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U M A A B O R D A G E M P R Á T I C A 4ª Edição com Unidades no Sistema Internacional Inclui CD Com programa EES para resolução de problemas Yunus A. Çengel Afshin J. Ghajar Transferência de Calor e Massa Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB-10/2150 Ç99t Çengel, Yunus A. Transferência de calor e massa [recurso eletrônico] : uma abordagem prática / Yunus A. Çengel, Afshin J. Ghajar ; adaptado por Mehmet Kanoglu ; tradução: Fátima A. M. Lino ; revisão técnica: Kamal A. R. Ismail. – 4. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2012. Edição com unidades no SI. Editado também como livro impresso em 2012. ISBN 978-85-8055-128-0 1. Engenharia. 2. Engenharia – Transferência de calor. 3. Energia térmica. I. Título. II. Ghajar, Afshin J. III. Kanoglu, Mehmet. CDU 621.3.036.2 Tradução Fátima A. M. Lino Master em planejamento energético do Departamento de Engenharia Térmica e de Fluidos da Unicamp Revisão técnica Kamal A. R. Ismail Professor titular do Departamento de Engenharia Térmica e de Fluidos da Unicamp YUNUS A. ÇENGEL University of Nevada, Reno AFSHIN J. GHAJAR Oklahoma State University, Stillwater 2012 Adaptado por MEHMET KANOǦLU University of Gaziantep Versão impressa desta obra: 2012 Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à AMGH EDITORA LTDA., uma parceria entre GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. e McGRAW-HILL EDUCATION Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br Obra originalmente publicada sob o título Heat and Mass Transfer: Fundamentals and Applications, 4th Edition ISBN 0073398128 / 9780073398129 Original edition copyright © 2011, The McGraw-Hill Companies, Inc., New York, New York 10020. All rights reserved. Capa: Lara Vollmer Gerente Editorial CESA: Arysinha Jacques Affonso Coordenadora editorial: Viviane R. Nepomuceno Revisão de provas: Eugênia Pessotti Leitura final e liberação: Laura Ávila Projeto e editoração: Techbooks Os autores Yunus A. Çengel é professor emérito de engenharia mecânica da University of Nevada, Reno. Ele recebeu seu B.S. em engenharia mecânica pela Istambul Technical University e seus M.S. e Ph.D., também em engenharia mecânica, pela North Carolina State University. Suas áreas de interesse são energias renováveis, eficiência energética, políticas energéticas, aumento de transferência de calor e educação em engenharia. Ele atuou como diretor do Centro de Avaliação Industrial (IAC) na University of Nevada, Reno, de 1996 a 2000. Levou equipes de estudan- tes de engenharia a diversas instalações de fabricação no Norte de Nevada e na Califórnia para realizar avaliações industriais e preparar relatórios sobre conser- vação de energia, minimização de resíduos e aumento da produtividade. Também trabalhou como consultor para diversas organizações privadas governamentais. Çengel é autor ou coautor dos livros Thermodynamics: An Engineering Ap- proach (7. ed., 2011), Fundamentals of Thermal-Fluid Sciences (3. ed., 2008), In- troduction to Thermodynamics and Heat Transfer (2. ed., 2008), Fluids Mechanics: Fundamentals and Applications (2. ed., 2010) e Essentials of Fluids Mechanics: Fundamentals and Applications (2008), todos publicados pela McGraw-Hill. Al- guns de seus livros foram traduzidos para os idiomas chinês, japonês, coreano, tailandês, espanhol, português, turco, italiano, grego e francês. Çengel recebeu vários prêmios de destaque conferidos a educadores, e tam- bém o ASEE Meriam/Wiley de melhor autor (Distinguished Author Award), em 1992 e em 2000. Ele é engenheiro profissional registrado no Estado de Nevada e é também membro da American Society of Mechanical Engineers (ASME) e da American Society for Engineering Education (ASEE). Afshin J. Ghajar é professor regente e diretor de pós-graduação na School of Mechanical and Aerospace Engineering at Oklahoma State University, Stillwa- ter, Estados Unidos e professor honorário da Xi’an Jiaotong University, Xi’an, China. Ele recebeu seus B.S., M.S. e Ph.D., todos em engenharia mecânica, na Oklahoma State University. Sua especialidade é transferência de calor e mecânica dos fluidos, experimental e computacional. Ghajar fez contribuições significativas para o campo das ciências térmicas por meio de seus trabalhos experimentais, empíricos e numéricos em transferência de calor e estratificação, sistemas de ar- mazenamento de calor sensível, transferência de calor para fluidos não newto- nianos, transferência de calor na região de transição e transferência de calor sem ebulição em escoamento bifásico. Sua pesquisa atual sobre transferência de calor em escoamento bifásico, gerenciamento térmico de mini e microssistemas e trans- ferência de calor por convecção mista e queda de pressão na região de transição tem sido um Summer Research Fellow at Wright Patterson AFB (Dayton, Ohio) e Dow Chemical Company (Freeport, Texas). Ele e seus colegas de trabalho publi- caram mais de 150 artigos revisados de pesquisas. Ghajar ministrou, como convi- dado, palestras nas maiores conferências e instituições técnicas, e recebeu vários prêmios na College of Engineering at Oklahoma State por seu excelente trabalho em ensino, pesquisa e aconselhamento. Ghajar é membro da American Society of vi Os autores Mechanical Engineers (ASME), editor da Série de Transferência de Calor da CRC Press /Taylor & Francis e editor-chefe da revista internacional sobre engenharia de transferência de calor, dirigida a engenheiros e especialistas da área, publicada por Taylor e Francis. Prefácio CONTEXTO HISTÓRICO A transferência de calor e massa é uma ciência básica que trata da taxa de transfe- rência de energia térmica. Tem uma ampla área de aplicações, que vai desde sis- temas biológicos a aparelhos domésticos comuns, edifícios residenciais e comer- ciais, processos industriais, dispositivos eletrônicos e processamento de alimentos. Para estudá-la é necessário ter uma base adequada em cálculo e física. É também desejável a conclusão dos cursos de termodinâmica, mecânica dos fluidos e equa- ções diferenciais antes de estudar a transferência de calor. No entanto, conceitos relevantes sobre esses tópicos são apresentados e revisados quando necessário. OBJETIVOS Este livro é destinado a estudantes de graduação em engenharia, sendo também uma excelente referência para engenheiros que já atuam no mercado profissional. Os objetivos deste livro são: • Abordar os princípios básicos de transferência de calor. • Apresentar diversos exemplos do mundo real, para mostrar aos estudantes como a transferência de calor é aplicada na prática da engenharia. • Desenvolver uma compreensão intuitiva da transferência de calor, enfatizando a física e os argumentos físicos. Esperamos que este livro, por meio das cuidadosas explicações dos conceitos e do uso de numerosos exemplos práticos e figuras, auxilie os estudantes a desenvolver as habilidades necessárias para associar o conhecimento à confiança, a fim de apli- car adequadamente esse conhecimento. Na prática da engenharia, a compreensão dos mecanismos de transferência de calor está se tornando cada vez mais importante, já que a transferência de calor desempenha um papel fundamental na concepção dos veículos, usinas de energia, geladeiras, aparelhos eletrônicos, prédios e pontes, entre outros. Mesmo um cozinheiro precisa ter uma compreensão intuitiva do mecanismo de transfe- rência de calor para cozinhar os alimentos de forma adequada, ajustando a taxa de transferência de calor. Podemos não estar cientes disso, mas usamos os princípios de transferência de calor quando buscamos o conforto térmico: isolamos nossos corpos ao colocar casacos pesados no inverno e minimizamos o ganho de calor por radiação permanecendo em lugares à sombra no verão. Podemos acelerar o resfriamento de alimentos quentes, soprando-os, ou mantê-los aquecidos, cobrin- do-os e, assim, minimizando a área de superfície exposta. Ou seja, já usamos a transferência de calor em nossa rotina, quer tenhamos percebido, quer não. viii Prefácio ABORDAGEM GERAL Este livro aborda temas-padrão de transferência de calor com ênfase na física e em aplicações do mundo real. Esta abordagem é voltada à intuição dos estudantes, permitindo que aprendam o assunto de maneira agradável. A metodologia que contribuiu para a grande popularidade das edições anterio- res permaneceu inalterada nesta edição. Ou seja, o nosso objetivo tem sido ofere- cer um livro de engenharia que: • Comunique-se diretamente com o raciocínio dos futuros engenheiros de forma simples e precisa. • Direcione os estudantes a um entendimento claro e firme sobre os princípios básicos de transferência de calor. • Encoraje o pensamento criativo e o desenvolvimento de uma compreensão mais profunda e de um sentido intuitivo sobre transferência de calor. • Seja lido por estudantes com interesse e entusiasmo, em vez de ser utilizado apenas como ajuda para resolver problemas. Um esforço especial foi feito para atrair a curiosidade natural dos estudantes e ajudá-los a explorar as várias facetas do excitante assunto da transferência de calor. A resposta entusiasmada que recebemos dos usuários das edições anteriores, desde pequenas faculdades até grandes universidades do mundo todo, indica que nossos objetivos foram amplamente alcançados. Acreditamos que a melhor maneira de aprender é pela prática. Portanto, um esforço especial foi feito em todo o livro para reforçar o material apresentado anteriormente. Antigamente, os engenheiros passavam a maior parte de seu tempo substi- tuindo os valores nas fórmulas para obter resultados numéricos. No entanto, ma- nipulações de fórmulas e processamentos numéricos agora estão sendo deixados principalmente para os computadores. Hoje, os engenheiros precisam ter uma compreensão clara e firme sobre os princípios básicos para que possam entender mesmo