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MARIANNA BOIA FERREIRA E RAQUEL VAZ HARA Autoria CITOLOGIACITOLOGIA © Universidade Positivo 2019 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. Presidente da Divisão de Ensino Reitor Direção Acadêmica Gerente de Educação à Distância Coordenação de Metodologia e Tecnologia Autoria Parecerista Supervisão Editorial Projeto Gráfico e Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Roberto Di Benedetto Rodrigo Poletto Profa. Roberta Galon Silva Profa. Marianna Boia Ferreira (Capítulo 1 a 4) Profa. Raquel Vaz Hara (Capítulo 5 a 8) Profa. Ana Meyer Felipe Guedes Antunes DP Content CITOLOGIA 2 Caro aluno, A metodologia da Universidade Positivo tem por objetivo a aprendizagem e a comu- nicação bidirecional entre os atores educacionais. Para que os objetivos propostos se- jam alcançados, você conta com um percurso de aprendizagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da contextualização prática e das atividades individuais e colaborativas. A proposta pedagógica da Universidade Positivo é baseada em uma metodologia dia- lógica de trabalho que objetiva: valorizar suas experiências; incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento; estimular a pesquisa; oportunizar a refl exão teórica e aplicação consciente dos temas abordados. Compreenda seu livro Metodologia CITOLOGIA 3 Compreenda seu livro Metodologia Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura: PERGUNTA NORTEADORA Ao fi nal do Contextualizando o cená- rio, consta uma pergunta que esti- mulará sua refl exão sobre o cenário apresentado, com foco no desenvol- vimento da sua capacidade de análi- se crítica. TÓPICOS QUE SERÃO ESTUDADOS Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo. BOXES São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de fi lme, apresentação de um contexto, dicas, curiosidades etc. RECAPITULANDO É o fechamento do capítulo. Visa sintetizar o que foi abordado, reto- mando os objetivos do capítulo, a pergunta norteadora e fornecendo um direcionamento sobre os ques- tionamentos feitos no decorrer do conteúdo. PAUSA PARA REFLETIR São perguntas que o instigam a refl etir sobre algum ponto estudado no capítulo. CONTEXTUALIZANDO O CENÁRIO Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto, relacionando teoria e prática. OBJETIVOS DO CAPÍTULO Indicam o que se espera que você aprenda ao fi nal do estudo do ca- pítulo, baseados nas necessidades de aprendizagem do seu curso. PROPOSTA DE ATIVIDADE Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e siste- matize o que aprendeu no capítulo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencio- nadas nos boxes, adequadas ao Projeto Pedagógico do curso. CITOLOGIA 4 Boxes AFIRMAÇÃO Citações e afi rmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo. ASSISTA Indicação de fi lmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. BIOGRAFIA Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específi co da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. ESCLARECIMENTO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específi ca da área de conhecimento trabalhada. EXEMPLO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. CITOLOGIA 5 Sumário Capítulo 1 - A célula como unidade fundamental do ser vivo Objetivos do capítulo .......................................................................................................19 Contextualizando o cenário ............................................................................................20 1.1 Bases da teoria celular ...............................................................................................21 1.1.1 Todo ser vivo é constituído por células ..................................................................................................... 21 1.1.2 Célula: unidade morfológica do organismo ..............................................................................................22 1.1.3 Toda função ocorre em nível celular .........................................................................................................23 1.1.4 Célula: unidade de transmissão da informação genética ......................................................................24 1.2 Métodos de estudo das células ................................................................................. 24 1.2.1 O microscópio óptico no estudo das células ............................................................................................25 1.2.2 Microscopia eletrônica de transmissão e varredura ..............................................................................26 1.2.3 A imunocitoquímica no estudo das células ............................................................................................. 27 1.2.4 Cultivo celular no estudo das células ....................................................................................................... 27 1.3 Modelos celulares ...................................................................................................... 28 1.3.1 Células procariontes e suas características ............................................................................................28 1.3.2 Importância das células procariontes na área médica ..........................................................................30 1.3.3 As células eucariontes constituindo seres animais e vegetais ............................................................ 31 1.3.4 Análise comparativa entre células procariontes e eucariontes ...........................................................32 1.4 Composição química das células .............................................................................. 33 1.4.1 Lipídeos ..........................................................................................................................................................34 1.4.2 Proteínas .......................................................................................................................................................36 1.4.3 Carboidratos .................................................................................................................................................38 1.4.4 Ácidos nucleicos ..........................................................................................................................................38 Proposta de Atividade ..................................................................................................... 39 Recapitulando .................................................................................................................40 Referências bibliográfi cas.............................................................................................. 42 CITOLOGIA 7 Sumário Capítulo 2 - Membranas celulares e a manutenção da estrutura e funções celulares Objetivos do capítulo ...................................................................................................... 43 Contextualizando o cenário ............................................................................................ 44 2.1 Composição e estrutura das membranas celulares ................................................ 45 2.1.1 Composição da membrana plasmática .....................................................................................................45 2.1.2 Os lipídeos de membrana ...........................................................................................................................46 2.1.3 Proteínas de membrana ..............................................................................................................................48 2.1.4 Carboidratos e o glicocálix ........................................................................................................................50 2.2 As diferentes propriedades das membranas celulares ...........................................51 2.2.1 Assimetria ..................................................................................................................................................... 51 2.2.2 Potencial de membrana .............................................................................................................................52 2.2.3 Fluidez ...........................................................................................................................................................52 2.2.4 Permeabilidade ............................................................................................................................................53 2.3 A permeabilidade seletiva da membrana e os mecanismos de transporte molecular ......................................................................................................................... 53 2.3.1 Transportes passivos e ativos ....................................................................................................................54 2.3.2 Difusão simples e difusão facilitada ........................................................................................................54 2.3.3 Os mecanismos de transporte ativo diretos e indiretos ....................................................................... 57 2.3.4 Atuação integrada dos mecanismos de transporte ...............................................................................59 2.4 Especializações da membrana plasmática ..............................................................60 2.4.1 Microvilos, esteriocílios e cílios ............................................................................................................... 