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“SÍNTESE DE PROTÓTIPOS QUINOIDAIS HETEROCÍCLICOS VOLTADOS À QUIMIOTERAPIA DA DOENÇA DE CHAGAS E AO COMBATE DE TUMORES MALIGNOS” Tesê de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade de Brasília como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor em Química. Orientador: Professor Doutor Carlos Kleber Zago de Andrade Co-orientador: Professor Doutor Antônio Ventura Pinto Brasília Dezembro de 2009 1 Universidade de Brasília - Instituto de Química COMUNICADO Comunicamos a aprovação da Defesa de Tese de Doutorado do aluno Eufrânio Nunes da Silva Júnior, intitulada SÍNTESE DE PROTÓTIPOS QUINOIDAIS HETEROCÍCLICOS VOLTADOS À QUIMIOTERAPIA DA DOENÇA DE CHAGAS E AO COMBATE DE TUMORES MALIGNOS apresentada no Instituto de Química da Universidade de Brasília em 01 de Dezembro de 2009. Prof. Dr. Carlos Kleber Zago de Andrade Presidente (IQ - UnB) Prof. Dr. Angelo da Cunha Pinto MembraTitular CUFRJ - RJ) Prõf.a Dr.a Sótange Lisboa de Castro Membro Titular (FIOCRUZ - RJ) _JãüSL Òmy Prol3 Dr^Maria Lúcília xfos V / Membro Titular í l o ( - Un Santos Membro Titular {\Q \- UnB) Prof. Dr. Peter Bakuzis Membro Titular (IQ - UnB) Brasília, 01 de dezembro de 2009. 2 Caixa Postal 4478 - CEP: 70904-970 - Brasília - DF - BRASIL 8 (061)3107-3805 Fax:(061)3273-4149 S www.unb.br/iq/pg posgiq@unb.br http://www.unb.br/iq/pg mailto:posgiq@unb.br Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?! Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa! Augusto do Anjos Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior A gradecimentos Aos meus pais Eufrânio Nunes da Silva e Maria Cláudia Ferreira Nunes, meu eterno e carinhoso agradecimento por tudo que vocês representam em minha vida, amo vocês. A minhas Irmãs Ana Cecília e Ana Paula e minha prima Ranieli Mendes com quem sempre tive o prazer de viver todos os sentimentos proporcionados pela família. IV Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior A gradecimentos A minha amada esposa Maria Juliana Nunes da Silva, que é o meu alicerce. Saber que a tenho ao meu lado torna o fardo da vida levíssimo. Obrigado pela grandiosa paciência e por sempre tranquilizar meu coração. Amo-te minha princesa. V Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado — Eufrânio N. da S. Júnior Agradecimentos Dedico este trabalho ao amigo Antônio Ventura Pinto pelo admirável sentimento científico que movimentou minha paixão pela química nos últimos anos. É imensurável o prazer que tive em aprender, ao seu lado, a árdua tarefa de ser um professor. Espero em um futuro próximo, retribuir a confiança, depositada em minha pessoa. VI Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Agradecimentos AGRADECIMENTOS À Deus. Ao professor Carlos Kleber Zago de Andrade pela orientação, confiança em meu trabalho e inestimável cooperação diária no sentido de favorecer o desenvolvimento deste projeto. A amiga Maria do Carmo F. R. Pinto pela calorosa contribuição em absolutamente todos os momentos. Aos pesquisadores Solange L. de Castro e Rubem F. S. Menna-Barreto pela amizade e maravilhosa contribuição para a realização deste trabalho. À professora Marilia O. F. Goulart pela tranquila, harmoniosa e produtiva colaboração. Aos professores Manoel Odorico de Moraes, Claudia Pessoa, Leticia V. Costa- Lotufo e Raquel C. Montenegro e o doutorando Bruno C. Coelho, por toda contribuição ao realizar os estudos de avaliação antitumoral das substâncias sintetizadas neste trabalho. Ao professor Carlos Alberto de Simone pelo excelente trabalho na área de cristalografia de raios X. Ao professor Vitor Francisco Ferreira pela contribuição em momentos diversos. Aos professores do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear do Instituto de Química da Universidade de Brasília e aos colegas do LaQMOS que auxiliaram na aquisição de espectros. vii Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior A gradecimentos A todo o grupo de pesquisa do Laboratório de Química Metodológica e Orgânica Sintética - LaQMOS da Universidade de Brasília, no qual tive o prazer de conviver diariamente. Ao grupo de pesquisa do Laboratório de Heterocíclicos, dirigido pelo professor Antônio Ventura, no Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que em diversas situações me acolheu de braços abertos. A todos os amigos do Instituto de Química da Universidade de Brasília que tomaram meus dias mais ensolarados. A todo corpo docente e técnico do Instituto de Química da Universidade de Brasília. Aos funcionários do Instituto de Química que conduzem com maestria diversos serviços indispensáveis. À banca examinadora por aceitar o convite e participar da avaliação desta tese. Ao CNPq pela bolsa concedida e financiamento à pesquisa e a todos os órgãos de fomento que direta ou indiretamente contribuíram para a execução deste projeto. viii Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Resumo RESUMO Diversas nor-p-lapachonas 3-arilamino e 3-alcóxi-substituídas e p- lapachonas 1,2,3-triazólicas foram sintetizadas e apresentaram potente atividade citotóxica contra quatro linhagens de células tumorais: HL-60 (leucemia), MDAMB-435 (mama), HCT-8 (cólon) e SF-295 (sistema nervoso central) com valores de IC50 abaixo de 1 pg/mL. A citotoxidade das substâncias descritas foi comparada com doxorrubicina, fármaco utilizado como controle positivo, e os precursores sintéticos p-lapachona e nor-p-lapachona. A atividade das substâncias em relação às células normais, avaliada em Células Mononucleares Periféricas do Sangue, mostrou que alguns derivados apresentam seletividade contra linhagens de células tumorais. Nor-p-lapachonas 3-arilamino e 3-alcóxi- substituídas e p-lapachonas 1,2,3-triazólicas também foram avaliadas contra o parasito Trypanosoma cruzi, agente causador da doença de Chagas. Todos os derivados foram mais ativos do que as quinonas originais, P-lapachona e nor-p- lapachona e várias substâncias foram mais ativas do que o fármaco, benznidazol, utilizado como controle positivo. Várias substâncias descritas emergem como potenciais protótipos a serem utilizados na terapêutica da doença de Chagas e contra tumores malignos. Estudos visando à obtenção de novos heterocíclicos e a completa elucidação estrutural do ‘peróxido lapachol’ de Hooker, por espectroscopia de RMN e por cristalografia de raios X, foram realizados. IX Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Abstract ABSTRACT Several 3-arylamino and 3-alkoxy derivatives of nor-|3-lapachone and (3- lapachone-based 1,2,3-triazoles were synthesized and found to show very potent cytotoxicity against four neoplastic cancer cells: SF-295 (central nervous system), HCT-8 (colon), MDAMB-435 (breast) and HL-60 (leukaemia), with IC50 below 1 pg/mL. Their cytotoxicities were compared to doxorubicin and with their synthetic precursors, p-lapachone and nor-p-lapachone. The activity against normal peripheral blood mononucluear cells (PBMC) showed that some of the compounds were selective against cancer cells. 3-arylamino and 3-alkoxy derivatives of nor-|3- lapachone and 0-lapachone-based 1,2,3-triazoles were assayed against the infective bloodstream trypomastigote form of Trypanosoma cruzi, the etiological agent of Chagas’ disease. All the derivatives were more active than the original quinones and some compounds were more active than benznidazole, used as positive control. Several substances described herein emergeas interesting new lead compounds in drug development for Chagas’ disease and for cancer. Studies towards the obtention of new heterocycles and the complete elucidation of the ‘Hooker peroxide’ by NMR spectroscopy and X-ray diffraction were accomplished. Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior índice ÍNDICE Resumo........................................................................................................................ ix Abstract.........................................................................................................................x índice........................................................................................................................... xi Lista de Abreviaturas e Acrônimos..........................................................................xiv Lista de Tabelas......................................................................................................... xv Lista de Figuras......................................................................................................... xvi Lista de Esquemas...................................................................................................xxii Intróito......................................................................................................................xxvii CAPÍTULO I 1. Introdução..........................................................................................................1 1.1. Quinonas: aspectos gerais.............................................................................. 1 1.2. Quinonas de Tabebuia: lapachol e P-Iapachona............................................1 1.3. Lapachonas substituídas no anel C................................................................ 5 1.4. Lapachonas e sua potente atividade antitumoral.......................................... 8 2. Objetivos......................................................................................................... 13 3. Metodologia.................................................................................................... 