Buscar

Ebook_EaD_Zandavalli_2020

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Formação em EaD:
Fundamentos e Práticas da Educação a Distância
Educação a Distância:
conceitos, histórico, bases legais e políticas públicas
Carla Busato Zandavalli
AUTORA
Carla Busato Zandavalli
Campo Grande - MS
2020
Educação a Distância:
conceitos, histórico, bases legais e políticas públicas
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional. 
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Reitor 
Marcelo Augusto Santos Turine
Vice-Reitora 
Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo
Obra aprovada pela Comissão Editorial da Secretaria Especial de Educação a Distância - SEAD/UFMS
Parecer SEAD Nº 02/2020
Comissão Editorial: 
Daiani Damm Tonetto Riedner (Presidente da Comissão) 
Ana Karla Pereira Miranda | Antonio Pancracio de Souza | Hercules da Costa Sandim | Milene Bartolomei Silva | Stella Sanches Oliveira Silva
Editora UFMS: 
Elizabete Aparecida Marques - DIEDU/AGECOM
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: 
Marcos Paulo de Souza - DINOV/SEAD/UFMS
Revisão linguística e ortográfica: 
Alcione Maria dos Santos
Divisão da Editora UFMS - DIEDU/SECOM/UFMS 
Portão 14 - Estádio Morenão - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Fone: (67) 3345-7202 - Campo Grande - MS 
e-mail: diedu.secom@ufms.br
Editora associada à
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Coordenadoria de Bibliotecas – UFMS, Campo Grande, MS, Brasil) 
 
 
 
Zandavalli, Carla Busato. 
Educação a distância [recurso eletrônico] : conceitos, histórico, bases legais e 
políticas públicas / autora, Carla Busato Zandavalli. – Campo Grande, MS : Ed. UFMS, 
2019. 
1 arquivo. 
 
 
Disponível em formato PDF (47 p.) 
Bibliografía: p. 46-47. 
ISBN 978-65-990185-2-7 
 
 
1. Ensino à distância. 2. Ensino à distância – Brasil. I. Título. 
 
 
CDD (23) 371.35 
 
Bibliotecária responsável: Wanderlice da Silva Assis – CRB 1/1279 
SUMÁRIO
Sobre a Autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Unidade 1
Conceitos e Histórico da Educação a Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Unidade 2
Bases da EaD no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Unidade 3
Políticas Públicas para a EaD no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Unidade 4
Os Processos de Avaliação, Regulação e Supervisão da EaD no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
CARLA BUSATO ZANDAVALLI
Graduada em Pedagogia (FUCMT/1988) e em Educação Artística (UFMS/1988), Especialista em Didática 
e Metodologia do Ensino Superior (FUCMT/1991), Mestra em Educação (UFMS/1997) e Doutora em 
Educação (UFMS/2009). Atua na formação de professores desde 1989, no nível médio e superior. É 
professora da UFMS, lotada na Faculdade de Educação. Atua em cursos de graduação, presenciais e a 
distância, e nos programas de Mestrado em Educação (CPTL) e Mestrado em Ensino de Ciências (INFI). 
Realiza pesquisas sobre Educação a Distância, Tecnologias aplicadas à Educação, Políticas Educacionais, 
Avaliação institucional, avaliação em larga escala e Formação de Professores. 
Acesse o currículo lattes da professora, no link:
http://lattes.cnpq.br/4230860008910476
E-mail: carlabzandavalli@gmail.com
APRESENTAÇÃO
Nesse e-book você conhecerá os principais conceitos, as bases legais e o desenvolvimento da EaD no Brasil, 
bem como as políticas públicas propostas no país, após os anos 1990, para o desenvolvimento dessa modalida-
de. Também serão abordados os aspectos de controle social da modalidade, exercidos pelo Estado brasileiro e 
seus entes federados, no âmbito da avaliação, regulação e supervisão. O foco será a educação superior, dados 
os objetivos desse curso de formação mais voltado para a oferta de disciplinas EaD, nos cursos de graduação 
presenciais. 
Os principais objetivos desse módulo visam oferecer condições para que o(a) cursista possa: 
a) Discutir os diferentes conceitos e perspectivas sobre a educação a distância, presentes na produção 
científica contemporânea;
b) Analisar o processo histórico de construção da Educação a Distância no Brasil, seus condicionantes, 
principais limitações e avanços; 
c) Identificar as bases legais que regem a oferta de cursos na modalidade a distância no Brasil e a utiliza-
ção da modalidade EaD nos cursos presenciais; 
d) Conhecer e analisar as principais políticas públicas desenvolvidas para a EaD no Brasil, nos anos 2000;
e) Identificar como ocorrem os processos de avaliação, regulação e supervisão da Educação a Distância no 
Brasil e quais as consequências para instituições credenciadas e cursos. 
6
CONCEITOS E HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIDADE 1
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 8
Você sabe como a educação a distância é desenvolvida no Brasil? Quando começou 
a ser ofertada? Que tipos de práticas foram desenvolvidas? O que é EaD? 
Vamos começar pelos conceitos! 
A primeira certeza que se tem ao analisar a literatura da área é a de que a conceitu-
ação de educação a distância é bastante diversa. Alves (2009) nos ajuda a entender 
essa diversidade de conceitos, compartilhando a percepção de vários autores sobre 
o assunto (Quadro 1).
Procure, sem ler o texto a seguir, fazer 
anotações sobre o que é educação a 
distância para você. Pense nas experiências 
que já teve, nas representações presentes 
no meio social, nas redes e mídias sociais 
e, caso já possua interesse sobre o assunto, 
em artigos e textos da área que você já 
leu. Guarde sua resposta, que são seus 
conhecimentos prévios sobre o assunto, para 
confrontá-la com as informações a seguir.
Procure ler com cuidado o Quadro 1, 
pegue suas anotações sobre os seus 
conhecimentos prévios sobre a EaD e busque 
aspectos comuns presentes nos conceitos, 
que permitem identificar características 
essenciais da educação a distância e depois, 
confronte o que você identificou com os 
aspectos a seguir.
MÃOS À OBRA
Quadro 1 – Conceitos de Educação a Distância 
Autor (a) Conceitos
Dohmem (1967)
Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada 
de autoestudo onde o aluno instrui-se a partir do material de 
estudo que lhe é apresentado, o acompanhamento e a supervi-
são do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo 
de professores. Isto é possível através da aplicação de meios de 
comunicação, capazes de vencer longas distâncias.
Peters (1973)
Educação/ensino a distância é um método racional de partilhar 
conhecimento, habilidades e atitudes, através da aplicação 
da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto 
quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especial-
mente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta 
qualidade, os quais tornam possível instruir um grande número 
de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais du-
rarem. É uma forma industrializada de ensinare aprender.
Moore (1973)
Ensino a distância pode ser definido como a família de métodos 
instrucionais onde as ações dos professores são executadas à 
parte das ações dos alunos, incluindo aquelas situações con-
tinuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes. 
Porém, a comunicação entre o professor e o aluno deve ser 
facilitada por meios impressos, eletrônicos, mecânicos ou outro.
Holmberg (1977)
O termo Educação a Distância esconde-se sob várias formas de 
estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imedia-
ta supervisão de tutores presentes com seus alunos nas salas de 
leitura ou no mesmo local. A Educação a Distância beneficia-se 
do planejamento, direção e instrução da organização do ensino.
Keegan (1991)
O autor define a Educação a Distância como a separação física 
entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial, 
comunicação de mão dupla, onde o estudante beneficia-se de 
um diálogo e da possibilidade de iniciativas de dupla via com 
possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos 
e de socialização.
Chaves (1999)
A Educação a Distância, no sentido fundamental da expressão, é 
o ensino que ocorre quando o ensinante e o aprendente estão 
separados (no tempo ou no espaço). No sentido que a expressão 
assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e propõe-se 
que ela seja contornada através do uso de tecnologias de teleco-
municação e de transmissão de dados, voz e imagens (incluindo 
dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Não é preciso ressaltar que 
todas essas tecnologias, hoje, convergem para o computador.
Brasil (2005) – De-
creto nº 5.622/2005
Art. 1.º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a 
Distância como modalidade educacional na qual a mediação 
didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem 
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação 
e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo 
atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
Fonte: Alves (2009, p. 84-86); Brasil (2005). 
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 9
Moran (2013) corrobora a ideia de que nesta modalidade a educação é efetivada através do intenso 
uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), mas acentua que na oferta dos cursos, ela 
pode vir acompanhada de momentos presenciais. Nesse sentido, vale destacar que para designar essa 
combinação híbrida, alguns utilizam a expressão “semipresencial”, mas vale o alerta de que ela não se 
constitui em uma modalidade de ensino. 
Aretio (1994, p. 12) acentua outro aspecto, o caráter massivo da EaD, indicando que: 
A educação a distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e 
que substitui a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de en-
sino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização 
de tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos alunos. 
Observe que os autores, embora com conceitos diferentes sobre a EaD, apontam alguns aspectos em comum: 
a) a interatividade, ou seja, a mediação de professores com uso de tecnologias, que possibilita a realização do ensino e 
da aprendizagem, estando professores e alunos em tempos e lugares diferentes; 
b) a autonomia dos estudantes no processo de aprendizagem; 
c) a necessidade de organização e planejamento do ensino;
d) a ausência de presencialidade, enquanto distância física entre professor(a) e alunos(as).
