
o direito do cidadão a um ambiente ecologicamente equilibrado em vista de ser a base da sadia 
qualidade de vida, além de ser um bem comum do povo como consta no artigo 225 da 
Constituição Federal de 1988. 
Como descreve Santos e Andrade (2017), a criação das unidades é uma alternativa de 
conciliar o uso do solo com a exploração ambiental. Ressalta-se que somente a criação de tais 
unidades não resolve o problema da questão socioambiental (ARARUNA; SOARES, 2017; 
15 
SANTOS; ANDRADE, 2017). Diante desse fato, Dias (2018) discorre que a criação dessas 
unidades é permeada por conflitos, resistências e contradições por buscar dialogar com uma 
grande variedade de grupos e agentes. Vale ressaltar que a unidade além trazer a garantia da 
proteção da biodiversidade e de serviços biológicos, esta tende a garantir a integridade a saúde 
mental, o prazer, e a felicidade de uma comunidade (FONSECA, 2016), dessa forma sendo 
importante para manutenção do equilíbrio ecológico. 
As unidades de conservação são divididas em duas categorias, as Unidades de Proteção 
Integral e Unidades de Uso Sustentável (BRASIL, 2000). Por buscar intermediar a conservação 
e o uso direto dos recursos, a Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua é considerada uma 
unidade de uso sustentável segundo a referida lei que rege o SNUC. 
No Brasil existem 334 Uni.dades de Conservação Federais - UC (ICMBio, 2019). No 
ano de 2018 cerca de 9,06% do território brasileiro, sendo que o bioma amazônico possuía 
34,30% das UCs sendo detentoras de 79,205% da área de UCs no país (MATTAR et al., 2018). 
As unidades de conservação são áreas das quais são instituídas pelo poder estatal com a 
finalidade de proteção dos recursos naturais de maior importância (FONSECA, 2016). 
Complementando Rodrigues, Leite e Ayach (2018), abordam que estas são estratégias que 
buscam equalizar a problemática das áreas de interesse ambiental e degradação ambiental. 
Com a finalidade de causar o menor impacto nas áreas de proteção e conservação o 
artigo 25º da lei na SNUC, define que as unidades de conservação com exceção das Reservas 
Particulares de Patrimônio Natural e Área de Proteção Ambiental, devem possuir uma zona de 
amortecimento (ZA). Ressalva-se que esta é definida de acordo com o inciso XVIII do art. 2º 
como área do entorno onde as atividades antrópicas estão submetidas a normas e restrições 
específicas, com a finalidade de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. 
Como destaca Boechat et al. (2017), deve-se se haver uma protrusão gradativa entre o 
meio externo e o meio protegido nas UCs. Porém, Koch (2016), afirma que somente a criação 
da zona de amortecimento em uma UC não garante a proteção dos ecossistemas presentes. 
Dessa forma, cabe ao papel da avaliação auxiliar na identificação de pontos fracos e fortes do 
escopo, manejo, além da prevalência e distribuição de uma série de pressões (ARARUNA; 
SOARES, 2017). Um fato que deve ser considerado na ótica apontada por Farias, Ladwig e 
Menezes (2017), é que a criação de espaços protegidos pode ser uma chance do 
desenvolvimento de territórios sustentáveis, de modo a contribuir no desenvolvimento das 
potencialidades das comunidades. Dito isso, enfatiza-se que há preocupação com os usos 
múltiplos da área de entorno de uma Unidade de Conservação, pois de acordo com o Li et al. 
16 
(2009), os usos múltiplos não seguem regras de ordenamento, geralmente geram impactos, 
como poluição de corpos hídricos e do solo, além e possíveis introdução de espécies exóticas. 
No contexto dos sistemas naturais se encontrarem pressionados por atividades 
antrópicas; Farias, Ladwig e Menezes (2017), discorre que a importância vai além de conhecer 
as áreas prioritárias, mas há a necessidade de ter conhecimento das áreas que são de interesse 
a proteção da comunidade local, em vista que os moradores locais são os mais interessados. 
Nessa perspectiva, a análise e monitoramento tendem ser fundamentais para melhor gestão 
dessas áreas. 
 