14 3.1. Extração do lapachol......................................................................................14 3.2. Preparação de nor-(3-lapachonas substituídas no anel C............................14 3.3. Preparação de nor-p-lapachonas chalconas substituídas...........................15 3.4. Ensaios farmacológicos: estudo da atividade citotóxica em linhagens de células tumorais e normais............................................................................ 16 4. Resultados e Discussão................................................................................ 17 4.1. Síntese de nor-lapachonas arilamino-substituídas...................................... 17 4.1.2. Ensaios farmacológicos.................................................................................26 4.1.3. Estudo da atividade antitumoral de 1,4-naftoquinonas................................31 4.1.4. Ensaios Farmacológicos................................................................................33 4.2. Síntese de nor-lapachonas alcóxi-substituídas........................................... 34 4.2.1. Ensaios farmacológicos.................................................................................38 4.3. Síntese de nor-lapachonas chalcona-substituídas...................................... 40 4.3.1. Ensaios farmacológicos.................................................................................44 XI Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Índice 4. Conclusões e Perspectivas.............................................................................47 CAPÍTULO II 1. Introdução....................................................................................................... 48 1.1 Heterocíclicos: aspectos gerais......................................................................48 1.2. Exemplos de metodologias sintéticas para a obtenção de triazóis............ 52 1.3. Substâncias bioativas contendo a porção triazólica obtidas por "Click Chemistry".......................................................................................................56 1.4. Obtenção de lapachonas 1,2,3-triazólicas e atividade antitumoral..............60 2. Objetivos......................................................................................................... 62 3. Metodologia.....................................................................................................63 3.1. Extração do lapachol................................................................................ 63 3.2. Preparação de nor-p-lapachonas substituídas no anel C........................... 63 3.3. Preparação de (3-lapachonas substituídas no anel C..................................64 3.4. Ensaios farmacológicos: estudo da atividade citotóxica em linhagens de células tumorais e normais............................................................................64 4. Resultados e Discussão.................................................................................66 4.1. Síntese de nor-lapachonas tetrazólicas substituídas................................... 66 4.2. Hibridização molecular para a obtenção de quinonas heterocíclicas nitrogenadas................................................................................................... 68 4.3. Ensaios farmacológicos................................................................................. 78 5. Conclusões e Perspectivas............................................................................82 CAPÍTULO III 1. Introdução....................................................................................................... 83 1.1. Doença de Chagas.........................................................................................83 1.2. O parasito........................................................................................................84 1.3. Quinonas e sucedâneos: atividade contra Trypanosoma cruzi em sua forma tripomastigota e epimastigota.............................................................87 2. Objetivos......................................................................................................... 94 3. Metodologia.....................................................................................................95 3.1. Extração do lapachol e preparo das substâncias avaliadas contra o Trypanosoma cruzi.........................................................................................95 XÜ Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior índice 3.2. Ensaios farmacológicos................................................................................... 95 4. Resultados e Discussão................................................................................ 96 4.1. Nor-p-lapachonas arilamino e alcóxi substituídas: atividade tripanocida...................................................................................................... 96 4.2. p-lapachonas 1,2,3-triazólicas: atividade tripanocida................................ 101 5. Conclusões e Perspectivas.......................................................................... 105 CAPÍTULO IV 1. Introdução..................................................................................................... 106 1.1. Heterocíclicos a partir do lapachol: síntese................................................106 2. Objetivos........................................................................................................114 3. Metodologia.................................................................................................. 115 3.1. Extração do lapachol....................................................................................115 3.2. Estudo da reatividade química de quinonas para a obtenção de novosheterocíclicos................................................................................................ 115 4. Resultados e Discussão.............................................................................. 116 4.1. Novas Introspecções à Química Heterocíclica............................................ 116 4.1.2. 'Peróxido Lapachol' de Hooker.................................................................... 117 4.1.3. Fenazina do ’peróxido lapachol' de Ettlinger.............................................. 122 4.1.4. Reações de acoplamento oxidativo com substâncias do grupo do lapachol.........................................................................................................124 4.2. Nordiidrolapachenona e tetraidrotectol: semi-síntese................................ 131 5. Conclusões e Perspectivas.......................................................................... 134 CAPÍTULO V 1. Experimental...................................................................................................135 1.1. Materiais e Métodos......................................................................................135 1.2. Síntese de importantes substâncias descritas na literatura.......................136 1.3. Síntese das substâncias não descritas na literatura.................................. 140 1.4. Análise por Combustão................................................................................. 167 1.5. Cristalografia de raios X................................................................................ 169 Bibliografia.................................................................................................... 174 xiii PBMC S vmáx. X 13C RMN 1H RMN 1D 2D APT C.C.F. Co CDCI3 DMSO-dg COSY HMBC HMQC d dd m q s t sl E.M. I.V. J p.f. PPm T.A. CAN LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÔNIMOS Peripheral Blood Mononucluear Cells deslocamento químico freqüência de absorção máxima comprimento de onda Ressonância Magnética Nuclear de carbono 13 Ressonância Magnética Nuclear de hidrogênio uma dimensão duas dimensões “attached próton test" cromatografia em camada fina carbono quaternário clorofórmio deuterado dimetilsulfóxido deuterado “correlated spectroscopy” “Heteronuclear Multiple Bond Correlation” “Heteronuclear Multiple Quantum Coherence” dupleto duplo dupleto multipleto quarteto singleto tripleto singleto largo espectrometria de massas espectroscopia de infravermelho constante de acoplamento ponto de fusão parte por milhão temperatura ambiente Nitrato cérico amoniacal Instituto de Química - IJnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Abreviaturas e Acrônimos XIV Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Tabelas LISTA DE TA B ELA S Tabela 1. Dados referentes à reação apresentada no Esquema 7 ..................................................................................................................................7 Tabela 2. Dados referentes às reações apresentadas no Esquema 8 ..................................................................................................................................8 Tabela 3. Atividade citotóxica expressa em IC50 pg/mL (IC95%)....................................................................................................................... 29 Tabela 4. Atividade citotóxica expressa em IC50 pg/mL (IC95%)....................................................................................................................... 45 Tabela 5. Dados referentes ao Esquema 24........................................................... 53 Tabela 6. Atividade citotóxica expressa em IC50 pM (pmol L'1)..............................61 Tabela 7. Substâncias e substituintes referentes à figura 55................................. 