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Unidade III - Plasticidade e Consistência dos Solos

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Prévia do material em texto

Geologia de Engenharia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Francieli Sant’ana Marcatto
Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
Plasticidade e Consistência dos Solos
•	 Plasticidade	e	consistência	dos	solos;
•	 Limites	de	consistência	dos	solos;
•	 Limite	de	liquidez	(LL);
•	 Limite	de	Platicidade	(LP);
•	 Limite	de	contração	(LC);
•	 Índice	de	consistência	dos	solos;
•	 Atividade	das	argilas.
•	 Conhecer	a	consistência	dos	solos;
•	 Classificar	os	solos	de	acordo	com	os			seus	limites	de	consistência.
ObjetivO	de	aprendizadO
Plasticidade e Consistência dos Solos
Orientações	de	estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Mantenha	o	foco!	
Evite	se	distrair	com	
as	redes	sociais.
Determine	um	
horário	fixo	
para	estudar.
Aproveite	as	
indicações	
de	Material	
Complementar.
Não	se	esqueça	
de	se	alimentar	
e	de	se	manter	
hidratado.
Conserve	seu	
material	e	local	de	
estudos	sempre	
organizados.
Procure	manter	
contato	com	seus	
colegas	e	tutores	
para	trocar	ideias!	
Isso	amplia	a	
aprendizagem.
Seja	original!	
Nunca	plagie	
trabalhos.
9
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
Plasticidade	e	Consistência	dos	Solos
Os solos com presença de argila, quando úmidos, possuem propriedades plásti-
cas que permitem serem moldados sem esfarelar. Segundo Caputo (1988, p. 52), 
“a plasticidade é definida como uma propriedade dos solos, que consiste na maior 
ou menor capacidade de serem eles moldados, sob certas condições de umidade, 
sem variação de volume”. Além do teor de umidade, a plasticidade relaciona-se 
com a forma do mineral de argila e a sua composição química e mineralógica. 
Já a consistência de um solo refere-se ao grau de resistência a forças que tendem 
a romper o solo e o grau de adesão entre as partículas dos solos. A consistência é 
uma propriedade de solos coesivos e refere-se à rigidez de um solo quando em con-
tato com diferentes níveis de umidade. A resistência do solo possui relação inversa 
com o teor de umidade, pois à medida que a umidade aumenta, a argila se torna 
menos resistente e mais mole.
Limites	de	Consistência
Os limites de consistência são muito utilizados na identificação e classificação dos 
solos coesivos, e são a base para a avaliação preliminar das propriedades dos solos.
A quantidade de umidade de um solo define o seu limite de consistência. Se o 
solo estiver em estado líquido, ele não apresentará resistência, e, à medida que a 
água for retirada, ficará mais rijo e irá adquirir a capacidade de ser moldado. 
A definição de limites de consistência de um solo argiloso parte de que ele apre-
senta aspectos muito distintos de acordo com a umidade. Dependendo do teor de 
umidade, pode ser dividido em quatro estados: líquido, plástico, semissólido e sólido. 
Para cada um dos estados de umidade, define-se um limite de consistência, con-
forme pode ser visualizado na figura 1. Quando o solo passa do estado sólido para 
o semissólido, é chamado de limite de contração (LC); do estado semissólido para 
o plástico, de limite de plasticidade (LP) e do estado plástico para o líquido, limite 
de liquidez (LL). 
Figura	1	-	relação	entre	a	umidade	do	solo	e	os	limites	de	consistência
Fonte:	adaptado	de	Caputo	(1988)
Os limites de consistência também são conhecidos como Limites de Atterberg, 
por terem sido desenvolvidos pelo químico sueco Albert Atterberg, que estudou 
diversos parâmetros dos solos, contribuindo substancialmente com a definição da 
consistência dos solos.
Limite	de	liquidez	(LL)
O limite de liquidez refere-se ao teor de umidade do solo ao passar do estado 
plástico para o líquido. Para determiná-lo, é utilizado o aparelho de Casagrande, 
que consiste em uma concha de latão e uma manivela: quando girada, movimenta 
a concha de latão, que bate contra uma base de borracha.
