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1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br ALTERAÇÕES E INTERAÇÕES NA RELAÇÃO SEXUAL FEMININA1 KRINDGES CLADIS ROSANGELA2 VIVAN, ALESSANDRA MELANIA GRESSANA3 Faculdade de Pato Branco, Pato Branco, PR – Abril, 2015. RESUMO Palavras-chave: ABSTRACT: Key-words: INTRODUÇÃO O termo análise funcional é empregado inúmeras vezes por analistas do comportamento durante atividades científicas, didáticas, da prática clínica e outras, como método adotado para o estabelecimento de relações entre variáveis e comportamento, sendo assim, o presente artigo tem por objetivo ilustrar a importância da análise funcional em diferentes organizações, sendo estas no sistema prisional, especificamente uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), na Turim e CAPS. Durante o desenvolver de um grupo, demonstrado através de grupos trabalhados na APAC, é possível observar as mudanças nas relações e a evolução comportamental dos participantes, na medida em que estão sendo modelados, reforçados, ou até mesmo punidos, pelos próprios membros do grupo, o comportamento vai respondendo às contingências em vigor e alterando muitas vezes a demanda ou a queixa da terapia. A maior parte do funcionamento do grupo, segundo Kerbauy (2008), é destinada a manutenção de alguns comportamentos já obtidos durante o processo terapêutico do grupo. Comportamentos estes que são evocados e modelados durante os encontros realizados, afim de que estes sejam generalizados para o ambiente natural do cliente. No grupo terapêutico a história de vida dos diferentes indivíduos pode ser evidenciada, questionada e utilizada como modelos para novos repertórios dos participantes do grupo, portanto, torna-se uma oportunidade de o indivíduo observar e refletir sobre suas próprias habilidades sociais e discriminar seus comportamentos. mailto:alessandra@fadep.br 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br A ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS (APAC) A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, dedicada à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. Amparada pela Constituição Federal para atuar nos presídios, possui seu Estatuto resguardado pelo Código Civil e pela Lei de Execução Penal. Essa instituição trabalha como entidade auxiliar do poder Judiciário e Executivo, respectivamente, na execução penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade nos regimes fechado, semiaberto e aberto (FARIA, 2011). A sua principal intenção é promover a humanização das prisões, não deixando de lado a punição, mas sempre frisando, que por traz de um delito existe sempre uma pessoa com uma história a ser investigada. Por meio de uma valorização mais humana, busca evitar a reincidência no crime, proporcionando opções para o recluso se recuperar. O trabalho da APAC dispõe de um método de valorização humana, vinculada à evangelização, para oferecer ao condenado condições de recuperar- se. Além disso, busca uma perspectiva mais ampla, a proteção da sociedade, a promoção da justiça e o socorro às vítimas (FARIA, 2011). Dentre as inúmeras diferenças da APAC, e do sistema prisional comum, a diferença mais marcante é que na APAC, os recuperandos são co-responsáveis pela recuperação deles, além de receberem assistência espiritual, médica, psicológica e jurídica prestadas pela comunidade. A segurança e a disciplina são feitas com a colaboração dos recuperandos, tendo como suporte funcionários, voluntários e diretores das entidades, sem a presença de policiais e agentes penitenciários (FARIA, 2011). No Método APAC, o regime fechado é o tempo para a recuperação, o semiaberto para a profissionalização, e o aberto, para a inserção social. Neste sentido o trabalho aplicado em cada um dos regimes, deverá ser de acordo com a finalidade proposta. O semiaberto ainda é uma ‘cadeia’. A lei exige cercas ou muros altos, portão de ferro, controle de saída para estudar ou trabalhar pela manhã e para retornar no final da tarde. As celas geralmente não têm luxo nem mordomia, o banheiro é coletivo, e o chuveiro um simples cano de água fria. Fora do presídio, os presos também têm que se comportarem caso contrário perdem o benefício. Não podem ir, nem mesmo para almoçar, a mais de 100 metros do local de trabalho ou da casa da 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br