88 Tabela 8. Atividade tripanocida das substâncias 128-139 e do cristal violeta (CV) ( 122) ............................................................................................................................................................................................................................ Tabela 9. Atividade tripanocida das substâncias 36,140-146...............................90 Tabela 10. Atividade das substâncias avaliadas contra T. cruzi em sua forma tripomastigota..............................................................................................................99 Tabela 11. Atividade das substâncias avaliadas contra T. cruzi em sua forma tripomastigota........................................................................................................... 102 XV Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Figuras LISTA DE FIGURAS Figura 1. Doxorrubicina (21), fármaco utilizado como controle positivo......................................................................................................................... 9 Figura 2. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: KB, HeLa e HepG2 expressas por IC5o ern pM...........................................................................................9 Figura 3. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: HL-60 (leucemia) expressas em pM...................................................................................................... 10 Figura 4. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais expressas em pM. NA = Não avaliada.................................................................................................... 10 Figura 5. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: DU-145 (próstata) expressas em pg/mL................................................................................................. 11 Figura 6. Substâncias 29-30 inibidoras de TOPO II...............................................12 Figura 7. Substâncias naturais da flora brasílica, lapachol (1) e p-lapachona (4)................................................................................................................................13 Figura 8. Derivados previamente descritos na literatura avaliados contra diversas linhagens de células tumorais. Atividade citotóxica expressa por IC50 pg/mL..... 19 Figura 9. Espectro de RMN 1H, 300 MHz, CDCI3, do derivado 50....................... 22 Figura 10. Espectro de correlação 2D-HMBC do derivado meta-N02................. 23 Figura 11. Correlações 1H-13C observadas no espectro 2D HMBC do derivado meta-N02....................................................................................................................23 Figura 12. a) Projeção ORTEP-3 do derivado 45 com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade, b) Projeção ORTEP-3 da cela unitária do derivado 45..................................................................................... 24 Figura 13. a) Projeção ORTEP-3 da substância 47 com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade, b) Projeção ORTEP-3 das interações de hidrogênio no empacotamento da substância 47, elipsóides de vibração térmica a 30% de probabilidade............................................................... 25 XVI Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrãnio N. da S. Júnior Lista de Figuras Figura 14. a) Projeção ORTEP-3 da substância 48 com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade, b) Projeção ORTEP-3 das interações de hidrogênio no empacotamento da substância 48, elipsóides de vibração térmica a 30% de probabilidade...............................................................25 Figura 15. Derivados avaliados em linhagens de células tumorais HL-60 (leucemia). Doxorrubicina (DOXO) utilizada como controle positivo.....................27 Figura 16. Derivados avaliados em linhagens de células tumorais MDA-MB435 (mama). Doxorrubicina (DOXO) utilizada como controlepositivo......................... 28 Figura 17. Derivados avaliados em linhagens de células tumorais MDA-MB435 (mama), HL-60 (leucemia), SF-295 (sistema nervoso central). Doxorrubicina (DOXO) utilizada como controle positivo.................................................................28 Figura 18. Derivados avaliados em linhagens de células tumorais MDA-MB435 (mama), HCT-8 (cólon), células normais (PBMC). Doxorrubicina (DOXO) utilizada como controle positivo.............................................................................................. 29 Figura 19. Atividade citotóxica expressa em IC50 pg/mL (IC95%)...................................................................................................................... 33 Figura 20. Planejamento de quinonas alcóxi substituídas.....................................34 Figura 21. Projeção ORTEP-3 das substâncias 63 e 65 com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade...............36 Figura 22. Projeção ORTEP-3 das interações de hidrogênio no empacotamento da substância 65, elipsóides de vibração térmica a 30% de probabilidade......... 36 Figura 23. Espectro de RMN 1H, 300 MHz, CDCI3, do derivado 66.......................37 Figura 24. Atividade citotóxica expressa em IC50 pg/mL (IC95%)...................................................................................................................... 38 Figura 25. Derivados avaliados em linhagens de células tumorais HL-60 (leucemia) e HCT-8 (cólon)........................................................................................39 Figura 26. Estrutura protótipo para a manutenção de atividade farmacológica...40 XVII Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Figuras Figura 27. Estrutura básica de chalconas..............................................................40 Figura 28. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: MCF-10A e MCF- 12A (epiteliais de mama) expressas em pM...........................................................41 Figura 29. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: MDA-MB435 (mama) e MCF-12A (epiteliais de mama) expressas em pM.................................41 Figura 30. Espectro de RMN 1H, 300 MHz, CDCI3, do derivado 73..................... 43 Figura 31. Espectro de RMN 1H, 300 MHz, CDCI3, do derivado 74..................... 44 Figura 32. Exemplos de substâncias homocíclicas e heterocíclicas................... 48 Figura 33. Exemplos de sistemas monocíclicos e policíclicos.............................49 Figura 34. Derivados heterocíclicos com diversas propriedades farmacológicas: 79 e 81 possuem atividade antitumoral; 80 é inibidor de p-lactamase; 82 possui atividade antifúngica e 83 e 84 tripanocida.............................................................50 Figura 35. Triazóis, benzotriazóis e sais de 1,2,3-triazóis.....................................51 Figura 36. Azetin-2-ona (a), importante para atividade antimicrobiana. Cefatrizina (90)..............................................................................................................................57 Figura 37. Estrutura do Fluconazol (91)..................................................................58 Figura 38. Podofilatoxina (95) e Esteganicina (96), importantes substâncias com atividade antitumoral................................................................................................. 59 Figura 39. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais...................................................................................................................... 61 Figura 40. Intermediários chave para obtenção de quinonas 1,2,3-triazólicas a partir do lapachol (1).................................................................................................. 69 Figura 41. Espectro de Infrevermelho do derivado azido a-lapachona 117........74 Figura 42. Espectro de Infrevermelho do derivado azido (5-lapachona 107........74 Figura 43. Projeção ORTEP-3 do derivado 117 com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade........................................ 75 xviii Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo — Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Figuras Figura 44. Projeção ORTEP-3 do derivado 107 com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade........................................ 75 Figura 45. Espectro de RMN de 1H, CDCI3, 300 MHz, do derivado 120..............78 Figura 46. Atividade citotóxica expressa em IC50 pg/mL (IC95%)......................................................................................................................79 Figura 47. Derivados 1,2,3-triazólicos da nor-(3-lapachona...................................79 Figura 48. Derivados avaliados em linhagens de células tumorais HL-60 (leucemia). Doxorrubicina (DOXO) utilizada como controle positivo......................80 Figura 49. Derivados avaliados em linhagens de células tumorais MDA-MB435 (mama). Doxorrubicina (DOXO) utilizada como controle positivo..........................80 Figura 50. Linhagens de células tumorais avaliadas e uma linhagem de célula normal (PBMC) para 0 composto 107......................................................................81 Figura 51. Distribuição geográfica da doença de Chagas ocorrendo principalmente na América Central e do Sul. Adaptado de Cavalli, A.; Bolognesi, M. L.; J. Med. Chem. In press; DOI: 10.1021/jm9004835......................................83 Figura 52. Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi. Adaptado de Barret e colaboradores.............................................................................................................85 Figura 53. Benznidazol (123), cristal violeta (122) e nifurtimox (124)........................................................................................................................... 86 Figura 54. Substâncias com atividade contra T. cruzi........................................... 