Buscar

1 Alimentação Brasileira Inquéritos Alimentares Nacionais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Avaliação do 
Consumo Alimentar 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª M.ª Fernanda Trigo Costa 
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Alimentação Brasileira Inquéritos Alimentares Nacionais 
Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais 
 
 
• Compreender a importância da aplicação de inquéritos alimentares para o estudo do consumo 
alimentar de indivíduos e populações;
• Conhecer os principais inquéritos de abrangência nacional, para interpretar adequadamente os 
dados e utilizar as informações nas diversas condutas nutricionais.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• A Evolução da Alimentação Brasileira;
• Conceitos e Objetivos dos Inquéritos Alimentares;
• Principais Investigações Nacionais Sobre Alimentação.
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
Contextualização
Como é a alimentação da população brasileira? Variada, multicultural, farta, tradicional, 
moderna, carente... 
São muitas as classificações possíveis. Mas de onde vêm as informações e os dados 
para que se determine essas classificações?
Atualmente, os paradoxos entre escassez e excessos, o global e o local, o desenvolvi-
mento e a desigualdade são constantes contradições da Sociedade e têm interferido na 
forma na qual as pessoas se comportam, comem, relacionam-se e adoecem. 
A obesidade, a anemia e outras carências nutricionais convivem no mesmo corpo e 
em todas as classes sociais, mas se diferenciam pelo contexto sociocultural em que essas 
pessoas estão inseridas, e é justamente esse contexto que pode ser fator determinante 
na forma de enfrentamento do problema em virtude do acesso, conhecimento e outras 
condições, ou a ausência delas (SOUZA et al., 2017).
O artigo “A (des)nutrição e o novo padrão epidemiológico em um contexto de desenvolvi-
mento e desigualdades” aborda aspectos relacionados à nutrição, contemplando as dimensões 
de escassez e excessos, e sua evolução ao longo do tempo, além de sua conexão com o novo pa-
drão epidemiológico do Brasil. Vale a pena conferir. Disponível em: https://bit.ly/399tVAQ
São muitos os interesses envolvidos nas questões relacionadas à saúde e à nutrição 
na Sociedade contemporânea. Por isso, é fundamental explorar os diferentes cenários 
e as relações que determinam os padrões alimentares para compreendermos e monito-
rarmos as práticas e a evolução dos hábitos de consumo alimentar contemporâneo, suas 
variações em relação às diferenças regionais ou globais e direcionar as ações em saúde 
para cada população.
No Brasil, bem como em outros países, as pesquisas destacam o “aumento exponen-
cial da participação de produtos ultraprocessados e prontos para o consumo na rotina 
alimentar das pessoas, além da redução no consumo de alimentos in natura e minima-
mente processados” (ROMEIRO et al., 2020). 
Essa realidade está intimamente ligada à globalização dos sistemas agroalimentares, 
que interferiu na diversificação da oferta de alimentos, modificando o padrão de consumo 
alimentar no contexto mundial contemporâneo, trazendo impactos à saúde dos indivíduos.
Conhecer o padrão alimentar populacional e compreender e continuar observando a 
transição nutricional que vem ocorrendo no Brasil subsidiam a implementação de políti-
cas específicas para promover a segurança alimentar e nutricional e para a elaboração 
de possíveis intervenções que garantam a promoção e a proteção da saúde, possibilitan-
do a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento humano com qua-
lidade de vida e cidadania. Para tanto, é necessária a realização frequente e sistemática 
de pesquisas de representatividade populacional sobre o consumo alimentar, mesmo 
8
senac
Realce
senac
Realce
9
sabendo-se que a concretização de estudos de avaliação do consumo alimentar, em nível 
nacional, seja complexa (MENEZES; OSÓRIO, 2009; SANTANA; SARTI, 2019).
Nesta Unidade, iremos estudar os Inquéritos Alimentares de maior representatividade 
nacional, bem como os métodos utilizados para a coleta de dados e a abrangência dessas 
informações em relação à caracterização da alimentação brasileira e sua evolução ao 
longo do tempo.
Para este momento, as principais questões são: quais são os conceitos e os objetivos 
dos Inquéritos Alimentares? De que forma as pesquisas de avaliação do consumo ali-
mentar podem fornecer informações para as tomadas de decisão em relação à saúde dos 
indivíduos? Como podemos utilizar essas informações em nossa prática profissional?
Bons estudos!
9
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
A Evolução da Alimentação Brasileira 
Mesmo dentro de um contexto de turbulências econômicas, políticas e 
sociais, o Brasil mudou substancialmente nos últimos cinquenta anos, 
seja por conta de fatores externos, derivados de um mundo progressiva-
mente globalizado, seja pelo desenvolvimento autônomo de circunstân-
cias e processos históricos e culturais próprios do que se pode chamar de 
“modelo brasileiro”. (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003, p. 182)
A citação acima continua atual, diante dos acontecimentos que ocorreram e ainda 
presenciamos na história brasileira. 
Somos um país em transição? A alimentação brasileira é um reflexo dessa transição? 
Segundo Escoda (2002), em seu artigo Para a Crítica da Transição Nutricional, 
a transição, entendida como processo, supõe a evolução e/ou a distensão movida por 
forças sociais no interior de um sistema político:
O termo transição pode ser entendido como o ato ou efeito de transitar. 
