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2015 Biossegurança, urgência e emergência em centros de estética Prof.ª Dayane Cristina Vieira Copyright © UNIASSELVI 2015 Elaboração: Profª. Dayane Cristina Vieira Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 620.8 V657b Vieira, Dayane Cristina Biossegurança, urgência e emergência em centros de estética/ Dayane Cristina Vieira. Indaial : UNIASSELVI, 2015. 170 p. : il ISBN 978-85-7830-912-1 1. Biossegurança. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Impresso por: III apresentação Caro(a) acadêmico(a)! A disciplina de Biossegurança visa esclarecer questões pertinentes ao dia a dia de cada um dos indivíduos. O tema irá submeter você ao entendimento das relações entre a sua futura profissão e as questões importantes de segu- rança que nos remeterá à análise da nossa própria rotina. As questões abordadas daqui em diante estarão alocadas em três unidades. A Unidade 1 objetiva fazer com que você possa conhecer os aspectos relaciona- dos à base em biossegurança, sua regulamentação, bem como diretrizes para uma excelente atuação no mercado de trabalho. Outro ponto relevante é a clareza de quais procedimentos de medidas preventivas e educativas devem ser adotadas para diminuir o risco de transmissão de doenças e acidentes de trabalho. Você terá acesso, também, ao conteúdo de impacto ambiental gera- dos em estabelecimentos de beleza, assim como os procedimentos que devem ser realizados para gerenciar estes resíduos. Uma das maneiras de manter um bom relacionamento com os clientes é ter excelência no atendimento, isso em todas as atividades. Portanto, para me- lhor explorar o tema, iremos trabalhar, na Unidade 2, as questões referentes às definições, conceitos, gestão e ferramentas operacionais de qualidade. Ain- da nessa unidade, abordaremos a importância do conhecimento das emer- gências que poderão ocorrer nos centros de estética e imagem pessoal, pois entendemos ser de suma importância o domínio dos procedimentos em caso de emergência hipertensiva, diabética, neurológica e cardiológica. A partir do estudo da Unidade 3 você terá acesso às características que vi- sam facilitar a identificação da abordagem primária e secundária à vítima, auxiliando você no reconhecimento de situações-problema, como traumas, hemorragias e sangramento. Outro aspecto abordado são os traumas a partir de contato com substâncias químicas, o que facilitará o reconhecimento de choque anafilático e alergias, bem como em lesões oculares. Enfim, você será capaz de identificar os programas na área de Biossegurança e também os processos empregados no controle das ações nessa área. Desejo uma boa jornada neste caminho! Profª. Dayane Cristina Vieira IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! UNI Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI VII sumário UNIDADE 1 – BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA ........................................................................................... 1 TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA ............................................................. 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 PRINCÍPIOS E CONCEITOS EM BIOSSEGURANÇA ................................................................ 3 2.1 BIOSSEGURANÇA .......................................................................................................................... 4 2.2 REGULAMENTAÇÃO EM BIOSSEGURANÇA ......................................................................... 7 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 11 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 12 TÓPICO 2 – PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA .................................................................. 13 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13 2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ...................................................................... 13 3 RISCOS EM AMBIENTE DE SAÚDE .............................................................................................. 16 3.1 RISCOS PROFISSIONAIS ............................................................................................................... 17 3.1.1 Riscos de acidentes ................................................................................................................. 17 3.1.2 Riscos ergonômicos ................................................................................................................. 17 3.1.3 Riscos físicos ............................................................................................................................ 18 3.1.4 Riscos químicos ....................................................................................................................... 18 3.1.5 Riscos biológicos ..................................................................................................................... 18 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 18 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 22 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 23 TÓPICO 3 – HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO ........................................ 25 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................25 2 PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO ................ 25 2.1 CONCEITUAÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA ............................................................. 26 2.2 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS ........................................................................................... 27 3 MANUAL DE ROTINAS E PROCEDIMENTOS ........................................................................... 27 3.1 MEDIDAS PREVENTIVAS NO AMBIENTE PROFISSIONAL ................................................. 28 3.1.1 Programa de controle médico de saúde ocupacional ........................................................ 28 3.1.2 Equipamentos de Proteção Individual ................................................................................ 28 3.1.3 Higiene ambiental ................................................................................................................... 29 3.1.4 Higiene pessoal ....................................................................................................................... 31 4 PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGO ................................. 32 4.1 LIMPEZA .......................................................................................................................................... 32 4.1.1 Limpeza manual ...................................................................................................................... 33 4.1.2 Limpeza mecânica ................................................................................................................... 33 4.2 TRATAMENTO DOS ARTIGOS - UTENSÍLIOS E INSTRUMENTOS .................................... 35 5 ÁREA FÍSICA ........................................................................................................................................ 39 6 PRODUTOS ........................................................................................................................................... 42 7 EQUIPAMENTOS ................................................................................................................................. 42 VIII 8 IMPACTO AMBIENTAL DOS RESÍDUOS GERADOS NOS ESTABELECIMENTOS DE BELEZA E GERENCIAMENTO DESTES RESÍDUOS ........................................................... 44 8.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................... 46 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 49 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 57 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 59 UNIDADE 2 – BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA ........................................................................................... 61 TÓPICO 1 – GESTÃO E QUALIDADE ............................................................................................... 63 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63 2 CONCEITOS DE QUALIDADE ........................................................................................................ 63 3 QUALIDADE DE ATENDIMENTO DURANTE AS AÇÕES NA CLÍNICA DE ESTÉTICA ........................................................................................................................................ 65 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 69 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71 TÓPICO 2 – CUIDADOS NO ATENDIMENTO EM CLÍNICA ESTÉTICA ............................... 73 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73 2 CUIDADOS NO ATENDIMENTO EM CLÍNICA ESTÉTICA .................................................... 73 3 ASSEPSIA, DESINFECÇÃO, ESTERILIZAÇÃO ........................................................................... 