87 Figura 55. Substâncias avaliadas contra T. cruzi em sua forma tripomastigota.,88 Figura 56. Substâncias avaliadas contra T. cruzi em sua forma epimastigota.... 93 Figura 57. 3-arilamino-nor-|3-lapachonas, 3-alcoxi-nor-p-lapachonas e (3- lapachonas 1,2,3-triazólicas avaliadas contra T. cruzi........................................... 94 Figura 58. Cristal violeta (122) e Benznidazol (123). Os valores descritos acima são correspondente ao IC50/24 h expresso em pM para o efeito lítico na forma tripomastigota do T. cruzi......................................................................................... 97 Figura 59. Precursores sintéticos, naftoquinonas e heterocíclicos com atividade tripanocida. Os valores são correspondentes ao IC50/24 h expressos em pM para o efeito lítico na forma tripomastigota do T. cruzi................................................... 97 XIX Instituto de Ouímica - UnB Tese de Doutorodo - Eufránio N. da S. Júnior Lista de Figuras Figura 60. Substâncias com atividade tripanocida. Os valores são correspondentes ao IC50/24 h expressos em pM para o efeito lítico na forma tripomastigota do T. cruzi.........................................................................................98 Figura 61. Derivados 41-51 avaliados contra o T. cruzi em sua forma tripomastigota. Benznidazol (123) (Benz.), fármaco utilizado como padrão positivo.................................................................................................................... 100 Figura 62. Substâncias 107, 117-121 avaliadas contra o T. cruzi em sua forma tripomastigota. Benznidazol (123) (Benz.), fármaco utilizado como padrão positivo..................................................................................................................... 103 Figura 63. Derivados avaliados contra o T. cruzi em sua forma tripomastigota. Benznidazol (123) (Benz.),fármaco utilizado como padrão positivo...................104 Figura 64. Benzoxazina (172), quelactonas (173) e 3-hidróxi-(3-lapachona (16)........................................................................................................................... 111 Figura 65. Espectro de RMN de 1H, 300 MHz, CDCI3, do sólido obtido da reação do lapachol (1) e Pb02............................................................................................119 Figura 66. Espectro de RMN de 13C, 75 MHz, CDCI3 do sólido obtido da reação do lapachol (1) e Pb02............................................................................................ 119 Figura 67. Estruturas propostas para reação entre lapachol (1) e Pb0 2......................................................................................................................... 120 Figura 68. HMBC - expansão região dos carbonos das carbonilas.....................120 Figura 69. Projeção ORTEP-3 do ‘peróxido lapachol’ com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade......................................121 Figura 70. Empacotamento das moléculas de ‘peróxido lapachol’.................... 121 Figura 71. Estrutura corrigida do 'peróxido lapachol’ (70)..................................122 Figura 72. Espectro de RMN 1H, 300 MHz, CDCI3, da fenazina 188................123 Figura 73. Espectro de RMN 13C, 75 MHz, CDCI3, da fenazina 188.................123 Figura 74. Espectro de RMN 13C, 75 MHz, CDCI3, da substância 204............................................................................................................................ 128 Figura 75. Espectro de RMN de 1H, 300 MHz, CDCI3, ‘peróxido fitiocol’ (209)......................................................................................................................... 129 XX Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Figuras Figura 76. Projeção ORTEP-3 do ‘peróxido fitiocol’ com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade......................................130 Figura 77. Projeção ORTEP-3 da nordihidrolapachenona (211) com os átomos identificados e elipsóides de vibração térmica a 50% de probabilidade...........................................................................................................133 XXI Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Esquemas LISTA DE ESQUEMAS Esquema 1. Primeira síntese do lapachol (1) descrita por Fieser, L. F., em 1927.............................................................................................................................. 2 Esquema 2. Obtenção da P-lapachona (4) por ciclização do lapachol d )....................................................................................................................... 3 Esquema 3. Síntese total do lapachol (1) descrita por Ghera e David................... 4 Esquema 4. Síntese do lapachol (1) descrita por Spyroudis, S. e colaboradores...............................................................................................................5 Esquema 5. Substâncias substituídas no anel C com atividade farmacológica...............................................................................................................6 Esquema 6. Nor-lapachonas com atividade tripanocida substituídas no anel c ....................................................................................................................................7 Esquema 7. Organocatálise para a formação de a-lapachonas assimétricas...... 7 Esquema 8. Formação de (3-lapachonas assimétricas por reações de isomerização................................................................................................................8 Esquema 9. Processo de extração do lapachol (1)................................................14 Esquema 10. Rota proposta para obtenção de nor-lapachonas substituídas no anel C..................................................................................... 15 Esquema 11. Rota proposta para obtenção de amino chalconas.........................15 Esquema 12. Rota proposta para obtenção de nor-lapachonas chalcona substituídas................................................................................................................16 Esquema 13. Exemplos de substâncias obtidas por modificação do anel C e centro redox da P-lapachona (4).............................................................................. 18 Esquema 14. Obtenção de derivados potencialmente ativos contra linhagens de células tumorais......................................................................................................... 18 Esquema 15. Nor-P-lapachonas arilamino substituídas (41-52)...........................20 Esquema 16. Mecanismo proposto para a formação dos derivados arilamino quinoidais...................................................................................................................21 Esquema 17. Síntese das amino 1,4-naftoquinonas 55 e 57................................ 32 XXII Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Esquemas Esquema 18. Síntese da amino 1,4-naftoquinona 59............................................ 32 Esquema 19. Síntese da amino 1,4-naftoquinona 61............................................ 32 Esquema 20. Quinonas alcóxi-substituídas............................................................ 35 Esquema 21. Obtenção de nor-(3-lapachona chalcona-substituída...................... 42 Esquema 22. Rota sintética para a obtenção da nor-p-lapachona chalcona- substituída 74............................................................................................................ 42 Esquema 23. Reação de Wolff para a formação de triazóis substituídos........... 52 Esquema 24. Mecanismo da formação de triazóis segundo Weiss e colaboradores................................................................. 53 Esquema 25. Reação de ciclização 1,3-dipolar para a formação de triazóis...... 54 Esquema 26. Ciclo catalítico descrito por Sharpless et al. Reação de cicloadição entre alcinos e azidas catalisadas por cobre........................................................... 55 Esquema 27. Mecanismo proposto por Sharpless et al. para a formação do triazol 1,5-dissubstituído............................................................................................ 56 Esquema 28. Obtenção de 94 por hibridização molecular utilizando a reação Click”......................................................................................................................... 58 Esquema 29. Obtenção da aza esteganicina (100)............................................... 59 Esquema 30. Obtenção do derivado quinona-triazol 84....................................... 61 Esquema 31. Funcionalização do anel C de nor-lapachonas e lapachonas....... 62 Esquema 32. Rota proposta para obtenção de nor-lapachonas substituídas no anel C............................................. 63 Esquema 33. Rota proposta para obtenção de lapachonas substituídas no anel Esquema 34. Síntese do intermediário azida nor-(3-lapachona (101)..................66 Esquema 35. Tentativa de obtenção da nor-p-lapachona tetrazólica 108.......... 67 Esquema 36. Reação da azida nor-(3-lapachona (101) para obtenção do derivado tetrazólico 108...........................................................................................................67 Esquema 37. Síntese do intermediário (109)........................................................ 68 XXIII Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Esquemas Esquema 38. Inserção do grupo 1,2,3-triazólico no anel C da {3-lapachona (4)...............................................................................................................................69 Esquema 39. Exemplos de reações com lapachol (1) para formação de [3- lapachonas substituídas........................................................................................... 