família, estão proibidos de consumir bebida alcoólica, não podem se envolver em conflito na rua ou com colegas de trabalho e ainda se perder o emprego, automaticamente, perdem o direito de sair. Por outro lado, o empregador também tem um compromisso ressocializador e de certa forma fiscalizador. Qualquer problema que o apenado der, ele tem o dever de comunicar a penitenciária que o preso cumpre pena. No método APAC, o semiaberto não fica distante das regras do sistema prisional, pois há o controle de saída e de chegada, também necessitam se comportar de maneira adequada, não ingerir bebidas alcoólicas, assim como o empregador também tem o compromisso de informar a instituição caso o apenado esteja lhe causando algum problema ou descumprindo alguma regra. O que diferencia o semiaberto da APAC do sistema prisional são as condições em que os presos permanecem, o local no qual permanecem é composto de um quarto com vários beliches, o banheiro é coletivo e dois chuveiros simples com cano de água quente, sala e cozinha conjugada, onde podem realizar suas refeições e ter um momento de lazer como assistir televisão, conversar com os integrantes do local e receber os voluntários. ANÁLISE FUNCIONAL NO CONTEXTO PRISIONAL Haynes e O'Brien (1990) apud Nero(2003) definem análise funcional como "a identificação de relações relevantes, controláveis, causais e funcionais aplicáveis a um conjunto específico de comportamentos- alvo para um cliente individual" (p.654). Assim, embora um problema clínico possa ser relatado por um indivíduo, um grupo ou uma organização, em qualquer destes casos, o procedimento é o mesmo: decidir a qual informação coletar, delinear o problema, decidir que ações proceder e avaliar as mudanças. O principal instrumento conceitual adotado para a realização de análises funcionais é o conceito de contingência, introduzido por Skinner em 1938, e que aparece depois como central em toda a sua obra: "Uma formulação das interações entre um organismo e o seu meio ambiente, para ser adequada, deve sempre especificar três coisas: 1) a ocasião na qual ocorreu a resposta, 2) a própria resposta e 3) as consequências reforçadoras. As relações entre elas constituem as 'contingências de reforço'" (Skinner, 1975,p.182). O presente capítulo é referente a uma análise das intervenções realizadas na instituição APAC. Em um primeiro momento, foram realizadas entrevistas individuais com o objetivo de estar conhecendo um pouco mais 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br da história dos recuperandos. Posteriormente, foi realizada atividades em grupo, se utilizando de dinâmicas como ferramenta principal e discussões sobre filmes, vídeos, e assuntos que poderiam afetar o comportamento deles positivamente. As demandas e queixas que vão ser relatadas nesse momento foram obtidas de forma grupal. Visto que as atividades foram feitas sempre em grupo. As queixas que mais se destacaram por parte dos recuperandos, foram à saudade da família, o medo do preconceito e discriminação quando saírem da APAC, as fofocas que acontecem dentro da instituição. O grupo atendido na APAC de Pato Branco relata que chegaram nesse local devido as suas mudanças de comportamentos, ou seja, deixaram um repertório comportamental criminoso para trás, em troca de comportamentos éticos. Nas entrevistas individuais pode-se notar pelos relatos que a grande maioria não possui condições financeiras elevadas. Outro ponto importante é que muitos começaram a violar a lei antes da maioridade. As drogas, licitas e ilícitas estão presentes no histórico da grande maioria, seja pelo uso ou venda. Todos os recuperandos entrevistados se arrependem do ato ilegal que cometeram. Quando foram questionados sobre algum ponto negativo da APAC, afirmaram que a instituição só tem coisas boas, e que são valorizados nesse ambiente. Considerando a influência familiar, o estimulo mais reforçador para eles é a família. Nesse contexto, deve-se lembrar de que o abandono familiar é referido como um sentimento de sofrimento trazido pelo processo de aprisionamento, o que impede a pessoa de viver e conviver plenamente e de permanecer inserido na sua família, no seu grupo e na sua cultura, rompendo assim o contato vital com o mundo. O estar-indefeso, a falta de intimidade compartilhada e a pobreza de afetos e de