74 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 76 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 84 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 85 TÓPICO 3 – EMERGÊNCIAS................................................................................................................ 87 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87 2 EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS ................................................................................................. 87 3 EMERGÊNCIAS DIABÉTICAS ......................................................................................................... 91 4 EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS ................................................................................................. 95 5 EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS ............................................................................................... 95 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 105 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 118 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 120 UNIDADE 3 – BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA ........................................................................................... 121 TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E ABORDAGEM PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA À VÍTIMA .......................................................................................... 123 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 123 2 PRIMEIROS SOCORROS ................................................................................................................... 123 3 ABORDAGEM PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA À VÍTIMA .......................................................... 124 3.1 ABORDAGEM PRIMÁRIA RÁPIDA ............................................................................................ 126 3.2 ABORDAGEM PRIMÁRIA COMPLETA ..................................................................................... 127 4 HEMORRAGIAS E SANGRAMENTOS ......................................................................................... 130 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 132 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 137 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 138 IX TÓPICO 2 – CHOQUE ANAFILÁTICO, ALERGIAS E QUEIMADURAS .................................. 139 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 139 2 CHOQUE ANAFILÁTICO E ALERGIAS ........................................................................................139 2.1 CAUSAS DE ANAFILAXIA ........................................................................................................... 139 2.2 SINTOMAS DO CHOQUE ANAFILÁTICO ................................................................................ 140 2.3 TRATAMENTO DO CHOQUE ANAFILÁTICO ......................................................................... 140 3 ALERGIAS E TOXIDEZ ...................................................................................................................... 141 3.1 HIPERSENSIBILIDADE AOS COSMÉTICOS ............................................................................. 142 3.2 COMO PROCEDER EM CASO DE REAÇÕES ALÉRGICAS ................................................... 145 4 QUEIMADURAS E LESÕES OCULARES ....................................................................................... 145 4.1 PRIMEIROS SOCORROS EM QUEIMADURAS ......................................................................... 146 4.2 LESÕES OCULARES ....................................................................................................................... 150 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 152 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 154 TÓPICO 3 – INTOXICAÇÃO EXÓGENA E HIPOTERMIA ........................................................... 155 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 155 2 INTOXICAÇÃO EXÓGENA .............................................................................................................. 155 3 MEDIDAS DE DESCONTAMINAÇÃO .......................................................................................... 157 4 HIPOTERMIA ....................................................................................................................................... 158 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 159 LEITURA COMPLEMENTAR II ........................................................................................................... 161 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 164 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 165 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 167 X 1 UNIDADE 1 BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você será capaz de: • conhecer os aspectos relacionados à base em biossegurança, sua regula- mentação, bem como diretrizes; • observar equipamentos de proteção individual; • conhecer assuntos relacionados ao risco eminente em estabelecimentos de embelezamento; • conhecer os deveres do profissional, manter o Manual de Rotinas e Proce- dimento disponível a todos os profissionais do estabelecimento; • ter clareza de quais procedimentos de medidas preventivas e educativas devem ser adotadas para diminuir o risco de transmissão de doenças e acidentes de trabalho; • verificar o método correto de limpeza e esterilização específica, de am- biente físico, bem como pentes, escovas e utensílios instrumentais; • ter acesso ao conteúdo de impacto ambiental gerados em estabelecimentos de beleza, assim como, os procedimentos que devem ser realizados para gerenciar estes resíduos. Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA TÓPICO 2 – PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA TÓPICO 3 – HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA 1 INTRODUÇÃO Você já parou para pensar em todos os riscos expostos nas diversas ações em nosso dia a dia? Muitas vezes essas situações passam despercebidas e não nos damos conta de que estamos cercados de riscos para a nossa saúde. Basta uma pequena ação, como ingerir um lanche ou fazer as unhas para que esses riscos possam causar graves doenças. Quantos de vocês têm o costume de ir a clínicas de estética sem a preocupação de como é feita a limpeza e desinfecção dos materiais que serão usados nos procedimentos? Quantas pessoas emprestam seu alicate ou lixa de unha durante os atendimentos de manicure? Sobre essas questões que iremos tratar nessa unidade. Neste primeiro tópico você verá assuntos relacionados à base em biossegurança. Em seguida, observará quais as suas origens até os processos que envolvem o estudo e aplicação no seu dia a dia profissional e pessoal. Por fim terá acesso à regulamentação de Biossegurança, bem como suas diretrizes. 2 PRINCÍPIOS E CONCEITOS EM BIOSSEGURANÇA Com o impacto de novas tecnologias, o avanço nas pesquisas na área da cosmetologia no Brasil e no mundo, além do aparente crescimento na área, amplifica-se também os cuidados de higiene que os profissionais devem empregar nos centros de beleza e estética, com a finalidade de tornar esses espaços mais seguros. Nos dias atuais, com a expansão do número de locais que oferecem serviços de estética, da grande rotatividade de clientes nestes espaços, faz-se necessário prevenir situações de risco, pois profissionais e clientes estão em constante exposição a riscos biológicos, por exemplo, presentes na realização de tratamentos faciais. UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA 4 Teixeira e Valle (1996) recomendam que a prevenção seja frequente, a fim de minimizar e eliminar riscos que possam comprometer a saúde dos clientes e dos profissionais, portanto, a aplicação dos conceitos de Biossegurança torna- se fundamental para assegurar a qualidade em todos os serviços oferecidos em estética facial. A adoção das normas de Biossegurança auxiliará na segurança dos serviços oferecidos pelo profissional, além de minimizar, controlar e diminuir os riscos de transmissão de doenças em âmbito geral da população. 