70 Esquema 40. Obtenção de p-lapachonas-1,2,3-triazólicas.................................... 70 Esquema 41. Tentativa de obtenção de p-lapachonas substituídas................... 71 Esquema 42. Intermediários formados dos derivados 3-bromo-nor-p-lapachona (34), 3-bromo-nor-a-lapachona (113) e 4-bromo-a-lapachona (114), respectivamente, nas reações de substituição com diferentes nucleófilos...........72 Esquema 43. Bromo-p-lapachona (115) formaria o intermediário necessário para que ocorra a reação com azida de sódio e subsequente formação da substância 116.............................................................................................................................. 72 Esquema 44. Obtenção do intermediário chave azida-(3-lapachona 107............. 73 Esquema 45. Mecanismo proposto para a formação dos derivados 117 e 107.............................................................................................................................. 76 Esquema 46. Obtenção dos derivados (3-lapachonas 1,2,3-triazólicos substituídos................................................................................................................77 Esquema 47. Substâncias avaliadas contra T. cruzi em sua forma epimastigota...............................................................................................................89 Esquema 48. Substâncias avaliadas contra T. cruzi em sua forma epimastigota. Valores de IC50 dados em pM.................................................................................. 9° Esquema 49. Os valores são correspondentes ao IC5o/24 h expressos em pM para o efeito lítico na forma tripomastigota do T. cruzi...........................................91 Esquema 50. Os valores são correspondentes ao IC50/24 h expressos em pM para o efeito lítico na forma tripomastigota do T. cruzi........................................... 91 Esquema 51. Os valores são correspondentes ao IC5o/24 h expressos em pM para o efeito lítico na forma tripomastigota do T. cruzi........................................... 92 Esquema 52. Obtenção de derivados potencialmente ativos contra o T. cruzi.......................................................................................................................... 101 XXIV Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufránio N. da S. Júnior Lista de Esquemas Esquema 53. Obtenção de derivados potencialmente ativos contra o T. cruzi. Os valores descritos acima são correspondente ao IC50/24 h expresso em pM para o efeito lítico na forma tripomastigota do T. cruzi..................................................... 103 Esquema 54. Obtenção de heterocíclicos a partir do lapachol (1)......................107 Esquema 55. Obtenção de macrociclos a partir do lapachol (1).........................108 Esquema 56. Obtenção de azepinas a partir do lapachol (1).............................. 109 Esquema 57. Naftoxazol obtido a partir da p-lapachona (4)............................... 109 Esquema 58. Mecanismo proposto para a formação de oxazóis a partir de lapachonas...............................................................................................................110 Esquema 59. Cromeno obtido a partir da P-lapachona (4)................................. 110 Esquema 60. Obtenção da oxirana da p-lapachona (4) pela reação com diazometano.............................................................................................................111 Esquema 61. Síntese dos derivados cíclicos 174 e 175 a partir da 3-hidroxi-P- lapachona (16)..........................................................................................................112 Esquema 62. Síntese dos derivados 178 e 179 a partir de 176..........................112 Esquema 63. Obtenção dos derivados 180 e 181 a partir de 179......................113 Esquema 64. Síntese das substâncias 182 e 183 obtidas por hibridização molecular.................................................................................................................. 113 Esquema 65. Obtenção de heterocíclicos funcionalizados a partir do lapachol (1) e Investigação da reação de oxidação de Hooker com Pb02............................... 114 Esquema 66. Substâncias que serão estudadas para a obtenção de heterocíclicos............................................................................................................115 Esquema 67. Reação para obtenção do peróxido lapachol descrita por Hooker...................................................................................................................... 117 Esquema 68. Reação para a obtenção da fenazina de Ettlinger.......................... 117 Esquema 69. Reação de formação da difenazina 187, que poderia ocorrer com o derivado proposto por Ettlinger.............................................................................. 118 Esquema 70. Formação da fenazina 188 a partir do “peróxido lapachol” (70)........................................................................................................................... 122 XXV Instituto de Química - UnB Tese de Doutorodo - Eufrânio N. da S. Júnior Lista de Esquemas Esquema 71. Tentativa de obtenção do ‘peróxido nor-lapachol’........................124 Esquema 72. Tentativa de obtenção do ‘peróxido iso-lapachol’........................124 Esquema 73. Mecanismo proposto para a reação entre nor-lapachol (33) e Pb02.........................................................................................................................125 Esquema 74. Reagentes e condições: (i) EtOH, 10 mol % Pd/C, 30 psi de H2, 15 min; (ii) AcOH, 10 mol % Pd/C, 55 psi de H2, 6 h; (iii) AcOH, Pb02....................126 Esquema 75. Reagentes e condições: (i) EtOH, 10 mol % Pd/C, 30 psi de H2, 15 min; (ii) AcOH, 10 mol % Pd/C, 55 psi de H2, 6 h; (iii) AcOH, Pb02.....................127 Esquema 76. Reação do fitiocol (53) com Pb02 para obtenção do esperado ‘peróxido fitiocol’ (209).............................................................................................129 Esquema 77. Reação do fitiocol (53) com Pb02 para obtenção do ‘peróxido fitiocol’ (71)...............................................................................................................130 Esquema 78. Ciclização do lapachol (1) para p-lapachona (4) e a-lapachona (142)......................................................................................................................... 131 Esquema 79. Obtenção do produto natural tetra id rotectol (210)......................... 131 Esquema 80. Obtenção do produto natural tetraidrotectol (210) e nordiidrolapachenona (211).....................................................................................132 XXVI Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Intróito INTRÓITO Este projeto teve o intuito de desenvolver novos protótipos ativos contra o Trypanosoma cruzi e contra tumores malignos. Todo o trabalho foi baseado na interdisciplinaridade, compreendendo a química orgânica sintética e a biologia experimental, focando a consolidação de novas veredas na quimioterapia da doença de Chagas e obtenção de substâncias antitumorais. Nos dois estudos, mostramos que novos protótipos estruturais sob o ponto de vista químico foram descobertos, utilizando como matéria prima de partida insumos da flora brasílica, lapachol e p-lapachona, aspectos que referendam a biodiversidade da nossa flora como um banco de micromoleculas de valor aos farmacologistas e à química orgânica. Este trabalho, por envolver avaliações farmacológicas distintas foi dividido em capítulos. No capítulo I é apresentada a síntese e atividade antitumoral de 2- amino 1,4-naftoquinonase nor-p-lapachonas arilamino e alcóxi-substituídas. O capítulo II foi dedicado em discutir a síntese e atividade antitumoral de (3- lapachonas 1,2,3-triazólicas. Os aspectos referentes à atividade tripanocida das substâncias é apresentado no capítulo III. Novas introspecções à química heterocíclica foram apresentadas no capítulo IV. XX v i i Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Cavítulo I CAPÍTULO I Síntese e atividade antitumoral de 2-amino 1,4-naftoquinonas e nor-P-lapachonas arilamino e alcóxi-substituídas Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução CAPÍTULO I 1. INTRODUÇÃO 1.1. Quinonas: aspectos gerais A classe de substâncias dienonas cíclicas é conhecida como quinonas. Estas substâncias são classificadas segundo o esqueleto carbônico aromático de que são advindas, como exemplo: benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas e fenantroquinonas, estruturalmente relacionadas ao anel benzênico, naftalênico, antracênico e fenantrênico, respectivamente. A estrutura quinoidal está presente em substâncias participantes de muitos processos biológicos, como reações de fotossíntese e de transferência de elétrons.1 A principal propriedade química das quinonas é a qualidade de sofrer oxidação-redução no meio biológico. Quando reduzidas, ocorre a formação de um radical semiquinona, que pode ser oxidado quando ocorre a transferência de elétrons a uma molécula ou radical aceptor. Se a molécula tiver oxigênio, este será reduzido a ânion superóxido, levando a seguir à formação de radical hidroxila, conhecido por causar danos a membranas biológicas e a interferir em diferentes vias biossintéticas.2 1.2. Quinonas de Tabebuia: lapachol e p-lapachona O lapachol (1), uma substância naftoquinoidal, foi primeiramente isolado em 1858.3 Posteriormente, em 1882,4 Patemò realizou estudos na tentativa de elucidar sua estrutura. Hooker, entre 1892-1896,5 conseguiu propor uma estrutura 1 Patai, A. The Chemistry of the Quinoidal Compounds. London: John Wiley Sons; 1974. p. 347. 