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AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Prezado(a) aluno(a)! Essa aula trará as definições e características da Educação a Distância - EaD. Em sua leitura, você também encontrará a história da EaD no Brasil e as Bases legais que regulamentaram a Educação a Distância - EaD no Brasil. Bons estudos! AULA 2– EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia. Além disso, terá a oportunidade de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo. ▪ Compreender o conceito de psicologia ▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia ▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. Ao final da aula você deverá estar habilitado a: • Compreender o conceito de EAD como modalidade de ensino, suas especificidades, definições e evolução ao longo do tempo; • Conhecer as principais ferramentas de comunicação; • Conhecer as Bases legais que regulamentaram a Educação a Distância - EaD no Brasil 2 A MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino cada vez mais comum. São oferecidos cursos técnicos, profissionalizantes, de aperfeiçoamento, graduação e pós-graduação, entre outros. É uma forma de ensino mediada pela Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que permite que professores e alunos estejam em diferentes ambientes físicos. Isso significa que, ao invés de todos se encontrarem na sala de aula em dia e horário marcados, cada um aprende em um horário diferente e onde quiser, como em casa, na biblioteca, no trabalho, etc. Desde sua criação, a EaD vem desafiando sua definição e conceituação. Ao longo dos anos, alguns estudiosos tentaram conceituar esse modo de ensino e chegaram a alguns pontos em comum em seus conceitos. Segundo Guarezi e Matos (2012.), a maioria das definições de EaD são descritivas, baseadas no ensino tradicional, destacando-se, para distinguir a distância (espaço) entre professor e aluno e o uso de mídias para eles, porém, esses conceitos evoluíram com o processo de comunicação, enquanto os modelos educacionais determinam a importância da interação entre pares para a aprendizagem, a EaD tem mais possibilidades técnicas de influenciar essa interação. De acordo com Guarezi e Matos (2012), a EaD possui algumas características como: autonomia, comunicação e processo tecnológico. Em termos de autonomia, os alunos podem determinar o melhor momento e local para aprender de acordo com seu próprio ritmo e estilo de aprendizagem, por meio de materiais instrucionais que ajudam a mediar o conhecimento e promover a aprendizagem autodirigida. Em relação à comunicação, esta é sempre mediada e pode acontecer de forma síncrona, quando alunos e professores estão conectados simultaneamente, como por meio de chat, webconferência, audioconferência e telefonemas, ou de forma assíncrona, quando alunos e professores estão conectados ou quando não estão. Conexão simultânea, pode ser por fóruns, e-mail, etc. Essas formas de comunicação nos permitem atender mais alunos de diferentes regiões. Na frente da tecnologia, alunos e professores podem usar uma variedade de tecnologias para facilitar a comunicação e acessar o conteúdo. Segundo Maia e Matar (2007), a EaD é um modelo de educação em que professores e alunos são separados, planejados pela instituição, e utilizam diversas tecnologias de comunicação. Nessa definição, o autor destaca três pontos: separação espacial, separação temporal e planejamento. Uma separação no espaço onde o aluno não está no mesmo lugar que o professor ou o aluno como no ensino presencial; ou seja, eles estão separados fisicamente. Em relação à separação temporal, as atividades desenvolvidas podem ser síncronas, quando professores e alunos precisam se conectar simultaneamente por meio de chat, videoconferência e plataformas virtuais, ou assíncronas, quando professores e alunos estão separados no tempo. Nesse caso, há paralelos com o que Guarezi e Matos disseram no sobre o aspecto comunicacional na EaD. Em termos de planejamento, a EaD precisa ser planejada pela instituição de ensino, incluindo também o acompanhamento professor- tutor e a supervisão da aprendizagem. Landim (1997) observou que a EaD pressupõe uma combinação de tecnologias tradicionais e modernas que permitem que o aprendizado individual ou em grupo seja combinado com atividades presenciais específicas, como sessões de aprendizado em grupo e avaliações, seja no local de