O verbo indica um trajeto, uma trajetória. Passagem de um lugar, de um 
assunto, (...) para outro. (...) Para a epidemiologia, a transição consiste 
na existência de um primeiro estágio que fora marcado pelas doenças 
pestilenciais e pela fome epidêmica; um segundo, pelo declínio das pan-
demias; e um terceiro, caracterizado pelas doenças degenerativas e pro-
duzidas pelo homem. (ESCODA, 2002, p. 221-2)
Sendo assim, não é possível avaliar o consumo alimentar ou determinar o padrão ali-
mentar, seja da população, seja de um indivíduo, de forma isolada. Isso porque seria um 
olhar “supostamente isolado”, pois tanto a população quanto um indivíduo pertencem a 
um contexto, um tempo, uma cultura etc., ou seja, são componentes sociais.
Partindo-se deste pressuposto, vamos observar a evolução e/ou mudanças na alimen-
tação brasileira.
Na década de 1940, aproximadamente 69% dos brasileiros residiam na zona rural e 
a maior parte da população economicamente ativa trabalhava na agricultura, pecuária, 
silvicultura, atividades domésticas e escolares (73,6%). Já em 2012, 84,8% da popula-
ção se encontrava concentrada nas áreas urbanas do país, com diferenças importantes 
dentro do território nacional. Essas mudanças ao longo do tempo transformaram as 
relações de trabalho e as estruturas geradoras de renda e geraram impacto no estilo de 
vida e estado nutricional.
O número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva passou de 6,3 para 1,8, 
em 1940 e 2012, respectivamente. Por outro lado, a taxa de mortalidade infantil no 
primeiro ano de vida reduziu de 124 óbitos para cada mil nascidos vivos, em 1960, 
para 16 em 2010, e alcançou o objetivo do milênio antes do tempo previsto (2015). 
Ao mesmo tempo, a expectativa de vida aumentou de 42,7 anos, na década de 40, 
para 74,5 anos, em 2012 e, segundo projeções, alcançará 81,29 anos em 2050. 
10
senac
Realce
11
Em relação ao consumo alimentar, quando os dados das pesquisas nacionais de 1970, 
1980 e 1990, foram comparados, observou-se aumento no consumo de refrigerantes, 
biscoitos, embutidos e refeições industrializadas em 425%, 218%, 173% e 77% respec-
tivamente. Por outro lado, reduziu-se o consumo de ovos, gordura animal, peixes, raízes 
e tubérculos em 83%, 63%, 38% e 33%, respectivamente. O consumo médio de sal no 
Brasil (12g/dia) alcançou o dobro da recomendação da Organização Mundial de Saúde 
(OMS) (SOUZA et al., 2017). 
Embora tenha sido observado aumento na presença de alimentos ultraprocessados, 
os alimentosmais presentes continuam a ser o arroz, feijão e carnes (Figura 1), embora 
observe-se um declínio na aquisição de feijão quando se comparam os índices atuais 
com as pesquisas anteriores. O artigo Incerteza sobre alimentação diminui, mas 
qualidade ainda preocupa comenta, ainda, a insegurança alimentar que atinge mais 
de 25% da população brasileira.
Figura 1
Fonte: PARADELLA, 2018
Incerteza sobre alimentação diminui, mas qualidade ainda preocupa. 
Disponível em: https://bit.ly/398Zvyz
Entre 2014 e 2015, conforme VIGITEL (2014) e IBGE (2016), a prevalência de exces-
so de peso entre adolescentes foi de 23,7% nos meninos e 23,8% nas meninas, enquan-
to 52,5% dos adultos brasileiros estavam acima do peso e 17,9% obesos. 
11
senac
Realce
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
Pode-se destacar como mudanças positivas nos últimos anos o aumento da prática 
de atividade física em 18% (2009/2014) e a redução de 19,3% no número de pessoas 
que assistiam televisão três ou mais horas por dia (2006/2014), além da tendência à 
estabilização da obesidade nos últimos três anos (2012-2014).
Práticas desfavoráveis em relação à dieta e à atividade física têm sido associadas a 
fatores contribuintes na prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), 
como diabetes, hipertensão arterial, excesso de peso e obesidade. 
No Brasil, verifica-se um declínio acelerado na ocorrência da desnutrição entre 
crianças e adultos e, simultaneamente, elevação da prevalência de sobrepeso e 
obesidade na população brasileira. As projeções dos resultados de estudos efetuados 
nas últimas três décadas colocam holofotes no aumento das taxas de sobrepeso e obesi-
dade no Brasil, uma das características marcantes do processo de transição nutricional 
do país (SANTANA; SARTI, 2019).
Em outra perspectiva, as Pesquisas de Orçamentos Familiares trazem um dado que 
reflete as mudanças na forma como as pessoas direcionam os gastos com alimentação, 
identificando que as participações percentuais da despesa média mensal familiar com 
a alimentação têm apresentado alterações significativas nos seus dois grupos: despesas 
com aquisições de alimentos para consumo no domicílio e despesas com aquisições de 
alimentos consumidos fora do domicílio, conforme gráfico a seguir: 
Figura 2 – Percentual da despesa monetária e não monetária mensal familiar com 
alimentação fora do domicílio, segundo a situação do domicílio – Brasil – 2002/2018
Fonte: IBGE, 2019
Para a identificação da evolução das características do consumo alimentar brasileiro, a 
realização de inquéritos populacionais com produção de informações de relevância para a 
saúde coletiva, bem como a qualificação profissional para utilização dessas informações, 
constituem meios essenciais de aprimoramento para o planejamento em saúde e elabo-
ração de intervenções mais eficientes, eficazes e efetivas (SPERANDIO; PRIORI, 2017).