A expressão “distância”, tanto na conceituação quanto nos sentidos atribuídos à EaD, é algo que toma uma configuração ne-
gativa, como se os estudantes estivessem distantes dos professores e tutores ou abandonados à própria sorte. Moran (2013, 
p. 39, grifos do autor) também se posiciona sobre o tema:
A palavra distância tem uma conotação pesada, prejudicial, que remete ao tempo do ensino por correspondência, quando os 
alunos recebiam o material pelo correio. Hoje como estamos multiconectados, é fácil e barato estudar, conversar e aprender na 
hora mais conveniente, de múltiplas formas. Por isso muitos preferem utilizar a expressão educação online ou também começa a 
utilizar-se a denominação educação sem distância (TORI, 2010). 
A educação a distância é hoje conceituada, no âmbito legal, por meio do art. 1º, do Decreto n.º 9.057, de 25 de 
maio de 2017, da seguinte forma: 
Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-
-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comuni-
cação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e 
desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos. (BRASIL, 
2017a, p. 3, grifo nosso). 
Observa-se que em relação ao Decreto nº 5.622/2005, os acréscimos feitos no conceito salientam a necessidade de “pessoal 
qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros”, ou seja, percebeu-se no 
intervalo temporal de 2005 a 2017, e dada a substancial expansão da modalidade, que a EaD não pode ser uma adaptação 
Por falar em Moran, faça uma pausa para assistir um 
vídeo em que ele participa.
Acesse o vídeo “O que é a Educação a distância”, 
produzido pela TV Escola, Programa Salto para o 
Futuro, um programa produzido pelo MEC, em 
2000, no início da oferta de cursos na modalidade a 
distância no Brasil. 
Link para acessar o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=Riwqmxnv7p4
HORA DO VÍDEO
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 10
simples do ensino presencial, mas requer conhecimentos específicos da modalidade, acompanhamento e 
avaliação que considerem suas peculiaridades. Vale ressaltar que as determinações legais, porém, por si só 
não garantem a sua efetividade, algo ainda a ser constituído em uma parcela de instituições que ofertam 
cursos a distância, pois ela ainda enfrenta muitas resistências mesmo com o incremento diário de tecnolo-
gias ao ensino presencial. 
A oferta da Educação a Distância, disseminada e aceita na maior parte dos países industrializados, ganhou 
acentuadas críticas no Brasil, sendo considerada por alguns autores (GIOLO, 2008; BARRETO, 2010; HYPO-
LITO, 2010), sinônimo de massificação e de ausência de qualidade, ideias também presentes no meio 
social em relação à EaD no Brasil.
Oliveira (2008, p. 11) ao comentar o processo de desconfiança e desprestígio da EaD, considera que já há 
uma redução dos preconceitos em relação à essa modalidade e defende a percepção de que a qualidade 
não é definida pela modalidade de ensino, mas pela qualidade da proposta pedagógica: 
A introdução das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs) na educação pode não represen-
tar uma inovação pedagógica, pois a utilização de sofisticados recursos tecnológicos em velhas práticas 
educacionais não é garantia de uma nova educação. Assim sendo, o critério para analisar uma proposta 
de EAD parece não estar na mediação tecnológica, mas na concepção didático-pedagógica que subjaz 
tanto ao suporte tecnológico como à sua utilização na mediação pedagógica. Oliveira (2008, p. 11) 
A autora afirma que a proposta pedagógica dos cursos na modalidade a distância precisa ser diferente e 
até mais exigente do que a oferta nos cursos presenciais, mas sem perder de vista que há aspectos que 
precisam ser mantidos em ambas as modalidades. 
No Brasil, desde o advento das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), cursos de graduação das duas 
modalidades – presencial e a distância, precisam atender aos requisitos nelas colocados, bem como em 
outras resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) e, a depender do sistema de ensino em que se 
enquadra, elementos legais e normativos dos âmbitos estaduais e/ou municipais.O que precisa ficar claro é que o estudante não pode ter seu percurso formativo ou perfil profissiográfi-
co prejudicado por estar cursando a modalidade a distância. A escolha pela modalidade não implica em 
deixar de realizar atividades teórico-práticas que são essenciais à formação, como os estágios (obrigatório 
e não obrigatório), o Trabalho de Conclusão de Curso, a iniciação científica, aulas de campo, entre outros, 
pois essas atividades são realizadas nos municípios do polo de apoio ao ensino e, a depender do Projeto 
Pedagógico do Curso, pode contar com apoio de tutores presenciais para acompanhamento dessas ativi-
dades. 
Alonso (2010) também questiona a percepção intrínseca da baixa qualidade posta para a EaD e alerta 
para o fato de que o processo de expansão dessa modalidade não difere da lógica de expansão da edu-
cação superior como um todo, que vem sendo marcada pela privatização e pelo baixo desempenho dos 
estudantes, portanto não se trata da modalidade em si, mas da forma de desenvolvimento das políticas 
educacionais, dos marcos legais e regulatórios para esse nível de ensino no Brasil. 
E você? O que pensa sobre isso?
Para refletir um pouco sobre isso, veja o vídeo 
produzido pela Equipe da Secretaria de Educação 
a Distância da Universidade Federal do Vale do São 
Francisco (Univasf ).
Link para acessar o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=ISxvJ_CWPzI
HORA DO VÍDEO
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 11
As origens da EaD são descritas pelos teóricos da área de formas bastantes diferentes, muitos dos quais 
apontam uma lógica geracional marcada pelas modificações tecnológicas. Gonçalves (2013) explicita 
essas gerações com ênfase nas tecnologias para mediação do processo de ensino e de aprendizagem 
(Quadro 2):
Quadro 2 – Gerações da EaD
GERAÇÃO PERÍODO MÍDIAS
1ª 1850-1960 Material impresso, rádio e televisão
2ª 1960-1985 Áudio, televisão, vídeo, fax, papel impresso
3ª 1985-1995
Tecnologias propiciadas pelos computadores 
em rede: correio eletrônico, chat, internet, 
videoconferência
4ª 1995-atual
Convergência das tecnologias propiciadas pela 
internet de alta velocidade (banda larga), com 
interatividade e possibilidades de interação e 
autonomia do aprendiz. 
Fonte: Gonçalves (2013).
Vianney (2000), por sua vez, caracteriza o desenvolvimento da EaD por meio do domínio tecnológico, 
indicando a existência de três gerações (Quadro 3):
Quadro 3 – Gerações da EaD no Brasil
Geração Época Características
1ª Desde o início da EaD
Estudo por correspondência, no qual o principal meio de 
comunicação era o material impresso, geralmente um guia de estudo, 
com tarefas ou outros exercícios enviados pelo correio. 
2 A partir de 1970
Surgem as primeiras Universidades Abertas, com design e 
implementação sistematizados de cursos a distância, utilizando, além 
do material impresso, transmissões por televisão aberta, rádio e fitas 
de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a cabo. 
3ª A partir de 1990
Esta geração é baseada em redes de conferência por computador com 
estações de trabalho multimídia e redes de videoconferência. 
Fonte: Vianney (2000). 
Antes de começar a leitura, para aquecer um pouco, 
acesse o vídeo “Educação a distância: educação 
a distância no Brasil”, produzido pela TV Escola, 
Programa Salto para o Futuro, um programa do MEC. 
O vídeo, desenvolvido em 2000, ilustra o início da 
oferta de cursos na modalidade a distância no Brasil. 
Este vídeo traz informações menos completas do que 
as descrições que se seguem, mas ilustram aspectos 
importantes, além de contar com a participação 
de dois grandes especialistas em EaD no Brasil, os 
professores João Vianney e José Armando Valente. 
Link para acessar o vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=-dYA9tAelPQ
HORA DO VÍDEO
Nudson
Nota
Escrever uma relação entre as duas visões sobre a geração EaD.
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 12
O autor apresenta a cronologia da EaD no Brasil de 1904 a 2000, na qual detalha aconteci-
mentos importantes, alguns marcos para o avanço dessa modalidade.
Alves (2009) detalha essas gerações. Sobre as origens da EaD no Brasil o autor indica que an-
tes de 1900, segundo estudos do IPEA, existiam anúncios em jornais no Rio de Janeiro ofere-
cendo cursos de datilografia por correspondência, ministrados por professoras particulares, 
mas aponta que o marco mais significativo ocorre em 1904 com a instalação das Escolas 
Internacionais, filiais de organizações norte-americanas que ofereciam cursos por correspon-
dência aos setores de comércio e serviços e envio de materiais impressos pelos correios. 
A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, instituída em 1923, apresenta outro domínio tecnoló-
gico da primeira geração – o rádio - com a oferta de cursos de educação popular, transmi-
tidos em estados brasileiros, mas que também repercutiam em outras regiões da América. 
Uma iniciativa privada, sem fins lucrativos, que passou para a responsabilidade do Ministério 
da Educação, em 1936, em razão das duras exigências por parte do Governo brasileiro que 
se preocupava com a possibilidade da transmissão de programas considerados “subversivos” 
(ALVES, 2009). 
Em 1937 foi implantado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação, 
sendo desenvolvidos inúmeros programas, inclusive privados. Em 1946, o Serviço Nacional 
do Comércio (Senac), desenvolveu a Universidade do Ar, nos estados do Rio de Janeiro e de 
São Paulo. (ALVES, 2009).
Em 1959, a Igreja Católica, por meio da Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB), criou 
escolas radiofônicas que deram origem ao Movimento de Educação de Base (MEB), com o 
intuito de desenvolver um amplo programa de educação de base para as populações mais 
carentes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O Decreto 50.370/1961 estabeleceu 
que a administração federal, a partir de convênio com o Ministério da Educação e da Cultu-
ra, e outros órgãos, ofereceria os recursos para o desenvolvimento do Programa (OLIVEIRA, 
1989). 
