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Técnicas de esterilização de materiais Apresentação A busca pelos serviços estéticos aumentou exponencialmente nos últimos anos. A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), relatou no seu último boletim que o setor da estética/cosmética foi o que mais cresceu no Brasil. Considerando a alta demanda dos serviços com o fato de que os procedimentos realizados, na sua maior parte, necessitam de instrumentos que não apenas serão utilizados em vários clientes, mas que também entram em contato com fluidos corporais, o uso de técnicas de esterilização é imprescindível. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a importância da esterilização dos materiais, as diferentes técnicas de esterilização e as etapas necessárias para que os instrumentos de trabalho estejam sempre em condições adequadas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o conceito de esterilização, suas técnicas e diferentes classificações.• Diferenciar os tipos de técnicas de esterilização dos materiais.• Elencar a importância da higiene do local de trabalho e seu impacto sobre a esterilidade dos materiais. • Desafio Nos estabelecimentos de estética, é fundamental estabelecer uma padronização de higienização dos materiais utilizados. Para que as técnicas de esterilização sejam corretamente realizadas, o profissional deve sempre considerar que o material está contaminado, sem considerar se ele está visivelmente sujo ou não. Você, esteticista, é o primeiro a chegar ao seu local de trabalho e resolve organizar os instrumentos necessários para o primeiro cliente do dia. Ao abrir a embalagem com o material esterilizado, percebe a presença de água dentro do envelope. Isso pode indicar que a autoclave foi usada inadequadamente ou que o equipamento de autoclave não está funcionando de forma correta. Diante dessa situação, o que você faria para verificar se o equipamento está funcionando de forma correta? Infográfico Para que o serviço prestado seja de qualidade, todos os estabelecimentos estéticos precisam esterilizar corretamente seus materiais de trabalho. Para que isso aconteça, antes de colocar o material no aparelho de esterilização, é necessário que algumas etapas de limpeza do material sejam realizadas. Você sabe quais são elas? Veja no Infográfico a seguir! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3523b76c-2f03-4d11-af76-287e04041620/27df126c-c3d0-4dc1-91bc-d9022b35cf57.jpg Conteúdo do livro As técnicas de esterilização de materiais nos estabelecimentos estéticos têm uma grande importância na prevenção e controle de infecções. A transmissão de microrganismos por meio de objetos não esterilizados ainda é uma das principais causas de infecções relacionadas aos serviços de saúde, portanto, todos os profissionais e funcionários necessitam de treinamento adequado e reciclagens periódicas para uma prática profissional responsável. Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Técnicas de esterilização de materiais da obra Bioética e Biossegurança Aplicada, que serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA APLICADA Fernanda Stapenhorst Érica Ballestreri Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147 Revisão técnica: Guilherme Marin Pereira Bacharel em Filosofia Mestre em Sociologia da Educação Litz Tomaschewski Lima Graduada em Estética e Cosmética Pós-graduação em Cosmetologia Clínica Especialista em peelings faciais B615 Bioética e biossegurança aplicada / Fernanda Stapenhorst França ... [et al.] ; [revisão técnica: Litz Tomaschewski , Guilherme Marin Pereira ]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 230 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-208-9 1. Bioética. 2. Biossegurança. 3. Estética. I. França, Fernanda Stapenhorst. CDU 608.1 Técnicas de esterilização Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car os conceitos relacionados às técnicas de esterilização e às suas diferentes classi� cações. Diferenciar os diferentes tipos de técnicas de esterilização dos materiais. Elencar a importância da higiene do local de trabalho e o seu impacto sobre a esterilidade dos materiais. Introdução As técnicas de esterilização de materiais nos estabelecimentos em estética possuem importância vital na prevenção e no controle das infecções. A transmissão de microrganismos por meio de objetos não esterilizados ainda é uma das principais causas de morte no mundo, portanto, todos os profissionais e os funcionários necessitam de treinamento adequado e reciclagem periódicas, fornecendo, dessa forma, assistência estética de qualidade e com segurança. Definido conceitos básicos e as classes de materiais A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 2009, elaborou