2.2 Análise ambiental 
Compreender os impactos ao meio ambiente é um tema de muito interesse. Os debates 
se deram a partir da década de 70 do século XX com a publicação do clube de Roma sobre os 
limites do planeta em função dos processos de produção (CORAZZA, 2005) 
Na década de 80 através da Comissão Internacional de Meio ambiente foi publicado o 
livro “Nosso futuro comum”, onde o principal tema foi a definição do conceito de 
desenvolvimento sustentável. A partir desse contexto, ocorreram conferências internacionais 
com os líderes para definições de tratados e planos em relação ao meio ambiente, tais como 
protocolo de Kyoto e a Agenda 21 discutida na RIO 92. Cabe ressaltar que a legislação 
brasileira desde a constituição trabalha no aspecto do desenvolvimento sustentável, onde esses 
aspectos desencadearam processos dos quais deram a importância de analisar o meio ambiente. 
Na discussão abordada por Carvalho Segundo et al. (2018), desde os primórdios o 
homem tem realizado alterações no espaço, e com a evolução tecnológica a grande exploração 
dos recursos tem causado impactos no ambiente. 
Em face do desenvolvimento brasileiro a maioria das mudanças na cobertura e uso da 
terra se deram pela transformação da natureza por áreas antropizadas relacionadas a expansão 
agrícola e da pecuária (BOGGIONE et al., 2014). 
Diante da abordagem é necessário análise e planejamento do ambiente. Albulquerque 
e Sakamoto (2015), destacam que a ocupação de espaços de modo não planejado acarreta a 
problemáticas ao meio ambiente e aos seres humanos, dessa forma a análise ambiental se torna 
importante no planejamento, definido segundo esses autores, como conjunto de ações 
coordenadas e integradas e que visam um objetivo considerado sustentável. 
17 
Na ótica da dinâmica da terra e mar, os ecossistemas costeiros tendem a ser os mais 
vulneráveis, principalmente se relacionado as mudanças climáticas antropogênicas (GOPAL, 
et al., 2015). Sendo que a alteração da disponibilidade e qualidade de corpos hídricos aceleram 
a degradação dos solos, deterioram matas ciliares, causam assoreamento, e perda de 
biodiversidade como resultados da intervençãohumana (GIUNTI et al., 2014). 
Diante desse quadro, a importância da análise do ambiente se apresenta como 
fundamental ao seu desenvolvimento. Chen et al. (2018), retrata que a análise do meio 
ambiente com destaque ao nível regional sempre foi um tema de relevância no campo de 
desenvolvimento sustentável; atrelado a esse fato Gopal et al. (2015), descreve que os sistemas 
costeiros devem ter sua funcionalidade a longo prazo, além de ser capaz de fornecer serviços 
ecossistêmicos durante muito tempo a seus usuários, competindo a gestão a garantia dessas 
funcionalidades. 
Giunti et al. (2014), destacam que o processo de colonização no Brasil realizou-se de 
forma predatória aos recursos da natureza. Com o passar do desenvolvimento observou-se a 
permanência da exploração como a retirada de material florestal, criação de barragens de 
coluna d’água para produção de energia, sendo que a realização dessas atividades deve possuir 
base nas legislações vigentes. 
A Resolução 237 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, dispõem de 
critérios de obtenção do licenciamento ambiental e descreve a necessidade de estudo de 
impactos ao meio ambiente, principalmente de atividades de alto grau de degradação ao meio. 
De modo a otimizar a busca de informações de determinados locais, tem-se o uso de índices e 
indicadores como ferramentas de avaliação, como a avaliação de impacto ambiental 
(BRESSANE et al., 2017). 
Cabe destacar que uma gestão ambiental eficiente depende de estudos sistemáticos e 
levantamentos prévios sobre o meio físico (LOPES; SADANHA, 2016). Além do que é sabido 
da interferência antrópica no ambiente natural. Considerando que as técnicas de 
geoprocessamento permitem a construção de mapas temáticos das características ambientais, 
de forma a relacionar e integrar inúmeras variáveis (SILVA; MACHADO, 2014); elas se 
caracterizam-se com potencial de eficiência para uso na gestão. 
 
2.3 Monitoramento ambiental 
No âmbito da gestão do meio ambiente o monitoramento é ferramenta importante para 
manter a organização e a melhoria contínua de um determinado local. Cardoso Filho e Araújo 
18 
Junior (2015); Oliveira, João e Mondlane (2008) definem o monitoramento ambiental como 
ferramenta de aquisição de dados e informações do ambiente externo que podem afetar o 
ambiente organizacional, oferecendo a possibilidade de antecipar a solução de problemas e na 
tomada de decisões. Diante dessa conjectura é possível observar a vasta aplicabilidade dessa 
ferramenta em cada aspecto do meio ambiente desde avaliações do meio físico até análises do 
meio social. 
Como exemplo, cita-se os trabalhos de Borba et al. (2009), acerca da especiação do 
arsênio como metodologia no monitoramento ambiental de águas subterrâneas, além de 
mostrar que é o procedimento mais adequado na preservação das amostras de água. Ribeiro et 
al. (2016) utilizou ferramentas das geotecnologias através dos índices de vegetação para 
analisar a dinâmica espaço-temporal de mudanças ambientais na bacia hidrográfica do rio 
Pajeú. Alcântara et al. (2013) apresentou em sua pesquisa o sistema integrado de 
monitoramento ambiental de amostra e armazenamento de dados em séries temporais e sua 
aplicabilidade para dados limnológicos e meteorológicos. Liu, Zhang e Zhang (2018) 
trabalharam no desenvolvimento de extração de informações de cobertura de vegetação usando 
o NDVI como forma de fornecer análises e comparações de mudanças de vegetação ao longo 
do tempo. 
Diante dos trabalhos citados, observa-se que o geoprocessamento é uma ferramenta de 
vasta aplicabilidade no monitoramento do meio físico. Dentro desse aspecto tem-se as 
geotecnologias que segundo Pavanin, Chuerubim e Lázaro (2017), é o conjunto de tecnologias 
voltadas para processamento, coleta, oferta e análise de informações que contenham 
referências espaciais e geográficas bem definidas. Além do que é de grande importância 
utilizar-se de ferramentas que auxiliem na análise ambiental, sendo que essas são baseadas em 
inovações tecnológicas que tiveram seu surgimento na década de 70 do século XX 
(ALMEIDA, et al., 2018). Muitas dessas técnicas utilizam-se de produtos do sensoriamento 
remoto, como imagens de satélite. 
No trabalho de Fonseca, Silva e Alves e Senna (2018), utilizou-se imagens de satélite 
para identificar e quantificar a ocupação por atividades antrópicas em um intervalo de 50 anos 
no entorno das turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional. A vasta aplicabilidade das técnicas 
de geoprocessamento pode ser vista na colocação exposta por Firmiano et al. (2017), onde este 
conclui que a versatilidade dos instrumentos do geoprocessamento em uma região, 
acompanhadas de fronteiras e condições iniciais pode contribuir na modelagem computacional, 
como forma de padronização dos dados geoespaciais. 
19 
Nesse contexto, os sistemas de informações geográficas possuem uma capacidade de 
coleta, sobreposição e visualização de uma grande quantidade de dados que podem ser úteis a 
exemplo na análise de possibilidade de ignição de incêndio florestal ou de sua propagação 
(TORRES et al., 2017). 
Contudo, além das ferramentas de análise deve-se conhecer a legislação vigente, tal 
qual rege parâmetros e normas de como o ambiente pode ser transformado, e quais as restrições 
das quais ele está sujeito no caso de estar contido em uma área de proteção de ambiental. No 
Brasil o aspecto ambiental é trabalhado desde a carta magna no artigo n° 225, ressalvando que 
a questão ambiental apareceu com maior força através da Lei 6938/81, a Política Nacional de 
Meio Ambiente (PNMA) a apesar da existência de legislações anteriores, e a partir desta 
derivam demais legislações, algumas leis e decretos se encontram dispostas no quadro 1. 
Quadro 1- Legislações relacionadas ao meio ambiente 
(continua) 
Legislação Finalidade 
Constituição federal 
1988 Art. n° 225 
Define que todo cidadão possui direito de um meio ambiente 
equilibrado ecologicamente, sendo essencial a qualidade de vida e 
de uso comum, além de que deve ser preservado e defendido pelos 
cidadãos e poder público. 
Lei n° 6.938/81 – 
Política Nacional do 
Meio Ambiente 
(PMNA) 
Objetiva-se a melhoria, recuperação e preservação da qualidade do 
meio ambiente, compatibilizando o desenvolvimento econômico 
social com a preservação da qualidade e equilíbrio do ambiente. 
Cria a o Sistema Nacional de Meio ambiente (SISNAMA) e o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 
Lei n° 9.433/ 97 – Lei 
das águas 
Esta institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, e origina o 
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos hídricos; além de 
assegurar a disponibilidade de água para as futuras gerações, 
utilizando-a de forma racional e integrada, prevenido e defendendo 
contra eventos crítico e incentivando a promoção da captação, 
aproveitamento e preservação de águas pluviais. 
 