2.1 BIOSSEGURANÇA Percebendo-se a preocupação com a transmissão de doenças durante a rotina de trabalho, salões de beleza e clínicas de estética também vêm adotando condutas de biossegurança, a exemplo de hospitais e consultórios odontológicos. Um assustador percentual, de 80% a 90%, dos acidentes ocasionados com agulhas são responsáveis por transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores da saúde, segundo Marziale; Nishimura e Ferreira (2004), afirmando a importância da aplicação de condutas de Biossegurança com o propósito de diminuir o contágio de doenças nesses espaços. Portanto, biossegurança vem a ser o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (apud TEIXEIRA; VALLE, 1996). Para Costa e Costa (2002), biossegurança é uma ação educativa, que através da agregação de conhecimentos técnicos, propicia a segurança da saúde do homem e do meio ambiente em âmbito geral através de um sistema de ensino- aprendizagem. Em resumo, biossegurança são providências e normas adotadas para minimização de doenças ou riscos. A biossegurança corrobora a importância de se trabalhar de forma segura e para isso faz-se necessário incorporar, no dia a dia, conhecimentos, hábitos, comportamentos e sentimentos,a fim de que se possam desenvolver as atividades de modo seguro. Para que este objetivo seja plenamente atingido, outras áreas profissionais devem entrar em ação, pois, segundo Silveira e Brito (2010), a Biossegurança anda junto com a Engenharia de Segurança, a Medicina do Trabalho, a Saúde do Trabalhador, a Higiene Industrial, Pessoal e Ambiental e com a Infecção Hospitalar. A introdução dessa ciência envolvendo ações voltadas à prevenção de riscos à saúde humana é recente, pois os registros históricos estão relacionados aos TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA 5 assuntos que tratam sobre alguns procedimentos específicos, como a manipulação de organismos geneticamente modificados (conhecidos também como transgênicos, como exemplo, alguns alimentos) e envolviam profissionais ligados a trabalhos em laboratórios. (SILVEIRA; BRITO, 2010). Os primeiros registros sobre biossegurança com abordagem para os seres humanos foram feitos por estudiosos que criaram teorias para o surgimento e a propagação das doenças ou moléstias que afetavam a população de um modo geral. Algumas destas teorias explicavam a propagação das doenças devido a bruxarias, contato com vapores contaminados, devido ao toque ou ao contato com roupas e objetos contaminados, entre outros. Também, foram muitas as ideias de como prevenir o contágio das doenças. Têm-se aí os primeiros registros. (SILVEIRA; BRITO, 2010). Ao passar do tempo, muitas dessas teorias foram aprimoradas e o homem foi descobrindo formas para melhorar técnicas e modo de trabalho visando à diminuição de riscos nos ambientes de trabalho, surgido então a Biossegurança. A Biossegurança é utilizada também em ambientes como indústrias, hospitais, laboratórios, universidades, entre outros, no sentido de prevenir riscos/perigos gerados por agentes químicos (substâncias tóxicas), físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais, excesso de peso), biológicos (agentes infecciosos) e psicológicos (como o estresse). Locais como academias de ginástica, clínicas de estética, salões de beleza, lanchonetes, consultórios odontológicos e diversos outros ambientes presentes em nosso cotidiano também têm aderido à biossegurança em suas atividades. Você já parou para analisar hábitos comuns no dia a dia, como uso compartilhado de alicate de unha em salões de manicure, descuido ao usar agulhas nos procedimentos de pigmentação de sobrancelhas, ou outras ações? Todas estas envolvem riscos que podem ser considerados perigosos para a saúde da população. Silveira e Brito (2010) nos fazem recordar que os materiais utilizados de maneira incorreta pelos diversos profissionais nos serviços prestados, ao usar um alicate de outra pessoa nos salões de beleza, e até aqueles que usamos em casa, como lixas de unha, palitos, entre outros, possuem diversos micro-organismos, como germes e micróbios, que podem causar e/ou transmitir doenças. O que vale também para os aparelhos de ginástica; devendo, portanto, estarem sempre limpos para o uso. Em relação aos sanduíches, estes podem, quando “sujos”, estragados ou contaminados, causarem grandes problemas de saúde em quem os consome, causando desde uma diarreia até infecções mais graves. Outro exemplo muito importante são os consultórios odontológicos; quando os materiais usados pelos dentistas não se encontram em boas condições de uso ou são usados de maneira errada, são importantes fatores de transmissão de doenças para pacientes e para os próprios profissionais. UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA 6 Esses momentos de reflexão são importantes, pois nos permitem analisar situações rotineiras que, na maioria das vezes, passam despercebidas, mas que podem causar grandes transtornos. Com o grande número de doenças é necessário pensar na importância do uso das técnicas de biossegurança e inseri-la nas rotinas diárias. Agora que você recebeu estas informações introdutórias sobre biossegunraça, convido você a procurar outros materiais sobre o assunto, como notícias, atualidades e reportagens na área. Quer saber um lugar ótimo para buscar estes materiais: a trilha de aprendizagem da disciplina. Os institutos de beleza sem responsabilidade médica são considerados estabelecimentos de interesse da saúde, pois podem representar um risco para seus usuários se boas práticas não forem adotadas. Conhecer possibilidades e riscos de transmissão de doenças, noções de higiene, de processos, desinfecção de utensílios e instrumentos e o cuidado no uso de determinados produtos é fundamental na prestação desse tipo de serviço. As boas práticas a serem adotadas pelos estabelecimentos de beleza consistem em um conjunto de medidas que visam garantir a qualidade sanitária. O risco de agravos à saúde nos Estabelecimentos de Embelezamento pode ser variado e cumulativo tanto para os trabalhadores como para os clientes. Portanto, é de vital importância que todos os profissionais conheçam e adotem o conceito de Biossegurança, a fim de se obter ambiente profissional livre de riscos para os trabalhadores e clientes. O significado etimológico da palavra Biossegurança se dá pela união do prefixo bio – vida, e da palavra segurança e tem como “propósito proteger a saúde dos trabalhadores [...], evitando que eles contraiam doenças de pacientes, no local de trabalho ou de materiais biológicos provenientes deles”. (HIRATA; MANCINI, 2002, p. 14). Entretanto, é ampla a visão da biossegurança, sendo ela um conjunto de normas e procedimentos estipulados através de Normas Regulamentadoras (NR) e legislações orientadas pela ANVISA, o Ministério da Saúde e do Trabalho, Fundação Oswaldo Cruz, entre outras instituições. Além disso, a biossegurança não é voltada somente para os riscos biológicos, mas também, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1993), ela enfatiza sobre os riscos químicos, físicos, ergonômicos e de acidentes. UNI TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA 7 2.2 REGULAMENTAÇÃO EM BIOSSEGURANÇA A Biossegurança, segundo a Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz (apud TEIXEIRA; VALLE, 1996, p. 24): É conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente, ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. O profissional que trabalha na área de Cosmetologia, dentro do segmento salões de beleza, deve estar ciente da existência de uma série de riscos físicos, químicos e biológicos inerentes às atividades desta profissão, a que podem estar sujeitos, mas que os mesmos podem ser minimizados através de medidas de prevenções básicas. As medidas de biossegurança abrangem uma série de cuidados, que, segundo Garcia e Moser (2006, p.15), “incluem limpeza do estabelecimento e mobiliários, desinfecção, assepsia e/ou esterilização dos artigos, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva (EPCs), o correto gerenciamento de resíduos gerados pelo estabelecimento e também a higienização das mãos”. A arquitetura e disposição dos móveis e equipamentos em um centro de beleza também são quesitos importantes a serem observados como medidas de biossegurança, pois, através destes pode-se minimizar riscos físicos. Conforme RDC 50 da ANVISA (2002, p. 54) “o ambiente deve ter boa iluminação e ventilação; pisos e paredes devem ser lisos, laváveis e resistentes a saneantes”. Os sanitários de pacientes e funcionários devem ser separados; deve haver local específico para que os funcionários guardem seus pertences, as superfícies fixas (pisos, paredes, tetos, portas e mobiliários) não representam risco significativo de transmissão de doenças. É imprescindível a limpeza destas áreas, porém é desnecessária a desinfecção, a menos que haja respingos de matéria orgânica contaminada, quando é recomendada a desinfecção localizada. (MINISTÉRIODA SAÚDE, 2004, p. 54). Quanto à limpeza do estabelecimento (assoalho, paredes, bancadas) deve- se proceder ao uso de detergentes (sabão) que têm a ação de diminuir a tensão superficial e carrear as partículas de sujidades através da formação de micelas. No processo de desinfecção do ambiente, deve-se utilizar um agente químico adequado, usualmente um saneador que elimine 99,9% dos microrganismos contaminantes de uma área. Os compostos clorados são os principais produtos utilizados para estes procedimentos, especialmente o hipoclorito de sódio. Este composto, quando adicionado à água sofre hidrólise, dando origem ao ácido hipocloroso, que, por sua vez, em uma nova reação, origina o oxigênio nascente, constituindo-se em um poderoso oxidante capaz de destruir substâncias celulares vitais. O cloro também pode combinar-se diretamente com proteínas celulares e destruir suas atividades biológicas. (PELCZAR et al., 1996). UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA 8 Segundo Guandalini (1997), o sucesso do resultado da limpeza e desinfecção do ambiente e dos artigos depende dos produtos químicos utilizados. Entretanto, para Teixeira e Valle (1996, p. 108) “não existe um desinfetante que atenda a todas as situações