O limite de liquidez corresponde ao teor de umidade de 25 golpes. A norma téc-
nica que rege a determinação do limite de liquidez é a NBR 6459 (ABNT, 2016).
Segundo a NBR 6459 (ABNT, 2016), para a determinação do LL a amos-
tra deve ser colocada em uma cápsula de porcelana, adicionando água destilada, 
aos poucos, amassando e revolvendo o solo até obter uma massa homogênea 
(Figura 2).
98
11
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
Figura	2	-	acréscimo	de	água	destilada	na	amostra,	e	revolvimento	para		
a	determinação	do	limite	de	liquidez
Fonte:	atterberg…	(2004,	on-line)
Em seguida, parte do material deve ser transferido para a concha, moldando-o 
de forma que a espessura seja de 10 mm. Dentro da concha, o material deve ser 
dividido em duas partes, e se deve passar o cinzel no meio, de modo a abrir uma 
ranhura na parte central (Figura 3). Após esse procedimento, é necessário golpear 
a concha contra a base e anotar o número necessário de golpes para que as bordas 
da ranhura se unam ao longo de 13 mm. Após o fechamento da ranhura, o ma-
terial das bordas que se uniram deve ser coletado para determinação da umidade.
Figura	3	-	amostra	colocada	na	concha	de	metal	do	aparelho	de	Casagrande	
e	ranhura	realizada	na	parte	central	da	amostra
Fonte:	atterberg…	(2004,	on-line
Como existe dificuldade no ajuste da umidade necessária do solo, para que a 
ranhura se feche em 25 golpes, definido como o limite de liquidez, o ensaio deve 
ser repetido de modo a obter, pelo menos, mais três pontos de ensaio, cobrindo o 
intervalo de 35 a 15 golpes, com diferentes teores de umidade. Assim, por meio 
de um gráfico semilogarítmico com a representação do teor de umidade do solo e 
o número de golpes, traça-se uma linha reta chamada de curva de fluidez, pela qual 
é possível determinar o teor de umidade correspondente a 25 golpes (Figura 4).
Figura	4	–	Curva	de	fluidez	para	a	determinação	do	limite	de	liquidez	de	um	solo
Fonte:	Caputo	(1988)
a	University	of	texas	disponibiliza,	em	seu	website,	diversos	roteiros	ilustrativos	para	a	de-
terminação	de	alguns	atributos	físicos	dos	solos.	Os	limites	de	atterberg	estão	entre	os	ma-
teriais	que	podem	ser	consultados	em	https://bit.ly/2XqoOnr.
Ex
pl
or
Estudos realizados pela Federal Highway Administration determinaram uma 
equação cujo limite de liquidez pode ser obtido a partir de um único ponto do grá-
fico, conhecido por “um só ponto” (CAPUTO, 1988). A fórmula é expressa por:
LL = 
em que h= umidade, em porcentagem, correspondente a n golpes.
O denominador da fórmula foi tabulado para diferentes valores de n, conforme 
apresentado na tabela 1.
1110
https://bit.ly/2XqoOnR
13
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
tabela	1	–	denominador	da	fórmula	da	Federal	Highway	administration	para	diferentes	valores	de	n
n 1,419	–	0,3	log	n n 1,419	–	0,3	log	n
15 1,066 28 0,985
16 1,059 29 0,980
17 1,050 30 0,976
18 1,043 31 0,972
19 1,036 32 0,968
20 1,029 33 0,964
21 1,023 34 0,960
22 1,017 35 0,956
23 1,011 36 0,952
24 1,005 37 0,948
25 1,000 38 0,945
26 0,995 39 0,94227 0,990 40 0,939
Fonte:	Caputo	(1988,	p.	55)
Segundo Caputo (1988), o número necessário de golpes para fechar a ranhura 
na determinação do limite de liquidez refere-se a sua resistência ao cisalhamento 
na umidade correspondente.