Oliveira (1989) observa que o MEB, embasado no pensamento social cristão, passou da 
busca ao combate dos efeitos da desigualdade social, para uma postura revolucionária de 
combate à estrutura desigual, sobrevivendo ao golpe civil militar em razão da força da Cúpu-
la da Igreja Católica, mas com modificações estruturais de suas atividades após 1964. A partir 
de 1965, passou a integrar os interesses do Estado e constar, após a criação do Movimento 
Brasileiro de Alfabetização (Mobral), como seu organismo auxiliar. 
Em 1961, foi criada pela Rede Unida de Televisão, a Fundação João Batista do Amaral (FJBA), 
trazendo outro domínio tecnológico – a televisão, que recebia recursos de natureza pública 
e privada, incluído aporte financeiro da United States Agency for International Development 
(USAID), da igreja, de sindicatos e da sociedade em geral. Oliveira (1989, p. 85-87) descreve a 
estrutura dos cursos oferecidos.
Esse material compõe um Guia elaborado 
pela extinta Universidade Virtual Brasileira 
(UVB.br), intitulado: “Preparação de 
professores autores e tutores para a 
Educação a Distância”, publicado em 2000.
O programa educativo da FJBA compreendia: a) um curso de alfabetização via 
TV composto de 78 programas de 50 minutos cada; b) um curso complementar 
(2a. série) com 70 programas; c) formação de TV Clubes “ ... para estímulo ao 
esforço cooperativo, debate de problemas da comunidade e recuperação 
vocacional dos estudantes já a1fabetizados”.’ Para esses cursos foi organizada, 
na Guanabara uma Rede de 105 TV Escolas geralmente localizadas em locais 
não convencionais (igrejas, clubes, fábricas, quartéis, penitenciárias... ). 
A partir de 1964 a FJBA atuou sobretudo junto ao Exército, na alfabetização de 
recrutas, e junto ao Sistema Penitenciário. 
O pessoal docente era composto de: 
professores de estúdio, para a apresentação das aulas de TV; 
monitores, geralmente, estudantessecundaristas, voluntários ou recebendo 
uma pequena remuneração, que tinham a função de “ ... manejar o televisor, 
distribuir o material escolar (e) atender os alunos”; 
supervisores-professores jubilados, encarregados da supervisão escolar. 
A equipe técnica de produção compreendia um setor pedagógico (35 pessoas) 
e setores especializados em produção de TV. Era coordenado pela Profa. 
Alfredina de Paiva e Souza, que, como veremos, também será a coordenadora 
da primeira equipe técnica do MOBRAL. 
O material didático era composto de: instruções escritas para os monitores 
e livros-caderno para os alunos. Sua concepção se apoiava em pressupostos 
teórico-metodológicos muito comuns, na época, nos meios educacionais 
tradicionais (MEC e Escola privada) que, no mínimo, poderíamos localizar entres 
as “pedagogias do consenso” - para usar a expressão de Beno Sander. [...].
Do ponto de vista metodológico eram utilizados métodos, procedimentos 
e técnicas comuns, na época, em outros programas de educação de adultos 
como por exemplo, as palavras geradoras. Estas eram selecionadas tomando 
por base os “interesses básicos” da população brasileira: futebol (Pelê, Vavâ), 
Campeões brasileiros, etc. e estavam relacionadas com as temáticas do futebol, 
da música popular, dos costumes e usos regionais, etc. 
A avaliação dos resultados dos cursos de alfabetização (lª. série) e continuação 
(2ª série), apresentara excelentes resultados, ultrapassando muitas vezes os 
80% de alunos aprovados. 
Nudson
Realce
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 13
O Mobral foi desenvolvido em setembro de 1967 pelo governo militar, inicialmente como uma 
campanha, cumprindo orientações da UNESCO e com forte interesse por parte do Governo do 
General Costa e Silva, que institui, entre as ações voltadas ao combate do analfabetismo, o Decre-
to 61.321, que tratava em seu art. 1º, sobre:
[...]”Todas as emissoras de televisão, oficiais e particulares, deveriam prestar seu 
concurso ao esforço nacional, em prol da alfabetização funcional e da educação continu-
ada de adultos”. O órgão encarregado de produzir as aulas de alfabetização pela TV seria a 
Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (FUNTEVÊ). (OLIVEIRA, 1989, p. 101, grifo 
nosso). 
O Decreto n.º 61.313 instituía a “Rede Nacional de Alfabetização Funcional e Educação Continu-
ada de Adultos”, destacando-se, nesse Decreto, a utilização por parte da União de parcela dos 
horários de todas as emissoras e programas, “[...]na educação dos adultos analfabetos, visando 
melhorar suas condições de vida e a integrá-los nas conquistas da civilização e da cultura e nos 
direitos e deveres para com a pátria”. (OLIVEIRA, 1989, p. 101). 
O Mobral, vinculado ao MEC, é transformado em fundação, por meio da Lei n.º 5.379 de 15 de 
dezembro de 1967, tendo autonomia administrativa e financeira, bem como, capacidade de 
celebrar convênios com quaisquer entidades, públicas ou privadas:
Oliveira (1989) observa que as tecnologias são utilizadas com diferentes perspectivas no que 
chamou de primeiro e segundo MOBRAL, tendo o primeiro MOBRAL um enfoque mais pedagógi-
co-político, coordenado por educadores experientes em processos de alfabetização de adultos e 
o segundo, abordagem essencialmente tecnocrática, coordenado por administradores e econo-
mistas, que introduzem a teoria do capital humano neste programa. O autor salienta, porém, que 
desde o início, a lógica do Governo militar foi utilizar mídias e tecnologias como meio de contro-
le ideológico do conteúdo presente no material didático. 
Alves (2009) relembra que o Código Brasileiro de Telecomunicações, publicado em 1967, deter-
minou a necessidade de haver programas educativos em todas as emissoras de radiodifusão, 
havendo mais incentivos, por exemplo, para universidades e fundações. 
Em 1969 foi criado o Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais, que previa a utilização de 
rádio, televisão e outras mídias, seguido de Portaria do Ministério das Comunicações que definia 
tempo obrigatório e gratuito que as emissoras comerciais deveriam ceder para a transmissão de 
programas educativos, algo revisto em 1990 (ALVES, 2009). 
Ainda conforme Alves (2009), em 1994 houve ampla reestruturação do Sistema Nacional de 
Radiodifusão Educativa, com coordenação da Fundação Roquete Pinto. O autor salienta que não 
foram observados resultados positivos sobre a programação educativa transmitida nos canais 
abertos e sob a responsabilidade do Estado, indicando que o insucesso talvez tenha ocorrido 
em razão dos horários de transmissão incompatíveis com os horários dos potenciais estudantes. 
Destaca os programas de sucesso criados pela Fundação Roberto Marinho, como os telecursos e 
critica o desvínculo da TV Educativa e da Rádio MEC ao Ministério da Educação: 
Art. 1º Constituem atividades prioritárias permanentes, no 
Ministério da Educação e Cultura, a alfabetização funcional e, 
principalmente, a educação continuada de adolescentes e adultos.
Parágrafo único. Essas atividades em sua fase inicial atingirão 
os objetivos em dois períodos sucessivos de 4 (quatro) anos, o 
primeiro destinado a adolescentes e adultos analfabetos até 30 
(trinta) anos, e o segundo, aos analfabetos de mais de 30 (trinta) 
anos de idade. Após êsses dois períodos, a educação continuada 
de adultos prosseguirá de maneira constante e sem discriminação 
etária.
Art. 2º Nos programas de alfabetização funcional e educação 
continuada de adolescentes e adultos, cooperarão as autoridades 
e órgãos civis e militares de tôdas as áreas administrativas, nos 
têrmos que forem fixados em decreto, bem como, em caráter 
voluntário, os estudantes de níveis universitário e secundário que 
possam fazê-lo sem prejuízo de sua própria formação.
Art. 3º É aprovado o Plano de Alfabetização Funcional e Educação 
Continuada de Adolescentes e Adultos, que esta acompanha, 
sujeito a reformulações anuais, de acôrdo com os meios 
disponíveis e os resultados obtidos.
Art. 4º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir uma fundação, 
sob a denominação de Movimento Brasileiro de Alfabetização - 
MOBRAL de duração indeterminada, com sede e fôro na cidade do 
Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, enquanto não fôr possível a 
transferência da sede e fôro para Brasília.
Art. 5º O MOBRAL será o Órgão executor do Plano de que trata o 
art. 3º.
Art. 6º O MOBRAL gozará de autonomia administrativa e 
financeira e adquirirá personalidade jurídica a partir da inscrição 
no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, do seu ato constitutivo, 
com o qual serão apresentados seu estatuto e o decreto do Poder 
Executivo que o aprovar. [...].
Art. 9º O pessoal do MOBRAL será, pelo seu presidente, solicitado 
ao Serviço Público Federal.
Art. 10. O MOBRAL poderá celebrar convênios com quaisquer 
entidades, públicas ou privadas, nacionais, internacionais 
e multinacionais, para execução do Plano aprovado e seus 
reajustamentos.
Art. 11. Os serviços de rádio, televisão e cinema educativos, 
no que concerne à alfabetização funcional e educação 
continuada de adolescentes e adultos, constituirão um sistema 
geral integrado no Plano a que se refere o art. 3º. (BRASIL, 1967, p. 
