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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 INFECTOLOGIA ......................................................................................... 5 3 ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES ............................................................... 5 3.1 Conceitos fundamentais ....................................................................... 6 3.2 Fontes .................................................................................................. 6 3.3 Hospedeiros ......................................................................................... 6 3.4 Recomendações de precaução para o pessoal hospitalar ................. 12 4 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ...................................................................... 12 5 HIV/AIDS ................................................................................................... 14 5.1 Terapia antirretroviral ......................................................................... 16 6 HEPATITES VIRAIS ................................................................................. 17 6.1 Hepatite A ........................................................................................... 19 6.2 Hepatite B ........................................................................................... 19 6.3 Hepatite C .......................................................................................... 20 Tratamento para hepatite C ........................................................................ 21 Complicações da hepatite C ....................................................................... 21 6.4 Hepatite D (Delta) ............................................................................... 21 6.5 Hepatite E ........................................................................................... 22 7 INFECÇÃO URINÁRIA ............................................................................. 25 8 INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA .............................. 28 9 TUBERCULOSE ....................................................................................... 30 9.1 Epidemiologia ..................................................................................... 32 9.2 Transmissão ....................................................................................... 33 9.3 Quadro clínico e diagnóstico .............................................................. 34 3 9.4 Isolamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de tuberculose ............................................................................................................35 10 SARAMPO ............................................................................................. 37 10.1 Manifestações clínicas .................................................................... 38 11 VARICELA ............................................................................................. 39 11.1 Tratamento da varicela.................................................................... 41 12 ORIENTAÇÕES DE CUIDADOS NO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM SUSPEITA OU CONFIRMAÇÃO DE INFLUENZA A (H1N1) .......................... 42 12.1 Orientações gerais .......................................................................... 43 12.2 Medidas de precaução para o transporte de pacientes suspeitos de infecção por influenza A/H1N1 .............................................................................. 43 13 COVID-19 .............................................................................................. 46 13.1 Fisiopatologia da Doença ................................................................ 47 13.2 Transporte do paciente intra-hospitalar e o Controle de Visitas ...... 49 13.3 Medidas de Isolamento ................................................................... 50 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 52 4 1 INTRODUÇÃO O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 INFECTOLOGIA Fonte: clinicaredemaissaude.com.br A infectologia é a especialidade clínica mais comum e não depende de qualquer campo orgânico, mas estimula o raciocínio clínico, geralmente envolve a integração da fisiopatologia de vários tecidos e sistemas. Seu treino envolvendo o desafio de encontrar patógenos, a possibilidade de diagnóstico Precisão do estado de infecção e compreensão do paciente sobre o tratamento geralmente leva à cura. Doenças endêmicas, surtos, epidemias, doenças infecciosas Emergência e reaparecimento são questões atuais, indicando a necessidade por infectologistas, desde aqueles que trabalham com doenças comunitárias até aqueles coopere com o Departamento de Medicina Intensiva. 3 ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES Um dos principais riscos em hospitais é a disseminação de bactérias e outros microrganismos entre pacientes colonizados / infectados para pacientes suscetíveis e profissionais de saúde. O isolamento de pacientes com doenças infecciosas é muito antigo (século XVIII). Os pacientes são isolados em seus próprios hospitais (por exemplo, hospitais de doenças infecciosas, hospitais de tuberculose). À medida que novas doenças e fontes de infecção continuam a ser descobertas, as recomendações sobre isolamento e medidas preventivas são dinâmicas. 6 3.1 Conceitos fundamentais A propagação de uma infecção requer três elementos (SILVA, 2012): 1. Fonte de microorganismos (agente infectante) 2. Hospedeiro suscetível 3. Meios de transmissão do microorganismo. Como não é possível, maioria das vezes, interferir nos dois primeiros fatores, cabe então atuar nos mecanismos de transmissão 3.2 Fontes Pacientes, profissionais de saúde e visitantes ocasionais. Eles incluem pessoas com doenças agudas, pessoas no período de incubação da doença, portadores crônicos de patógenos infecciosos e pessoas que são colonizadas por patógenos infecciosos, mas não apresentam doenças óbvias. (EBSERH, 2020). 3.3 Hospedeiros A resistência a microorganismos patogênicos varia de pessoa a pessoa. Fatores como: idade, doença de base, uso de antibióticos, corticosteróides e imunossupressores e procedimentos invasivos, entre outros, podem tornar os hospedeiros mais suscetíveis a infecções (BRASIL, 2006). Transmissão (BRASIL, 2006): 1. CONTATO Direto: Superfície corporal (transferência física inter-humana) Indireto: objetos contaminados (instrumentos, agulhas, curativos, luvas). 2. GOTÍCULAS (PERDIGOTOS) Ocorre quando perdigotos contaminados são impelidos a uma distância de até 1 metro através do ar e são depositados na conjuntiva, mucosa nasal, boca ou pele íntegra, produzindo colonização. Os perdigotos são gerados através da fala, espirro, tosse e na realizaçãode procedimentos como aspiração e broncoscopia (EBSERH, 2020). 7 3. AEROSSÓIS Ocorre pela transmissão de pequenas partículas (5 mícrons ou menores) contendo patógenos infecciosos. Essas partículas estão suspensas no ar e podem ser amplamente disseminadas pelas correntes de ar e inaladas por indivíduos suscetíveis (EBSERH, 2020). 4. VEÍCULO COMUM Ocorre por itens contaminados: comida, água, medicamentos, aparelhos e equipamentos (EBSERH, 2020). 5. VETOR Ocorre quando vetores como mosquitos, moscas, ratos ou outros insetos transmitem microorganismos (EBSERH, 2020). Definições ISOLAMENTO: Técnica utilizada para prevenir a transmissão de microorganismos a partir de pacientes infectados ou colonizados para outros pacientes, profissionais de saúde e visitantes. Os tipos de isolamento são baseados no conhecimento da forma de transmissão do microorganismo (EBSERH, 2020). PRECAUÇÕES: Aplicação de técnicas em qualquer paciente hospitalizado, independente do isolamento físico ou como complemento deste, visando especificamente bloquear a transmissão de microorganismos (EBSERH, 2020). Precaução padrão É a mais importante e está designada para o cuidado de todos os pacientes. São planejadas para, qualquer que seja o diagnóstico do paciente, reduzir o risco de transmissão de microorganismos através do sangue e de outros fluídos corpóreos, secreções e excreções, exceto suor, independente de haver sangue visível ou não (EBSERH, 2020). Paramentação: 8 Luvas: todas às vezes que houver manipulação de sangue, fluídos corpóreos, secreções e excreções (exceto suor). Deve ser considerada como barreira protetora auxiliar, não substituindo a necessidade da lavagem das mãos. Avental: quando possibilidade de contaminação através de respingo de fluidos corpóreos. Deve ser preferencialmente impermeável. MÁSCARA/ÓCULOS: para proteger mucosas em caso de respingo de fluidos corpóreos. Lavagem das mãos: Obrigatório antes e após a manipulação de pacientes e imediatamente após a retirada de luvas. Entre procedimentos no mesmo paciente quando houver risco de infecção cruzada de diferentes sítios anatômicos. Em locais em que o acesso a pias é limitado à lavagem pode ser substituída por fricção com álcool 70% glicerinado (2%) por 30 segundos. Em áreas/unidades com altas taxas de microorganismos resistentes a antibióticos (Gram negativos multiresistentes e enterococos resistentes à vancomicina) recomenda-se o uso de antissépticos (clorexidina) (EBSERH, 2020). Objetivos: Impedir a contaminação de profissionais de saúde por patógenos (bactérias, vírus, fungos) que possam estar presentes em sangue, fluídos corpóreos e secreções, diminuindo assim o risco de infecção para estes profissionais e para os pacientes por eles assistidos (EBSERH, 2020). Duração Todo o período da hospitalização. Observações: São considerados fluídos corpóreos – liquor, líquido pleural, líquido aminiótico, líquido sinovial, sêmen, secreção vaginal, etc. São consideradas secreções/excreções – urina, fezes pús, escarro, feridas exsudativas, secreções de dreno, etc. Precaução respiratória - por aerossóis Além das medidas de PRECAUÇÃO PADRÃO, recomenda-se (EBSERH, 2020): Quarto privativo: Internação quarto privativo com pressão negativa em relação à área adjacente, manter portas fechadas. Filtragem de ar do quarto de alta eficiência – filtro HEPA (“high-efficiency particulate air”). 