e necessidades encontradas, sendo preciso conhecer as características de cada um para se ter subsídios suficientes que permitam a escolha correta do produto, evitando custos excessivos e uso inadequado”. A desinfecção ou assepsia dos artigos pode ser definida como a redução da maioria ou eliminação dos microrganismos patogênicos em uma superfície ou objeto, tornando este objeto incapaz de transmitir doenças. No caso de assepsia e desinfecção de artigos, o principal agente utilizado é o álcool etílico (etanol) que, segundo o Ministério da Saúde (2004), tem sua concentração ideal recomendada a 70% em peso. Assim, “o etanol absoluto é menos ativo do que suas soluções aquosas, sendo assim, tem como ação principal a capacidade de desnaturar proteínas, ou seja, age na membrana celular, lesando as estruturas lipídicas das células microbianas” (PELCZAR et al., 1996, p. 112). Existe, nos salões de beleza, o risco de contaminação de algumas doenças causadas por fungos, bactérias e vírus através do uso de alicates, pinças, lixas, palitos e outros artigos que possam estar contaminados. É recomendado aos profissionais que atuam na área da Cosmetologia e Estética fazer uso de Equipamentos Individuais de proteção (EPIs) durante alguns procedimentos específicos como: limpeza de pele, depilação, manicure e pedicure, podologia, aplicação de produtos, quando estão expostos a uma grande variedade de microrganismos causadores de doenças infectocontagiosas e também a produtos que exalam odores tóxicos como amônia e outros. (HINRICHSEN, 2004). Essa exposição acaba sendo facilitada devido à proximidade profissional- cliente, que durante o seu atendimento pode aumentar as chances de contato com esses agentes patológicos e químicos, provenientes de pequenas lesões de pele, fluidos orgânicos do cliente, tinturas para cabelos, produtos para alisamento etc. Também a alta rotatividade no atendimento e a omissão, e até mesmo o desconhecimento de alguma doença infectocontagiosa, por parte do cliente, podem contribuir com o risco de contágio do profissional. (HINRICHSEN, 2004). O Ministério do Trabalho e Emprego em sua NR 06 – da Portaria no 3.214/1978, considera Equipamento de Proteção Individual – EPI: “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador”. Os profissionais devem evitar contato direto com matéria orgânica, através de barreiras protetoras, como luvas, gorros, aventais, óculos de proteção e máscaras (EPIs). Conforme Resolução Normativa (NR 23) do Ministério do Trabalho e do Emprego (2004), deve haver extintores de incêndio para produtos químicos (extintores PQS de pó), eletricidade (extintores a gás CO2) e para papéis (extintores TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA 9 de água comprimida) devem estar disponíveis. Em ambientes que utilizam muitos equipamentos elétricos deve-se ter maior número de extintores para eletricidade, enquanto aqueles em que o número de produtos químicos for muito grande devem conter extintores PQS em número suficiente. Os dois podem ser utilizados em ambos os casos e os mesmos devem ser guardados em local livre e não distante mais do que a um metro do piso e devidamente sinalizados. Os extintores devem estar com a carga válida e à disposição em local acessível a todos. Recomenda-se que em locais com maior periculosidade haja um extintor a cada dez metros. A preocupação com o descarte dos resíduos gerados em estabelecimentos de beleza, como o lixo tóxico, o lixo contaminado com fluidos orgânicos, o lixo comum e o reciclável também faz parte da biossegurança. A ANVISA, através da RDC 306 (2004), dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Este gerenciamento constitui em um conjunto de procedimentos planejados e implementados a partir de bases científicas técnicas e normativas legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos gerados, estabelecer um encaminhamento seguro aos resíduos de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores e do meio ambiente. O manejo dos resíduos é entendido como a ação de gerenciar os mesmos em todas as etapas, como segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento, coleta e transporte externo. A identificação destes resíduos deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa e no local de armazenamento, em local de fácil visualização, utilizando-se de símbolo e frase de acordo com o tipo de lixo gerado. Deve-se lembrar de que todas as lixeiras devem ser acionadas por pedal para que não haja contato manual com o mesmo. As medidas de biossegurança norteiam as ações que podem ser tomadas para a minimização dos riscos aos quais, diariamente, tanto profissionais quanto clientes dos salões de beleza estão expostos. Os profissionais da área de cosmetologia e estética estão cada vez mais interessados na conscientização da classe em relação às medidas de biossegurança, cujo principal objetivo é a preservação da saúde dos indivíduos e do meio ambiente. A resistência dos profissionais em se atualizarem e colocarem em prática as medidas de prevenção contra riscos biológicos (doenças transmissíveis por objetos contaminados) ainda é muito grande. Segundo a pesquisa de Garcia e Moser (2006), observa-se ainda que em sua maioria os profissionais não saibam o que é biossegurança e qual a sua importância para a minimização e prevenção de riscos. Ressaltam ainda a importância das universidades, órgãos públicos e empresas ligadas à área de Cosmetologia e Estética elaborarem material informativo e esclarecedor enfocando as corretas condutas de Biossegurança. Informações sobre biossegurança devem ser amplamente divulgadas através da promoção de palestras informativas, folhetos, programas de prevenção de doenças e utilização de meios de comunicação, a fim de que os estabelecimentos (salões de beleza) possam esclarecer suas dúvidas e aplicar, efetivamente, as UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA 10 medidas de biossegurança, trazendo, como consequência a melhoria dos/nos serviços oferecidos. Para complementar este estudo inicial você pode conferir o livro: Biossegurança: Aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde, da Editora Atheneu, escrito por Marco Fabio Mastroeni. DICAS 11 Neste tópico você estudou que: • Biossegurança é o conjunto de medidas e ações que visam à prevenção e/ou a diminuição de riscos em nosso ambiente de trabalho e em nossas atividades diárias. • A Biossegurança busca o bem-estar do homem, dos animais e do meio ambiente. • A atuaçãoda biossegurança está presente desde o trabalho em uma instituição de saúde (hospitais, postos de saúde, laboratórios) até ambientes de uso diário, como salões de beleza. • A história da biossegurança passou por muitas mudanças, focalizando, no início, a manipulação genética de alimentos, até o foco nos seres humanos, animais e meio ambiente, como é nos dias atuais. • Para adaptar-se a essas mudanças, foram criadas as leis relacionadas à biossegurança. • No Brasil, a legislação de maior importância na biossegurança em relação ao trabalho em instituições de saúde está representada pela NR-32. • A NR-32 destaca a prevenção dos riscos presentes nos serviços de saúde. RESUMO DO TÓPICO 1 12 Para compreender melhor este tópico responda às seguintes questões: AUTOATIVIDADE 1 Conceitue Biossegurança. 2 O profissional de Estética deve estar ciente dos riscos existentes em seu ambiente de trabalho, quais seriam? 3 Cite algumas medidas de Biossegurança. 13 TÓPICO 2 PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste segundo tópico você verá assuntos relacionados aos equipamentos de proteção individual. Em seguida, verá que o que são os riscos em ambiente de saúde, que podem trazer aos trabalhadores e usuários. Terá acesso à classificação dos riscos profissionais, riscos de acidentes, riscos físicos, químicos, ergonômicos e biológicos. Por fim, terá acesso a um artigo abordando a ação da biossegurança em centros de estética e embelezamento. 2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Ministério do trabalho e do emprego (1978) conceitua os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como: “é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Desta forma, os equipamentos de proteção individual atuam como barreiras protetoras, a fim de evitar o contato do profissional com o material biológico. Observe, na Figura 1, os principais EPIs para centros de estética e imagem pessoal. E na sequência vamos conferir qual a importância dos EPIs para a prática na estética facial. 14 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA FIGURA 1 - PRINCIPAIS EPIS PARA CENTROS DE ESTÉTICA E IMAGEM PESSOAL FONTE: A autora • Caracterizam-se por promover uma boa barreira mecânica para as mãos do profissional e para a pele do cliente. Devem ser usadas quando houver a possibilidade do profissional se contaminar ou entrar em contato com sangue, secreções, mucosas, tecidos e lesões sobre a pele. (RAMOS, 2009, p. 89). De acordo com Guandalini et al. (1997) e Andrade et al. (2008), as luvas devem ser usadas quando houver a manipulação de artigos ou superfícies contaminadas, ressalta-se ainda que as mesmas não devem ser reutilizadas por perderem sua efetividade na proteção, devendo, posteriormente, serem descartadas em lixo para contaminados. Já relacionando com a estética facial, o uso de luvas se faz necessário, pois o profissional está sempre em contato com a pele do cliente, estando ela íntegra ou não. Observa-se ainda que o uso de luvas nos procedimentos de estética facial deve ser desde o início dos tratamentos até a finalização dos mesmos, salvo quando a pele esteja íntegra, retirando-a após a higienização (extração) para a aplicação de produtos cosméticos e finalização do procedimento. 