O	limite	de	liquidez	do	solo	também	pode	ser	determinado	por	um	método	chamado	de	cone	
de	penetração.	nesse	ensaio,	o	limite	de	liquidez	baseia-se	no	teor	de	umidade	em	que	um	
cone	padrão	com	ângulo	de	30°	e	peso	de	0,78	n	penetra	em	uma	distância	de	20	mm,	em	5	
segundos,	deixando	cair	da	posição	de	contato	com	a	superfície	de	determinado	solo	(daS,	
2006).	no	caso	do	cone	de	penetração,	quatro	ou	mais	ensaios	devem	ser	realizados.	
O	 estudo	 intitulado	 “Comparação	 entre	 os	 valores	 do	 limite	 de	 liquidez	 obtidos	 pelos	
métodos	 de	 Casagrande	 e	 cone	 para	 solos	 argilosos	 brasileiros”	 está	 disponível	 em		
https://bit.ly/2ntpnbp,	em	que	é	possível	conhecer	um	pouco	mais	sobre	esse	método.
Ex
pl
or
Limite	de	Plasticidade	(LP)
O limite de plasticidade é o estado de umidade em que um solo começa a se 
quebrar quando se tenta moldar um cilindro com 10 cm de comprimento e 3 mm 
de diâmetro.
A metodologia para a determinação do limite de plasticidade é descrita na NBR 
7180 (ABNT, 2016), cujos procedimentos requerem que uma amostra de solo seja 
colocada em uma cápsula de porcelana, sob adição de água destilada, amassando, 
até obter uma pasta homogênea.
Após esse procedimento, coleta-se cerca de 10 g de amostra, que deverá ser 
moldada no formato de uma bola e rolada sobre uma placa de vidro (com uma face 
esmerilhada) com a palma da mão, de maneira a formar um cilindro (Figura 5). 
Mede-se a umidade quando o cilindro se fragmentar com diâmetro de 3 mm e com-
primento de 10 cm, transferindo o material para um recipiente para determinação 
da umidade.
Figura	5	-	O	solo	umedecido	é	rolado	sobre	a	placa	de	vidro	até	que	o	cilindro		
se	fragmente	com	3	mm	de	diâmetro	e	comprimento	de	10	cm
Fonte:	Molina	junior	(2017)
Caso a amostra se fragmente antes de atingir os 3 mm, ou atinja os 3 mm sem se 
fragmentar, é necessário repetir o procedimento inicial de homogeneização da amos-
tra e reiniciar o ensaio. A repetição do ensaio deve ocorrer, no mínimo, três vezes.
O estado de umidade quando a amostra se fragmenta é o seu limite de plasti-
cidade. Com base nos resultados de umidade obtidos com a repetição do ensaio, 
retira-se uma média da umidade e descarta-se os valores que diferem acima de 5% 
dessa média.
Definidos os limites de liquidez (LL) e de plasticidade (LP), é possível obter um outro 
parâmetro do solo, chamado de índice de plasticidade (IP), representado pela equação:
IP= LL – LP
O índice de plasticidade deve ser expresso em % e indica a quantidade de água 
necessária para acrescentar no solo a fim de que ela mude do estado plástico para 
o estado líquido.
1312
https://bit.ly/2NtpnbP
15
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
Quanto maior o índice de plasticidade de um solo argiloso, maior será a sua 
plasticidade. Em um solo arenoso, considera-se o índice de plasticidade igual a não-
-plástico (IP= NP).
Segundo Burmister (1949), os solos poderão ser classificados em relação a sua 
plasticidade em:
•	 não-plástico: 0;
•	 ligeiramente plástico: 1 a 5;
•	 plasticidade baixa: 5 a 10;
•	 plasticidade média: 10 a 20;
•	 plasticidade alta: 20 a 40;
•	 muito plástico: > 40.
Como vimos no início desta unidade, os limites de consistência dos solos têm 
relação com a estrutura cristalina do mineral. Assim, os limites de liquidez e de 
plasticidade apresentam valores distintos, de acordo com o argilomineral de deter-
minado solo.
