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EPIDEMIOLOGIA DA HEPATITE C NO BRASIL Aulisson Trindade de Oliveira Emily Priscila Almeida Kegler Hiasmin Trindade de Oliveira Leal Kaliton Gonçalves Leite Rosineide de Cassia Lima Costa Prof. Marcelo Carvalho Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI Biomedicina (0371BBI) – Seminário Interdisciplinar: Introdução à Pesquisa 21/09/2021 INTRODUÇÃO O Ministério da Saúde (2018) publicou o Manual Técnico para O Diagnóstico das Hepatites Virais, um instrumento norteador para os profissionais da área da saúde no cuidado e conhecimento sobre a patologia caracterizando as hepatites: As hepatites virais são causadas por cinco vírus: o vírus da hepatite A (HAV, do inglês hepatitis A virus), o vírus da hepatite B (HBV, do inglês hepatitis B virus), o vírus da hepatite C (HCV, do inglês hepatitis C virus), o vírus da hepatite D (HDV, do inglês hepatitis D virus) e o vírus da hepatite E (HEV, do inglês hepatitis E virus) (LEMON, 1997). Essas infecções têm um amplo espectro clínico, que varia desde formas assintomáticas, anictéricas e ictéricas típicas, até a insuficiência hepática aguda grave (fulminante). A maioria das hepatites virais agudas é assintomática, independentemente do tipo de vírus. Quando apresentam sintomatologia, são caracterizadas por fadiga, mal-estar, náuseas, dor abdominal, anorexia e icterícia. A hepatite crônica, em geral, cursa de forma assintomática. As manifestações clínicas aparecem quando a doença está em estágio avançado, com relato de fadiga, ou, ainda, cirrose. O diagnóstico inclui a realização de exames em ambiente laboratorial e testes rápidos, a fim de caracterizar o agente infeccioso e sua gravidade. (BRASIL, 2009 apud BRASIL, 2018 p. 18) Neto et al(2012, p. 01) descreve em seus estudos que o vírus da hepatite C foi identificado em 1989, a partir de um "pool" de plasmas de chimpanzés infectados experimentalmente com soros de pacientes com hepatite não-A, não-B (HNANB) crônica, e visualizado à imunoeletromicroscopia com partículas de 30 a 38 mm de diâmetro. Projeções espiculares e morfologia o classificaram como pertencente à família "Flaviviridae" e gênero “Hepacivirus”. 2 Como aponta FOCACCIA (2007) apud NETO (2012) o conhecimento do comportamento viral e a introdução de testes diagnósticos de maior sensibilidade e especificidade na década de 1990 possibilitou conhecer melhor a situação epidemiológica da hepatite C. Os autores afirmam que os estudos epidemiológicos sobre a doença ainda estão em processo de pesquisa, e até os dias atuais com toda a tecnologia da biomedicina ainda deparam-se com limitações, podendo citar as de cunho econômico, um fator que inacreditavelmente foi citado pelos autores que se refere ao sistema de notificação de casos que ainda apresentam enormes falhas, acarretando assim uma investigação de agravos ineficaz para os sistemas de saúde Segundo SINAN (2016, p.1) “as hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país”. Todos os anos surgem cerca de 10 mil casos de hepatite C no Brasil. Ao todo, 120 mil casos da doença foram confirmados desde que surgiu o diagnóstico, em 1993. Mais de 100 mil pessoas fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde. A estimativa do Ministério da Saúde é que 1,4 milhão de pessoas estão infectadas, mas, como a doença não apresenta sintomas, a maioria não sabe desses casos dos casos notificados no Brasil em 2020, 210 de foram diagnosticados no Amazonas. (FVS, 2021). Estima-se que “a maior prevalência de hepatite C está entre pessoas que têm idade superior a 40 anos, sendo mais frequentemente encontrada nas regiões Sul e Sudeste do país”. Segundo Neto et al (2012) apud Organização Mundial de Saúde (2002) aproximadamente 170 milhões da população mundial estão infectados pela forma crônica da hepatite C. O autor supracitado enfatiza que no Brasil, a doença hepática crônica é a maior responsável por cirrose e transplante hepático no mundo ocidental e a