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Contabilidade Financeira I 08 01 2014

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Prévia do material em texto

Módulo de Contabilidade Financeira I 
 
Curso de GEL 
 
Moçambique 
 
 
INSTITUTO SUPERIOR DE TECNOLOGIAS E GESTÃO 
Ensino Superior a Distância 
 
 
ii 
 
 FICHA TÉCNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Julho de 2013 
 
© Guia de Estudo para o Curso de Gestão de Empresas e Liderança (Ensino a 
Distância) 
 
Todos os direitos reservados ao Instituto Superior de Tecnologias e Gestão 
Título do Módulo: Contabilidade Financeira I 
1ª Edição 
 
Organização e Edição 
Instituto Superior de Tecnologias e Gestão (Ensino Superior à Distância) 
 
Autor: Aquilino Mabunda 
Revisor de EaD: Nilsa Cherinda 
Revisor Linguístico: Elisio Arnança 
Revisor Científico: Aurélio Magaia 
 
 
iii 
 
ÍNDICE 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ VI 
Objectivos do Módulo.................................................................................................2 
RECOMENDAÇÕES PARA O ESTUDO .............................................................................................. 2 
ÍCONES DA ACTIVIDADE ................................................................................................................. 3 
DICAS DE APOIO ............................................................................................................................ 4 
TESTES/AVALIAÇÕES ...................................................................................................................... 4 
UNIDADE DIDÁCTICA Nº 1: INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE FINANCEIRA ................................... 5 
1.Conceitos contabilísticos Fundamentais ..................................................................6 
1.1 A Normalização Contabilística .............................................................................6 
1.2 Objectivos da normalização contabilística............................................................7 
1.3 Vantagens da normalização contabilística ............................................................7 
1.4 Desvantagens da normalização contabilística .......................................................8 
1.5 Obstáculos à Normalização Contabilística ...........................................................8 
1.6 Normas Internacionais de Contabilidade (NICs) ..................................................8 
1.7 O Raciocínio Contabilístico ................................................................................11 
1.8 Pressupostos básicos da Contabilidade Financeira .............................................12 
Auto-avaliação ..........................................................................................................14 
Chave-de-correcção ..................................................................................................15 
Bibliografia ...............................................................................................................15 
UNIDADE DIDÁCTICA Nº 2: O BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ............................. 17 
1. O Balanço..............................................................................................................18 
1.1 Conceito ..............................................................................................................18 
1.2 Equação do Balanço ou Expressão Geral do Balanço ........................................19 
1.3 Géneros de Balanços ...........................................................................................19 
1.4 A Demonstração de Resultados .....................................................................21 
Auto-avaliação ..........................................................................................................24 
Chave-de-correcção ..................................................................................................27 
Bibliografia ...............................................................................................................28 
UNIDADE DIDÁCTICA Nº 3: ESTUDO DAS CONTAS ....................................................................... 29 
1. Partes Constitutivas da Conta ...............................................................................30 
2. Compreensão (Título) ...........................................................................................30 
3. Extensão (Valor) ...................................................................................................30 
4. Requisitos essenciais que uma conta deve obedecer ............................................30 
5. Representação Gráfica ..........................................................................................31 
 
iv 
 
6. Classificação e Caracterização das Contas ....................................................32 
6.1 Classificação das Contas .....................................................................................32 
6.2 Caracterização das Contas ..................................................................................33 
7. Métodos de Registo Contabilístico .......................................................................34 
7.1 Caracterização .....................................................................................................34 
7.2 O Método Digráfico ou de Partida Dupla ...........................................................35 
7.3 Regras de Funcionamento ou de Registo Contabilístico em Partidas Dobradas (Partida 
Dupla) .......................................................................................................................35 
8. Introdução ao PGC – NIRF a Normalização Contabilística no Sector Empresarial Em 
Moçambique .............................................................................................................36 
8.1 O PGC –NIRF ................................................................................................37 
8.2 O Quadro Conceptual ....................................................................................38 
Auto-avaliação ..........................................................................................................38 
Chave-de-correcção ..................................................................................................38 
Bibliografia ...............................................................................................................39 
UNIDADE DIDÁCTICA Nº 4: ESCRITURAÇÃO COMERCIAL ............................................................. 40 
1.Peças Fundamentais da Escrituração Comercial ....................................................41 
2. Modelo Básico da Contabilização das Operações .........................................41 
3. Livros de Escrituração Comercial ..................................................................42 
4. Diário .............................................................................................................42 
5. Razão..............................................................................................................43 
6. Inventário e Balanços .....................................................................................45 
7. Requisitos ou Formalidades Legais de Escrituração dos Livros ...................45 
8. Lançamentos ..................................................................................................45 
8.1 Noção ..................................................................................................................45 
8.2 Elementos de Lançamentos................................................................................45 
8.3 Lançamento Contabilístico .................................................................................46 
8.4 Classificação dos Lançamentos ..........................................................................46 
8.5 Estornos...............................................................................................................478.6 Balancete .............................................................................................................48 
Auto-avaliação ..........................................................................................................49 
Chave-de-correcção ..................................................................................................53 
UNIDADE DIDÁCTICA Nº 5: ANÁLISE DOS PRINCIPAIS IMPOSTOS ................................................ 65 
1. Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) .................................................66 
2. Incidência .......................................................................................................67 
3. O IVA Dedutível e Liquidado ........................................................................67 
4. Esquematização de algumas operações que envolvem do IVA .....................68 
Chave-de-correcção ..................................................................................................72 
Bibliografia ...............................................................................................................75 
 
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
Apresentação 
Caro(a) estudante! 
Está nas suas mãos o módulo de Contabilidade Financeira I que integra a grelha curricular do 
Curso de Gestão de Empresas e Liderança, oferecido pelo Instituto Superior de Tecnologias e 
Gestão na modalidade de Educação a Distância. 
Este módulo que serve de guião de estudo, coadjuvado com outros saberes vinculados nos outros 
módulos do seu curso, irá dotá-lo de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes fundamentais 
para o seu sucesso na carreira estudantil e profissional. 
Caro estudante! 
Lembre-se sempre que o sucesso na aprendizagem depende de si. Desta forma, deve planificar-se 
para estudar todos os dias, do período lectivo, para que possa alcançar os resultados da 
aprendizagem pré-determinados no módulo. 
Com a esperança de que este módulo constitua um verdadeiro guia de estudos, a equipa de 
professores que se dedicou à sua elaboração, adaptação e organização deseja a si muita 
aprendizagem activa, que poderá materializá-la através de diálogos e debates nos foruns e nas 
sessões presenciais, visto que o desenvolvimento do País depende da qualidade de serviço de 
cada um de nós, nos diferentes sectores sócio-económicos. 
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio. 
A Equipa do EaD 
 
1 
 
 Introdução 
Bem vindo ao módulo de Contabilidade Financeira I 
Depois de estudar o módulo de Introdução a Contabilidade, tem de seguida a Contabilidade 
Financeira I, onde vamos fazer o estudo detalhado das contas, com as suas correspondentes 
contrapartidas e os princípios da normalização contabilística. O módulo da Contabilidade 
Financeira I está inserido nos módulos curriculares deste curso e é de maior interesse para os 
gestores das empresas, assim como para os contabilistas. 
 
A contabilidade é uma das ciências mais antigas estudadas pelo Homem e sempre foi utilizada 
como instrumento de aplicação prática. Na verdade, esta ciência não foi fruto de conceitos 
filosóficos, nem de legislação fiscal ou societária. Ela tem os seus primórdios desde que o 
Homem se tornou sedentário, e mais tarde pela necessidade prática dos gestores do património 
das entidades, geralmente dos seus proprietários preocupados em ter um instrumento que lhes 
permite, entre outros benefícios, conhecer e controlar os Activos (bens e direitos) e Passivos 
(obrigações); conhecer os resultados da empresa ao longo das operações e no fim do exercício. 
 
Neste módulo serão chamados designações que não são familiares para o seu quotidiano que os 
gestores empregam na apresentação de resultados de uma entidade. 
Para se trabalhar de maneira efectiva numa entidade económica, as pessoas precisam 
constantemente de informações a respeito do montante de recursos envolvidos e utilizados, da 
situação da dívida contraída para financiá-los e dos resultados econômicos obtidos com a 
utilização destes recursos. Esperamos que este módulo desperte-lhe mais atenção sobre o mundo 
real dos negócios. 
 
 
 
 
2 
 
 
Objectivos do Módulo 
Caro estudante, quando terminar o estudo do módulo de Contabilidade Financeira I deverá ser 
capaz de: 
 Aplicar os pressupostos contabilísticos e interpretar as normas de contabilidade geralmente 
aceites e as normas internacionais de contabilidade. 
 Aplicar as regras, princípios, técnicas de captação e de registo da informação económico-
financeira de uma unidade sócio-económica; 
 Efectuar o preenchimento de folha de caixa e elaborar reconciliação de bancos numa 
organização; 
 Apurar o IVA mensalmente e evidenciar o valor a recuperar ou a pagar; 
 Registar as operações com as entidades que envolvem transacções de actividade operacional 
da empresa; 
 Registar operações com desfasamentos temporais em contas de Gastos e Rendimentos; 
 
Recomendações para o estudo 
O Módulo de Contabilidade Financeira I será ministrado com recurso à seguinte metodologia: 
Tratando-se de um curso a distância, as aulas teóricas e práticas serão fornecidas com recurso a 
meios tecnológicos e apoiadas por tutorias presenciais e virtuais. 
Periodicamente haverá espaço para o estudante entrar em contacto com o docente a fim de 
esclarecer as dúvidas pontuais. 
A resolução das aulas práticas é de carácter obrigatório, só assim é que poderá ter o domínio dos 
conteúdos da disciplina pelo que é aconselhável a resolução de todos os exercícios de aplicação, 
práticos e as tarefas de auto-avaliações. 
 