o manual de referência técnica direcionado para os serviços de estética, que dispõem sobre os critérios mínimos para funcionamento, qualidade e avaliação desses serviços, visando à redução dos riscos à saúde dos pacientes/clientes e dos profi ssionais esteticistas. Um dos principais critérios mínimos abordados é a utilização de técnicas de esterilização, não apenas dos insumos de trabalho, mas também do ambiente de trabalho. O processo de esterilização de materiais possui grande impacto sobre o controle de infecções nos ambientes de assistência à saúde. Atualmente, os profissionais da saúde estão continuamente expostos a microrganismos já documentados, entretanto, nos últimos anos, houve um aumento considerável de patógenos resistentes aos tratamentos convencionais. Primeiramente, é importante definirmos alguns termos que serão utiliza- dos ao longo deste capítulo. A assepsia se refere ao uso de agentes químicos na pele ou em outros tecidos do corpo, visando à inibição ou à eliminação de microrganismos, porém, sem ação esporicida (eliminação de esporos). A desinfecção ocorre pelo uso de processos físicos ou pelo uso de agentes químicos, destruindo assim a maior parte dos microrganismos. Porém, espo- ros bacterianos, fungos e vírus podem resistir ao processo de desinfecção. Portanto, a desinfecção foi subdivida em três categorias: alta, intermediária e baixa eficiência. A desinfecção de alta eficiência utiliza agentes germicidas que são capazes de eliminar todos os microrganismos, exceto os esporos bacterianos de maior tamanho. O uso de um agente germicida que elimina todos os microrganis- mos, exceto os endósporos bacterianos, é classificado como um processo de desinfecção intermediária. Já o processo de baixa eficácia é realizado com um agente germicida que elimina quase todas as bactérias vegetativas e os vírus envelopados. E por último, mas não menos importante, temos o processo de esterilização, que, quando utilizamos processos físicos ou químicos para eliminar todos os tipos de microrganismos, sejam eles bactérias, microbactérias, vírus não envelopados e fungos e seus esporos. Em 1972, foi elaborado o Sistema de Classificação de Spaulding, no qual equipamentos e instrumentos que devem ser esterilizados ou desinfetados são categorizados de acordo com o risco de infecção para o paciente. Essa classificação se baseia em três categorias de risco e é utilizada até hoje para determinar qual método deverá ser utilizado. Os objetos que são classificados como críticos são aqueles que são dire- tamente introduzidos na corrente sanguínea ou em outras regiões estéreis do corpo, tais como instrumentos cirúrgicos, cateteres, agulhas e implantes, e devem ser esterilizados. Os objetos semicríticos são aqueles que entram em contato com mucosas intactas, sem perfurar a pele, e devem ser esterilizados ou altamente desinfeta- dos. Endoscópios e tubos endotraqueais são exemplos de objetos semicríticos.Já a classificação não crítica é destinada a objetos que não entram em contato com o paciente ou entram em contato apenas com a pele intacta. Esses itens Técnicas de esterilização 220 podem ser higienizados e posteriormente desinfetados com soluções desin- fetantes intermediárias ou com água e sabão. Garrotes para coleta de sangue e móveis são classificados como objetos não críticos. Para que as técnicas de esterilização sejam corretamente realizadas, o pro- fissional deve tomar algumas precauções antes de iniciar o processamento dos materiais. O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é obrigatório, independentemente da natureza do material e da sua finalidade. Portanto, você deve sempre considerar que o material está contaminado, sem levar em consideração se ele está visivelmente sujo ou não. Antes do material ser enviado para esterilização ou desinfecção, ele deve, primeiramente, ser lavado com água, fazendo uso de fricção mecânica e de uma esponja ou de um pano com sabão. Nessa etapa, é importante que você padronize se a lavagem será realizada em uma pia específica para essa atividade ou dentro de algum recipiente apropriado. Em vez de usar a fricção mecânica, também é possível utilizar máquinas de limpeza com jatos de água quente ou máquinas de ultrassom com detergentes, porém, esses últimos dois tipos de limpeza, em geral, ficam restritos ao ambiente hospitalar. A descontaminação pode ser realizada de várias maneiras diferentes, como pela fricção mecânica com produtos destinados para essa finalidade, pela imersão completa em água em ebulição durante 30 minutos ou pela autoclavagem prévia do material ainda contaminado. A escolha do processo de descontaminação deve se basear nas condições do estabelecimento e em qual classificação do material que está sendo processado na esterilização. Após a realização da limpeza e/ou descontaminação, o material deve ser enxaguado em água corrente e seco, fazendo uso de um pano limpo, uma secadora de ar ou de estufas. Após todos esses procedimentos, você classificará o material como crítico, semicrítico ou não crítico e então, de fato, iniciará a esterilização (Figura 1). 