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A necessidade de estudar um cadáver por períodos prolongados deu origem às primeiras pesquisas de anatomia seccional. O médico e anatomista russo Nicolai Pirogov (1810-1881) publicou o vanguardeiro Topographical Anatomy, em 1852, que ilustrava secções de cadáveres congelados, iniciando o conceito dos relacionamentos espaciais de forma preservada no estudo anatômico. Os ensinamentos de Pirogov serviram de base para os estudos e as aplicações de tomografia computadorizada e de ressonância magnética nuclear, essenciais atualmente. O complemento da anatomia topográfica também é objeto da necessidade da existência da anatomia seccional, devido à relevante importância do estudo das partes do corpo humano em secções. Na interpretação das imagens médicas, é de suma importância essa correlação e as evidências das secções sagital, coronal e, principalmente, a axial que será abordada mais efetivamente. O conhecimento da anatomia humana seccional é imperativo, tanto para o correto planejamento da execução dos exames de tomografia computadorizada (TC) e de ressonância magnética nuclear (RMN) quanto para a interpretação das imagens adquiridas, permitindo a detecção de alterações nos padrões normais, funcionais e indicativos de processos patológicos iniciais, intermediários ou mais avançados. A secção axial é a base do estudo anatômico voltado para os exames de TC e RMN. A FORMAÇÃO DAS IMAGENS SECCIONAIS O conhecimento de anatomia seccional é básico e fundamental para a interpretação das imagens dos métodos de TC e de RM. Esses métodos diagnósticos demonstram o corpo humano em vários planos de secção, sendo absolutamente necessária a aplicabilidade de conhecimentos topográficos estruturais para a sua compreensão. A visualização do corpo humano em secções axiais, coronais e sagitais amplifica muito o entendimento da área médica em correlação com os conhecimentos anatômicos sistêmicos, gerais e topográficos. A formação das imagens seccionais em tomografia computadorizada A representação bidimensional de estruturas tridimensionais, conceito básico das imagens em raios X, em suas diversas incidências radiológicas deu origem à necessidade de um maior conhecimento das projeções baseadas em uma matriz regular de elementos (pixels). A TC é composta por diferentes projeções radiográficas processadas por um computador a fim de obter cortes de diversas espessuras da região de interesse para o estudo. Os tecidos contidos no pixel possuem um valor de atenuação médio comparativo com a água, segundo a escala de Hounsfield, chamada assim pela homenagem a Godfrey Hounsfield e significa uma escala quantitativa referente à radiodensidade de tecidos, órgãos e substâncias corpóreas. Vejamos algumas medidas que se referem às densidades dos tecidos e que auxiliam na compreensão das suas estruturas orgânicas: A água tem atenuação 0 (zero) Unidades Hounsfield (UH). O ar tem atenuação -1000 UH. O tecido adiposo tem em média -100 UH. Os ossos tem no mínimo 40 UH. Os tecidos moles variam entre 7 e 20 UH. PONTOS DE INTERESSE EM ANATOMIA SECCIONAL Os pontos de interesse em anatomia seccional se referem aos principais pontos anatômicos, pontos de reparo topográfico e demais áreas de representatividade de estruturas normais ou patológicas para auxiliar no estudo global das análises de imagens seccionais. A seguir, vamos conhecer em detalhe. CRÂNIO O estudo seccional do crânio em TC e em RMN deu origem às primeiras pesquisas do sistema nervoso central e está indicado para diversas patologias, tais como: tumores no encéfalo, processos infecciosos, doenças vasculares, doenças degenerativas, fraturas e outros traumas cranioencefálicos, malformações e outras patologias intracranianas. Os cortes axiais são amplamente realizados nessa região do corpo humano, sendo estudados a base do crânio, as fossas posterior e média, os ventrículos cerebrais, os plexos coroides, a região parietal e a linha média, além dos pontos de interesse mais específicos, que serão mostrados a seguir. Crânio axial em tomografia computadorizada As imagens a seguir mostram as áreas do crânio axial: COLUNA VERTEBRAL A RMN, com o passar dos anos, tornou-se a modalidade preferida para os estudos seccionais da coluna