Importante!
Quando utilizamos dados populacionais provenientes de Inquéritos Alimentares para avaliar 
adequações nutricionais, comparamos esses dados às recomendações nutricionais por meio 
de análise estatística. Por outro lado, quando obtemos informações sobre o consumo alimen-
tar de um indivíduo, a comparação deve ser feita com base nas necessidades nutricionais espe-
cíficas. Para ambos os casos, as referências são as DRIs (Dietary Reference Intakes). 
12
senac
Realce
senac
Realce
senac
Realce
13
Conceitos e Objetivos 
dos Inquéritos Alimentares
Os hábitos alimentares, num conceito ampliado, estão intimamente relacionados aos 
aspectos culturais, antropológicos, socioeconômicos e psicológicos no contexto em que as 
pessoas estão inseridas. Neste cenário, a análise do consumo alimentar tem papel decisivo 
e não se restringe à mera quantificação dos nutrientes consumidos. Muito pelo contrário, 
busca-se, em conjunto com o indivíduo, a identificação dos determinantes demográficos, 
sociais, culturais, ambientais e cognitivo emocionais da alimentação cotidiana para que 
sejam estabelecidos planos alimentares mais adequados à realidade, o que resultará em 
melhor adesão ao tratamento nutricional (FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009).
Os inquéritos alimentares são uma relação de perguntas ou itens a serem avaliados 
que podem fornecer informações qualitativas, quantitativas ou ambas sobre a ingestão 
de alimentos e nutrientes, em nível individual ou populacional (MUSSOI, 2015).
Esses inquéritos constituem uma forma de avaliação indireta da condição nutricional 
de indivíduos e grupos populacionais e permitem conhecer o consumo de energia e de 
nutrientes que, ao se comparar aos padrões de referência, podem identificar os indivídu-
os em risco de inadequação alimentar.
As investigações epidemiológicas realizadas nos inquéritos alimentares e nutricionais 
utilizam procedimentos metodológicos que possibilitam estimar o perfil nutricional e 
fatores determinantes dos agravos que possam estar relacionados à nutrição, documen-
tando estas questões de forma técnica e científica, fornecendo, assim, informações para 
as ações de saúde pública (MENEZES; OSÓRIO, 2009).
A análise representativa do consumo alimentar possibilita, também, a coleta e a adequa-
da interpretação dos dados antropométricos nos diferentes grupos etários (SPERANDIO; 
PRIORE, 2017).
Figura 3
Fonte: Getty Images
13
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
Os objetivos dos inquéritos alimentares, sejam eles aplicados ao estudo da alimenta-
ção de populações, seja no estudo individualizado, fomentam:
• Planejamento alimentar para:
 » Adequação da oferta de alimentos;
 » Produção e distribuição de alimentos;
 » Regulação de produtos alimentícios.
• Interesses nutricionais de forma a:
 » Estimar a adequação da ingestão de nutrientes em populações;
 » Identificar grupos de risco nutricional;
 » Investigar a relação dieta-saúde-estado nutricional;
 » Avaliar programas de intervenção e educação nutricional;
 » Investigar ingestão de alimentos fortificados.
• Levantamento dos Aspectos toxicológicos no sentido de:
 » Estimar e verificar a ingestão média de aditivos alimentares e substâncias 
contaminantes;
 » Investigar uso de suplementos.
Inquéritos populacionais que incluem variáveis antropométricas e de consumo ali-
mentar são relevantes para a avaliação e o monitoramento das condições de saúde, 
alimentação e nutrição da população, norteando, com as evidências coletadas, a defini-
ção de prioridades internacionais, nacionais e regionais, como também para tomada de 
decisão política (SPERANDIO; PRIORE, 2017).
No desenho de um estudo populacional, o que é preciso determinar antes de escolher o tipo 
de inquérito alimentar a ser aplicado? 
Principais Investigações 
Nacionais Sobre Alimentação
Os primeiros inquéritos nutricionais no país foram realizados nas décadas de 1930 
e 1940, coordenados por Josué de Castro. Em 1946, foram analisados os hábitos ali-
mentares e o estado nutricional dos brasileiros, nas diferentes áreas geográficas, con-
siderando as suas causas naturais, os fenômenos sociais e a estrutura econômica que 
condicionavam o tipo de alimentação dos diferentes grupos populacionais, identificando 
claramente as áreas de fome no país.
14
senac
Realce
senac
Realce
senac
Realce
15
Josué de Castro foi autor de vários livros que discutem a fome como uma questão política, 
também representou o Brasil em vários órgãos internacionais, como a FAO, mas acabou 
sendo exilado pela ditadura militar. No filme Josué de Castro – Cidadão do Mundo é pos-
sível conhecer um pouco mais sobre vida e a obra do médico pernambucano e intelectual 
engajado em um dos maiores e eternos problemas da humanidade: a fome. 