221Técnicas de esterilização Desinfecção e descontaminação não são sinônimos! De forma geral, a descontaminação é o processo que tem como objetivo reduzir o número de microrganismos presentes nos materiais contaminados, que posteriormente serão encaminhados para o processo de desinfecção ou esterilização. Lembre-se: a desinfecção remove quase todos os microrganismos, já a esterilização destrói todas as formas de vida, inclusive os esporos! Técnicas de esterilização de materiais Nos estabelecimentos de estética, é fundamental estabelecer uma padronização de higienização dos materiais utilizados. Todos os objetos de trabalho que entraram em contato direto com o paciente devem, obrigatoriamente, passar pelos processos de limpeza e de esterilização. Os materiais têxteis devem ser Figura 1. Esquema do Sistema de Classificação de Spaulding. Técnicas de esterilização 222 lavados em temperatura acima de 90 °C ou enviados para uma lavanderia especializada. Os materiais podem ser esterilizados com as seguintes técnicas. Esterilização física Os métodos físicos são aqueles que utilizam calor em diferentes formas ou alguns tipos de radiação para realizar o processo de esterilização de materiais. Calor seco Nessa técnica, o material é colocado dentro de uma estufa (ou forno de Pasteur). A eliminação dos microrganismos ocorre por meio da sua oxidação e da sua desidratação. O uso do calor seco é recomendado para esterilizar vidrarias, metais, óleos e substâncias em pó que são resistentes às altas temperaturas ou que poderiam oxidar caso fossem esterilizados com o uso de vapor. Como exemplo de material que não pode ser esterilizado com o calor úmido, temos os objetos cortantes, que, caso entrassem em contato com o vapor úmido, oxidariam e perderiam o fi o. A esterilização com uso de calor seco, por necessitar de altas temperaturas, não é recomendada para materiais mais sensíveis, tais como produtos têxteis, plásticos ou emborrachados. Além da limitação citada anteriormente, o uso do calor seco para a esterilização é mais demorado, pois ele atua mais lentamente do que o calor úmido, ou seja, além de exigir altas temperaturas, também requer grande tempo de exposição. A temperatura utilizada nessa técnica é de 170 °C, durante 120 minutos. Autoclavagem (calor úmido) O uso das autoclaves é recomendado para a esterilização de materiais clas- sifi cados como críticos e que são resistentes a altas temperaturas. Materiais semicríticos e resistentes também podem ser submetidos ao processo de au- toclavagem, já que esta é uma técnica de baixo custo e mais rápida do que as outras disponíveis no mercado. O processo de autoclavagem é, geralmente, realizado com vapor saturado sob pressão, e as proteínas dos microrganismos presentes nos materiais são desnaturadas e coaguladas. É importante citar que a presença da água auxilia na destruição das membranas e das enzimas dos microrganismos, além de quebrar as pontes de hidrogênio entre as moléculas orgânicas, sendo, portanto, 223Técnicas de esterilização o método de esterilização mais eficaz, tanto na eliminação, quanto no tempo de exposição necessário. Durante essa técnica, o material fica exposto ao vapor sob pressão a 121 °C, durante 15 minutos. Depois de lavar e secar os materiais, eles devem ser acondicionados em embalagens adequadas conforme a técnica, que devem ser fechadas e estéreis, garantindo, dessa forma, que o material continuará esterilizado até o momento do uso. No caso das autoclaves, a embalagem (invólucro) comumente utilizada é um filme de poliamida e papel kraft com pH de 5-8. Outros tipos de emba- lagens também podem ser utilizados, porém, são de baixo custo benefício ou possuem menor eficácia na manutenção da esterilidade do material. Técnicas de esterilização química As técnicas de esterilização química são realizadas utilizando soluções es- terilizantes pela imersão do material contaminado dentro do produto. Esse tipo de técnica, por fazer uso de agentes químicos fortes, necessita de maiores cuidados em relação ao seu manuseio, ou seja, o uso dos EPIs é imprescindível. Esse tipo de técnica também necessita de precauções prévias com o material, que só então será exposto ao agente químico que realizará a esterilização. Primeiramente, você precisa lavar o material e secá-lo rigorosamente, assim você evita que a água presente na superfície do objeto não altere a