15 TÓPICO 2 | PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA • Usa-se quando houver risco de respingo em mucosa oral e nasal, protegendo as vias aéreas superiores de micro-organismos contidos nas partículas de aerossóis, quando há um acesso de tosse, espirro ou fala. (GUANDALINI et al., 1997). Em vista disso, nos procedimentos de estética facial, o uso desse EPI é de suma importância devido à proximidade entre cliente e profissional, evitando a contaminação cruzada. Visa acrescentar que, durante o procedimento não se deve puxar a máscara para a região do pescoço (pois esta região é considerada contaminada), além de trocar a mesma quando ficar úmida, no intervalo de cada cliente, e não ser reutilizada. (GUANDALINI et al., 1997). • O uso da touca pelo profissional previne contaminação cruzada de paciente/ profissional (por micro-organismos ou até mesmo piolhos). A touca pode ser utilizada tanto por profissionais como clientes, devendo cobrir todo o cabelo. (GUANDALINI et al.,1997). Vale acrescentar que, tanto a touca como as máscaras faciais, devem ser descartadas em lixo infectante após o uso das mesmas. • O uso do jaleco protege o profissional da exposição a sangue e fluídos corpóreos e de respingos de material infectado. Nos procedimentos de estética facial utiliza-se o jaleco, pois poderá ocorrer risco de respingos de material orgânico ou o contato com líquidos. Baseado nisso, a sua utilização evita a transmissão de doenças não fazendo o transporte de microrganismos para outras partes do corpo. Ainda assim, aconselha-se não utilizar o jaleco em locais que não sejam do ambiente profissional, e estes devem ser trocados sempre que apresentarem sujidades. 16 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA O calçado fechado e a calça comprida são utensílios de segurança adotados com o intuito de evitar que secreções orgânicas ou materiais de trabalho sejam lançadas sobre os pés do profissional, evitando acidentes e a transmissão de doenças. (GUANDALINI et al., 1997). Partindo desse princípio, na estética facial, o uso de EPI se faz necessário a fim de que materiais (vidros quebrados, agulhas) ou substâncias (ácidos esfoliantes) e também secreções orgânicas não sejam responsáveis por acidentes ou transmissões de doenças em ambientes de trabalho. É indicado o uso de óculos de proteção a fim de evitar que respingos de sangue ou secreções atinjam os olhos do profissional. (GUANDALINI et al., 1997). Outro meio de proteção ocular é o uso da lâmpada lupa durante os procedimentos de extração e drenagem das lesões da acne, esta não sendo apenas uma ferramenta de trabalho, mas consequentemente auxiliando na proteção do profissional. Em face do exposto, considera-se que os EPIs são de suma importância na prática da estética facial, pois os mesmos agem como barreiras mecânicas contra micro-organismos. Entretanto, apenas o emprego dos EPIs não é suficiente para evitar as transmissões de doenças no ambiente de trabalho, mas também, faz-se necessário o emprego de procedimentos de higienização dos utensílios utilizados, bem como entre outras ações citadas ao longo deste trabalho. 3 RISCOS EM AMBIENTE DE SAÚDE Para começar, você sabe o que são os ambientes ou serviços de saúde? Os ambientes de saúde ou serviços de saúde são locais que prestam serviços específicos de saúde à população em geral e onde essa população busca se recuperar e/ou prevenir doenças. Alguns exemplos desses serviços são os hospitais, os postos de saúde, os Programas de Saúde da Família, os laboratórios, as clínicas, entre outros. Os ambientes de saúde, além de prevenir ou tratar doenças, podem, também, representar perigo a seus trabalhadores e às pessoas que usam seus serviços, ou seja, os pacientes/usuários. Isso acontece porque os serviços de saúde, além de possuírem uma grande variedade de ações desenvolvidas, possuem também um 17 TÓPICO 2 | PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA grande fluxo de pessoas (sadias e doentes), diferentes tipos de microrganismos causadores de doenças e um grande número de problemas (riscos). Os serviços de saúde podem ser caracterizados pelo risco de contato com materiais e objetos contaminados (como agulhas com sangue); manuseio ou descarte inadequado de substâncias contaminantes (como o lixo hospitalar); a limpeza feita de forma incorreta ou não feita, e até mesmo a falta de equipamentos necessários para se prevenir os riscos e acidentes, com o uso de EPIs, que estudamos no item anterior. Esses riscos que os ambientes de saúde podem trazer aos trabalhadores e usuários são classificados em:riscos profissionais, riscos de acidentes, riscos físicos, químicos, ergonômicos e biológicos. 3.1 RISCOS PROFISSIONAIS Os serviços de saúde possuem muitas áreas de insalubridade, que variam de acordo com o tipo de ambiente (laboratório, lavanderia, pronto-socorro) ou tipo de trabalho realizado (atendimento a doentes, limpeza, trabalho administrativo). Os riscos profissionais são caracterizados ou exemplificados por todos os riscos aos quais os trabalhadores estão sujeitos em seu ambiente de trabalho, como os citados anteriormente. Tais riscos, como, por exemplo, os de acidentes, podem ser agravados por problemas administrativos e financeiros, devido, entre outros, à falta de manutenção de equipamentos. 3.1.1 Riscos de acidentes Esses riscos existem quando o trabalhador e/ou usuários ficam expostos a qualquer situação de perigo que possa afetar sua integridade e bem-estar físico e moral. Como exemplos desses riscos existem o uso de máquinas e equipamentos sem proteção adequada, a estrutura física inadequada, riscos de incêndio, entre outros. 3.1.2 Riscos ergonômicos Os riscos ergonômicos estão presentes quando o trabalhador e/ou usuários ficam expostos a situações que possam afetar suas características psicofisiológicas, ou seja, situações que possam afetar seu corpo e sua mente. Como exemplos podemos citar o trabalho excessivo, a cobrança excessiva, o levantamento excessivo de peso, a má postura, os movimentos repetitivos, entre outros. 18 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA 3.1.3 Riscos físicos Quando o trabalhador e/ou usuários ficam expostos a diversas formas de energia que possam causar danos em diversas funções do corpo, então falamos que eles estão sujeitos aos riscos físicos. Os exemplos desse tipo de risco são a exposição aos Raios X, a altas temperaturas, a materiais cortantes, ao ruído excessivo, entre outros. 3.1.4 Riscos químicos Os riscos químicos existem quando o trabalhador e/ou usuários entram em contato (através da respiração, ingestão ou contato com a pele) com substâncias, como poeiras, gases, medicamentos, venenos, entre outros, que possam causar algum dano ao seu organismo. Alguns exemplos são os profissionais que trabalham em laboratórios de análises clínicas ou de manipulação de medicamentos, entre outros. 3.1.5 Riscos biológicos Quando, nos ambientes de saúde estão presentes microrganismos, como bactérias, fungos, parasitas e vírus (causadores de doenças infectocontagiosas), dissemos que o trabalhador e/ou usuários estão em contato com riscos biológicos. Concluindo, independente da função que exercemos, a adoção de normas e padrões de biossegurança é essencial para a existência de um ambiente seguro e para a saúde de todos os envolvidos na área da saúde (trabalhadores e usuários). LEITURA COMPLEMENTAR BIOSSEGURANÇA AÇÕES EM CENTROS DE ESTÉTICA E EMBELEZAMENTO Thyago Cardozo de Oliveira Maria do Socorro Batista Santos João Armindo Oliveira Silva Rogério Américo da Silva Brasil André Henriques Medeiros Sônia Maria Silva de Souza Resumo: O mercado da beleza e estética tem crescido nas últimas décadas, impulsionado pelos meios de comunicação, que trouxeram consigo padrões de imagem e estilo atingindo todas as camadas sociais e faixas etárias. Ao prescrever e divulgar técnicas para o embelezamento um profissional de Estética estimula a autoestima, mas é de valor 19 TÓPICO 2 | PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA fundamental que este profissional conheça e saiba aplicar as medidas de ações biosseguras, não promovendo o risco para si e para o seu cliente. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo realizar atividades de Educação em Biossegurança entre profissionais de alguns centros de embelezamento nos municípios de Niterói e São Gonçalo. Palavras-chaves: Biossegurança. Estética. Embelezamento. INTRODUÇÃO Os estabelecimentos que prestam serviços na área de beleza e estética, definidos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (CNAE-2.0-IBGE), como serviços de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza fazem parte do cenário atual e contam com um grande número de consumidores. As ocupações profissionais desse segmento compreendem cabeleireiros, manicures, barbeiros, massagistas, esteticistas, pedicures, calistas, trabalhadores de clínicas de estética, institutos de beleza, tratamento capilar e depilação (OLIVEIRA; FOCACCIA, 2010). O aspecto cultural de se dar importância ao atributo da beleza, e a facilidade de acesso entre todas as camadas sociais para usufruir de serviços voltados para cuidados da aparência física em compasso com os padrões de estética corporal atuais, é uma realidade em todo mundo. Tal comportamento se reflete na economia, no crescimento da indústria de perfumaria e cosméticos e, sobretudo, nos serviços para o embelezamento, cuja prerrogativa é a da beleza pessoal como uma apresentação de maior impacto (GIR; GESSOLO,1998). Desta forma a procura por profissionais da beleza vem aumentando, sendo assim, é de suma importância a conscientização desses profissionais quanto aos riscos existentes no exercício desta profissão, tanto para ele quanto para os clientes (CORDEIRO; HEMMI; RIBEIRO, 2013). A segurança biológica deve ser aplicada em ambientes de trabalho, em cuidados pessoais, na manipulação de materiais biológicos, cuidados com equipamentos e superfícies, descarte e destino de materiais perfurocortante, infectantes, prevenção e manejo da exposição biológica e ocupacional. Essas são precauções essenciais na prática da estética e técnicas associadas (COSTA; GOMES, 2012). Assim, as atividades desenvolvidas nos estabelecimentos de beleza e estética vêm despertando a preocupação de pesquisadores. A inquietação está na possibilidade do desconhecimento e falta de adesão entre os profissionais às recomendações de biossegurança preconizadas por agências nacionais e internacionais (GARBACCIO, 2013). Recentemente foi publicada a Lei no 12.595/2012, que reconhece o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador. A lei recomenda que os profissionais destas áreas sigam as normas sanitárias, realizando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento aos seus clientes. Esta é a primeira lei federal que traz a obrigatoriedade da aplicação de normas sanitárias por profissionais da área de estética que estão diariamente expostos aos riscos biológicos e químicos, inerentes ao exercício da sua profissão (BRASIL, 2012). Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo realizar atividades de Educação em Biossegurança entre profissionais de alguns centros de embelezamento nos municípios de Niterói e São Gonçalo. 20 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA METODOLOGIA O presente trabalho trata-se de uma pesquisa documental descritiva, realizada por meio do levantamento e análise da rotina de centros de Estética e Embelezamento, com foco no processo de Educação em Biossegurança, pautado também em dados de publicações na área em fontes indexadas. DISCUSSÃO A partir do Projeto de Iniciação Científica intitulado Biossegurança Ações em Centros de Estética e Embelezamento, docentes e acadêmicos do Curso de Estética e Ciências Biológicas da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, campus Niterói, estão desenvolvendo um trabalho educativo em biossegurança com profissionais deste seguimento econômico. A proposta do projeto inclui a realização de oficinas e palestras voltadas para temas em saúde e biossegurança. Embora as oficinas e palestras, ainda não tenham sido realizadas, é importante ressaltar que o levantamento inicial realizado pelos acadêmicos possibilitou traçar um perfil dos profissionais e suas reais necessidades, favorecendo desta forma o direcionamento do trabalho a ser realizado, além de propiciar aos acadêmicosuma troca de conhecimentos, enriquecendo sua formação, uma vez que se põe em prática o exercício entre o conhecimento científico e o conhecimento do senso comum. CONCLUSÃO Pode-se perceber por meio dos levantamentos realizados pelos alunos até o momento, que em sua maioria, os profissionais e os próprios centros de estética e embelezamento necessitam de maior atenção no que tange a ações de Biossegurança na sua rotina de trabalho. As atividades voltadas para a educação em Biossegurança neste seguimento econômico tornam-se cada vez mais necessárias, uma vez que esses profissionais podem influenciar direta ou indiretamente na saúde dos seus clientes. Sendo assim, o presente projeto terá continuidade para que se faça uma avaliação detalhada dos levantamentos realizados com estatísticas dos dados coletados e discussão das oficinas realizadas, para que ocorra um processo efetivo de educação e que o mesmo tenha continuidade. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei no 12.595, de 19 de janeiro de 2012. Disponível em: <www.planalto. gov.br/ccivil_03/_Ato2011.../2012/Lei/L12595.HTM>. Acesso em: 24 jun. 2014. CORDEIRO, Cláudia Aparecida Fernandes; HEMMI, Ana Paula Azevedo; RIBEIRO, Gabriela de Cássia. Noções de biossegurança e ergonomia no trabalho: uma proposta de educação em saúde para manicures e pedicures de Diamantina, Minas Gerais. Extramuros, Petrolina-PE. 2013. GARBACCIO, Juliana Ladeira. Conhecimento e adesão às medidas de biossegurança entre manicures e pedicures. Tese de Doutorado. Belo Horizonte. 2013. 21 TÓPICO 2 | PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA GIR E.; GESSOLO F. Conhecimentos sobre AIDS e alterações nas ações profissionais das manicures de Ribeirão Preto. Esc Enf USP. 1998. GOMES, Luciene Andrade Pereira; COSTA, Evanice Geralda. Biossegurança na Estética. Rev de Inic. Cient. da Universidade Vale do Rio Verde. 2012; v. 1, n. 1. OLIVEIRA, Focaccia R. Survey of hepatitis B and C infection control: procedures at manicure and pedicure facilities in São Paulo, Brazil. Braz J Infect Dis. 2010. 22 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico você estudou que: • Os ambientes de saúde são locais reconhecidos também por apresentarem variados riscos a trabalhadores e usuários, ou seja, por serem locais insalubres. • Para a redução dos diversos riscos, existem as precauções padrão, que são constituídas por atitudes, normas, cuidados e equipamentos que visam à proteção das pessoas envolvidas nos serviços de saúde de micro-organismos causadores de doenças. • Uma das formas mais importantes e simples de proteção contra a transmissão de doenças nesse meio é a lavagem rotineira e adequada das mãos. • Os equipamentos de proteção podem ser divididos em individual (protege o trabalhador durante a realização de suas atividades) e coletivo (quando tem a função de proteger um número maior de pessoas). • Com o uso adequado dos EPIs e EPCs e seguindo de forma adequada as normas e precauções padrão, conseguiremos nos proteger da maior parte dos riscos a que estamos sujeitos em nosso dia a dia. • Os ambientes de saúde são locais destinados a tratamento e prevenção de doenças e agravos de saúde. • Por apresentar grande fluxo de pessoas, de trabalho e de organismos causadores de doenças, os ambientes de saúde representam, também, perigo à saúde de todos neles envolvidos. • Os riscos em serviços de saúde podem ser classificados, basicamente, em profissionais, de acidentes, físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. • A existência e a adoção de normas e rotinas de biossegurança tornam os ambientes de saúde mais seguros aos funcionários e usuários. 23 Para compreender melhor este tópico responda às seguintes questões: AUTOATIVIDADE 1 O que são EPIs? 2 Quais os equipamentos de proteção individual que são utilizados na área de estética? 3 O que são considerados riscos químicos? 4 O que são considerados riscos biológicos? 24 25 TÓPICO 3 HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste terceiro tópico você verá assuntos relacionados ao risco eminente em estabelecimentos de embelezamento, como AIDS, hepatites e dermatoses ocupacionais. Em seguida conhecerá que é dever do profissional manter o Manual de Rotinas e Procedimento, disponível a todos os profissionais do estabelecimento. Terá clareza de quais procedimentos de medidas preventivas e educativas devem ser adotadas para diminuir o risco de transmissão de doenças e acidentes de trabalho. Verificará o método correto de limpeza e esterilização específica, de ambiente físico, bem como pentes, escovas e utensílios instrumentais. Por fim, terá acesso ao conteúdo de impacto ambiental gerado em estabelecimentos de beleza, assim como, os procedimentos que devem ser realizados para gerenciar estes resíduos. 2 PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO Para melhor conhecer os procedimentos de higienização, desinfecção e esterilização deve-se ter em mente que os microrganismos podem ser transmitidos de várias formas, entre elas podemos citar de pessoa para pessoa ou através de superfícies e equipamentos de uso comum do serviço. Também é importante ressaltar que, entre as medidas de prevenção dessa transmissão, estão as mais importantes: a lavagem adequada e rotineira das mãos pelos profissionais de saúde, a limpeza, a desinfecção e a esterilização adequada do material a ser utilizado para os procedimentos e a limpeza e desinfecção do ambiente. Os casos de infecções que ocorrem em ambientes de saúde, como hospitais, em grande parcela, podem ser associados a uma desinfecção inadequada de ambientes e de objetos ou artigos médicos. 