60 2.4.2 Interdigitações ............................................................................................................................................62 2.4.3 Junções de oclusão e adesão .....................................................................................................................63 2.4.4 Junções de comunicação ............................................................................................................................64 Proposta de Atividade ..................................................................................................... 65 Recapitulando ................................................................................................................. 65 Referências bibliográfi cas ..............................................................................................68 CITOLOGIA 8 Sumário Capítulo 3 - A compartimentalização da célula: aumento da sua efi ciência Objetivos do capítulo ......................................................................................................69 Contextualizando o cenário ............................................................................................ 70 3.1 Núcleo celular e o armazenamento da informação genética ...................................71 3.1.1 Componentes estruturais do núcleo celular .............................................................................................71 3.1.2 Composição e níveis de empacotamento da cromatina ........................................................................ 74 3.1.3 Armazenamento da informação genética ................................................................................................ 76 3.1.4 Processos de transmissão da informação genética ................................................................................77 3.2 Organela transdutora de energia ............................................................................. 79 3.2.1 Componentes estruturais da mitocôndria ............................................................................................... 79 3.2.2 Complexos proteicos da respiração celular ............................................................................................80 3.2.3 Características e etapas da respiração celular ..................................................................................... 81 3.2.4 Rendimento energético da respiração celular e a utilização do ATP nas funções celulares ..........82 3.3 Retículo endoplasmático .......................................................................................... 83 3.3.1 Características estruturais do retículo endoplasmático .......................................................................83 3.3.2 Regiões especializadas do retículo endoplasmático: RE rugoso e RE liso .........................................84 3.3.3 O retículo endoplasmático como local de segregação e modifi cações pós-traducionais de proteínas .....84 3.3.4 O retículo endoplasmático liso como local de síntese de lipídeos e detoxifi cação celular ............85 3.4 Complexo de Golgi .................................................................................................... 85 3.4.1 Características estruturais ........................................................................................................................86 3.4.2 Trânsito de vesículas entre o retículo endoplasmático e o complexo de Golgi e as cisternas do complexo de Golgi ................................................................................................................................................86 3.4.3 As cisternas do Golgi e os sítios de modifi cações pós-traducionais .................................................. 87 3.4.4 Complexo de Golgi como sítio de reconhecimento, empacotamento e direcionamento de proteínas .......88 Proposta de Atividade ..................................................................................................... 88 Recapitulando .................................................................................................................89 Referências bibliográfi cas ...............................................................................................91 CITOLOGIA 9 Sumário Capítulo 4 - O transporte de macromoléculas e a digestão intracelular Objetivos do capítulo ...................................................................................................... 92 Contextualizando o cenário ............................................................................................ 93 4.1 Transporte em quantidade através da membrana ...................................................94 4.1.1 Transporte de macromoléculas e grandes partículas através da membrana .....................................94 4.1.2 Transporte em quantidade: mediado por vesículas ................................................................................95 4.1.3 Classifi cação dos mecanismos de transporte em quantidade ..............................................................954.1.4 Diferenças entre os mecanismos de transporte em quantidade ..........................................................96 4.2 Rotas endocíticas e exocíticas ................................................................................96 4.2.1 A fagocitose como rota endocítica, com função de defesa celular ..................................................... 97 4.2.2 A pinocitose não seletiva como mecanismo de transcitose ...............................................................100 4.2.3 A endocitose mediada por receptores ................................................................................................... 101 4.2.4 Destino das macromoléculas internalizadas por endocitose mediada por receptores ..................102 4.3 Lisossomos e a digestão intracelular ....................................................................104 4.3.1 Características estruturais e as múltiplas funções dos lisossomos .................................................104 4.3.2 Classes de enzimas presentes no lúmen do lisossomo .......................................................................106 4.3.3 Classifi cação dos lisossomos com base na atividade funcional ........................................................ 107 4.3.4 Destino do material digerido no lisossomo ...........................................................................................108 4.4 Lisossomos e autofagia .......................................................................................... 108 4.4.1 Autofagia: processo fi siológico ...............................................................................................................108 4.4.2 Formação de vesículas na autofagia ......................................................................................................109 4.4.3 Ação dos lisossomos na autofagia ..........................................................................................................109 Proposta de Atividade ................................................................................................... 109 Recapitulando ................................................................................................................110 Referências bibliográfi cas ............................................................................................. 112 CITOLOGIA 10 Sumário Capítulo 5 - Citoesqueleto: organização da célula e interação com o ambiente Objetivos do capítulo ..................................................................................................... 113 Contextualizando o cenário ........................................................................................... 114 5.1 Citoesqueleto: composição, funções e patologias .................................................. 115 5.1.1 Composição geral ....................................................................................................................................... 115 5.1.2 Funções gerais ............................................................................................................................................ 116 5.1.3 O citoesqueleto em diferentes tipos celulares ..................................................................................... 116 5.1.4 Citoesqueleto e patologias ........................................................................................................................117 5.2 Microtúbulos ............................................................................................................ 118 5.2.1 Composição, montagem e instabilidade dinâmica ............................................................................... 119 5.2.2 Proteínas associadas ao microtúbulo (MAP) e movimento intracelular ..........................................122 5.2.3 Microtúbulos em cílios, fl agelos, corpos basais e centríolos .............................................................123 5.2.4 Microtúbulos na célula em divisão .........................................................................................................125 5.3 Filamentos de actina ................................................................................................125 5.3.1 Composição, montagem e instabilidade dinâmica ...............................................................................126 5.3.2 Associação com proteínas ....................................................................................................................... 