concentração do produto químico. O material deve ser completamente imerso no agente químico e o recipiente deve ficar fechado durante o tempo que o material ficará em contato com a solução. Para não dar chance ao erro, marque os horários de início e término do processo. Para retirar o material da solução, utilize luvas estéreis. O material deve ser enxaguado com água destilada ou deionizada, pois o contato com água corrente ou até mesmo soro fisiológico pode oxidar o material. Após secar esse material com compressa estéril, ele deve ser utilizado imediatamente. Existem inúmeras soluções químicas que são utilizadas para esterilizar materiais, tais como o glutaraldeído, ácido peracético (0,2%), formaldeído, entre outros. Entretanto, são produtos altamente tóxicos, de difícil acesso, com alto custo e que exigem um longo período de exposição para que o material seja devidamente esterilizado. Existem outros produtos químicos que podem ser utilizados para a desinfecção dos materiais, tais com as soluções alcoólicas e o hipoclorito de sódio (1%), produtos de fácil acesso, com baixo custo e relativamente eficientes. Entretanto, esses dois produtos são desinfetantes de menor eficácia, então apenas fazer uso desses produtos não garante a total esterilização dos materiais. Técnicas de esterilização 224 Precauções e recomendações sobre o uso da autoclave: Ocarregamento de materiais na autoclave não deve ultrapassar 2/3 da capacidade do cesto. A distribuição dos cestos deve ser feita de forma a garantir a circulação do vapor. A autoclavagem perde a eficiência se o vapor não atingir a todos os materiais. Não coloque hipoclorito de sódio na autoclave. Esse tipo de desinfetante é altamente oxidante e sua associação com material orgânico em autoclave pode ser explosiva. Técnicas de desinfecção do ambiente de trabalho Agora você sabe quais as técnicas que você pode utilizar para esterilizar seu material de trabalho e por que é importante fazer uso delas. Questione-se: do que adianta o meu material de trabalho ser estéril, se o ambiente de trabalho não está higienizado? Infelizmente, a resposta é nada. Imagine uma situação hipotética, na qual você realizou o procedimento de higienização das mãos antes de colocar as luvas, abriu o envelope com os materiais recentemente autoclavados e os colocou em cima de uma superfície que não foi higienizada entre um paciente e outro. Todos os cuidados prévios foram em vão e existe grande chance de que tenha ocorrido uma contaminação cruzada. Por isso que a higiene do ambiente é considerada, pela ANVISA, como um dos critérios mínimos para o funcionamento e a qualidade oferecida pelos serviços de estética. O ambiente de trabalho é coletivo, onde várias pessoas, com hábitos e costumes diferentes, convivem, portanto, é necessário adotar procedimentos de higienização visando à redução dos riscos associados aos procedimentos estéticos. A realização da limpeza do ambiente, desde as bancadas até o chão, deve ser realizada seguindo princípios simples que são preconizados pelas normas de biossegurança. Sempre realize a limpeza no sentido da área mais limpa em direção a mais suja ou da área menos contaminada para a mais contaminada e sempre de cima para baixo, no mesmo sentido e direção, ou seja, se você começar pelo lado esquerdo da área, passe o pano com o produto de trás para frente e refaça o mesmo movimento na área adjacente àquela que foi 225Técnicas de esterilização higienizada. Jamais utilize movimentos de vai e vem ou circulares durante a higienização das bancas, pois esses movimentos espalham sujidade. Os processos de limpeza de superfícies em serviços de saúde envolvem a limpeza concorrente (diária) e limpeza terminal. A limpeza terminal não é muito utilizada em estabelecimentos de estética, pois é realizada com máquinas de lavar piso e com produtos químicos mais fortes. Os hospitais e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são os serviços de saúde que mais fazem uso desse tipo de limpeza. Acesse o link a seguir e veja, passo a passo, como uti- lizar adequadamente um equipamento de autoclave: https://goo.gl/HbfMSh A limpeza concorrente é aquela que deve ser realizada diariamente, com a finalidade de limpar e organizar o ambiente de trabalho, repor os insumos de consumo diário e separar e organizar os materiais que serão processados para a esterilização. A limpeza concorrente deve ser realizada em todas as superfícies horizontais de móveis e equipamentos, portas, maçanetas, piso e instalações sanitárias. A limpeza dos pisos deve ser realizada diariamente e sempre que necessário, primeiramente varrendo os resíduos existentes. Utilize um pano embebido em água e sabão e sempre faça uso de dois baldes com água: um contendo água limpa