comunicação tendem a mudar estímulos de interação social e de interesse com a própria vida. Identifica-se que a relação familiar é considerada de grande importância para os presidiários, capaz de minimizar a saudade e o sofrimento causados pelo encarceramento. Ainda o envolvimento com a criminalidade pode desencadear uma ruptura familiar que precede o encarceramento. Por compreender as dificuldades em manter os vínculos familiares, ao mesmo tempo em que os presidiários procuram desenvolver uma relação mais estreita com os membros da família, veem com ceticismo a possibilidade de reatar as relações ou os laços quando se encontrarem fora dos muros da prisão, significando muitas vezes solidão, isolamento 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br do “mundo externo” e incompreensão por parte dos familiares. Há ainda na maioria dos presos, uma realidade educacional baixa, a maioria não concluiu os estudos, alguns tiveram falta de oportunidades relacionadas à escolaridade no decorrer de sua vida, sendo um dos possíveis motivos que levam a entrada na criminalidade, parcialmente produto da marginalização que já sofriam desde a infância. Sem o respaldo necessário, muitas vezes da própria família preocupada em transmitir uma educação ética e cercado de “más influências”, facilmente recorre-se a crimes que garantem uma boa condição material. A ganância gerada pela sociedade de consumo independente do local no qual o preso está inserido é um grande motivador do crime, pois enquanto a construção de uma carreira requer tempo e dedicação, alternativas como tráfico e roubo podem trazer um retorno financeiro rápido, sem muito esforço. Pode-se notar que uma parcela dessa população apresenta falta de reforçadores em seus contextos, seja por uma carência afetiva por parte da família, ou pela condição financeira precária, buscando no crime um reforçador imediato, como por exemplo, o dinheiro fácil pelo roubo, ou pela venda de drogas. Sobre a realidade educacional deve- se considerar que a criminalidade não está restrita aos pobres ou aos socialmente marginalizados, pois delitos graves ocorrem em todos os níveis econômicos e sociais. Mas os lares e as comunidades que sofrem as mais severas privações sociais e econômicas, e ao mesmo tempo não possuem tradição de ascensão econômica, também reproduzem em larga escala as formas mais visíveis de criminalidade juvenil. Tais comunidades não fornecem reforçadores para conversa sobre quaisquer assuntos que não sejam as necessidades básicas, não leem mais do que anúncios e manchetes de jornal, não escrevem nada além de suas assinaturas e talvez alguns palavrões próprios para pichação, ou não calculam mais do que as operações mais elementares com dinheiro. Nas regiões carentes, muitos jovens tornam-se adultos incapazes de conversar, ler, escrever ou fazer contas, o preenchimento de formulários e as entrevistas de emprego estão fora de cogitação. Além do fato que grande parte de alunos de áreas carentes abandonarem a escola muito cedo. Portanto, há uma necessidade de ter uma escola dentro APAC, pois a maioria não tem o ensino básico concluído. Pela experiência que tiveram no sistema prisional comum, muitos indivíduos relataram um tratamento desumano e punitivo nesse local. A maioria afirmou que o presídio comum é uma fábrica de monstros, muitas 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br pessoas são presas por crimes mais “leves”, e quando saem do presídio estão em condições piores, devido a influência de outros presos mais perigosos. Comparam o sistema prisional comum com a APAC, sendo o primeiro um rio sujo e o segundo um rio transparente e limpo. Ou seja, na APAC, eles falam que são valorizados, tratados com muito respeito, tendo uma boa alimentação, e um bom local para dormir. Os sistemas progressivos pretendiam uma administração carcerária voltada para a humanização e não para a punição. Por outra, a instituição penitenciária utiliza o trabalho prisional como estratégia de ressocialização, mas parece esquecer que uma estratégia focaliza finalidade e ação concreta como forma de se autodefinir como sistema pragmático e não teórico. Ao mesmo tempo, a estratégia está atenta às possibilidades de desenvolvimento e às formas de promovê-lo. E somente uma ação concreta pode promover as transformações no processo de desenvolvimento visando