3 
 
Ícones da Actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de siglas nas margens das folhas. Estas siglas 
servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma 
parcela específica de um texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Para melhor orientação a seguir se coloca o conjunto completo de siglas deste manual. 
Cada sigla descreve o seu significado e a forma como deve ser interpretadoesse significado para 
representar as várias actividades ao longo deste Módulo. 
 
 Introdução 
 
 Desenvolvimento do conteúdo 
 
 Objectivos 
 
 Resumo 
 
 Tempo para completar o tema 
 
 Definições importantes 
 
 Tarefas 
 Auto-avaliação 
 
 
 Para investigar 
 
 
 Texto de leitura 
 
4 
 
Dicas de Apoio 
Se tiver dificuldades poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão definidos no 
início do curso. 
Tempo para o estudo 
Este módulo tem a duração de 8 semanas e tem uma carga horária de 150 horas, o que significa 
que deve estudar de forma independente 118 horas e ter contacto com o docente em média 8 
horas presencialmente e 24 horas virtualmente. 
 
Testes/Avaliações 
Neste módulo você vai realizar duas avaliações presenciais (AP’s) e várias avaliações a distância 
(AD’s). 
 
 
 
 
5 
 
Unidade Didáctica nº 1: Introdução a Contabilidade Financeira 
Introdução 
 A Contabilidade Financeira, também designada por Contabilidade Externa tem por missão, o 
registo de operações que uma entidade económica, governamental ou não, com fins lucrativos ou 
não, realiza com terceiros, com a finalidade de apuramento do redito, mediante a elaboração de 
demonstrações financeiras finais, nomeadamente, balanço final, mapa de demonstração de 
resultados e o mapa de fluxo de caixa. 
A sua aplicação é datada de meados do século XX e surgiu nos Estados Unidos como uma 
vertente da contabilidade geral. 
A Contabilidade Financeira é de maior interesse para os gestores das organizações e das 
empresas, porque permite que com base nos dados das operações correntes, e o seu tratamento 
em obediência ao instrumento jurídico do país onde a empresa ou organização se encontra 
circunscrita elaboram-se as demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras são 
elaboradas com base numaobrigação jurídica do país em que a empresa encontra-se inserida, 
seja com ou sem fins lucrativos, demonstrando toda a situação patrimonial de uma entidade. 
Actualmente a Contabilidade Financeira é aplicada a nível global na apresentação da situação 
patrimonial da empresa, numa contabilização virada para os usuários externos à empresa e 
regulada por leis em defesa dos interesses sociais e da ordem jurídica estabelecida num 
determinado país. 
 
Objectivos da unidade 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
6 
 
 Descrever os pressupostos contabilísticos fundamentais aplicados na elaboração das 
demonstrações financeiras; 
 Aplicar os conceitos contabilísticos fundamentais da contabilidade financeira; 
 Interpretar os contornos da normalização contabilística, as suas vantagens e desvantagens a 
nível global; 
 Descrever as instituições encarregues na elaboração das normas de contabilidade. 
 
 Desenvolvimento de Conteúdos 
1.Conceitos contabilísticos Fundamentais 
1.1 A Normalização Contabilística 
Recorrendo ao dicionário da língua portuguesa, o significado da palavra normalização diz 
respeito à definição de especificações técnicas, de normas e de métodos relativos a um produto. 
Normalização contabilística é o processo que consiste em criar uma metodologia uniforme a ser 
seguida pelas unidades económicas Ferreira (1984). 
Para Borges & Ferrão (1999), normalização contabilística “ é um processo dinâmico que visa a 
adequação da realidade contabilística face às mutações do meio envolvente económico-
financeiro que rodeia as organizações ou unidades económicas” 
Rodrigues & Pereira (2004) definem normalização contabilística como um processo de aumento 
de comparabilidade das práticas contabilísticas estabelecendo-se limites ao seu grau de variação). 
Ao falar-se de normalização contabilística não se pode perder de vista a noção de Harmonização 
Contabilística, que consiste num processo de redução de diferenças nas práticas contabilísticas 
entre os países, Weffort (2003). 
A Harmonização Contabilística é o processo através do qual vários países de comum acordo 
realizam mudanças nos seus sistemas e normas contabilísticas, para torná-las compatíveis, 
 
7 
 
partindo de uma teoria geral de contabilidade e um marco conceitual comum que fundamente as 
suas normas, respeitando as características de cada país” Amenabar (2000) 
A partir dos conceitos acima arrolados pode-se concluir o seguinte: 
A normalização contabilística é um processo dinâmico que visa criar uma metodologia 
comum, a ser seguida pelas diversas unidades económicas com o objectivo fundamental de 
permitir a universalidade, compreensibilidade e comparabilidade das informações entre os 
diversos agentes económicos. 
 
1.2 Objectivos da normalização contabilística 
Segundo (Borges, 2007), a normalização contabilística prossegue objectivos bem definidos, 
assentes na definição de um conjunto de regras e princípios que visam a: 
 Elaboração de um quadro de contas que devem ser seguidas pelas unidades económicas; 
 Definição de regras de mensuração e de reconhecimento dos elementos das demonstrações 
financeiras; 
 Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas; 
 Concepção de mapas - modelo para as demonstrações financeiras a serem divulgadas pelas 
unidades económicas; 
 Definição de princípios contabilísticos que devem ser seguidos na contabilidade das diversas 
entidades económicas. 
 
1.3 Vantagens da normalização contabilística 
Segundo Laines at all (2004), a Normalização Contabilística traz as seguintes vantagens: 
 Facilita a análise, interpretação e compreensão da informação elaborada em diferentes países, 
fortalecendo deste modo a credibilidade da informação por parte dos seus usuários; 
 Elimina barreiras, a livre circulação de capitais a nível internacional; 
 Simplifica o trabalho das empresas multinacionais de auditoria pelo facto de poderem aplicar 
princípios equivalentes em todos os países; 
 
8 
 
 Facilita as autoridades fiscais na medição do lucro empresarial sobre o qual tributam as 
empresas estrangeiras de acordo com normas uniformes de reconhecimento de custos e 
proveitos; 
 Contribui para a redução dos custos operacionais, uma vez que, elimina a necessidade de 
elaboração de múltiplos conjuntos de demonstrações financeiras por parte das instituições com 
actuação internacional; 
 Facilita os processos de fusões. 
 
1.4 Desvantagens da normalização contabilística 
Embora a Normalização Contabilística seja vantajosa em todos os domínios (registo, análise e 
estudo), ela comporta em si um grande inconveniente, que é o de poder ser excessiva. Ela é 
vantajosa até ao ponto em que possa ser aplicada na empresa, sendo nefasta quando não se 
adapte às características e necessidades reais das unidades económicas, nos aspectos que se 
proponha uniformizar, Borges (2007). 
Neste contexto, deve-se concordar com alguns autores ao concluírem que “ sempre haverá 
discordâncias sobre o que deve ser divulgado e de que forma deve ser divulgado” Hendiksen at 
all (2002). 
 
 1.5 Obstáculos à Normalização Contabilística 
 O impacto económico das práticas contabilísticas, na medida em que a harmonização 
contabilística tende a diminuir a importância dos interesses de grupos específicos dos países; 
 Ausência de organismos profissionais fortes em diversos países, que influenciam o processo 
de desenvolvimento da contabilidade internacional; 
 A resistência dos países em abdicar do seu normativo nacional a favor de uma 
regulamentação internacional definida exteriormente. 
 
 1.6 Normas Internacionais de Contabilidade (NICs) 
Numa tentativa de lidar com alguma subjectividade e para alcançar a comparabilidade nas contas 
de entidades diferentes, foram desenvolvidas as Normas de Contabilidade. Estas normas são 
 
9 
 
desenvolvidas tanto ao nível nacional, como a nível internacional. Neste contexto, irá-se singir 
nas Normas Internacionais de Contabilidade (NICs). 
 
1.6.1 Estrutura do International Accounting Standards Board (IASB) 
As Normas Internacionais de Relato Financeiro são produzidas pelo International Accounting 
Standards Board (IASB). O IASB é um organismo independente, financiado pelo sector privado 
cuja missão é formular normas de Contabilidade com a sua sede em Londres. 
O IASB foi constituído em 1973 (como Internacional Accounting Standards Committee) para 
trabalhar no melhoramento e harmonização do relato financeiro. O IASB desenvolve as IFRS 
através dum processo internacional que envolve toda profissão de Contabilidade e Auditoria, os 
preparadores e utentes das demonstrações financeiras e organismos nacionais de formulação de 
normas de Contabilidade. 
O IASB é composto por 14 membros provenientes de nove países e possuem experiência vasta 
em tais áreas como auditores, preparadores de demonstrações financeiras, utentes de 
demonstrações financeiras e académicos. 
A partir de Abril de 2001, o IASB assumiu as responsabilidades de formulação de normas do seu 
predecessor, o IASC (International Accounting Standards Committee). 
 
1.6.2 Objectivos do IASB 
a) Desenvolver, no interesse público, um único conjunto de normas de Contabilidade que sejam 
de alta qualidade, fáceis de entender, cuja aplicação possa ser requerida a nível global; 
b) Promover o uso e aplicação rigorosa destas normas; 
c) Trabalhar activamente com organismos nacionais de formulação de normas como forma de 
convergência de normas nacionais e IFRS para o alcance de soluções de alta qualidade. Contudo, 
falaremos um pouco mais sobre o IASB nas Contabilidades seguintes. 
 