e o produto e o outro com água, apenas para o enxague do pano, para remover o excesso de sujidade. Posteriormente, o produto desinfetante, geralmente hipoclorito, deve ser aplicado em toda a superfície do piso, fazendo uso de um pano limpo. As bancadas devem ser higienizadas várias vezes ao dia, ao iniciar o turno de trabalho, entre um paciente e outro e no final do dia. A limpeza profunda das bancadas também é feita pelo uso de água e sabão, seguido pela aplicação de produto desinfetante, tal como uma solução alcoólica 70% ou hipoclorito 1%. A maca e a mesa auxiliar utilizadas durante determinados procedimentos Técnicas de esterilização 226 também devem ser devidamente desinfetadas, no início do turno de trabalho, entre um paciente e outro e no fim do dia. Essa desinfecção pode ser realizada com a aplicação de solução alcoólica 70%, utilizando compressa estéril ou gaze, sempre do local mais para o menos contaminado. Por fim, para contextualizar todas as informações abordadas neste texto, recomenda-se que todo estabelecimento elabore e deixe disponível para todos os funcionários um Manual de Rotinas e Procedimentos. Assim, todos os procedimentos de limpeza, esterilização e outras recomendações estarão padronizadas e descritas passo a passo, melhorando a qualidade do serviço prestado e reduzindo os riscos de biossegurança associados aos procedimentos estéticos. O equipamento de autoclave nem sempre pode funcionar de maneira adequada e esterilizar os materiais corretamente. As principais falhas mecânicas são resultados da operação incorreta ou da falta de manutenção do equipamento. Entretanto, a principal causa de erros durante o processo de esterilização decorre das falhas humanas, entre elas a limpeza incorreta dos materiais, o uso de embalagens inadequadas, a disposição incorreta das embalagens na câmara, o tempo e a temperatura de esterilização serem insuficientes, as embalagens não estarem identificadas e o despreparo da equipe para usar o aparelho. Portanto, a elaboração de um Protocolo Operacional Padrão (POP), detalhando o passo a passo de como a autoclave deve ser utilizada, pode evitar possíveis complicações devido à exposição dos pacientes aos materiais não estéreis, tais como processos judiciais e danos à imagem e à credibilidade dos profissionais que trabalham no estabelecimento. 227Técnicas de esterilização 1. Os materiais utilizados nos estabelecimentos de saúde podem ser classificados como: a) Materiais críticos, semicríticos e ultracríticos. b) Materais críticos, semicríticos e nada críticos. c) Materiais semicríticos, pouco críticos, muito críticos. d) Materiais críticos, semicríticos e não críticos. e) Materiais críticos, não críticos e muito críticos. 2. Processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana, por meio do uso de agentes físicos e químicos: a) Descontaminação. b) Desinfecção. c) Limpeza. d) Ebulição. e) Esterilização. 3. Técnica física ou química que elimina todos os microrganismos, com exceção dos esporos bacterianos: a) Limpeza. b) Degermação. c) Esterilização. d) Desinfecção. e) Oxidação. 4. Os materiais classificados como críticos, ou seja, aqueles que penetram na pele, nas mucosas e nos tecidos, devem passar por qual(is) processo(s): a) Desinfecção de alta eficiência ou esterilização devido ao risco de transmissão de infecção. b) Limpeza com água e sabão. c) Serem esterilizados apenas quando houver evidência da presença de microrganismos contagiosos. d) Esterilização devido ao alto risco de transmissão e infecção. e) Primeiramente serem lavados com água e sabão e então serem colocados em estufa para secar. 5. A limpeza do ambiente de trabalho tem como objetivo a remoção do excesso de sujidade e/ou matéria orgânica, reduzindo assim o número de microrganismos presentes. A sua execução necessita de técnicas simples. As medidas abaixo são fundamentais para a limpeza do ambiente de trabalho, exceto: a) Iniciar do local contaminado para o mais limpo. b) Utilizar equipamentos de proteção individual. c) Não realizar movimentos circulares. d) Utilizar dois baldes para aumentar a remoção da sujidade. e) Inicialmente utilizar água e sabão e depois realizar a aplicação do produto desinfetante. Técnicas de esterilização 228 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Biossegurança. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 39, n. 6, p.989-991, dez. 2005. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Referência técnica para o funcionamento dos serviços de estética e embelezamentosem responsabilidade médica. Brasília, 2009. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_ lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_ col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_asse- tEntryId=419198&_101_type=document. Acesso em: 24 de Out. 2017. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília, DF: Anvisa, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação-Geral das Unidades Hospitalares Próprias do Rio de Janeiro. Orientações gerais para a Central de Esterilização. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2001. (Série A. Normas e Manuais Técnicos, n. 108). BRASIL. Ministério da Saúde. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 1994. HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J.; HIRATA, R. D. C. Manual de biossegurança. 3. ed. São Paulo: Manole, 2017. MASTROENI, M.F. Biossegurança aplicada a laboratórios e serviços de saúde. São Paulo: Atheneu, 2004. 229Técnicas de esterilização Para ver as respostas de todos os exercícios deste livro, acesse o link abaixo ou utilize o código QR ao lado. https://goo.gl/4eL1TZ Gabaritos 230 Gabaritos Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor A higiene do ambiente é considerada pela Anvisa, como um dos critérios mínimos para o funcionamento e qualidade oferecida pelos serviços de estética. O ambiente de trabalho é um ambiente coletivo, onde várias pessoas com hábitos e costumes diferentes convivem, portanto, é necessário adotar procedimentos de higienização visando à redução de riscos. Quer saber mais sobre a descontaminação do ambiente e dos instrumentos de trabalho? Acompanhe no vídeo a seguir! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/89451fceb09ba2e659fbf0de60417696 Exercícios 1) Os procedimentos cujos materiais contêm presença de saliva após seu uso, devem ser classificados como: A) materiais ultracríticos. B) materiais críticos. C) materiais pouco críticos. D) materiais semi-críticos. E) materiais não-críticos. 2) Processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana, por meio do uso de agentes físicos e químicos: A) Descontaminação. B) Desinfecção. C) Limpeza. D) Fricção. E) Esterilização. 3) Técnica física ou química que elimina todos os microrganismos, com exceção dos esporos bacterianos: A) Limpeza. B) Degermação. C) Esterilização. D) Desinfecção. E) Oxidação. 4) Os materiais classificados como críticos, ou seja, aqueles que penetram a pele, mucosas e tecidos, devem passar por qual processo: A) Desinfecção de alta eficiência ou esterilização devido ao risco de transmissão de infecção. B) Limpeza com água e sabão seguida de solução alcoólica. C) Serem esterilizados apenas quando houver evidência da presença de microrganismos contagiosos. D) Esterilização. E) Primeiramente serem lavados com água e sabão e então, colocados em estufa para secar. 5) A limpeza do ambiente de trabalho tem como objetivo a remoção do excesso de sujidade e/ou matéria orgânica, assim, reduzindo o número de microrganismos presentes. Qual medida é fundamental para a limpeza do ambiente de trabalho? A) Iniciar a limpeza pelo chão e depois pelas paredes. B) Usar água e sabão. C) Não realizar movimentos circulares. D) Limpar da área menos contaminada para a mais contaminada. E) Usar escovas ao invés de panos. Na prática A esterilização de materiais é tão importante que em todos os estabelecimentos de saúde, principalmente hospitais, existe a Central de Material e Esterilização (CME), que é um setor destinado apenas para a limpeza, acondicionamento, guarda e distribuição de produtos e materiais. Nos estabelecimentos de estética, visto que são locais com grande fluxo de clientes e inúmeros tipos de materiais utilizados para cada procedimento, destinar um espaço somente para a limpeza, esterilização e guarda de materiais também é importante. Para isso, existem rotinas específicas que devem ser seguidas pelo profissional responsável pela higienização dos materiais conforme o seu tipo. Veja na imagem a seguir, que cuidados o profissional deve tomar ao montar uma sala de esterilização. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/478c726a-4d32-4f9c-a56b-ef38224fe93e/3f90b5f2-559d-425b-958d-873cd206eec5.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Acompanhe por meio do vídeo Esterilização, o passo a passo para a limpeza e esterilização de um tebori, instrumento utilizado no procedimento de microblading. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Por quanto tempo um instrumento permanece esterilizado? Aprofunde os seus conhecimentos por meio da leitura da matéria Prazo de validade dos artigos esterilizados por autoclave, que aborda um tema controverso e enfrentado por diversos profissionais da saúde. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/xY97Xpmn9M8?rel=0&start=80 https://www.cristofoli.com/biosseguranca/prazo-de-validade-dos-artigos-esterilizados-por-autoclave/
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