a atingir um objetivo determinado (Gaj, 1990) Muitos trouxeram relatos que tinham um preconceito com o profissional de psicologia. Pois no regime comum, viam o profissional trabalhando apenas com testes, dizendo se a pessoa estava apta para sair do presídio ou não. Na APAC esse preconceito foi desconstruído,pois viram que o trabalho do profissional não esta limitado a testes. E também pelo contato mais próximo com o profissional de psicologia e os estagiários. É importante esclarecer que o psicólogo no sistema comum, fica limitado a testes devido a uma demanda insuportável, tendo muitos presos para um psicólogo normalmente. Pensando nas demandas/dificuldades que surgiram durante as atividades, percebe-se que alguns comportamentos fortalecem e reforçam essas dificuldades. Como por exemplo, a falta de discriminação, a dificuldade de se colocar no lugar do outro, autopercepção, dificuldades de seguir regras. Outro ponto importante é o comportamento de esquiva que os recuperandos apresentam no momento de se responsabilizarem pelo ato ilegal que cometeram, assim como a esquiva ao se depararem com a “realidade”, como por exemplo, a companheira seguir em frente, a constituição de um vínculo a partir do respeito e a mudar o repertório de comportamento a partir de seus objetivos para uma nova vida. Não se expor a determinadas contingências é um fator que afeta negativamente o desenvolvimento de bons comportamentos. No início das intervenções em grupo, percebeu-se que a maioria tinha dificuldades em falar, principalmente em discussões. As dinâmicas auxiliaram muito, com um ambiente mais lúdico, os participantes acabaram 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br participando, do que em discussões abertas. Mesmo assim, todas essas dificuldades foram trabalhadas durante as idas a campo, por meio de dinâmicas de grupo e discussões construtivas. Contudo, percebe-se uma grande diferença no sistema comum e num sistema apaqueano. O reforçamento negativo, reforçamento positivo e punição são três fontes poderosas de controle comportamental. Os reforçadores negativos fortalecem quaisquer ações que os façam cessar ou desaparecer, os reforçadores positivos fortalecem quaisquer ações que os tenham produzido. Porém o único aspecto benéfico que o reforçamento negativo proporciona é um sentimento de alívio; alguma coisa ruim cessou ou foi-se embora, enquanto o reforçamento positivo deixa com algo que se deseja ou em condição de fazer ou obter algo vantajoso, com comportamentos e recursos que ocupam produtivamente e com sentimentos que não são de alívio, mas de satisfação. O reforçamento positivo realmente controla comportamento tanto quanto a coerção, que seria o controle por meio de reforçamento negativo e punição. Mas ele pode ensinar novas formas de agir ou manter aquilo que já se aprendeu, sem criar os subprodutos típicos da coerção — violência, agressão, opressão, depressão, inflexibilidade emocional e intelectual, autodestruição e destruição dos demais, ódio, doenças e estado geral de infelicidade. Sendo assim não se precisa punir para evitar ou impedir as pessoas de agirem mal. Pode-se alcançar o mesmo fim com reforçadores positivos, sem produzir os indesejáveis efeitos colaterais da coerção. Uma maneira de impedir que as pessoas façam algo sem puni-las é oferecer-lhes reforçadores positivos por fazerem alguma outra coisa. (SIDMAN, 2011) Há, portanto, uma grande diferença entre o Sistema Penitenciário comum e a APAC, que dá a possibilidade do sujeito ressocializar-se e ser inserido na sociedade. Os recuperandos são chamados pelo nome, são lembrados os aniversários, valorizam o indivíduo e a família, há uma individualização da pena, além de que não é focado no crime do indivíduo, mas da mudança de vida. Também é importante ressaltar que a comunidade local participa efetivamente, através do voluntariado, que servem de referências, para diversos recuperandos, além do apoio, em retornar a sociedade. Sendo assim, permitir olhar para si, para os outros e perceber que se pretende conquistar, e obter outras consequências, como ampliar o repertório de comportamento, adquirindo habilidades sociais trás uma grande mudança no comportamento humano, pode-se dizer que o sistema humanitário realmente torna-se 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br efetivo, ao contrário do sistema