Disponível em: https://youtu.be/LFzNVo8KIKg
No Brasil, não são muitas as experiências de realização de inquéritos alimentares e 
nutricionais com representatividade nacional. Contudo, apesar de não haver periodi-
cidade definida, esses inquéritos têm possibilitado a visualização do estado de saúdee 
nutrição da população.
Tabela 1 – Síntese dos principais inquéritos antropométricos e alimentares da população brasileira
Pesquisa Amostra Objetivos Consumo alimentar Antropometria
Estudo Nacional de 
Despesas Familiares 
(ENDEF – 1974)
55 mil domicílios; 
267.446 pessoas.
Avaliar as condições 
de vida e a situação 
nutricional 
da população.
Pesagem direta de 
alimentos durante sete 
dias consecutivos.
Peso (kg)
altura (cm)
Perímetro do 
Braço (cm)
Pesquisa de Orçamento 
Familiar (POF) de 1987 
e de 1995
1987: 13.707 
domincílios;
1995: 19.816 domicílios.
Traçar o perfil das 
condições de vida da 
população a partir 
da análise de seus 
orçamentos domésticos.
Aquisição domiciliar 
de alimentos. Não foi avaliado
Pesquisa Nacional 
de Saúde e Nutrição 
(PNSN – 1989)
14.455 domicílios;
63.213 indíviduos.
Descrever o estado 
nutricional da população 
brasileira, além de 
caracterizar as condições 
de saúde e a estrutura 
socioeconômica 
nos domicílios.
Não foi avaliado
Peso (kg)
Altura (cm)
Pesquisa sobre Padrões de 
Vida (PPV – 1997)
Nordeste 
e Sudeste;
5.000 domicílios.
Identificar panorama 
do bem estar social da 
população, assim como os 
fatores determinantes. 
Questionário de 
frequência com 28 
tipos de alimentos.
Peso (kg)
Altura (cm)
Pesquisa Nacional de 
Demografia e Saúde 
(PNDS de 1996 e 2006)
1996: 13.283 domicílios;
12.612 mulheres, 2.949 
homens e 4.782 crianças 
menores de 5 anos;
2006: 14.617 domicílios; 
15.575 mulheres e 
5.461 crianças menores 
de 5 anos.
Caracterizar a população 
feminina em idade fértil 
e as crianças abaixo de 5 
anos de idade, segundo 
fatoires demográficos, 
socioeconômicos 
e culturais.
2006: Questionário de 
frequência com 20 tipos 
de alimentos. 
1996: Peso(kg)
Altura (cm)
2006: Peso (kg)
Altura (cm)
Perímetro da 
cintura (cm) das 
mulheres
POF - 2002/03
48.470 domicílios;
182.333 pessoas.
Fornecer informações 
sobre a composição dos 
orçamentos domésticos e 
as condições alimentares e 
nutricionais da população. 
Aquisição domiciliar 
de alimentos.
Peso (kg)
Altura (cm)
15
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
Pesquisa Amostra Objetivos Consumo alimentar Antropometria
POF - 2008/09
55.970 domicílios;
159.941 pessoas;
Análise do consumo 
alimentar: 34.003 pessoas
Idem POF 2002-2003
Aquisição domiciliar 
de alimentos;
Moradores com mais de 
10 anos preencheram 2 
registros alimentqares em 
dias não consecutivos.
Peso (kg)
Altura (cm)
Pesquisa Nacional de 
Saúde (PNS - 2013) 62.986 domicílios
Coletar dados sobre 
a situação de saúde e 
os estilos de vida da 
população brasileira.
Marcadores positivos e 
negativos do consumo 
alimentar (questões 
sobre o consumo de 
determinados alimentos).
Peso (kg)
Altura (cm)
Perímetro da 
Cintura (cm)
Pesquisa Nacional de 
Saúde do Escolar (PNSE de 
2009 e 2012)
Escolares do 9º ano do 
Ensimo Fundamental 
de escolas públicas e 
privadas das capitais 
brasileiras e do 
Distrito Federal.
2009: 6.780 escolas; 
60.973 escolares.
2012: 42.717 escolas; 
109.104 escolares. 
Conhecer a prevalência dos 
fatores de risco e a proteção 
à saúde dos adolescentes, 
e orientar intervenções em 
saúde adequadas. 
Marcadores de 
alimentação saudável 
e de não saudável. 
2009:
Peso (kg)
Altura (cm)
2012: sem 
antropometria.
Estudo de Riscos Cardiovas-
culares em Adolescentes 
(ERICA/2014)
Adolescentes de 12 
a 17 anos; 
Total de 1.251 escolas; 
75 mil estudantes. 
Conhecer a proporção 
de adolescentes com 
diabetes melitus e 
obesidade, assim como 
traçar o perfil dos fatores 
de risco de doenças 
cardiovasculares. 
Recordatório de 24 horas. 
Peso (kg)
Altura (cm)
Perímetro da 
cintura (cm)
Vigilância dos fatores 
de risco e proteção para 
doenças crônicas por in-
quérito telefônico (Vigitel 
2006; 2014).
Adultos com mais de 
18 anos residentes nas 
capitais dis 26 estado e 
Distrito Federal;
Entrevistas por 
inquérito telefônico. 