1, grifo nosso). 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-5379-15-dezembro-1967-359071-publicacaooriginal-1-pl.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-5379-15-dezembro-1967-359071-publicacaooriginal-1-pl.html
Nudson
Realce
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 14
A própria TV educativa, por razões inexplicáveis, não pertence à estrutura do MEC, mas sim ao Minis-
tério da Cultura, e poucos são os programas educacionais veiculados. Aliás no campo da radiofusão, a 
Rádio MEC também não está ligada ao MEC, apesar de manter o nome. O surgimento de TV fechada 
(especialmente a cabo) permitiu que algumas novas emissoras se dedicassem de maneira correta à 
educação, destacando-se as TVs universitárias, o Canal Futura, a TV Cultura,dentre outras que difun-
dem algumas de suas produções também em canais abertos. 
Há de se louvar o sistema adotado pela TV Escola, sob a mantença do poder público federal, que gera 
bons programas. Porém, a forma de difusão depende das emissoras abertas ou a cabo para o acesso da 
população em geral. As escolas recebem, por satélite (e com o apoio dos correios), os benefícios. Os frutos 
são bastante produtivos. (ALVES, 2009, p. 10). 
Nos anos 1990 são instituídos os primeiros cursos de nível superior, em educação a distância, mesmo 
antes da Lei n.º 9.394/1996, mediante a brecha legal da oferta dos cursos de caráter experimental. Em 
1994, o Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT, criou o Curso de Licenciatura 
em Educação Básica, autorizado pela Resolução 88, do Conselho Diretor da UFMT e iniciado em 1995, 
sendo reconhecido pelo CNE em 1999. Nesse curso o modelo proposto previa a utilização de material 
impresso e aulas presenciais em polos. Kipnis (2009, p. 211) esclarece que:
O modelo trabalhava com pólos, tendo por base uma estrutura administrativo-pedagógica, com pes-
soal de apoio às atividades de secretaria e uma equipe de orientadores acadêmicos responsáveis pelo 
acompanhamento e orientação do processo de aprendizagem dois alunos de vários municípios. 
A motivação do Curso desenvolvido pela UFMT era a demanda das prefeituras do estado de Mato Grosso, 
para cumprir a meta colocada pelo Plano Nacional de Educação (2001-2010), instituído por meio da Lei 
n.º 10.172, de 9 de janeiro de 2001, de que os professores da educação básica tivessem formação em nível 
superior. Várias outras instituições públicas federais começaram a oferta da graduação a distância, com o 
mesmo objetivo, portanto a EaD no Brasil, como confirmam os dados do Censo da Educação Superior, é 
iniciada para a oferta de cursos de Pedagogia e de Formação de Professores, por grandes instituições pú-
blicas: Universidade Estadual do Ceará; Universidade Federal de Alagoas; Universidade Federal de Ouro 
Preto; Universidade Estadual de Ponta Grossa; Universidade Federal do Paraná; Fundação Universidade do 
Estado de Santa Catarina; Universidade do Estado de Mato Grosso.
Outro marco importante, em 1995, foi a criação da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), 
uma iniciativa de educadores interessados em disseminar essa modalidade de ensino, que teve e tem 
importância na consolidação da EaD no Brasil (KIPNIS, 2009). 
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é considerada precursora da Educação a Distância no 
âmbito da pós-graduação, com uso de uma outra tecnologia – a videoconferência - em um curso desen-
volvido em 1996, no programa de pós-graduação do departamento de Engenharia de Produção. 
Kipnis (2009) cita várias outras iniciativas pioneiras: 
a) Projeto Veredas – uma parceria entre 18 universidades, centros universitários e outras IES, com 
a Secretaria de Educação de Minas Gerais, para a oferta de 15 mil vagas destinadas a professores dos 
Apenas no ano 2000 o Censo da Educação 
Superior passou a registrar dados sobre a 
Educação a Distância no Brasil, apresentando 
as instituições já indicadas e cursos de 
formação de professores e de Pedagogia. 
Embora o Censo registre a Universidade do 
Estado de Mato Grosso, trata-se da UFMT.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 15
anos iniciais do ensino fundamental, que não possuíam nível superior, para a rede estadual e redes mu-
nicipais, em 21 pólos regionais. 
b) Curso normal superior com mídias interativas – desenvolvido em 2000, a partir de uma parceria 
entre a Universidade Estadual de Ponta Grossa e a Universidade Eletrônica do Brasil, atendendo a 23 
municípios do Paraná, tendo como público professores em exercício sem nível superior, tendo como 
principal mídia a videoconferência. 
c) Programa especial de licenciatura plena para professores das séries iniciais do ensino funda-
mental – desenvolvido em 2001, pela Secretaria da Educação de São Paulo, em convênio com a USP, 
UNESP e PUC-SP, a partir da experiência do Paraná, também para professores dos anos iniciais do ensino 
fundamental, em 46 ambientes de aprendizagem, de 34 municípios de São Paulo.
d) Rede do saber – rede de comunicação interna do estado de São Paulo (IntraGov), que conecta as di-
retorias de ensino aos órgãos centrais e de apoio à Secretaria de Educação e à PUC-USP e USP, reunindo 
computadores, interligados em rede, salas de videoconferência e laboratórios em 89 municípios, com o 
objetivo de expandir as atividades de formação de quadros da Secretaria de Educação desse estado. 
e) Curso especial de graduação a distância de pedagogia - a UnB, em 2001, em parceria com a Secre-
taria de Educação do Distrito Federal, para atingir cerca de 5000 professores. 
Essas experiências inicialmente isoladas deram origem à criação de redes virtuais, no início dos anos 2000, 
como a Unirede, consórcio que reuniu 80 instituições públicas de educação superior para a oferta de cursos 
a distância; o Instituto Universidade Virtual Brasileira – a UVB, outro consórcio de dez IES privadas, que foi 
credenciado pelo MEC para a oferta de cursos de bacharelado pela internet; e a Ricesu que reuniu um grupo 
de instituições católicas.
A expansão da modalidade ocorreu a partir dos anos 2000, com o incremento dos cursos em Instituições 
Privadas. Na Tabela 1 observa-se que embora ainda haja predomínio de concluintes, cursos e matrículas na 
modalidade presencial, houve crescimento muito substantivo na modalidade a distância, do período ini-
cial de registro no Censo da Educação Superior, em 2000, para o mais atual, 2018, pois representa 37% das 
matrículas na educação superior, considerando-se instituições que ofertam as duas modalidades. Quando 
observado o dado geral, porém, o total de matrículas é de 8.450.755 (presenciais e a distância) e desse total, 
2.056.511 matrículas são ofertadas na EaD (24%).
https://www.aunirede.org.br/portal/
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 16
Tabela 01 - Número de Concluintes, Número de Cursos e Matrículas nos Cursos de Graduação Presenciais e a 
Distância, em IES que ofertam ambas as modalidades. Brasil. 2000 e 2018.
 Ano
 Concluintes Cursos Matrículas 
 Graduação 
Presencial 
 Graduação 
a Distância 
 Graduação 
Presencial 
 Graduação 
a Distância 
 Graduação 
Presencial 
 Graduação 
a Distância 
2000 324.732 450 10.585 07 2.694.245 1632
2018 527.990 
 
273.873 
 
15.891 
 
3.177 
 
3.454.255 
 
2.056.511 
% 62,59 60.760 50,12 45.285 28,20 125.911
Fonte: INEP/ Sinopse Estatística da Educação Superior (2000; 2018).
Observa-se, assim como na modalidade presencial, a massiva privatização, pois embora a oferta da EaD 
tenha nascido nas IES públicas, em 2018, as Instituições privadas são responsáveis por 84% dos cursos e 92% 
das matrículas na EaD (Tabela 02).
Tabela 02 – Cursos e Matrículas na EaD no Brasil, por categoria administrativa. 2000 e 2018. 
Ano Aspectos Total Pública Privada
2000 Cursos 07 07 07*
2018 Cursos 3.177 495 2.682
% - 45.285% 6.971% 38.214%
2000 Matrículas 1632 1632 4.240*
2018 Matrículas 2.056.511 172.927 1.883.584
% - 125.911% 10.496% 44.324%
Fonte: INEP/ Sinopse Estatística da Educação Superior (2000; 2002; 2018).
* Em 2000 não havia cursos e matrículas na esfera privada para a educação a distância, por isso foram utilizados os dados de 2002, 
momento em que começa o registro na esfera privada. 
Na Tabela 03, verifica-se que a maior presença da EaD, nos dados mais recentes, concentra-se nas regiões sul 
e sudeste, seguidas das regiões centro-oeste, nordeste e norte. 
Unidade 1 - Conceitos e histórico da Educação a Distância 17
Tabela 03 – Número de concluintes, cursos e matrículas nas modalidades presencial e a distância, nasIES que ofertam ambas as modalidades, por região. 2018. 
Região
Concluintes Cursos Matrículas
Graduação 
Presencial 
Graduação 
a Distância
Graduação 
Presencial
Graduação 
a Distância
Graduação 
Presencial
Graduação 
a Distância
Norte 32.334 1.313 906 111 208.737 11.460 
Nordeste 88.714 9.449 3.052 450 685.146 101.940 
 Sudeste 269.684 100.946 6.952 1.368 1.675.268 810.841 
Sul 96.426 138.965 3.641 988 622.708 945.658 
Centro-Oeste 40.832 23.200 1.340 260 262.396 186.612 
Total 527.990 273.873 15.891 3.177 3.454.255 2.056.511 
Fonte: INEP/ Sinopse Estatística da Educação Superior (2018).