Mitchell e Soga (2005) atribuíram limites de liquidez e de plasticidade para di-
ferentes minerais de argila. Na tabela 2 são apresentados os principais grupos de 
argilominerais encontrados em solos tropicais e seus respectivos índices.
tabela	2	–	Limite	de	liquidez	e	limite	de	plasticidade	dos	principais	grupos	de	argilominerais	de	solos	tropicais
Mineral Limite	de	liquidez	(%) Limite	de	plasticidade	(%)
Montmorilonita 100	–	900 50	–	100
ilita 60	–	120 35	–	60
Caulinita 30	–	110 25	–	40
Fonte:	adaptado	de	Mitchell	e	Soga	(2005)
Conforme verificado na tabela 2, os diferentes minerais se comportam de ma-
neira distinta em relação aos seus índices de consistência, isso decorre da atividade 
da fração de argila do solo, tema que será discutido mais adiante.
Gráfico	de	plasticidade
Com base em estudos realizados por Casagrande em diversos solos naturais, 
foi proposto um gráfico para a classificação dos solos, considerando o índice de 
plasticidade e o limite de liquidez do material fino. Os solos foram divididos em 8 
grupos: argilas inorgânicas de baixa, média e alta plasticidade, siltes inorgânicos 
de baixa, média e alta compressibilidade, argilas orgânicas e siltes orgânicos, que 
estão representados na figura 6.
Figura	6	–	Gráfico	de	plasticidade	proposto	por	Casagrande	para	diferentes	solos
Fonte:	adaptado	de	Caputo	(1988)
A “linha A” do gráfico é dada pela equação IP = 0,73 (LL-20) e separa as argi-
las inorgânicas que se situam nos valores que constam acima da linha A dos siltes 
inorgânicos que se situam abaixo dessa linha.
As informações contidas no gráfico de plasticidade são de fundamental impor-
tância, pois partem delas a base para a classificação de solos com textura fina no 
Sistema Unificado de Classificação de Solos, que será discutido na 5.
Limite	de	contração	(LC)
O limite de contração é o teor de umidade em que ocorre a mudança do estado 
semissólido para o sólido. À medida que a umidade é perdida, o solo se contrai até 
que um equilíbrio é atingido e a perda da umidade não resulta mais em perda de 
volume. Tal estado é chamado de limite de contração.
O ensaio de limite de contração é regido pela NBR 7183 (1982), cujos pro-
cedimentos consistem em colocar a amostra em uma cápsula de contração com 
volume conhecido (determinado com mercúrio), acrescentando água para saturar o 
solo até obter uma massa fluida. As paredes da cápsula devem ser lubrificadas com 
vaselina para impedir a aderência do solo.
1514
17
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
No centro da cápsula são colocados 1/3 do volume de solo necessário para 
enchê-la, batendo-a contra uma superfície firme. Esse procedimento deve ser re-
petido até a cápsula estar completamente cheia e sem bolhas de ar, formando uma 
superfície plana.
Após esse procedimento, o solo deve ser secado em estufa e possuir a determi-
nação do peso do solo seco contido na cápsula. O volume da pastilha seca deve 
ser determinado colocando a cuba de vidro dentro da placa de porcelana cheia de 
mercúrio e retirando a cápsula de contração, colocando-a no mercúrio. Após esse 
procedimento, deve-se pressionar a placa de vidro com os três pinos até que a pas-
tilha mergulhe completamente no mercúrio, medindo na proveta o volume de mer-
cúrio deslocado pela pastilha, que é chamado de volume de solo seco (Figura 7).
Figura	7	-	determinação	do	limite	de	contração	dos	solos:	em	(a)	a	vista	de	cima	da	cápsula;	(b)	vista	lateral	da	
cápsula	com	a	pastilha	de	solo	úmida;	(c)	vista	lateral	da	cápsula	com	a	pastilha	de	solo	seca;	(d)	imersão	da	
pastilha	no	mercúrio	para	determinação	do	volume
Fonte:	Molina	junior	(2017)
O limite de contração é dado pela fórmula:
 
em que M1 = massa do solo úmido;
M2 = massa do solo seco;
Vi = volume do solo úmido;
Vf = volume do solo seco
 = massa específica da água.