Monitorar a magnitude 
das doenças e dos agravos 
não transmissíveis e de 
seus determinantes. 
Marcadores positivos 
e negativos do 
consumo alimentar.
Dados 
autodeclarados 
de peso e altura. 
Fonte: SPERANDIO; PRIORE, 2017, p. 502-503; IBGE, 1990; 2016
Considerando a importância nacional e a continuidade da aplicação dos inquéritos, 
vamos conhecer de forma mais aprofundada o Estudo Nacional de Despesa Familiar 
(ENDEF), a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e o Sistema de Vigilância de Fa-
tores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF)
O primeiro e mais amplo estudo nacional que apresentou a situação alimentar e 
nutricional da população do país foi o Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF, 
1974/75), realizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
concebido como um estudo de objetivos múltiplos, para atender às necessidades de pla-
nejamento dos setores público e privado (IBGE, 1976). 
O ENDEF (1974/75) é considerado um clássico de valor histórico, cujo acervo de da-
dos inclui registros de 1374 variáveis, coletadas em 55.000 domicílios. Foram descritas 
16
17
as características socioeconômicas, alimentares e nutricionais, identificando a situação 
das famílias em risco nutricional nas diferentes regiões e classes sociais do país. 
Constituiu o primeiro inquérito de análise do consumo alimentar da população, uti-
lizando uma metodologia de pesagem direta dos alimentos a ser empregada para 
estabelecer o preparo das refeições diárias, registrando-se sua quantidade, preço, 
origem, resíduos e os restos não aproveitados, pelo período de uma semana, com 
duas ou três visitas domiciliares por dia. Os alimentos consumidos fora de casa e as 
aquisições alimentares não monetárias também foram registrados (SOUZA et al., 2017). 
Apesar de sua abrangência, o ENDEF (1974/75) não forneceu dados sobre a divisão 
dos alimentos entre os membros da família, não permitindo, portanto, conclusões sobre 
a adequação nutricional dos indivíduos (MENEZES; OSÓRIO, 2009). 
Em 2014, como comemoração dos 40 anos de realização do ENDEF, o IBGE pu-
blicou um livro em que são reproduzidos alguns dos relatórios semestrais apresentados 
pelas equipes que realizaram a pesquisa, manuscritos em que são narradas as experiên-
cias vividas no campo de pesquisa. Esses relatórios foram divididos conforme as regiões 
brasileiras estudadas e são muito ricos no que concerne às características socioculturais 
brasileiras (IBGE, 2014).
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)
Os propósitos principais das Pesquisas de Orçamentos Familiares - POFs, 
realizadas pelo IBGE, são disponibilizar informações sobre a composição 
orçamentária doméstica e sobre as condições de vida da população, in-
cluindo a percepção subjetiva da qualidade de vida, bem como gerar bases 
de dados e estudos sobre o perfil nutricional da população. (IBGE, 2019)
A primeira Pesquisa de Orçamento Familiar (POF, 1961/63) foi realizada pela Fun-
dação Getúlio Vargas, em áreas urbanas e rurais das regiões Sul, Sudeste e Nordeste 
do Brasil. 
Nessa pesquisa foi estimada, indiretamente, a quantidade de alimentos consu-
mida em domicílio, por meio da estimativa do gasto familiar com alimentação.
A segunda POF (1987/88), conduzida pelo IBGE, investigou nove regiões metropo-
litanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, 
Recife, Salvador, Belém, além das cidades de Goiânia e Brasília, e teve como objetivo 
pesquisar as despesas referentes aos gastos com alimentação, habitação, ves-
tuário etc., considerando como unidade de consumo a família que realizou um 
conjunto de despesas comuns e visando à atualização dos índices de preços ao 
consumidor do IBGE. 
Caracterizou-se por conter grande variedade de dados, investigando o consumo alimen-
tar, características dos domicílios e dos moradores, rendimentos e despesas coletivas e indi-
viduais, de forma a atender objetivos acadêmicos, planejamentos governamentais nasáreas 
demográficas e socioeconômicas e realização de estudos comparativos do consumo alimen-
tar, da adequação do consumo e das alterações ocorridas desde o ENDEF (1974/75).
17
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
 Da mesma maneira que a POF (1961/63), sua metodologia, de custo mais baixo, 
comparada à do ENDEF (1974/75), não contemplou a obtenção dos dados de 
consumo alimentar de forma direta. 
Na metodologia indireta, para cálculo da estimativa do consumo alimentar, utilizou-se o 
preço médio dos produtos adquiridos, o peso dos alimentos e a população residente. 
O resultado, obtido a partir destas variáveis, constituiu uma estimativa de consumo e 
quantificação dos produtos adquiridos dentro e fora do domicílio, ou seja, estimasse a 
aquisição e não especificamente o consumo.
Importante!
Limitações metodológicas da POF (1987/88): não consideração do consumo alimentar 
proveniente da autoprodução ou obtido por doações, não realização de inferências sobre 
o consumo alimentar individual e a não avaliação do estado nutricional dos indivíduos 
por meio de dados antropométricos e bioquímicos. 