9 Máscara: Com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (N95), de uso obrigatório toda vez que entrar no quarto. Quando o paciente tiver que sair do quarto (para exames complementares, por exemplo) deverá usar máscara cirúrgica. Objetivo: Impedir a propagação de doenças transmissíveis por secreções aerossolizadas (partículas < 5 μm) (EBSERH, 2020). Indicações (EBSERH, 2020).: Varicela (incluindo Herpes zoster disseminado) - manter o isolamento até todas as lesões estejam em fase de crosta. Sarampo - durante toda a internação. Indivíduos susceptíveis a sarampo e varicela não devem entrar no quarto de pacientes com suspeita destas infecções. Indivíduos susceptíveis à varicela também apresentam risco de desenvolver varicela quando expostos a pacientes com lesões por H. zoster devendo evitar contato. TBC pulmonar ou laríngea (confirmada ou suspeita) - O isolamento pode ser suspenso quando o paciente estiver recebendo terapêutica adequada, com três (3) baciloscopias consecutivamente negativas, desde que coletadas em dias diferentes ou se a tuberculose for excluída do diagnóstico. Precaução respiratória – perdigotos Quarto privativo: Quando não houver vagas, fique internado no mesmo quarto que o paciente infectado com o mesmo microrganismo, e observe a distância entre os pacientes de pelo menos um metro. Nenhuma circulação de ar ou ventilação especial é necessária. Mantenha a porta do quarto fechada. Máscara: Contanto que a distância do paciente seja inferior a um metro, tanto os profissionais de saúde quanto os visitantes devem usar procedimentos cirúrgicos padrão. Paciente deve usar máscara ao ser transportado. Objetivo: Previne a propagação de doenças transmitidas por gotículas maiores que 5μm que são eliminadas ao falar, tossir, espirrar, falar e realizar vários procedimentos. Difteria - até completar antibioticoterapia e cultura negativa. Coqueluche - até 5 dias após o início da terapêutica específica. Rubéola - até 7 dias após o início da exantema. Caxumba – até 9 dias após início do edema da parótida. 10 Infecção por estreptococo grupo A (faringite, pneumonia e escarlatina) em crianças pequenas – por 24 horas. Sepse, meningite, pneumonia ou epiglotite por Haemophylus Influenzae (suspeita ou confirmada) em crianças – até 24 horas Após o início da terapêutica antibiótica específica. Infecções Meningocócicas (suspeitas ou confirmadas) até 24 horas após o início da terapêutica especifica. Outras infecções virais: adenovirus, influenza, parvovirus B19 – durante internação. Precauções de contato São indicados para pacientes com infecções microbianas epidemiologicamente importantes ou colonizações transmitidas por contato direto (pele a pele) ou indireto (contato com superfícies ambientais ou itens utilizados pelo paciente). Luvas – Deve ser usado ao entrar no quarto e removido antes de sair. Depois de tirar as luvas, você deve lavar bem as mãos imediatamente para evitar a recontaminação antes de sair da sala. Avental – limpo, não estéril, deve ser usado quando houver risco aumentado de contato com material potencialmente infeccioso, por exemplo: pacientes com diarréia, incontinência fecal, ileostomia, colostomia, feridas com drenagem não contida de secreção. O avental deve ser retirado entes da saída do quarto, evitando contaminação da própria roupa. Lavagem das mãos. Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso de antissépticos quando indicado. Observações (EBSERH, 2020): O transporte do paciente para fora do quarto deve ser reduzido ao mínimo possível. As precauções devem ser mantidas quando o paciente for transportado. Os itens que paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser submetidas à limpeza diária. Equipamentos de cuidado ao paciente como termômetro, estetoscópio e esfigmomanômetro, sempre que possível, devem ser de uso exclusivo. Quando não for possível, é recomendada a desinfecção após o uso ente um paciente e outro. Indicações: 11 Rubéola congênita - sempre que a criança for internada durante o primeiro ano de vida, exceto se cultura urina e nasofaringe negativa após os 3 meses de idade. Conjuntivite viral hemorrágica - durante internação. Celulite, abscessos e úlceras que não podem ser cobertos ou cuja drenagem não pode ser contida - durante internação. Infecção ou colonizaçãopor bactérias multi-resistentes em trato GI, respiratório e tegumento (pele, feridas, queimaduras) - até término da antibioticoterapia e cultura negativa. Furunculose (estafilocócica) em crianças pequenas – durante internação Diarréias infecciosas (virais ou bacterianas) em pacientes incontinentes ou em uso de fralda – durante internação. Hepatite A em pacientes incontinentes ou em uso de fralda. Herpes simples muco-cutâneo disseminado – durante internação. Herpes simples neonatal - apenas quando RN de mãe com lesões ativas e bolsa rota >4-6 horas, durante internação. Herpes zoster localizado em paciente imunocomprometido ou disseminado - durante internação Impetigo - até 24h após início tratamento eficaz. Ectoparasitoses (escabiose, pediculose) - até 24h após início tratamento eficaz. Grandes lesões de pele (feridas ou queimaduras) causadas por S. aureus - durante internação. Grandes lesões de pele (feridas ou queimaduras) causadas por Estreptococos beta hemolíticos do grupo A - até 24h após início de antibioticoterapia eficaz. Doenças febris hemorrágicas Infecções respiratórias virais, principalmente laringo-traqueíte e bronquiolite, em lactentes e crianças pequenas – durante internação. Doenças com exantema vesicular, nas quais a probabilidade de varicela for grande – manter precauções até que todas as lesões estejam em fase de crosta. Paciente vindo de outra Instituição com sete ou mais dias internação e que vai para a UTI – adotam-se precauções de contato até os resultados de swabs de vigilância mostrarem-se negativos. 12 3.4 Recomendações de precaução para o pessoal hospitalar No caso de um dos funcionários apresentar alguma doença infecciosa ou ser exposto a alguma delas devem ser observadas algumas precauções para que ele não seja o transmissor da doença (EBSERH, 2020). 1- Se estiver com diarréia: Lavar as mãos cuidadosamente após usar o banheiro e antes de manuseio e pacientes ou equipamentos. Evitar trabalhar com crianças menores de dois anos. 2- Se estiver com resfriado: Lavar as mãos cuidadosamente. Usar luvas e máscara para contato direto com crianças menores de (2) anos. Evitar contato com recém-nascidos, imunodeficientes e portadores de cardiopatias congênitas. 3- Se estiver com herpes labial: Lavar as mãos. Usar máscaras. Evitar contato com recém-nascidos, queimados e imunodeficientes. 4- Se for exposto a sangue através de contato com mucosas, olho e pele: Comunicar a CCIH/SCIH ou Serviço de Saúde Ocupacional para verificar a necessidade de profilaxia para Hepatite B e HIV. 4 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Uma infecção nosocomial, também chamada “infecção adquirida no hospital”, “infecção hospitalar” ou “Infecção Relacionada a Assistência em Saúde (IRAS)”, é definida, de acordo com a Portaria nº 2.616 do Ministério da Saúde do Brasil, como aquela que se surge após 72 horas de internação, ou antes, desde que relacionada a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos realizados com o paciente, assim como após a alta hospitalar ou infecções ocupacionais nos profissionais de saúde (ARAÚJO, 2018) 13 Fonte: uniaoquimicaconecta.com.br As infecções nosocomiais constituem um grave problema de saúde pública mundial e estima-se que, no mundo, quase meio milhão de casos de infecções nosocomiais ocorrem a cada ano nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). No Brasil as IRAS apresentam taxas de incidência de 22,8% quando comparado aos países desenvolvidos europeus cujas taxas são menores que 9% (COELHO et al., 2011; COSTA et al., 2020). A causa deve estar nas várias intervenções diagnósticas ou terapêuticas invasivas, tais como o uso frequente de um amplo espectro de antibióticos, presença de doenças subjacentes e ventilação mecânica, cateterismo venoso central, monitoramento invasivo de pressão e cateterismo urinário, bem como internações mais longas e o uso contínuo de desinfetantes e antissépticos, como o álcool em gel. (DERELI et al., 2013; REIS et al., 2011). Com esses procedimentos, o paciente internado vive em constante exposição à sua própria microbiota e a do ambiente hospitalar. A maioria das vezes eles são acometidos por diversas complicações do processo hospitalar, como doenças agudas ou até mesmo complicações de doenças crônicas, nas quais as mais comuns são as infecções hospitalares (MOREIRA e SOUZA, 2016; HESPANHOL et al., 2019). Outro potencial reservatório de microrganismos, não menos importante, são os jalecos utilizados pelos profissionais de saúde em geral. Esse Equipamento de Proteção Individual (EPI), que tem função primordial de proteger o profissional, se contaminado, pode tornar-se veículo de disseminação de microrganismos sensíveis e resistentes (MODESTO e FERREIRA, 2019). Diversos são os organismos relacionados a contaminações em ambientes hospitalares e processos de Infecções Relacionados à Assistência à Saúde, no 14 entanto, os principais patógenos incluem Staphylococcus aureus resistente à oxacilina (ORSA), Enterococcus sp. resistente à vancomicina (VRE) e, mais recentemente, enterobactérias produtoras de Beta Lactamase de Espectro Estendido (ESBL) e Acinetobacter baumannii resistente à antibióticos carbapenêmicos (ROCHA et al., 2015; BORDIGNON e LIMA, 2017). 