Essa distribuição espelha as desigualdades socioeconômicas no país, salientando-se que a região nor-
deste é uma das mais populosas e com um dos menores índices de escolarização, só perdendo para a 
região norte (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2018). 
O Resumo Técnico do Censo da Educação Superior mais recente (INEP, 2017), indica aspectos predo-
minantes nas duas modalidades, quanto às matrículas. Em ambas as modalidades, predominam o 
sexo feminino e a categoria administrativa privada; no presencial predominam as matrículas no turno 
noturno e em bacharelados, já na modalidade a distância, predominam as licenciaturas e não há turno 
definido dada a modalidade. 
A presença da EaD na esfera pública é reforçada pela proposição, em 2005, do Sistema Universidade 
do Brasil (UAB), um programa fomentado e coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior (Capes), que será detalhado no item sobre as políticas educacionais para a 
modalidade.
BASES DA EAD NO BRASIL
UNIDADE 2
Unidade 2 - Bases da EaD no Brasil 19
Quanto às bases legais da Educação a Distância, os primeiros indícios de sua normatização no Brasil 
ocorrem por meio da autorização de oferta de cursos ou escolas experimentais, que se inicia a 
partir da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n.º 4.024, de 20 de dezembro 
de 1961:
Art. 104. Será permitida a organização de cursos ou escolas experimentais, com currículos, 
métodos e períodos escolares próprios, dependendo o seu funcionamento para fins de 
validade legal da autorização do Conselho Estadual de Educação, quando se tratar de cursos 
primários e médios, e do Conselho Federal de Educação, quando de cursos superiores ou de 
estabelecimentos de ensino primário e médio sob a jurisdição do Governo Federal (BRASIL, 
1961, p. 11429)
Vale ressaltar que essa abertura, nos anos 1960, deu espaço para cursos a distância, desenvolvidos 
com ferramentas não digitais, pois no início foram utilizados essencialmente materiais impressos e 
comunicação via rádio, já que o uso de mídias como a televisão, as fitas de DVD, os CD-ROM e uso 
da internet são bem mais recentes. 
A Lei 5.692, de 15 de agosto de 1971, que revoga parcela da 4.024/1961 e é instituída como nova 
LDB, mantém e amplia essa possibilidade, assegurando a possibilidade de experiências pedagógi-
cas autorizada pelos respectivos Conselhos de Educação (Art. 64), bem como, o uso de tecnologias 
no ensino supletivo compatível com a modalidade a distância (Art. 25):
Art. 25. O ensino supletivo abrangerá, conforme as necessidades a atender, desde a iniciação 
no ensino de ler, escrever e contar e a formação profissional definida em lei específica até o 
estudo intensivo de disciplinas do ensino regular e a atualização de conhecimentos.
§ 1º Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime escolar que se ajustem às suas 
finalidades próprias e ao tipo especial de aluno a que se destinam.
§ 2º Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou mediante a utilização de rádios, 
televisão, correspondência e outros meios de comunicação que permitam alcançar o 
maior número de alunos. [...].
Art. 64. Os Conselhos de Educação poderão autorizar experiências pedagógicas, com regimes 
diversos dos prescritos na presente Lei, assegurando a validade dos estudos assim realizados. 
(BRASIL, 1971, p. 6592, grifo nosso). 
Apesar das brechas legais, é apenas com a publicação da Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em vigor, que a educação a distância passa a ser 
explicitamente modalidade de ensino, sendo mantida a possibilidade de cursos de caráter experi-
mental.
O Art. 80 já coloca elementos centrais para a oferta: a possibilidade de oferta em todos os níveis e 
modalidades de ensino; a necessidade de credenciamento das instituições para tanto; a definição 
específica de requisitos para os exames e registro de diploma na modalidade; a responsabilidade 
de cada sistema de ensino (federal, estadual e municipal) para definir os requisitos de produção, 
controle e avaliação dos programas na modalidade a distância. 
Dada a complexidade do tema, o Art. 80 foi regulamentado inicialmente pelo Decreto n.º 2.494, 
de 10 de fevereiro de 1998, revogado pelo Decreto n.º 5.622, de 19 de dezembro de 2005 e, 
por sua vez, revogado pelo Decreto n.º 9.057, de 25 de maio de 2017, o último em vigor. 
Art. 80. O Poder Público incentivará 
o desenvolvimento e a veiculação de 
programas de ensino a distância, em todos 
os níveis e modalidades de ensino, e de 
educação continuada. 
§ 1º A educação a distância, organizada 
com abertura e regime especiais, será 
oferecida por instituições especificamente 
credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos 
para a realização de exames e registro de 
diploma relativos a cursos de educação a 
distância.
§ 3º As normas para produção, controle 
e avaliação de programas de educação 
a distância e a autorização para sua 
implementação, caberão aos respectivos 
sistemas de ensino, podendo haver 
cooperação e integração entre os diferentes 
sistemas. 
§ 4º A educação a distância gozará de 
tratamento diferenciado, que incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em 
canais comerciais de radiodifusão sonora 
e de sons e imagens e em outros meios 
de comunicação que sejam explorados 
mediante autorização, concessão ou 
permissão do poder público; (Redação dada 
pela Lei nº 12.603, de 2012)
II - concessão de canais com finalidades 
exclusivamente educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para 
o Poder Público, pelos concessionários de 
canais comerciais.
Art. 81. É permitida a organização de cursos 
ou instituições de ensino experimentais, 
desde que obedecidas as disposições desta 
Lei. (BRASIL, 1996, p. 27833, grifo nosso)
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1998/decreto-2494-10-fevereiro-1998-397980-publicacaooriginal-1-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1998/decreto-2494-10-fevereiro-1998-397980-publicacaooriginal-1-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2005/decreto-5622-19-dezembro-2005-539654-publicacaooriginal-39018-pe.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12603.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12603.htm#art1
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 2 - Bases da EaD no Brasil 20
A análise comparativa dos três decretos aponta para a fragilidade do primeiro - Decreto 
2.494/1998, que não acrescenta muitos aspectos além dos já previstos no Art. 80 da LDB e em 
outras leis e normativas da educação superior, e causa maiores dificuldades ao definir de forma 
muito genérica a Educação a Distância, reforçando o autoconhecimento, como se a EaD fosse 
uma autodidaxia, o aprender sozinho, com apoio apenas dos recursos tecnológicos. 
Essa situação é revista no Decreto 5.622/2005, que acentua a mediação didático-pedagógica, a 
relação interativa entre estudantes e professores, que desenvolvem atividades educativas – não 
a distância – mas “em lugares ou tempos diversos”, ou seja, o foco é a mediação e a interativi-
dade, não a separação física ou temporal dos sujeitos. No Decreto 9.057/2017, além da manu-
tenção dessa lógica, acentua-se a necessidade de pessoalqualificado, políticas de acesso, 
acompanhamento e avaliação compatíveis à modalidade. 
O segundo decreto (BRASIL, 2005), instituído após cinco anos dos processos de credenciamen-
to das IES, já apresenta aspectos bem delineados e uma maior preocupação com a qualidade 
da oferta, especialmente em face ao crescimento da modalidade e a criação dos consórcios 
privados. Acrescente-se ainda, o fato de que em 2004, com a instituição da Lei n.º 10.861, que 
cria o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e apresenta aspectos de 
supervisão e regulação, vinculados à avaliação, surgem novas preocupações sobre a qualidade 
da oferta, o que se expressa no Art. 16 do Decreto n.º 5.622/2005. 
Vale destacar nesse Decreto: 
a) A vinculação entre avaliação da aprendizagem para fins de promoção, conclusão e di-
plomação com o cumprimento das atividades e a realização de exames presenciais, preva-
lecendo o resultado desses exames sobre outras formas de avaliação. 
b) A necessidade de delimitação geográfica da oferta de cursos;
c) A abertura para a oferta de cursos de mestrado e doutorado, algo que o art. 80 da LDB 
não restringia, mas que o Decreto 2.494/1998 limita ao remeter a autorização da oferta à 
regulamentação própria;
d) A garantia de metodologia e organização próprias à modalidade, mas com a previsão 
de momentos presenciais para: avaliações de estudantes; estágios obrigatórios e defesa de 
trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente e atividades 
relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso. 
O Decreto 9.057/2017, instituído após dezessete anos de credenciamento das IES para a oferta 
da EaD e um processo acentuado de privativação da modalidade, faz um movimento contrário 
ao do decreto anterior, caminhando para uma maior flexibilização, no sentido em que acolhe as 
reivindicações das IES privadas que defendem o ensino totalmente a distância e a extinção de 
atividades/momentos presenciais.
Entre elas destacam-se os grandes 
grupos privados, geridos por Fundos 
de capital aberto, que ofertam cursos 
de baixas mensalidades, com currículo 
empobrecido, pela retirada e/ou ausência 
de acompanhamento de atividades 
necessariamente presenciais e importantes 
à formação profissional, como os estágios, as 
atividades teórico-práticas e de pesquisa.
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 2 - Bases da EaD no Brasil 21
Embora mantenha a necessidade dos polos de apoio ao ensino, o Decreto retira a obrigatoriedade 
de as avaliações serem presenciais e da preponderância das notas dessas avaliações sobre ava-
liações de atividades a distância. Prevê, no art. 4.º a existência de atividades presenciais (tutorias, 
avaliações, estágios, práticas profissionais e de laboratório e defesa de trabalhos, conforme os pro-
jetos pedagógicos ou de desenvolvimento da instituição de ensino e do curso) a serem realizadas 
na sede da instituição de ensino, nos polos de educação a distância ou em ambiente profissional, 
condicionadas às determinações das Diretrizes Curriculares Nacionais de cada curso.