Além do limite de contração, é possível determinar o grau de contração de uma 
amostra, que consiste na razão da diferença entre o volume inicial e final da amostra 
pelo volume inicial expresso em porcentagem, conforme descrito por Caputo (1988):
Em que Vi = volume inicial (volume da cápsula de contração);
Vf = volume do corpo de prova após contração.
Índice	de	consistência	dos	solos
O índice de consistência estabelece a relação entre o limite de liquidez (LL) para 
a umidade natural (h) e o índice de plasticidade (IP).É determinado por:
A partir do valor de IC, os solos finos podem ser classificados em muito moles, 
moles, médios, rijos e duros, conforme a tabela 3.
tabela	3	-	Classificação	do	material	fino	a	partir	dos	seus	índices	de	consistência
Classificação Índice	de	consistência
Muito	moles iC	<	0
Moles 0	<	iC	<	0,50
Médias 0,50	<	iC	<	0,75
rijas 0,75	<	iC	<	1,00
duras iC	>	1,00
Fonte:	Caputo	(1988)
A classificação do material fino nas classes muito moles, moles, médios, rijos e 
duros (tabela 3) também é utilizada para os índices de resistência à penetração do 
solo, de acordo com a NBR 6484 (ABNT, 2001).
1716
19
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
Importante!
nem	sempre	o	solo	com	maior	conteúdo	de	argila	apresentará	limites	de	consistência	
superior	quando	comparado	a	um	solo	com	teor	de	argila	menor.	isso	ocorre	devido	à	
composição	mineralógica	dos	argilominerais,	indicando	uma	argila	de	atividade	alta.	O	
percentual	de	areia	de	uma	amostra	também	tem	relação	com	os	índices.	assim,	os	solos	
que	contenham	o	mesmo	argilomineral,	mas	que	apresentem	teores	de	areia	distintos	
terão	os	índices	de	consistência	menores,	quanto	maior	for	o	teor	de	areia.
importante!
Os índices de consistência dos solos são fundamentais para a sua identificação 
e classificação, sendo possível prever o comportamento do solo. Segundo Sousa 
Pinto (2006), os solos são mais compressíveis e sujeitos a recalques quanto maior 
for o seu índice de liquidez. Assim, os índices de Atterberg são uma importante 
indicação das partículas existentes no solo.
Atividade	das	argilas
Os Índices de Atterberg são influenciados também pelos tipos de argilominerais 
presentes no solo e pela sua quantidade proporcional. Como vimos na tabela 2, 
os diferentes minerais de argila apresentam limites de liquidez e de plasticidade 
distintos. Isso ocorre devido à estrutura mineralógica dos minerais, que alteram a 
quantidade de água que circunda as partículas de argila e sua absorção.
A atividade das argilas é uma indicação da influência das características mi-
neralógicas das frações finas nas propriedades geotécnicas de solos com textura 
argilosa. É possível determinar a atividade da fração de argila dos solos, conforme 
a equação:
em que IP = índice de plasticidade.
Exercícios resolvidos
1. Para a determinação do limite de liquidez de um solo, utilizando o aparelho 
de Casagrande, foram realizadas cinco repetições do ensaio em diferentes 
teores de umidade, conforme a tabela a seguir. Qual o limite de liquidez do 
solo representado?
tabela	4
Ensaio Umidade	(%) Nº	de	golpes
1 52,8 36
2 54,3 29
3 56 22
4 57 19
5 57,9 16
Fonte:	Marcatto	(2019).
Solução
Para definir o limite de liquidez, é necessário construir um gráfico que represente 
o teor de umidade no eixo Y e o nº de golpes necessários para fechar a ranhura 
no eixo X. A partir da construção do gráfico, obtém-se a umidade correspondente 
a 25 golpes, conforme o gráfico a seguir.
Figura	8
Fonte:	Marcatto	(2019)
Assim, a umidade correspondente ao limite de liquidez será de, aproximadamen-
te, 55,5%.
2. A determinação da umidade de um cilindro de 3 mm de diâmetro, quando 
se fragmentava ao ser moldado, está representada na tabela a seguir.
tabela	5
Ensaios	 Umidade	(%)
1 32,8
2 33,4
3 34,1
4 34,4
Fonte:	Marcatto	(2019)
1918
21
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
a) Qual o limite de plasticidade desse solo?
b) Considerando que o limite de liquidez desse solo seja 48,3%, qual o 
índice de plasticidade?