5 HIV/AIDS Fonte: 5aessence.com.br O vírus HIV é membro do gênero Lentivirus, da família Retroviridae. É responsável por grande morbimortalidade, associada em grande número dos casos à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (MORAES; OLIVEIRA; COSTA, 2014). O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) são temas discutidos, mundialmente, cuja gênese apresenta transformações epidemiológicas ascendentes que requer um aprofundamento nos aspectos sociodemográficos, políticos, éticos, culturais, psicossociais e de saúde. Desde o início da década de 80, no século XX, a identificação do HIV/Aids, constitui um desafio para a comunidade científica global, pois é considerado um problema de saúde pública, de grande magnitude e caráter pandêmico que envolve diversos atores sociais, atingindo os indivíduos sem distinção social, econômica, racial, cultural ou política (PERUCCHI et al., 2011). 15 No início da década de 1980, a epidemia causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) /síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) trouxe à tona e atualizou antigas representações sociais vinculadas às doenças infectocontagiosas: mal, horror, definhamento, contaminação, desordem, transgressão e morte (WILSON D, WHITESIDE, 2016). Desde então, em todo o mundo, 32 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à aids e, em 2018, estimava-se que havia 37,9 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), sendo a maioria adultos (36,2 milhões) (JOINT UNITED NATIONS PROGRAMME, 2019). Nesse panorama, destaca-se a incidência desigual do HIV/aids entre regiões e países, o que requer atenção para dificuldades estruturais (educação, economia, custos, estigma, sistema de saúde, etc.) que não são mitigadas apenas pelo sistema de saúde (MCGRATH et al., 2014; SANGARAMOORTHY, 2018). Calcula-se que, em 2018, do total de PVHA no mundo, apenas 23,3 milhões tinham acesso à terapia antirretroviral (TARV) (JOINT UNITED NATIONS PROGRAMME, 2019). Diante dos anos de história do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e após a transformação da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) de doença aguda e fatal e crônica, sustenta-se a necessidade de ir além da terapêutica medicamentosa combinada, ultrapassando a barreira simplória da ausência sintomática, chegando ao bem-estar propriamente dito,que resvala nos determinantes e condicionantes da Saúde e da QV. Estudos têm apontado fatores específicos de repercussão na QV das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA), entre eles: o estigma, o acesso à assistência nos serviços de saúde, as relações com os profissionais de saúde, o trabalho e os vínculos empregatícios, a vivência da sexualidade, as alterações corporais, a percepção da autoimagem, o suporte social e as relações familiares (COSTA, et al., 2015). Alguns estudos sugerem que a contaminação, o reconhecimento do HIV e da morbimortalidade implicada à doença é, por si só, um fator preditivo negativo na Quedos indivíduos. Outros evidenciam discursos emotivos, repletos de tristeza e revolta, sobre o fastígio da entrega do resultado, que estabelece um divisor de águas entre uma vida supostamente saudável, tranquila e feliz, para uma nova realidade; ressignificando de modo positivo os acontecimentos pré-revelação e de modo negativo os acontecimentos pós-revelação (CATUNDA et al., 2016; FERNANDES et al., 2017). 16 5.1 Terapia antirretroviral Apesar de inúmeros relatos datados de 1975, foi catalogado o primeiro caso de depressão imunológica aguda apenas em 1981 pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) nos Estados Unidos, com identificação processada em 1982, sendo seu agente etiológico o retrovírus, pertencente aos lentivírus. Neste ínterim, o vírus recebeu a denominação "Wrath of God" (WOG) ou ira de Deus em português (PASCHOAL; SANTO; GOMES, 2014) Segundo Paschoal; Santo e Gomes, (2014) o novo vírus não demora a receber o nome HTLV-III pelas características de sua constituição estrutural e biologia, como o fato de ser linfotrópico, e, em 1986, a comunidade científica aceita a nomenclatura final de Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV). O HIV foi alvo de intenso preconceito pelo fato de os primeiros casos terem sido identificados em grupos homossexuais masculinos, os quais tinham seu comportamento sexual julgado e considerado, na época, promíscuo pela sociedade. Na década de 90, a terapêutica para o HIV, baseada no TARV (terapia antirretroviral), surge como opção à monoterapia centrada na Zidovudina. A morbimortalidade, após a utilização do tratamento em questão, apresentou decréscimo considerável, representando, se não a cura, uma perspectiva completamente diferente no cenário epidemiológico (PASCHOAL; SANTO; GOMES, 2014) Porém, nem todos os aspectos são favoráveis nesta seara, e a adesão ao tratamento tem se mostrado difícil, devido às condições de toxicidade e interação dos medicamentos. A não adesão ao tratamento poderá proporcionar o surgimento de cepas virais resistentes à terapia antirretroviral, diminuindo a sobrevida do paciente e se tornando uma preocupação extra para os organismos de saúde internacionais (BAZIN, GASPAR, SILVA, 2014). Em 1996, a intervenção clínica sofreria uma revolução, com a implantação da Terapia Antirretroviral de Alta Eficácia (HAART). O HAART, é a combinação dos inibidores de protease e transcriptase reversa, perfazendo ao menos três drogas antirretrovirais (ARV), e representa na atualidade a forma mais eficaz na redução da carga viral plasmática de RNA-HIV-1 para níveis indetectáveis (Bazin, Gaspar, Silva, 2014). Os esquemas terapêuticos utilizados seguem algoritmo baseado em condições clínicas e laboratoriais, encontrando-se normatizado pelo Ministério da Saúde e 17 divulgado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Adultos Vivendo com HIV. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou, em 2002, que, em todo o mundo, 6 milhões de pessoas necessitariam de Terapia Antirretroviral (TARV), sendo que somente 230.000 tiveram acesso ao coquetel (BAZIN, GASPAR, SILVA, 2014). Os Antirretrovirais (ARV) dividem-se em quatro grupos: 1. Inibidores da transcriptase reversa: São exemplos neste grupo, fármacos pertencentes à lista de medicamentos essenciais (LME), a zidovudina (AZT), a didanosina, a estavudina, a lamivudina, o abacavir. Além destes, temos a nevirapina, o efavirenz. Este grupo de ARV se subdivide em três elementos: inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa (INTR), inibidores não nucleosídicos da transcriptase reversa (INNTR); inibidores nucleotídicos da transcriptase reversa (BRASIL, 2013). 2. Inibidores de protease: São exemplos neste grupo, o Saquinavir, o Ritonavir, a Indinavir, o Nelfinavir e o Lopinavir. 3. Inibidores de integrase: O único exemplar é o Raltegravir. 4. Inibidores de fusão: O único exemplar é o Enfuvirtida. O mecanismo de atuação em conjunto dos antirretrovirais reside no fato de bloquearem a atuação de enzimas fundamentais na replicação, e, portanto, na propagação do vírus no interior das células do hospedeiro (BRASIL, 2013). 6 HEPATITES VIRAIS Fonte: navegantes.sc.gov.br 18 A história das hepatites virais remonta milênios, tendo as últimas décadas sido marcadas por notáveis conquistas relacionadas à prevenção e ao controle da doença. Estão entre elas a identificação dos agentes causadores, o desenvolvimento de testes laboratoriais com alta especificidade, o rastreamento dos portadores e a implantação de vacinas protetoras (BRASIL, 2015). São doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, que têm em comum o tropismo pelo fígado. Apresentam, portanto, várias semelhanças no tocante à apresentação clínico-laboratorial, com diferenças em termos de epidemiologia e evolução (GOMES et al., 2012). Cinco espécies virais são responsáveis pela maior parte dos episódios de hepatite aguda e de hepatite crônica: vírus da hepatite A (HAV), vírus da hepatite B (HBV), vírus da hepatite C (HCV), vírus da hepatite D (HDV) – viroide defeituoso revestido pelo antígeno da hepatite B, e vírus da hepatite E (HEV). Outros vírus, tais como os da família Herpesviridae (citomegalovírus humano, Epstein-Barr e herpes simples) e o parvovírus B19, também, podem causar hepatite, porém em menor escala (GOLDMAN; SCHAFER, 2014) As elevadas taxas de incidência e prevalência, no caso das hepatites A e E, correlacionam-se com as condições sanitárias, tendo em vista a principal via de transmissão a fecal-oral, e isso contribui para a predominância significativa dessas formas de hepatite em países em desenvolvimento. Por outro lado, no que diz respeito às hepatites B, C e D, os grupos de risco são definidos pelo comportamento individual e social, sendo eles: profissionais da área da saúde, homossexuais masculinos, usuários de drogas intravenosas, profissionais do sexo e pacientes em hemodiálise. Isso explica, em parte, a distribuição epidemiológica mais homogênea desses tipos de hepatite (SILVA et al., 2012) A Organização Panamericana de Saúde estima que, no Brasil, ocorram atualmente cerca de 130 novos casos de hepatite A por 100.000 habitantes, sendo essa a principal causa de hepatite viral no mundo. Estima-se que no país existam cerca de dois milhões de portadores crônicos do HBV, com maior prevalência nas regiões norte e nordeste. Em relação ao HCV, evidências sugerem a prevalência entre 1% e 3% da população brasileira. Segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), as hepatites B e C são as principais causas de câncer de fígado e de indicação do transplante hepático (GOMES et al., 2012). A região amazônica ocidental apresenta uma das maiores incidências do HDV no mundo e, no Acre, a prevalência do anticorpo anti-delta é de 1,3% da população. 