Retira a obrigatoriedade de credenciamento para as IES públicas, condicionando a análise de 
qualidade da oferta às avaliações externas realizadas no âmbito do SINAES, mas vincula a oferta de 
cursos de pós-graduação Stricto Sensu (mestrados e doutorados) à distância, à aprovação da Capes. 
Acompanhando o Decreto 9.057/2007, o MEC institui a Portaria Normativa nº 11, de 20 de junho 
de 2017, que estabelece normas para o credenciamento de instituições e oferta de cursos superio-
res a distância, em conformidade com o referido decreto. A Portaria traz acréscimos em relação ao 
Decreto, um deles é o esclarecimento acerca das atividades presenciais. Esse detalhe é importan-
te, no sentido de conferir condicionalidades ao ensino totalmente a distância, algo não muito claro 
até então.
Outro aspecto diferencial é a caracterização dos requisitos mínimos para os polos EaD que 
segundo a legislação anterior precisavam ser credenciados e passam a ser criados pelas próprias 
instituições já credenciadas, observando-se limites vinculados ao conceito institucional mais recen-
te de no mínimo 3 (Quadro 4): 
Portarias dessa mesma natureza são emitidas 
por parte de cada sistema estadual e 
municipal, que não serão tratados aqui pela 
amplitude dos sistemas no país.
Art. 11. O polo EaD deverá apresentar identificação inequívoca da IES responsável pela 
oferta dos cursos, manter infraestrutura física, tecnológica e de pessoal adequada ao projeto 
pedagógico dos cursos a ele vinculados, ao quantitativo de estudantes matriculados e à 
legislação específica, para a realização das atividades presenciais, especialmente: 
I - salas de aula ou auditório; 
II - laboratório de informática;
III - laboratórios específicos presenciais ou virtuais;
IV - sala de tutoria; 
V - ambiente para apoio técnico-administrativo; 
VI - acervo físico ou digital de bibliografias básica e complementar; 
VII - recursos de Tecnologias de Informação e Comunicação -TIC; e 
VIII - organização dos conteúdos digitais. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017, p. 3-4).
Art. 8º As atividades presenciais, como 
tutorias, avaliações, estágios, práticas 
profissionais e de laboratório e defesa de 
trabalhos, previstas no PDI e PCC, serão 
realizadas na sede da IES, nos polos EaD ou 
em ambiente profissional, conforme definido 
pelas DCN. 
§ 1º A oferta de cursos superiores a 
distância sem previsão de atividades 
presenciais, inclusive por IES detentoras 
de autonomia, fica condicionada à 
autorização prévia pela SERES, após 
avaliação in loco no endereço sede, para 
comprovação da existência de infraestrutura 
tecnológica e de pessoal suficientes para 
o cumprimento do PPC, atendidas as DCN 
e normas específicas expedidas pelo MEC. 
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017, p. 2-3, 
grifo nosso). 
http://bit.ly/32duHqh
http://bit.ly/32duHqh
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 2 - Bases da EaD no Brasil 22
Quadro 4 – Quantitativo anual de polos, por conceito institucional
Conceito Institucional Quantitativo anual de polos
3 50
4 150
5 250
Fonte: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portaria Normativa nº 11, de 20 de junho de 2017. Disponível em: http://bit.ly/32duHqh. 
Acesso em: 11 out. 2019. 
Os vários aspectos que antes eram autorizados pelo órgão do respectivo sistema, no caso do Sistema 
Federal de Ensino, passam a ser apenas informados ao Ministério enquanto atualização cadastral no 
e-MEC. Também passa a ser permitido o remanejamento de vagas autorizadas de um curso de EaD 
entre polos, sob responsabilidade da IES credenciada, sendo processado como atualização cadastral. 
A portaria define também os procedimentos e condicionalidades para a extinção de polos.
Outro aspecto descrito na Portaria são os requisitos para as parcerias para a oferta da EaD. detalhan-
do os processos de regulação e supervisão realizados pela SERES, para a modalidade a distância, o 
que será exposto em item posterior. 
No âmbito da utilização da EaD no ensino presencial, a primeira menção sobre o assunto se dá por 
meio da Portaria MEC N.º 4.059/2004, que “trata da oferta de 20% da carga horária dos cursos supe-
riores na modalidade semipresencial”, essa portaria foi revogada em 2016, em função da publicação 
da Portaria MEC nº 1.134, de 10 de outubro de 2016, por sua vez também revogada pela Portaria 
n.º 1.428, de 28 de dezembro de 2018, normativa em vigor, que “dispõe sobre a oferta, por Institui-
ções de Educação Superior - IES, de disciplinas na modalidade a distância em cursos de graduação 
presencial” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018, p. 59).
A primeira portaria, autoriza, para cursos já reconhecidos, a oferta de 20% do currículo por meio da 
modalidade a distância. A segunda, bastante breve, apresenta poucas alterações, entre as quais a exi-
gência de presencialidade da avaliação, de encontros presenciais e de tutoria com profissionais 
qualificados.
Art. 18. A oferta de cursos superiores a 
distânciaadmitirá regime de parceria entre a 
IES credenciada para educação a distância e 
outras pessoas jurídicas, preferencialmente 
em instalações da instituição de ensino, 
exclusivamente para fins de funcionamento 
de polo de EaD, respeitado o limite da 
capacidade de atendimento de estudantes. 
§ 1º A parceria de que trata o caput deverá 
ser formalizada em documento próprio, 
o qual conterá as obrigações da entidade 
parceira e estabelecerá a responsabilidade 
exclusiva da IES credenciada para educação a 
distância ofertante do curso quanto a: 
I - prática de atos acadêmicos referentes ao 
objeto da parceria; 
II - corpo docente; 
III - tutores; 
IV - material didático; e 
V - expedição das titulações conferidas. 
§ 2º É vedada a delegação de 
responsabilidade da IES para o parceiro, de 
quaisquer dos atos previstos no § 1º deste 
artigo. 
§ 3º O documento de formalização da 
parceria de que trata o § 1º deverá ser 
elaborado em consonância com o PDI, e seus 
aspectos acadêmicos devem ser divulgados 
no endereço eletrônico da IES.
Essa portaria é um dos poucos atos 
normativos que usam essa expressão 
“modalidade semipresencial”, modalidade 
que na verdade não existe no âmbito da Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei 9.394/1996.
http://bit.ly/32duHqh
https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/1989/portaria-n-4059
https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/1988/portaria-n-1134
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/57496468/do1-2018-12-31-portaria-n-1-428-de-28-de-dezembro-de-2018-57496251
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/57496468/do1-2018-12-31-portaria-n-1-428-de-28-de-dezembro-de-2018-57496251
Nudson
Realce
Unidade 2 - Bases da EaD no Brasil 23
A Portaria em vigor, instituída em 2018, flexibiliza a oferta, pois não requer mais que o cur-
so seja reconhecido para ser ofertado 20% a distância, basta que a IES possua ao menos 
um curso de graduação reconhecido para tanto. Acentua a necessidade de identificação 
das disciplinas ofertadas a distância, na matriz curricular do curso e a indicação da meto-
dologia a ser utilizada nessas disciplinas no projeto pedagógico do curso. Consta, tam-
bém, a possibilidade de ampliação do limite de 20% da oferta a distância para 40%.
Essa ampliação fica condicionada à observância dos limites específicos estabelecidos nas 
DCNs de cada curso e é vedada para os cursos de graduação presenciais da área de saúde 
e das engenharias. Observa-se ainda, que os cursos presenciais que optarem em exceder 
os 20% da carga horária total do currículo, não serão dispensados da avaliação in loco nos 
processos regulatórios de renovação de reconhecimento. 
Indica-se também, a circunscrição geográfica das atividades pedagógicas e acadêmicas 
do curso presencial que ofertar disciplinas a distância, que devem ser realizadas exclusiva-
mente na sede ou campi da IES e a necessidade de que os estudantes matriculados sejam 
informados previamente da oferta das disciplinas EaD no curso presencial, bem como 
divulgação dessa escolha nos processos seletivos, identificando de maneira objetiva, disci-
plinas, conteúdos, metodologias e formas de avaliação. 
São mantidas a necessidade de tutoria com profissionais qualificados para a oferta em 
EaD e a presencialidade nas seguintes situações: 
Art. 9º As avaliações das disciplinas na modalidade a distância em cursos 
presenciais, bem como as atividades práticas exigidas nas respectivas DCN, 
devem ser realizadas presencialmente, na sede ou em um dos campi da IES. 
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018, p. 59, grifo nosso).
A semi-presencialidade, embora não exista efetivamente como modalidade de ensino, foi 
bastante criticada nos anos 2000 em perspectivas diferentes: no âmbito dos cursos pre-
senciais a introdução dos 20% a distância é considerada, por alguns, como sinal de perda 
de qualidade e, de outro lado, no âmbito da modalidade a distância, para os defensores 
de cursos totalmente a distância, há críticas em relação à presencialidade na EaD, garanti-
da pela existência de polos de apoio ao ensino e de atividades presenciais ou momentos 
presenciais. 
A questão da existência de momentos presenciais, um pouco mais relativizada no Decre-
to n.º 9.057/2017, requer uma reflexão mais aprofundada, pois o processo histórico de ins-
tituição da modalidade no Brasil foi marcado pela pecha da “baixa qualidade” do ensino, 
de “terceira categoria”, algo muito acentuado pelas corporações profissionais, Conselhos, 
Sindicatos e Associações, que em algumas áreas fizeram campanhas sistemáticas e até 
intentaram ações jurídicas para a impedir a oferta de cursos de graduação à distância no 
país, gerando também dificuldades para o exercício da profissão no caso de egressos da 
EaD.
