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A música e o canto sacro na Celebração do Mistério Pascal A MÚSICA SACRA Importância para a Liturgia ❖“A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia solene.” ❖“Não cessam de a enaltecer, quer a Sagrada Escritura (42), quer os Santos Padres e os Romanos Pontífices, que ainda recentemente, a começar em S. Pio X, vincaram com mais insistência a função ministerial da música sacra no culto divino.” o A música sacra será, por isso, tanto mais santa quanto mais intimamente unida estiver à ação litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como fator de comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas. o A Igreja aprova e aceita no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades requeridas. o A ação litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada de modo solene com canto, com a presença dos ministros sagrados e a participação ativa do povo. (SC 113) Promoção da música sacra o Guarde-se e desenvolva-se com diligência o patrimônio da música sacra. Promovam- se com empenho, sobretudo nas igrejas catedrais, as «Scholae cantorum». Procurem os Bispos e demais pastores de almas que os fiéis participem ativamente nas funções sagradas que se celebram com canto, na medida que lhes compete e segundo os art. 28 e 30 (SC 114.) o Os compositores e os cantores, principalmente as crianças, devem receber também uma verdadeira educação litúrgica. o A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar. (SC 116) o Não se excluem todos os outros géneros de música sacra, mormente a polifonia, na celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito da ação litúrgica, segundo o estatuído no art. 30. o Procure terminar-se a edição típica dos livros de canto gregoriano; prepare-se uma edição mais crítica dos livros já editados depois da reforma de S. Pio X. (SC 117) o Convirá preparar uma edição com melodias mais simples para uso das igrejas menores. o Promova-se muito o canto popular religioso, para que os fiéis possam cantar tanto nos exercícios piedosos e sagrados como nas próprias ações litúrgicas, segundo o que as rubricas determinam. (SC 118) Instrumentos músicos sagrados o Tenha-se em grande apreço na Igreja latina o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimónias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito para Deus. (SC 120) o Podem utilizar-se no culto divino outros instrumentos, segundo o parecer e com o consentimento da autoridade territorial competente, conforme o estabelecido nos art. 22 § 2, 37 e 40, contanto que esses instrumentos estejam adaptados ou sejam adaptáveis ao uso sacro, não desdigam da dignidade do templo e favoreçam realmente a edificação dos fiéis. o “As letras devem estar de acordo com a doutrina católica e ter como fonte de inspiração a Sagrada Escritura e a liturgia.” (SC 121) o Por isso não se canta e nem se toca na Sagrada Liturgia músicas protestantes, evangélicas, de religiões não-cristas, ou seculares. (Vídeo do Padre Paulo Ricardo) A música e canto sacro no Catecismo o «A tradição musical da Igreja universal criou um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da liturgia solene» (24). A composição e o canto dos salmos inspirados, muitas vezes acompanhados por instrumentos musicais, estavam já estreitamente ligados às celebrações litúrgicas da Antiga Aliança. A Igreja continua e desenvolve esta tradição: «Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai e louvai ao Senhor no vosso coração» (Ef 5,19) (25). Quem canta, reza duas vezes. ( Santo Agostinho).Catecismo da Igreja (1156) o “O canto e a música desempenham a sua função de sinais, dum modo tanto mais significativo, quanto «mais intimamente estiverem unidos à ação litúrgica» (SC 112), segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos momentos previstos e o carácter solene da celebração. Participam, assim, na finalidade das palavras e das acções litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis”. (CIC 1157) o «Como eu chorei ao ouvir os vossos hinos, os vossos cânticos, as suaves harmonias que ecoavam pela vossa igreja! Que emoção me causavam! Passavam pelos meus ouvidos, derramando a verdade no meu coração. Um grande impulso de piedade me elevava, e as lágrimas rolavam-me pela face; mas faziam- me bem» (Santo Agostinho) o “A liturgia associou a si o canto, tornando-o parte integrante da Ação. Dessa forma, a Igreja entende o sentido do canto na Liturgia, não como mero ornamento, mas : “Nisto consiste a dignidade e a excelsa finalidade da música sacra, a saber, em- por meio das suas belíssimas harmonias e da sua magnificência- trazer decoro e ornamento às vozes quer do sacerdote ofertante, quer do povo cristão que louva o sumo Deus; em elevar os corações dos fieis a Deus por uma intrínseca virtude sua, em tornar mais vivas e fervorosas as orações litúrgicas da comunidade cristã (...)” Normas gerais para o canto sacro o A Igreja não exclui nenhum gênero musical que corresponda à beleza e natureza da ação litúrgica, claro, levando-se em consideração a índole de cada povo ou do público de determinada Celebração Litúrgica. A parte sublinhada indica que pela natureza do Culto Eucarístico, neste caso a Santa Missa, não se pode “empurrar o mundo” dentro da Celebração. Já há tantas coisas que são como o mundo ou tentam parecer como ele para atrair as pessoas, será que a Santa Missa pode fazer a mesma coisa ? o Ao escolher o canto deve ser preparado com antecedência e dedicação; o Deve se observar o sentido e a natureza de onde cada canto está ou parte da Santa Missa. Ex.: a) No Ofertório canta-se músicas que recordam o oferecimento do pão e vinho. b) Missa na Quaresma não se canta o Glória e muito menos o “Aleluia” na Antífona de Aclamação ao Evangelho. o Na escolha dos cânticos, deve-se levar em conta que nunca é lícito substituir um canto fixo do ordinário da Missa que são: (“Kyrie/ Senhor tende piedade”; “Glória”, “Credo”, “Santo” e o “Cordeiro”) por outro que não contenha a totalidade de sua letra. Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo- poderoso: nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças por Vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho Unigénito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai: Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós; Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica; Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só Vós sois o Santo; só Vós, o Senhor; Só Vós o Altíssimo, Jesus Cristo; com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém. o Os ministérios de música devem conhecer um amplo repertório, e não somente tocar e cantar repertórios próprios de um movimento, ou pastoral. Ex.: RCC, Apostolado da Oração, Legião de Maria, Infância e Juventude Missionária, etc; o De maneira alguma é permitido fazer da missa um “Show”, o grupo de canto deve cantar a Missa (ou seja, precisa seguir as normas e a dinâmica interna da Celebração Litúrgica) e nunca na Missa, como em uma apresentação ao público . o Sobre os instrumentos, é importante notar que, também eles devem exprimir o caráter do Tempo Litúrgico celebrado, assim seu uso deve ser diminuído no Advento, para lembrar e destacar que se está em um período de espera que se completa apenas no Santo Natal. Na Quaresma, são usados somente para sustentar o canto, isto é, não é permitidosolar. o Os instrumentos são mais livres para serem usados nestes Tempos no III Domingo e IV Domingo por serem mais festivos, além das festas e solenidades. o De forma geral, e esta norma deve ser cumprida, sempre que o sacerdote fala, ou mesmo canta, os instrumentos se calam, a não ser que esteja sustentando o canto do sacerdote. o Dosar o repertório, o novo e o velho. oO microfone do grupo de música ou ministério de música nunca deve estar mais alto ou melhor do que do Presidente da Celebração; O canto na missa o O sacerdote pode cantar toda a Missa, porém, a Igreja destaca como partes próprias de canto do sacerdote: a “Saudação Inicial” e a resposta da Assembleia, a “Oração da Coleta”, a “Oração sobre as Oferendas”, o Prefácio (desde do diálogo até o Santo), a doxologia ao final da Oração Eucarística (Por Cristo, com Cristo), uma das fórmulas de admoestação antes do Pai-Nosso e a doxologia depois dele, e o convite a Saudação da paz, a Oração depois da comunhão e as Fórmulas de despedida. o OBS.: Seria bom que fossem cantadas nas festas mais importantes e Solenidades. Obs.: O ATO PENITENCIAL É UMA MANEIRA DE QUE TODOS SE RECONHEÇAM PECADORES E NECESSITADOS DA MISERICÓRDIA DE DEUS. EXISTEM TRÊS FORMAS DE ATO PENITENCIAL E UM RITO, CHAMADO DE ASPERSÃO USADO AOS DOMINGOS E AO TEMPO PASCAL. O KYRIE OU “SENHOR TENDE PIEDADE” NÃO É O ATO PENITENCIAL, MAS FAZ PARTE DELE. 1. Canto de Entrada ou Antífona de Entrada 2. Kyrie - (Senhor Tende Piedade), é usado quando necessário (depois das formas I e II do Ato penitencial) : a. FORMA I - “Confieor” (Confessemos os nossos ....), e todos rezam (Confesso a Deus...), e depois da Absolvição (Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.'' Todos: Amém. Depois canta –se o Kyrie. Confiteor + Absolvição = Kyrie b. FORMA II- Kyrie - “Tende compaixão...” Depois a Absolvição, e por fim o Kyrie. “Tende compaixão de Nós porque somos pecadores (...)” + Absolvição = Kyrie c. FORMA III- Prece bíblica e muito pouco usada, e não tem Kyrie . - A recitação do Kyrie ou canto do mesmo: Canta-se um canto que tenha o “Senhor tende piedade” ou o Kyrie em grego. Kyrie + Absolvição = Amém - Rito de Aspersão: É somente a aspersão, que substitui o Ato penitencial (Invocações ou canto penitencial ) • Segue as normas conhecidas para Santa Missa: 1. Glória – Não pode ser mudada a letra, mas a música sim. 2. As leituras podem ser cantadas (I e II) e o Salmo Responsorial, como a Sequência do Domingo de Páscoa. 3. Aclamação ao Evangelho – Aleluias ou Versículo do Lecionário, e não é satisfatório trocá-lo por outro canto, a ser em último caso. 4. O próprio Evangelho pode ser cantado, bem como o diálogo inicial; 5. Credo – não pode ter a letra alterada; 1. Oração dos fieis, como a Oração Universal na Sexta – Santa pode ser cantada; 2. Canto das Oferendas, que pode ser um versículo ou um hino que acaba por tocar no assunto da oferenda do pão e do vinho. Recordo-vos que este canto acompanha a “Procissão das Oferendas” que pode entrar em Procissão da porta da Igreja ou da própria credência. 3. Santo, que não ser alterada, como no canto que canta “ Santo, Santo, Santo é, Deus do Universo Senhor Javé”. Este é proibido pela Igreja por um acordo feito entre judeus e católicos para não pronunciar o nome de Deus em culto. 1. Depois da doxologia – “Por Cristo, em Cristo (...)” 2. Oração do Senhor, o Pai-Nosso é cantado por todos. Deve ser fiel à oração. 3. Cordeiro – que não pode ser alterada a oração. 4. Canto de Comunhão, que pode ser a Antífona, bem como um hino; 5. Canto final – Antífona ou hino.