19 Apesar de o Brasil apresentar condições sanitárias favoráveis às epidemias do HEV, nenhuma foi descrita ainda. Alguns casos isolados já foram notificados (BRASIL, 2016). Foi implantado, pelo Ministério da Saúde, em 2002, o Programa Nacional de Hepatites Virais, objetivando aprimorar açõesde controle e prevenção das hepatites (BRASIL, 2015). Trata-se de doenças incluídas na lista nacional de doenças de notificação compulsória (BRASIL, 2016). 6.1 Hepatite A É uma doença viral aguda de grupo de transmissão fecal-oral (em que está o HAV). Tem seu mecanismo de transmissão ligado a condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. As transmissões percutâneas (inoculação acidental) ou parental (transfusão) do vírus A são muito raras. Áreas que ainda não dispõem de saneamento básico e tratamento de esgoto adequado também deixam as pessoas mais vulneráveis à infecção pelo vírus da hepatite A. Geralmente, a infecção é benigna em crianças e mais grave em adultos. Contudo, podem ocorrer formas fulminantes da doença, capazes de causar morte ou desencadear doença autoimune grave (ABCMED, 2015). O Ministério da Saúde incluiu a vacina da hepatite A no calendário vacinal infantil, a qual está disponível para crianças menores de 5 anos. Além das crianças, há indicação de vacinação para grupos específicos (ABCMED, 2015). 6.2 Hepatite B É uma doença sexualmente transmissível, sendo a via sexual a mais relevante para a transmissão da hepatite B. Todavia, também pode ser transmitida por meio do compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, colocação de piercing, procedimentos de tatuagem e manicure/pedicure com materiais não esterilizados, compartilhamento de utensílios e objetos de higiene contaminados com sangue (escovas de dente, lâminas de barbear ou de depilar), acupuntura, procedimentos médico-odontológicos, transfusão de sangue, hemoderivados e hemodiálise, sem as adequadas normas de biossegurança. Além do sangue, outros líquidos orgânicos, como sêmen e secreção vaginal, podem constituir fontes de infecção (BRASIL, 2020). 20 A transmissão vertical do vírus da hepatite B, que se dá quando acontece a transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto, pode ocorrer pela exposição do recém-nascido ao sangue. Por isso, é importante que todas as gestantes da comunidade façam o teste para hepatite B. Caso seja diagnosticada a infecção, o SUS dispõe de métodos para evitar a transmissão para o bebê. A gestante com hepatite B precisa ser assistida pela equipe de saúde para receber todas as orientações necessárias acerca do parto e aleitamento materno (BRASIL, 2020). 6.3 Hepatite C É uma patologia infecciosa viral, contagiosa, devido ao vírus da hepatite C – HCV, antigamente definido por hepatite não A não B, sendo representado por 90% dos casos de hepatites adquiridos via transfusão sanguínea. Podendo o portador apresentar ou não sinais e sintomas da doença. Existe duas formas da patologia a aguda e a crônica. No entanto, a média é de 80% dos portadores evoluem para cronicidade e 20% desenvolve somente a fase aguda realizando o tratamento no início da infecção (BRASIL, 2005). Conforme Varaldo (2003) a evolução da doença depende de cada organismo e também do tempo em que ocorreu a infecção, sabendo o tempo o médico tem a possibilidade de esquematizar um tratamento o mais rápido possível após sua detecção. O diagnóstico da hepatite C é obtido através de teste rápido, testagens de amostras de sangue total, soro, plasma ou fluído oral para detectar o vírus da hepatite C (BRASIL, 2015). Segundo Brasil (2013) as maiores taxas do HVC no nosso país são registradas no Sudeste, e em seguida na região Sul, sendo a maioria dos casos com pessoas com mais de 40 anos e atingido também em sua maioria o sexo masculino, tendo predominância as seguintes vias de transmissão: transfusão sanguínea, compartilhar objetos perfuro cortantes sem esterilizar, e uso de drogas. De acordo com Brasil (2011) em torno de 3% da população mundial são portadoras do HCV, sendo este dado mais por volta de 170 milhões de pessoas com a fase crônica e com chance de desencadear as complicações da patologia. 21 Tratamento para hepatite C De acordo com Brasil (2015) existem critérios para o início do tratamento da hepatite C na sua fase assintomática, sintomática e aguda. Segundo Nettina (2011) o tratamento da hepatite C é obrigatório seu monitoramento, contendo hemograma completo, provas de função hepática e também carga viral do HCV no decorrer do tratamento, sendo utilizado medicações de ação prolongada os interferons injetáveis no tratamento do vírus, como peginterferon alfa-2a (Pegasys), juntamente com ribavirina antiviral oral (Virazole), podendo levar a um resultado sustentável de níveis virais não detectáveis em média de 41 a 50% dos genótipos 1 e já nas pessoas com genótipos 2 e 3 é de 70 a 80%. É de extrema relevância que o atendimento na atenção básica com o portador do vírus seja orientado com medidas simples, como a proibição de ingesta álcool, diminuindo a probabilidade da evolução de cirrose ou câncer no fígado, podendo assim modificar ou desacelerar o curso natural da patologia (BRASIL, 2006). Complicações da hepatite C De acordo com OMS (2014) no período da fase crônica da hepatite C os infectados podem apresentar na maioria dos casos cirrose hepática ou câncer no fígado, também é relatado que em média 300 mil a 500 mil pessoas morrem por ano de doenças hepáticas ligadas a hepatite C. Segundo Nettina (2011) a cirrose hepática é uma patologia crônica que é definida pela fibrose tecidual, à proporção que o tecido necrótico é trocado por tecido fibrótico as estruturas do fígado são modificadas, e assim prejudicando o mesmo e podendo levar a uma insuficiência hepática e hipertensão portal. Conforme o Instituto Nacional do Câncer – INCA (2016) o carcinoma hepatocelular é um tumor maligno primário, teve origem no fígado, que ocorre com mais frequência, sendo mais de 80% dos casos. 6.4 Hepatite D (Delta) É importante entender que só terão hepatite D aquelas pessoas que já estão infectadas pelo vírus da hepatite B. Dessa forma, a transmissão da hepatite Delta é igual à do vírus B, ou seja, por meio do contato com sangue ou outros líquidos orgânicos, como sêmen e secreção vaginal contaminados. No Brasil, essa infecção 22 tem grande importância na Região Amazônica; entretanto, com as migrações constantes no país, além maior da facilidade de as pessoas viajarem, é possível encontrar casos de hepatite D em outras regiões do Brasil (BRASIL, 2020). Por se tratar de um vírus que infecta apenas os portadores de hepatite B, a vacina para o vírus B também protege da infecção pelo vírus D (Delta). 6.5 Hepatite E A transmissão da hepatite E assemelha-se à da hepatite A, ou seja, se dá pela via fecal-oral, ocorrendo principalmente por meio de água e alimentos contaminados por fezes humanas ou de animais. Além disso, a transmissão pode acontecer pelo consumo de carne suína mal cozida ou crua. A disseminação da hepatite E está relacionada à infraestrutura de saneamento básico e a aspectos ligados às condições de higiene praticadas. No Brasil, é uma infecção de baixa ocorrência, sendo mais comumente encontrada em países da Ásia e a África (BRASIL, 2020). Sintomas As hepatites virais podem não apresentar sinais e sintomas. Porém, quando aparecem, estes podem se manifestar com (BRASIL, 2020).: Febre; Vômitos; Fraqueza (fadiga); Mal-estar; Dor abdominal; Enjoo/náuseas; Perda de apetite; Urina escura (“cor de coca-cola”); Icterícia (olhos e pele amarelados); Fezes esbranquiçadas (como massa de vidraceiro). A infecção pelos vírus A e E das hepatites pode ser evitada com as seguintes precauções (BRASIL, 2020): Lavar as mãos depois de ir ao banheiro, após trocar fraldas das crianças e antes de comer ou preparar alimentos; 23 Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e carne suína; Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras; Orientar aspessoas nas creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas quanto à importância da adoção de medidas rigorosas de higiene, como a desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária; Evitar a construção de fossas sépticas próximas a poços e nascentes de rios, a fim de não comprometer o lençol d’água que alimenta fontes de consumo de água; Respeitar a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca, e de 45 metros para os demais focos de contaminação, como: chiqueiros, estábulos, valões, galerias de infiltração e outros; Não