os problemas mais complexos, formulá-los e interpretar os resultados. Um esforço consciente é feito para enfatizar esses princípios básicos e, ao mesmo tem- po, proporcionar aos estudantes uma perspectiva de como as ferramentas compu- tacionais são utilizadas na prática da engenharia. NOVIDADES DESTA EDIÇÃO A principal alteração nesta quarta edição é a atualização de vários trabalhos artís- ticos, antes traçados em linhas agora trocados por figuras realistas tridimensionais, além da incorporação de cerca de 300 novos problemas. Todas as características populares das edições anteriores foram mantidas, e novas foram adicionadas. O corpo principal de todos os capítulos, a organização do texto e as tabelas e gráficos do Apêndice permanecem na maior parte inalterados. Cada capítulo agora contém, pelo menos, um novo exemplo de problema resolvido, e uma parte significativa dos problemas existentes foi modificada. Esta edição também apresenta pequenas biografias de pessoas que fizeram contribuições significativas para o desenvolvi- mento da transferência de calor e massa. Novo coautor O novo coautor Afshin Ghajar trouxe para o livro seus muitos anos de experiência em ensino, pesquisa e prática de transferência de calor. Prefácio ix Problemas para Exame de Fundamentos de Engenharia (FE) Para preparar os estudantes para o Exame de Fundamentos de Engenharia (cujo resultado torna-se mais importante com base em critérios ABET 2000) e para faci- litar os testes, cerca de 250 problemas de múltipla escolha estão incluídos também no final de cada capítulo desta edição. Para fácil reconhecimento, estão colocados com título “Problemas para exame de fundamentos de engenharia (FE)”. Esses problemas são destinados a verificar a compreensão dos fundamentos e para aju- dar os leitores a evitar armadilhas comuns. As soluções desses problemas, também identificados neste livro como EES (Engineering Equation Solver), estão disponí- veis aos professores para facilitar a utilização e/ou modificação. Nova cobertura de mini e microtubos Em virtude do rápido avanço das técnicas de fabricação, é cada vez maior o uso de dispositivos e componentes miniaturizados. Na aplicação de trocadores de calor em miniatura, células de combustível, bombas, compressores, turbinas, sensores ou vasos sanguíneos artificiais, é essencial uma boa compreensão do escoamento de fluidos em microescala de canais e tubos. A transferência de calor em micro- escala é apresentada como “Tópico de interesse especial” no Cap. 6. Esta edição amplia a abordagem da cobertura de mini e microtubos no Cap. 8. Três capítulos on-line (em inglês) Os capítulos “Resfriamento de equipamentos eletrônicos” (Cap. 15), “Aqueci- mento e resfriamento de edifícios” (Cap. 16) e “Refrigeração e congelamento de alimentos” (Cap. 17) estão disponíveis para download com uma abordagem deta- lhada desses tópicos, no site www.grupoa.com.br. Alterações de conteúdo e reorganização Além das alterações já mencionadas, pequenas alterações foram feitas no corpo principal do texto. Quase 300 novos problemas foram acrescentados, e muitos de- les foram revistos. As mudanças notáveis de vários capítulos estão resumidas a seguir para aqueles que estão familiarizados com a edição anterior. • No Cap. 3, a abordagem sobre transferência de calor em superfícies aletadas foi ampliada para dar tratamento mais rigoroso. • No Cap. 5, um novo programa amigável de usuário SS-T-CONDUCT (Condu- ção de Calor Transiente e em Regime) desenvolvido por Ghajar e colaborado- res foi introduzido com demonstração de seu uso. O programa está disponível no site do livro, e pode ser usado para resolver ou para verificar as soluções de muitos dos problemas unidimensionais de condução de calor com geração uniforme de energia em geometrias retangulares. • No Cap. 8, uma nova subseção, “Queda de pressão na região de transição em mini e microtubos”, foi adicionada. Além disso, o “Tópico de interesse espe- cial” foi excluído. • No Cap. 9, a seção “Convecção natural e forçada combinadas” foi estendida. • No Cap. 10, o “Tópico de interesse especial” foi alterado para “Transferência de calor em escoamento bifásico sem ebulição”. x Prefácio FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM Ênfase em física Os autores acreditam que a ênfase no ensino da graduação deve permanecer no desenvolvimento do senso de mecanismos físicos subjacentes e no domínio da re- solução de problemas práticos que um engenheiro deverá enfrentar no mundo real. Uso efetivo de associação Uma mente observadora não deverá ter dificuldade em compreender as ciências de engenharia. Afinal, os princípios das ciências da engenharia são baseados nas nossas experiências e em observações experimentais do cotidiano. O processo de cozimento, por exemplo, é um excelente exemplo para demonstrar os princípios básicos da transferência de calor. Uso extenso de figuras e ilustrações A arte é uma ferramenta de aprendizagem importante que ajuda os estudantes a “obter a imagem”. Esta quarta edição contém mais figuras e ilustrações do que qualquer outro livro dessa categoria. Objetivos de aprendizagem e resumos Cada capítulo começa com uma visão geral do material a ser abordado e a seção específica Objetivos de aprendizagem. Um resumo é incluído no final de cada ca- pítulo, permitindo uma rápida revisão de conceitos básicos e importantes relações. Sistemática de procedimento das soluções dos inúmeros exemplos trabalhados Cada capítulo contém vários exemplos trabalhados que esclarecem o conteúdo e ilustram o uso dos princípios básicos. Uma interface intuitiva e uma abordagem sistemática são usadas na solução dos exemplos, mantendo um estilo informal de conversação. Inicialmente o problema é definido, e a seguir são identificados os objetivos. Os pressupostos são, então, declarados, junto com suas justificativas. As propriedades necessárias para resolver cada problema são listadas separadamente, se apropriado. Essa abordagem é também usada de forma consistente nas soluções apresentadas no Manual de soluções para o professor. Diversos problemas do mundo real ao final dos capítulos Os problemas ao final de cada capítulo estão agrupados em temas específicos, para facilitar sua seleção tanto por professores quanto por estudantes. Cada grupo de problemas apresenta: • Perguntas conceito, indicadas por “C”, para verificar o nível de compreensão dos estudantes sobre os conceitos básicos. • Problemas para revisão, são mais abrangentes e não diretamente ligados a qualquer seção específica de um capítulo. Em alguns casos, eles exigem a revisão do conteúdo aprendido nos capítulos anteriores. • Problemas para Exame de Fundamentos de Engenharia, claramente mar- cados e destinados a verificar a compreensão dos fundamentos. Os estudantes são estimulados a evitar as armadilhas comuns e são preparados para o Exame Prefácio xi de FE, que está se tornando cada vez mais importante, com base nos critérios da ABET 2000. Esses problemas são resolvidos usando o programa EES, e soluções completas junto com estudos paramétricos estão incluídas no CD. Os problemas são compreensíveis na natureza e devem ser resolvidos em um computador, de preferência utilizando o programa EES que acompa- nha este livro. • Problemas de projetos e ensaios, elaborados para incentivar os estudantes a fazer julgamentos de engenharia, conduzi-los à exploração independente de temas de interesse e para comunicar suas descobertas de maneira profissional. Vários problemas relacionados com economia e com segurança foram incorpora- dos para melhorar a consciência de segurança e custo nos estudantes de engenha- ria. As respostas para problemas selecionados são listados imediatamente após o problema para conveniência dos estudantes. Tópicos de interesse especial A maioria dos capítulos contém, ao final, uma seção opcional chamada de “Tópico de interesse especial”, na qual aplicações interessantes de transferência de calor são discutidas, como Conforto térmico no Cap. 1; Equações diferenciais, no Cap. 2; Transferência de calor através de paredes e tetos, no Cap. 3; e Transferência de calor através de janelas, no Cap. 9. Fatores de conversão Os fatores de conversão mais utilizados e as constantes físicas estão listados nas páginas finais do livro para referência. Nomenclatura Uma lista dos principais símbolos, subscritos e sobrescritos utilizados no livro é apresentada nas páginas iniciais, para fácil referência. SUPLEMENTOS PARA O PROFESSOR Os suplementos a seguir estão disponíveis no site www.grupoa.com.br para os professores que adotarem este livro. Manual de soluções (em inglês) O Manual de soluções oferece soluções digitalizadas dos problemas, uma por página, com explicações detalhadas ao final de cada capítulo. Slides em PowerPoint (em inglês e português) Apresentação do texto de todos os capítulos, em PowerPoint, estão disponíveis para uso em sala de aula. Há também em PowerPoint uma biblioteca das imagens utilizadas em todo o livro. xii Prefácio Recursos do estudante em CD (EES) Cada texto novo vem acompanhado do Recurso do Estudante em CD que contém o programa da versão acadêmica limitada de EES (Engineering Equation Solver) com o roteiro das soluções para os problemas selecionados no livro. Desenvolvido por Klein Sanford e William Beckman, da University of Wis- consin-Madison, esse programa combina a capacidade de resolução de equação e dados de propriedades de engenharia. O EES pode fazer otimização, análise pa- ramétrica e regressão linear e não linear, e fornece resultados traçados com qua- lidade de publicação. Termodinâmica e propriedades de transporte do ar, água e muitos outros fluidos são incluídos, e o EES permite ao usuário inserir dados de propriedades ou relações funcionais. Esse programa requer menos tempo do que uma calculadora para a entrada de dados, permitindo mais tempo para pensar criti- camente sobre a modelagem e a resolução de problemas de engenharia. Procure os ícones EES na seção “Problemas” ao final de cada capítulo. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de reconhecer com apreço a contribuição feita às novas seções e pro- blemas e os inúmeros comentários e valiosas sugestões construtivas, críticas e elo- gios dos seguintes avaliadores e revisores: John Cherng, University of Michigan-Dearborn Ayodeji Demuren, Old Dominion University Hamid Hadim, Stevens Institute of Technology Mehmet Kanoglu, University of Gaziantep, Turkey Feng Lai, University of Oklahoma Yoav Peles, Rensselaer Polytechnic Institute Manit Sujumnong, Khon Kaen University, Thailand Suas sugestões têm ajudado muito a melhorar a qualidade deste livro. Agradecimentos especiais para Clement C. Tang, da University State Oklaho- ma, por sua ajuda no desenvolvimento de novos problemas para esta edição. Também gostaríamos de agradecer aos nossos estudantes e professores de todo o mundo, que nos forneceram os feedbacks e as perspectivas dos estudan- tes e dos usuários. Finalmente, gostaríamos de expressar nossos agradecimentos a nossas esposas e filhos pela contínua paciência, apoio e compreensão durante a preparação desta quarta edição. Yunus A. Çengel Afshin J. Ghajar C A P Í T U L O 1 INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS 1 C A P Í T U L O 2 EQUAÇÃO DE CONDUÇÃO DE CALOR 63 C A P Í T U L O 3 CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE 135 C A P Í T U L O 4 CONDUÇÃO DE CALOR TRANSIENTE 225 C A P Í T U L O 5 MÉTODOS NUMÉRICOS EM CONDUÇÃO DE CALOR 295 C A P Í T U L O 6 FUNDAMENTOS DE CONVECÇÃO 373 C A P Í T U L O 7 CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA 417 C A P Í T U L O 8 CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA 465 C A P Í T U L O 9 CONVECÇÃO NATURAL 519 C A P Í T U L O 1 0 5 8 1 EBULIÇÃO E CONDENSAÇÃO 581 C A P Í T U L O 1 1 6 2 9 TROCADORES DE CALOR 629 C A P Í T U L O 1 2 6 8 3 FUNDAMENTOS DE RADIAÇÃO TÉRMICA 683 C A P Í T U L O 1 3 7 3 1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO 731 C A P Í T U L O 1 4 7 9 5 TRANSFERÊNCIA DE MASSA 795 A P Ê N D I C E TABELAS E GRÁFICOS DE PROPRIEDADES (UNIDADES NO SI) 865 Sumário Resumido Nomenclatura As Área de superfície, m 2 Ac Área transversal, m 2 Bi Número de Biot C Taxa de concentração molar, kmol/m3 c Calor específico, kJ/kg·K Cc, Ch Taxa de capacidade térmica, W/K CD Coeficiente de arrasto Cf Coeficiente de atrito cp Calor específico a pressão constante, kJ/kg·K cv Calor específico a volume constante , kJ/kg·K COP Coeficiente de desempenho d, D Diâmetro, m DAB Coeficiente de difusão Dh Diâmetro hidráulico, m e Energia específica total, kJ/kg e . ger Taxa de geração de calor, W/m 3 erfc Função de erro complementar E Energia total, kJ E . ger Taxa total de geração de calor, W Eb Fluxo emissivo de corpo negro Ebl Fluxo emissivo espectral de corpo negro f Fator de atrito fl Função de radiação de corpo negro F Força, N FD Força arraste, N Fij, Fi → j Fator de forma Fo Número de Fourier g Aceleração gravitacional, m/s2 G Radiação incidente, W/m2 Gr Número de Grashof h Coeficiente de transferência de calor por convecção, W/m2·K h Entalpia específica, u + Pv, kJ/kg hc Condutância de contato térmico, W/m 2·K hfg Calor latente de vaporização, kJ/kg hif Calor latente de fusão, kJ/kg I Corrente elétrica, A I Função modificada de Bessel do primeiro tipo I Intensidade de radiação, W/m2 j Fluxo de massa difusivo, kg/s·m2 J Radiosidade, W/m2; função de Bessel k Condutividade térmica, W/m·K kef Condutividade térmica efetiva, W/m·K K Função modificada de Bessel do segundo tipo L Comprimento, espessura da metade de uma parede plana, m Lc Característico ou comprimento corrigido, m Lh Comprimento da entrada hidrodinâmica, m Lt Comprimento da entrada térmica, m m Massa, kg ma Média aritmética min Mínimo Taxa de fluxo de massa, kg/s M Massa molar, kg / kmol N Número de moles, kmol NTU Número de unidades de transferência Nu Número de Nusselt p Perímetro, m P Pressão, kPa, Pv Pressão de vapor, kPa Pr Número de Prandtl q . Fluxo de calor, W/m2 Q Transferência de calor total, kJ Q . Taxa de transferência de calor, kW rcr Raio crítico de isolamento R Constante de gás, kJ / kg·K R, ro Raio, m R Resistência térmica, K / W Rc Resistência térmica de contato, m 2 · K/W Rf Fator de incrustação Ru Constante universal dos gases, kJ/kmol·K Valor-R Valor-R de isolamento Ra Número de Rayleigh Re Número de Reynolds S Fator de forma de condução Sc Número de Schmidt Sh Número de Sherwood St Número de Stanton SC Coeficiente de sombreamento SG Gravidade específica SHGC Coeficiente de ganho de calor solar t Tempo, s t Espessura, m T Temperatura, ºC ou K Tb Temperatura bulk (Temperatura média da massa do fluido), ºC Tf Temperatura de filme ou película ºC Tm Temperatura média, ºC ou K Tsat Temperatura de saturação, ºC Ts Temperatura da superfície, ºC ou K u Energia específica interna, kJ/kg u, v Componentes x e y da velocidade U Coeficiente global de transferência de calor, W/m2·K v Volume específico, m3/kg V Tensão, V V Volume total, m3 V . Vazão, taxa de fluxo de volume, m3/s V Velocidade, m/s Vmed Velocidade média, m/s w Fração da massa W . Potência, kW y Fração molar xvi Nomenclatura Letras gregas � Absortividade � Difusividade térmica, m2/s �s Absortividade solar � Coeficiente de expansão volumétrica, 1/K � Espessura da camada limite, m �t Espessura da camada limite térmica, m �P Queda de pressão, Pa �Tlm Diferença média logarítmica de temperatura � Emissividade; ou efetividade de trocador de calor ou de aleta �* Rugosidade, m �aleta Eficiência da aleta �th Eficiência térmica � Energia total de fluido escoando, kJ/kg µ Viscosidade dinâmica, kg/m·s ou N·s/m2 n Viscosidade cinemática �/r, m2/s v Frequência, l/s r Densidade, kg/m3 Constante de Stefan-Boltzmann n Tensão normal, N/m 2 s Tensão superficial, N/m t Tensão de cisalhamento, N/m2 t Transmissividade, número de Fourier ts Tensão de cisalhamento da parede, N/m 2 Umidade relativa � Temperatura adimensional v Umidade específica ou absoluta, kg de H2O/kg de ar seco P Permeabilidade T Solubilidade Subscritos � Longe de uma superfície; condições de escoamento livre 1 Inicial ou estado de entrada 2 Final ou estado de saída i Inicial, ou condições de recintos fechados abs Absorvido atm Atmosférica b Mistura c Contorno cir Superfícies ao redor comb Combinado cond Condução conden Condensado conv Convecção cv Volume de controle dif Difusão dir Direita ef Efetivo elem Elemento elet Elétrico emit Emitindo emp Empuxo ent Entrada equiv Equivalente esc Escoamento esq Esquerda evap Evaporação exc Excesso ext Externo f Líquido saturado; filme (película) flu Flutuação flui Fluido for Forçado fres Fresco gan Ganho ger Gerado, geração i Componente número i inc Incidente incid, solar Incidência solar inf Inferior int Interno inv Invólucro isol Isolamento liq Líquido m Mistura max Máximo med Média met Metabólico nat Natural o Saída ou condições externas oper Operativo pel Película per Perda pess Pessoa pres, const Pressão, constante rad Radiação rc Raio crítico ref Refletida ref Refletido s Superfície sai Saída sat Saturada(o) semi-inf Meio semi-infinito sis Sistema sup Superior telh Telhado ter Térmico term Termômetro tr Transmitido transf Transferido v Vapor de água vert Vertical vest Vestuário vol, const Volume constante Sobrescritos · (ponto superior) Quantidade por unidade de tempo — (barra superior) Quantidade por unidade de mol Sumário C A P Í T U L O 1 INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS 1 1–1 Termodinâmica e transferência de calor 2 Áreas de aplicação da transferência de calor 3 Contexto histórico 3 1–2 Transferência de calor na engenharia 4 Modelagem na engenharia 5 1–3 Calor e outras formas de energia 6 Calor específico de gás, líquido e sólido 7 Transferência de energia 9 1–4 Primeira lei da termodinâmica 11 Balanço de energia para sistemas fechados (massa constante) 12 Balanço de energia para sistemas de escoamento em regime permanente 12 Balanço de energia em superfícies 13 1–5 Mecanismos de transferência de calor 17 1–6 Condução 17 Condutividade térmica 19 Difusividade térmica 22 1–7 Convecção 25 1–8 Radiação 27 1–9 Mecanismos simultâneos de transferência de calor 30 1–10 Técnicas para solução de problemas 35 Programas computacionais de engenharia 37 Engineering Equation Solver (EES) 38 Observação sobre algarismos significativos 39 Tópico de interesse especial: Conforto térmico 40 Resumo 46 Referências e sugestões de leitura 47 Problemas 47 C A P Í T U L O 2 EQUAÇÃO DE CONDUÇÃO DE CALOR 63 2–1 Introdução 64 Transferência de calor permanente versus transiente 65 Transferência de calor multidimensional 66 Geração de calor 68 2–2 Equação de condução de calor unidimensional 69 Equação de condução de calor em uma extensa parede plana 69 Equação de condução de calor em um cilindro longo 71 Equação de condução de calor em uma esfera 72 Equação de condução de calor unidimensional combinada 73 2–3 Equação geral de condução de calor 75 Coordenadas retangulares 75 Coordenadas cilíndricas 77 Coordenadas esféricas 77 2–4 Condições inicial e de contorno 78 1 Condição de contorno de temperatura especificada 80 2 Condição de contorno de fluxo de calor especificado 80 Caso especial: contorno isolado 81 Outro caso especial: simetria térmica 81 3 Condição de contorno de convecção 82 4 Condição de contorno de radiação 84 5 Condição de contorno da interface 85 6 Condições de contorno generalizadas 85 2–5 Solução de problemas de condução de calor unidimensional em regime permanente 87 2–6 Geração de calor em sólidos 99 2–7 Condutividade térmica variável, k (T) 106 Tópico de interesse especial: Breve revisão das equações diferenciais 109 Resumo 114 Referências e sugestões de leitura 115 Problemas 115 xviii Sumário C A P Í T U L O 3 CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE 135 3–1 Condução de calor permanente em paredes planas 136 Conceito de resistência térmica 137 Rede de resistência térmica 139 Paredes planas multicamadas 141 3–2 Resistência térmica de contato 146 3–3 Redes generalizadas de resistência térmica 151 3–4 Condução de calor em cilindros e esferas 154 Cilindros e esferas multicamadas 156 3–5 Raio crítico de isolamento 160 3–6 Transferência de calor a partir de superfícies aletadas 163 Equação da aleta 164 Eficiência da aleta 169 Eficácia da aleta 171 Comprimento adequado de aleta 174 3–7 Transferência de calor em configurações comuns 179 Tópico de interesse especial: Transferência de calor através de paredes e tetos 184 Resumo 194 Referências e sugestões de leitura 196 Problemas 196 C A P Í T U L O 4 CONDUÇÃO DE CALOR TRANSIENTE 225 4–1 Análise de sistemas aglomerados 226 Critérios para a análise de sistemas aglomerados 227 Observações sobre a transferência de calor em sistemas aglomerados 229 4–2 Condução de calor transiente em grandes paredes planas, longos cilindros e esferas com efeitos espaciais 232 Problema de condução transiente unidimensional adimensionalizado 233 Soluções analíticas e gráficas aproximadas 238 4–3 Condução de calor transiente em sólidos semi-infinitos 249 Contato de dois sólidos semi-infinitos 253 4–4 Condução de calor transiente em sistemas multidimensionais 256 Tópico de interesse especial: Refrigeração e congelamento de alimentos 264 Resumo 275 Referências e sugestões de leitura 277 Problemas 277 C A P Í T U L O 5 MÉTODOS NUMÉRICOS EM CONDUÇÃO DE CALOR 295 5–1 Por que métodos numéricos? 296 1 Limitações 297 2 Modelagem adequada 297 3 Flexibilidade 298 4 Complicações 298 5 Natureza humana 298 5–2 Formulação por diferenças finitas das equações diferenciais 299 5–3 Condução de calor permanente unidimensional 302 Condições de contorno 304 Tratando os nós do contorno isolado como nós internos: conceito de imagem espelhada 306 5–4 Condução de calor permanente bidimensional 313 Nós do contorno 314 Contornos irregulares 318 5–5 Condução de calor transiente 322 Condução de calor transiente em uma parede plana 324 Critério de estabilidade para o método explícito: limitação de �t 326 Condução de calor transiente bidimensional 335 Programa interativo SS-T-CONDUCT 340 Tópico de interesse especial: Controlando o erro numérico 346 Resumo 350 Referências e sugestões de leitura 351 Problemas 351 C A P Í T U L O 6 FUNDAMENTOS DE CONVECÇÃO 373 6–1 Mecanismo físico da convecção 374 Número de Nusselt 376 6–2 Classificação do escoamento dos fluidos 378 Regiões de escoamento viscoso versus não viscoso 378 Sumário xix Escoamento interno versus externo 378 Escoamento compressível versus incompressível 378 Escoamento laminar versus turbulento 379 Escoamento natural (ou não forçado) versus forçado 379 Escoamento permanente versus transiente 379 Escoamentos uni, bi e tridimensional 380 6–3 Camada limite hidrodinâmica 381 Tensão de cisalhamento na parede 382 6–4 Camada limite térmica 383 Número de Prandtl 384 6–5 Escoamentos laminar e turbulento 384 Número de Reynolds 385 6–6 Transferência de calor e quantidade de movimento em escoamento turbulento 386 6–7 Derivações das equações diferenciais de convecção 388 Equação da continuidade 389 Equações da quantidade de movimento 389 Equação da conservação da energia 391 6–8 Soluções das equações de convecção para placa plana 395 Equação da energia 397 6–9 Equações adimensionais de convecção e semelhança 399 6–10 Formas funcionais dos coeficientes de atrito e de convecção 400 6–11 Analogias entre quantidade de movimento e transferência de calor 401 Tópico de interesse especial: Transferência de calor em microescala 404 Resumo 407 Referências e sugestões de leitura 408 Problemas 409 C A P Í T U L O 7 CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA 417 7–1 Arrasto e transferência de calor em escoamento externo 418 Arrasto de atrito e de pressão 418 Transferência de calor 420 7–2 Escoamento paralelo sobre placas planas 421 Coeficiente de atrito 422 Coeficiente de transferência de calor 423 Placa plana com comprimento inicial não aquecido 425 Fluxo de calor uniforme 426 7–3 Escoamento cruzado em cilindros e em esferas 430 Efeito da rugosidade superficial 432 Coeficiente de transferência de calor 434 7–4 Escoamento cruzado sobre bancos de tubos 439 Queda de pressão 442 Resumo 445 Referências e sugestões de leitura 447 Problemas 447 C A P Í T U L O 8 CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA 465 8–1 Introdução 466 8–2 Velocidade e temperatura médias 467 Escoamento laminar e turbulento em tubos 468 8–3 Região de entrada 469 Comprimentos de entrada 471 8–4 Análise térmica geral 472 Fluxo de calor constante na superfície (q � s � constante) 473 Temperatura constante na superfície (Ts � constante) 474 8–5 Escoamento laminar em tubos 477 Queda de pressão 479 Perfil de temperatura e número de Nusselt 481 Fluxo de calor constante na superfície 481 Temperatura constante na superfície 482 Escoamento laminar em tubos não circulares 483 Escoamento laminar em desenvolvimento na região de entrada 484 8–6 Escoamentos turbulentos em tubos 488 Superfícies rugosas 490 Escoamento turbulento em desenvolvimento na região de entrada 491 Escoamento turbulento em tubos não circulares 491 Escoamento em tubos anulares 492 Melhoramento da transferência de calor 492 Tópico de interesse especial: Escoamento de transição em tubos 497 Resumo 506 Referências e sugestões de leitura 507 Problemas 508 xx Sumário C A P Í T U L O 9 CONVECÇÃO NATURAL 519 9–1 Mecanismo físico da convecção natural 520 9–2 Equação de movimento e número de Grashof 523 Número de Grashof 525 9–3 Convecção natural sobre superfícies 526 Placas verticais (Ts � constante) 527 Placas verticais (q�s � constante) 527 Cilindros verticais 529 Placas inclinadas 529 Placas horizontais 530 Cilindros horizontais e esferas 530 9–4 Convecção natural em superfícies aletadas e PCIs 534 Resfriamento por convecção natural de superfícies aletadas (Ts � constante) 534 Resfriamento por convecção natural de PCIs verticais (q�s � constante) 535 Vazão mássica através do espaço entre as placas 536 9–5 Convecção natural em espaços fechados 538 Condutividade térmica efetiva 539 Espaços fechados retangulares horizontais 539 Espaços fechados retangulares inclinados 540 Espaços fechados retangulares verticais 541 Cilindros concêntricos 541 Esferas concêntricas 542 Convecção natural e radiação combinadas 542 9–6 Convecção natural e forçada combinadas 547 Tópico de interesse especial: Transferência de calor através de janelas 552 Resumo 562 Referências e sugestões de leitura 563 Problemas 565 C A P Í T U L O 1 0 EBULIÇÃO E CONDENSAÇÃO 581 10–1 Transferência de calor em ebulição 582 10–2 Ebulição em piscina 583 Ebulição em regime e curva de ebulição 584 Ebulição por convecção natural (até o ponto A na curva de ebulição) 584 Ebulição nucleada (entre os pontos A e C) 585 Ebulição de transição (entre os pontos C e D) 587 Ebulição de película (além do ponto D) 587 Correlações de transferência de calor em regime de ebulição em piscina 588 Ebulição nucleada 588 Fluxo de calor máximo 589 Fluxo de calor mínimo 591 Ebulição de película 591 Aumento da transferência de calor em ebulição em piscina 592 10–3 Ebulição em escoamento 596 10–4 Transferência de calor por condensação 598 10–5 Condensação de película 598 Regimes de escoamento 600 Correlações de transferência de calor para condensação de película 600 Efeito da velocidade do vapor 606 Presença de gases não condensáveis em condensadores 606 10–6 Condensação de película dentro de tubos horizontais 610 10–7 Condensação em gotas 611 Tópico de interesse especial: Transferência de calor em escoamento bifásico sem ebulição 612 Resumo 617 Referências e sugestões de leitura 618 Problemas 619 C A P Í T U L O 1 1 TROCADORES DE CALOR 629 11–1 Tipos de trocadores de calor 630 11–2 Coeficiente global de transferência de calor 633 Fator de incrustação 635 11–3 Análise de trocadores de calor 639 11–4 Método da diferença de temperatura média logarítmica 641 Trocadores de calor contracorrente 643 Trocadores de calor de multipasses e escoamento cruzado: uso do fator de correção 644 11–5 Método da efetividade-NTU 651 11–6 Seleção de trocadores de calor 661 Taxa de transferência de calor 662 Custo 662 Potência de bombeamento 662 Dimensão e peso 663 Tipo 663 Materiais 663 Outras considerações 663 Resumo 665 Referências e sugestões de leitura 666 Problemas 667 Sumário xxi C A P Í T U L O 1 2 FUNDAMENTOS DE RADIAÇÃO TÉRMICA 683 12–1 Introdução 684 12–2 Radiação térmica 685 12–3 Radiação do corpo negro 687 12–4 Intensidade da radiação 694 Ângulo sólido 694 Intensidade da radiação emitida 695 Radiação incidente 697 Radiosidade 697 Grandezas espectrais 697 12–5 Propriedades radioativas 700 Emissividade 700 Absortividade, refletividade e transmissividade 704 Lei de Kirchhoff 707 Efeito estufa 708 12–6 Radiação atmosférica e solar 708 Tópico de interesse especial: Ganho de calor solar através de janelas 713 Resumo 720 Referências e sugestões de leitura 721 Problemas 722 C A P Í T U L O 1 3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO 731 13–1 Fator de forma 732 13–2 Relações de fator de forma 735 1 Relação de reciprocidade 736 2 Regra da adição 739 3 Regra da superposição 741 4 Regra da simetria 742 Fatores de forma entre superfícies infinitamente longas: método das linhas cruzadas 744 13–3 Transferência de calor por radiação: superfícies negras 746 13–4 Transferência de calor por radiação: superfícies difusa e cinza 748 Radiosidade 748 Transferência líquida de calor por radiação para ou a partir de uma superfície 749 Transferência líquida de calor por radiação entre duas superfícies quaisquer 750 Métodos para solução de problemas de radiação 751 Transferência de calor por radiação em