127 5.3.3 Actina em bandas paralelas, na rede cortical e contato focal...........................................................128 5.3.4 Actina nas células em divisão ................................................................................................................. 121 5.4 Filamentos intermediários ......................................................................................132 5.4.1 Composição e classifi cação .....................................................................................................................132 5.4.2 Montagem e distribuição .........................................................................................................................133 5.4.3 Associação com junções celulares .........................................................................................................134 5.4.4 Manutenção da forma celular .................................................................................................................134 Proposta de Atividade ....................................................................................................135 Recapitulando ................................................................................................................135 Referências bibliográfi cas .............................................................................................137 CITOLOGIA 11 Sumário Capítulo 6 - Comunicação celular Objetivos do capítulo .....................................................................................................138 Contextualizando o cenário .......................................................................................... 139 6.1 Princípios gerais da comunicação celular ............................................................. 140 6.1.1 Importância da comunicação celular para a regulação de diferentes funções ...............................140 6.1.2 Receptores de membrana, ligantes, célula-alvo e transdução de sinais ..........................................142 6.1.3 Mensageiros extracelulares e intracelulares na comunicação química ...........................................145 6.1.4 Classifi cação dos mecanismos de comunicação ..................................................................................145 6.2 Comunicação celular pelas vias parácrina e autócrina ....................................... 146 6.2.1 Características e funções da comunicação parácrina ......................................................................... 147 6.2.2 Mediadores químicos de ação local ....................................................................................................... 147 6.2.3 Características e funções da comunicação autócrina ........................................................................148 6.2.4 Velocidade da comunicação e tempo de duração ................................................................................149 6.3 Comunicação celular pela via hormonal ............................................................... 149 6.3.1 Glândulas endócrinas e hormônios ......................................................................................................... 151 6.3.2 Hormônios proteicos e comunicação química ......................................................................................152 6.3.3 Hormônios lipídicos e comunicação química .......................................................................................153 6.3.4 Velocidade da comunicaçãoe tempo de duração ................................................................................154 6.4 Comunicação celular por neurotransmissores ......................................................155 6.4.1 Neurônios e neurotransmissores .............................................................................................................155 6.4.2 Mecanismo de comunicação na fenda sináptica ..................................................................................156 6.4.3 Velocidade da comunicação e tempo de duração ................................................................................158 6.4.4 Mecanismo de dessensibilização ............................................................................................................158 Proposta de Atividade ................................................................................................... 159 Recapitulando ............................................................................................................... 159 Referências bibliográfi cas ............................................................................................. 161 CITOLOGIA 12 Sumário Capítulo 7 - Ciclo celular Objetivos do capítulo .................................................................................................... 162 Contextualizando o cenário .......................................................................................... 163 7.1 Aspectos gerais do ciclo celular, da interfase e da divisão celular ..................... 164 7.1.1 Ciclo celular e suas fases ..........................................................................................................................164 7.1.2 Período G1 e suas características ............................................................................................................165 7.1.3 Período S e suas características .............................................................................................................166 7.1.4 Período G2 e suas características ............................................................................................................ 167 7.2 Mecanismo de controle do ciclo celular .................................................................167 7.2.1 Checkpoints do ciclo celular ....................................................................................................................168 7.2.2 Ciclina e Cdks.............................................................................................................................................168 7.2.3 Ação das ciclinas e Cdks no controle do ciclo celular ........................................................................ 170 7.2.4 Alteração no controle do ciclo celular ....................................................................................................171 7.3 A divisão celular por mitose .................................................................................... 171 7.3.1 Importância da mitose na formação e renovação do organismo ........................................................ 172 7.3.2 Fases da mitose e suas características .................................................................................................. 173 7.3.3 Número de células originadas pela mitose e suas características .................................................... 175 7.4 A divisão celular por meiose ...................................................................................176 7.4.1 Importância da meiose na gametogênese ...............................................................................................177 7.4.2 Fases da meiose e suas características ................................................................................................. 178 7.4.3 Número de células originadas pela meiose e suas características ................................................... 181 Proposta de Atividade ....................................................................................................182 Recapitulando ................................................................................................................182 Referências bibliográfi cas ............................................................................................ 184 CITOLOGIA 13 Sumário Capítulo 8 - Mecanismos de morte celular Objetivos do capítulo .....................................................................................................185 Contextualizando o cenário .......................................................................................... 186 8.1 Função da morte celular na homeostase do organismo .........................................187 8.1.1 Importância dos mecanismos de morte celular .................................................................................... 187 8.1.2 Comunicação química e morte celular ...................................................................................................188 8.1.3 Sinais químicos e morte celular ..............................................................................................................189 8.2 Morte celular programada (apoptose) .................................................................. 189 8.2.1 Apoptose como processo fi siológico .......................................................................................................190 8.2.2 Apoptose na organogênese e no indivíduo adulto ................................................................................ 191 8.2.3 Mecanismos de apoptose .........................................................................................................................192 8.2.4 Regulação do mecanismo de apoptose ..................................................................................................194 8.3 Morte celular por necrose ...................................................................................... 196 8.3.1 Características gerais da necrose ..........................................................................................................196 8.3.2 Morte celular por necrose: tipos e causas ............................................................................................ 