infecção atinge aproximadamente dois a três milhões da população, sendo que dos novos casos, apenas 50% são sintomáticos e cerca de 18.000 a 30.000 novas infecções crônicas serão produzidas anualmente. Um dado que preocupa os órgãos de saúde pública que o autor referenciado cita, é o fato da hepatite C ser caracterizado como um dos maiores problemas para a saúde pública mundial devido à sua gravidade, sendo hoje a causa mais comum de indicação de transplante hepático, é caracterizado por consistir numa evolução lenta, podendo ser esse o fator que leva a doença a ter uma alta taxa de cronicidade e fatalidade, em sua caracterização destaca-se como o tipo de hepatite que mais causa óbito. (NETO et al., 2012). 3 A hepatite C é reconhecida como uma das principais causas de doença hepática crônica em todo o mundo cita Martins et al. (2010, p. 1). Alega-se que os principais fatores de risco para a infecção pelo HCV são a transfusão de hemoderivados de doadores não rastreados com anti-HCV, uso de drogas intravenosas, transplante de órgãos, hemodiálise, transmissão vertical, exposição sexual e ocupacional. Reafirmando essa ideia Martins (2010, p. 109) aponta como os principais fatores de risco da doença: [...] transfusão de sangue e hemoderivados de doadores não testados para anti-HCV; transplantes de órgãos de doadores infectados; uso de drogas injetáveis; terapias injetáveis com equipamento contaminado (ou não seguro); hemodiálise; exposição ocupacional ao sangue; transmissão perinatal e transmissão sexual12-16. Além disso, em decorrência da grande variedade de atividades humanas com potencial exposição ao sangue, existem diversos outros modelos biológicos possíveis de transmissão do HCV. Alguns exemplos incluem procedimentos estéticos, culturais e religiosos como: tatuagem; piercing; serviços de barbearia; rituais de escarificação; circuncisão e acupuntura A proposta do estudo é proporcionar ao leitor conhecer os principais elementos Epidemiológicos da doença no que se refere à estimativa de casos, procedimentos de prevenção, tipos de testagem disponível, confiabilidade de procedimentos de diagnóstico e tratamentos de eficácia da doença, bem como uma breve referência ao manejo clinico da doença. O referido estudo visa descrever a epidemiologia da hepatite C no Brasil. Através de uma revisão bibliográfica tendo como base os dados do Sistema de Informações sobre Agravos Notificáveis (SINAN) da Secretaria de Estado de Saúde (SUSAM), que é o responsável por gerar os dados que compõem o boletim do Ministério da Saúde atualizados até o ano de 2020 e banco de dados científicos como Scielo e BVS. A proposta do estudo é proporcionar ao leitor conhecer os principais elementos Epidemiológicos da doença no que se refere à estimativa de casos, procedimentos de prevenção, tipos de testagem disponível, confiabilidade de procedimentos de diagnóstico e tratamentos de eficácia da doença, bem como uma breve referência ao manejo clinico da doença. 4 REFERÊNCIA BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. FVS. Pacientes com hepatite C terão tratamento com 90% de chance de cura na rede pública. Disponível em: <https://www.fvs.am.gov.br/noticias_view/2922> Acesso em: 21 set.2021 MARTINS, Tatiana et al. Epidemiologia da infecção pelo vírus da Hepatite C. Santacatarina: CSUS, 2010. NETO, Rodrigues Joao et al. Prevalência da hepatite C em adultos usuários de serviços públicos de saúde do município de São Jose dos pinhais. Revista Brasileira de Epidemiologia, Paraná. v.15(3): 627-38, 2012. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rbepid/2012.v15n3/627-638/pt>.acesso em:21 set.2021. SINAN- Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Hepatites Virais. Brasília 08 de Mar. 2016. Disponível em: <http://portalsinan.saude.gov.br/hepatites-virais>. Acesso em: 21 set.2021 https://www.fvs.am.gov.br/noticias_view/2922 http://portalsinan.saude.gov.br/hepatites-virais
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