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HABILIDADES E TÉCNICAS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO ORGANIZADORES FRANCISCA KELCIA DE SOUSA LIMA; ÉRICA ALVES A DE CARVALHO Habilidades e técnicas de depilação e epilação GRUPO SER EDUCACIONAL O livro Habilidades e técnicas de depilação e epilação é direcionado para estudantes de cursos de estética. Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo sobre a história e a evolução dos métodos depilatórios, higienização e descarte de material, normas de biossegu- rança para pro�ssionais e clientes, técnicas epilatórias, técnicas depilatórias, asso- ciações eletroterápicas, depilação com linha, e cuidados com a pele antes e depois da depilação e da epilação. Após a leitura da obra, o leitor vai conhecer a história da depilação e sua importância para entender os relacionamentos sociais humanos; aprender sobre a evolução dos métodos depilatórios através da história; entender as diferenças entre métodos depilatórios e epilatórios; saber os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do pro�ssional de depilação, bem como a importância de conhecer as normas da Anvisa; tomar conhecimento da diferença entre assepsia e antissepsia; compreender o procedimento correto da higienização das mãos, fricção antisséptica das mãos, limpeza e desinfecção de ambientes, esterilização de materiais que entrarão em contato com o cliente, entre outros; observar os diferentes métodos epilatórios e depilatórios, bem como suas vantagens e desvantagens; apreender que não existe um método correto e sim uma escolha do método adequado a cada caso; veri�car como deve ser a �cha de avaliação para o pré-depilatório; reconhecer indicações de tratamentos pré e pós-depilatórios, e muito mais. Aproveite a leitura do livro. Bons estudos! HABILIDADES E TÉCNICAS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO ORGANIZADORES FRANCISCA KELCIA DE SOUSA LIMA; ÉRICA ALVES A DE CARVALHO gente criando futuro C M Y CM MY CY CMY K HABILIDADES E TÉCNICAS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Diretor de EAD: Enzo Moreira Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes Coordenadora educacional: Pamela Marques Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi Lima, Francisca Kelcia de Sousa. Habilidades e técnicas de depilação e epilação / Francisca Kelcia de Sousa Lima; Érica Alves A de Carvalho: Cengage – 2020. Bibliografia. ISBN 9786555580983 1. Estética Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com “É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da democracia com a ampliação da escolaridade. Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer- lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no contexto da sociedade.” Janguiê Diniz PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL Autoria Francisca Kelcia de Sousa Lima Bacharel em estética e cosmetologia, formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós graduanda em docência de ensino superior e tutoria de E.A.D, atua na área da estética há quase 10 anos em vários seguimentos, como clínicas de estética e cirurgia plástica e Spas renomados de Sp. Produz, desenvolve e implementa projetos relacionados a estética em clínicas atuando como consultora. Docente de diversos cursos na área da estética, já ministrou aulas em instituições de renome como Cruz Vermelha, Senac, Universidade Braz cubas como tutora do curso de estética E.A.D, além de produzir conteúdos relacionados a área da beleza e bem estar para cursos de estética. Érica Alves Arantes de Carvalho Graduada em Estética e Cosmética pela Universidade de Franca (2008), Licenciada em Biologia pela Universidade de Franca (2013), Especializada em Docência para Educação Profissional pelo Centro Universitário Senac (2013), Mestra em Ciências na Área de Química Biológica pela Universidade de Franca (2014 - 2015), Graduanda no terceiro período do Curso de Ciências Farmacêuticas na Universidade de Franca, Docente de Educação Profissional na Área de Saúde e Bem-Estar no Senac - São Paulo e ministra Cursos para Educação Corporativa na mesma instituição. SUMÁRIO Prefácio .................................................................................................................................................8 UNIDADE 1 - A história e evolução dos métodos depilatórios .........................................................9 Introdução.............................................................................................................................................10 1 História da depilação ......................................................................................................................... 11 2. Conceito de depilação e epilação ..................................................................................................... 15 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................26 UNIDADE 2 - Higienização e descarte de material e normas de biossegurança para profissionais e clientes ...........................................................................................................27 Introdução.....................................................................................................................................28 1 Conscientização, prevenção e biossegurança ..............................................................................29 2 Ambiente de trabalho e seus riscos .............................................................................................31 3 Controle de microrganismos .......................................................................................................32 4 Método de controle biológico ....................................................................................................35 5 Qualidade ...................................................................................................................................36 6 Boas práticas ..............................................................................................................................39 7 Equipamento de Proteção Individual – EPI .................................................................................44 8 Vacinação ...........................................................................................................................................47 9 Ergonomia ..........................................................................................................................................4810 Acidente com material biológico .................................................................................................... 