recintos de duas superfícies 752 Transferência de calor por radiação em recintos de três superfícies 754 13–5 Escudos de radiação e efeitos da radiação 760 Efeito da radiação sobre as medições de temperatura 762 13–6 Troca de radiação entre gases emitentes e absorventes 764 Propriedades de radiação de meio participante 765 Emissividade e absortividade de gases e misturas de gases 766 Tópico de interesse especial: Transferência de calor do corpo humano 773 Resumo 777 Referências e sugestões de leitura 778 Problemas 779 C A P Í T U L O 1 4 TRANSFERÊNCIA DE MASSA 795 14–1 Introdução 796 14–2 Analogia entre transferência de calor e de massa 797 Temperatura 798 Condução 798 Geração de calor 798 Convecção 799 14–3 Difusão de massa 799 1 Base mássica 799 2 Base molar 800 Caso especial: misturas de gases ideais 801 Lei de Fick da difusão: meio estacionário composto por duas espécies 801 14–4 Condições de contorno 805 14–5 Difusão de massa permanente através de uma parede 810 14–6 Migração de vapor de água em edificações 814 14–7 Difusão de massa transiente 818 14–8 Difusão em um meio em movimento 820 Caso especial: mistura de gases a pressão e temperatura constantes 824 Difusão de vapor através de gás estacionário: escoamento de Stefan 825 Contradifusão equimolar 827 14–9 Convecção de massa 831 Analogia entre coeficientes de atrito, transferência de calor e transferência de massa 835 Caso especial: Pr � Sc � 1 (analogia de Reynolds) 836 xxii Sumário Caso geral: Pr � Sc � 1 (analogia de Chilton-Colburn) 836 Limitação da analogia entre convecção de calor e de massa 837 Relações para convecção de massa 838 14–10 Transferência simultânea de calor e massa 840 Resumo 846 Referências e sugestões de leitura 848 Problemas 848 A P Ê N D I C E TABELAS E GRÁFICOS DE PROPRIEDADES (UNIDADES NO SI) 865 TABELA A–1 Massa molar, constante de gás e calor específico de gás ideal de algumas substâncias 866 TABELA A–2 Propriedades nos pontos de ebulição e de congelamento 867 TABELA A–3 Propriedades dos metais sólidos 868 TABELA A–4 Propriedades de sólidos não metálicos 871 TABELA A–5 Propriedades dos materiais de construção 872 TABELA A–6 Propriedades de materiais isolantes 874 TABELA A–7 Propriedades dos alimentos comuns 875 TABELA A–8 Propriedades de diversos materiais 877 TABELA A–9 Propriedades da água saturada 878 TABELA A–10 Propriedades do refrigerante-134a saturado 879 TABELA A–11 Propriedades da amônia saturada 880 TABELA A–12 Propriedades do propano saturado 881 TABELA A–13 Propriedades dos líquidos 882 TABELA A–14 Propriedades dos metais líquidos 883 TABELA A–15 Propriedades do ar a 1 atm de pressão 884 TABELA A–16 Propriedades dos gases a 1 atm de pressão 885 TABELA A–17 Propriedades da atmosfera em altitudes elevadas 887 TABELA A–18 Emissividades nas superfícies 888 TABELA A–19 Propriedades de radiação solar dos materiais 890 FIGURA A–20 Diagrama de Moody do fator de atrito para escoamento completamente desenvolvido em tubos circulares 891 ÍNDICE 893 Capítulo 1Int rodução e Concei tos Básicos A ciência da termodinâmica trata da quantidade de calor transferido quando um sistema passa por um processo de estado de equilíbrio para outro, sem fazer nenhuma referência sobre quanto tempo esse processo demora. Mas, em engenharia, estamos mais frequentemente interessados na taxa de transferência de calor, que é o tema da ciência da transferência de calor. Começamos este capítulo com a revisão dos conceitos fundamentais da ter- modinâmica, que são os princípios básicos da transferência de calor. Primeiro, abordamos a relação do calor com outras formas de energia e fazemos uma revisão sobre balanço de energia. Em seguida, apresentamos os três mecanismos básicos de transferência de calor, condução, convecção e radiação, e discutimos o concei- to de condutividade térmica. Condução é a transferência de energia resultante da interação de partículas de maior energia de uma substância com partículas adja- centes de menor energia. Convecção é o modo de transferência de calor entre uma superfície sólida e um líquido ou gás adjacente que está em movimento, e esse processo envolve os efeitos combinados de condução e movimento do fluido. Ra- diação é a energia emitida pela matéria em forma de ondas eletromagnéticas (ou fótons), como resultado das mudanças nas configurações eletrônicas de átomos ou moléculas. Concluímos este capítulo com uma discussão sobre transferência simultânea de calor. OBJETIVOS Ao término deste capítulo, você será capaz de: � Compreender como a termodinâmica e a transferência de calor estão relacionadas. � Distinguir a energia térmica de outras formas de energia e a transferência de calor de outras formas de transferência de energia. � Fazer balanços gerais de energia e balanços de energia em superfícies. � Entender os mecanismos básicos da transferência de calor (condução, convecção e radiação térmica), a lei de Fourier da condução de calor, a lei de Newton do resfriamento e a lei de Stefan-Boltzmann da radiação. � Identificar os mecanismos de transferência de calor que ocorrem de forma simultânea na prática. � Conscientizar-se dos custos associado às perdas de calor. � Solucionar os vários problemas de transferência de calor encontrados na prática. 2 Transferência de Calor e Massa 1–1 TERMODINÂMICA E TRANSFERÊNCIA DE CALOR Por experiência, sabemos que, se deixarmos uma lata de bebida gelada em tempe- ratura ambiente, ela esquentará; da mesma forma, se deixarmos uma lata de bebida quente na geladeira, ela resfriará. Isso acontece por causa da transferência de ener- gia do meio quente para o meio frio. A transferência de energia é sempre do meio de maior temperatura para o de menor temperatura, e esse processo cessa quando os dois meios atingem a mesma temperatura. Em termodinâmica, estudamos que a energia existe em diferentes formas. Neste capítulo, estamos interessados principalmente no calor, definido como a forma de energia que pode ser transferida de um sistema para outro em conse- quência da diferença de temperatura entre eles. A ciência que estuda as taxas de transferência do calor é chamada transferência de calor. Por que precisamos fazer um estudo detalhado sobre transferência de calor se é possível determinar a quantidade de calor transferido para qualquer sistema, em qualquer processo, utilizando apenas a análise termodinâmica? A termodinâmica está focada na quantidade transferida de calor quando um sistema passa de um es- tado de equilíbrio para outro, sem fornecer informações sobre o tempo de duração do processo. A análise termodinâmica apenas nos informa quanto de calor deve ser transferido para realizar determinada mudança no estado termodinâmico, de forma a satisfazer o princípio da conservação da energia. Na prática, estamos mais preocupados com a taxa de transferência do calor (calor transferido por unidade de tempo) do que com sua quantidade propria- mente dita. Por exemplo, podemos determinar a quantidade transferida de calor do café quente no interior de uma garrafa térmica para que ele resfrie de 90 °C para 80 °C utilizando apenas a análise termodinâmica. No entanto, um típico usuário ou fabricante de garrafa térmica pode estar muito mais interessado em saber quanto tempo o café demora para resfriar até 80 °C, e uma análise termodi- nâmica não pode responder a essa questão. A determinação das taxas de transfe- rência de calor ou de um sistema e, consequentemente, o tempo de aquecimento ou resfriamento e a variação de temperatura são os objetivos da transferência de calor (Fig. 1–1). A termodinâmica trabalha com estados termodinâmicos em equilíbrio e trans- formações de um estado de equilíbrio para outro. A transferência de calor, por sua vez, trabalha com sistemas que não estão em equilíbrio térmico, pois são fenôme- nos de não equilíbrio termodinâmico. Dessa forma, o estudo da transferência de calor não pode ser baseado apenas nos princípios da termodinâmica. As leis da termodinâmica estabelecem o ambiente de trabalho na ciência da transferência de calor. A primeira lei estabelece que a taxa de energia transferida para um sistema deve ser igual à taxa de crescimento de sua energia. A segunda lei estabelece que o calor deve ser transferido na direção da menor temperatura (Fig. 1–2). É o mesmo que um carro estacionado em uma descida, que deve se mover na direção de decli- ve quando os freios são liberados. Esse processo é também análogo ao da corrente elétrica que flui na direção da queda de tensão elétrica ou ao do fluido que escoa na direção de queda da pressão total. A exigência básica para a ocorrência da transferência de calor é a presença da diferença de temperatura, pois não pode acontecer transferência líquida de calor entre dois corpos que estão na mesma temperatura. A diferença de temperatura é a força motriz da transferência de calor, assim como a diferença de potencial elé- trico é a força motriz da corrente elétrica, e a diferença de pressão, a força motriz para o escoamento de fluidos. A taxa de calor transferido em dada direção depende da magnitude do gradiente de temperatura (diferença de temperatura por unidade de comprimento ou taxa de variação da temperatura) na mesma direção. Quanto maior o gradiente de temperatura, maior a taxa de transferência de calor. Café quente Garrafa térmica Isolamento térmico FIGURA 1–1 Geralmente, estamos interessados em saber qual é o tempo necessário para o café quente que está no interior de uma garrafa térmica resfriar até certa temperatura. Essa informação não pode ser determinada somente por meio da análise termodinâmica. Calor Ambiente frio 20 °C Café quente 70 °C FIGURA 1–2 Fluxo de calor na direção da temperatura decrescente. Capítulo 1 Introdução e Conceitos Básicos 3 Áreas de aplicação da transferência de calor A transferência de calor é frequentemente encontrada em sistemas de engenharia e em outros aspectos