comum. A participação da comunidade é um dos desafios, pois, romper com os preconceitos demanda um preparo da equipe de trabalho, bem como dos voluntários, juntamente com uma discussão com a comunidade sobre qual a responsabilidade de cada um. Há muito se discute o aumento de pena para determinados crimes, a maioridade penal, punições mais severas para menores infratores, a construção de presídios de segurança máxima, dentre outras medidas que não apresenta na integralidade a eficácia almejada, porém este trabalho tem como finalidade reafirmar que o método apaqueano, reciclando valores e potencializando qualidades consegue ser de fato mais efetivo. INSTRUMENTO O analista do comportamento vai focar em unidades funcionais do comportamento como seu objeto de estudo. Investiga e usa unidades funcionais do comportamento. Seu método pode ser intitulado como determinista, pois vê o comportamento humano como um produto inevitável de características adquiridas da espécie humana, junto com eventos ambientes que ocorrem durante a vida de uma pessoa. Essas relações vão dar origem a causa do comportamento. O analista do comportamento vai estudar o comportamento operante, bem como eventos privados, e comportamentos encobertos; reconhece que a mudança no comportamento pode resultar de instrução e de descrições das contingências. Esse cientista vai rejeitar explicações internas inferidas, olhando sempre para a interação entre filogênese, ontogênese, e cultural/social como determinantes do comportamento (MATOS, 1999). A análise funcional é como um manual para o analista do comportamento, um instrumento básico para a atuação desse profissional. Buscam identificar quais contingencias que estão atuando na vida de determinado sujeito, ou grupo. Podem criar relações de contingência para desenvolver comportamentos novos, e assim, extinguir os que não têm mais utilidade para o sujeito. Lembrando que mudanças no comportamento só vão ocorrer quando houver mudanças das contingências (NETO e MEYER, 2001). São cinco passos básicos para a realização de uma análise funcional do comportamento: 1- Definir precisamente o comportamento de interesse. 2- Identificar e descrever o efeito comportamental. 3- Identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais e o comportamento de 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br interesse. Identificar relações entre o comportamento de interesse e outros comportamentos existentes. 4- Formular predições sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e desses outros comportamentos sobre o comportamento de interesse. 5- Testar essas predições (MATOS,1999). Para fazer uma boa análise funcional, é primordialo conhecimento dos conceitos básicos de Skinner. Essa relação vai promover uma prática científica de qualidade, prezando pelo sujeito que está sendo analisado. CONCLUSÃO Sidman (1995) afirma que a coerção é a principal forma de interação entre os indivíduos e entre os mesmos e a natureza. A coerção é considerada tão natural que provoca o descrédito e o desuso de outros meios de controle mais saudáveis, a saber, o controle exercido através de reforçamento positivo. Devido ao fato da coerção ser a principal forma de controle do comportamento social, é necessário entender porque os indivíduos se comportam juntos e como constroem e passa a ficar sob controle de suas práticas culturais. Para Baum (2006) os comportamentos em grupo foram selecionados porque foram mais eficazes para a sobrevivência da espécie. Em grupo, os indivíduos caracterizados pelo altruísmo praticavam ações como proteger uns aos outros e dividir os alimentos, pois, quando sozinhos, a eficiência para se proteger das ameaças presentes no ambiente diminuía muito. Quando se fala da sobrevivência de um indivíduo ou de um grupo, vê-se a emergência de práticas individuais e culturais que se chocam ou aproximam a interação com os demais indivíduos ou práticas grupais. O reforço social depende do comportamento verbal para ocorrer. Ele diferencia o comportamento entre indivíduos do comportamento de um indivíduo em ambiente mecânico. Isso é possibilitado porque esse comportamento origina repertórios comportamentais complexos e permite que, através da educação, os traços de uma cultura sejam passados de uma geração para a outra (SKINNER, 2001). A cultura poder ser entendida como um conjunto de práticas usuais de um determinado grupo, elas variam de um lugar para outro e sofrem variações ao longo do tempo. As práticas culturais são selecionadas por reforço e punição com a finalidade de estabelecer regras que guiam condutas morais necessárias a sobrevivência do grupo. Nesse sentido, as regras são entendidas como ações que formam a base do grupo (BAUM, 2006). 