Na POF (1995/96), os instrumentos de coleta de dados foram adaptados, no sentido 
de aperfeiçoar o estudo como um todo. A quantidade e medida de cada produto ad-
quirido foi registrada diariamente, durante sete dias consecutivos, de forma a se 
obter diretamente todas as despesas efetuadas pelo grupo familiar.
A POF de 2002/03 (IBGE, 2004), realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério 
da Saúde, traça o perfil das condições de vida da população brasileira, a partir da análise 
do orçamento doméstico familiar, investigando os hábitos de consumo, a alocação de 
gastos e a distribuição dos rendimentos. 
Inclui, também, informações sobre as medidas antropométricas (peso e altura 
de todos os residentes presentes no momento da coleta dos dados), permitindo 
avaliar o estado nutricional da população. 
Uma inovação da POF (2002/03) em relação às anteriores é o fato de incluir as famí-
lias residentes nas áreas rurais, além das áreas urbanas, em suas diferentes classes de 
rendimentos, segundo as cinco grandes regiões do país (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e 
Centro-Oeste), bem como as diversas formas de aquisição dos alimentos: monetária (me-
diante pagamento) e não monetária (que não tenha passado pelo mercado) (IBGE, 2005). 
Na POF (2007/08), com o objetivo de investigar os orçamentos familiares combi-
nados a outras informações sobre as condições de vida das famílias brasileiras, com 
destaque para a Antropometria e o estudo sobre consumo alimentar efetivo, envolveu a 
investigação de 65.000 domicílios nas áreas urbanas e rurais de todo o território brasilei-
ro, trazendo, pela primeira vez, um módulo sobre o consumo efetivo de alimentos para 
a população a partir de 10 anos, obtido em uma subamostra, mediante recordatório de 
24 horas por dois dias alternados. Além disto, a POF 2007-2008 traz informações sobre 
a amamentação e a alimentação na escola (IBGE, 2011).
18
19
Figura 4 – Exemplo de Gráfi cos da POF
Fonte: Adaptado de IBGE, 2009
Fig ura 5 – Exemplo de Gráfi cos da POF
Fonte: Adaptado de IBGE, 2009
Em Síntese
As edições anteriores da POF (1987/88; 1995/96; 2002/03) trouxeram informações sobre 
a disponibilidade de alimentos para consumo nos domicílios. A edição de 2008/09, 
além dos dados de disponibilidade, avaliou o consumo alimentar individual de uma 
sub amostra da população. É importante ressaltar que a POF é um inquérito domiciliar, 
o que significa que a coleta dos dados acontece nos domicílios que são selecionados a 
partir de processo de amostragem. É o inquérito de maior frequência para efeitos com-
parativos, embora a metodologia tenha sofrido alterações ao longo do tempo.
Na edição de 2017/2018, ainda divulgada parcialmente, o IBGE também estabeleceu o 
convênio com o Ministério da Saúde e manteve a metodologia similar à POF 2007/2008. 
Contudo destaca-se, no contexto da POF 2017-2018, a introdução da Escala Brasileira de 
19
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
Insegurança Alimentar – EBIA, possibilitando, agora, avaliações que levem em consideração 
as informações de consumo das famílias, além de outras características (IBGE 2019; 2020).
A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar – EBIA é uma escala psicométrica – cujo ob-
jetivo é estabelecer uma relação de função entre estímulos ambientais (físicos, sociais) e o 
comportamento do indivíduo, que avalia de maneira direta uma das dimensões da seguran-
ça alimentar e nutricional em uma população, por meio da percepção e experiência com a 
fome. Disponível em: https://bit.ly/2Yg3fIf
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para 
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)
O Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas 
não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, juntamente com outros inquéritos, 
como os domiciliares e os voltados para a população escolar. 
Desde 2006, implantado em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito 
Federal, o Vigitel vem cumprindo, com grande eficiência, seu objetivo de monitorar, 
por inquérito telefônico e informações autodeclaradas, a frequência e a distribuição dos 
principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). 
A pesquisa Vigitel é realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Mi-
nistério da Saúde. Entre as doenças crônicas não transmissíveis monitoradas por esse 
sistema estão: diabetes, câncer e doenças cardiovasculares, cujos indicadores tabagismo, 
alimentação não saudável, inatividade física e o uso nocivo de bebidas alcoólicas são os 
fatores de risco modificáveis em comum e monitorados pelas pesquisas. Para o monito-
ramento desses fatores de risco, a pesquisa é dividida nos assuntos: tabagismo, excesso 
de peso e obesidade, consumo alimentar, atividade física, consumo de bebidas alcoóli-
cas, condução de veículo motorizado após consumo de qualquer quantidade de bebidas 
alcoólicas, autoavaliação do estado de saúde, prevenção de câncer e morbidade referida.
O monitoramento dos fatores de risco e das principais doenças crônicas fornece 
informações importantes para o planejamento de políticas públicas de promoção e pre-
venção, além da avaliação de intervenções realizadas. O Vigitel, dentro do sistema de 
vigilância, apoia também o monitoramento das metas do Plano Regional de DCNT (Or-
ganização Pan-Americana da Saúde – OPAS) e do Plano Global para o Enfrentamento 
das DCNT (Organização Mundial da Saúde).