da vida, e não precisamos ir muito longe para ver algumas áreas de aplicação. Na verdade, não precisamos ir a lugar nenhum. O corpo hu- mano está constantemente rejeitando calor para o ambiente, e nosso conforto está diretamente ligado à taxa em que essa rejeição ocorre. Tentamos controlar essa taxa de transferência de calor adequando nossas roupas às condições do ambiente. Muitos utensílios domésticos são projetados, totalmente ou em parte, com base nos princípios de transferência de calor. Alguns exemplos incluem fogões elé- tricos e a gás, aquecedores e ar-condicionados, geladeiras e freezers, aquecedores de água, ferros de passar e, até mesmo, computadores, TVs e DVDS. Casas ener- geticamente eficientes são projetadas para minimizar a perda de calor no inverno e o ganho de calor no verão. A transferência de calor representa importante papel no projeto de muitos outros dispositivos, como radiadores de carro, coletores de energia solar, diversos componentes de usinas elétricas e até naves espaciais (Fig. 1–3). A melhor espessura de isolamento térmico para paredes e telhados, canos de água quente, vapor ou aquecedores de água é determinada com base na análise da transferência de calor e das considerações econômicas. Contexto histórico O calor sempre foi percebido como algo que produz uma sensação de aquecimen- to, mas ninguém poderia imaginar que sua natureza fosse um dos primeiros con- ceitos entendidos pela humanidade. Apenas na metade do século XIX, alcançamos O corpo humano (© Vol. 121/Photo Disc.) Sistemas de ar condicionado (© The McGraw-Hill Companies, Inc./Jill Braaten, photographer.) Sistemas de aquecimento (© Comstock RF.) Equipamentos eletrônicos (© Alamy RF.) (© Brand X/Jupiter Images RF.) (© Punchstock RF.) Usinas de potência (© Vol. 57/Photo Disc.) Sistemas de refrigeração (© The McGraw-Hill Companies, Inc./Jill Braaten, photographer.) FIGURA 1–3 Algumas áreas de aplicação da transferência de calor. 4 Transferência de Calor e Massa o verdadeiro entendimento físico sobre a natureza do calor, graças ao desenvol- vimento da teoria cinética, que entende as moléculas como pequenas bolas em movimento que têm, portanto, energia cinética. O calor é, então, definido como a energia associada ao movimento aleatório de átomos e moléculas. Embora o conceito de que, o calor é a manifestação do movimento no nível molecular (deno- minada força vital) tenha surgido no século XVIII e início do XIX, essa visão, que prevaleceu até meados do século XIX, foi baseada na teoria do calórico, proposta em 1789 pelo químico francês Antoine Lavoisier (1743-1794). Essa teoria defen- dia que o calor era um tipo de substância semelhante ao fluido denominado calóri- co, que era sem massa, incolor, inodoro, insípido e capaz de fluir de um corpo para outro (Fig. 1–4). Quando o calórico era adicionado a um corpo, sua temperatura aumentava, e, quando removido, sua temperatura diminuía. Quando um corpo não pudesse conter mais nenhum calórico, assim como quando um copo com água não pode dissolver mais nenhuma quantidade de sal ou açúcar, dizia-se que o corpo estava saturado de calórico. Essa interpretação deu origem às expressões líquido saturado e vapor saturado, usadas até hoje. A teoria do calórico foi criticada logo após sua introdução. Ela sustentava que o calor era uma substância que não podia ser criada ou destruída. Contudo, já se sabia que o calor podia ser gerado indefinidamente ao esfregarmos as mãos ou dois pedaços de madeira. Em 1798, o americano Benjamin Thompson, conde de Rumford (1753-1814), mostrou em seus trabalhos que o calor pode ser gerado continuamente por meio da fricção. A validade da teoria do calórico foi também contestada por muitos outros. Todavia, foram os experimentos cuidadosamente realizados pelo inglês James P. Joule (Fig. 1–5) e publicados em 1843 que final- mente convenceram os céticos de que o calor não era, afinal, uma substância, pon- do fim à teoria do calórico. Embora essa teoria tenha sido totalmente abandonada na metade do século XIX, contribuiu enormemente para o desenvolvimento da termodinâmica e da transferência de calor. 1–2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR NA ENGENHARIA Equipamentos de transferência de calor, como trocadores de calor, caldeiras, con- densadores, radiadores, aquecedores, fornos, refrigeradores e coletores de energia solar, são projetados principalmente com base na análise de transferência de calor. Os problemas de transferência de calor encontrados na prática podem ser separa- dos em dois grupos: (1) de avaliação e (2) de dimensionamento. Os problemas de avaliação lidam com a determinação da taxa de transferência de calor para um sis- tema existente com diferença de temperatura específica. Os problemas de dimen- sionamento tratam da determinação do tamanho do sistema de forma a transferir calor em dada taxa para uma diferença de temperatura específica. Sistemas ou processos de engenharia podem ser estudados de forma expe- rimental (testando e tomando medidas) ou analítica (por meio do cálculo ou da análise matemática). A abordagem experimental oferece a vantagem de trabalhar com o sistema físico real, e a quantidade desejada é determinada por medição dentro dos limites dos erros experimentais. No entanto, essa abordagem é cara, demorada e frequentemente impraticável. Além disso, o sistema em estudo pode nem mesmo existir. Por exemplo, todo o sistema de aquecimento e encanamento de um prédio deve ser dimensionado antes de o prédio ser construído, com base Corpo quente Corpo frio Superfície de contato Calórico FIGURA 1–4 No início do século XIX, o calor foi concebido como um tipo de fluido invisível, denominado calórico, que fluía do corpo mais quente para o mais frio. Capítulo 1 Introdução e Conceitos Básicos 5 nas especificações dadas. A abordagem analítica (incluindo a abordagem numé- rica) tem a vantagem de ser rápida e barata, no entanto os resultados obtidos estão sujeitos ao acerto das condições assumidas, das aproximações e das idea- lizações feitas na análise. Nos estudos de engenharia, com frequência, um bom compromissso é reduzir as escolhas pela análise e depois verificar o resultado experimentalmente. Modelagem na engenharia As descrições da maioria dos problemas científicos envolvem equações que des- crevem as relações entre algumas variáveis importantes. Normalmente, o menor incremento nas variáveis leva a descrições mais gerais e precisas. Na situação li- mite de mudanças infinitesimais ou diferenciais nas variáveis, obtemos equações diferenciais que proporcionam formulações matemáticas precisas para leis e prin- cípios físicos, representando as taxas de variação na forma de derivadas. Assim, equações diferenciais são usadas para investigar uma ampla variedade de proble- mas na ciência e na engenharia (Fig. 1–6). Entretanto, na prática, muitos proble- mas encontrados podem ser resolvidos sem a necessidade de recorrer a equações diferenciais e suas complicações associadas. O estudo de dado fenômeno físico envolve dois passos fundamentais. No pri- meiro, identificam-se todas as variáveis que influenciam o fenômeno, fazem-se considerações e aproximações razoáveis e estuda-se a interdependência dessas variáveis. As leis e os princípios físicos relevantes são identificados, e os proble- mas, formulados matematicamente. A equação em si torna-se muito instrutiva, uma vez que mostra o grau de dependência de algumas variáveis em relação às outras e a importância relativa dos vários termos. No segundo passo, o problema matemático é resolvido por meio de uma abordagem apropriada, e os resultados são interpretados. Muitos processos que parecem ocorrer na natureza de modo aleatório e sem nenhuma ordem são, na verdade, regidos por algumas óbvias ou não tão óbvias leis físicas. Independentemente de notarmos ou não essas leis, elas estarão lá, gover- nando consistentemente o que parece ser eventos comuns. A maioria delas é bem definida e compreendida pelos cientistas. Isso possibilita prever o comportamento de um evento antes de ele acontecer de fato ou estudar vários aspectos de um evento matematicamente sem recorrer a caros e demorados experimentos. É onde o poder da análise matemática reside. Muitos resultados precisos de problemas práticos e significativos podem ser obtidos relativamente com pouco esforço usan- do um modelo matemático apropriado e realista. A preparação desses modelos requer um conhecimento adequado do fenômeno natural envolvido e das leis físi- cas pertinentes, bem como bom senso de julgamento. Um modelo não realístico, obviamente, dará resultados imprecisos e inaceitáveis. Um analista trabalhando em um problema de engenharia, frequentemente, encontra-se em situação em que deve escolher entre um modelo preciso, porém, complexo, e um modelo simples, mas não tão preciso. A escolha certa depende da situação que se tem em mãos. A escolha certa é, normalmente, o modelo mais simples que fornece resultados adequados. Por exemplo, o processo de cozinhar batatas ou assar um pedaço de carne em forno pode ser estudado analiticamente de modo simples, modelando a batata ou o assado como uma esfera sólida que FIGURA 1–5 O físico britânico James Prescott Joule (1818-1889) nasceu em Salford, Lancashire, Inglaterra. Joule é mais conhecido por seu trabalho sobre a conversão de energia elétrica e mecânica em calor e pela primeira lei da termodinâmica. A unidade de energia, o joule (J), foi nomeada em sua homenagem. Segundo a lei de Joule de aquecimento elétrico, a taxa de produção de calor em um fio condutor é proporcional ao produto da resistência do fio e ao quadrado da corrente elétrica. Por meio de seus experimentos, Joule demonstrou a equivalência mecânica de calor, ou seja, a conversão de energia mecânica em quantidade equivalente de energia térmica, que estabelece fundamentação para a conservação do princípio de energia. Joule e William Thomson (mais tarde lorde Kelvin) descobriram a queda de temperatura de uma substância durante a livre expansão, fenômeno conhecido como efeito Joule-Thomson, que forma a fundamentação do funcionamento da refrigeração de compressão de vapor comum e de sistemas de ar condicionado. (AIP Emilio Segre Visual Arquivo.) 