trabalho ou externamente, por meio de ensino à distância e métodos de treinamento. Fica evidente nesse conceito a importância do uso das TIC e da mediação dos professores no processo de ensino; dito isso, a noção de educação como um processo colaborativo e bilateral (professor-aluno e aluno- aluno) é significativa porque os alunos são vistos como pessoas que acumulam seu próprio conhecimento por meio da participação ativa. Além disso, a Landim oferece sessões presenciais de estudo e avaliação em grupo em atendimento ao Art. 1º do Decreto nº 5.22 de 2005 sobre momentos presenciais, abaixo citado. Sobre esses momentos presenciais, ou seja, a presencialidade, Gonçalves (1996, p.13) afirma que, Quando incluída no ensino à distância, a presencialidade tem sua função revista, bem como a frequência, os objetivos e a forma das situações presenciais de contato dos alunos entre si e dos alunos com aqueles que os apoiam ao longo do processo de aprendizagem. Na modalidade presencial, nos cursos regulares de qualquer nível, professores e alunos sempre se encontram em um local físico (sala de aula); enquanto na modalidade à distância, parte da aula é presencial e parte da atividade é virtual ou essa presencialidade não ocorre, ou seja, a aprendizagem é totalmente mediada. Guarezi e Matos (2012) referem-se a essas duas formas de organização da educação a distância como: modelo bimodal e modelo a distância. Essa dicotomia surge porque as linhas entre as abordagens presenciais e a distância estão se tornando cada vez menos claras. Para eles, o modelo bimodal usado para descrever a instrução ministrada por meio de tecnologias de comunicação que é em parte presencial (com presença física na sala de aula) e em parte virtual ou remota (com pouca presença física). Como resultado, os alunos têm a oportunidade de desenvolver um senso de comunidade entre si enquanto trocam experiências presenciais durante seus estudos em sala de aula. O modelo a distância hoje, principalmente com as possibilidades da Internet, prioriza em sua metodologia a comunicação de diferentes formas: um para um, um para muitos, muitos para muitos” (GUAREZI; MATOS, 2012). Nesse caso, a interação é muito importante nesse modelo, pois sem ela o processo de aprendizagem não pode acontecer. Percebe-se que as visões de Guarezi, Matos e Gonçalves são semelhantes quanto à forma como a EaD organiza sua presença, ou seja, a EaD pode ser composta por aulas híbridas (parte presencial e parte virtual) ou totalmente a distância (virtual). No entanto, em alguns cursos considera-se que os momentos presenciais são apenas para avaliação. Nesse caso, praticamente não há tempo presencial para atividades que promovam a interação e a colaboração com os alunos para uma aprendizagem significativa. Com isso, os objetivos do encontro presencial são esvaziados e reduzidos a um momento de avaliação da atividade. No Brasil, essa forma de ensino foi regulamentada pelo Decreto nº 5.22 do Ministério da Educação de 2005, que por sua vez regulamenta o art. 80 da Lei de Diretrizes e Princípios da Educação Nacional, que dispõe: O poder público incentivará o desenvolvimento e a difusão de programasde educação à distância em todos os níveis e modalidades de ensino e formação. Nesse artigo, pode-se ver o foco do governo em fornecer incentivos para instituições que desejam ministrar cursos à distância. Em tal artigo, entre outras disposições, fica determinado que a educação à distância será ministrada por instituição especialmente reconhecida pela União. Os sindicatos também são responsáveis por regulamentar as exigências para realização de exames e matrículas em diplomas relacionados a cursos. Estes, no que lhe concerne, terão o mesmo valor e importância que os diplomas dos cursos presenciais, sem distinção ou preconceito. O Decreto nº 5.622 de 2005, em seu art. 1º, distingue a EaD como (BRASIL, 2005): Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de comunicação e informação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Neste artigo, percebeu-se a importância do professor no processo, não apenas do aluno, ou seja, o aluno não aprende sozinho, mas participa do processo de ensino junto com o professor. Além disso, o uso de TIC também foi considerado. Esse Decreto prevê, porém, alguns momentos presenciais obrigatórios, tais como (BRASIL,2005): I - avaliações de estudantes; II - estágios obrigatórios; III - defesa de trabalhos de