26 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA Os procedimentos que são indicados estão classificados em: limpeza, desinfecção e esterilização. Estes procedimentos são de extrema importância para a prevenção da disseminação de doenças em serviços de saúde. O risco de agravos à saúde nos estabelecimentos de estética e beleza pode ser variado e cumulativo tanto para os trabalhadores como para os clientes. Portanto, é de vital importância que todos os profissionais conheçam e adotem o conceito de biossegurança a fim de se obter ambiente profissional livre de riscos para os trabalhadores e clientes, como já fora dito nesta unidade. O risco mais preocupante nos estabelecimentos de embelezamento é a possibilidade de se contrair doenças infecciosas, como: AIDS (transmitida pelo Vírus HIV), Hepatite B (transmitida pelo Vírus HBV) e hepatite C (transmitida pelo Vírus HCV). Além das doenças infecciosas, o risco de se adquirir dermatoses ocupacionais, como as dermatites de contato, que podem ser causadas pelo manuseio inadequado de tinturas e de outros produtos químicos utilizados nesses estabelecimentos (tônicos capilares, loções fixadoras, produtos para rinsagens e permanentes) e pelo uso de toucas de banho, grampos de cabelo dentre outros acessórios, significa uma ameaça constante. Os abscessos purulentos e as micoses nas unhas causadas por bactérias e fungos decorrentes de acidentes com materiais perfurocortantes contaminados (alicates de cutículas, navalhas, lâminas de barbear, entre outros) esterilizados de forma inapropriada, também, são bastante frequentes nesses estabelecimentos. 2.1 CONCEITUAÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA São várias as denominações dos profissionais que trabalham na área de estética e imagem pessoal. Sob essa perspectiva e com o objetivo de facilitar a consulta, a seguir são apresentados os conceitos básicos. • Cabeleireiro(a) ou barbeiro: refere-se à categoria profissional que trabalha com o cabelo humano e realiza diversas alterações no mesmo, como corte, coloração, entre outras. • Manicuro(e): refere-se à categoria profissional especializada no tratamento das unhas das mãos. • Pedicuro(a): refere-se à categoria profissional que trata dos pés e unhas de seus clientes. • Esteticista: responsável por procedimentos ou atividades de mesoterapia, dermoabrasão,depilação definitiva a laser, peeling, aplicação de botox e preenchimento de rugas com ácidos, só podem ser executados em estabelecimentos sob responsabilidade médica. Estes profissionais utilizam vários utensílios como instrumentos de trabalho, tais como: tesouras, navalhas, pentes, capas, máquinas de corte e de acabamento. É obrigatório utilizar material descartável para proteção de macas e bacias de manicure e pedicure. Também são consideradas de uso único, as lixas 27 TÓPICO 3 | HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO para unhas e pés, palitos e espátulas de madeira e esponjas para higienização ou esfoliação da pele. Cabeleireiro(a) ou barbeiro que identificar alteração na pele ou no couro cabeludo do(a) cliente, deve orientá-lo(a) a procurar um médico. 2.2 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS Para os procedimentos denominados não invasivos, como: limpeza de pele, drenagem linfática, estimulação russa e bronzeamento artificial a jato, é imprescindível: • ser realizado por esteticista, devendo estar afixado em local visível no estabelecimento, o certificado de qualificação; • utilizar produtos que contenham no rótulo: nome do produto; marca; nº de lote; prazo de validade; conteúdo; país de origem; fabricante/importador; composição, finalidade de uso e nº de registro no órgão competente do Ministério da Saúde; • utilizar produtos manipulados em farmácias somente quando devidamente prescrito por médico; • possuir Manual de instrução dos aparelhos, notificação de isenção de registro no órgão competente do Ministério da Saúde e registro de manutenção preventiva e corretiva do aparelho, conforme orientação do fabricante. 3 MANUAL DE ROTINAS E PROCEDIMENTOS Todo estabelecimento deve possuir Manual de Rotinas e Procedimentos disponível a todos os profissionais do estabelecimento. Trata-se de um roteiro descritivo do passo a passo de cada serviço prestado e as recomendações sobre as atividades executadas. O Manual deve abordar as rotinas de trabalho, como: tingimento ou relaxamento de cabelos, depilação, tratamento estético, os procedimentos de podologia etc. É preciso constar, também, todos os cuidados com os instrumentos de trabalho como: toalhas, pentes, escovas, esterilização de alicates e orientações relativas à higienização do ambiente de trabalho. Na elaboração do Manual, recomenda-se enfocar procedimentos relacionados a (à): • Higienização do Ambiente: pisos e paredes, mobiliários e banheiros. • Produtos em Geral: cosméticos, toalhas, alicates, espátulas e outros. • Processos de Esterilização: tipos e equipamentos. • Serviços: manicure, pedicure, cabeleireiro e barbeiro, depilação e estética. 28 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA 3.1 MEDIDAS PREVENTIVAS NO AMBIENTE PROFISSIONAL Para diminuir os riscos de transmissão de doenças e acidentes de trabalho nos estabelecimentos de embelezamento é necessário adotar algumas medidas preventivas e educativas que serão descritas a seguir. 3.1.1 Programa de controle médico de saúde ocupacional De acordo com a Norma Regulamentadora nº 7 (NR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da Portaria nº 3.214, de 08/06/1978 do Ministério do Trabalho, para os profissionais que trabalham nos estabelecimentos de embelezamento são obrigatórios os seguintes exames médicos: a) Exame Admissional: Exame médico que deverá ser realizado antes de o profissional assumir suas atividades no estabelecimento. b) Exame Periódico: Exame médico anual para profissionais acima de 45 anos e bianual para profissionais com idade entre 18 e 45 anos. c) Exame de Retorno ao Trabalho: Exame médico que deverá, obrigatoriamente, ser realizado no 1º dia de retorno ao trabalho, no caso de o profissional ter sido afastado por período igual ou superior a 30 dias, por gestação, doença ou acidente de natureza ocupacional ou não. d) Exames de mudanças de função: Exame médico que deverá ser realizado antes de qualquer mudança de função do profissional. Entende-se por mudança de função, qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou setor, que implique a exposição do profissional a risco diferente a que estava exposto. e) Exame Demissional: Exame médico a ser realizado obrigatoriamente, dentro dos 15 dias que antecederem o desligamento definitivo do profissional. Para o profissional cabeleireiro, se o último exame (admissional ou periódico), foi realizado a menos de 135 dias, está dispensado do exame demissional. 3.1.2 Equipamentos de Proteção Individual A NR nº 6 do Ministério do Trabalho define os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) como sendo “todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador no local de trabalho”, como já estudamos. 29 TÓPICO 3 | HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO 3.1.3 Higiene ambiental É importante ressaltar que em ambiente coletivo onde há convivência de pessoas com origem e costumes diversificados, é necessário adotar procedimentos de higienização diferentes dos comumente utilizados em ambientes domésticos. São princípios que norteiam qualquer procedimento de higienização eficaz: • Limpar no sentido da área mais limpa para a mais suja. • Da área menos contaminada para a mais contaminada. • De cima para baixo (ação da gravidade). • Remover as sujidades sempre no mesmo sentido e direção. Os procedimentos de higienização devem ser realizados nas seguintes áreas e superfícies fixas: PISO Periodicidade: diariamente e sempre que necessário Procedimentos: • varrer, retirando todos os resíduos existentes; • espalhar água e sabão em toda a superfície com auxílio de um pano; • enxaguar o pano em água limpa e retirar o sabão; • diluir a solução desinfetante conforme orientação do fabricante, e aplicar em toda superfície com auxílio de um pano limpo; • deixar secar. Uma vez por semana e sempre que necessário deve-se: • varrer, retirando todos os resíduos existentes; • esfregar com água e sabão toda a superfície; • enxaguar com água limpa; • secar com rodo e pano limpo; • diluir a solução desinfetante conforme orientação do fabricante, e aplicar em toda superfície com auxílio de um pano limpo; • deixar secar. VASO SANITÁRIO Periodicidade: diariamente e sempre que se apresentar sujo Procedimento: • acionar a descarga; • iniciar a lavagem externa do vaso sanitário com água e sabão; • proceder à lavagem interna, com auxílio de uma escova de cabo longo, esfregando todos os cantos visíveis; 30 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA • acionar a descarga para enxaguar; • colocar solução desinfetante dentro do vaso sanitário. MOBILIÁRIO Periodicidade: diariamente, sempre que houver respingo de algum produto Procedimento: • limpar com