2 Monks, T.J.; Hanslik, R. P.; Cohen, G. M.; Ross, D.; Graham, D. G.; Toxicol. Appl. Pharmacol. 1992, 112,2. 3 Arnaudon, M.; Comptes Rendus Hebdomadares. Des Sianes ‘L'Acord. Des Science. 1858, 46, 1152. 4 Patemò, E.; Gazz. Chim. Ital. 1882, 12, 387. 5 a) Hooker, S. C.; J. Chem. Soc. 1892, 62, 611. (b) Hooker, S. C.; ibid. 1896, 69, 1355. I Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução finalmente confirmada por Fieser que a sintetizou em 19276 por meio da alquilação do sal de prata da lausona (2) com 1-bromo-3-metil-but-2-eno em uma solução etérea a 0 °C (Esquema 1). Na reação realizada por Fieser, foram obtidas as substâncias hidroxinaftoquinona em 77%, produto O-alquilado (3) em apenas 3% e lapachol (1) em rendimento irrisório (5%). Esquema 1. Primeira síntese do lapachol (1) descrita por Fieser em 1927 6 O lapachol (1) foi inicialmente extraído do lenho da árvore argentina conhecida pelos índios como "lapacho" (Bignoniaceae) e hoje sabe-se que esta substância está presente em diversas espécies das famílias Bignoniaceae, Verbenaceae e Proteaceae. As plantas do gênero Tabebuia são típicas de áreas tropicais e subtropicais, sendo que no Brasil, o lapachol (1) é encontrado em grandes quantidades nas árvores deste gênero. Aproximadamente 250 espécies são pertencentes ao gênero Tabebuia e algumas são conhecidas popularmente como “Ipê”.7 Dentre as diversas espécies conhecidas do gênero Tabebuia, a espécie Tabebuia avellanedae é conhecida no Brasil como Ipê Roxo, Pau dArco Roxo, dentre outros nomes regionais. O “Ipê Roxo” apresenta floração com coloração púrpura e é comumente encontrado em diversas regiões do país. Com a descoberta que o lapachol (1) apresenta atividade contra carcinoma Walker 256,8 esta substância tomou-se alvo de diversas pesquisas. O interesse em estudar o lapachol (1) também pode ser atribuído às inúmeras atividades 6 Fieser, L. F.; J. Am. Chem. Soc. 1927, 49, 857. 7 Nakano, K.; Maruyama, K.; Murakami, K.; Phytochem. 1993, 32, 371. 8 Rao, K. V.; McBride, T. J.; Oleson, J.; J. Cancer Res. 1968, 2 8 ,1952. 2 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução farmacológicas apresentadas por esta substância, a saber: molucicida,9 antitumoral,10 antivirótica,11 antimalarial,12 tripanocida,13 entre algumas outras propriedades conhecidas. O lapachol (1) pode ser ciclizado em meio ácido para obtenção da (3- lapachona (4), Esquema 2, uma importante substância, que atualmente está em fase II de triagem clínica14 15 16 devido à sua atividade contra o câncer de próstata. Além disso, apresenta importante atividade tripanocida.15,16-17 As atividades farmacológicas da (3-lapachona (4) estão relacionadas com a geração de espécies reativas de oxigênio,18 por exemplo, a formação endógena de radicais livres e intercalação com o DNA.19 Esquema 2. Obtenção da [3-lapachona (4) por ciclização do lapachol (1) 9 dos Santos, A. F.; Ferraz, P. A. L; de Abreu, F. C.; Chiari, É.; Goulart, M. O. F.; Sant’Ana, A. E. G.; Planta Med. 2001, 92. 10 Balassiano, I. T.; de Paulo, S. A.; Silva, N. H.; Cabral, M. C.; Carvalho, M. G. C.; Oncology Reports 2005, 13, 329. 11 Sacau, E. P.; Estevez-Braun, A.; Ravelo, Á. G.; Ferro, E. A.; Tokuda, H. T.; Mukainaka, T.; Nishino, H.; Bioorg. Med. Chem. 2003, 11, 483. 12 Thompson, P. E.; Werbel, L. M. Antimalarial Agents: Chemistry and Pharmacology. In Medicinal Chemistry. A Series of Monographs; De Stevens, G., Ed.; Academic: New York, 1972; p 395. 13 Salas, C.; Tapia, R. A.; Ciudad, K.; Armstrong, V.; Orellana, M.; Kemmerling, U.; Ferreira, J.; Maya, J. D.; Morello, A.; Bioorg. Med. Chem. 2008, 16, 668. 14 Bey, E. A.; Bentle, M. S.; Reinicke, K. E.; Dong, Y.; Yang, C.-R.; Girard, L; Minna, J. D.; Bornmann, W. G.; Gao, J.; Boothman, D. A.; Proc. Nat. Acad. Sci. - PNAS 2007, 104, 11832. 15 Docampo, R.; Lopes, J. N.; Cruz, F. S.; de Souza, W.; Exp. Parasitol. 1977, 42, 142. 16 Lopes, J. N.; Cruz, F. S.; Docampo, R.; Vasconcellos, M. E.; Sampaio, M. C.; Pinto, A. V.; Gilbert, B.; Ann. Trop. Med. Parasitol. 1978, 72, 523. 17 Pinto, A. V.; Pinto, M. C. F. R.; Gilbert, B.; Pelegrino, J.; Mello, R. T.; Trans. Roy. Soc. Trop. Med. Hyg. 1977, 7 1 ,133. 18 Portela, M. P. M.; Villamil, S. H. F.; Perissinotti, L. J.; Stoppani, A. O. M.; Biochem. Pharmacol. 1996, 52, 1875. 19 Chau, Y. P.; Shiah, S. G.; Don, M. J.; Kuo, M. L.; Free. Rad. Biol. Med. 1998, 24, 660. 3 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução Apesar das diversas rotas existentes, há carência de uma rota sintética em poucas etapas e com rendimentos satisfatórios para a obtenção do lapachol (1). Algumas metodologias sintéticas foram descritas na literatura para obtenção de 1, como por exemplo, a metodologia de Ghera e David,20 e mais recentemente Spyroudis.21 Ghera e David relataram a síntese total do lapachol (1), utilizando o derivado o-benzênico 5, para obtenção do intermediário chave 7. As reações entre malonatos substituídos e bromossulfonas resultam na alquilação dos malonatos, seguindo-se de acilação intramolecular do carbânion a-sulfonila, fornecendo o intermediário 7 utilizado para a preparação do lapachol (1) (Esquema 3). A metodologia empregada por Spyroudis e colaboradores21 para a obtenção do lapachol (1), foi a utilização de lausona (10) para reação de acoplamento catalisada por Pd(PPh3)4 e ácido 1-adamantanocarboxílico obtendo-se o produto desejado em baixo rendimento (Esquema 4). 20 Ghera, E.; Ben-David, Y.; J. Org. Chem. 1985, 50, 3355. 21 Kazantzi, G.; Malamidou-Xenikaki, E.; Spyroudis, S.; Synlett 2007, 3, 427. 4 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufránio N. da Silva Júnior Capítulo 1 - Introdução Esquema 4. Síntese do lapachol (1) descritapor Spyroudis e colaboradores21 Apesar de algumas rotas sintéticas descritas na literatura para a síntese do lapachol (1), as espécies de Tabebuia continuam sendo a principal fonte de obtenção deste produto natural. Recentemente, tanto o lapachol (1) quanto a (3- lapachona (4) foram disponibilizadas no catálogo da Aldrich, sendo que o preço destas substâncias é significativo, 100 mg de lapachol (1) custa R$ 141,00 e são cobrados exorbitantes R$ 503,00 por 5 mg de p-lapachona (4).22 23 24 25 1.3. Lapachonas substituídas no anel C Uma importante estratégia para a obtenção de para e orto quinonas bioativas é a substituição do anel C destas substâncias. Esta abordagem vem sendo utilizada com sucesso e vários exemplos de quinonas substituídas neste anel com atividade farmacológica foram descritos.13 23 24 25 Sacau e colaboradores descreveram diversas substâncias 11-16, substituídas no anel C, com atividade anti-plasmodial26 e antitumoral.27 As reações entre lapachol (1) com (NH4)2Ce(N02)6 (CAN) em metanol e a reação com ácido 22 Consulta realizada no site da Aldrich, http://www.siqmaaldrich.com/brazil.html. em 22 de agosto de 2009. 2 3 Kongkathip, N.; Kongkathip, B.; Siripong, P.; Sangma, C.; Luangkamin, S.; Niyomdecha, M.; Pattanapa, S.; Piyaviriyagul, S.; Kongsaeree, P.; Bioorg. Med. Chem. 2003, 11, 3179. 24 Ravelo, A. G.; Estevez-Braun, A.; Chávez-Orellana, H.; Pérez-Sacau, E.; Mesa-Siverio, D.; Curr. Top. Med. Chem. 2004, 4, 241. 2 5 Pereira, E. M.; Machado, T. B.; Leal, I. C. R.; Jesus, D. M.; Damaso, C. R. A.; Pinto, A. V.; Giambiagi-deMarval, M.; Kuster, R. M.; dos Santos, K. R. N.; Ann. Clin. Microbiol. Antimicrob. 2006, 5, 1. 26 Sacau, E. P.; Braun, A. E.; Ravelo, A. G.; Yapu, D. G.; Turba, A. G.; Chem. Biod. 2005, 2, 264. 2 7 Pérez-Sacau, E.; Diaz-Penate, R. G.; Estévez-Braun, A.; Ravelo, A. G.; Garcia-Castellano, J. M.; Pardo, L.; Campillo, M.; J. Med. Chem. 2007, 50, 696. 5 http://www.siqmaaldrich.com/brazil.html Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução meta-cloroperbenzóico permitiram a obtenção das substâncias substituídas, Esquema 5. o o 12. 15% (NH4)2Ce(N02)6 CH3CN/H20 T.A. Esquema 5. Substâncias substituídas no anel C com atividade farmacológica.2 6 ,2 7 O grupo de pesquisa do Professor Antônio V. Pinto, do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem trabalhando para a obtenção de quinonas ativas contra o Trypanosoma cruzi e a abordagem de substituição do anel C de lapachonas foi recentemente realizada com sucesso (Esquema 6), obtendo-se substâncias com potente atividade contra o T. cruzi em sua forma tripomastigota e epimastigota.28 A atividade tripanocida de nor-lapachonas é intensificada ao inserirmos substituintes no anel C, como por exemplo, iodo e o anel arilamino. Estes resultados serão discutidos com mais detalhes à frente. 28 Silva, R. S. F.; Costa, E. M.; Trindade, U. L. T.; Teixeira, D. V.; Pinto, M. C. F. R.; Santos, G. L; Malta, V. R. S.; de Simone, C. A.; Pinto, A. V.; de Castro, S. L; Eur. J. Med. Chem. 2006, 41, 5 2 6 . 6 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo l - Introdução Esquema 6 . Nor-lapachonas com atividade tripanocida substituídas no anel C .28 Recentemente, a estratégia de organocatálise assimétrica foi utilizada para a obtenção de a e p-lapachonas substituídas no anel C.29 O éter diarilprolinol foi utilizado como catalisador. Após a formação do íon imínio pela reação de aldeídos a.p-insaturados e o éter diarilprolinol, o mesmo foi reagido com lausona (10) fornecendo derivados substituídos no anel C. No Esquema 7 e Tabela 1, são mostrados alguns exemplos, com excessos enantioméricos entre 90 e 99%. H OTMS 20 moí% a - Ar = Ph b - Ar = 3 ,5 -(CF3 )2 -C6 H3 Esquema 7. Organocatálise para a formação de a-lapachonas assimétricas.29 Tabela 1. Dados referentes à reação apresentada no Esquema 7.29 Entrada T (°C) Catalisador Tem po (h) Solvente R endim ento (%) ee (%) 1 T.A. b 20 DM SO 78 98 2 0 a 20 Et20 48 90 3 0 a 20 CH2CI2 71 90 4 -20 a 40 CH 2CI2 76 92 5 -20 b 40 CH 2CI2 77 99 6 -20 b 40 Tolueno 69 98 Rueping, M.; Sugiono, E.; Merino, E.; Angew. Chem. Int. Ed. 2008, 47, 3046. 