 
 
 
 
20 
 
 (conclusão) 
Legislação Finalidade 
Resolução CONAMA 
n° 237/97 
A resolução define os conceitos, critérios, delega funções em 
relação ao desenvolvimento da atividade de licenciamento 
ambiental. 
Resolução CONAMA 
n° 001/86 
Estabelece os critérios básicos, diretrizes gerais, definições e as 
responsabilidade para o uso na atividade de avaliação de impacto 
ambiental como instrumento do PNMA. 
Lei n° 9.985/00 – 
Sistema Nacional de 
Unidades de 
Conservação (SNUC) 
Esta lei vem a instituir a SNUC, define as normas de criação, 
classifica as unidades quanto suas características, e define 
parâmetros das zonas de amortecimento que devem ser presentes 
em todas as unidades exceto Áreas de Proteção Ambiental e 
Reservas Particulares do Patrimônio Natural 
Lei n ° 12.651/2012 – 
Código florestal 
Estabelece as normas relacionadas proteção de reserva legal, áreas 
de preservação permanente, controle de produtos de origem 
florestal e aspectos gerais sobre a proteção da vegetação. 
Lei n° 9.605/1998– 
Lei de Crimes 
ambientais 
Esta determina medidas administrativas e penais resultante de 
condutas de atividades que tragam prejuízo ao meio ambiente, 
descrevendo os crimes contra a fauna, flora, crimes relacionados a 
poluição, ordenamento urbano e o patrimônio cultural, além de 
crimes contra a administração ambiental 
Resolução CONAMA 
n° 430/11 
Esta define e dispõe as condições, padrões e diretrizes, na gestão de 
lançamentos de efluentes em corpos hídricos de recepção, além de 
complementar as Resolução CONAMA n° 357/05, que esclarece e 
atribui a classificação de corpos hídricos e as direções ambientais 
para o enquadramento. 
Resolução CONAMA 
428/10 
Dispõe sobre a autorização do órgão responsável pela administração 
de uma UC em relação a liberação do licenciamento ambiental de 
empreendimentos que não ocorre a necessidade de EIA-RIMA. 
Elaborado: Autor, 2019. 
2.4 Vulnerabilidade ambiental 
Para a definição de critérios da vulnerabilidade é necessário buscar uma forma de 
entendimento do meio ambiente, dessa forma, a base teórica utilizada é a desenvolvida no 
21 
trabalho de Tricart (1977), no qual dividiu os ambientes pela ótica da ecodinâmica 
desenvolvida nesses, sendo classificados como meios estáveis, meios intergrades e os meios 
instáveis. Segundo as definições do autor, nos meios estáveis prevalecem fatores da 
pedogênese; os meios intergrades possuem relação de equilíbrio entre os fatores de pedogênese 
e morfogênese, e os meios instáveis prevalecem aspectos da morfogênse. Aliado que os dois 
últimos são sensíveis a atividades antrópicas. 
Vale ressaltar que as alterações no ambiente na atualidade possuem extrema relevância 
nos aspectos de análise ambiental, onde apenas avaliar fatores naturais não traz maior 
aproximação da realidade (RODRIGUES; MONTEIRO; SOUZA, 2018). Sendo então 
necessário agregar valores da interferência do homem no sistema. O trabalho desenvolvido por 
Crepani et al. (2001) traz uma metodologia desenvolvida no INPE que classifica unidades 
territoriais de acordo com o grau de morfogênese e pedogênese, onde a vulnerabilidade é 
expressa por valores atribuídos de 1 a 3, resultando em um total de 21 classes de 
vulnerabilidade. 
Em linhas gerais a vulnerabilidade pode ser entendida como a maior ou menor 
suscetibilidade de lugares, infraestruturas, pessoas ou ecossistemas estarem sujeitos a um 
agravo, perigo ou risco (TERUYA JUNIOR et al., 2018). No campo da vulnerabilidade 
ambiental, esta é definida como perda de qualidade em função de possíveis alterações em uma 
determinada paisagem, ou seja, está relacionada a estabilidade do meio (TREVISAN et al., 
2017; TRICART, 1977). 
Ela pode estar associada com a avaliação de uma determinada localidade considerando 
sua forma instável e risco em que a sociedade ou um indivíduo está sujeito devido a sua 
instabilidade natural (LOUZEIRO, 2018), ou seja, está associado a fragilidade ambiental, que 
de acordo com a autora busca identificar a instabilidade natural do meio. 
Salienta-se que apesar do conceito abranger os aspectos naturais, a atividade antrópica 
pode estar associada a essa vulnerabilidade como destaca o conceito abordado por Tagliane 
(2003); Frota Filho (2016, p. 24), onde se define a vulnerabilidade como a menor ou maior 
suscetibilidade do ambiente a um impacto provocado por atividades antrópicas. Por natureza 
existem movimentos de massa como o relevo, a estrutura geológica, cobertura vegetal além de 
distribuições de precipitações, que acarretam processos erosivos, que podem ser intensificados 
através da ocupação sem planejamento do território. 
22 
Como destaca Sahoo, Dhar e Kar (2015), a identificação da zona de vulnerabilidade 
ambiental é importante para uma estrutura sustentável de proteção do meio ambiente. Além do 
que para o desenvolvimento global é necessário se possuir uma gestão da vulnerabilidade 
ambiental, ressalvando que a avaliação da vulnerabilidade local é útil, pois pode servir de base 
para as questões ambientais locais (YOO; KIM; HADI, 2014), em vista que qualquer 
modificação pode comprometer habitats naturais e a disponibilidade de recursos hídricos 
(CAVAZZANA et al., 2018). 
Ressalta-se que o quadro de trabalhar a teoria e a avaliação da vulnerabilidade nos 
sistemas humano ambientais tem sido atualmente cada vez mais reconhecidos por 
pesquisadores, pois fornece base científica e orientação para o desenvolvimento sustentável 
(HUANG; WANG; LU, 2018), haja vista que a qualidade ecológico ambiental regional é a 
base desse desenvolvimento (LI et al., 2009). 
Levando em consideração o aspecto da avaliação da instabilidade, Lima e Oliveira 
(2018), destacam que a avaliação da instabilidade do ambiente tem sido cada vez mais 
discutida no âmbito do planejamento ambiental. Logo é possível associar esse planejamento a 
zona de amortecimento de uma unidade de conservação, em função de sua importância em 
vista da influência do homem nesse meio e as adversidades dos quais esse pode encontrar. 
Ressalvando que os sistemas ambientais podem ter respostas diferenciadas as intervenções do 
homem em componentes da paisagem como o solo, clima, recursos hídricos, o relevo e 
cobertura vegetal (VALLE; FRANCELINO; PINHEIRO, 2016). 
 