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br Como o controle social exercido normalmente é um controle aversivo ou as relações de contingências que o estabelecem não são muito claras, a pessoas preferem acreditar que os homens são livres e que são guiados por valores de liberdade, felicidade e segurança (SKINNER, 2003). Skinner (2003) diz que a liberdade se refere aos comportamentos que livram o indivíduo da coerção. Pode-se observar que esses valores e sentimentos de liberdade, felicidade e segurança são apenas subprodutos dessas contingências e que o valor está em como essas contingências controlam o comportamento dos indivíduos. O sistema Prisional Brasileiro também se desenvolveu em um contexto de punições, repressão intensa e discriminação social e racial. Atualmente o sistema prisional é considerado uma instituição falida. Devido a sua estrutura física e funcional, ela não consegue atender aos fins a que se propõe, a saber, a recuperação e ressocialização dos indivíduos infratores da sociedade. Para aqueles que já cumprem penas em espaços de privação de liberdade, uma das possibilidades de se alcançar comportamento eficaz pode ser conseguida através do uso de técnicas de reforçamento positivo. Sabe-se que o ambiente prisional é extremamente complexo e que a criminalidade envolve fatores biopsicossociais. Porém, Sidman (1995) demonstra através de exemplo do uso dessas técnicas em algumas prisões, que elas obterão resultados bastante favoráveis. Os presos sentiram-se motivados a estudar e muitos aprenderam uma profissão que poderiam exercer fora dos estabelecimentos prisionais. Porém o uso da técnica é apenas uma das alternativas a ser utilizada, esta não é a solução para o problema prisional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUM, Willian M. Compreender o Behaviorismo: Comportamento, cultura e evolução. 2. ed.São Paulo: Artemed,2006. FARIA, A. P.; APAC: Um Modelo de Humanização do Sistema Penitenciário. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 87, abr 2011. Disponível:<http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artig o_id=9296>. Acesso em maio 2017. http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9296 http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9296 1 Artigo apresentado para a obtenção do título no Curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica, da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Graduada em Psicologia. E-mail: cladisk@yahoo.com.br 2 Professora orientadora. Graduado em Psicologia. Especialista em Análise do comportamento e terapia analítico comportamental /Mestre em Educação. E-mail: alessandra@fadep.br GOMIDE, Paula Inez cunha; NETTO, Rosecler; SEEGMUELLER, Veronicka; PRUST, Laisa Weber. Comportamento moral. CURITIBA: Juruá, 2011. 296p. Kerbauy, R. R. (2008). Terapia Comportamental de grupo. Em Terapia Analítico Comportamental de Grupos. Santo André, SP:ESETec Editores Associados MARINHO, Maria Luiza; COSTA, Silvana Elisa Gonçalves de Campos. Um modelo de apresentação de análise funcionais do comportamento. Estud. psicol. (Campinas) vol.19 no.3 Campinas Sept./Dec. 2002 MATOS, M., Análise funcional do comportamento. Vol.16, nº3, p. 8-18, setembro/dezembro 1999. Disponível em: http://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/39771626/ NENO, Simone. Análise funcional: definição e aplicação na terapia analítico-comportamental. Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.5 no.2 São Paulo dez. 2003 NETO, M.; MAYER. P.; Skinner e a assimetria entre reforçamento e punição. Vol. 19, p. 21-32. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0188- 81452011000400005 SIDMAN, Murray. Coerção. SÃO PAULO: Psy Workshppsy Eventos, 2011. 301p. SKINNER, B. F. (1975). Contingências de reforço: uma análise teórica. Coleção Os Pensadores, volume 51. SKINNER, B.F. Ciência e comportamento humano. 11. ed. São Paulo : Martins Fontes, 2003.
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