 
10 
 
1.6.3 Outras influências internacionais 
Existem alguns organismos internacionais que merecem uma referenciação os quais serão 
objecto de estudo em ocasiões futuras. 
O IASB e a Comissão Europeia 
A Comissão Europeia já reconheceu o papel do IASB na harmonizaçãode normas contabilísticas 
a nível mundial e representantes da Comissão Europeia participam nas reuniões do IASB assim 
como participam em comités do IASB trabalhando na elaboração de novas normas. Isto 
eliminará a existência de normas diferentes. 
A Comissão Europeia estabeleceu um comité para investigar áreas de conflito entre as suas 
normas e as do IASB com vista a alcançar a comparabilidade. O IASB, por seu turno, tem usado 
as directivas da União Europeia no seu trabalho. 
Todas empresas cotadas em bolsa na Europa tem vindo a aplicar as IFRS nas suas contas desde 
Janeiro de 2005. 
 
1.6.4 Nações Unidas 
O IASB também trabalha em conjunto com as Nações Unidas. As nações unidas apoiam a 
harmonização de normas contabilísticas e o melhoramento do relato financeiro, por mais que não 
sejam em si uma entidade que formula normas de Contabilidade. As Nações Unidas por isso 
dependem do trabalho do IASB, por exemplo ao adoptarem Estrutura Conceptual de Relato 
Financeiro do IASB como o exemplo a seguir a nível internacional. 
 
1.6.5 International Federation Accounting Committee (IFAC) 
O IFAC é um organismo do sector privado e foi constituído em 1977. Tem presentemente mais 
de 100 organismos profissionais de contabilistas de cerca de 80 países. O objectivo principal do 
IFAC é coordenar a Contabilidade numa escala global através da emissão e do estabelecimento 
de normas internacionais de auditoria, gestão financeira, ética, educação e formação contínua. O 
IFAC também organiza o Congresso Mundial de Contabilistas que acontece uma vez de quatro 
em quatro anos. O IASB está afiliado no IFAC. 
 
11 
 
1.6.6 Princípios de Contabilidade Geralmente Aceites (GAAP) 
GAAP constitui o conjunto de regras oficialmente reconhecidas pelos organismos internacionais 
de contabilidade e que tem por missão orientar a gestão ordenada da contabilidade. 
Em cada país o GAAP constitui a combinação dos seguintes elementos: 
 Código comercial; 
 Normas contabilísticas nacionais; 
 Requisitos da bolsa de valores; 
 Normas Internacionais de Relato Financeiro; 
 Requisito das leis de outros países. 
 
1.7 O Raciocínio Contabilístico 
Ao falar-se deste tópico, é imperioso apresentar uma analogia dos outros factos decorrentes da 
vida social agricultor em plena actividade todo o seu raciocínio está impregnado em questões que 
lhe conduzam ao sucesso dos seus objectivos. O estudante em plena sessão de estudo, o seu 
raciocínio não foge a esta regra, também está impregnado no objecto do seu estudo com vista a 
alcançar cabalmente a sua meta que deverá consistir na apreensão da matéria. Assim, o Método 
Contabilístico tem adoptado o raciocínio contabilístico da seguinte forma: 
 1º Quais as contas que variam pela análise de facto. 
 2º Quais as contas que devem ser debitadas e creditadas 
Pela aplicação das regras de funcionamento, é imperioso ter em conta o âmbito da movimentação 
das contas envolventes no facto, relativamente a cada conta: 
a) Se é de Activo, Passivo, Situação Líquida Inicial e Retida ou Situação Líquida Adquirida – 
Resultados (Gastos e Perdas ou Rendimentos e Ganhos); 
b) Se aumentou ou diminuiu. 
 
 3º Quais os valores desses débitos e créditos: 
Para determinar quais as contas que devem ser debitadas e creditadas, podemos recorrer ao 
princípio da dualidade, com as seguintes vantagens: 
 
12 
 
a) Nas variações simples, há uma economia de esforço, pois não será necessário levar até ao fim 
o raciocínio contabilístico – logo que se saiba que uma conta deve ser debitada, também logo se 
fica a saber que a outra há-de ser creditada, e vice-versa; 
 
b) Nas variações complexas, uma economia do tipo anterior, no que respeita à última conta 
considerada, ou então, e preferivelmente, um controlo do nosso raciocínio contabilístico, o qual 
estará errado caso não se verifique a necessária igualdade entre as somas dos débitos e dos 
créditos. 
 
1.8 Pressupostos básicos da Contabilidade Financeira 
Como já foi referenciado anteriormente que a contabilidade financeira, surge na necessidade de 
apresentar ao exterior o patrimônio das empresas, a estrutura de apresentação exige que as 
Demonstrações Financeiras (DFs), sejam apresentadas tomando em consideração os pressupostos 
dos princípios de Acréscimo e de Continuidade. 
O princípio de acréscimo prevê que as transacções e eventos devem ser reconhecidos no período 
em que ocorrem, independentemente do recebimento ou pagamento em numerário ou seu 
equivalente e devem ser registados e reportados nas demonstrações financeiras nos períodos a 
que dizem respeito. 
O princípio de continuidade pressupõe que as empresas uma vez estabelecidas devem continuar a 
desenvolver-se normalmente as suas actividades no futuro, assumindo-se deste modo, que a 
entidade não tem intenção, nem necessidade de cessar as suas operações ou de reduzir 
significativamente o seu volume de negócio ou transacções. 
 
1.8.1 Características qualitativas das Demonstrações Financeiras 
A estrutura conceptual identifica as características qualitativas que tornam úteis as informações 
nas demonstrações financeiras, nomeadamente: 
 
 
 
13 
 
a) Compreensibilidade 
A informação deve ser compreensível para os utentes que tendo um razoável conhecimento da 
envolvente empresarial e da contabilidade as estudem com razoável diligência. 
b) Relevância 
A informação é relevante quando for útil para a tomada de decisões económicas dos utentes das 
demonstrações financeiras, ou seja, sempre que tenha prestado algum apoio na avaliação dos 
acontecimentos passados, presentes e futuros ou na confirmação ou ainda correcção das suas 
avaliações passadas. A relevância da informação financeira é influenciada pela natureza, 
materialidade e pela oportunidade dos factos patrimoniais relatados. 
c) Materialidade 
Está relacionada com a alteração do sentido da decisão económica resultante do seu 
conhecimento, ou seja, é material toda a informação que quando omissa ou inexacta influencie as 
decisões que possam ser tomadas com base nas demonstrações financeiras. 
d) Oportunidade 
A informação deve ser fornecida no momento em que é necessária, pois, caso contrário será mais 
que inútil. De facto, o valor duma informação contabilística decresce com o quadrado do tempo 
decorrido até à sua recepção pelo destinário. 
e) Fiabilidade 
Uma informação é fiável se fôr digna de confiança pelos seus usuários, devendo para o efeito, 
estar isenta de erros materiais. Para que a fiabilidade da informação seja conseguida, é necessário 
que se verifiquem os seguintes requisitos: 
 Plenitude, 
 Representação fidedigna, 
 Substância sobre a forma, 
 Neutralidade, 
 Prudência, 
 
 
14 
 
f) Comparabilidade 
Os utilizadores devem ser capazes de comparar demonstrações financeiras de uma empresa 
através do tempo, com vista a poder identificar tendências na posição financeira e no 
desempenho, e ou, comparar demonstrações financeiras de diferentes empresas, com vista a 
poder avaliar de forma relativa a sua posição financeira, seu desempenho e alterações na sua 
posição financeira. 
É importante realçar que a comparabilidade da informação está associada ao princípio de 
consistência, segundo o qual os factos patrimoniais da mesma natureza devem ser tratados de 
forma idêntica, ainda que em momentos diferentes, e, sempre que não se possa assegurar a 
contabilização coerente, os utentes devem ser informados desse facto e das razões que estiveram 
subjacentes a essa mudança. 
 
 
Auto-avaliação 
1. Um dos objectivos do IASB é promover a preparação das demonstrações financeiras usando 
o Euro 
Verdadeiro 
Falso 
 
2. Uma estrutura conceptual é: 
a) Uma expressão teórica das normas de Contabilidade 
b) Uma lista de termos importantes usados pelo IASB 
c) Um documento que engloba os princípios teóricos geralmente aceites que formam a estrutura 
de referência para o relato financeiro.d) Uma proforma das demonstrações financeiras 
 
 
 
 
15 
 
3. Quais dos seguintes argumentos não são a favor da padronização das normas de 
Contabilidade mas sim de escolha livre de normas? 
a) Reduzem variações nos métodos usados para produzir as demonstrações financeiras 
b) Obrigam as empresas a divulgar as suas políticas contabilísticas 
c) Constituem uma alternativa menos rígida do que a legislação 
d) Pode haver uma tendência à rigidez na aplicação das regras 
 
4. Algumas pessoas sugerem que o organismo de formulação de normas é desnecessário pois as 
próprias normas de Contabilidade são desnecessárias. Outras são de opinião de que tais normas 
devem ser produzidas pelo governo, de modo a que sejam legisladas. 
Comente as afirmações acima evidenciando de forma clara tendo em a essência da normalização 
Contabilística. 
 
Chave-de-correcção 
1. Alínea b) Falso 
2. C) Uma estrutura conceptual é um documento que engloba os princípios teóricos geralmente 
aceites que formam a estrutura de referência para o relato financeiro; 
3. B e C 
4. O organismo da formulação das normas é necessário, tendo em conta que a normalização 
contabilística visa facilitar a análise, interpretação e compreensão da informação elaborada em 
diferentes países, fortalecendo deste modo a credibilidade da informação por parte dos seus 
usuários elimina barreiras e a livre circulação de capitais a nível internacional. Resposta 
Facultativa. 
 