2.5 Análise multicritério 
A análise multicritério pode ser relacionada a gestão de território (CASTRO et al., 
2015), e vem se consolidando como um excelente método para análise de paisagens, obtenção 
de informações e geração de pressupostos sobre o meio (TREVISAN et al., 2017). O uso dos 
métodos multicritérios de acordo com Briozo et al, (2015), tem aumentado em função da 
complexidade identificada nas últimas décadas e essas ferramentas têm surgido com o objetivo 
de alcançar maior número de acertos nas tomadas de decisão. Nesse contexto a análise 
multicritério pode ser conceituada como um conjunto de metodologias de auxílio a tomada de 
decisão em que dois ou mais critérios são considerados de forma explícita e simultânea 
(CAMPOLINA et al., 2017). 
Quanto aos métodos existentes de decisão multicritério, tem-se: Analytic Hierarchy 
Process - AHP; ELimination Et Choix Traduisant la REalité - ELECTRE; Measuring 
23 
Attractiveness by a Categorical Based Evaluation - MACBETH; Multi-atribute Utility Theory 
- MAUT; método paraconsistente de decisão - MPD; Preference Ranking Organization 
Method for Enrichment of Evaluations - PROMETHEE; e Technique for Order Preferences 
by Similarity to Ideal Solutions – TOPSIS, como discorrido por Velasquez e Hester (2013); 
Adulin et al. (2014); Thokala e Duenas (2012). Dentre esses o de maior utilização é o método 
AHP. 
O Processo Analítica Hierárquico (AHP), foi desenvolvido por Saaty (1980,1986), 
sendo este método uma estrutura hierárquica e de multicritério que auxilia na atribuição de 
pesos que refletem o fator associado, de modo que não sejam atribuídos arbitrariamente, além 
de testar a consistência dos valores atribuídos (MATOS et al., 2018). Essa definição se encaixa 
na visão construtiva abordada por Lieggio Junior, Granemann e Souza (2012), que consiste na 
construção de modelos utilizando o processo de decisão e estruturação que possua interação 
coerente com os objetivos e valores do decisor. 
Sendo a AHP é ferramenta poderosa de decisão multicritério (SAHOO; DHAR; KHAR, 
2015), e um dos métodos mais utilizados em função da sua simplicidade de lidar efetivamente 
com as decisões complexas (ZHU et al., 2018; NGUYEN; LIOU; TRAN, 2016). Segundo Saaty 
(2008, p. 85), o processo de tomada de decisão é dado em 4 partes: 
“1) Definição do problema e determinação do que se procura; 2) estruturação da 
hierarquia iniciando com o objetivo da decisão e na sequência os níveis 
intermediários até os níveis mais baixos das alternativas; 3) A construção do 
conjunto de matrizes de comparação par a par de cada elemento do nível mais 
alto ao mais baixo; e 4) Use as prioridades obtidas nas comparaçõespara ponderar 
as prioridades de um nível mais baixo.” 
 
A metodologia de Saaty (2008), possui uma escala que se estende de 1 a 9, que 
corresponde, da classe onde as atividades possuem igual contribuição para o objetivo (1), até a 
classe onde um dos critérios possui extrema importância em relação a outro (9). O trabalho de 
Barbosa, Furrier e Lima (2013), discorre o uso método multicritério para avaliação de técnicas 
de mapeamento do uso do solo. 
A análise de multicritérios se mostra como uma ferramenta de eficiência tanto na 
possibilidade de analisar um valor considerável de critérios, assim como também no aspecto de 
economia de tempo (BOHNENBERGER et al., 2018). 
 
24 
3 METODOLOGIA 
3.1 Área de estudo 
A zona de amortecimento da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua (RESEX 
MAR Tracuateua) é pertencente ao território do município de Tracuateua, localizada na 
mesorregião do nordeste do estado do Pará (figura 1). 
De acordo com os dados apresentados pela FAPESPA (2016), a sede de Tracuateua se 
encontra a aproximadamente 188 km da Capital Belém, com um clima equatorial quente e 
subseco, densidade demográfica de 31,89 hab./km², com uma população com cerca de 29.793 
habitantes. O município possui uma área de 771,90 km², sendo 278,641 km² é ocupada pela 
área da RESEX MAR Tracuateua de acordo com o decreto de 20 de maio de 2005. 
A RESEX MAR Tracuateua não possui plano de manejo, logo assim não há existência 
da zona de amortecimento – ZA delimitada e decretada, e como critério para essa análise 
utiliza-se a extensão abordada na CONAMA 428/2010, no artigo 1º e parágrafo, o 
licenciamento de atividade de grande impacto ambiental localizados a uma faixa de 3 
quilômetros a partir dos limítrofes da Unidade de Conservação – UC, cuja a ZA não esteja 
delimitada a autorização do licenciamento é de responsabilidade da administração da UC. 
Diante do abordado tem-se a figura 1, representando a ZA atribuída, assim como 
destaca as comunidades de Mimim, Flexeira, Apicum, Cantina, Clementes, Salinas, Santo 
André, Icarau, Pinheiro, Ponta Grande, Cueiras, Sessenta, Bacuri, Santa Catarina, Ponta Alta 
e Flexal, que se encontram dentro da área delimitada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
Figura 1– Localização da Zona de Amortecimento da Reserva Extrativista Marinha de 
Tracuateua. 
 