conclusão de curso; e IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino. E em relação aos níveis e modalidades educacionais, esse Decreto, em seu art. 2º, estabelece que a educação à distância poderá ser ofertada na: I - educação básica; II - educação de jovens e adultos; III - educação especial; IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) técnicos, de nível médio; e b) tecnológicos, de nível superior; V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) sequenciais; b) de graduação; c) de especialização; d) de mestrado; e e) de doutorado. Portanto, que os autores e a referida legislação concordam com o conceito de educação à distância como o uso de tecnologias de informação e comunicação para criar modos de interação entre professores e alunos ou entre alunos e alunos para que a aprendizagem ocorra de forma colaborativa e significativa. Esse tipo de interação pode ser realizado de diversas formas, como: chat, telefone, fórum, etc., tornando a distância minimizada ou até suprimida nessa modalidade de ensino. 2.1 História da Educação à Distância no Brasil O surgimento da EaD no Brasil tem uma trajetória histórica ampla, mas a definição da origem é um tema polêmico, pois nem sempre os estudiosos concordam em todos os pontos. Segundo Ribeiro (2014), EaD não é um modelo de ensino totalmente novo. Na verdade, o que se observa é um conceito atualizado por meio do uso da tecnologia e do avanço da informática na educação, existe a necessidade de redefinir o alcance deste modelo de ensino devido à introdução das TIC’s. Segundo Moore e Kearsley (2007), a EaD evoluiu ao longo da história e pode ser dividida em cinco gerações distintas: Primeira geração: Caracterizada pela comunicação textual via correspondência; Segunda geração: Ensino via televisão aberta; Terceira geração: caracterizada principalmente pela invenção da a Universidade Aberta; Quarta geração: caracterizada pela interação remota em tempo real, em cursos de áudio e videoconferência; Quinta geração: envolvendo aulas online, virtuais e ensino e aprendizagem em universidades com base no estudo de tecnologias da Internet. Para Alves (2009), a história da EaD no Brasil pode ser dividida em três momentos: 1- Inicial: com a criação da Escola Internacional, 1904 e da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, 1923; 2- Intermediário: com o foco no Instituto Monitor (1939) e no Instituto Universal Brasileiro (1941); 3- Moderna: influenciada por três organizações: Associação Brasileira de Teleeducação (ABT); Instituto de Administração Educacional (Ipae) e Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed). No Brasil, a EaD é amplamente conhecida por meio da televisão e programas educacionais complementares em fascículos. Nesse contexto, segundo Nunes (1993), a EaD teve início com a implantação do Instituto Rádio Monitor, em 1939, e do Instituto Universal Brasileiro, em 1941. Ou seja, comparando com os momentos descritos acima por Alves, a EaD teria começado no momento Intermediário. Assim, Nunes não leva em consideração as ações feitas antes desse período. 2.2 Bases legais da EaD no Brasil No Brasil, a base legal do modelo de Educação à Distância é determinada pela Lei 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, cujo nome já indica que são estabelecidas as diretrizes e fundamentos da educação nacional. Em particular, os artigos 80 e 87 da LDB estabelecem dispositivos como (BRASIL, 1996): 1- definição de educação à distância, abrangendo todos os cursos que não sejam estrita e integralmente presenciais; 2- exigência de credenciamento específico das Instituições de Ensino Superior (IES) para oferecer quaisquer cursos de EaD, organizada esta com abertura e regime especiais; 3- exigência de autorização/reconhecimento de cursos de graduação; 4- exigência de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de pós-graduação stricto sensu dependentes da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação e da Avaliação da CAPES; 5- dispensa de processo de autorização/reconhecimento para cursos de pós- graduação lato sensu para instituições credenciadas para EaD; 6- transferência e aproveitamento de estudos entre as modalidades; 7- exigência de exames presenciais nos cursos de graduação e pós- graduação stricto e lato sensu. Em 03 de abril de 2001, foi publicada a Resolução CNE/CES nº 1. Nessa resolução, o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu normas