Bibliografia 
Normas Internacionais de Contabilidade, revistas em 2008 
 
16 
 
PLANO GERAL DE CONTABILIDADE PARA O SECTOR EMPRESARIAL EM 
MOÇAMBIQUE Dec /20……… 
Borges, A., Rodrigues, A., rodrigues, r. Elementos de contabilidade geral. 24ª 
edição/2010Áreas Editoras, SA. Lisboa, Portugal 
 
 
 
17 
 
Unidade Didáctica nº 2: O Balanço e Demonstração de Resultados 
 Introdução 
Na disciplina de Introdução à Contabilidade uma das abordagens foi tipificada relacionando-se 
com o Balanço e o Mapa de Demonstração de Resultados, que devido à sua importância no 
estudo da Contabilidade, torna-se forçosa uma revisão circunstancial antes de entrar no estudo de 
contas propriamente dito. 
O Balanço e a Demonstração de Resultados fazem parte das demonstrações financeiras que são 
publicadas com a finalidade de proporcionar informação acerca da posição financeira e do 
desempenho financeiro da empresa ou entidade durante um determinado tempo de actividade 
económica. Estes dispositivos, são colocados à disposição dos principais utentes ou interessados 
pela informação financeira que lhes permitirão a tomada de decisões económicas. As 
demonstrações financeiras também mostram os resultados da condução do negócio por parte da 
gerência relativo aos recursos a ela confiados. 
Os utentes que desejam avaliar a condução dos negócios ou a responsabilidade da gerência 
fazem-no a fim de que possam tomar decisões económicas. Estas decisões podem incluir, por 
exemplo, deter ou vender parte do seu investimento na empresa ou reconduzir ou substituir a 
gerência ou ainda mudar de actividade, descontinuar actividade centrada num certo produto, etc.. 
Contudo, as demonstrações financeiras não proporcionam toda a informação que os utentes 
necessitam para tomarem decisões económicas uma vez que retrata largamente os efeitos 
financeiros de acontecimentos passados e não proporcionam necessariamente informação não 
financeira. 
 Objectivos da unidade 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
18 
 
 Elaborar o Balanço de uma unidade económica com base em elementos patrimoniais 
concretos, designadamente o Activo, o passivo e os Fundos Próprios; 
 Interpretar a situação patrimonial de uma unidade económica com base no Balanço; 
 Elaborar e interpretar os resultados correntes e extraordinários de uma empresa baseando-se 
na Demonstração de Resultados; 
 Apurar o valor do imposto a pagar ou a recuperar do Estado em cada exercício económico. 
 
 Desenvolvimento de conteúdos 
1. O Balanço 
 1.1 Conceito 
Quando explicitamente através de um documento se compara os elementos patrimoniais do 
Activo e do Passivo, fazendo realçar a diferença entre ambos, através da determinação da 
Situação Líquida, também designada, muitas vezes, de Capital Próprio está-se perante uma peça 
contabilística chamada BALANÇO, que tem como principal finalidade relatar a situação 
patrimonial de uma entidade, num determinado momento. 
 Definições importantes 
Balanço é a comparação entre o Activo e Passivo dum Património, evidenciando a respectiva 
Situação Líquida. 
 
A designação de Balanço, poderá etimologicamente basear-se no facto de que estamos perante 
uma comparação (balanceamento) entre o Activo e o Passivo com evidência do resultado dessa 
comparação pela Situação Líquida. Este facto traduz-se esquematicamente pela chamada 
 
19 
 
 
1.2 Equação do Balanço ou Expressão Geral do Balanço 
Por definição: 
ACTIVO (A) – PASSIVO (P) = SITUAÇÃO LÍQUIDA (SL) 
Sendo portanto que: 
ACTIVO (A) = PASSIVO (P) + SITUAÇÃO LÍQUIDA (SL) 
Isto é, o Activo é igual à soma algébrica do Passivo e da Situação Líquida. 
Esta equação é a base de toda a técnica contabilística, cujo princípio é a chamada dupla entrada, 
em que os registos são apresentados sempre balanceados. 
 
1.3 Géneros de Balanços 
Qualquer que seja o momento considerado, quando se compara o Activo (A) e o Passivo (P) de 
um património (na elaboração de um Balanço) são possíveis três casos distintos: 
a) O Activo (A) é maior que o Passivo (P) pelo que a Equação do Balanço será: 
A = P + SL, neste caso diz-se que a Situação Líquida Activa, o que equivale a existência de 
Capitais Próprios (Balanço do 1º.Género). 
b) O Activo (A) é igual ao Passivo (P), sendo então a Equação do Balanço: 
A = P, nesta situação embora rara, não é impossível. Existe Situação Líquida denominada 
(Situação Líquida Nula), sendo o valor dos bens existentes na empresa, exactamente igual 
ao valor das obrigações que a empresa tem para com os terceiros (Balanço do 2º.Género). 
 
c) O Passivo (P) é superior ao Activo (A), neste caso, diz-se que estamos perante uma 
Situação Líquida com sinal negativo e que se designa por Situação Líquida Passiva. A 
Equação do Balanço passa a ser: A = P – SL (Balanço do 3º.Género). 
Um balanço que apresenta esta estrutura reflecte uma situação em que a empresa com os seus 
activos não pode fazer face às obrigações com terceiros, isto é está numa situação de Passivo 
 
20 
 
descoberto ou Déficit. Trata-se de uma situação de falência em que o valor dos bens possuídos 
é inferior ao valor das dívidas assumidas. 
Esquematicamente teremos: 
CASOS SITUAÇÃO LÍQUIDA BALANÇO 
 Designação Símbolo Valor Expressão Género 
A > P Activa Sla SL > 0 A=P+SLa 1º 
A = P Nula SLn SL = 0 A=P 2º 
A > P Passiva SLp SL > 0 A=P+SLp 3º 
 
1.3.1 Classificação dos balanços 
1.3.1.1 Quanto à representação gráfica 
O Balanço é representado graficamente em quadros ou mapas, nos quais as massas patrimoniais 
de cada um dos membros da expressão geral se dispõe-se horizontalmente ou verticalmente. 
 Representação Horizontal 
Os elementos do Activo são colocados ao lado esquerdo da representação gráfica, os elementos 
patrimoniais do Passivo e os da Situação Líquida ao lado direito. 
 
 Representação Vertical 
Os elementos patrimoniais do Activo encontram-se dispostos segundo uma linha vertical, 
ocupando em primeiro lugar, seguido do Passivo e da Situação Líquida. 
 
1.3.1.2 Quanto à Extensão 
Outra distinção que por vezes se faz entre os diversos tipos de Balanço, é entre Balanços 
Sintéticos e Balanços Analíticos sendo estes últimos mais detalhados no que se refere ao grau 
de agregação dos diferentes bens patrimoniais. O extremo de um Balanço sintético é aquele em 
que apenas se mencionam os totais do Activo, do Passivo e da Situação Líquida. Deste modo 
definimos: 
 
21 
 
 Balanços Sintéticos – Os que apresentamapenas os valores globais do Activo, do Passivo e 
da Situação Líquida. 
 Balanços Analíticos - Aqueles que apresentam o desenvolvimento de algumas contas, isto é, 
que apresentam os seus valores desdobrados em várias parcelas, correspondentes a determinados 
subconjuntos de valores patrimoniais com características comuns e específicas (subcontas ou 
contas divisionárias). 
 
1.3.1.3 Quanto à Periodicidade 
 Balanços Ordinários – aqueles que são elaborados anualmente, no fim de cada exercício 
económico (Balanço Anual) ou que possa obedecer aos desígnios pré-definidos pela 
administração da empresa. 
 Balanços Extraordinários – aqueles que se elaboram acidentalmente, e classificam-se em 
Balanço de: 
 Inicial ou de Fundação – é o primeiro Balanço da empresa, elaborado no momento da sua 
criação. 
 Balanço de Liquidação – o último Balanço da empresa, elaborado no momento da sua 
extinção. 
Qualquer momento da vida da empresa, e por diversos motivos (cessão de quotas, falecimento do 
sócio, etc.) 
 
1.4 A Demonstração de Resultados 
1.4.1 Noção 
A Demonstração de Resultados é uma das peças das demonstrações financeiras de grande 
importância. A sua importância deve-se, não só porque é obrigatória a sua entrega ao fisco, 
aquando da entrega da declaração de rendimentos, quer em sede de IRPC quer em sede de IRPS, 
quando for o caso, como também pela informação que faculta aos principais interessados pela 
informação financeira. 
 
22 
 
É um mapa que tem por finalidade evidenciar os rendimentos (proveitos) e os gastos (custos), 
tornando possível a comparabilidade entre essas duas grandezas, consequentemente fornece 
informação sobre a natureza dos resultados obtidos num determinado período, quer em valor 
quer na sua natureza, ou seja, quanto a empresa ganhou ou perdeu, dando assim a ideia do lucro 
ou do prejuízo. Normalmente essa evidência é efectuada tendo em conta: 
a) Natureza dos factores positivos (rendimentos) e negativos (gastos) e do rédito  
Demonstrações dos Resultados por Natureza; 
 
b) Afectação funcional dos referidos valores positivos (rendimentos) e negativos (gastos) 
 Demonstrações dos Resultados por Funções. 
 
1.4.2 Demonstrações dos Resultados por Natureza – PGC-NIRF 
São quadros demonstrativos dos resultados apurados pela empresa, evidenciando os gastos e os 
rendimentos segundo a sua natureza. 
Das várias classificações de resultados, apresentam-se as que mais significado têm para apreciar 
a situação económica da empresa: 
a) Resultado Operacional ou Económica 
 
Diz respeito aos lucros ou prejuízos obtidos na actividade principal da empresa, ou seja, aquela 
para a qual os seus recursos foram mais vocacionados. São, em geral, produção, venda de bens e 
prestação de serviços. 
 