Fonte: Autor, 2019. 
 
 
3.2 Aquisição de dados 
A aquisição de dados de geologia, geomorfologia e pedologia foi do banco de dados do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; pluviométricos, obtidos da Agência 
Nacional de Águas - ANA. Para a produção do mapa de uso e ocupação do solo foi utilizado 
os dados do SENTINEL 2, disponibilizado no site da United States Geological Survey - USGS 
acompanhados dos dados TerraClass sobre classe de solos disponibilizados pelo Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. Para os dados de declividade e altimetria as imagens 
disponíveis no banco de dados INPE/ TopoData, as características desses dados podem ser 
visualizadas no quadro 2. 
 
 
 
 
26 
Quadro 2- Descrição das características e referências dos produtos cartográficos utilizados 
Variável Fonte Escala Endereço eletrônico 
Geologia IBGE 1:250.000 
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoe
s_ambientais/geologia/levantament
o_geologico/vetores/escala_250_m
il/brasil 
Geomorfologia IBGE 1:250.000 
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoe
s_ambientais/geomorfologia/vetor
es/escala_250_mil/brasil 
Pedologia IBGE 1:250.000 
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoe
s_ambientais/pedologia/vetores/es
cala_250_mil/brasil 
Vegetação IBGE 1:250.000 
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoe
s_ambientais/vegetacao/vetores/es
cala_250_mil/brasil 
Declividade 
TopoData/I
NPE 
Resolução: 
30 metros 
http://www.webmapit.com.br/inpe/
topodata/ 
Altimetria 
TopoData/I
NPE 
Resolução: 
30 metros 
http://www.webmapit.com.br/inpe/
topodata/ 
Uso e cobertura do 
solo 
TerraClass/I
NPE 
1:250.000 
http://www.inpe.br/cra/projetos_pe
squisas/terraclass2014.php 
Uso e cobertura do 
solo 
Sentinel 
2/ESA/USG
S 
Resolução: 
10 metros 
https://earthexplorer.usgs.gov/ 
Pluviométrico ANA _ 
http://www.snirh.gov.br/hidroweb/
publico/mapa_hidroweb.jsf 
Elaboração: Freitas, 2019. 
 
3.3 Procedimentos metodológicos 
Após aquisição de dados foi necessário demarcar a área da zona de amortecimento - 
ZA, utilizando-se do arquivo vetorial disponibilizado pelo Instituto Chico Mendes de 
Conservação da Biodiversidade – ICMBio da demarcação da área da RESEX MAR 
Tracuateua. 
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/geologia/levantamento_geologico/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/geologia/levantamento_geologico/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/geologia/levantamento_geologico/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/geologia/levantamento_geologico/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/geomorfologia/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/geomorfologia/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/geomorfologia/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/pedologia/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/pedologia/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/pedologia/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/vegetacao/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/vegetacao/vetores/escala_250_mil/brasil
ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/vegetacao/vetores/escala_250_mil/brasil
http://www.webmapit.com.br/inpe/topodata/
http://www.webmapit.com.br/inpe/topodata/
http://www.webmapit.com.br/inpe/topodata/
http://www.webmapit.com.br/inpe/topodata/
http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/terraclass2014.php
http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/terraclass2014.php
https://earthexplorer.usgs.gov/
http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/mapa_hidroweb.jsf
http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/mapa_hidroweb.jsf
27 
Foi definido da área da ZA através da ferramenta de buffer do software QGIS com 
distância fixa de 3 quilômetros, em consequência da ZA ainda não ter sido decretada e nem 
indicada, resultante da UC não possuir Plano de Manejo. Utilizou-se como critério o disposto 
a resolução nº 428, de 17 de dezembro de 2010, descrevendo que na faixa de 3000 metros além 
das delimitações da reserva é necessário a autorização do órgão gestor para operação de 
empreendimento de alto impacto poluidor. 
Em função dos dados se encontrarem em sistemas de coordenadas geográficas 
diferentes foi necessário realizar o recorte da área da zona de amortecimento em todas as 
camadas e imagens utilizadas, e em seguida padronização do Sistema de coordenadas foi 
definida na projeção métrica Sirgas 2000/UTM 23S, com finalidade de auxiliar no cálculo de 
áreas, declividade e altimetria. 
A interpretação e análise foram realizadas através de produtos obtidos do levantamento 
de campo e bases cartográficas de interesse da pesquisa. De modo a alcançar os objetivos deste 
estudo realizou-se a adaptação da metodologia desenvolvida por Ross (1994); Ross (2012); 
Crepani et al. (2001) havendo dessa forma a necessidade de estudos básicos no meio físico 
como relevo, geologia, do solo, uso e cobertura da terra, além de fatores relacionados ao clima, 
na forma a se obter o produto cartográfico da vulnerabilidade ambiental. 
No desenvolvimento das atividades se definiu as classes e os códigos de 
vulnerabilidade ambiental baseados em pesquisas já existentes da área, de forma obter os 
produtos intermediários, estes são geomorfologia, geologia, pedologia, climatologia e Uso da 
terra (ROSS, 1994; ROSS, 2012; CREPANI et al., 2001;LOUZEIRO,2018). 
 
3.3.1 Geologia 
Segundo a descrição abordada por Louzeiro (2018), utiliza-se o produto cartográfico de 
geologia considerando este nas características do grau de coesão das rochas, e a abordagem de 
Crepani et al. (2001), destaca que estudar a geologia auxilia na compreensão sobre a intensidade 
da ligação entre as partículas. A visualização da distribuição das classes de vulnerabilidade na 
tabela 1. 
 