vertebral na maioria das situações clínicas em detrimento da TC. Entretanto, os métodos se complementam e muitas vezes os pacientes são submetidos aos dois exames para investigar o diagnóstico mais precisamente. TC É melhor para avaliação óssea (cortical e trabecular). RM É muito mais efetiva na análise dos tecidos moles. As principais patologias investigadas com o estudo seccional da coluna vertebral estão relacionadas ao espaço entre as vértebras (disco intervertebral), às próprias vértebras e à medula espinal. O principal plano de estudos é o axial, os planos sagital e coronal não podem ser descartados, mas funcionam como apoio ao estudo segmentar (vértebra a vértebra) nas análises axiais. Coluna torácica axial em ressonância magnética As imagens a seguir mostram as áreas da coluna torácica axial: Coluna torácica sagital em ressonância magnética As imagens a seguir mostram as áreas da coluna torácica sagital: Coluna torácica coronal em ressonância magnética As imagens a seguir mostram as áreas da coluna torácica coronal: Coluna lombar axial em ressonância magnética As imagens a seguir mostram as áreas da coluna lombar axial: Coluna lombar sagital em ressonância magnética As imagens a seguir mostram as áreas da coluna lombar sagital: Coluna lombar coronal em ressonância magnética As imagens a seguir mostram as áreas da coluna lombar coronal: TÓRAX A anatomia seccional do tórax possui vantagens estabelecidas nos métodos TC e RMN, muitas vezes complementando a radiografia de tórax, que ainda é o principal método radiológico de investigação das doenças do tórax. Os métodos de TC e RMN incluem a apresentação multiplanar da anatomia torácica, a sensibilidade de contraste e a visualização das diversas densidades do pulmão, do tecido adiposo, dos tecidos moles, da água e dos ossos do tórax e de todo o mediastino. As detecções de lesões pequenas não visíveis nas radiografias convencionais de tórax são o foco do principal uso do estudo seccional (axial, coronal e sagital), pois, nas radiografias, as imagens ficam superpostas e a TC e a RMN viabilizam o melhor estudo estrutural das regiões torácicas, principalmente as internas. A anatomia seccional torácica obtida pela TC e pela RMN inovou a investigação diagnóstica de patologias torácicas potenciais, como pneumonias, tuberculose, enfisemas, tumores, pneumotórax, derrames interlobares, entre outras patologias, que podem ser estudadas em sua fase inicial, inclusive, dada a resolução das imagens seccionais e os muitos cortes obtidos em seus métodos investigativos. Tórax axial em tomografia computadorizada Veja a seguir imagens de tomografias que demonstram o tórax axial: Tórax sagital em tomografia computadorizada Veja a seguir imagens de tomografias que demonstram o tórax sagital: Tórax coronal em tomografia computadorizada Veja a seguir imagens de tomografias que demonstram o tórax coronal: ABDOME A anatomia seccional do abdome em TC e RMN, com e sem o uso dos meios de contraste, vislumbra os achados nunca imaginados em radiografias comuns. Um dos princípios mais importantes é conhecer as estruturas normais, incluindo todas as variantes normais, a fim de diagnosticar com confiança as anormalidades. Para isso, é essencial o conhecimento da anatomia seccional abdominal. As técnicas de imagens atuais evoluíram a ponto de mostrar muitos detalhes anatômicos (antes “invisíveis”), essenciais para a busca de patologias e processos diferentes da anatomia normal. Os planos axiais são os mais analisados, mas os planos coronais e sagitais não podem ser descartados aos métodos investigativos, pois são essenciais nas buscas para traçar comparações e analisar as direções dos pontos de interesse. Dentre as principais buscas anatômicas seccionaisabdominais em TC e RMN estão: Abdome axial em tomografia computadorizada Veja a seguir imagens de tomografias que demonstram o abdome axial: Abdome coronal em tomografia computadorizada Veja a seguir imagens de tomografias que demonstram o abdome coronal: Abdome axial em ressonância magnética Veja a seguir imagens de tomografias que demonstram o abdome axial: Abdome coronal em ressonância magnética Veja a seguir imagens de tomografias que demonstram o abdome coronal:
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