tomar banho ou brincar perto de valões, chafarizes, enchentes ou próximo a locais em que haja esgoto a céu aberto; Para evitar a infecção pelas hepatites B, C e D, orientar as pessoas a adotarem as seguintes precauções (BRASIL, 2020): Realizar o esquema completo da vacina contra a hepatite B, que geralmente é feito com a aplicação de três doses no intervalo de 0, 1 e 6 meses. As pessoas que apresentam a documentação com esquema incompleto podem completar o esquema já iniciado; Evitar contato com sangue e outros fluidos contaminados; Usar camisinha em todas as relações sexuais; Exigir material esterilizado ou descartável nos consultórios médicos e odontológicos, e na realização de acupuntura; Exigir material esterilizado ou descartável nas barbearias e nos salões de manicure/pedicure. Para evitar o uso compartilhado de material perfurocortante, o ideal é que cada pessoa leve o seu kit com: tesoura, alicate, cortador de unha, lixa de unha, lixa de pé, empurrador/espátula, escova e toalha; Procurar estúdios de tatuagem e estabelecimentos de estética que sigam as normas de segurança; Exigir material esterilizado ou descartável para realização de tatuagens e colocação de piercings e brincos; 24 Exigir que o estabelecimento tome o necessário cuidado para que as tintas não estejam contaminadas. Para isso, existem técnicas de utilização individual de tintas; Não compartilhar escova de dente, lâminas de barbear ou de depilar, ou qualquer objeto perfurocortante; Não compartilhar objetos para o uso de drogas (agulhas, seringas, cachimbos ou canudos); Buscar atendimento médico ao apresentar qualquer sinal ou sintoma da doença, ou em caso de exposição a alguma situação de transmissão das hepatites virais. Tratamento da hepatite aguda Ainda que as hepatites B, C e D possam se manifestar de forma aguda, há maior relevância de casos agudos quando se trata de infecções pelos vírus A e E. O uso de medicamentos para vômitos e febre pode ser realizado quando recomendado pelo médico. Entretanto, faz-se necessária a máxima atenção quanto às medicações utilizadas. Os medicamentos não devem ser administrados sem recomendação médica, para não agravar o dano no fígado. O repouso é considerado uma medida adequada. Como norma geral, recomenda-se que seja orientado pelo médico, pois o tempo de repouso depende de exames que mostrem a melhoria do dano no fígado, liberando-se progressivamente o paciente para retorno às atividades cotidianas (BRASIL, 2020). A dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular; porém, seu maior benefício decorre do fato de ser mais agradável para a pessoa que apresenta perda de apetite. De forma prática, recomenda-se que a dieta seja definida em conjunto com a própria pessoa, de acordo com a sua aceitação alimentar. A única restrição está relacionada à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por seis meses no mínimo e, preferencialmente, por um ano. Nas hepatites agudas, o acompanhamento clínico é fundamental e os intervalos das consultas devem ser definidos pelo médico (BRASIL, 2020). Tratamento da hepatite crônica É importante que, na Atenção Primária, os profissionais estejam atentos para identificar possíveis portadores de hepatites crônicas, com destaque para a infecção pelos vírus B, C e D. O diagnóstico precoce minimiza as chances de progressão de 25 hepatite crônica para cirrose ou câncer de fígado. A decisão para o tratamento depende da análise do estado geral do paciente e de exames específicos, com base em protocolos clínicos publicados pelo Ministério da Saúde. Para as hepatites B e D, está prevista a oferta de medicamentos de uso crônico no SUS, que podem controlar essas infecções, diminuindo as chances de evolução para cirrose e câncer (BRASIL, 2020). Geralmente, o tratamento dessas hepatites é feito na Atenção Especializada. Dessa forma, quando os casos forem identificados na Atenção Primária, deve-se proceder ao encaminhamento para os serviços adequados. No que se refere à hepatite C, o SUS disponibiliza medicamentos de última geração, que curam mais de 95% dos casos. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de a infecção não evoluir para cirrose e câncer. Nos últimos anos, os medicamentos utilizados para tratar a hepatite C tiveram avanços significativos, tornando-se muito mais seguros e eficazes, com expressiva redução na duração do tratamento. Essa evolução permite que os pacientes que não apresentam complicações possam ser tratados pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde (BRASIL, 2020). 7 INFECÇÃO URINÁRIA Fonte: escolakids.uol.com.br A infecção do Trato Urinário (ITU) está entre as doenças infecciosas de maior prevalência no mundo perdendo apenas para as respiratórias, e envolve todas as faixas etárias. As ITU’s podem ser definidas como uma infecção 26 causada por agentes patogênicos ou não, que geram, por consequência, um intenso processo inflamatório (COSTA et al., 2010; BRASIL, 2017). Alguns fatores podem estar relacionados com a origem da ITU, como o comprimento da uretra a vida sexualmente ativa, o uso de contraceptivo e espermicida, a menopausa (alterações hormonais), bloqueio o trato urinário (pedra nos rins e aumento da próstata), alguma deficiência no sistema imunológico ou a utilização de cateter ou sonda, assim como a deficiência de higiene dos pacientes com ITU, as falhas relacionadas à prescrição de antibióticos e a interrupção do tratamento, colaboram com a recorrência da mesma (PESSOA DE ASSIS et al., 2019). A infecção urinária pode ser assintomática ou sintomática, e dentre os sintomas mais comuns podem ser citados: ardência forte ao urinar, frequência elevada de micções, urina de cor escura podendo vir acompanhada de sangue e/ou odor forte, dor pélvica e dor no reto variando de acordo com o tipo de infecção (LIMA; ASSIS; CUSTÓDEO, 2013). As infecções urinárias podem ser divididas em: infecções graves/altas e não complicadas ou infecções baixas. As infecções altas apresentam maior risco de falha terapêutica, ocorrem na parte superior do trato urinário, como a pielonefrite. As cistites, não causam danos tão severos, pois estão associadas ao trato urinário inferior, demostrando assim menor risco (MATA et al., 2005 apud PESSOA DE ASSIS et al., 2019). As infecções urinárias podem ser agrupadas em quatro entidades clínicas, sendo inter-relacionadas, de acordo com a localização da infecção em bacteriúria assintomática (urina), uretrite (infecção na uretra), cistite (infecção na bexiga) e pielonefrite (infecção nos rins) (COSTA et al., 2010).As ITUs quando alcançam um estágio avançando podem resultar na perda da função renal, trazendo sequelas permanentes, assim como aumentam os riscos a partos prematuros (BERALDO-MASSOL et al., 2012; SILVA, 2012). Dentre as complicações há de se destacar a septicemia que ocorre principalmente idosos e crianças, podendo estar associada a várias condições clínicas como bacteriúriaassintomática, cistite, pielonefrite, prostatite, abscesso renal e peri- renal (PESSOA DE ASSIS et al., 2019). O diagnóstico pode ser confirmado somente através da urocultura, considerada padrão ouro. Entretanto em muitos casos os médicos não solicitam 27 a urocultura assim como o teste de sensibilidade aos antimicrobianos, e prescrevem a antibioticoterapia a partir dos exames clínicos e dos resultados da urinálise, pela interpretação dos elementos anormais e sedimentos (EAS) (SOARES; NISHI; WAGNER, 2006; BRASIL, 2017). As infecções urinárias são causadas por diversos microorganismos tais como fungos e bactérias, porém os mais prevalentes são as bactérias Gram negativas, sendo a Escherichia coli o microorganismo invasor mais comum, sendo isolada em cerca de 70 a 90% das infecções agudas de origem bacteriana. Porém, outras também podem estar associadas às ITUs, destacando-se Pseudomonas sp., Proteus sp., Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp., Streptococcus sp., e Proteus sp., e Staphylococcus saprophyticus, sendo esta última a segunda causa mais frequente desta infecção (PESSOA DE ASSIS et al., 2019). A Escherichia coli é uma bactéria que é prevalente na microbiota intestinal, podendo também colonizar a mucosa genital. Em determinadas situações pode penetrar no sistema urinário, através do canal uretral, aderir e colonizar a mucosa urogenital (utilizando fímbrias e adesinas). Ela é capaz de resistir à eliminação pelo fluxo urinário causando uma bacteriúria acentuada (FERNANDES et al., 2015). Os principais antibióticos de origem natural utilizados para tratamento clinico, são classificados em β-lactâmicos, Tretraciclinas aminoglicosideos, macrolideos, peptídicos, cíclicos, estreptograminas entre outros. Para os de origem sintética podem-se apontar os sulfonamidas, fluoroquinolonas e oxazolidinonas. Cada composto possui mecanismo de ação distinto, atuando em diversas etapas da replicação ou na estrutura bacteriana (GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010). 