7 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução As substâncias a-lapachonas assimétricas foram submetidas a reações com boro hidreto de sódio e HCI ou H2S04 20% para a formação de (3-lapachonas assimétricas, produto de isomerização (Esquema 8 e Tabela 2). A formação de (3- lapachonas ocorreu sem a perda da enantiopureza como exemplificado no Esquema 8. c h 2ci2 Esquema 8 . Formação de 3-lapachonas assimétricas por reações de isomerização.29 Tabela 2. Dados referentes às reações apresentadas no Esquema 8 . 29 Entrada R T (°C) Catalisador Tempo (h) Rendimento (%) a-lap. ee (%) a-lap. Rendimento (%) p-lap. ee (%) P-lap. 1 2-C IC6H4 T.A. b 24 5 0 - 9 9 9 0 - 9 9 2 2-CIC6H4 T.A. a 24 5 7 -9 9 9 0 -9 9 3 C 10H21 -20 b 24 4 3 - 9 9 5 5 -9 9 4 2-BrC6H4 0 b 24 8 7 -9 2 6 6 - 9 2 5 4-C H 3OC6H4 0 b 24 51 -9 3 61 -9 0 6 2-C H3C6H4 T.A. a 24 5 7 - 9 6 4 3 - 9 4 1.4. Lapachonas e sua potente atividade antitumoral Em geral, lapachonas substituídas no anel C apresentam potente atividade antitumoral. Neste tópico, serão apresentados exemplos de lapachonas com potencial atividade antitumoral obtidas de fontes naturais e sintéticas. Recentemente, Kongkathip e colaboradores23 mostraram a obtenção de lapachonas substituídas no anel C com potente atividade citotóxica contra linhagens de células tumorais, KB (carcinoma epidermóide humano), HeLa (carcinoma cervical humano) e HepG2 (carcinoma hepatocelular humano). 8 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução Na Figura 2, são apresentadas lapachonas e valores de citotoxidade contra linhagens de células tumorais expressos em pM. Doxorrubicina (21) (Figura 1) foi utilizada como controle positivo apresentando valores de IC50 em pM de 0,033; 0,33 e 0,40 para KB, HeLa e HepG2, respectivamente. o oh o Figura 1. Doxorrubicina (21), fármaco utilizado como controle positivo. 0 O OU . 0 _ X / ° 1 1 1 22 ( O 18 O —/ 23 0 ~ J KB = 3.22 ± 0.224 KB = 2.24 ± 0 .24 1 KB = 3.05 ± 0 ,1 9 5 HeLa = 0.92 ± 0 .248 HeLa = 2 .46 ± 0 .17 1 H eLa = 2.85 ± 0 .2 1 0 H epG i = 1.07 ± 0 .2 7 6 H epG : = 2.41 ± 0 .1 5 8 H epG ; = 3.00 ± 0.040 Figura 2. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: KB, HeLa e HepG2 expressas por IC50 em pM .2 3 Uma série de lapachonas obtidas a partir do lapachol (1) e descritas em diversos trabalhos foram sumarizadas em 2007 por Ravelo e colaboradores, onde foi relatada a atividade antitumoral dos referidos compostos.27 As substâncias foram avaliadas contra linhagens de células tumorais HL-60 (leucemia). A Figura 3 mostra os valores de IC50 em pM para as substâncias com maior atividade. 9 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução Substâncias 4 2 4 2 5 14 2 6 HL-60 0,27 ± 0,04 0.57 ± 0,02 0,55 ± 0 ,1 1,97 ± 0 .3 0.13 ± 0 ,0 2 Figura 3. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: HL-60 (leucemia) expressas em pM .2 7 1,4-Naftoquinonas com atividade contra linhagens de células tumorais, como por exemplo: PC-3 (próstata), A549 (pulmão), Fb (pele) e IE (cólon) foram recentemente descritas por lida e colaboradores.30 As substâncias 27 e 28 foram sintetizadas em seis etapas, isoladas em sua forma enantiomérica pura e avaliadas contra diversas linhagens de células tumorais, apresentando valores de EC50 abaixo dos valores descritos para o lapachol (1) e (3-lapachona (4), para PC-3 e A-549 (Figura 4). OH O O rS i T \ _ isy iT (S)/li / Y ^ ° Ê>H ti "O 't)H 0 OH o 27 28 Substâncias PC-3 A-549 IE Fb 2 7 0,14 0,78 54,5 1 U 2 8 1,57 4,31 NA NA Lapachol(1) 1,97 4,78 NA NA (3-lapachona (4) 1,13 4,21 NA NA Figura 4. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais expressas em pM . 3 0 NA = Não avaliada. 3 0 Yamashita, M.; Kaneko, M.; Tokuda, H.; Nishimura, K.; Kumeda, Y.; lida, A.; Bioog. Med. Chem. 2009, 17, 6286. 10 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da Silva Júnior Capitulo I - Introdução Baskaran e colaboradores31 também relataram a síntese e atividade antitumoral de furanonaftoquinonas. As substâncias 11 e 12 (Figura 5), são menos ativas do que (3-lapachona (4), mas apresentam valores de IC50 próximos ao da doxorrubicina (21), fármaco utilizado como controle positivo, e podem ser consideradas como importantes protótipos para a obtenção de novas moléculas com atividade antitumoral. Substâncias DU-145 11 4,73 12 4,41 P-lapachona (4) 1,80 Doxorrubicina (21) 2,12 Figura 5. Citotoxidade contra linhagens de células tumorais: DU-145 (próstata) expressas em pg/mL.31 Sabe-se que naftoquinonas atuam como inibidoras de topoisomerases II (TOPO II), proporcionando importante atividade antitumoral.32 Recentemente, Estevez-Braun e colaboradores33 obtiveram diversas piranonaftoquinonas análogas à P-lapachona (4) que inibiram TOPO II. A Figura 6 exemplifica algumas substâncias descritas como inibidoras desta enzima. 3 1 Eyong, K. O.; Kumar, P. S.; Kuete, V.; Folefoc, G. N.; Nkengfack, E. A.; Baskaran, S.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2008, 18, 5387. 3 2 da Silva, M. N.; Ferreira, V. F.; de Souza, M. C. B. V.; Quim. Nova, 2003, 26, 407. II Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrãnio N. da Silva Júnior Capítulo I - Introdução Estudos de modelagem computacional realizados pelo grupo de Estevez- Braun indicaram que a introdução dos anéis D, E e F melhora a inibição de TOPO II e, consequentemente, estas substâncias podem ser utilizadas como protótipos de partida para o planejamento de lapachonas potencialmente ativas contra o câncer. 33 3 3 Jiménez-Alonso, S.; Orellana, H. C.; Estevez-Braun, A.; Ravelo, A. G.; Pérez-Sacau, E.; Machín, F.; J. Med. Chem. 2008, 51, 6761. 12 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Objetivos 2. O B JETIVO S Este capítulo dispõe-se à investigação do uso de metodologias da química orgânica na obtenção de quinonas substituídas no anel C e avaliação contra linhagens de células tumorais. Substâncias naturais da flora brasílica, como o lapachol (1) e a p-lapachona (4) (Figura 7) serão o ponto de partida do nosso estudo, cujos sucedâneos têm a propensão de delinear novos protótipos voltados à quimioterapia antitumoral. o o o Lapachol (1) p-Lapachona(4) Figura 7. Substâncias naturais da flora brasílica, lapachol (1) e p-lapachona (4). 13 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítido I - Metodologia 3. METODOLOGIA 3.1. Extração do lapachol O lapachol (1), uma naftoquinona natural, é extraída do cerne de algumas espécies de Bignoneaceas. Em geral, o gênero utilizado é Tabebuia avellanedae (ipê roxo), devido este gênero apresentar grandes quantidades do produto natural. O método de obtenção do lapachol (1) é por extração ácido-base.34 Inicialmente, é formado o sal do lapachol (32), utilizando-se bases como NaOH ou Na2C 03. Em seguida, o lapachol (1) é precipitado por neutralização com HCI e filtrado. A substância é purificada após uma série de recristalizações com solvente apropriado, como por exemplo, hexano. O rendimento para a extração do lapachol (1) está condicionado ao tipo de Ipê utilizado e à maturação da planta, dentre outras variáveis. Em geral, 50,0 g de serragem de ipê fornecem em torno de 1,0 g de lapachol (1). Extração com bases fortes, Ipê Roxo Esquema 9. Processo de extração do lapachol (1) 3.2. Preparação de nor-p-lapachonas substituídas no anel C Para a obtenção de furanonaftoquinonas substituídas no anel C, as rotas sintéticas propostas passam pela formação do nor-lapachol (33) por reação de 3 4 Ferreira. V. F.; Química Nova na Escola, 1996, 4, 35. 1 4 Instituto de Química - (JnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Metodologia oxidação no lapachol (1),35 seguida de ciclização do nor-lapachol (33) para a formação do bromo derivado 34, intermediário chave para as subsequentes reações (Esquema 10). Foram sintetizadas naftoquinonas arilaminas e alcóxi-substituídas. A 3- bromo-nor-p-lapachona (34) foi submetida à reação de substituição nucleofílica com arilaminas e alcoóis substituídos. Esquema 10. Rota proposta para obtenção de nor-lapachonas substituídas no anel C 3.3. Preparação de nor-p-lapachonas chalconas substituídas Para a preparação de nor-(3-lapachonas substituídas por chalconas, inicialmente, é necessário a síntese de amino chalconas. As aminas chalconas podem ser obtidas por reação de condensação entre a 3-amino acetofenona (35) e aldeídos substituídos (Esquema 11). Esquema 11. Rota proposta para obtenção de amino chalconas. 3 5 Fieser, L. F.; Fieser, M. J. Chem. Soc. 1948, 70, 3215. 1 5 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado — Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Metodologia A reação entre amino chalconas e a 3-bromo-nor-p-lapachona (34) foi realizada para a formação das substâncias requeridas (Esquema 12). Esquema 12. Rota proposta para obtenção de nor-lapachonas chalcona substituídas. 3.4. Ensaios farmacológicos: estudo da atividade citotóxica em linhagens de células tumorais e normais Todas as substâncias obtidas foram avaliadas in vitro contra quatro linhagens de células tumorais (MDA-MB435 - mama; HL-60 - leucemia; HCT-8 cólon e SF-295 - sistema nervoso central), em comparação com a doxorrubicina, usando o ensaio MTT.36 A seletividade dos compostos em relação às células normais foi investigada por meio do ensaio Alamar Blue para avaliação da atividade antiproliferativa em Células Mononucleares Periféricas do Sangue (PBMC). Os derivados foram classificados segundo a concentração que induz 50% de inibição do crescimento celular (IC50) em pg/ml_'1, e segundo os valores de IC50 foram considerados como altamente ativos (IC50 < 1 pg/mL), moderadamente ativos (IC50 < 5 pg/mL) ou inativos (IC50 > 5 pg/mL). Estes estudos foram realizados na Universidade Federal do Ceará, pelo grupo da professora Claudia Pessoa. 