197 8.3.3 Necrose e processo infl amatório ............................................................................................................198 8.4 Mecanismo de morte celular programada nas células neoplásicas .................... 198 8.4.1 Células neoplásicas ...................................................................................................................................199 8.4.2 Células neoplásicas: inibição da morte celular por apoptotse ......................................................... 200 8.4.3 Apoptose e proliferação celular na célula neoplásica ....................................................................... 200 8.4.4 Avanços no tratamento de câncer ......................................................................................................... 202 Proposta de Atividade ...................................................................................................202 Recapitulando ...............................................................................................................203 Referências bibliográfi cas ............................................................................................204 CITOLOGIA 14 CITOLOGIA 15 APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO A Citologia é a área da Biologia que tem por objetivo estudar a célula, unidade funda- mental dos seres vivos. As células são unidades morfológicas e fi siológicas, sendo res- ponsáveis por determinar a forma e realizar todas as funções inerentes aos seres vivos. A compreensão da morfologia celular e das funções celulares é extremamente importante para o entendimento do funcionamento do organismo, tanto no estado fi siológico quan- to no patológico. Durante esse período, estudaremosas células, suas organelas e os processos celula- res que permitem a essas células desempenharem funções altamente especializadas, que contribuem para a manutenção da homeostase. CITOLOGIA 16 Dedico este trabalho aos meus professores e orientadores, que, mais do que o conhecimento, despertaram meu interesse pela área. Sem dúvida, minha formação não seria tão fascinante e completa, não fosse o exemplo de cada um de vocês. Obrigada por me guiarem nessa jornada. A Professora Marianna Boia Ferreira é doutora em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Paraná, possui mestrado em Biologia Celular e Molecular pela mesma instituição e é graduada em Farmácia, também pela Universidade Federal do Paraná. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3122447149544408 A autora CITOLOGIA 17 Para os alunos, que assim como eu buscam o conhecimento de forma incessante. O conhecimento, independentemente da área, é precioso para quem o tem. Então, voe para qualquer canto, evolua o máximo que puder e assim será cada vez melhor. A Professora Raquel Vaz Hara é doutora em Biologia Celular e Molecular pela Uni- versidade Estadual Júlio Mesquita Filho (Unesp). Possui mestrado em Biologia Ce- lular e Molecular pela mesma instituição. É graduada em Biomedicina pela Centro Universitário Filadélfi a (UNIFIL). Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2697823505608748 A autora CITOLOGIA 18 Objetivos do capítulo Compreender os eventos e o contexto histórico que permitiram a elaboração das bases da teoria celular; Identifi car os principais métodos de estudo da célula e suas aplicações na área da saúde; Identifi car imagens de células e organelas celulares obtidas por diferentes métodos de estudo; Diferenciar, a partir de características estruturais, os modelos celulares eucarionte e procarionte; Reconhecer as funções das macromoléculas na constituição celular. BASES DA TEORIA CELULAR • Todo ser vivo é constituído por células • Célula: unidade morfológica do organismo • Toda função ocorre em nível celular • Célula: unidade da transmissão da informação genética MODELOS CELULARES • Células procariontes e suas características • Importância das células procariontes na área médica • As células eucariontes constituindo seres animais e vegetais • Análise comparativa entre células procariontes e eucariontes MÉTODOS DE ESTUDO DAS CÉLULAS • O microscópio óptico no estudo das células • Microscopia eletrônica de transmissão e varredura • A imunocitoquímica no estudo das células • Cultivo celular no estudo das células COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS CÉLULAS • Lipídeos • Proteínas • Carboidratos • Ácidos nucleicos TÓPICOS DE ESTUDO Por: Marianna Boia Ferreira CITOLOGIA 19 As células são compostas pela associação de moléculas e, apesar de possuírem uma estrutura básica comum, são capazes de desempenhar funções complexas e distintas. A compreensão dos aspectos morfológicos das células e suas variações permite estabele- cer métodos de identifi cação de diferentes tipos celulares e compreender sua composi- ção e funções. O conhecimento das células foi fundamentado após o desenvolvimento do microscópio óptico e da elaboração da teoria celular e avançou de forma signifi cativa ao longo do último século devido ao desenvolvimento de métodos de estudo. Nesse sentido, con- vidamos à refl exão: quais são os postulados da teoria celular e quais seus principais métodos de estudo da célula? Contextualizando o cenário CITOLOGIA 20 Bases da teoria celular1.1 No século XVII, logo após a criação do mi- croscópio óptico, Robert Hooke utilizou esse equipamento para analisar a estrutura da cortiça, material que recobre algumas árvo- res. Em seu experimento, Hooke descreveu estruturas em formato de caixa, as quais de- nominou cells, que em inglês signifi ca “cavida- de” ou “cela”. A partir de observações sistemáticas de diferentes organismos com a utilização do micros- cópio óptico, foi elaborada a teoria celular, constituída por três postulados: as células são as unidades fundamentais dos seres vivos; as células são a unidade morfológica e fi siológica dos seres vivos; as células são a unidade de transmissão da informação genética, pois uma célula se origina a partir de uma célula preexistente. Todo ser vivo é constituído por células1.1.1 Todos os organismos vivos são formados por células, ou seja, as células são as unidades fundamentais dos seres vivos. Apesar de todos os seres vivos serem constituídos por células, essas não são iguais, sendo possível identifi car dois modelos celulares: as células procariontes e as células eucariontes. As células procariontes constituem os seres unicelulares, como as bactérias e algas cianofí- ceas, enquanto as células eucariontes constituem os organismos unicelulares, como alguns protozoários e todos os organismos pluricelulares animais e vegetais. As células eucariontes apresentam uma ampla variedade morfológica que está relacionada a sua grande diversidade funcional (Fig. 1). Através do processo de diferenciação celular, as células do organismo sofrem modifi cações que permitem a aquisição de uma forma e uma composição que possibilitam que elas se tornem altamente especializadas em uma determi- nada função. Um eritrócito, por exemplo, apresenta uma estrutura bicôncava e ausência de organelas, o que o torna especializado na função de transportes de O2 e CO2. Já os espermato- zoides apresentam um fl agelo para seu deslocamento ativo, fundamental para a fecundação. É importante ressaltar que os organismos eucariontes são compostos por diversos gru- pos celulares especializados, que interagem entre si e determinam os níveis de organiza- ção dos seres vivos. CITOLOGIA 21 Figura 1. Diferentes tipos de células eucariontes que constituem o organismo humano. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). Neurônio Glóbulos vermelhos Células musculares lisas Glóbulos brancos Células epiteliais colunares Célula: unidade morfológica do organismo1.1.2 Organismos vivos são formados pelos sistemas, estes, por sua vez, são formados por ór- gãos, os órgãos por tecidos e os tecidos por células. As células são, portanto, a unidade de toda essa organização. O esquema pode ser observado na Fig. 2. O conjunto de células de um organismo determina sua forma. Podemos utilizar como exem- plo as células musculares, que, ao sofrerem atrofi a (diminuição de tamanho) ou hipertrofi a (aumento de tamanho), podem alterar a forma do corpo, ou ainda as células adiposas especia- lizadas em armazenamento de gordura, que, dependendo de seu tamanho ou do número de células, podem alterar a forma do corpo. EXEMPLO: Bactérias como os Lactobacillus possuem dimensões micrométricas. Já um ovo de rã, por exemplo, apresenta dimensões milimétricas, ou seja, é quase 1.000 vezes maior que o Lactobacillus. possuem dimensões micrométricas. Já um ovo de possuem dimensões micrométricas. Já um ovo de possuem dimensões micrométricas. Já um ovo de possuem dimensões micrométricas. Já um ovo de possuem dimensões micrométricas. Já um ovo de possuem dimensões micrométricas. Já um ovo de rã, por exemplo, apresenta dimensões milimétricas, ou seja, é quase 1.000 vezes CITOLOGIA 22 Toda função ocorre em nível celular1.1.3 A célula também é considerada a unidade fi siológica dos seres vivos, porque toda função ocorre em nível celular, ou seja, todas as funções executadas por um determinado tecido são realizadas pelos tipos celulares que o compõe. Uma célula muscular presente no te- cido cardíaco, por exemplo, possui a capacidade de contração. É dessa forma que as células musculares cardíacas atuam para possibilitar os batimentos cardíacos. Já os adipócitos (células adiposas) possuem a capacidade de armazenar gordura, formando então o tecido adiposo. A Fig. 3 ilustradiferentes tipos de células e a variação de seus formatos segundo sua função. Figura 2. Níveis de organização dos seres