para a pós- graduação lato (especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado), cujos cursos a distância só podem ser oferecidos por instituições credenciadas pela União. Para programas estritamente de pós-graduação, os cursos devem incluir testes e atividades presenciais (BRASIL, 2001). O exame de qualificação e a dissertação ou defesa de dissertação deverão ser realizados presencialmente, perante uma banca examinadora composta por, no mínimo, 1 (um) professor que não faça parte do corpo docente da instituição responsável pelo curso. No que diz respeito aos cursos de pós-graduação lato sensu, o curso deve ter duração mínima de 360 (trezentos e sessenta) horas, sem contar o tempo de estudo individual ou em grupo, sem material didático, e deve ser uma preparação para monografia ou trabalho de conclusão de curso. Como um programa estritamente de pós-graduação, deve incluir um exame presencial e uma monografia presencial ou defesa de trabalho final. Em 29 de dezembro de 2004, foi promulgado o Portaria nº 4.361, revogando o Portaria nº 301, de 7 de abril de 1998, que regulamenta o processo de credenciamento e recredenciamento de IES, oferecendo credenciamento de cursos em sentido amplo de Pós-Graduação Superior programas, credenciamento e recredenciamento de instituições de ensino para oferecer cursos superiores à distância (BRASIL, 2004). Em 09 de junho de 2005, foi publicada a Resolução CNE/CES nº 2 que altera a Resolução CNE/CES nº 1, de 03 de abril de 2001, que regulamenta a oferta de cursos de pós-graduação stricto senso ofertados no Brasil por meio de instituições estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com instituições nacionais, que vigorará quando os alunos se formarem ou estiverem nos limites estabelecidos no art. 1º da Portaria CNE/CES nº 2/2001, nos cursos, referidos de que trata o caput e que constem da lista CAPES, deverão encaminhar os documentos necessários ao processode reconhecimento do título diretamente aos programas de universidades públicas ou instituições privadas que ofereçam programas de pós-graduação e graduação avaliados pela CAPES e aprovados pelo MEC, no mesma área de conhecimento ou em área afim e ao nível equivalente ou superior (BRASIL, 2005). Em 19 de dezembro de 2005, foi publicado o Decreto nº 5.622, que regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB), que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Além do que já foi dito na seção sobre concepções da EaD, tal Decreto determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União e obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidos no referido Decreto, cabendo à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES publicar as normas complementares a esse Decreto, para tal motivo, no termo de 180 (cento e oitenta dias), contados do dia de sua publicação (BRASIL, 2005). Em 09 de maio de 2006, foi publicado o Decreto 5.773, foi publicado o Decreto nº 5.773, que regulamenta as funções de regulação, fiscalização e avaliação das instituições de ensino superior e dos cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Nos parágrafos do art. 1º, são explicadas as funções de regulação, supervisão e avaliação (BRASIL, 2006): § 1º A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos do funcionamento de instituições de educação superior e de cursos de graduação e sequenciais. § 2º A supervisão será realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta de educação superior no sistema federal de ensino com a legislação aplicável. § 3º A avaliação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES constituirá referencial básico para os processos de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade. Essas funções serão exercidas pelo Ministério da Educação, pelo Conselho Nacional de Educação – CNE, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, e pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES. No que diz respeito às atividades das IES, ficarão sob responsabilidade da Secretaria de Educação Superior, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica e a Secretaria de Educação à Distância. Quanto às atividades de avaliação, elas são de responsabilidade do SINAES. Em 08 de junho de 2006, é publicado o Decreto nº 5.800, que institui o Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB, visando desenvolver um modelo de educação à distância para expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no