Solução:
a) Para determinar o limite de plasticidade, calcula-se um valor médio da umida-
de obtida nas repetições do ensaio. Assim:
LP = (32,8 + 33,4 +34,1 + 34,4)/4
LP = 33,675%
Como é necessário desconsiderar os valores que estiverem acima ou abaixo de 
5% dessa média, temos:
33,675 + 5% = 35,36%
33,675 - 5% = 31,99%
Como os resultados de umidade estão entre o intervalo de do valor médio, 
o limite de plasticidade será 33,675%, não sendo necessário descartar nenhum 
valor de umidade obtido com as repetições.
b) O índice de plasticidade é dado por IP = LL - LP
IP = 48,3 - 33,67 = 14,6%
3. Uma amostra de um solo residual fino foi utilizada para a determinação do 
limite de contração do solo. O peso úmido da amostra contida na cápsula 
de porcelana foi de 66,3 g, com volume de 28,7 cm³, e o peso seco de 
51,7 g, com volume de 19,2 cm³. Qual o limite de contração dessa amos-
tra?
Solução:
O limite de contração é dado por:
LC = (M1 - M2)/M2 × (100) - (Vi - Vf)/M2 × (ya) × (100) 
M1 = 66,3g
M2 = 51,7g
Vi = 28,7%
Vf = 19,2%
ya = 1g/cm³
LC = (66,3 - 51,7)/51,7 x (100) - (28,7 - 19,2)/51,7 x (1) x (100)
LC = 9,8%
Importante!
Conhecemos,	nesta	unidade,	a	consistência	e	a	plasticidade	e	os	limites	de	consistência	
dos	solos	em	diferentes	teores	de	umidade.	É	importante	relembrar:
1)	a	consistência	dos	solos	refere-se	a	sua	resistência	a	forças	que	tendem	a	romper	
o	solo;
2)	a	plasticidade	refere-se	a	uma	propriedade	dos	solos	finos,	que	permitem	que	eles	
sejam	moldados	sem	esfarelar;
3)	os	limites	de	consistência	são	definidos	pela	umidade	de	um	solo.	de	acordo	com	o	
estado	de	umidade	dos	solos,	eles	apresentam	um	limite	de	contração,	plasticidade	
e	liquidez;
4)	o	limite	de	liquidez	é	definido	como	o	teor	de	umidade	correspondente	a	25	gol-
pes	do	aparelho	de	Casagrande;
5)	o	limite	de	plasticidade	é	o	estado	em	que	o	solo	começa	a	se	quebrar	quando	
tenta	se	moldar	um	cilindro	de	3	mm	de	diâmetro	e	10	cm	de	comprimento;
6)	a	partir	do	limite	de	liquidez	e	do	limite	de	plasticidade,	determina-se	o	índice	de	
plasticidade;	
7)	os	valores	de	LL	e	Lp	têm	relação	direta	com	a	estrutura	cristalina	do	mineral	e	
com	a	atividade	da	argila;
8)	gráfico	de	plasticidade	é	a	representação	do	limite	de	liquidez	e	do	índice	de	plastici-
dade	de	diferentes	solos,	sendo	muito	utilizado	nos	sistemas	de	classificação	dos	solos;
9)	limite	de	contração	é	o	teor	de	umidade	em	que	ocorre	a	mudança	do	estado	semis-
sólido	para	o	sólido,	e	significa	dizer	que,	nesse	estado,	o	solo	não	perde	mais	volume;
10)	o	índice	de	consistência	dos	solos	é	definido	pelo	limite	de	liquidez,	pela	umi-
dade	e	pelo	índice	de	plasticidade	dos	solos,	sendo	classificados	nas	classes:	muito	
moles,	moles,	médios,	rijos	e	duros.
em	Síntese
Os limites de consistência dos solos são mais um dos parâmetros fundamentais 
para compreender o comportamento dos solos, como vimos ao longo desta. Junta-
mente com a composição granulométrica dos solos, são utilizados como referência 
na classificação dos solos em diferentes grupos, como veremos na 5.