vivos. Fonte: KHOURI, 2016. (Adaptado). Célula Tecido Órgão Sistema Organismo Figura 3. Diferentes tipos celulares presentes no organismo Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). Célula muscular Neurônios Hemácias Adipócitos CITOLOGIA 23 Célula: unidade de transmissão da informação genética1.1.4 Toda célula é originada de uma célula preexistente e por isso a célula é considerada a uni- dade de transmissão da informação genética. Em todos os organismos, as células armazenam a informação genética sob a forma de DNA. Essa informação é escrita em um mesmo código químico, composto pelas mesmas macromoléculas, interpretado e replicado por uma mesma maquinaria celular, presente nos diversos tipos de células. A informação genética é duplicada e transmitida para células-fi lhas nos processos de divi- são celular por mitose ou meiose. A informação contida no DNA também é utilizada quando é lida ou transcrita em polímeros, chamados RNAs mensageiros. Estes, por sua vez, são tradu- zidos em proteínas, que são as moléculas funcionalmente mais importantes para as células. Portanto, as células, além de uma maquinaria básica para realizar funções comuns a todos os tipos de células, possuem diferenças estruturais e funcionais, que determinam as caracte- rísticas do tecido que compõe. CURIOSIDADE: Os humanos são seres pluricelulares compostos por cerca de 10 trilhões de cé- lulas, com cerca de 250 tipos celulares diferentes que se organizam e formam os diferentes tecidos. Os humanos são seres pluricelulares compostos por cerca de 10 trilhões de cé- lulas, com cerca de 250 tipos celulares diferentes que se organizam e formam os Os humanos são seres pluricelulares compostos por cerca de 10 trilhões de cé- lulas, com cerca de 250 tipos celulares diferentes que se organizam e formam os Os humanos são seres pluricelulares compostos por cerca de 10 trilhões de cé- lulas, com cerca de 250 tipos celulares diferentes que se organizam e formam os Os humanos são seres pluricelulares compostos por cerca de 10 trilhões de cé-Os humanos são seres pluricelulares compostos por cerca de 10 trilhões de cé- Métodos de estudo das células1.2 A fi m de melhor compreender as estrutu- ras e os mecanismos celulares, foram desen- volvidos diversos métodos que facilitaram a observação das características dos tipos celulares. Atualmente, diferentes metodolo- gias são empregadas no estudo das células, o que permite a aquisição de conhecimentos de sua composição, morfologia e função. Os métodos de estudo das células são ampla- mente utilizados na área médica, como fer- ramentas de diagnóstico. CITOLOGIA 24 O microscópio óptico no estudo das células1.2.1 A microscopia óptica foi criada no século XVII e possibilitou a observação das primeiras células. A análise de cortes fi nos de tecido animal ou vegetal em microscopia permitiu a observação das células que compõem os tecidos. Cada célula tem, aproximadamente, en- tre 5 a 20 µm de tamanho. Apesar de ser possível identifi car as células com microscópios ópticos (Fig. 4), a análise das estruturas intracelulares é muito difícil de ser realizada, pois as células são opticamente homogêneas, dessa forma, são utilizados corantes que permi- tem a observação e a diferenciação de algumas estruturas, como núcleo e citoplasma, por meio de suas características químicas. Figura 4. Microscópio ótico e esfregaço vaginal corado pelo método Papanicolau. São observadas células escamosas superfi ciais com formato poligonal, núcleo e citoplasma azulado ou avermelhado. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). Com o microscópio óptico, podemos observar a delimitação da célula, o núcleo (estrutura em geral esférica) e o citoplasma (que contém as demais organelas celulares). A microscopia óptica é utilizada para fi ns didáticos, para pesquisa e na área médica, prin- cipalmente em diagnósticos histopatológicos. Ela possibilita observar, por exemplo, as altera- ções entre os tipos celulares, diferenciando células neoplásicas de células normais, bem como indicar, através das características celulares, seu grau de malignidade. CITOLOGIA 25 Microscopia eletrônica de transmissão e varredura1.2.2 A microscopia eletrônica foi desenvolvida a partir de 1930. Esse tipo de microscopia permite gran- des ampliações e assim possibilita a observação de estruturas que possuem tamanho subcelular. O microscópio eletrônico é um equipamento complexo, que utiliza feixes de elétrons para a formação da imagem. O material a ser observado é submetido a diferentes etapas de prepa- ro, que incluem a obtenção de cortes extremamente fi nos de células ou de tecidos, que quan- do observados permitem a visualização de organelas (Fig. 5), presentes no citoplasma celular. O microscópio eletrônico de varredura também utiliza feixes de elétrons para a formação da imagem, mas difere do microscópio de transmissão no preparo do material a ser observado. Na microscopia de varredura, o feixe de elétrons incide sobre a superfície da amostra, resul- tando em imagens tridimensionais e superfi ciais (Fig. 6). Figura 5. Células eucariontes observadas por microscopia eletrônica de transmissão. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em 03/07/2019. Figura 6. Células sanguíneas observadas por microscopia eletrônica de varredura. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 03/07/2019. CITOLOGIA 26 A imunocitoquímica no estudo das células1.2.3 A imunocitoquímica é uma técnica de estudo das células que possui como base os princípios da imunologia. Esse método requer a produção de um anticorpo capaz de reconhecer uma mo- lécula especifi ca, a ser localizada na célula. Após isolamento, esses anticorpos são marcados com corantes fl uorescentes, ouro coloidal ou enzimas. Quando as células são incubadas em solução contendo esses anticorpos, eles se ligam a moléculas específi cas (antígenos), o que possibilita a identifi cação e a localização de moléculas específi cas presentes no interior da célula. Quando usados corantes fl uorescentes, a observação é realizada em microscópios fl uores- centes, mas, dependendo do tipo de marcador, a técnica pode ser utilizada para observação em microscopia óptica (enzimas) e microscopia eletrônica de transmissão (ouro coloidal) (Fig. 7). Figura 7. Imunocitoquímica para microscopia óptica e imunocitoquímica para microscopia de imufl uorescência. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 03/07/2019. (Adaptado). Cultivo celular no estudo das células1.2.4 O cultivo celular é um conjunto de técnicas que consiste no isolamento de células e sua manutenção em um meio apropriado que simula as condições naturais do organismo (in vitro) (Fig. 9). Com isso, é possível estudar a fi siologia celular, bioquímica, bem como expor as células a diferentes agentes e observar suas repostas. Quando as células são retiradas de um organismo e colocadas em uma cultura, essas culturas são denominadas culturas primárias. Na cultura primária, as células possuem as características do tecido de origem, mas morrem após certo número de divisões celulares. As células derivadas da cultura primária podem ser transferidas para novos meios de cultura e mantidas por períodos maiores. Nesse caso, elas serão denominadas culturas secundárias. CITOLOGIA 27 Figura 8. Frascos para cultivo de células. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 03/07/2019. (Adaptado). Modelos celulares1.3 Todos os organismos vivos são constituídos por células, no entanto pode-se distinguir dois modelos celulares distintos, que são denominados células procariontes e células eucarion- tes. Esses dois modelos celulares podem ser diferenciados em relação ao nível de complexida- de estrutural e à presença ou ausência de envoltório nuclear. Células procariontes e suas características1.3.1 As células procariontes constituem os organismosunicelulares, como as bactérias e algas cianofíceas. Bactérias, como a E. coli, são largamente utilizadas como modelos de estudo das células procariontes. As células procariontes, quando comparadas às células eucariontes, apresentam pouca di- versidade morfológica. Existem três formas básicas: esférica (cocos); cilíndrica (bastonete) e espiralada. Seu tamanho é de, mais ou menos, 1 micrometro. CITOLOGIA 28 DiplococosCocos COCOS Tetracocos Estreptococos Estreptobacilos Esfilococos Cocobacilo Espirilos Vibriões Corynebacterium Espiroquetas Diplobacilos Paliçada Sarcina Bacilo OUTROSBACILOS Figura 9. Formas de procariontes (bactérias). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 03/07/2019. (Adaptado). As células procariontes são consideradas estruturalmente simples e possuem os seguintes componentes estruturais básicos, que podem ser observados na Fig. 10: Parede celular: localizada externamente à célula, apresenta estrutura rígida, resistente e permeável, o que possibilita trocas com o meio. Fornece proteção e atua na manutenção da forma da célula. Membrana plasmática: abaixo da parede celular, os procariontes apresentam uma mem- brana plasmática de constituição lipoproteica, que obedece ao modelo do mosaico fluido e apresenta permeabilidade seletiva. A membrana plasmática sofre invaginação irregular que forma o mesossoma, que serve de suporte para enzimas e ponto de apoio para o DNA bacte- riano em processo de replicação. Citoplasma: substrato aquoso desprovido de organelas membranosas, sendo formado es- sencialmente pelo citosol contendo ribosomos. No citoplasma, também podem ser observa- dos grânulos, contendo material de reserva nutritiva; o nucleóide, formado por um filamento de DNA circular, que se apresenta enovelado e é denominado cromossoma bacteriano. Além do DNA do nucleóide, as bactérias possuem filamentos circulares de DNA extracromossômi- cos, denominados plasmídeos. Em essência, os plasmídeos são cromossomos acessórios, transferidos para outras células através de um processo denominado conjugação, que cria uma variabilidade de numerosos organismos adaptáveis a diversas condições ambientais. CITOLOGIA 29 Sobre a superfície das bactérias, observa-se prolongamentos de dois tipos: os fl agelos e as fímbrias. Os fl agelos são componentes que podem estar presentes ou ausentes, dependendo da espécie de bactéria observada. São constituídos por proteína fl agelina e são estruturas fi la- mentosas destinadas à locomoção. As fímbrias são fi lamentos rígidos, de natureza proteica, mais fi nos e curtos que os fl agelos e estão relacionados com a aderência a células hospedeiras e com a formação de canais para transferência de DNA extracromossômico. Figura 10. Representação esquemática de uma célula procariótica. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 03/07/2019. (Adaptado). Importância das células procariontes na área médica1.3.2 As bactérias são os organismos mais numerosos do planeta. São amplamente distribuídas e possuem uma grande diversidade bioquímica. As bactérias podem ser patogênicas, quando causam doenças como tuberculose, tétano, meningite bacteriana, hanseníase, cólera e sífi lis, por exemplo. Mas as bactérias também podem ser utilizadas na indústria de laticínios, na fa- bricação de queijos, iogurtes e na produção de vinagre. As bactérias também são utilizadas na indústria farmacêutica, para obtenção de medicamentos como os antibióticos. A venda dos antibióticos é controlada, pois o uso indiscriminado desses medicamentos pode levar à seleção de bactérias resistentes e de difícil tratamento. As altas taxas de mutação bacteriana, aliadas à alta proliferação, também são características que contribuem para o de- senvolvimento de bactérias resistentes. Ribossomo Plasmídeo Cromossomo Mesossomo Parede celularPilus Citoplasma Membrana interna Espaço periplasmático Membrana externa Capsula CITOLOGIA 30 Além dessas características, as bactérias são um ótimo modelo e ferramenta de estudo nas ciências médicas. A simplicidade estrutural permite caracterizar mais facilmente os pro- cessos celulares. As células eucariontes constituindo seres animais e vegetais 1.3.3 As células eucariontes são complexas e altamente compartimentalizadas. Elas apresentam o envelope nuclear, ou envoltório nuclear, constituído por duas unidades de membrana, que separa o conteúdo nuclear do conteúdo citoplasmático. O citoplasma das células eucariontes é altamente compartimentalizado, ou seja, apresenta compartimentos, envoltos por membranas, denominados organelas, que realizam diferentes funções nessas células. As células eucariontes podem ser de origem animal ou de origem vegetal (Fig. 11), e ambas apresentam diferenças que permitem sua identifi cação. Nas células vegetais, são encontrados os cloroplastos, que são os responsáveis por realizar a fotossíntese; além disso, nelas há uma parede celular constituída por um polissacarídeo estrutural denominado celulose, que forne- ce à célula vegetal a rigidez característica. As células vegetais também apresentam grandes vacúolos citoplasmáticos, que armazenam água e outras substâncias e são importantes para o controle osmótico celular. Figura 11. Representação esquemática de uma célula eucariótica animal e de uma célula eucarionte vegetal Fonte: Shutterstock. Acesso em: 03/07/2019. (Adaptado). CÉLULA ANIMAL CÉLULA VEGETAL CITOLOGIA 31 Análise comparativa entre células procariontes e eu- cariontes 1.3.4 As células procarióticas são diferentes das eucarióticas (Fig. 12). Isso porque a organização das células procarióticas é muito mais simples do que a das células eucarióticas. As primeiras apresentam uma região denominada nucleoide, que carrega o material genético da célula, mas não é delimitada por membrana. Além disso, apresenta parede celular formada por polis- sacarídeos, que é responsável por sua proteção. No citoplasma das células eucarióticas, além da estrutura do núcleo, encontramos diversas organelas também envoltas por membrana, como mitocôndrias, retículo endoplasmático, apa- relho de Golgi, lisossomos e endossomos. Denominamos citosol a parte do citoplasma cons- tituída por água, íons e diversas moléculas, em que não há presença de organelas. No citosol ocorrem diversos processos celulares importantes para o metabolismo celular. As mitocôndrias são as organelas mais evidentes no citoplasma e são encontradas em todos os tipos de células eucarióticas. São responsáveis pelo processo de respiração celular e, portanto, pela produção de energia pelas células, na forma de ATP. Outras diferenças entre as células eucarióticas e procarióticas podem ser observadas no Quadro 1. Característica Célula procariótica Célula eucariótica Tamanho da célula 0,2-2,0 µm de diâmetro 10-1.000 µm de diâmetro Núcleo Ausente Presente Organelas revestidas por membrana Ausente Mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, lisossomos, entre outras Parede celular Geralmente presente Presente somente nas células vegetais Cromossomos Geralmente presente (cromossomo circular) Presente (o número varia de acordo com a espécie) Tipo de divisão celular Fissão binária Mitose (células somáticas) e meiose (células germinati- vas). Na meiose ocorre recombinação gênica Quadro 1. Diferenças entre as células procarióticas e as eucarióticas ESCLARECIMENTO: A fotossíntese é o processo de produção de energia que ocorre nas células vegetais. Para que isso aconteça, a luz solar é armazenada nas moléculas de clorofi la e utili- zada para promover a produção de açúcares. A fotossíntese é o processo de produção de energia que ocorre nas células vegetais. A fotossíntese é o processo de produção de energia que ocorre nas células vegetais. A fotossíntese é o processo de produção de energia que ocorre nas células vegetais. Para que isso aconteça, a luz solar é armazenada nas moléculas de clorofi la e utili- A fotossíntese é o processo de produçãode energia que ocorre nas células vegetais. A fotossíntese é o processo de produção de energia que ocorre nas células vegetais. A fotossíntese é o processo de produção de energia que ocorre nas células vegetais. Para que isso aconteça, a luz solar é armazenada nas moléculas de clorofi la e utili- A fotossíntese é o processo de produção de energia que ocorre nas células vegetais. Para que isso aconteça, a luz solar é armazenada nas moléculas de clorofi la e utili-Para que isso aconteça, a luz solar é armazenada nas moléculas de clorofi la e utili-Para que isso aconteça, a luz solar é armazenada nas moléculas de clorofi la e utili- CITOLOGIA 32 PAUSA PARA REFLETIR Qual é a vantagem da presença de envoltório nuclear para os organismos eucariontes? Composição química das células1.4 Todas as células possuem uma constituição química básica semelhante que pode ser clas- sifi cada em componentes orgânicos, como lipídeos, proteínas, ácidos nucleicos e carboidratos ou componentes inorgânicos, como água e sais. Os compostos orgânicos são constituídos pelos átomos fundamentais carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio (C, H, O, N). Esses átomos se associam e formam as moléculas presen- tes nos organismos vivos, as biomoléculas: monossacarídeos, aminoácidos, ácidos graxos e nucleotídeos. Essas moléculas, por sua vez, possuem a capacidade de se associar entre si e formar macromoléculas, ou polímeros, como os lipídeos, os polissacarídeos, as proteínas e os ácidos nucleicos. O Quadro 2 ilustra essas associações. A presença de altas concentrações de água nas células é fundamental para que ocorram reações químicas. A interação entre a água e as moléculas é uma característica muito impor- tante a ser observada, pois a água determina a conformação das moléculas. Figura 12. Diferenças entre uma célula eucariótica e uma célula procariótica. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). CITOLOGIA 33 Quadro 2. Composição química das células Lipídeos1.4.1 Os lipídeos, popularmente conhecidos como gorduras, são um grupo de compostos quimi- camente diversos, cujas características em comum são a insolubilidade em água e a solubilida- de em solventes orgânicos, como álcool e clorofórmio. Os lipídeos são constituídos por moléculas de ácidos graxos esterifi cados a um álcool e po- dem ser saturados ou insaturados (Fig. 13). As insaturações geram uma torção na estrutura molecular, alterando suas interações. Biomoléculas MacromoléculasEstruturas celulares Monossacarídeos Ácidos graxos Aminoácidos Nucleotídeos Polissacarídeos Lipídeos Ácidos nucleicos Proteínas Átomos 95% da matéria viva Carbono Hidrogênio Oxigênio Nitrogênio ESCLARECIMENTO: Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser poliméricas, ou seja, formadas pela repetição de pequenas subunidades denomi- nadas monômeros. Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser poliméricas, ou seja, formadas pela repetição de pequenas subunidades denomi- Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser poliméricas, ou seja, formadas pela repetição de pequenas subunidades denomi- Macromoléculas são moléculas de elevado peso molecular. Elas podem ou não ser poliméricas, ou seja, formadas pela repetição de pequenas subunidades denomi-poliméricas, ou seja, formadas pela repetição de pequenas subunidades denomi-poliméricas, ou seja, formadas pela repetição de pequenas subunidades denomi-poliméricas, ou seja, formadas pela repetição de pequenas subunidades denomi- ESCLARECIMENTO: Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que compõem a cadeia carbônica, enquanto moléculas insaturadas apresentam pelo menos uma ligação dupla ou tripla na cadeia carbônica. Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que compõem a cadeia carbônica, enquanto moléculas insaturadas apresentam pelo Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que compõem a cadeia carbônica, enquanto moléculas insaturadas apresentam pelo Moléculas saturadas apresentam somente ligações simples entre os carbonos que compõem a cadeia carbônica, enquanto moléculas insaturadas apresentam pelo compõem a cadeia carbônica, enquanto moléculas insaturadas apresentam pelo compõem a cadeia carbônica, enquanto moléculas insaturadas apresentam pelo compõem a cadeia carbônica, enquanto moléculas insaturadas apresentam pelo CITOLOGIA 34 SATURADO Formado apenas por ligações simples INSATURADO Presença de insaturações (dupla ligação) Figura 13. Saturação dos ácidos graxos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). Os lipídeos são classifi cados, de acordo com a sua função, em lipídeos informacionais, de reserva energética e estruturais. Os lipídeos informacionais são lipídeos modifi cados que atuam como mensageiros químicos, denominados hormônios esteroides, como a testoste- rona e os hormônios tiroidianos. Os lipídeos de reserva são constituídos por três moléculas de ácidos graxos que se ligam a uma molécula de glicerol, formando os triacilgliceróis ou triglicerídeos. Os lipídeos de reserva são armazenados em células denominadas adipócitos, que formam o tecido adiposo; atuam também como isolantes térmico e participam de dife- rentes processos metabólicos. Os lipídeos estruturais são constituídos por moléculas de ácidos graxos esterifi cados a um álcool e ligados a um outro grupamento químico, como por exemplo o fosfato. São moléculas anfi páticas, ou seja, possuem uma região (cabeça) hidrofílica e outra região (cauda) hidrofóbi- ca. A anfi patia permite que em meio aquoso os lipídeos estruturais se organizem, formando micelas lipídicas ou bicamadas lipídicas. Os fosfolipídeos são os lipídeos estruturais mais abundantes e são responsáveis pela for- mação das membranas celulares (bicamadas lipídicas). Podem estar ligados a açúcares da classe dos oligossacarídeos, sendo então denominados de glicolipídeos. Os esteróis também são lipídeos com função estrutural. Esse grupo apresenta um núcleo esteroide que consiste em quatro anéis fusionados. Esses anéis cíclicos são relativamente rígidos, o que reduz a mobilidade dos lipídeos de membrana. O principal representante des- se grupo nas células animais é o colesterol. Assim como os fosfolipídeos, ele apresenta uma região hidrofílica e uma região hidrofóbica, interagindo, desse modo, com os fosfolipídeos presentes nas membranas. CITOLOGIA 35 Figura 14. Lipídeos presentes nas células. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). Gorduras Triglicerídeos Fosfolipídeos Esteroides Ceras Ácidos graxos saturados Ácidos graxos insaturados Queijo Nozes Sem ligações duplas Ligações duplas Bom Ruim Glicerol Três cadeias de ácido graxo Óleos Cabeça hidrofílica Cauda hidrofobica Parede celular Quatro anéis à base de carbono Longas cadeias de carbono Colesterol Testosterona Estrogênio Vitamina D Cortisona Sólido à temperatura ambiente Repele água Plantas Orelhas Favo de abelhas Célula Grupo fosfato Hidrofílica Hidrofóbicas Duas cadeias de ácidos graxos G licerol Sólido à temperatura ambiente Encontrada em animais Encontrado em plantas Líquido à temperatura ambiente PAUSA PARA REFLETIR Qual a importância da estrutura dosfosfolipídeos para a origem das células? Proteínas 1.4.2 As proteínas compõem a maior parte da massa seca de uma célula e são as responsáveis por grande parte das funções celulares. Elas são constituídas por aminoácidos que se unem por meio de ligações peptídicas, que ocorrem sempre entre o grupamento amina de um ami- noácido e o grupamento carboxila de outro aminoácido. CITOLOGIA 36 Existem 20 tipos diferentes de aminoácidos. A característica química dos aminoácidos que compõem as proteínas determina sua estrutura dentro nas células. As propriedades dos ami- noácidos são, portanto, a base da diversidade e função das proteínas. Essas características possibilitam o dobramento das proteínas, que sempre irá ocorrer na conformação de menor gasto de energia. As proteínas são classifi cadas, de acordo com o nível de organização, em estrutura primária, secundária, terciária e quaternária (Fig. 15). As estruturas primárias correspondem à sequência linear de aminoácidos. Já as estruturas secundária e terciária dependem da interação entre os aminoácidos de uma mesma cadeia polipeptídica. A estrutura secundária é resultante do dobramento da estrutura primária e essa pode ser do tipo α- hélice ou folhas-β. A estrutura terciária, por sua vez, é resultante do dobra- mento da estrutura secundária. Por fi m, a estrutura quaternária é constituída por diferentes cadeias secundárias ou terciárias, formando a estrutura fi nal das proteínas. Figura 15. Estrutura das proteínas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). Dentro das células, as proteínas podem apresentar diferentes funções, como sinalização, trans- porte, ser enzimática, estrutural ou reguladora. O Quadro 3 exemplifi ca algumas dessas funções. Função Proteína Sinalização Receptor de insulina Transporte Transportador de glicose (GLUT4) Catálise DNA polimerase Movimento Cinesina Estrutural Actina Reguladora Imunoglobulina Quadro 3. Exemplo de proteínas e suas funções celulares CITOLOGIA 37 Carboidratos1.4.3 Os carboidratos são formados por subunidades denominadas monossacarídeos, que se unem por meio de ligações chamadas glicosídicas. Os monossacarídeos apresentam de três a oito carbonos em sua composição e formam estruturas cíclicas quando em so- lução aquosa. Os carboidratos podem ser classifi cados quanto ao número de moléculas ou subunidades constituintes em monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Os monossacarídeos são carboidratos com uma única unidade de açúcar, já os oligossacarídeos são grupos de monossacarídeos (poucos, de duas a seis unidades) unidos por ligações glicosídicas e os po- lissacarídeos são polímeros lineares ou ramifi cados de unidades monossacarídicas (muitas unidades) unidas por ligações glicosídicas. Os oligossacarídeos podem se ligar a proteínas (formando glicoproteínas) ou a lipídeos (formando glicolipídeos). Nas células, os polissacarídeos apresentam função energética, pois compõem reservas de energia celular denominadas: glicogênio (animais) e amido (vegetais). Essas moléculas, quando quebradas, liberam monômeros como a glicose, a principal fonte de energia celular. Os polissacarídeos estruturais formam moléculas de celulose em vegetais e de quitina nos animais e são encarregados da sustentação mecânica. Por fi m, formam os glicolipídeos e as glicoproteínas presentes na monocamada externa da bicamada lipídica, compondo uma estrutura denominada glicocálix, que desempenha as funções de reconhecimento celular e de proteção mecânica contra a ação de enzimas e pH. Ácidos nucleicos1.4.4 Os ácidos nucleicos são compostos por nucleotídeos. Os nucleotídeos são estru- turas formadas por uma base nitrogenada, um grupo fosfato e um açúcar. Há dois ti- pos de moléculas de ácidos nucleicos nas células que diferem entre si: o DNA e o RNA (Fig. 16). O açúcar que compõe o DNA é a desoxirribose, o RNA, por sua vez, é com- posto pelo açúcar ribose. O DNA é uma fita dupla composta pelas seguintes bases: adenina, guanina, citosina e timina. O RNA, por outro lado, forma uma simples fita com as bases uracila, adenina, guanina e citosina. CITOLOGIA 38 Figura 16. Diferenças entre DNA e RNA. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2019. (Adaptado). Ácido ribonucleico Ácido desoxirribonucleico Adenina H2N H3C N N N N NN N N N O O O OO O NH NHNH NH2 NH2 N N H H H HH Guanina Citosina TiminaUracila As ligações que unem os nucleotídeos são denominadas fosfodiéster e ocorrem entre os carbonos 5’ e 3’. Os ácidos nucleicos desempenham as seguintes funções no organismo: codi- fi cam a informação genética; realizam diversos processos celulares e atuam signifi cativamente na produção de proteínas nos processos de transcrição e tradução. Ou seja, são responsáveis pelo armazenamento e transmissão da informação genética. Proposta de Atividade Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu neste capítulo! Elabore um re- sumo destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir seu resumo, considere as leituras básicas e complementares realizadas. CITOLOGIA 39 Recapitulando O desenvolvimento do microscópio óptico permitiu a descoberta das células e o desenvolvi- mento de estudos sistemáticos que resultaram na teoria celular, que é composta por três paradig- mas: as células são a unidade fundamental dos seres vivos, a célula é a unidade fisiológica e morfo- lógica, e a célula e a unidade de transmissão de informação genética. As células podem ser estudas por diferentes métodos: a microscopia óptica foi o primeiro deles e é utilizada na área médica em diferentes técnicas de diagnóstico, pois possibilita a identificação das células e de algumas de suas características por meio da utilização de corantes. A microscopia eletrônica de transmissão permi- te a observação de estruturas de dimensões subcelulares, as organelas; e a microscopia eletrônica de varredura, que permite a visualização de imagens superficiais e tridimensionais. Outros méto- dos de estudo das células são a imunocitoquímica, que permite a identificação de moléculas espe- cíficas, e o cultivo celular, que possibilita o estudo de células vivas mantidas em meios de cultura. Os organismos vivos são constituídos por células pertencentes