país. Segundo o Parágrafo único do art. 1º, são objetivos do Sistema UAB (BRASIL, 2006): I - oferecer, prioritariamente, cursos de licenciatura e de formação inicial e continuada de professores da educação básica; II - oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; III - oferecer cursos superiores nas diferentes áreas do conhecimento; IV - ampliar o acesso à educação superior pública; V - reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior entre as diferentes regiões do País; VI - estabelecer amplo sistema nacional de educação superior à distância; e VII - fomentar o desenvolvimento institucional para a modalidade de educação à distância, bem como a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior apoiadas em tecnologias de informação e comunicação. Em 10 de janeiro de 2007, foi publicada a Portaria Normativa nº 2, que dispõe sobre os procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na modalidade a distância, estabelecendo que o credenciamento de instituições para oferta de educação nessa modalidade deverá ser requerido por IES já credenciadas no do sistema federal ou do sistema estadual e do distrito federal conforme o art. 80 da LDB e art. 9º do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005). Em agosto de 2007, foi elaborado um documento sobre o Referencial de Qualidade para o Ensino Superior à Distância, que definiu os princípios, diretrizes e padrões que servem de referencial de qualidade para as instituições que oferecem cursos na modalidade a distância, e também especificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto nº 5.622 de dezembro de 2005, Decreto nº 5.773 de junho de 2006 e Portarias Normativas 1 e 2 de janeiro de 2007, mas sem força legal. Os referenciais de qualidade partem do pressuposto de que não existe um modelo único de ensino a distância e os cursos podem ter diferentes designs e múltiplas combinações de linguagem, recursos educacionais e técnicos. Ressaltam, porém, que todos que desenvolvem projetos dessa forma devem ter um ponto em comum: a compreensão, como primeiro fundamento, do que é educação. Além disso, destacam que o Projeto Político Pedagógico (PPP) de currículo deve contemplar fundamentalmente aspectos pedagógicos, recursos humanos e infraestrutura. Esses aspectos serão desenvolvidos dentro, e não isoladamente, dos seguintes elementos: conceitos educacionais e curriculares no processo de ensino, sistemas de comunicação, materiais didáticos, avaliação, equipes multidisciplinares, infraestrutura de apoio, sustentabilidade financeira e administração acadêmica. Em 08 de novembro de 2007, foi publicada a Portaria nº 1.047, que estabelece diretrizes para a elaboração, pelo INEP, das ferramentas de avaliação para credenciamento de IES para a oferta de cursos superiores na modalidade a distância, nos termos do art. 6º, inciso IV, do Decreto nº 5.773/2006. Em relação ao credenciamento institucional, a avaliação considera as seguintes dimensões (BRASIL, 2007): 1- Organização Institucional para a Educação a Distância; 2- Corpo Social; 3- Instalações Físicas. Em 12 de dezembro de 2007, foi publicado o Decreto nº 6.303, que altera dispositivos dos Decretos nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e nº 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais do sistema federal de ensino (BRASIL, 2007). A legislação mencionada acima, desde a publicação do Decreto 5.622/05 (BRASIL, 2005), que regulamentou a EaD no Brasil, Diante da elaboração de um referencial de qualidade para o ensino superior à distância, o posicionamento do governo sobre a avaliação dos modelos à distância é delineado pelo MEC, legitimando sua importância ao lado dos modelos presenciais na democratização do ensino no país, pois a EaD contribui para um ensino ampliado, por poder atender a uma demanda maior de pessoas ou grupos diversos, apresentando justificativas sociais relevantes. Em cerca de dois anos, o governo promulgou diversas leis para legalizar o ensino à distância, que existe oficialmente há uma década e pode ser considerado uma modalidade muito nova em relação ao presencial, mas não menos importante. Essa legalização por meio de amparo legal é fundamental para acabar com possíveis preconceitos contra esse modelo e formalizá-lo na educação brasileira. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, J. R. M. 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