2120
23
Unidade Plasticidade e Consistência dos Solos
Material	Complementar
indicações	para	saber	mais	sobre	os	assuntos	abordados	nesta	Unidade:
	 Sites
Virtual	Soil	Science
O website da Virtual Soil Science disponibiliza materiais sobre diversos parâmetros 
dos solos, que podem ser estudados. Os Limites de Atterberg estão entre os materiais, 
contendo vídeos que demonstram de que maneira o ensaio de limite de liquidez e limite 
de plasticidade são determinados no laboratório.
https://bit.ly/2Svieio
Sociedade	Internacional	de	Mecânica	dos	Solos	e	Engenharia	Geotécnica
O website da Sociedade Internacional de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica 
disponibiliza um grande volume de materiais em diferentes formatos (vídeos, artigos, 
livros) sobre a área.
https://bit.ly/2GzrUoi
	 Leitura
Determinação	do	Limite	de	Liquidez	em	dois	tipos	de	Solo,	utilizando-se	diferentes	Metodologias
Conhecer a eficiência das metodologias aplicadas no estudo dos solos torna os 
resultados mais confiáveis. No artigo intitulado “Determinação do limite de liquidez 
em dois tipos de solo, utilizando-se diferentes metodologias”, os autores aplicaram a 
metodologia do aparelho de Casagrande e a metodologia do cone de penetração, a 
fim de verificar qual foi mais eficiente na determinação do limite de liquidez do solo. 
SOUZA, C. M. A.; RAFULL, L. Z. L; VIEIRA, L. B. Determinação do limite de liquidez 
em dois tipos de solo, utilizando-sediferentes metodologias. Revista Brasileira de 
Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 4, n. 3, 2000.
https://bit.ly/2C3vpH9
The	Colloidal	“Activity’	of	Clays
A atividade da fração fina do solo tem relação direta com a sua consistência, como 
vimos nesta Unidade. O artigo “The colloidal “Activity’ of clays” é um clássico na 
abordagem sobre a atividade da fração coloidal dos solos. Pela leitura, é possível 
adquirir mais conhecimento a respeito do comportamento dos argilominerais e de que 
maneira influenciam na plasticidade do solo.
https://bit.ly/2t1zia1
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: determina-
ção do limite e relação de contração de solos. Rio de Janeiro, 1982.
________. NBR 6484: Solo: sondagens de simples reconhecimento com SPT – 
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001
________. NBR 7180: Solo: determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro, 2016
________. NBR 7183: Solo: determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, 2016.
ATTERBERG Limit Tests (LL & PL). University of Texas at Arlington Geotech-
nical Engineering Laboratory Test Procedure. Disponível em: < http://www.uta.
edu/ce/geotech/lab/Main/Soil%20Lab/05_atterberg%20Limit%20tests/atter-
berg%20limit%20test.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2019. 
BICALHO, K. V.; GRAMELICH, J. C; CUNHA, C. L. S. Comparação entre os 
valores do limite de liquidez obtidos pelos métodos de Casagrande e cone para so-
los argilosos brasileiros. Comunicações Geológicas, v. 101, n. III, 2014.
BURMISTER, D. M. Principles and techniques of soil identification. Proceedings, 
Annual Highway Research Board Meeting, National Research Council, 
Washington DC, v. 29, 1949.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Livros Técnicos e Científicos, 1988.
DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 7. ed. São Paulo: Cengage 
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MITCHELL, J. K.; SOGA, K. Fundamentals of Soil Behavior. Nova York: Wiley, 2005.
MOLINA, J. W. F. Comportamento mecânico do solo em operações agrícolas. 
Piracicaba: ESALQ/USP, 2017.
PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. São Paulo: Oficina de tex-
tos, 2006.
2322
http://www.uta.edu/ce/geotech/lab/Main/Soil Lab/05_atterberg Limit tests/atterberg limit test.pdf
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http://www.uta.edu/ce/geotech/lab/Main/Soil Lab/05_atterberg Limit tests/atterberg limit test.pdf

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