Esta demonstração permite evidenciar a capacidade do negócio da empresa em gerar excedentes, 
independentemente da forma de financiamento dos seus recursos. Traduz a viabilidade ou 
inviabilidade económica do negócio. 
 
b) Resultado Financeiro 
Evidencia os lucros ou prejuízos decorrentes das decisões financeiras, quer no que concerne à 
aplicação dos excedentes, quer no que toca ao financiamento das necessidades financeiras. 
 
 
23 
 
A soma algébrica dos resultados operacionais com os resultados financeiros designa-se 
resultado corrente ou de exploração. 
 
1.4.3 Demonstração dos Resultados por Funções 
Neste caso, os resultados são apurados por via indirecta das classes 6 e 7; discriminam-se os seus 
componentes positivos e negativos por origem ou afectação e, em particular, de acordo com as 
funções empresariais (produção, comercial, administrativa, financeira, etc.). 
A estrutura destas demonstrações dos resultados deverá ser bastante flexível para uma fácil 
adaptação e adequação à actividade de cada empresa. Ao carácter universal das demonstrações 
dos resultados por natureza, deverão contrapor-se Ao carácter particular das demonstrações dos 
resultados por funções. 
O termo demonstrações dos resultados por funções não parece o mais adequado, na medida em 
que estando orientada para o interior da empresa, a sua estrutura deveria ser o mais próximo 
possível das necessidades e interesses de informação e da gestão. 
Isto porque nem sempre a segmentação das informações nas empresas se processa ao nível 
funcional, face à preocupação em adequar às necessidades e interesses da gestão e do apoio à 
tomada de decisão. 
Assim, os resultados podem ser segmentados para além do mero funcional por áreas ou 
actividades, nomeadamente centros de responsabilidade, produtos ou serviços, actividades, 
segmentos de mercado, canais de distribuição, etc. Daí ser possível e aconselhável a elaboração 
de demonstrações dos resultados de acordo com a segmentação escolhida, como forma de 
analisar cada uma das parcelas da empresa ou da sua actividade. 
Na determinação dos resultados por funções há a possibilidade de evidenciar seis níveis de 
resultados, a saber: 
 1º nível: Resultado bruto (vendas e prestações de serviços deduzidas do custo das vendas e 
das prestações); 
 
 
24 
 
 2º nível: Resultados operacionais (resultado bruto acrescido dos outros proveitos e ganhos 
operacionais, a que subsequentemente se deduz os custos de distribuição, os custos 
administrativos e outros custos e perdas operacionais); 
 
 3º nível: Resultados correntes (resultados operacionais abatido do custo líquido de 
financiamento, a que subsequentemente se soma aritmeticamente os ganhos (perdas) em filiais e 
associadas, os ganhos (perdas) em outros investimentos e os resultados não usuais ou não 
frequentes; 
 
 4º nível: Resultados correntes após impostos (resultados correntes deduzidos dos impostos 
sobre os resultados correntes); 
 
 5º nível: Resultados líquidos (resultados correntes após impostos acrescidos (deduzidos) 
dos resultados de operações em descontinuação líquidos de impostos, das alterações nas políticas 
contabilísticas líquidas de impostos e, bem assim, dos resultados extraordinários, a que 
subsequentemente se deduz os impostos sobre os resultados extraordinários; 
 
 6º nível: Resultados por acção (resultados líquidos a dividir pelo número médio ponderado 
de acções em circulação). 
 
 Auto-avaliação 
Exercicio nº
 
1 
1. Em 07 de Outubro de 2013, foi criada em Maputo a Empresa Samba & Dança, vocacionada 
a compra e venda de Instrumentos Musicais com os seguintes elementos patrimoniais em 
meticais: 
- 20 Guitarras acústicas cada 10.000,00; 
- Saque da Konga Produções 52.000,00; 
- Marcas e Patentes 60.000; 
 
25 
 
- 8 Violas cada 5.000,00 
- Numerário em cofre 48.000,00; 
- Depósitos no BBM 112.000,00; 
- Viatura 150.000,00; 
- Aceite da Xima Eventos 32.000,00 
- Cheques em carteira 15.000,00; 
- Facturas sobre Beng 36.000,00; 
- Vales de correios 7.000,00; 
- Nosso Aceite ao Grupo RM 23.000,00 
- Créditos bancários concedidos pelo BBM 315.000,00; 
- Débitos diversos 10.000,00 
Pretende-se: 
Balanço Patrimonial da Empresa Samba & Dança. 
 
Exercicio N
o 
2 
 Balanço Final da Empresa Tiva-Tako 
 31 de Dezembro de 2009 
 
ACTIVOS Notas 2009 
 
 
Activos não Correntes 
 
 
 
Activos Tangíveis 
 
90 000,00 
 
 
Activos Intangíveis 
 
 
 
Depreciação 
 
(38 000,00) 
 
 
Total de Activos não Correntes 
 
78 000,00 
 
 
Activos Correntes 
 
 
 
Inventários 
 
45 500,00 
 
 
Clientes 
 
 
 
Caixa e Bancos 
 
1 500,00 
 
 
Total de Activos Correntes 
 
72 000,00 
 
 
Total dos activos 
 
 
 
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVOS 
 
 
 
26 
 
 
Capital Próprio 
 
 
 
Capital Social 
 
58 050,00 
 
 
Total do capital próprio 
 
58 050,00 
 
 
Passivos não Correntes 
 
 
 
Empréstimos obtidos 
 
22 950,00 
 
 
Total do Passivos não Correntes 
 
22 950,00 
 
 
Passivos CorrentesFornecedores 
 
 
 
Outros passivos correntes 
 
47 000,00 
 
 
Total do Passivos Correntes 
 
 69 000,00 
 
 
Total dos passivos 
 
91 950,00 
 
 
Total do capital próprio e dos passivos 
 
 Nota: a depreciação acumulada do activo tangível é de 38 000,00. 
a) Complete os espaços em branco do Balanço da Empresa Tiva-Tako 
 
Exercício N
o 
3 
Dadas as dificuldades financeiras que os seus encarregados de educação se encontram 
mergulhados, um grupo de três estudantes decidiu constituir uma Sociedade Comercial que se 
dedica à compra e venda de material Escolar, cuja denominação é: SMA - Sociedade Melhor 
Assim SA. 
No dia 2 de Maio de 2010, os estudantes entregaram a Sociedade as seguintes pertenças para 
constituir o património. 
O estudante, Tomás Bila, contribuiu com: 
- Sua mesada no valor de 3.500,00; 
- 1 Computador avaliado em 13.500,00; 
- 4 Caixas de esferográfica BIC para venda no valor de 2.000,00; 
- 2 Livros (Contabilidade Financeira 7ª Edição 2008) para venda no valor de 6.000,00. 
O estudante, Pedro Maria, contribuiu com: 
- 1 Balcão de venda móvel avaliado em 7.500,00; 
- 5 Livros de Contabilidade Aplicada para venda avaliados em 5.000,00; 
 
27 
 
- Cheques correspondentes à mesada totalizando o montante de 12.500,00. 
 
O estudante, José Miguel, contribuiu com: 
- 2 Dicionários para venda no valor de 2.500,00; 
- Letra que tinha por receber do Sr. Pereira 8.000,00; 
- Títulos a pagar ao Sr. F. Luís no valor de 32.500,00; 
- Depósito efectuado na conta da Sociedade no montante de 47.000,00. 
 
a) Elabore o Balanço Inicial da SMA - Sociedade Melhor Assim SA. 
 
Chave-de-correcção 
Exercicio :01 
Balanço Final da Empresa Samba & Danca 
07 de Outubro de 2013 
ACTIVOS Notas N N-1 
Activos não Correntes 
Activos Tangíveis 150,000.00 
Activos Intangíveis 60,000.00 
Total de Activos não Correntes 210,000.00 
Activos Correntes 
Inventários 240,000.00 
Clientes 68,000.00 
Caixa e Bancos 182,000.00 
Total de Activos Correntes 490,000.00 
Total dos activos 700,000.00 
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVOS 
Capital Próprio 
Capital Social 300,000.00 
Total do capital próprio 300,000.00 
Passivos não Correntes 
 
28 
 
Empréstimos obtidos 315,000.00 
Total do Passivos não Correntes 315,000.00 
Passivos Correntes 
Fornecedores 75,000.00 
Outros passivos correntes 10,000.00 
Total do Passivos Correntes 85,000.00 
Total dos passivos 400,000.00 
Total do capital próprio e dos passivos 700,000.00 
Exercicio :02 
Siga as dicas do modelo de Balanço apresentado no PGC-NIRF para o preenchimento da tabela 
Exercicio :03 
Total do activo = 107.500,00 
Total do Passivo = 32.500,00 
Capital Próprio = 75.000,00 
 
Bibliografia 
Borges, A. R.A. & Rodrigues. R. (1998). Elementos de Contabilidade Geral. 22ª Edição. Áreas 
Editora 
Conselho de Ministros. República de Moçambique. Plano Geral de Contabilidade. 
Decreto70/2009. Imprensa Nacional. Maputo; 
Pereira, J. M. E. (s/d). Contabilidade Geral. Vols. I e II. Plátano Editora. Lisboa; Sozinho. C. 
(2004). 
Contabilidade Geral e Financeira: Texto de Apoio Xiphefu. Maputo 
Mendes, J. (s/d). Contabilidade Geral e Financeira. Plátano Editora Lisboa 
 
 
 
29 
 
Unidade Didáctica nº 3: Estudo das Contas 
 
 Introdução 
Em cada massa patrimonial, os respectivos elementos podem ser agrupados em diversos 
subconjuntos com determinadas características comuns e específicas, de acordo com a sua 
natureza e/ou função que desempenham na empresa. Ora, são precisamente esses subconjuntos 
que se designam por contas. 
 