28 8 INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA Fonte: pt.nextews.com Pseudomonas aeruginosa é um bacilo gram-negativa aeróbica (ROCHA et al., 2019). Apesar da sua ampla distribuição no ambiente, esta raramente coloniza seres humanos. Em contrapartida, a chance de colonização aumenta consideravelmente em pacientes hospitalizados. Sendo assim, esta bactéria é considerada um patógeno oportunista, o qual mais de 70% das infecções por P. aeruginosa ocorrem com infecções nosocomiais ou associadas à saúde (TUO; GORTZ; ROCHA, 2012), sobretudo em pacientes queimados imunossuprimidos, pessoas com fibrose cística e usuários de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (OSSA-GIRALDO, 2014). A P. aeruginosa pode causar pneumonia, infecções do trato urinário, e bacteremias, bem como alta morbidade e mortalidade em pacientes com fibrose cística, em detrimento de infecções crônicas que acarretam danos ao nível pulmonar e insuficiência respiratória (OCHOA et al., 2013). A importância clínica da infecção por P. aeruginosa caracteriza-se pela expressão de múltipla resistência a antibacterianos associada a uma difícil erradicação da doença, com elevados índices de morbidade e mortalidade. Esse microrganismo pode apresentar resistência natural ou adquirida (NEVES et al., 2011). Dessa forma, a resistência intrínseca tem maior expressão de resistência aos agentes antimicrobianos devido à redução da permeabilidade de sua membrana externa, à expressão constitutiva de várias bombas de ejeção e à produção de enzimas que 29 inativam antibióticos (LUJAN ROCA, 2014) e a capacidade de adquirir resistência por mutação e transferência horizontal (FARHAN et al., 2019). Cortes e colaboradores (2009) observaram que o ambiente hospitalar é propício para a aquisição de infecções bacterianas, e que pacientes submetidos à ventilação mecânica desenvolveram infecções hospitalares, como por P. aeruginosa, por exemplo, além disso, as cepas isoladas apresentaram resistência aos antibióticos. Hoang e colaboradores (2018) obtiveram uma observação similar, em sua avaliação de pacientes recém hospitalizados, estes adquiriram infecção por P. aeruginosa em 70% dos casos através da ventilação mecânica e 90% dos casos através da ventilação na admissão. A colonização apresentou-se significativamente crescente com a prescrição de antibiótico inativo caracterizado como fator de risco juntamente com a contaminação da água da torneira do quarto dos pacientes, assim como o transporte e procedimentos invasivos. Gonçalves e colaboradores (2017) relataram que as infecções hospitalares causadas por P. aeroginosa eram resistentes a carbapenem. Dos fatores de riscos apresentados, a ventilação mecânica está classificada como o principal, em seguida, instrumentos de manuseio no paciente como tubos entéricos e nasogástricos, seguido de terapia inadequada e bacteremia primária com foco desconhecido. Valderrama e colaboradores (2016) em busca da determinação dos fatores de risco para bacteremia causada por P. aeruginosa de cepas resistentes ao carbapenem, em pacientes hospitalizados, definiu-os de acordo com a significância estatística encontrada, sendo os mais relevantes: internação, tempo de uso de antibióticos, uso prévio de meropenem, ciprofloxacino ou cefepime, cirurgia, nutrição prévia e parenteral. Outros fatores de riscos também foram pesquisados em trabalhos como de Harris e colaboradores (2017), que em concordância com outras literaturas, averiguou o aumento da idade como um fator de risco, o que pode ser biologicamente justificado pela fragilidade do indivíduo colocando-o em exposição a diversas infecções. No entanto, para a análise dos fatores de riscos que envolvem anemia e doenças neurológicas apesar de serem relevantes para aquisição de infecções por P. aeruginosa, não houve relatos que esclarecessem a relação dos mesmos. Para Tuon, Gortz e Rocha (2012) não houve diferença significativa em relação ao aumento da idade com infecções, bem como, o tempo de internação do paciente. Verifica-se que doenças hematológicas são importantes na aquisição de infecções por P. aeruginosa, bem como maior permanência no hospital antes da administração de 30 carbapenem, neutropenia persistente durante o tratamento, uso de imunossupressores e colonização prévia por microrganismos (LEE, et al., 2016). 9 TUBERCULOSE Fonte: glbimg.com A tuberculose é uma das doenças mais antigas da humanidade. O Mycobacterium tem origem estimada em 150 milhões de anos, tendo provavelmente, durante o período de contato humano, matado mais pessoas do que qualquer outro microrganismo patogênico. Há registros da doença em múmias egípcias, em trechos de livros hebraicos bíblicos, em antigos escritos chineses, e em estudos de Hipócrates na Grécia antiga, revelando a presença letal do patógeno nas principais civilizações. A tuberculose, em seus primórdios, deve ter atingido inicialmente animais, através de uma variante que antecedeu o Mycobaterium bovis. A zoonose provavelmente se disseminou pelo consumo humano de carne ou leite contaminado. Aos poucos, novas linhagens mutantes, de localização pulmonar e melhor transmissão aerógena, associada a uma menor virulência, facilitando a disseminação do patógeno, conseguiram firmar-se como parasitas importantes da espécie humana (VERONESI; FOCACCIA, 2010). A disseminação da doença pelas Américas decorreu do contato com navegantes europeus, na época das grandes navegações. A prova bacteriológica mais antiga sobre a presença do patógeno nas Américas remonta a 1.100 AC, em uma índia inca, possuidora de sinais clínicos e bacilos preservados em seu corpo 31 mumificado pelas condições ambientais ondehavia sido sepultada. Muito embora o M. tuberculosis e o M. bovis já existissem entre os povos pré-colombianos, foi o contato prolongado com exploradores europeus o fator disseminador da doença. Entretanto, somente mais tarde, no século XX, com a urbanização experimentada pelos países americanos, é que realmente houve a explosão epidêmica da tuberculose em todo o continente, inclusive no Brasil (KOZAKEVICH; SILVA, 2016). A tuberculose é uma doença infecciosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que compromete principalmente os pulmões, podendo, entretanto, manifestar-se clinicamente de inúmeras maneiras e em diversos órgãos. O agente é uma forma de transição entre eubactérias e actinomicetos, sendo constituído por bacilos imóveis, não capsulados, não esporulados, e não formadores de colônias, de dimensões variando entre 0,2 e 0,6 por 1 a 10 micras. Formam agrupamentos característicos de ramos alongados e tortuosos, conhecidos como cordas, característica importante para a visualização e diferenciação do bacilo em análises microscópicas (VERONESI; FOCACCIA, 2010). Apresenta um tempo de geração variando de três horas, para espécies de crescimento rápido, e 18 horas para espécies de crescimento lento, característica devida ao alto teor de lipídios presente em suas cápsulas. O patógeno cresce lentamente, tendo seu metabolismo voltado especialmente para a construção da cápusla que o protege de agentes químicos, podendo sobreviver durante semanas ou meses sobre objetos inanimados. Entretanto, é facilmente destruído por agentes físicos como calor, e raios ultravioleta dos raios solares e de radiações ionizantes. Sua resistência à dessecação, à ação de álcool, ácidos e antimicrobianos, se estabelece em virtude da constituição de sua parede, organizada por ácidos micólicos e lipídios, formando uma barreira hidrofóbica resistente. Por outro lado, a presença de alto teor lipídico da membrana, proporciona efeitos biológicos importantes, tais como a propriedade do patógeno na indução da formação de granulomas nos tecidos infectados (VERONESI; FOCACCIA, 2010). De metabolismo aeróbico, tem tempo de duplicação em 18 a 48 horas, sendo um parasita intracelular facultativo, com preferência pela infecção de macrófagos. Pode permanecer em estado de dormência sem se dividir, dificultando a erradicação da doença e propiciando, clinicamente, a recidiva de infecções antigas subclínicas. Considerado como o protótipo do M. tuberculosis complex, o M. tuberculosis faz parte de uma família composta ainda pelo M. bovis, M. microti, M. africanum e M. 32 canetti, fenotipicamente e genotipicamente similares, compartilhando cerca de 99% de seus genes, e marcados pela presença nos genomas do fragmento IS6110 (VERONESI; FOCACCIA, 2010). Outras espécies de micobactérias, não pertencentes ao complexo do M. tuberculosis, são responsáveis por 10 a 30% das linhagens isoladas em laboratório, constituindo um grupo extremamente heterogêneo e de difícil caracterização, com diferentes níveis de patogenicidade, sendo as linhagens mais importantes constituídas pelo M. leprae, M. avium, M. kansassi, M. gordonae, M. fortuitum, M. chelonae, M. kansasii e M. scrofulaceum (VERONESI; FOCACCIA, 2010). M. tuberculosis não é encontrado livre na natureza, sendo transmitido principalmente por via aerógena. Sua infecção possui baixa morbidade, o que, aliado a seu crescimento lento, proporciona uma manifestação patológica de curso lento e crônico em indivíduos de baixa imunidade. Tem preferência pela colonização dos pulmões, já que sendo um aeróbico estrito encontra neste órgão melhores condições de crescimento e transmissão. Durante a infecção, o bacilo é exposto a diversos contextos ambientais, dependendo do estágio e da severidade da doença, possuindo a capacidade de sobreviver em situações extremamente hostis para outras bactérias, como dentro do fagossomo de macrófagos (VERONESI; FOCACCIA, 2010). 