Dados do Vigitel mostram que, em 2019, 9,8% da população entrevistada declarou 
que ainda é fumante. O índice é 0,5% mais alto que o valor apurado há um ano. Ainda 
assim, a queda é de 38% em um período de 13 anos. Em 2006, 15,6% dos brasileiros 
declaravam-se fumantes. 
A pesquisa também mostrou que, no período entre 2006 e 2019, a prevalência 
de diabetes passou de 5,5% para 7,4%, e a hipertensão arterial, subiu de 22,6% para 
24,5%. O maior aumento, porém, está relacionado à obesidade, que passou de 11,8%, 
20
21
em 2006, para 20,3% em 2019 (variação positiva de 72%). Isso significa que dois em 
cada 10 brasileiros estão obesos. Considerando o excesso de peso, metade dos brasilei-
ros está nesta situação (55,4%) (BRASIL, 2019).
Todas as publicações do VIGITEL. Disponível em: https://bit.ly/3joLcrv
Tabela 2 – Comparativo 2006-20019 VIGITEL – Frequência anual dos indicadores do Vigitel que
 apresentam variação temporal estatisticamente signifi cativa. População adulta (≥ 18 anos), de 
ambos os sexos, das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal (2006-2019)
Indicadores 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
% de fumantes 15,7 15,6 14,8 14,3 14,1 13,4 12,1 11,3 10,8 10,4 10,2 10,1 9,3 9,8
% de fumantes de ≥
20 cigarros por dia
4,6 4,7 4,6 4,1 4,3 4,0 4,0 3,4 3,0 3,1 2,8 2,6 2,4 2,3
% de fumantes passivos 
no domicílio * * * 12,7 11,5 11,3 10,210,2 9,4 9,1 7,3 7,9 7,6 6,8
% de fumantes passi-
vos no trabalho * * * 12,1 10,5 11,2 10,4 9,8 8,9 8,0 7,0 6,7 6,8 6,6
% com excesso de peso 
(IMC ≥ 25 kg/m2) 42,6 43,4 44,9 45,9 48,2 48,8 51,0 50,8 52,5 53,9 53,8 54,0 55,7 55,4
% com obesidade 
(IMC ≥ 30kg/m2) 11,8 13,3 13,7 14,3 15,1 16,0 17,4 17,5 17,9 18,9 18,9 18,9 19,8 20,3
% com consumo 
recomendado de frutas 
e hortaliças
* * 20,0 20,2 19,5 22,0 22,7 23,6 24,1 25,2 24,4 23,7 23,1 22,9
% com consumo 
regular de feijão 
(≥ 5 dias/semana)
* 66,8 65,6 64,9 65,6 67,6 67,5 66,9 66,1 64,8 61,3 59,5 * 59,7
% com consumo regu-
lar de refrigerantes 
(≥ 5 dias/semana)
* 30,9 26,4 26,0 26,8 27,5 26,0 23,3 20,8 19,0 16,5 14,6 14,4 15,0
% de ativos no lazer * * * 30,3 30,5 31,6 33,5 33,8 35,3 37,6 37,6 37,0 38, 39,0
% de ativos 
no deslocamento 10,8 10,8 11,3 17,0 17,9 14,8 14,2 12,1 12,3 11,9 14,4 13,4 14,4 14,1
% de insuficientemente 
ativos * * * * * * * 49,4 48,7 47,5 45,1 46,0 44,1 44,8
% de inativos * * * 15,9 15,3 14,9 14,9 16,2 15,4 16,0 13,7 13,9 13,7 13,9
% com consumo 
abusivo de álcool 15,7 16,5 17,2 18,5 18,1 16,5 18,4 16,4 16,5 17,2 19,1 19,1 17,9 18,8
% com diabetes 5,5 5,8 6,2 6,3 6,8 6,3 7,4 6,9 8,0 7,4 8,9 7,6 7,7 7,4
*Dado não disponível para o ano de levantamento.
Nota: as estimativas para a evolução de alguns indicadores poderão apresentar pequenas variações com relação às estimativas divulgadas em relatórios anteriores 
do Vigitel em função de aperfeiçoamento metodológicos quanto a fatores de ponderação e imputação de dados faltantes. 
Fonte: Adaptado de BRASIL, 2019, p. 105
21
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
Ao longo da História, como vimos, foram realizados diversos tipos de Inquéritos Alimenta-
res cujas informações são utilizadas para fins comparativos e de análise das mudanças que 
vêm ocorrendo em relação aos hábitos e padrões alimentares da população. Considerando 
que os procedimentos metodológicos dos inquéritos diferem entre si, quais são os impactos 
dessas diferenças na comparação dos dados?
Nesta Unidade, vimos os Inquéritos Alimentares de maior representatividade nacio-
nal e pudemos analisar de forma mais aprofundada os métodos utilizados para a coleta 
de dados do ENDEF, POFs e VIGITEL. Além disso, discutimos a representatividade 
dessas informações em relação à caracterização da alimentação brasileira, além das mo-
dificações que foram ocorrendo ao longo do tempo, reflexo da transição epidemiológica 
e nutricional do Brasil, bem observadas nos resultados das pesquisas. 
Por fim, foi possível identificar que as pesquisas de avaliação do consumo alimentar são 
importantes fontes de informações para o planejamento de ações de promoção da saúde 
da população e devem ser sempre acompanhadas pelos profissionais das áreas evolvidas.