Assim, conta é um conjunto de elementos patrimoniais expresso em unidades de valor ou, classe 
ou grupo que integra elementos patrimoniais de natureza e características idênticas. 
 Objectivos da unidade 
Ao completar esta unidade, o estudante, deverá ser capaz de: 
 Identificar os elementos constituintes de uma conta e as respectivas classe em que ela está 
inserida; 
 Movimentar as contas de acordo com a classe patrimonial onde se encontram aferidas 
(debitar e creditar) 
 Determinar o saldo da conta de acordo com a sua natureza, (que pode ser devedor ou credor); 
 Aplicar o PGC-NIRF de acordo com as nomas vigentes, segundo o Dec 70/2009. 
 
 
 
 
 
30 
 
 Desenvolvimento de Conteúdos 
1. Partes Constitutivas da Conta 
Em qualquer conta haverá sempre a considerar o seu aspecto qualitativo e quantitativo, ou seja, a 
sua compreensão (título) e a sua extensão (valor). 
 
2. Compreensão (Título) 
A compreensão de uma conta é determinada pelas características comuns e específicas dos 
elementos nela agrupados, devendo ser evidenciada, o mais claramente possível, pelo título 
(expressão ou palavra por que se designa a conta). A compreensão de uma conta tem como 
finalidade identificar a conta e distingui-la de todas as outras, pelo que, deve ser fixa e imutável. 
 
3. Extensão (Valor) 
A extensão ou valor representa a quantidade expressa em unidades monetárias contidas na conta 
no momento em que se analisa. Na conta, este elemento é variável, na medida em que os 
elementos patrimoniais que engloba estão sujeitos a variações contínuas provocadas pelas 
operações realizadas como consequência da dinâmica patrimonial. 
 
4. Requisitos essenciais que uma conta deve obedecer 
A conta constitui a base de toda a escrituração, dado que é a partir dela que se desenvolve todo o 
trabalho contabilístico. Como tal, a conta deve obedecer a requisitos próprios, para que o 
trabalho se processe com fundamento e regularidade, os quais são: 
 
 A homogeneidade – uma conta só deve conter os elementos que obedeçam à característica 
comum que ela define. 
 
 Exemplo: 
 A conta Caixa só deve conter: 
 
31 
 
 Notas e moedas metálicas de curso legal (moeda nacional ou estrangeira); 
 Cheques (nacionais e estrangeiros). 
 Vales postais 
 A integralidade – a conta deve incluir todos os elementos que gozam da característica comum 
por ela definida. 
Ou seja: 
A conta Caixa deverá incluir toda a moeda, quer nacional quer estrangeira, que a empresa possui 
bem como todos os cheques (em moeda nacional e/ou moeda estrangeira), que a empresa 
recebeu, dos seus clientes, para pagamento dos bens ou serviços que tenha transacionado. 
 
5. Representação Gráfica 
A conta representa-se graficamente por um dispositivo chamado T. Sobre o traço horizontal 
indica-se o título da conta, um lado esquerdo e um lado direito. 
O lado esquerdo é designado de “Débito” ou “Deve” e o lado direito de “Crédito” ou “Haver”. 
Portanto, os valores registados no débito denominam-se débitos e os registados no crédito 
denominam-se créditos. 
 
Graficamente, temos: 
 
Deve (Débito) Título da conta Haver (Crédito) 
 
 
 
 Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do débito com um certo 
significado específico dependendo da classe patrimonial adstrita à conta (aumento ou 
diminuição); 
 
 Creditar uma conta é efectuar o registo de um valor no lado do crédito com um certo 
significado específico dependendo da classe patrimonial adstrita à conta (aumento ou 
diminuição); 
 
 
32 
 
 Saldo de uma conta 
A diferença entre o débito e o crédito de uma conta, no momento considerado, chama-se saldo 
dessa conta. 
Numa conta, ao comparar o seu débito com o seu crédito, podem ocorrer três hipóteses: 
 Débito > Crédito → o saldo diz-se devedor (Sd); 
 Débito = Crédito → o saldo diz-se nulo (Sn); 
 Débito < Crédito → o saldo diz-se credor (Sc). 
 
Uma vez determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cuja soma for de menor valor, obtendo-se 
assim um equilíbrio entre os dois lados da conta. 
 
Uma conta sem saldo diz-se saldada. 
 
O saldo da conta correspondeà sua extensão, ou valor, num determinado momento. 
Fechar uma conta corresponde ao apuramento do saldo colocando as colunas dos valores a 
débito e a crédito em equilíbrio sublinhando com dois traços (trancando) cada soma. 
 
Reabrir uma conta é inscrever o saldo na representação gráfica da conta na coluna dos débitos, 
se na conta fechada o mesmo era devedor; ou inscrever o saldo na coluna dos créditos, se na 
conta fechada o mesmo era credor. 
 
6. Classificação e Caracterização das Contas 
6.1 Classificação das Contas 
Sendo a conta uma classe de valores patrimoniais com denominação própria e com extensão 
numérica, estes valores podem ser concretos e abstractos. Assim, a conta terá por objecto os 
seguintes elementos: 
 Elementos concretos – os que compõem o Activo e o Passivo; 
 
 Elementos abstractos – os correspondentes a Situação Líquida. 
 
 
33 
 
Sendo assim, as contas podem ser: 
 Contas do Activo – as que compreendem todos os elementos patrimoniais tangíveis e 
intangíveis (elementos patrimoniais com a característica de serem propriedades do titular do 
património); 
 
 Contas do Passivo – as que compreendem todos os elementos patrimoniais exigíveis (as 
obrigações pecuniárias que o titular do património terá de satisfazer junto de terceiros); 
 
 Contas de Situação Líquida (Capital Próprio) – as que englobam os valores patrimoniais 
intangíveis ou abstractos que se traduzem numa diferença entre o Activo e o Passivo. 
 
Quanto ao âmbito, as contas podem ser: 
 
 Contas Colectivas, Complexas ou Gerais, as que se encontram subdivididas noutras contas 
de menor grau, chamadas divisionárias, estas, englobam várias contas simples ou elementares; 
 Contas Divisionárias ou Subcontas, as que agrupam contas singulares, simples ou 
elementares, ou seja, as divisões das contas colectivas; 
 Contas Singulares, Elementares ou Simples, as que agrupam elementos com características 
muito comuns e, portanto, não comportam maior divisão, ou seja, não se encontram subdivididas 
noutras; 
 
6.2 Caracterização das Contas 
Para a caracterização elementar de contas, tradicionalmente agrupam-se segundo as classes a que 
pertencem: 
 Classe 1 – Meios Financeiros; 
 Classe 2 – Inventários e Activos Biológicos; 
 Classe 3 – Investimentos de Capital; 
 Classe 4 – Contas a Receber, Contas a Pagar, Acréscimos e Diferimentos; 
 Classe 5 – Capital Próprio; 
 Classe 6 – Gastos e Perdas; 
 Classe 7 – Rendimentos e Ganhos; 
 
34 
 
 Classe 8 – Resultados 
 
Para uma familiarização e compreensão das contas de cada classe patrimoniais recomenda-se um 
estudo pormenorizado do PGC-NIRF, Dec 70/2009, orientado pelo docente Tutorial, que deverá 
culminar com uma interacção prática. 
É de todo interesse que o estudante de contabilidade conheça este instrumento, com pena de 
transformar-se num condutor que só sabe estar no volante sem conhecer as regras de condução 
de um veículo na estrada. 
 
7. Métodos de Registo Contabilístico 
7.1 Caracterização 
As primeiras contabilidades conhecidas, datam o século XIII, comportavam, somente, as contas 
de devedores, credores e banqueiros, ou seja, contas de «pessoas». Em cada uma destas contas, 
inscreviam-se os movimentos que diziam respeito a um certo indivíduo, sem qualquer 
interligação com outras contas. A este método de registo contabilístico ficou conhecido por 
Método das Partidas Simples ou Unigrafia. 
 
O desenvolvimento histórico da técnica contabilística conduziu à adopção de contas de coisas, 
numa primeira fase e de contas de factos, numa segunda fase. 
 
Na primeira fase, as contas de coisas eram movimentadas sem correspondência noutras contas 
patrimoniais(Método das Partidas Mistas), era da Contabilidade empírica. 
Lucca Pacioli, frade franciscano, em 1494, na época do Iluminismo, não se fez rogado, pois, não 
satisfeito com a Unigrafia contabilística, inspirou-se e defendeu a tese de que um facto 
contabilístico terá um efeito em pelo menos duas contas de igual valor e estabeleceu o Princípio 
de Partidas dobradas ou método Digráfico, dando o início a uma nova fera da História da 
Contabilidade, a da Contabilidade Científica. 
O método digráfico preconiza a interligação de registos pelo mesmo facto, isto é, um registo 
numa conta é repetido noutra ou noutras contas com aquela interligadas pelo mesmo facto, 
 
35 
 
tornando uma duplicidade de registo e por conseguinte, este procedimento foi apelidado de 
Método de Partidas Dobradas ou Digrafia (Dualismo Patrimonial). 
 
7.2 O Método Digráfico ou de Partida Dupla 
Segundo este método (que data do século XV), todo o débito numa conta origina um crédito ou 
créditos noutras de igual valor e vice-versa. Portanto, cada facto patrimonial determina um 
registo em duas ou mais contas, por forma a que ao valor de cada débito (ou débitos) 
corresponda sempre um crédito (ou créditos) de igual valor. 
O princípio das partidas dobradas está intimamente ligado à Equação Fundamental da 
Contabilidade e da qual não se pode dissociar. 
 