6 Transferência de Calor e Massa contém as propriedades da água (Fig. 1–7). O modelo é bem simples, mas os resultados obtidos são suficientemente precisos para a maioria dos propósitos práticos. Outro exemplo é quando analisamos a perda de calor de um prédio de forma a escolher o tamanho certo do aquecedor, determinando a perda de calor para as piores condições previstas e selecionando um aquecedor que proverá energia suficiente para compensar tais perdas de calor. Frequentemente, ten- demos a escolher um forno maior nos antecipando a alguma expansão futura ou apenas adotando um fator de segurança. Nessse caso, uma análise bastante simples é suficiente. Quando escolhemos um equipamento de transferência de calor, é importante considerar as reais condições de funcionamento. Por exemplo, quando adquirimos um trocador de calor que usará água pesada, devemos considerar que, ao longo do tempo, ocorrerá algum depósito de cálcio nas superfícies de transferência de calor, causando encrustamento e uma consequente queda gradual no desempenho. O trocador de calor deve ser escolhido com base em sua adversa condição de fun- cionamento, e não nas condições do trocador novo. Elaborar modelos precisos mas complexos normalmente não é uma tarefa tão difícil. No entanto, tais modelos serão inúteis para um analista se forem muito difí- ceis e consumirem muito tempo para serem resolvidos. No mínimo, o modelo deve refletir as características essenciais do problema físico que representa. Existem muitos problemas significativos no mundo real que podem ser analisados por meio de modelos simples. Todavia, devemos sempre ter em mente que os resultados ob- tidos por meio de uma análise são tão precisos quanto permitam as hipóteses assu- midas na simplificação do problema. Logo, a solução obtida não deve ser aplicada a situações que não correspondem às hipóteses adotadas originalmente. Uma solução que não é totalmente consistente com o observado na natureza do problema indica que o modelo matemático utilizado é muito grosseiro. Nesse caso, um modelo mais realista pode ser elaborado com a eliminação de uma ou mais das hipóteses questionáveis. Isso resultará em um problema mais complexo e, portanto, mais difícil de resolver. Assim, qualquer solução do problema deve ser interpretada no contexto de sua formulação. 1–3 CALOR E OUTRAS FORMAS DE ENERGIA Existem várias formas de energia, como térmica, mecânica, cinética, potencial, elé- trica, magnética, química e nuclear, e a soma delas constitui a energia total E (ou e por unidade de massa) de um sistema. As formas de energia relacionadas com a estrutura molecular de um sistema e com o grau de atividade molecular são chama- das de energia microscópica. A soma de todas as formas microscópicas de energia é denominada energia interna U do sistema (ou u por unidade de massa). No Sistema Internacional (SI), a unidade de energia é o joule (J) ou quilojou- le (1 kJ � 1.000 J). No sistema inglês, a unidade de energia é o British thermal unit (Btu), definida como a energia necessária para elevar a temperatura em 1 °F de 1 lbm de água a 60 °F. As magnitudes de 1 kJ e 1 Btu são praticamente as mesmas (1 Btu � 1,055056 kJ). Outra unidade de energia bem conhecida é a caloria (1 cal � 4,1868 J), definida como a energia necessária para aumentar a temperatura em 1 °C de 1 g de água a 14,5 °C. A energia interna pode ser entendida como a soma das energias cinética e po- tencial das moléculas. A parte da energia interna associada com a energia cinética das moléculas é denominada energia sensível ou calor sensível. A velocidade média e o grau de atividade das moléculas são proporcionais à temperatura. Assim, Forno Ideal 175 °C Água Batata Real FIGURA 1–7 A modelagem é uma poderosa ferramenta de engenharia que fornece uma boa ideia do fenômeno, de modo simples, com alguma imprecisão. Identificar variáveis importantes Assumir condições e aproximações razoáveisAplicar leis físicas relevantes Impor condições iniciais e de contorno Utilizar técnicas de solução adequadas Problema físico Uma equação diferencial Solução do problema FIGURA 1–6 Modelagem matemática de problemas físicos. Capítulo 1 Introdução e Conceitos Básicos 7 em altas temperaturas, as moléculas têm energia cinética alta, e, consequentemen- te, o sistema apresenta alta energia interna. A energia interna é também associada com as forças intermoleculares entre as moléculas de um sistema. Essas forças ligam as moléculas umas às outras e, como previsto, são mais fortes em sólidos e mais fracas em gases. Se energia suficiente for adicionada às moléculas de um sólido ou líquido, ela romperá essas forças mo- leculares e transformará o sistema em gás. Tal processo é denominado mudança de fase, e, por causa dessa energia adicionada, o sistema na fase gasosa tem um nível de energia interna maior que na fase sólida ou líquida. A energia interna associada com a fase de um sistema é chamada de energia latente ou calor latente. Essas mudanças podem ocorrer sem alteração na composição química do sis- tema. A maioria dos problemas de transferência de calor se enquadra nessa catego- ria, de forma que não é necessário prestar atenção nas forças de ligação dos átomos nas moléculas. A energia interna associada às ligações dos átomos na molécula é denominada energia química ou de ligação, enquanto a energia interna associada com as ligações dentro do núcleo de um átomo é denominada energia nuclear. As energias química e nuclear são absorvidas ou liberadas durante reações químicas ou nucleares, respectivamente. Na análise de sistemas que envolvem fluxo de fluidos, frequentemente encon- tramos a combinação das propriedades u e Pv. Por questão de simplicidade e con- veniência, essa combinação é definida como entalpia h, isto é, h = u �Pv, onde Pv representa a energia de escoamento do fluido (também denominada trabalho de bombeamento), que é a energia necessária para impulsionar um fluido e manter o escoamento. Na análise da energia de fluidos escoando, é conveniente tratar a energia de escoamento como parte da energia do fluido e representar a energia microscópica do fluido escoando pela entalpia h (Fig. 1–8). Calor específico de gás, líquido e sólido Lembre-se de que o gás ideal é definido como um gás que obedece à seguinte relação: Pv* � RT ou P � rRT (1–1) onde P é a pressão absoluta; v, o volume específico; T, a temperatura termodi- nâmica ou absoluta; r, a densidade; e R, a constante universal dos gases. Tem-se observado experimentalmente que essa relação para os gases ideais representa uma boa aproximação do comportamento das variáveis de estado P-v-T para gases reais com baixas densidades. Em baixas pressões e altas temperaturas, a densidade de um gás decresce, e este se comporta como um gás ideal. No intervalo de interesse prático, muitos gases familiares, como ar, nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, hélio, argônio, neônio e criptônio, e até gases mais pesados, como o dióxido de carbono, podem ser tratados como gases ideais com erro desprezível (frequentemente me- nor que 1%). Gases densos como vapor de água em usinas térmicas de potência e vapor de fluido refrigerante nos refrigeradores não podem, todavia, ser sempre tratados como gases ideais, uma vez que eles normalmente estão em um estado próximo da saturação. Lembre-se de que o calor específico é definido como a energia necessária para aumentar a temperatura em um grau de uma unidade de massa de dada subs- tância (Fig. 1–9). Em geral, essa energia depende de como o processo é executa- do. Normalmente, estamos interessados em dois tipos de calor específico: calor específico a volume constante cv e calor específico a pressão constante cp. O calor Energia � u Energia � h Fluido em movimento Fluido em repouso FIGURA 1–8 A energia interna u representa a energia microscópica de um fluido em repouso, enquanto a entalpia h representa a energia microscópica de um fluido em movimento. m � 1 kg ΔT � 1 °C Calor específico � 5 kJ/kg·K 5 kJ FIGURA 1–9 Calor específico é a energia necessária para elevar a temperatura em um grau de uma unidade de massa de uma substância por meio de processo específico. 