22
23
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Nossa Experiência na Pesquisa da Balança: O Brasil sob a ótica dos pesquisadores do Estudo Nacional da 
Despesa Familiar
https://bit.ly/3iPR928
Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil
https://bit.ly/3plxiu1
Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Primeiros Resultados 
https://bit.ly/2MlbpMJ
Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Avaliação Nutricional da Disponibilidade Domiciliar de 
Alimentos no Brasil
https://bit.ly/3ojJ4Ug 
Relatório Vigitel Brasil 2019
https://bit.ly/2YfD3NT
Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 
(Vigitel): mudança na metodologia de ponderação
https://bit.ly/3pmFVnV
23
UNIDADE Alimentação Brasileira 
Inquéritos Alimentares Nacionais
Referências
BATISTA FILHO, M.; RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais 
e temporais. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, supl. 1, p. S181-S191, 2003. 
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X200
3000700019&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03/08/2020.
BERNAL, R. T. I. et al. Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças 
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel): mudança na metodologia de ponderação. Epi-
demiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 26, n. 4, p. 701-712, dez. 2017. Disponível em <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222017000400701&lng=en
&nrm=iso>. Acesso em: 05/08/2020.
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não 
transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco para 
doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS, 2019. Disponível em: <https://por-
talarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/27/vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-
-risco.pdf>. Acesso em: 01/08/2020.
ESCODA, M. do S. Q. Para a crítica da transição nutricional. Ciênc. saúde coletiva, 
São Paulo, v. 7, n. 2, p. 219-226, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232002000200002&lng=en&nrm=iso>. Aces-
so em: 03/08/2020.
FISBERG, R. M.; MARCHIONI, D. M. L.; COLUCCI, A. C. A. Avaliação do consumo 
alimentar e da ingestão de nutrientes na prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab, 
São Paulo, v. 53, n. 5, p. 617-624, jul. 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302009000500014&lng=en&nrm=iso>. 
Acesso em: 01/08/2020.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Estudo Nacional 
de Despesa Familiar (Endef) (1974/1975). Rio de Janeiro: IBGE, 1976. Disponível em: 
<https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?acervo=todos&campo=todos
&notqry=&opeqry=&texto=endef&digital=false&fraseexata=>. Acesso em: 07/08/2020.
________. Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição: perfil de crescimento da popula-
ção brasileira de 0 a 25 anos 1989. Brasília: IBGE, 1990. Disponível em: <https://biblio-
teca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv81879.pdf>. Acesso em: 01/08/2020.
________. Nossa Experiência na Pesquisa da Balança: O Brasil sob a ótica dos pes-
quisadores do Estudo Nacional da Despesa Familiar (Endef) (1974/1975). Rio de Janeiro: 
IBGE, 2014. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv89079.
pdf>. Acesso em: 01/08/2020.
________. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003: análise da disponibilidade 
domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2005. 
Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv4472.pdf>. Acesso 
em: 01/08/2020.
24
25
________. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo ali-
mentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: <https://bibliote-
ca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50063.pdf>. Acesso em: 01/08/2020.
________. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. 
Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf>. Aces-
so em: 03/08/2020.
________. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Primeiros Resultados. Rio 
de Janeiro: IBGE; 2019. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/li-
vros/liv101670.pdf>. Acesso em: 01/08/2020.
________. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Avaliação Nutricional da 
Disponibilidade Domiciliar de Alimentos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Dis-
ponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101704.pdf>. Acesso 
em: 01/08/2020.
MENEZES, R. C. E.; OSÓRIO, M. M. Food and nutritional inquiries in Brazil: historic 
perspective. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São 
Paulo, v. 34, n. 2, p. 161-177, ago. 2009.
MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao envelheci-
mento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
ROMEIRO, A. C. T. et al. Determinantes sociodemográficos do padrão de consumo de 
alimentos: Estudo Pró-Saúde. Rev. bras. epidemiol., Rio de Janeiro, v. 23, e200090, 2020. 
Disponívelem <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2020
000100472&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 01/08/2020.
SANTANA, A. B. C.; SARTI, F. M. Mapeamento da qualidade nutricional da ali-
mentação em diferentes estados do Brasil. Confins: revue franco-bresilienne de geo-
graphie/revista franco-brasileira de geografia, Marseille, v. 39, p. 1-12, 2019. Disponível 
em: <https://journals.openedition.org/confins/18449> DOI: 10.4000/confins.18449. 
Acesso em: 01/08/2020.
SOUZA, N. P. de et al. A (des)nutrição e o novo padrão epidemiológico em um con-
texto de desenvolvimento e desigualdades. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, 
n. 7, p. 2257-2266, jul. 2017. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232017002702257&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 01/08/2020.
SPERANDIO, N.; PRIORE, S. E. Inquéritos antropométricos e alimentares na popu-
lação brasileira: importante fonte de dados para o desenvolvimento de pesquisas. Cien 
Saude Colet. maio, 2016. Disponível em: <http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/
artigos/inqueritos-antropometricos-e-alimentares-na-populacao-brasileira-importante-
-fonte-de-dados-para-o-desenvolvimento-de-pesquisas/15636?id=15636>. Acesso em: 
01/08/2020.
25

Continue navegando

Outros materiais