 
 
28 
Tabela 1- Classes de vulnerabilidade geológica 
(Continua) 
Rochas Código Rochas Código Rochas Código 
Quartzitos 
ou 
Metaqurtizi
tos 
1,0 
Milonitos, 
Quartzo, 
moscovita, 
Biotita, 
Clorita, 
xisto 
1,7 
Arenitos 
Quartzosos ou 
Ortoquartzitos 
2,4 
Riólito, 
Granito, 
Dacito 
1,1 
Piroxenito, 
Anfibolito, 
Kimberlito, 
Dunito 
1,8 
Conglomerados, 
Subgrauvacas 
2,5 
Granodiorit
o, Quartzo 
Dioroto, 
Granulitos 
1,2 
Hornblenda
, Tremolita, 
Actinolita 
xisto 
1,9 
Grauvacas, 
Argilitos 
2,6 
Magmatitos
, Gnaisses 
1,3 
Estaurolita 
xisto, 
Xistos 
granatíferos 
2,0 
Siltitos, 
Argilitos 
2,7 
Fonólito, 
Nefelina, 
Sienito, 
Traquito 
1,4 
filito, 
Matassiltito 
2,1 Folhelhos 2,8 
 
 
 
29 
(conclusão) 
Rochas Código Rochas Código Rochas Código 
Andesito, 
Diorito, 
Basalto 
1,5 
Ardósia, 
Margagilito 
2,2 
Calcários, 
Dolomitos, 
Margas, 
Evaporitos 
2,9 
Anortosito, 
Gabro, 
Periodotito 
1,6 Mármores 2,3 
Sedimentos 
inconsolidados: 
Aluviões, 
Colúvios etc. 
3,0 
Fonte: Crepani et al., (2001). 
3.3.2 Pedologia 
Este parâmetro pode ser associado a erosão em vista que sua resposta está elencada 
com características como, a porosidade do solo, o grau de maturidade do solo, a granulometria, 
remetendo cada solo a uma estabilidade específica a as suas características (tabela 2). 
Tabela 2- Classes de vulnerabilidade pedológica 
(continua) 
Classificação EMBRAPA (2013) Código de vulnerabilidade 
Latossolo 1,0 
Argissolo 
2,0 
Luvissolo 
Chernossolo 
Planossolo 
Espodossolo 
Cambissolo 2,5 
 
30 
(Conclusão) 
Classificação EMBRAPA (2013) Código de vulnerabilidade 
Vertissolo 
3,0 
Organossolo 
Gleissolos 
Plintossolos 
Fonte: Adaptado de Crepani et al. (2001); EMBRAPA (2013). 
3.3.3 Geomorfologia 
Os estudos de Crepani et al., (2001), não realizam a discriminação de classes áreas dessa 
variável, mas, a partir de sua composição litológica e de caraterísticas pedológicas como aborda 
Louzeiro (2018), obteve-se a tabela 3. 
Tabela 3- Classes de vulnerabilidade da geomorfologia 
Geomorfologia Classe Código de vulnerabilidade 
Tabuleiros Paraenses Alta 2,4 
Litoral de Mangues e rias Muito alta 3,0 
Corpo d’água continentais Muito baixa 1,0 
Elaborado: Autor, 2019. 
 
3.3.4 Declividade 
Para a caracterização quanto ao grau de estabilidade das unidades dinâmicas de uma 
paisagem natural, pode-se utilizar características da declividade do terreno (CREPANI et al., 
2001). Pois, essa variável refere-se à inclinação da área de interesse em relação ao horizonte, 
correlacionando-se com fatores ambientais/antrópicos como erosão (Tabela 4). 
 
 
 
 
 
 
31 
Tabela 4- Classes de vulnerabilidade de declividade 
Declividade Classe Código de vulnerabilidade 
< 5 Muito baixa 1,0 
5 – 10 Baixa 1,5 
10 – 15 Média 2,0 
15 – 30 Alta 2,5 
> 30 Muito alta 3,0 
Fonte: adaptado, Louzeiro (2018). 
 
3.3.5 Altimetria 
Altimetria demonstra está relacionada a altura em relação ao nível do mar, levando em 
consideração o abordado por Crepani (2001), esta variável é um indicador de energia potencial 
disponível, de modo que quanto maior a amplitude maior a energia potencial, o que resulta em 
uma maior energia cinética da precipitação em direção aos pontos de menor altitude. De essa 
distribuição se encontra disposta na tabela 5. 
Tabela 5- Classes de vulnerabilidade de Altimetria 
Altimetria (m) classe Código de vulnerabilidade 
< 20 Muito baixa 1,0 
20 – 29,5 Muito baixa 1,1 
29,5 – 39 Muito baixa 1,2 
Fonte: Adaptado, Crepani et al., (2001) 
 
3.3.6 Pluviometria 
Foi realizado a interpolação de dados de pluviometria de 5 estações próximas a região 
de Tracuateua com a finalidade de melhor representar a realidade local, utilizando-se do 
32 
método de regressão linear (PIAZZA, et al., 2016), para compor os dados que se encontravam 
em branco para assim se obter calcular o valor de intensidade pluviométrica. 
Levando em consideração a abordagem de Louzeiro (2018), tem se que a precipitação 
é o elemento natural de maior relevância, pois tem grande influência nos fatores erosivos. 
Porém, necessário a ida de campo para a captura de coordenadas geográficas, além de realizar 
leitura do local objetivando melhor desenvolver a discussão de resultados e entender a 
dinâmica hídrica da área. Em linhas gerais as classes podem ser visualizadas na tabela 6. 
Tabela 6- Classes de vulnerabilidade de intensidade pluviométrica 
Intensidade 
pluviométrica 
(mm/mês) 
Código de 
vulnerabilidade 
Intensidade 
pluviométrica 
(mm/mês) 
Código de 
vulnerabilidade 
< 50 1,0 300 – 325 2,1 
50 - 75 1,1 325 – 350 2,2 
75 - 100 1,2 350 -375 2,3 
100 - 125 1,3 375 – 400 2,4 
125 - 150 1,4 425 – 450 2,5 
150 - 175 1,5 450 – 475 2,6 
175 - 200 1,6 475 – 500 2,7 
200 - 225 1,7 500 – 525 2,8 
225 - 250 1,8 525 – 550 2,9 
250 - 275 1,9 > 575 3,0 
275 -300 2,0 - - 
Fonte: Crepani et al., (2001). 
 