a dois modelos celulares, as células procariontes e eucariontes. Esses dois modelos celulares podem ser distinguidos pelo nível de complexidade estrutural. As células procariontes constituem organismos unicelulares, como as bactérias e algas cianofíceas, são estruturalmente simples e não possuem organelas e envoltório nuclear. Já as células eucariontes podem ser de origem animal e vegetal, constituem os organismos unicelulares, como protozoários, e todos os organismos multicelulares animais e vegetais. Essas células são estruturalmente complexas, apresentando numerosas organelas e envoltório nuclear. A presença de núcleo garante a separação do conteúdo nuclear do citoplas- ma, favorecendo as reações químicas que ocorrem nesse compartimento. O estudo dos procariotos é de grande importância para a área médica. Além de serem res- ponsáveis por diversas infecções, são muito utilizados em pesquisas científicas e na biotecnolo- gia industrial e farmacêutica. Apesar das diferenças entre células eucariontes e procariontes, todas as células possuem a mesma composição química básica, sendo constituídas pelos átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio (C, H, O, N). Esses átomos se associam e formam biomoléculas, aminoá- cidos, monossacarídeos, ácidos graxos e nucleotídeos. As biomoléculas, por sua vez, possuem a capacidade de se associar entre si e formar as macromoléculas que constituem o organismo: polissacarídeos, lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos. Os carboidratos, ou açúcares, são classificados, de acordo com o número de moléculas que os constituem, em monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. De forma geral,os carboidratos atuam como intermediários do metabolismo, armazenamento de energia, prote- ção e reconhecimento celular. CITOLOGIA 40 Os lipídeos são moléculas insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos e são clas- sificados, de acordo com a composição e função, em lipídeos informacionais que atuam como hormônios; lipídeos de reserva energética como os triglicerídeos; e lipídeos estruturais. Os lipídeos estruturais são moléculas anfipáticas, ou seja, apresentam uma cabeça ou região hidrofílica e uma cauda hidrofóbica. Essa propriedade permite que em meio aquoso os lipídeos estruturais formem micelas ou bicamadas lipídicas, e assim formem a base estrutural das mem- branas celulares. As bicamadas permitiram a compartimentalização das moléculas, favorecendo diversas reações químicas que deram origem às células. O colesterol é um lipídeo de membrana. As proteínas são as principais responsáveis pelas funções celulares. Trata-se de macromolé- culas compostas de aminoácidos que apresentam função estrutural, transportadora, catalítica, reguladora, de sinalização e no movimento celular. Vale destacar que a estrutura tridimensional de uma proteína é extremamente importante para sua função. Por fim, os ácidos nucleicos são macromoléculas compostas por nucleotídeos. Existem dois tipos de ácidos nucleicos nas células: o DNA e o RNA. Eles diferem quanto ao tipo de açúcar, bases nitrogenadas e estrutura. Essas moléculas são responsáveis pelo armazenamento e transmissão da informação genética. CITOLOGIA 41 Referências bibliográficas ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. Porto Alegre: ArtMed, 2010. ALBERTS, B. Fundamentos da biologia celular. Porto Alegre: ArtMed, 2017. LANDOWNE, D. Fisiologia celular. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2007. LODISH, H. et al. Biologia celular e molecular. Porto Alegre: ArtMed, 2014. CITOLOGIA 42 Objetivos do capítulo Compreender a composição das membranas celulares relacionando seus componentes estruturais com funções exercidas pela membrana; Relacionar as funções das membranas celulares coma função biológica; Diferenciar os mecanismos de transporte molecular passivo e ativo e relacionar com funções celulares; Compreender a importância fi siológica das modifi cações da membrana plasmática. COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DAS MEMBRANAS CELULARES • Composição da membrana plasmática • Os lipídeos de membrana • Proteínas de membrana • Carboidratos e o glicocálix A PERMEABILIDADE SELETIVA DA MEMBRANA E OS MECANISMOS DE TRANSPORTE MOLECULAR • Transportes passivos e ativos • Difusão simples e difusão facilitada • Os mecanismos de transporte ativo diretos e indiretos • Atuação integrada dos mecanismos de transporte AS DIFERENTES PROPRIEDADES DAS MEMBRANAS CELULARES • Assimetria • Potencial de membrana • Fluidez • Permeabilidade ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA • Microvilos, esteriocílios e cílios • Interdigitações • Junções de oclusão e adesão • Junções de comunicação TÓPICOS DE ESTUDO Por: Marianna Boia Ferreira CITOLOGIA 43 As membranas celulares são estruturas lipoproteicas que delimitam as células pro- cariontes e eucariontes. Sua existência permite que as células mantenham uma com- posição interna diferente do meio no qual estão inseridas. Nas células eucariontes, a membrana celular também delimita as organelas e o núcleo, promovendo a formação de compartimentos com composição própria que possibilitam o desenvolvimento de funções específi cas. A membrana celular participa dos processos de reconhecimento e comunicação entre as células e permite a captação de sinais do meio extracelular. Diante do exposto, surge o questionamento: por que entender a composição e as fun- ções da membrana celular é essencial para a compreensão dos mecanismos celulares e da manutenção da homeostase do organismo? Contextualizando o cenário CITOLOGIA 44 Composição e estrutura das membranas celulares2.1 As membranas celulares possuem composição lipoproteica, ou seja, são constituídas de lipídeos e proteínas. Sua estrutura está organizada segundo o modelo mosaico fl uído, pro- posto por Singer e Nicolson (1972). Segundo esse modelo, o componente predominante nas membranas celulares são os lipídeos da classe estrutural, que formam uma bicamada lipídica, na qual estão inseridas diferentes classes de proteínas. Figura 1. Representação esquemática da membrana plasmática, segundo modelo Mosaico-fl uido. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/04/2019. (Adaptado). Composição da membrana plasmática2.1.1 As membranas são formadas por lipídeos estruturais, sendo os mais abundantes aqueles da classe dos fosfolipídeos, responsáveis pela formação da bicamada lipídica; por proteínas que podem estar inseridas de diferentes formas nas membranas; e tam- bém por carboidratos da classe dos oligossacarídeos que, associados a lipídeos e proteí- nas, formam os glicolipídeos e as glicoproteínas. Glicolipídeo Fluido extracelular (fora da célula) Moléculas de açúcar Proteínas Fibras de proteína Citoplasma Glicoproteína Bicamada lipídica Glicocálix CITOLOGIA 45 Figura 2. Porcentagem de lipídeos e proteínas em diferentes membranas celulares. Lipídeo Proteína Membrana 0 100% componente Mielina Plasmática Golgi Nuclear Eritrócito humano Retículo endoplasmático Mitocondrial externa Mitocondrial interna PAUSA PARA REFLETIR Por que, independente da membrana analisada, os lipídeos são os componentes fundamentais? Os lipídeos de membrana2.1.2 Os lipídeos são, por defi nição, biomoléculas insolúveis em água e altamente solúveis em solventes orgânicos. Eles possuem diversas funções biológicas, entre elas a de constituir as membranas celulares. Três classes de lipídeos estruturais são responsáveis por essa constituição: os fosfolipídeos, os glicolipídeos e o colesterol. Eles apresentam uma propriedade denominada de anfi patia, que consiste em características polares e apolares em uma mesma estrutura. Os fosfolipídeos são anfi páticos porque apresentam um grupo de cabeça polar (hidrofíli- ca) que apresenta alta afi nidade pela água e duas caudas hidrocarbonadas que formam uma Apesar de apresentarem a mesma composição básica, as membranas celulares não são iguais, pois a composição específi ca de cada uma está relacionada a diferentes funções espe- cífi cas. Além disso, as proporções de lipídeo e proteína também são diferentes dependendo da célula examinada (Fig. 2). CITOLOGIA 46 Figura 3. Estrutura do fosfolipídeo e formação de bicamada lipídica. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/04/2019. (Adaptado). CURIOSIDADE: Lipossomas são vesículas constituídas de uma ou mais bicamadas fosfolipí- dicas orientadas concentricamente em torno de um compartimento aquoso. Devido à sua estrutura, são utilizados para encapsular moléculas hidrofílicas em seu interior e lipofílicas na bicamada, realizando o transporte de diversas substâncias para as células. dicas orientadas concentricamente em torno de um compartimento aquoso. dicas orientadas concentricamente em torno de um compartimento aquoso. Lipossomas são vesículas constituídas de uma ou mais bicamadas fosfolipí- Devido à sua estrutura, são utilizados para encapsular moléculas hidrofílicas em seu interior e lipofílicas na bicamada, realizando o transporte de diversas Lipossomas são vesículas constituídas de uma ou mais bicamadas fosfolipí- dicas orientadas concentricamente em torno de um compartimento aquoso. Devido à sua estrutura, são utilizados para encapsular moléculas hidrofílicas Lipossomas são vesículas constituídas de uma ou mais bicamadas fosfolipí- dicas orientadas concentricamente em torno de um compartimento aquoso. Devido à sua estrutura, são utilizados para encapsular moléculas hidrofílicas em seu interior e lipofílicas na bicamada, realizando o transporte de diversas dicas orientadas concentricamente em torno de um compartimento aquoso. dicas orientadas concentricamente
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