7.3 Regras de Funcionamento ou de Registo Contabilístico em Partidas 
Dobradas (Partida Dupla) 
Conhecidas, pela análise do facto patrimonial, as contas que variam e qual o sentido da variação 
de cada conta (aumento ou diminuição), facilmente se poderá saber qual a conta que deve ser 
debitada e qual a conta que deve ser creditada de acordo com o seu âmbito. 
 
7.3.1 Regras de movimentação de Contas 
A seguir se mencionam as regras basilares sobre a movimentação de contas que norteiam a 
operacionalização do Princípio de Partidas Dobradas de Lucca Pacioli. 
 
 Contas do activo, de contas a receber e de custos 
As contas do Activo, de Contas a Receber e de Custos, debitam-se pelos valores iniciais e pelos 
aumentos, e creditam-se pelas diminuições ou ajustamentos. 
Estas, devem apresentar um saldo devedor ou nulo. 
 
 Contas do passivo, fundos próprios, de proveitos e de resultados 
As contas do Passivo, de Fundos Próprios, de Proveitos e de Resultados creditam-se pelos 
valores iniciais e pelos aumentos e debitam-se pelas diminuições; este grupo de contas deve 
apresentar como regra geral saldos credores ou nulos. 
 
36 
 
 
Para o estabelecimento destas regras são fundamentais os aumentos e diminuições das massas 
patrimoniais gerais e não das contas, na medida em que nem sempre são paralelas as respectivas 
variações: Por exemplo, os aumentos das contas de gastos e perdas correspondem a diminuições 
da Situação Líquida (Capital Próprio). 
 
Referindo os termos “aumentos” e “diminuições” às contas, teremos de prevenir esse 
antagonismo, dizendo: 
1. As contas do Activo são debitadas pelos aumentos e creditadas pelas diminuições; 
 
2. As contas do Passivo e de Fundos Próprios são creditadas pelos aumentos e debitadas pelas 
diminuições; 
 
3. As contas de Gastos e Perdas são debitadas pelos aumentos e creditadas pelas diminuições; 
 
4. As contas de Rendimentos e Ganhos são creditadas pelos aumentos e debitadas pelas 
diminuições. 
 
8. Introdução ao PGC – NIRF a Normalização Contabilística no Sector 
Empresarial Em Moçambique 
Até a independência nacional, apenas os sectores de seguros e da banca estavam obrigados a uma 
normalização contabilística. Face à ausência de normas que estabelecessem terminologia de 
contas, a sua ordenação, os critérios valorimétricos uniformes e princípios contabilísticos que 
permitissem a determinação dos resultados para uma tributação justa, verificada nos restantes 
sectores de actividades e em 1977 foi reconhecida a necessidade duma normalização 
contabilística para o sector empresarial no país, segundo apontam as directivas económicas e 
sociais do IIIº Congresso da Frelimo, realizado em 1977, Frelimo (1978). 
Esta intenção só se efectivou em 1984 através do decreto nº 13/84 de 14 de Dezembro que 
aprova o Plano Geral de Contabilidade (PGC), obrigatoriamente aplicável a todas as unidadeseconómicas com excepção das que exercem actividades nos ramos bancários e de seguros. 
 
37 
 
O Dec 13/84, promulgou o PGC, foi concebido para servir de instrumento de direcção e controlo 
do Estado sobre a economia. Pois, nesta altura, a contabilidade geral foi definida como sendo “ 
sistema de informação destinado a exercer o papel jurídico e de controlo”, em Moçambique, 
Conselho de Ministros (1984). 
 Pelo facto de este instrumento ter se revelado insuficiente face às transformações verificadas no 
ambiente económico, político e social ao longo do tempo, e com o objectivo de adoptar aos 
novos desafios de gestão, o PGC ora aprovado sofreu ligeiras alterações e ajustamentos que 
culminaram com a publicação do decreto nº 36/2006 de 25 de Julho. 
Com o decorrer do tempo, este instrumento foi se mostrando desajustado, e registou a sua última 
alteração em 2009 através do Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro. Esta alteração marca o 
momento mais importante da evolução da normalização contabilística no sector empresarial 
moçambicano, pois, para além de prever a criação de um Organismo Regulador da Normalização 
Contabilística que velará pela revisão, ajustamentos, interpretação e actualização do Sistema, 
aprova o novo sistema de contabilidade para o sector empresarial em Moçambique que integra: 
O Plano Geral de contabilidade para empresas de grande e média dimensão baseado nas IFRS, o 
qual se designa PGC – NIRF, incluindo o calendário de implementação obrigatória pelas grandes 
e médias empresas a partir de 1 de Janeiro de 2010 e 1 de Janeiro de 2011, respectivamente. 
 
8.1 O PGC –NIRF 
O Plano Geral de Contabilidade (PGC- NIRF), foi elaborado com base nas Normas 
Internacionais de Relato Financeiro, designadas por NIRF´s, referenciadas no primeiro tema, que 
constituem um conjunto de princípios, regras e procedimentos, que constituem o normativo 
contabilístico aplicável na república de Moçambique. 
É baseado nas Normas Internacionais de Contabilidade (NIC) e nas Normas Internacionais de 
Relato Financeiro emitidas pelo IASB (International Accounting Standards Board). As NICs e 
NIRF´s aprovadas em Outubro de 2008, foram as que serviram de base para a elaboração do 
PGC-NIRF. Estes documentos são susceptíveis de alterações devido à introdução de novos 
negócios e das condições económicas mundiais aliadas à Globalização. 
 
38 
 
8.2 O Quadro Conceptual 
A estrutura conceptual pode ser entendida como sendo uma interpretação da teoria geral da 
contabilidade, mediante a qual se estabelecem os fundamentos conceptuais em que se apoia a 
preparação e divulgação da informação financeira” Borges (2007). 
Em Moçambique não existia uma Estrutura conceptual formalmente definida. Sendo que o PGC 
constituía o núcleo das normas a seguir no âmbito da contabilidade empresarial e fazia referência 
aos objectivos das Demonstrações Financeiras(DF’s), características qualitativas da informação 
financeira, reconhecimento e mensuração dos elementos da DF’s. 
 No entanto, há que salientar que com a convergência para os padrões internacionais de 
contabilidade, já existe no país uma estrutura conceptual, que consta do PGC-NIRF, designado 
por Quadro Conceptual e que refere a existência de todos níveis da estrutura conceptual do 
IASB. 
 
Auto-avaliação 
1. Indique as partes constitutivas da conta 
2. Quais são os requisitos essências de uma conta? 
3. As contas de activo são de natureza 
a) Credora 
b) Devedora 
4. A homogeneidade significa 
a) A conta deve conter os elementos que obedeçam à característica 
b) A conta deve conter elementos de características diferentes 
5. O que significa debitar uma conta? 
6. O que significa creditar uma conta? 
7. Quais as possíveis situações a obter ao comprar o débito e o crédito? 
 
Chave-de-correcção 
´ 
 
 
39 
 
1. Título e Extensão 
2. A homogeneidade e integralidade 
3. Devedora 
4. A conta deve conter os elementos que obedeçam à Característica 
5. Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do débito 
6. Creditar uma conta é efectuar o registo de um valor no lado do crédito 
 
Débito > Crédito → o saldo diz-se devedor (Sd); 
Débito = Crédito → o saldo diz-se nulo (S0); 
Débito < Crédito → o saldo diz-se credor (Sc). 
 
Bibliografia 
Borges, A. R.A. & Rodrigues. R. (1998). Elementos de Contabilidade Geral. 22ª Edição. 
Áreas Editora 
Conselho de Ministros. República de Moçambique. Plano Geral de Contabilidade. 
Decreto70/2009. Imprensa Nacional. Maputo; 
Pereira, J. M. E. (s/d). Contabilidade Geral. Vols. I e II. Plátano Editora. Lisboa; Sozinho. C. 
(2004). 
Contabilidade Geral e Financeira: Texto de Apoio Xiphefu. Maputo 
Mendes, J. (s/d). Contabilidade Geral e Financeira. Plátano Editora Lisboa. 
 
 
 
40 
 
Unidade Didáctica nº 4: Escrituração Comercial 
Introdução 
Na unidade Didáctica n° 3, foi abordado o Raciocínio Contabilístico e tem como corolário 
deste, o registo da operação nos livros. Ao falar de livros importa fazer uma destinção entre 
livros obrigatórios e livros facultativos. 
São livros obrigatórios aqueles cuja adopção nas empresas é por lei imposta pela autoridade 
tributária. A não adopção implica uma repressão pecuniária. 
São livros facultativos aqueles que sendo de grande utilidade para normal curso de actividades 
nas empresas, estas adoptam-nas de forma voluntária. 
O património, como conjunto de valores activos e passivos sujeitos a uma gestão, está sujeito a 
variações como consequência da própria actividade da empresa. Sendo assim, além da 
representação dos valores patrimoniais, existe a necessidade de representar e inscrever em 
documentos, livros e registos de vária natureza, os factos patrimoniais que provocaram a sua 
variação. 
Ao procedermos os registos contabilísticos de uma entidade estamos perante a uma 
Escrituração Comercial, que é o conjunto de documentos e livros que historiam a evolução 
patrimonial de qualquer empresa. Também se designa escrituração, aos actos de registo das 
operações nos livros e documentos. 
Para se proceder à escrituração comercial é necessário conhecer as contas, regras de 
movimentação e sistematização, critérios valorimétricos, etc. Para o efeito, as empresas deverá 
dispor de um plano de contas e conhecer os conceitos contabilísticos. 
 