8 Transferência de Calor e Massa específico a volume constante cv pode ser entendido como a energia necessária para elevar a temperatura em um grau de unidade de massa de dada substância, mantendo seu volume constante. A energia necessária para fazer o mesmo, porém com a pressão constante, é justamente o calor específico a pressão constante cp. O calor específico a pressão constante cp é maior que cV, uma vez que, em um pro- cesso isobárico, ocorre uma expansão, e a energia para esse trabalho de expansão também deve ser fornecida ao sistema. Para gases ideais, esses dois calores especí- ficos estão relacionados por meio de: cp � cv � R. A unidade comumente utilizada para calor específico é kJ/kg�°C ou kJ/kg�K. Note que essas duas unidades são idênticas, uma vez que �T(°C) � �T(K), ou seja, a variação na temperatura de 1 °C é equivalente à variação de 1 K. Além disso: O calor específico de uma substância depende, em geral, de duas propriedades independentes, como temperatura e pressão. No entanto, para um gás ideal, o calor específico depende apenas da temperatura (Fig. 1–10). Em baixas pressões, todos os gases reais se aproximam do comportamento de gás ideal, logo seus calores específicos dependem apenas da temperatura. As variações diferenciais na energia interna u e entalpia h de um gás ideal podem ser expressas em calores específicos, como: du � cv dT e dh � cp dT (1–2) As variações finitas na energia interna e entalpia para um gás ideal durante um pro- cesso podem ser expressas, aproximadamente, usando valores do calor específico para a temperatura média, ou seja: �u � cv, med �T e �h � cp, med �T (J/g) (1–3) ou �U � mcv, med �T e �H � mcp, med �T (J) (1–4) onde m é a massa do sistema. Uma substância cujo volume específico (ou densidade) não varia com a tem- peratura ou pressão é denominada substância incompressível. Como o volume específico dos sólidos e líquidos permanece praticamente constante durante um processo, eles podem ser aproximados como substâncias incompressíveis sem muita perda de precisão. Os valores dos calores específicos, tanto pressão como volume constante, são iguais para substâncias incompressíveis (Fig. 1–11). Dessa forma, para líquidos e sólidos, os subscritos em cv e cp podem ser suprimidos e representados por um único símbolo, c. Isto é, . Esse resultado também pode ser deduzido da definição física de calor específico a volume constante e calor específico a pressão constante. Calores específicos de vários gases líquidos e sólidos são fornecidos no Apêndice. Os calores específicos de substâncias incompressíveis dependem apenas da temperatura. Assim, a variação da energia interna de sólidos e líquidos pode ser expressa por: �U � mcmed �T (J) (1–5) Ferro 25 °C c � cv � cp � 0,45 kJ/kg·K FIGURA 1–11 Os valores de cv e cp de substâncias incompressíveis são iguais e representados por c. 0,718 kJ 0,855 kJ Ar m � 1 kg 300 → 301 K Ar m � 1 kg 1.000 → 1.001 K FIGURA 1–10 O calor específico de uma substância muda com a temperatura. Capítulo 1 Introdução e Conceitos Básicos 9 onde cmed é o calor específico médio calculado no intervalo de temperatura con- siderado. Note que a variação de energia interna de sistemas que permanecem, durante o processo, em uma única fase (líquido, sólido ou gasoso) pode ser facil- mente determinada pela utilização de calores específicos médios. Transferência de energia Energia pode ser transferida de ou para uma massa por meio de dois mecanismos: transferência de calor Q e trabalho W. A transferência de energia é considerada transferência de calor quando a força motriz é a diferença de temperatura. Caso contrário, a transferência de energia é trabalho. Um pistão subindo, um eixo gi- rando e um fio elétrico atravessando as fronteiras do sistema são todos associados com trocas do tipo trabalho. Trabalho por unidade de tempo é chamado de potên- cia e representado por . A unidade de potência é W (watt) ou hp (1 hp � 746 W). Motores de automóveis e turbinas hidráulicas a vapor e a gás produzem trabalho, e compressores, bombas e misturadores consomem trabalho. Note que a energia do sistema decresce com trabalho realizado e aumenta com trabalho efetuado nele. Em nosso cotidiano, frequentemente fazemos menção às formas sensível e latente de energia interna como calor e falamos sobre a quantidade de calor dos corpos (Fig. 1–12). Entretanto, em termodinâmica, essas formas de energia são usualmente denominadas energia térmica, para prevenir qualquer confusão com transferência de calor. O termo calor e as expressões associadas, como fluxo de calor, calor rece- bido, calor rejeitado, calor absorvido, ganho de calor, perda de calor, calor ar- mazenado, geração de calor, aquecimento elétrico, calor latente, calor corpóreo e fonte de calor, são comumente utilizados, e a tentativa de substituir a palavra calor nessas expressões por energia térmica teve apenas um limitado sucesso. Tais expressões estão profundamente enraizadas em nosso vocabulário e são utilizadas tanto por pessoas comuns quanto por cientistas, sem causar nenhum mal-entendi- do. Por exemplo, a expressão calor corpóreo (ou de um corpo) é entendida como a energia térmica contida no corpo. Da mesma forma, a expressão fluxo de calor é entendida como a transferência de energia térmica, e não como o fluxo de uma substância do tipo fluido chamado calor, embora esta última interpretação incor- reta, fundamentada na teoria do calórico, seja a origem da frase. O calor transfe- rido para um sistema também é frequentemente referido como calor recebido, e o transferido para fora do sistema é denominado calor rejeitado. Adotando a prática corrente, iremos referir energia térmica como calor e a transferência de energia térmica como transferência de calor. A quantidade de ca- lor transferido durante determinado processo é representada por Q. A quantidade de calor transferido por unidade de tempo é denominada taxa de transferência de calor e representada por . O ponto acima da letra significa derivada temporal ou “por unidade de tempo”. A taxa de transferência de calor tem como unidade J/s, que é equivalente a W. Quando a taxa de transferência de calor é conhecida, a quantidade total de calor transferido Q, em dado intervalo de tempo �t, pode ser determinada por (1–6) desde que a dependência de com o tempo seja conhecida. Para o caso especial em que é constante, essa equação se reduz a: (1–7) Vapor 80 °C Líquido 80 °C 25 °C Transferência de calor FIGURA 1–12 As formas sensível e latente da energia interna podem ser transferidas como resultado da diferença de temperatura e são denominadas calor ou energia térmica. 10 Transferência de Calor e Massa A taxa de transferência de calor por unidade de área normal à direção da transfe- rência de calor é denominada fluxo de calor, e o fluxo de calor médio é dado por (Fig. 1–13) (1–8) onde A é a área de transferência de calor. A unidade de fluxo de calor no sistema inglês é Btu/h�pé2. Note que o fluxo de calor pode variar com o tempo, assim como a posição na superfície. EXEMPLO 1–1 Aquecimento de uma esfera de cobre Uma esfera de cobre de 10 cm de diâmetro deve ser aquecida de 100 °C até a tem- peratura média de 150 °C em 30 minutos (Fig. 1–14). Admitindo que os valores médios da densidade e do calor específico da esfera são r � 8.950 kg/m3 e cp � 0,395 kJ/kg�°C, respectivamente, determine: (a) a quantidade total do calor trans- ferido para a esfera de cobre, (b) a taxa média do calor transferido para a esfera e (c) o fluxo médio de calor. SOLUÇÃO Uma esfera de cobre deve ser aquecida de 100 °C para 150 °C. Deter- minar a transferência total de calor, a taxa média de transferência de calor e o fluxo médio de calor. Suposições Assumir valores constantes das propriedades do cobre para a tempera- tura média. Propriedades Os valores médios da densidade e do calor específico do cobre são r � 8.950 kg/m3 e cp = 0,395 kJ/kg�°C, respectivamente. Análise (a) A quantidade de calor transferido para a esfera de cobre é simplesmente a variação da energia interna e pode ser determinada por Energia transferida para o sistema � Aumento de energia do sistema Q � �U � mcmed (T2 � T1) onde Substituindo, Dessa forma, é necessário transferir 92,6 kJ de calor para a esfera de cobre para aquecê-la de 100 °C para 150 °C. (b) A taxa de transferência de calor geralmente varia com o tempo durante o proces- so. Entretanto, podemos determinar a taxa média de transferência de calor dividindo a quantidade de calor transferido pelo intervalo de tempo correspondente. Logo, med A � D2 T2 � 150 °C Esfera de cobre T1 � 100 °C Q FIGURA 1–14 Esquema para o Exemplo 1–1. 3 m 2 m A � 6 m2 Q � 24 W � constante . . . q � � � 4 W/m2 Q — A 24 W–—— 6 m2 FIGURA 1–13 Fluxo de calor é o calor transferido por unidade de tempo e por unidade de área, e é igual a , admitindo-se uniforme na área A. Capítulo 1 Introdução e Conceitos Básicos 11 (c) Fluxo de calor é definido como o calor transferido por unidades de tempo e de área, ou taxa de transferência de calor por unidade de área. Assim, o fluxo médio de calor, nesse caso, é Discussão Note que o fluxo de calor pode variar com a posição na superfície. O valor obtido é o fluxo de calor médio sobre toda superfície da esfera. 1–4 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA A primeira lei da termodinâmica, também conhecida como princípio da conser- vação de energia, estabelece que a energia não pode ser criada nem destruída du- rante um processo; pode apenas mudar de forma. Assim, toda quantidade de energia deve ser computada durante um processo. O princípio da conservação de energia (ou balanço de energia) para qualquer sistema sofrendo qualquer processo pode ser ex- presso da seguinte maneira: A variação líquida (aumento ou diminuição) na energia total de um sistema durante um processo é igual à diferença entre a energia total recebida e a energia total rejeitada pelo sistema durante o processo. Isto é, Energia total na entrada do sistema Energia total na saída do sistema Mudança de energia total no sistema (1–9) Note que a energia pode ser transferida para ou do sistema por meio de calor, tra- balho e fluxo de massa, e que a energia total de um sistema simples e compressível é a soma das energias interna, cinética e potencial, e o balanço de energia para qualquer sistema sofrendo qualquer processo pode ser expresso como: Energia líquida transferida por calor, trabalho e massa Eent � Esai Mudança da energia interna, cinética, potencial, etc. �Esistema (1–10) ou na forma de taxas, como Taxa líquida de transferência de energia por calor, trabalho e massa Taxa de mudança da energia interna, cinética, potencial, etc. ent � sai dEsistema/dt (1–11) Energia é uma propriedade, e o valor de uma propriedade não varia, a menos que o estado do sistema mude. Dessa forma, a variação da energia de um sistema será nula (�Esis � 0) se o estado do sistema não mudar durante o processo, isto é, se for um pro- cesso em regime permanente. O balanço de energia, nesse caso, se reduz a (Fig. 1–15) Forma da taxa em regime permanente: Taxa de energia líquida na entrada transferida por calor, trabalho e massa Taxa de energia líquida na
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