33 
3.3.7 Uso/cobertura do solo 
Utilizando como base o prévio conhecimento da área e produto do TerraClass do INPE, 
foi obtido os tipos de classe de uso e ocupação do solo de forma que englobasse as 
características da área em estudo. 
Destaca-se que essas classes deviam de possível identificação na imagem Sentinel 2 
utilizada para a classificação semi-automática no software QGIS 2.18.27, com o Plugin SCP e 
a estatística de máximo verossimilhança. A descrição das classes se encontra descrita no 
quadro 3. 
Quadro 3- Classes de uso e ocupação 
(continua) 
Classes Descrição/características atribuídas 
Vegetação Secundária Densa 
Áreas que na composição de bandas 
apresentaram tons de verde mais escuros e 
concentrados na imagem, podendo ser 
florestas secundárias bem desenvolvidas ou 
remanescentes de vegetação primária, além 
de áreas com baixa concentração da 
vegetação, porém com altas taxas de 
fotossíntese. 
Vegetação Secundária 
Áreas que foi identificado uma coloração de 
pixel de verde mais claro, descrevendo áreas 
de vegetação secundária pouco 
desenvolvida, e áreas com taxa 
fotossintetizante inferior à da classe floresta. 
Agricultura 
Pixels que se apresentaram com uma 
coloração verde amarelado, a simetria de 
distribuição dos pixels influenciou na 
escolha dessas áreas em função da 
organização da abertura de áreas para esses 
fins. 
34 
 
 
(conclusão) 
Classes Descrição/características atribuídas 
Campos Alagados 
Áreas demostrando pixels de tons escuros e 
assim como também de cores diversificadas, 
com presença de tonalidades de verde 
acinzentado. 
Solo exposto 
Pixels que apresentaram cores mais 
esbranquiçadas, podendo ter maior distinção 
entre as áreas no caso destacando solo 
exposto, além de levar em consideração área 
de comunidades, e possíveis áreas abertas 
para cultivo ou pastagem ainda em aberto 
para futuro uso e espaços secos. 
Regeneração Natural 
Áreas identificadas com coloração de pixel 
amarelo escuro para marrom, com 
demarcações de uso para agricultura. 
Elaborado: Autor, 2019. 
A variável em questão está diretamente relacionada ao impacto das gotas de chuva no 
solo, em vista que Rodriguês; Leite e Ayach (2018), ressaltam que a cobertura vegetal garante 
proteção a esse tipo de influência das precipitações no solo, de modo que auxilia em uma maior 
infiltração, logo assim, um menor escoamento superficial. Buscando quantificar a forma como 
se dá o comportamento das classes se dispõem a seguir a tabela 7.35 
Tabela 7- Classes de vulnerabilidade do uso e cobertura do solo 
Usos e cobertura da terra Código de vulnerabilidade 
Vegetação Secundária Densa 1,0 
Agricultura 2,6 
Vegetação Secundária 1,5 
Campo Alagados 2,0 
Solo exposto 3,0 
Regeneração Natural 1,9 
Elaborado: Autor, 2019. 
3.3.8 Distribuição de Vegetação 
Crepani et al. (2001), descreve que a densidade da cobertura vegetal é um fator de 
proteção quanto aos processos morfogênicos, que se resultam em erosão. A partir dessa análise 
foi possível construir a tabela 8. 
Tabela 8- Classes de vulnerabilidade da cobertura vegetal 
(continua) 
Tipos de vegetação Código de vulnerabilidade 
Floreta Ombrófila Densa Aluvial 1,0 
Vegetação secundária com palmeiras 1,6 
Vegetação Secundária sem palmeiras 1,5 
Formação pioneira fluviomarinha - arbórea 2,5 
 
 
36 
(conclusão) 
Tipos de vegetação Código de vulnerabilidade 
Formação pioneira fluviomarinha - 
herbácea 
3,0 
Formação pioneira com influência fluvial 
e/ou lacustre herbácea sem palmeiras 
2,9 
Pastagens 2,8 
Corpo d’água continental 1,0 
Fonte: Adaptado, Crepani et al., (2001). 
 
3.3.9 Tratamento e reclassificação das camadas 
Após a definição dos valores de vulnerabilidade para cada variável, as camadas 
vetoriais incluindo o resultado da classificação de uso e cobertura do solo, foram transformadas 
em camadas matriciais com pixels de 30 metros, em função das cenas de altimetria e 
declividade. 
 A sequência do processo concretizou-se na reclassificação de acordo com os referidos 
códigos de vulnerabilidade atribuídos através do plugin r.recode dos Comandos GRASS GIS 
do software QGIS 2.18.27, como resultado a obtenção de camadas matriciais com seus 
respectivos códigos. 
3.3.10 Cálculo da vulnerabilidade 
Esse processo foi realizado em 3 fases, o segundo momento foi a obtenção do índice 
de vulnerabilidade geomorfológica envolvendo as variáveis altimetria, declividade e 
geomorfologia do terreno, utilizando o cálculo de média aritmética simples abordado por 
Louzeiro (2018), demonstrado na equação 1. 
Equação 1: índice de vulnerabilidade geomorfológica (Adaptado, LOUZEIRO, 2018) 
𝑉𝐺 = 
𝐷 + 𝐴 + 𝐼𝐺
3
 