 
 
41 
 
 Objectivos da unidade 
Ao completar esta unidade você deverá ser capaz de: 
 Proceder os registos das transações comerciais em documentos contabilísticos obrigatórios e 
facultativos; 
 Aplicar os critérios práticos de movimentação das contas de acordo coma sua natureza; 
 Elaborar o diário, o razão, o balancete, o mapa de demonstração de resultados e o balanço; 
 Fazer o estorno das operações contabilísticas em caso de erro. 
 Desenvolvimento de conteúdos 
1.Peças Fundamentais da Escrituração Comercial 
Constituem peças fundamentais da escrituração comercial os seguintes: 
 Os Livros onde se registam as operações ou variações patrimoniais; 
 Os Documentos que representam essas operações e comprovam os lançamentos efectuados 
nos mesmos 
2. Modelo Básico da Contabilização das Operações 
O modelo básico da contabilização das operações traduz o caminho a percorrer na contabilização 
dos factos patrimoniais que é o seguinte: 
 
 
 
FACTOS PATRIMONIAIS 
DIÁRIO 
DOCUMENTOS 
RAZÃO 
 
42 
 
 
3. Livros de Escrituração Comercial 
Os livros de escrituração comercial ou de contabilidade classificam-se em dois grupos: 
 Livros Obrigatórios; 
 Livros Facultativos 
 
a) Os Livros Obrigatórios são os que a lei enumera como sendo indispensáveis a qualquer 
comerciante. São, também, designados por Livros Selados, designadamente: 
 O Livro de Inventário e Balanços; 
 O Diário; 
 O Copiador de Correspondência; 
 Os Livros de Actas (para as sociedades) 
 
b) Os Livros Facultativos são os que se utilizam normalmente como auxiliares de registo. O 
seu número e utilizaçãodependem da natureza, características e dimensão das empresas ou das 
operações que elas efectuam. Servem para completar, desenvolver e controlar o que se escritura 
nos livros obrigatórios. São usualmente denominados de livros auxiliares. 
Como livros de contabilidade auxiliares, podem apontar-se, entre outros, os seguintes: 
 Balancetes do Razão Geral; 
 Razões auxiliares ou de desenvolvimento do Razão Geral; 
 Diários auxiliares (Caixa, Compras, Vendas, etc.); 
 Balancetes dos razões auxiliares. 
 
4. Diário 
O Diário serve para os comerciantes registarem, dia a dia, por ordem de datas, em assento 
separado, cada um dos seus actos que modifiquem ou possam vir a modificar o seu património. 
Portanto, no Diário, os factos patrimoniais são registados por ordem de datas. Trata-se de um 
registo cronológico 
 
43 
 
O traçado ou riscado do Diário (Modelo Clássico) é o seguinte: 
 
Tendo para cada coluna a seguinte finalidade: 
a) Número de Ordem do Lançamento 
b) Preposição a que preserve as contas a creditar 
c) Cabeçalho e Descrição do Lançamento (indicação da data de lançamento, da conta a debitar 
e a creditar, incluindo o código e título da conta) 
d) Número dos fólios do Razão Geral referentes as contas movimentadas 
e) Coluna auxiliar das importâncias (a utilizar somente nos lançamentos compostos, ou seja, da 
2ª, 3ª e 4ª fórmulas) 
f) Coluna principal das importâncias 
 
O uso técnico do diário manda que no cabeçalho do lançamento se inscreva primeiramente a 
conta debitada e depois a creditada, esta numa linha imediatamente inferior àquela, antecedido o 
respectivo título da preposição a, abreviatura de “deve a”. 
 
5. Razão 
O Razão serve para escriturar o movimento de todas as operações do Diário, ordenados a débito 
e crédito, em relação a cada uma das respectivas contas, para se conhecer o estado e a situação de 
qualquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame de todos os lançamentos do Diário. Neste 
 
 
 
 
 
 a) b) c) d) e) f) 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
livro, os factos patrimoniais são registados por ordem de contas. Trata-se, portanto, de um registo 
sistemático. É, também, conhecido por Livros das Contas. 
O Razão na sua forma clássica, apresenta-se como um livro de folhas cosidas designadas fólios. 
Cada fólio é reservado a uma conta, em cuja página esquerda se escreve o “Deve” ou “Débito” 
da mesma e na direita o “Haver” ou “ Crédito”. 
Os registos a débito levam a preposição a, significando “Deve a”; os a crédito levam a 
preposição de, significando “Haver de”. 
O Razão (Modelo Clássico) tem o formato seguinte: 
 
Significando cada coluna: 
a) Registo do Ano e Mês das operações 
b) Registo do Dia 
c) Preposição “a” (lado esquerdo) ou preposição “de” (lado direito) 
d) Contrapartida da conta movimentada 
e) Número do lançamento no Diário 
f) Importância 
DEVE TÍTULO DA CONTA HAVER 
 
 
 
 a) b) c) d) e) f) a) b) c) d) e) f) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
6. Inventário e Balanços 
O Livro de Inventário e Balanços serve para nele se lançarem, dentro dos prazos legais, os 
balanços a que tem de proceder. Começará pelo arrolamento de todo o activo e passivo do 
comerciante, fixando a diferença entre aquele e este, o capital com que entra em comércio. 
 
7. Requisitos ou Formalidades Legais de Escrituração dos Livros 
Os livros de Diário, Razão e de Inventário e Balanços, serão, antes de escritos, apresentados ao 
Ministério das Finanças (Repartição de finanças onde a empresa está vinculada) e ao Tribunal 
Administrativo para que sejam por eles, numeradas e rubricadas as folhas, e depois lançados por 
um escrivão na primeira página um termo de abertura e outro de encerramento na última página, 
sendo referenciados ambos os termos por estas entidades. 
 
8. Lançamentos 
8.1 Noção 
Chama-se lançamento ou assento, à anotação de qualquer facto patrimonial nos livros de 
contabilidade. 
 
8.2 Elementos de Lançamentos 
O lançamento compõe-se dos seguintes elementos: 
 Data: dia, mês e ano; 
 Título ou cabeçalho, que é a indicação da(s) conta(s) a debitar e da(s) conta(s) a creditar; 
usualmente escreve-se em caracteres mais destados; 
 Descrição ou histórico, que consiste na explicação sucinta do facto patrimonial que dá 
origem ao lançamento; 
 Importância ou valor, que é o montante correspondente às variações provocadas nas contas. 
Em regra, apenas no Diário se encontram todos estes elementos. 
 
46 
 
8.3 Lançamento Contabilístico 
Designa-se por lançamento contabilístico a anotação ou registo de um facto patrimonial num livro de 
contabilidade 
 
8.4 Classificação dos Lançamentos 
Os lançamentos podem classificar-se da seguinte forma: 
a) Quanto ao número de contas movimentadas: 
 1ª fórmula: um débito = um crédito 
 2ª fórmula: um débito = vários créditos 
 3ª fórmula: vários débitos = um crédito 
 4ª fórmula: vários débitos = vários créditos 
Aos lançamentos da 1ª fórmula dá-se o nome de lançamentos simples, em virtude de o 
lançamento agregar apenas duas contas.Estão a coberto desta classificação as operações simples. 
Os das demais dizem-se lançamentos complexos ou compostos e estão a coberto desta 
classificação as operações complexas. 
 
b) Quanto a natureza ou momento da sua elaboração: 
 Lançamentos de abertura: respeitam ao registo dos valores iniciais das contas de um 
comerciante, no início da sua escrita; 
 Lançamentos correntes: respeitam ao registo das operações realizadas e dos 
acontecimentos ocorridos ao longo de cada exercício económico; 
 Lançamentos de estorno: têm por finalidade rectificar as omissões, duplicações e erros 
cometidos nos lançamentos efectuados; 
 Lançamentos de regularização: visam rectificar o saldo das contas que não correspondem 
a realidade; normalmente, efectuam-se no fim de cada exercício económico antes de se proceder 
ao apuramento de resultados e à elaboração do balanço; 
 Lanaçamentos de transferência ou de apuramento de resultados: têm por finalidade 
transfeerir os saldos das contas de custos e proveitos para as contas de resultados, permitindo a 
posterior determinação dos resultados da empresa; 
 
47 
 
 Lançamentos de encerramento ou fecho: são efectuados depois do apuramento de 
resultados e da elaboração do Balanço e permitem fechar as contas que apresentam saldos 
(devedores ou credores); 
 Lançamentos de reabertura: registam, no início de cada exercício económico, os valores 
iniciais das contas (saldos finais das contas no exercício anterior). 
 
8.5 Estornos 
O estorno é um lançamento destinado a anular ou rectificar um outro lançamento, ou a 
preencher uma lacuna. 
Os estornos podem ser motivados por: 
a) Omissão de lançamento; 
b) Duplicação de lançamento; 
c) Inversão de contas (debitar a conta que se devia ter creditado e/ou vice-versa); 
d) Substituição de contas (debitar e/ou creditar contas diferentes das que se deviam ter 
debitado e/ou creditado); 
e) Alteração de quantias (lançar uma importância diferente da variação sofrida pela conta). 
 
 
8.5.1 Estorno Diário 
Quando o erro é cometido no Diário, o estorno consistirá, na forma mais simples de um 
lançamento inverso ao errado. 
 
8.5.2 Estornos no Razão 
No Razão podem verificar-se dois tipos de erros: 
 Erros que correspondem à transcrição de erros já cometidos no Diário; 
 Erros apenas cometidos no Razão. 
 
 
48 
 
No primeiro caso, os erros são corrigidos com a passagem ao Razão dos lançamentos de estornos 
efectuados no Diário. 
No segundo caso serão, apenas, emendados no Razão. Esta rectificação será efectuada por meio 
de um traço a tinta de cor diferente, sobre os elementos que careçam de emenda,

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