9.1 Epidemiologia A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial esteja infectada pelo M. tuberculosis. Neste contexto, 8 a 10 milhões desenvolverão a doença durante a vida, sendo que cerca da metade apresentará formas contagiantes. O número de novos casos é estimado em cerca de 8,7 milhões, sendo 80% concentrado em 22 países subdesenvolvidos, dentre eles o Brasil. O quadro completa-se com três milhões de óbitos conhecidos e determinados, anualmente, levando a OMS a estabelecer o cenário da tuberculose mundial em 1993 como de emergência global, sendo considerado um “desastre da saúde pública” (BRASIL, 2008). As principais causas de morte no mundo, atualmente, no grupo etário de 15 a 44 anos são, entre os homens, os acidentes de trânsito, em primeiro lugar, seguidos pela tuberculose, violência e suicídio. Entre as mulheres, a tuberculose está em primeiro lugar, matando mais que suicídio, guerras e hemorragias pós-parto. Em 33 países em desenvolvimento, a tuberculose mata mais que todas as outras doenças infectocontagiosas juntas, incluindo a Aids. Tudo isso se agrava ainda mais pela perspectiva de que, caso o cenário mundial da doença não se reverta, teme-se que até 2020, um bilhão de pessoas sejam infectadas, 200 milhões adoeçam, e 35 milhões possam morrer em decorrência da doença (VERONESI; FOCACCIA, 2010). No Brasil, o Ministério da Saúde estima anualmente uma prevalência de 58 casos/100.000 habitantes, com cerca de 111.000 casos novos, um coeficiente de incidência de 47,2/100.000 e 6.000 óbitos, com maior concentração entre as faixas etárias entre 20 e 49 anos. Esses números variam de acordo com os diferentes estados da União, onde os valores de incidências varim de 29,6/100.000 na região Centro-Oeste, para 53,1/100.000 nas regiões Nordeste e Sudeste. Nesse cenário, ao considerar os números de taxa de incidência por 100.000 habitantes, o Brasil encontra-se ranqueado na 92º posição mundial, entretanto, há uma clara tendência de diminuição dos níveis de incidência no país durante o decorrer destas últimas décadas, com queda dos números de 53/100.000 em 1990 para 48/100.000 no ano de 2002. (VERONESI; FOCACCIA, 2010). 9.2 Transmissão A fonte da infecção habitual tem origem no indivíduo com a forma pulmonar da tuberculose. A capacidade do bacilo de ser transmitido para outra pessoa é consequência do estado bacilífero do caso índice, e da intensidade do contato em termos de proximidade, tempo, continuidade da exposição, e do contexto favorável do ambiente onde ele ocorre. Estima-se, por exemplo, que o tempo de exposição necessário para uma infecção bem sucedida seja entre 100 e 200 horas, dependendo da intensidade e da proximidade do contato (VERONESI; FOCACCIA, 2010). Calcula-se que durante um ano, em uma comunidade, uma fonte de infecção poderá infectar em média até 15 pessoas. A fala, o espirro, e principalmente a tosse, lançam no ar gotículas contaminadas denominadas gotículas de Flügge. As mais pesadas se depositam rapidamente no ambiente, enquanto as mais leves permanecem em suspensão no ar. Somente as gotículas desidratadas, com diâmetro de até 5 micra, contendo 1 a 2 bacilos em suspensão, podem atingir os bronquíolos e alvéolos pulmonares, iniciando assim o processo infeccioso. As partículas infectantes são denominadas núcleos de Weels. As partículas médias são, em sua maioria, 34 retidas pela mucosa do trato respiratório superior e removidas dos brônquios através do mecanismo muco-ciliar. Os bacilos assim removidos são deglutidos, inativados pelo suco gástrico e eliminados nas fezes. Já as partículas menores alcançam os alvéolos, onde o germe se implanta. Os patógenos depositados no ambiente normalmente se dispersam em aerossóis, não desempenhando papel importante na transmissão da doença (BRAUNWALD et al., 2013). As características da tosse e do indivíduo que expectora, interferemnas relações de comunicabilidade do bacilo entre o foco de transmissão, e o contato exposto. Pacientes apresentando melhor estado geral e nutricional tendem a apresentar tosse mais vigorosa, com maior poder de dispersão de partículas bacilíferas de maior capacidade de transmissão. A transmissão também é influenciada pelas propriedades físico-químicas da expectoração, tais como espessura e aderência. Ainda nesse contexto, observa-se que a vigência de tratamento interfere no contágio. Caso o paciente não apresente história de tratamento anterior ou outros riscos conhecidos de resistência, considera-se que após 15 dias de tratamento, havendo melhora do quadro clínico, o paciente passa a ser considerado como não infectante. Entretanto, visto a existência de bacilos resistentes às drogas de primeira escolha, é recomendado que a não infectividade do paciente em tratamento seja comprovada pelo status de paucibacilífero através da baciloscopia negativa do escarro (BRASIL, 2011). 9.3 Quadro clínico e diagnóstico A tuberculose normalmente se apresenta como uma doença de curso subagudo ou crônico, proporcionando manifestações de sintomatologia indolente, de intensidade crescente, com períodos de remissão e bem estar. Logo, é comum a demora na procura por assistência médica, com 66% dos acometidos levando uma média de três meses para entrarem em contato com algum serviço de saúde. Dentre a diversidade sintomatológica que pode ser manifestada durante a infecção, certos sinais e sintomas são mais comumente referidos pelo paciente, e observado pelos cuidadores. Logo, quadros envolvendo tosse, hemoptise, dispneia, dor torácica, rouquidão, febre, sudorese, perda ponderal, são parte importante e clássica da imensa gama de manifestações possíveis. É fundamental lembrar, entretanto, que pode existir ampla sintomatologia inespecífica da doença, dependente do órgão acometido pelo 35 bacilo. A tosse está presente em praticamente todos os pacientes, resultando do estímulo inflamatório alveolar ou comprometimento granulomatoso das vias aéreas. Inicialmente apresenta-se como tosse seca, evoluindo para produtiva com expectoração mucosa ou purulenta, geralmente em pequena quantidade, e ocasionalmente associada à hemoptise. É fundamental suspeitar do diagnóstico da tuberculose em pacientes que apresentarem tosse produtiva persistente por período maior que três semanas. (VERONESI; FOCACCIA, 2010). A hemoptise não é uma sintomatologia obrigatoriamente presente, podendo se manifestar como estrias sanguíneas misturadas ao escarro (hemoptoicos) ou como hemoptise maciça, geralmente rara e associada à existência de aneurismas de Rasmussen. É possível, por outro lado, que a hemoptise ocorra até mesmo em pequenas lesões, podendo eventualmente ser a sintomatologia de deflagração da doença, durante a formação das cavidades parenquimatosas (VERONESI; FOCACCIA, 2010). A dispneia também é uma sintomatologia pouco comum, devido a aspectos específicos da fisiopatologia da ação do Mycobacterium no parênquima pulmonar. A destruição difusa do tecido pulmonar pelo processo inflamatório, envolvendo o ambiente alveolar e a vascularização adjacente, não provoca mudanças expressivas na relação de ventilação/perfusão local. A situação já toma outra configuração em inúmeros outros contextos específicos no desenvolvimento da doença. Atelectasias, grandes cavitações, o padrão miliar, as lesões de grande acometimento inflamatório agudo, o desenvolvimento de pneumotórax, derrame pleural, e as lesões avançadas da doença, em consequência ao padrão fibrótico restritivo estabelecido, estabelecem a dispneia como manifestação importante do quadro (VERONESI; FOCACCIA, 2010). A dor torácica está relacionada ao acometimento pleural. Pode ocorrer já no início do adoecimento do indivíduo, devido à proximidade do alvéolo, sítio inicial de acometimento infeccioso, à superfície pleural. 9.4 Isolamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de tuberculose Nos casos de suspeita de tuberculose: Tosse com expectoração há 3 semanas ou mais, ou 36 Tosse produtiva há menos de 3 semanas porém com outros sintomas compatíveis e/ou história de contato domiciliar, ou Quadro atípico em portador de imunodeficiência (AIDS, neoplasia, diabetes, etilismo). Conduta: Precaução com aerossóis; Pesquisa e cultura de BAAR no escarro ou suco gástrico (03 amostras em dias diferentes); Se a baciloscopia (03 amostras) for negativa, suspender o isolamento; Quando em tratamento, suspender o isolamento após 3 amostras de BAAR – pesquisa direta - forem negativas e colhidas após 2 semanas de tratamento específico. Medidas (vide quadro de precauções com aerossóis): O paciente deve usar máscara cirúrgica para sair do quarto para exames; O funcionário deve usar máscara N95 para entrar no quarto de isolamento; Fazer coorte ou quarto individual se não houver suspeita de tuberculose multirresistente, se paciente com tuberculose multirresistente quarto individual. Visitantes e acompanhantes: Usar máscara cirúrgica; Recomenda-se a proibição da presença de acompanhantes de pacientes bacilíferos; A visita é restrita aos horários do serviço, sendo liberada nas situações especiais, as quais devem ser discutidas com a equipe de saúde e o SCIH.29 A presença de acompanhantes de pacientes bacilíferos serão definidos com a equipe interdisciplinar (enfermagem, serviço social, médico) e o SCIH, considerando-se riscos e gravidade do paciente. 