3 6 Mosmann, T.; J. Immunol. Methods 1983, 65, 55. 16 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Resultados e Discussão 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Síntese de nor-lapachonas arilamino-substituídas Em um programa de obtenção de naftoquinonas ativas contra o câncer, nos últimos anos foram sintetizadas e avaliada a atividade farmacológica de naftoquinonas obtidas a partir do nor-lapachol (33), tais como, substâncias heterocíclicas37 e derivados da nor-p-lapachona arilamino substituídos.38 Naftoquinonas são consideradas estruturas distintas na química medicinal, devido à propriedade de oxidação-redução da porção quinoidal, atuando no transporte de elétrons e processos de fosforilação-oxidativa. A utilização da hibridização molecular39 é uma poderosa metodologia para o desenho de novas substâncias baseadas em subunidades farmacofóricas. A modificação do centro redox e modificação do anel C na estrutura protótipo p- lapachona (4) vem sendo utilizada para obtenção de diversos derivados com importante atividade farmacológica (Esquema 13). A inserção de grupos substituintes na posição C-3 do anel diidrofurano, intensifica a atividade farmacológica da nor-p-lapachona (36) (Esquema 14) e apresentou-se com uma importante metodologia para a obtenção de derivados potencialmente ativos contra linhagens de células tumorais utilizando a nor-p- lapachona (36) como protótipo, substância pouco explorada para a preparação de novos derivados bioativos. Adicionalmente, foi verificado que a inserção do anel arilamino substituídopor grupos retiradores de elétrons melhora a atividade farmacológica. 3 7 da Silva Júnior, E. N.; de Moura, M. A. B. F.; Pinto, A. V.; Pinto, M. C. F. R.; de Souza, M. C. B. V.; Araújo, A. J.; Pessoa, C.; Costa-Lotufo, L. V.; Montenegro, R. C.; de Moraes, M. O.; Ferreira, V. F.; Goulart, M. O. F.; J. Braz. Chem. Soc. 2009, 20, 635. 3 8 da Silva Júnior, E. N.; de Souza, M. C. B. V.; Pinto, A. V.; Pinto, M. C. F. R.; Goulart, M. O. F.; Barros, F. W. A.; Pessoa, C.; Costa-Lotufo, L. V.; Montenegro, R. C.; de Moraes, M. O.; Ferreira, V. F.; Bioorg. Med. Chem. 2007, 15, 7035. 3 9 Viegas-Junior, C.; Danuello, A.; da S. Bolzani, V.; Barreiro, E. J.; Fraga, C. A. M.; Curr. Med. Chem. 2007, 14, 1829. 17 Instituto de Ouimica - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Resultados e Discussão Esquema 13. Exemplos de substâncias obtidas por modificação do anel C e centro redox da p- lapachona (4). Inserção do grupo 1,2,3-triazol intensifica a atividade R = Grupos akjuila e arila Esquema 14. Obtenção de derivados potencialmente ativos contra linhagens de células tumorais. 3 7 38 1 8 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufránio N. da S. Júnior Capítulo I - Resultados e Discussão Neste contexto, visando à continuidade da busca de novos derivados da nor-p-lapachona (36) com potente atividade antitumoral, foram sintetizadas e avaliada a atividade farmacológica de novas arilamino naftoquinonas (Esquema 15), onde o anel arilamino é substituído por grupos retiradores e doadores de elétrons. A inserção preferencial dos grupos nitro, cloro e bromo foram em razão de substâncias previamente publicadas38 apresentarem valores de IC50 abaixo de 0,70 pg/mL contra diversas linhagens de células tumorais, mostrando-se mais ativas do que o controle utilizado, doxorrubicina (21), fármaco utilizado na terapêutica do câncer (Figura 8). HL60 = 0,33 (0,91) MDA-MB435 = 0,23 (0,63) HCT-8 = 0,64 (1,76) SF-295 = 0,50 (1,37) L-929 = 0,42 (1,15) HL60 = 0,39 (1,10) MDA-MB435 = 0,17 (0,48) HCT-8 = 0,51 (1,44) SF-295 = 0,36 (1,02) L-929 = 1,16(3,28) HL60 = 0,50 (1,26) MDA-MB435 = 0,20 (0,50) HCT-8 = 0,70 (1,76) SF-295 = 0.93 (2.34) L-929= 1.02 (2.57) Figura 8 . Derivados previamente descritos na literatura avaliados contra diversas linhagens de células tumorais. 3 8 Atividade citotóxica expressa por IC5 0 pg/mL. A primeira etapa no processo de preparação das arilamino naftoquinonas envolve a síntese in situ da 3-bromo-nor-(3-lapachona (34) a partir do nor-lapachol (33).40 O nor-lapachol (33), por sua vez, foi obtido a partir do lapachol (1) por reação de oxidação, reação conhecida como oxidação de Hooker.35 O derivado bromado 34 foi utilizado para as reações de substituição, obtendo-se as substâncias arilamino substituídas, como mostrado no Esquema 15. O intermediário de Hooker 40 foi obtido em 70% de rendimento, como um sólido branco. O mecanismo de formação desta substância foi totalmente elucidado por Moore e colaboradores.41 O ponto de fusão está de acordo com o relatado na literatura, 119-120°C.35 O nor-lapachol (33) foi obtido em 65% de rendimento como um sólido laranja a partir do derivado 40. A metodologia descrita 4 0 Pinto, A. V.; Pinto, M. C. F. R.; de Oliveira, C. G. T.; An. Acad. Bras. Ci. 1982, 54, 107. 41 Lee, K.; Turnbull, P.; Moore, H. W.; J. Org. Chem. 1995, 60, 461. 1 9 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Resultados e Discussão por Hooker para sintetizar estes dois derivados permite a obtenção das substâncias puras sem a utilização de métodos cromatográficos. A preparação da 3-bromo-nor-(3-lapachona (34) foi realizada reagindo-se o nor-lapachol (33) com bromo em excesso à baixa temperatura em CH2CI2. O rendimento desta reação é quantitativo. Em seguida foram adicionadas as respectivas arilaminas substituídas para obtenção dos derivados naftoquinoidais 41-52. Esquema 15. Nor-P-lapachonas arilamino substituídas (41-52). O mecanismo proposto para a reação de substituição e subsequente formação dos derivados arilamino quinoidais prevê que depois da saída do bromo facilitada pela conjugação do par de elétrons livres do oxigênio e a dupla ligação do anel, ocorre adição nucleofílica da amina e em seguida perda de um próton do sal quaternário formado, para a obtenção do derivado arilamino substituído (Esquema 16). 2 0 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo 1 - Resultados e Discussão As estruturas das substâncias foram determinadas pelo uso de espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de 1H, 13C e espectroscopia na região do infravermelho. A espectrometria de massas de alta resolução, ionização por “electrospray”, foi empregada para a determinação da massa de diversos derivados, assim como a espectrometria de massas de baixa resolução, ionização por impacto eletrônico. Os dados espectroscópicos de RMN de 1H mostraram-se similares aos relatados na literatura.42 Na região entre õ 4,60-5,00, é observado um sinal dupleto referente ao hidrogênio H3, a multiplicidade observada para este sinal é devido ao acoplamento do hidrogênio H3 e o hidrogênio NH. Os hidrogênios das metilas do anel diidrofurano em todos os derivados apresentam-se na região entre õ 1,40-1,80. As metilas são diastereotópicas e, portanto, são observados dois sinais singletos com integração de três hidrogênios para cada sinal. Os sinais observados para os hidrogênios dos anéis arilaminos estão de acordo com os tipos e os padrões de substituição para cada substância. O espectro a seguir (Figura 9) exemplifica as características espectroscópicas (RMN de 1H) para os derivados 41-52. Na região entre õ 8,3-7,6, são observados os sinais referentes aos hidrogênios do anel aromático ligado à unidade quinônica; em õ 5,07 há um sinal dupleto H3, devido ao acoplamento do hidrogênio do anel C e o hidrogênio NH, J = 8,7 Hz; em õ 1,58 e em õ 1,71, são observados dois sinais 21 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Resultados e Discussão singletos referentes aos hidrogênios metílicos; o sinal em õ 8,08 é dupleto referente ao hidrogênio NH, J = 8,7 Hz. Figura 9. Espectro de RMN 1 H, 300 MHz, CDCI3, do derivado 50. Recentemente, nosso grupo de pesquisa publicou os dados de RMN de 1H e 13C de diversas naftoquinonas arilamino substituídas que possibilitam acessar mais informações sobre as estruturas sintetizadas neste trabalho 42 Na região do espectro em que são observados os hidrogênios referentes ao anel A da naftoquinona, são observados dois sinais. Um sinal mais desblindado em torno de õ 8,0-8,2 com integração para um hidrogênio e em õ 7,5-7,7 com integração para três hidrogênios. Métodos de correlação 2D 1H-13C como HMBC e HMQC foram utilizados para determinar qual hidrogênio apresenta-se mais desblindado. Foi observado que o hidrogênio H6 é mais desblindado, e as correlações do hidrogênio Hô com o carbono quaternário vizinho à carbonila e com a carbonila, como demonstrado nas Figuras 10 e 11, mostram claramente que este sinal é referente à hfe. 22 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio N. da S. Júnior Capítulo I - Resultados e Discussão C 5 C 9b — Figura 10. Espectro de correlação 2D-HMBC do derivado meta-N02 . 42 Figura 11. Correlações 1 H-13C observadas no espectro 2D HMBC do derivado meta-N02 .4 2 4 2 da Silva Júnior, E. N.; de Souza, M. C. B. V.; Pinto, A. V.; Pinto, M. C. F. R.; Nogueira, C. M.; Ferreira, V. F.; Azeredo, R. B. V.; Magn. Reson. Chem. 2008, 46, 1158. 2 3 (uidd) u > 3 Instituto de Química - UnB Tese de Doutorado - Eufrânio S. da S. Júnior Capítulo 1 - Resultados e Discussão Todas as substâncias obtidas seguem o padrão observado no exemplo mostrado nas Figuras 10 e 11. As substâncias sintetizadas foram recristalizadas em solvente apropriado para a obtenção
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