Art. 3º O limite de 20% (vinte por cento) 
definido art. 2º poderá ser ampliado para 
até 40% (quarenta por cento) para cursos de 
graduação presencial, desde que também 
atendidos os seguintes requisitos: 
I - a IES deve estar credenciada em ambas as 
modalidades, presencial e a distância, com 
Conceito Institucional - CI igual ou superior a 
4 (quatro); 
II - a IES deve possuir um curso de graduação 
na modalidade a distância, com Conceito 
de Curso - CC igual ou superior a 4 (quatro), 
que tenha a mesma denominação e grau 
de um dos cursos de graduação presencial 
reconhecidos e ofertados pela IES; 
III - os cursos de graduação presencial que 
poderão utilizar os limites definidos no caput 
devem ser reconhecidos, com Conceito de 
Curso - CC igual ou superior a 4 (quatro); e 
IV - A IES não pode estar submetida a 
processo de supervisão, nos termos do 
Decreto nº 9.235, de 2017, e da Portaria 
Normativa MEC nº 315, de 4 de abril de 2018. 
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018, p. 59).
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 2 - Bases da EaD no Brasil 24
Esses precedentes requerem dos profissionais que atuam na EaD um cuidado muito maior 
na proposição dos projetos pedagógicos e no desenvolvimento de cursos nessa modali-
dade, bem como a compreensão do perfil dos estudantes adultos que buscam, especial-
mente em municípios do interior do país, essa modalidade por não terem acesso ao ensino 
superior em instituições presenciais, por serem egressos da Educação de Jovens e Adultos 
ou por estarem afastados dos bancos escolares por muito tempo. Esses estudantes pos-
suem um perfil diferente daqueles que buscam os cursos presenciais como primeira opção 
e na faixa etária típica para a escolarização líquida na educação superior, ou seja, de 18 a 
24 anos. 
Eles têm, em geral, maior dificuldade de acesso às tecnologias da informação e da comuni-
cação, bem como, lacunas importantes do processo de escolarização da educação básica, 
o que dificulta a autonomia intelectual requerida pela EaD, e traz necessidade de compre-
ensão e utilização de princípios da andragogia e da heutagogia, demandas maiores de 
mediação e interatividade, bem como, maior intensidade de momentos presenciais nos 
polos. O modelo de EaD, totalmente a distância, requer o perfil do estudante com boas 
condições de acesso às TICs, disciplina e autonomia intelectual, boa formação na educação 
básica e que opta, intencionalmente, pela flexibilidade desse tipo de oferta. 
De outro lado, é preciso considerar que a garantia constitucional do padrão de qualidade 
de ensino em todos os níveis e modalidades, exige o desenvolvimento de ciclos formati-
vos com as mesmas condições de qualidade, em ambas as modalidades, o que vem sendo 
buscado por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), dos padrões de qualidade para 
oferta da modalidade a distância e dos processos de avaliação externa, coordenados pelo INEP, 
no âmbito do SINAES. Nas DCNs, a articulação teoria-prática é uma premissa importante, o que 
implica também na realização de atividades presenciais no futuro campo de atuação profissio-
nal. 
O INEP tem emitido, a cada ciclo avaliativo, desde 2015, relatórios detalhados sobreos resul-
tados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), demostrando que não há 
diferenças significativas entre o desempenho dos estudantes nas modalidades de ensino. Esses 
relatórios apresentam também a análise do questionário socioeconômico dos estudantes, e 
têm apontado, nos últimos anos, que o melhor desempenho, na maior parte dos cursos, é de 
estudantes de universidades públicas federais situadas nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, 
em ambas as modalidades. 
Em 2019 ainda não constam mudanças normativas ou legais significativas para a educação su-
perior e a modalidade EaD. Seguem informações sobre as Políticas Públicas para a EaD no Brasil. 
ALMEIDA, M.E.B. DE. As teorias principais da 
andragogia e da heutagogia. In: LITTO, F.M.; 
FORMIGA, M.M.M. Educação a distância: o 
estado da arte. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2009. p. 105-111.
PARA SABER MAIS...
Nudson
Realce
Nudson
Realce
POLÍTICAS PúBLICAS PARA A EAD NO BRASIL
UNIDADE 3
Unidade 3 - Políticas Públicas para a EaD no Brasil 26
Para detalhar as políticas públicas para a EaD no Brasil, nos anos 2000, torna-se essencial descrever, mes-
mo que brevemente, os antecedentes que possibilitaram o desenvolvimento das mesmas, a partir dos 
anos 1980. 
Nos anos 1980, muitas ações voltadas ao uso de tecnologias no âmbito escolar foram desencadeadas 
pelo Estado Brasileiro e passaram pela formação continuada de professores com uso das TICs enquanto 
programas de educação a distância, com diferentes bases tecnológicas. 
As primeiras ações ocorreram em 1981, com a realização do I Seminário Nacional de Informática na 
Educação, patrocinado pelo MEC, SEI e CNPq, sediado na Universidade de Brasília, do qual emergiram 
várias recomendações: a) criação de um grupo interministerial para propor subsídios à elaboração de 
um Programa de Informática na Educação; b)realização de novos seminários anuais; c) a implantação de 
centros-piloto em universidades brasileiras voltados para o desenvolvimento de estudos e pesquisas, 
capazes de subsidiar a futura Política Nacional de Informática na Educação. (BRASIL, 1994). 
O Quadro 5 apresenta as principais ações decorrentes desse Seminário e outras desencadeadas pela 
União nos anos 1980 e 1990. 
Quadro 5 – Ações relativas ao desenvolvimento da Política Nacional de Informática na Educação no Brasil
Ano Ações
1981
Publicação do documento “Subsídios para a implantação do Programa de Informática na Educação”, 
elaborado pelo MEC, SEI e CNPq, que estabelecia as linhas de ação norteadoras da introdução da 
informática na educação, dentre as quais o desenvolvimento de experiências técnico-científicas no País, 
em cinco instituições brasileiras, a partir de janeiro de 1982.
1981
Realização do II Seminário Nacional de Informática na Educação, sediado na Universidade Federal da 
Bahia e tendo como tema central “O impacto do computador na escola: subsídios para uma experiência-
piloto do uso do computador no processo educacional brasileiro”.
1983
Criação de uma Comissão Especial junto à Secretaria Especial de Informática, e solicitando o 
engajamento de universidades brasileiras para implantação de centros-piloto voltados para o 
desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre o uso de computador como instrumento auxiliar no 
processo de ensino aprendizagem, que deram origem ao Projeto EDUCOM, sob a coordenação do 
Ministério da Educação, implantado em cinco universidades brasileiras (UFRGS, UFPE, UNICAMP, UFMG e 
UFRJ), voltado para a pesquisa e a formação de recursos humanos. 
1985
Implementação dos Centros-Piloto do Projeto EDUCOM, em função da disponibilidade e alocação 
de recursos financeiros por parte das agências financiadoras da política educacional, científica e 
tecnológica.
1986
Criação do Comitê-Assessor de Informática e Educação no MEC. Aprovação do Programa de Ação 
Imediata em Informática na Educação, que, dentre as ações principais, recomendava a realização de 
concursos anuais de “software” educacionais brasileiros, a implantação de centros de informática no 
ensino fundamental e médio, a realização de pesquisas e um novo incremento ao Projeto EDUCOM, 
além da realização de cursos de especialização em Informática Educativa, destinados a professores e 
técnicos das secretarias de Educação e colégios federais de ensino técnico (Projeto FORMAR), acrescido 
de ações de intercâmbios e cooperação técnica, nacional e internacional.
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 3 - Políticas Públicas para a EaD no Brasil 27
1987
Realização de concursos anuais de “software” educacionais brasileiros, uma jornada de trabalho para 
o estabelecimento de políticas e diretrizes de informática educativa, três cursos de especialização em 
informática educativa junto à Universidade Estadual de Campinas e à Escola Técnica Federal de Goiás 
(Projeto FORMAR). Implantação de 19 Centros de Informática na Educação -CIEd -junto às Secretarias 
Estaduais de Educação, 15 Centros de Informática na Educação Tecnológica - CIET - e 8 Centros de 
Informática na Educação Superior. Para a implantação desses centros, buscou-se a formação do 
professor para a utilização da informática na prática educativa, visando a formação do aluno para lidar 
e produzir numa sociedade informatizada e a interiorização das tecnologias da informação nos diversos 
sistemas de ensino do País.
1989
Realização da Jornada de Trabalho Luso Latino-Americana de Informática na Educação, promovida 
pelo Ministério da Educação e co-patrocinada peia Organização dos Estados Americanos (OEA), na 
qual foram. Essa jornada delineados projetos de pesquisa e formação de recursos humanos com 
possibilidade de integrar um futuro programa de cooperação técnica multinacional em informática 
educativa. Essa Jornada de Trabalho contou com a presença do Sr. Ministro da Educação do Brasil Carlos 
Sant’Anna que, atendendo solicitação da comunidade acadêmica e científica nacional, autorizou, em 
25 de maio de 1989, a institucionalização do Programa, a criação de uma coordenação executiva de 
informática educativa e o estabelecimento de uma rubrica específica no Orçamento da União, a partir 
do exercício de 1990.