VG – Vulnerabilidade quanto a geomorfologia 
D – Vulnerabilidade quanto a declividade 
A – Vulnerabilidade quanto a altimetria 
37 
IG – Vulnerabilidade das formas de relevo (geomorfologia) 
A terceira fase do processo foi o cálculo da vulnerabilidade ambiental, para tal foi 
utilizado o método de análise multicritério conhecido como Analytic Hierarchy Process – 
AHP, de modo a obter os pesos relacionados a cada variável presente, após as análises de 
importância de cada variável foi possível obter a equação 2 com índice de coerência (RC) de 
4,16%: 
Equação 2: Vulnerabilidade ambiental (VA) 
𝑉𝐴 = (𝐺 ∗ 0,077) + (𝑉𝐺 ∗ 0,092) + (𝑃 ∗ 0,104) + (𝑉 ∗ 0,357) + (𝑈𝐶𝑆 ∗ 0,370) 
G – Vulnerabilidade quanto a geologia 
VG – Vulnerabilidade quanto ao índice geomorfológico 
P – Vulnerabilidade quanto a Pedologia 
USC – Vulnerabilidade quanto ao uso e cobertura do solo 
V – Vulnerabilidade quanto a cobertura vegetal 
O mesmo procedimento foi realizado para obtenção da vulnerabilidade ambiental com 
influência do clima (pluviometria), de modo a ver a influência desse fator dentro da análise da 
vulnerabilidade ambiental, a partir das atribuições na análise multicritério, dessa forma sendo 
obtida a equação 3 com índice de coerência (RC) de 0,95%. 
Equação 3: Vulnerabilidade ambiental com influência do clima (VAC) 
𝑉𝐴𝐶 = (𝐺 ∗ 0,080) + (𝑉𝐺 ∗ 0,061) + (𝑃 ∗ 0,083) + (𝑉 ∗ 0,177) + (𝑈𝑆𝐶 ∗ 0,261) + (𝐶 ∗ 0,339) 
G – Vulnerabilidade quanto a geologia 
VG – Vulnerabilidade quanto ao índice geomorfológico 
P – Vulnerabilidade quanto a pedologia 
USC – vulnerabilidade quanto ao uso e cobertura do solo 
C – Vulnerabilidade quanto a pluviometria 
No trabalho desenvolvido por Crepani et al. (2001), este divide em 21 classes de 
vulnerabilidade, das quais podem ser alocadas em intervalos para a melhor distribuição destes, 
além do que estas classes podem ser equiparadas ao desenvolvimento do trabalho de Tricart 
(1997), que trabalha os três tipos de unidades ecodinâmicas, meios estáveis, meio intergrades e 
meios instáveis como mostra o quadro 4. 
38 
Quadro 4- Classificação de unidades ecodinâmicas 
Unidade Ecodinâmica Descrição 
Meios estáveis Possuem condições próximas do clímax, 
podendo possuir vegetação densa, onde os 
processos de modificação do solo são lentos, 
com uma maior ênfase em processos de 
pedogênese. 
Meios intergrades ou de transição Esse meio possui um balanço de equilíbrio 
entre os processos de morfogênese e 
pedogênese, apesar desse equilíbrio essas 
áreas são sensíveis a modificações com foco 
local, em vista de sua suscetibilidade a 
fenômenos de amplificação. 
Meios instáveis Nesses meios a dinâmica que possui 
predominância é o processo de morfogênese, 
estando muito susceptível a mudança em 
função de atividades antrópicas. 
Fonte: Adaptado, Tricart (1977) 
Como forma de facilitar a classificação de vulnerabilidade para a construção dos 
produtos cartográficos, assim como a pesquisa desenvolvida por Louzeiro (2018), a divisão foi 
realizada em cinco classes dispostas no quadro 5. 
 
 
 
 
 
 
 
39 
Quadro 5- Escala de vulnerabilidade 
Vulnerabilidade 
Crepani et al. (2001) 
Categoria 
Ecodinâmica 
(TRICART, 1977; 
LOUZEIRO, 2018) 
Nível de 
vulnerabilidade 
Intervalo de valores 
Estável Estável Muito Baixa 1,0 – 1,3 
Moderadamente 
estável 
Moderada 
estabilidade 
Baixa 1,4 -1,7 
Mediamente 
vulnerável 
Média Estabilidade Média 1,8 – 2,2 
Moderadamente 
vulnerável 
Moderada 
instabilidade 
Alta 2,3 – 2,6 
Vulnerável Instável Muito alta 2,7 – 3,0 
Fonte: Adaptado, Crepani et al (2001); Louzeiro (2018) e Tricart (1977). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1 Análise de dados obtidos 
4.1.1 Formação Geológica e vulnerabilidade 
Como produto foi obtido a representação de 5 formações geológicas, de forma que a 
Cobertura Detrito-Laterítica Pleistocênica apresentou-se em cerca de 63,98% da área total, 
correspondendo a 7.887,46 hectares da zona de amortecimento, segundo Cavalcante (2005, p. 
12), tal formação é composta de argilo-arenosos amarelados, podendo ser totalmente ou 
parcialmente pedogeneizados, sendo obtidos a partir de processos alúvios-coluviais. 
No local de estudo foi identificado a partir da análise da espacialização dos dados, a 
presença do grupo barreiras, este caracteriza pela presença de argilitos maciços, arenitos com 
diferentes granulometrias e cores, sendo um sedimento que possui ocorrência em cerca de 60% 
da área do município de Tracuateua (COSTA; ALMEIDA, 1998, p. 4), responsável por ocupar 
cerca de 1970,022 ha da zona de amortecimento, o que equivale aproximadamente a 15,98%. 
Seguindo a distribuição geológica tem-se a Suíte intrusiva Tracuateua, que segundo Costa e 
Almeida (1998, p. 4), se destaca por serem rochas de coloração rósea acinzentada, com 
granulometria média a grossa, se comportando como corpos graníticos que normalmente se 
encontram recobertos por sedimentos. Representando 5,63%, cerca de 733,11 hectares. 
Depósitos de pântanos e mangues holocênicos de acordo com ICMBio (2014), tem sua 
constituição composta por sedimentos, em sua maioria argilo-siltosos, pélitocos, além de 
apresentarem matéria orgânica em grandes quantidades. Encontrado em cerca de 12,03% da 
área da zona de amortecimento. 
Por fim, nessa área existe a composição de aluviões holocênicos (0,27%), que segundo 
ICMBio (2014), se caracteriza por ser depósitos de vão de conglometáticos a grossos de 
resíduos de canais, além de incluir depósitos eólicos e fluviolacustres, este sendo presente nas 
áreas de presença de campos alagados. 
A espacialização das características descritas se encontra apresentada no mapa 
representado na figura 2. 
41

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