água e sabão, com auxílio de um pano limpo; • enxaguar o pano em água limpa e retirar o sabão; • aplicar solução desinfetante com auxílio de um pano limpo; • deixar secar. PORTAS E PAREDES Periodicidade: uma vez por semana e sempre que necessário Procedimento: • limpar com água e sabão, com auxílio de um pano limpo; • enxaguar o pano em água limpa e retirar o sabão; • aplicar solução desinfetante com auxílio de um pano limpo; • deixar secar OBS.: A diluição do desinfetante deve seguir orientação do fabricante. ROUPAS Periodicidade: diariamente Procedimento: • armazenar as roupas sujas em sacos (plásticos ou de tecido); • colocar de molho em sabão em pó; • esfregar manualmente ou na máquina de lavar; • enxaguar com água limpa; • proceder à passagem das roupas; • armazenar em armário fechado específico. OBS.: As toalhas e lençóis devem ser de uso individual ou descartável e devem ser trocadas a cada cliente. FILTROS DE AR-CONDICIONADO Os estabelecimentos que utilizarem o ar-condicionado para climatização dos ambientes, obrigatoriamente, seguirão a Portaria no 3523/GM, de 28/8/98 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre a higienização dos filtros dos aparelhos de ar-condicionado.31 TÓPICO 3 | HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO Cuidados básicos: • retirar os filtros; • lavá-los com solução de detergente neutro; • enxaguá-los em água corrente; • colocá-los em imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% por 30’; • enxaguá-los e deixar escorrer; • recolocá-los no aparelho de ar-condicionado. 3.1.4 Higiene pessoal A imagem corporal é condição imprescindível para a manutenção do perfeito estado de saúde. Os profissionais devem apresentar-se com: • roupas limpas; • unhas aparadas; • cabelos limpos e presos, se forem longos; Obs.: os objetos de uso pessoal dos profissionais devem ser guardados em locais separados daqueles utilizados para roupas e equipamentos de trabalho. LAVAGEM DAS MÃOS A lavagem correta das mãos é uma das mais importantes medidas utilizadas na diminuição da propagação de doenças. Esta lavagem tem a finalidade de livrar as mãos da sujeira, removendo bactérias, transitórias e residentes, como também, células descamativas, pelos, suor, oleosidade da pele, e deverá ser feita antes e depois de atender cada cliente. Os profissionais devem adotar este procedimento como um hábito e seguir as recomendações e etapas de desenvolvimento da seguinte técnica: LAVAGEM BÁSICA DAS MÃOS • Ficar em posição confortável, sem tocar a pia e abrir a torneira, de preferência, com a mão não dominante, isto é, com a esquerda, se for destro, e com a direita, se for canhoto. • Manter, se possível, a água em temperatura agradável, já que a água quente ou muito fria resseca a pele. Usar de preferência sabão líquido. • Ensaboar as mãos e friccioná-las em todas as suas faces, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos (Figura 2). • Enxaguar as mãos, retirando totalmente a espuma e resíduos de sabão. • Enxugá-las com papel-toalha descartável. • Fechar a torneira utilizando papel-toalha descartável (evitar encostar na torneira ou na pia). 32 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA FIGURA 2 – PROCEDIMENTO DE LAVAGEM DAS MÃOS FONTE: Disponível em: <http://www.cmqv.org/website/artigo. asp?cod=1461&idi=1&moe=212&id=18041>. Acesso em: 17 maio 2015. 4 PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGO 4.1 LIMPEZA Consiste na lavagem, enxágue e secagem do material, com objetivo de remover totalmente os detritos e sujidade dos artigos. Os critérios de escolha dos produtos químicos para higienização nos estabelecimentos de embelezamento devem ser feitos levando-se em consideração: • Superfície, equipamento e ambiente. • Tempo de ação. • Variedade dos germes sobre os quais atua. • Custo. Molhe as mão com água Aplique sabão para cobrir todas as superfícies das mãos Esfregue as palmas das mãos, uma na outra Palma com palma com os dedos entrelaçados Seque as mãos com toalhete descartável Utiliza o toalhete para fechar a torneira, se esta for de comando manual Agora suas mãos estão limpas e seguras Parte de trás dos dedos nas palmas opostas com os dedos entrelaçados Enxague as mão com águaEsfregue o polegar esquerdo em sentido rotativo, entrelaçado na palma direita e vice-versa Esfregue rotativamente para trás e para a frente os dedos da mão direita na palma da mão esquerda e vice-versa Palma da mão direita no dorso da esquerda, com os dedos entrelaçados e vice-versa 33 TÓPICO 3 | HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO A limpeza dos artigos pode ser feita por processo manual, utilizando-se as mãos ou mecânico, sendo este o mais utilizado em serviços de saúde, devido à complexidade e o alto custo das lavadoras mecânicas. 4.1.1 Limpeza manual Materiais indicados para limpeza manual: • detergente; • solução desincrostante (opcional); • EPI (luvas de borracha e avental); • escova; • recipiente com solução detergente (bacia, balde). Procedimentos de lavagem manual Procedimento Observações 1. Imergir o material em solução de água com substância detergente e/ ou desincrustante (para promover a remoção dos detritos orgânicos). 2. Proceder à lavagem do material através de fricção. 3. Após a lavagem do material deve- se efetuar um cuidadoso enxágue, para remover completamente os resíduos de detergente. 4. Enxugar os artigos. • Utilizar EPI. • Deixar o tempo determinado pelo fabricante da solução. • Utilizar escova macia com cerdas de nylon, escovando no sentido das serrilhas. • Utilizar água filtrada para o enxágue. • Utilizar pano seco e limpo. FONTE: Adaptado do Manual de Orientação para Instalação e Funcionamento de Institutos de Beleza sem responsabilidade médica. Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. 2012. Disponível em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Manual%20est%C3%A9tica%20revisado- 11set13.pdf>. Acesso em: 17 maio 2015. 4.1.2 Limpeza mecânica O processo de limpeza mecânica utiliza lavadoras que funcionam de modo semelhante ao das lavadoras de louças industriais, com uso de detergentes apropriados e jatos de água. Os instrumentos devem ser colocados abertos. As lavadoras ultrassônicas propiciam uma limpeza em profundidade. Um núcleo gasoso gera minúsculas bolhas que se expandem até se tornarem instáveis e 34 UNIDADE 1 | BIOSSEGURANÇA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CENTROS DE ESTÉTICA explodirem. Essa implosão produz áreas de vácuo que “puxam” as sujidades, desincrustando-as dos materiais. Quando associado à ação do detergente e do calor, o ultrassom possibilita a remoção até das sujidades mais aderentes, em locais que a escovação manual não alcança. Materiais indicados para limpeza mecânica: • máquinas lavadoras; • lavadoras ultrassônicas; • detergentes apropriados para essas máquinas; • EPI (luvas, avental e protetores auriculares). Procedimentos de lavagem mecânica Procedimento Observações 1. Colocar os instrumentais abertos na lavadora. 2. Colocar detergente na máquina. 3. Ligar a lavadora conforme orientação do fabricante. 4. Após a lavagem do material, deve- se efetuar um cuidadoso enxágue, para remover completamente os resíduos de detergente. 5. Enxugar cuidadosamente cada peça. • Utilizar EPI. • Deixar o tempo determinado pelo fabricante da solução. • Utilizar a quantidade de detergente apropriada recomendado pelo fabricante. • Durante o funcionamento da lavadora ultrassônica, o funcionário deve usar protetores auriculares, pois o som emitido pela máquina pode causar surdez às pessoas que permanecerem nas suas proximidades durante sua operação. • Usar EPI. • Utilizar água corrente para o enxágue. • Utilizar pano seco e limpo. FONTE: Manual de Orientação para Instalação e Funcionamento de Institutos de Beleza sem responsabilidade médica. Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. 2012. Disponível em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Manual%20est%C3%A9tica%20revisado-11set13.pdf>. Acesso em: 17 maio 2015. 35 TÓPICO 3 | HIGIENIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO 4.2 TRATAMENTO DOS ARTIGOS - UTENSÍLIOS E INSTRUMENTOS a) Artigos críticos O Ministério da Saúde classifica como artigos críticos os instrumentos de natureza perfurocortante (alicates de cutículas, brincos, agulhas de tatuagem, piercing, navalhas, dentre outros) que podem ocasionar a penetração através da pele e mucosas e, portanto, necessitam de tratamento específico (esterilização) após o uso, para se tornarem livres de quaisquer microrganismos capazes de transmitir doenças. Os alicates, espátulas e outros instrumentos de metal esterilizados devem ser guardados, em local limpo e seco e constar na embalagem a data da esterilização. O ideal é que esses materiais sejam de uso individualizado, ou seja, que cada cliente tivesse seu próprio material. b) Artigos não críticos Os artigos não críticos de uso permanente como: tigelas de vidro, plástico ou de aço inox usadas para colocar água destinada ao amolecimento de cutículas das unhas das mãos ou pés, devem ser lavados com água e sabão a cada atendimento e fazer uso de protetores plásticos, descartáveis,
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