1989 Por meio da Portaria Ministerial/GM n° 549 foi instituído, na Secretaria Geral, o Programa Nacional de Informática Educativa - PRONINFE.
1991
Foi sancionado II Plano Nacional de Informática e Automação (PLANIN), por meio da Lei n° 8.244, 
contendo metas específicas para o desenvolvimento da informática educativa no que se refere ao seu 
uso e à formação de recursos humanos para a área. 
1996 Criação da Secretaria de Educação a Distância (SEED), no âmbito do Ministério da Educação, por meio do Decreto nº 1.917, de 27 de maio de 1996.
1997
Criação do Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO), por meio da Portaria MEC nº 522, 
de 9 de abril de 1997, Projeto desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (Seed) em parceria 
com os governos estaduais e municipais, que surgiu como uma expansão do Proninfe, tendo como 
principal atribuição a de introduzir o uso das TICs nas escolas públicas.
2004
Aprovação de nova estrutura regimental do MEC e de mudanças na estrutura da SEED, por meio 
do Decreto 5.159, de 28 de julho de 2004, aprovou a nova estrutura regimental do MEC, alterando, 
a estrutura da SEED, organizada em três diretorias: Diretoria de Infraestrutura Tecnológica - DITEC, 
Diretoria de Produção de Conteúdos e Formação em Educação a Distância - DPCEAD e Diretoria de 
Regulação e Supervisão - DRESEAD. A partir dessa reorganização a SEED que passou a assumir as 
funções de regulação e supervisão da educação superior a distância.
2007
Por meio do Decreto MEC n° 6.300, o Proinfo passou a denominar-se Programa Nacional de Tecnologia 
Educacional, tendo como principal objetivo promover o uso pedagógico das tecnologias de informação 
e comunicação nas redes públicas de educação básica, fomento à melhoria do processo de ensino e 
aprendizagem com o uso das tecnologias de informação e comunicaçãoe promoção da capacitação 
dos agentes educacionais envolvidos nas ações do Programa, sendo inclusive criada um ambiente 
colaborativo de aprendizagem para esse fim – o e-PROINFO. 
Fontes: BRASIL (1994); Zandavalli e Pedrosa (2014); Ministério da Educação (2008).
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 3 - Políticas Públicas para a EaD no Brasil 28
Os programas PRONINFE, EDUCOM e PROINFO foram importantes portas de entrada para a 
informatização das escolas brasileiras e, posteriormente, para o desenvolvimento do Sistema 
Universidade Aberta do Brasil (UAB), principal política de desenvolvimento da modalidade a 
distância no país, nos anos 2000, implementada pela SEED/MEC, a partir de um conjunto de 
ações de suporte. 
Entre as ações e programas da SEED que deram suporte à UAB, podem ser citados os progra-
mas: TV Escola, Proinfo Integrado, Mídias na Educação, Pró-infantil, Curso de Especialização 
na modalidade a Distância Tecnologias em Educação, Educação Profissional e Tecnológica a 
Distância (E-TEC Brasil), Programa Banda Larga nas escolas. 
A SEED foi extinta em 2011 e o Sistema UAB passou a ser operacionalizado pela Capes, desde 
2009, a partir da publicação da Portaria MEC 318, de 02 de abril de 2009. O Sistema Univer-
sidade Aberta do Brasil, foi instituído por meio do Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, 
com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação 
superior na modalidade a distância no país.
Para o desenvolvimento do Sistema UAB, nos mesmos moldes já operados no PROINFO, o 
referido decreto acentua o regime de colaboração entre entes federativos, especialmente, 
quanto aos locais físicos das ofertas – os polos de apoio presencial.
Para saber mais sobre esses programas 
acesse o Relatório de Gestão da SEED 
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2010).
http://bit.ly/2q8uqGZ
I - oferecer, prioritariamente, cursos 
de licenciatura e de formação inicial e 
continuada de professores da educação 
básica;
II - oferecer cursos superiores para 
capacitação de dirigentes, gestores e 
trabalhadores em educação básica dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
III - oferecer cursos superiores nas diferentes 
áreas do conhecimento;
IV - ampliar o acesso à educação superior 
pública;
V - reduzir as desigualdades de oferta de 
ensino superior entre as diferentes regiões 
do País;
VI - estabelecer amplo sistema nacional de 
educação superior a distância; e
VII - fomentar o desenvolvimento 
institucional para a modalidade de educação 
a distância, bem como a pesquisa em 
metodologias inovadoras de ensino superior 
apoiadas em tecnologias de informação e 
comunicação.
Art. 2o O Sistema UAB cumprirá suas finalidades e objetivos sócio-educacionais em regime de colaboração da União 
com entes federativos, mediante a oferta de cursos e programas de educação superior a distância por instituições 
públicas de ensino superior, em articulação com pólos de apoio presencial.
§ 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se o pólo de apoio presencial como unidade operacional para o 
desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas 
ofertados a distância pelas instituições públicas de ensino superior.
§ 2o Os pólos de apoio presencial deverão dispor de infra-estrutura e recursos humanos adequados às fases 
presenciais dos cursos e programas do Sistema UAB.
Art. 3o O Ministério da Educação firmará convênios com as instituições públicas de ensino superior, credenciadas nos 
termos do Decreto no 5.622, de 19 de dezembro de 2005, para o oferecimento de cursos e programas de educação 
superior a distância no Sistema UAB, observado o disposto no art. 5o.
Art. 4o O Ministério da Educação firmará acordos de cooperação técnica ou convênios com os entes federativos 
interessados em manter pólos de apoio presencial do Sistema UAB, observado o disposto no art. 5o.
Art. 5o A articulação entre os cursos e programas de educação superior a distância e os pólos de apoio presencial 
será realizada mediante edital publicado pelo Ministério da Educação, que disporá sobre os requisitos, as condições 
de participação e os critérios de seleção para o Sistema UAB.(BRASIL, 2006, p. 4).
PARA SABER MAIS...
https://www.semesp.org.br/portal/pdfs/juridico2009/Portarias/02.04.09/n318_02.04.09.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5800.htm
Nudson
Realce
Nudson
Realce
Unidade 3 - Políticas Públicas para a EaD no Brasil 29
O Sistema UAB se constitui e se consolida no Brasil a partir da articulação entre a União, Estados 
e Municípios, tendo papel relevante as Instituições Públicas de Ensino Superior, que foram as 
precursoras no desenvolvimento do sistema e preponderam entre as instituições participantes. 
No âmbito financeiro, além da dotação orçamentária do MEC, a UAB contou com a dotação orça-
mentária do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que instituiu editais de 
bolsas para referido Sistema. A Resolução/CD/FNDE n.º 44, de 29 de dezembro de 2006, estabe-
leceu orientações e diretrizes para a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes 
dos cursos e programas de formação superior e definiu os componentes do sistema e suas 
funções. A Resolução/CD/FNDE n.º 44, de 29 de dezembro de 2006 estabeleceu os primeiros 
requisitos para a Concessão de bolsas, algo que foi sendo alterado, ao longo do tempo (Tabela 4):
Tabela 4 – Funções e tipos de bolsas pagos pelo Sistema UAB em 2006.
FUNÇÕES CARACTERÍSTICAS
VALOR DA 
BOLSA EM R$ 
(2006)
Coordenador/Suplente 
da UAB nas Instituições 
Federais de Ensino 
Superior - IFES
professor ou pesquisador designado/indicado pelas 
instituições vinculadas ao Sistema UAB, que atuará nas 
atividades de coordenação e apoio aos pólos presenciais, e 
no desenvolvimento de projetos de pesquisa relacionados 
aos cursos e programas implantados no âmbito do Sistema 
UAB.
1.200,00
Professor/Pesquisador
professor ou pesquisador designado/indicado pelas 
instituições vinculadas ao Sistema UAB, que atuará 
nas atividades típicas de ensino, de desenvolvimento 
de projetos e de pesquisa, relacionadas aos cursos e 
programas implantados no âmbito do Sistema UAB, 
sendo exigida experiência de 03 (três) anos no magistério 
superior.
1.200,00
Tutor a Distância
participante dos cursos e programas da UAB, selecionado 
pelas instituições vinculadas ao Sistema UAB, para o 
exercício das atividades típicas de tutoria em educação 
a distância, sendo exigida experiência no magistério ou 
formação pós-graduada.
600,00
Coordenador de Pólo
professor da rede pública, em efetivo exercício a mais de 
3 (três) anos em magistério na educação básica, que será 
responsável pela coordenação do pólo de apoio presencial.
900,00
Tutor Presencial
professor da rede pública estadual ou municipal, da cidade 
sede do pólo, selecionado pelas Instituições de Ensino 
Superior vinculadas ao Sistema UAB, com formação de nível 
superior – licenciatura - e experiência comprovada de no 
mínimo um ano no magistério na educação básica.
500,00
Fonte: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (2006). 
Art. 4º São integrantes do Sistema UAB:
I. O Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Básica (SEB), 
da Secretaria de Educação Superior (SESu), da Secretaria de Educação Profissional 
e Tecnológica (SETEC), da Secretaria de Educação a Distância (SEED) e a Fundação 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – responsáveis 
pela articulação e gestão do Sistema UAB – que terão as seguintes competências:
a. colaborar com os demais integrantes do Sistema UAB para a organização e 
divulgação do Cadastro Permanente de Professores cursistas, cadastro de professores 
e pesquisadores, tutores e coordenadores de pólos, para os quais serão concedidas as 
bolsas de estudo e pesquisa de que trata esta Resolução;
b. monitorar, analisar e registrar mensalmente

Continue navegando