37 10 SARAMPO Fonte: googleusercontent.com O sarampo é uma doença febril exantematosa aguda, altamente transmissível, causada por vírus da família Paramyxoviridae do gênero Morbillivirus. É uma das infecções clássicas da infância, de distribuição global, sem predileção por raça ou gênero. O vírus do sarampo tem oito classes (A-H), que podem ser subdivididas em 24 genótipos. A distribuição de cada genótipo é contínua e geograficamente modelada (OPAS, 2019). A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por secreções nasofaríngeas expelidas na fala, tosse, espirro ou respiração. O vírus pode ser transmitido quatro a seis dias antes ou quatro dias depois do surgimento do exantema. Embora possa acometer recém-nascidos de mães suscetíveis, o sarampo é relativamente raro nos primeiros seis meses, graças à transferência transplacentária de anticorpos maternos (BRASIL, 2017). O sarampo representa uma importante causa de hospitalização, morbidade e mortalidade na infância; o desfecho fatal está intimamente relacionado com grau de desenvolvimento socioeconômico dos indivíduos afetados, padrões de higiene, nutrição e cuidados de saúde apropriados. Um problema mundial decisivo na eliminação dessa doença é a inabilidade de imunizar a população inteira. Portanto, indivíduos que são suscetíveis ao vírus podem transmitir a doença e causar um surto regional (BRASIL, 2017). 38 Desde o advento da vacinação, a doença tem-se tornado rara na América do Norte e em muitos países desenvolvidos. De modo geral, o número de casos reportados de sarampo diminuiu de 146 casos por milhão em 2000 para 36 casos por milhão em 2015. Nos EUA, a incidência anual de sarampo foi 2,06 e 0,08 por milhão de habitantes em 2001 e 2015, respectivamente. Atualmente, o sarampo em países desenvolvidos é principalmente resultado de casos importados de lugares onde a doença é endêmica e quase exclusivamente em indivíduos que não são vacinados ou que têm um esquema de vacinação incompleto. Por exemplo, houve um surto de sarampo em Okinawa, Japão, em março de 2018. Acredita-se que o vírus tenha entrado no território japonês por intermédio de imigrantes tailandeses (BRASIL, 2014). 10.1 Manifestações clínicas O sarampo tem fases distintas: a de incubação, a prodrômica e a exantemática. Sua transmissão é possível cinco dias antese quatro dias depois do surgimento do exantema, e mais de 90% das pessoas expostas desenvolverão a doença. A fase de incubação dura 10-14 dias e é geralmente assintomática, quando há viremia após transmissão respiratória, seguida de replicação viral. A fase prodrômica dura 2-8 dias, com a presença de sintomas não específicos, como febre, mal-estar, tosse, coriza e conjuntivite. Em alguns pacientes, os sinais de Koplik aparecem 24-48 horas antes do surgimento do exantema (MOSS, 2017). O exantema maculopapular emerge na fase exantemática, inicialmente na face, espalhando-se para o tronco e extremidades 3-4 dias após o início da febre, com duração de cerca de três dias. A melhora clínica ocorre em aproximadamente uma semana em casos não complicados. Crianças com imunodeficiências celulares, como os portadores de vírus da imunodeficiência humana (HIV), podem não desenvolver o exantema característico, ou este pode aparecer com atraso (WHO, 2017). O sarampo pode apresentar complicações comuns, principalmente pneumonia primária ou secundária, especialmente em jovens malnutridos e imunocomprometidos e em crianças com deficiência de vitamina A. Outras complicações são otite média, ceratoconjuntivite e diarreia (MOSS, 2017). Como forma de complicação mais rara e mais séria, temos a encefalomielite aguda disseminada, na qual o paciente pode apresentar febre, dor de cabeça, ataxia e convulsões com evidências nas imagens de ressonância magnética (RM), 39 mostrando lesões na substância branca, às vezes tálamo, gânglios da base e tronco encefálico. Outra complicação é a panencefalite subaguda esclerosante, que pode ocorrer meses ou anos depois do quadro inicial de sarampo, com piora progressiva das funções motora e cognitiva, convulsões e até morte. Em indivíduos imunocomprometidos, uma complicação rara que pode ocorrer é a encefalite de corpos de inclusão por sarampo, na qual o paciente pode se apresentar com estado mental alterado, convulsões, epilepsia focal, perda auditiva, cegueira momentânea, além de progredir para coma e morte (GRIFFIN, 2014). A definição clínica de sarampo (exantema maculopapular, febre, associada a coriza, conjuntivite ou tosse) apresenta alta sensibilidade (entre 75% e 90%), mas possui baixo valor preditivo quando a incidência do sarampo é baixa, indicando a importância de métodos que confirmem um caso quando não há muitos novos casos (MOSS, 2017). 11 VARICELA A varicela é uma doença infecciosa muito contagiosa e de relevância mundial. Anualmente, gera cerca de 4,2 milhões de internações por complicações graves no mundo. No Brasil, entre 2012 e 2017, foram notificados 602.136 casos e registradas 38.612 internações relacionadas à doença, acometendo sobretudo a faixa etária de um a quatro anos. Decorrente da infecção primária pelo vírus varicela-zóster (VVZ), a varicela manifesta-se por lesões cutâneas e mucosas associadas a sinais e a sintomas sistêmicos inespecíficos (BRASIL, 2019). As lesões são pruriginosas, com distribuição centrípeta e polimorfismo regional. Inicialmente, surgem máculas; estas se transformam em pápulas, em vesículas e, posteriormente, em crostas. O diagnóstico é clínico (BEREZIN; FELDMAN, 2015). A confirmação ocorre por isolamento viral em cultura ou por reação em cadeia de polímeras (WHITLEY, 2017). Apesar de geralmente ser benigna, a varicela pode cursar com complicações de morbidade e de mortalidade importantes. Esses casos são mais comuns em menores de um ano de idade, desnutridos e imunodeprimidos. (BEREZIN; FELDMAN, 2015). A infecção secundária da pele por bactérias piogênicas (Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus) é a complicação mais observada (EUROPEAN 40 CENTRE FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL, 2015). Esse tipo de infecção oferece ao paciente o risco de sepse e de infecções focais, como a pneumonia. O risco de desenvolver complicações viscerais é maior em imunodeprimidos (30–50%), com 15% de letalidade na ausência de tratamento (WHITLEY, 2017). Em crianças, as complicações associadas ao sistema nervoso central (SNC) constituem a segunda maior causa de internação por varicela (BEREZIN; FELDMAN, 2015). Outras complicações incluem: miocardite, nefrite, artrite, síndrome de Reye, hepatite e lesões oftalmológicas (WHITLEY, 2017). O uso de vacinas é adotado em muitos países como estratégia fundamental para profilaxia da varicela. A vacina contra a varicela foi desenvolvida por Takahashi, em 1974, sendo composta de vírus atenuados, feitos da cepa Oka (HIROSE et al., 2016). A soroconversão com uma dose vacinal varia de 85 a 100% nas crianças previamente saudáveis entre 12 meses e 12 anos (EUROPEAN CENTRE FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL, 2015). O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), implantou a vacina contra a varicela no Calendário Nacional de Vacinação em setembro de 2013. Essa vacina é utilizada, juntamente com as vacinas contra sarampo, rubéola e caxumba, na vacina tetraviral. A criança recebe a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba) aos 12 meses e a tetraviral aos 15 meses de idade. A partir de 2018, a segunda dose da vacina contra varicela passou a ser administrada aos quatro anos (BRASIL, 2019). Porém, durante o período avaliado neste estudo, a vacina era disponibilizada apenas para a faixa etária de 15 a 24 meses incompletos, em dose única (BRASIL, 2013). A vacinação contra a varicela modificou drasticamente a epidemiologia da infecção, reduzindo a sua incidência em comunidades sentinela (WHITLEY, 2017). Publicações nacionais e internacionais relatam que o uso da vacina tem gerado impacto favorável, incluindo: diminuição de internações, de desfechos graves e de despesas hospitalares e proteção de rebanho de não imunizados. (HIROSE et al., 2016). Em estudo realizado no Brasil, verificou-se redução de 37,9% com despesas hospitalares após três anos da introdução da vacina e espera-se que essa economia chegue a 80% em 30 anos (SCOTTA et al, 2018). No Brasil, apenas casos graves internados e óbito por varicela são de notificação compulsória (BRASIL, 2019). Portanto, os trabalhos para avaliar a variação da incidência da doença após a introdução da vacina devem se basear principalmente em dados hospitalares. 41 11.1 Tratamento da varicela A maioria das crianças apresenta evolução autolimitada e benigna, não requerendo tratamento específico para a doença. O uso de antivirais como aciclovir está indicado nos imunossuprimidos, na varicela intrauterina e nas complicações relacionadas ao vírus, como encefalite, acometimento ocular e pneumonite. Ao longo das últimas décadas a medicação passou a ser indicada para adolescentes e adultos com varicela, para pacientes com dermatite crônica ou cardiopatia, para usuários de corticosteróides inalatórios ou salicilatos e em casos secundários no domicílio, tendo como objetivo a redução da chance de evoluir para formas graves e para evitar complicações. Um estudo de revisão foi publicado por Klassen e colaboradores em 2005 com objetivo de avaliar a ação do aciclovir na redução dos sintomas e da duração da varicela, além de analisar possíveis complicações da doença relacionadas ao uso da medicação e os efeitos adversos (HIROSE, 2018). Medidas: O paciente deve usar máscara cirúrgica para sair do quarto (consultório) para exames; O profissional deve usar máscara PFF2 no atendimento; Manter o paciente em quarto (consultório) isolado, com janela aberta e porta fechada, caso não seja possível, oferecer uma máscara cirúrgica e manter na sala de espera o mínimo possível até resultado dos exames. Evitar fazer inalação em sala comum. Visitantes e acompanhantes: Usar máscara cirúrgica; A presença de acompanhantes de pacientes deve ser avaliada individualmente, considerando-se o estado de imunização dos mesmos;
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