52 11 Ambiente de trabalho ..................................................................................................................... 53 12 Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde .......................................................................... 58 13 Boas práticas no processamento de produtos: limpeza, desinfecção, esterilização e validação da esterilização................................................................................................................... 63 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................69 UNIDADE 3 - Técnicas epilatórias, depilatórias e associações eletroterápicas .................................71 Introdução.............................................................................................................................................72 1 Técnicas de depilação e epilação ...................................................................................................... 73 2 Métodos depilatórios ........................................................................................................................ 74 3 Métodos epilatórios .......................................................................................................................... 77 4 Recursos eletroterápicos aplicados na depilação .............................................................................. 84 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................90 UNIDADE 4 - Depilação com linha e cuidados com a pele no pré e pós depilação e epilação ...........91 Introdução.............................................................................................................................................92 1 História da depilação com linha ........................................................................................................ 93 2 Cuidados com infecções .................................................................................................................... 94 3 Preparo do ambiente ........................................................................................................................ 94 4 Eletroterapia nos procedimentos de depilação ................................................................................ 95 5 Ficha de avaliação para o pré-depilatório ......................................................................................... 97 6 Técnica de depilação com linha ......................................................................................................... 99 7 Indicações e cuidados pré e pós-depilatórios .................................................................................... 102 8 Tratamentos em cabine pré e pós-depilatórios com argiloterapia ....................................................104 9 Tratamentos pré e pós-depilatórios com sais de Epsom ...................................................................108 10 Protocolo detox e hidratante corporal com sais ............................................................................. 108 11 Protocolo de banho dourado .......................................................................................................... 109 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................112 O livro Habilidades e técnicas de depilação e epilação traz ao leitor, além de informações básicas da área, o conteúdo descrito a seguir em suas quatro unidades. Entre os assuntos, a primeira unidade, A história e evolução dos métodos depilatórios, trata da evolução da área desde os primeiros métodos de retirada de pelo, partindo das versões mais rudimentares até os métodos mais modernos. O leitor conhecerá a diferença entre método depilatório e método epilatório e suas características, aplicações e técnicas relacionadas. A segunda, Higienização e descarte de material e normas de biossegurança para profissionais e clientes, explica os conceitos de biossegurança e boas práticas e seus procedimentos operacionais. O leitor vai entender os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do profissional de depilação e a importância das normas de vigilância sanitária para o pleno exercício da profissão. A terceira unidade, Técnicas epilatórias, depilatórias e associações eletroterápicas, aborda o conceito de depilação e epilação, suas diferentes características e aplicações, e as principais apresentações de cada método. O leitor vai aprender os fundamentos básicos envolvidos na escolha de cada técnica e os fatores que devem ser considerados para a aplicação de cada uma. Para finalizar a descrição da obra, a quarta unidade, Depilação com linha e cuidados com a pele no pré e pós depilação e epilação, informa o leitor quanto ao conceito de depilação com linha. O leitor vai entender o procedimento para realizar a técnica, contribuindo para a sua qualificação e sucesso profissional na área da beleza. Esta é apenas uma pequena amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. A ele, desejamos sorte em seus estudos! PREFÁCIO UNIDADE 1 A história e evolução dos métodos depilatórios Olá, Você está na unidade A História e evolução dos métodos depilatórios. Conheça aqui a evolução da área desde os primeiros métodos de retirada de pelo, partindo das versões mais rudimentares até os métodos mais modernos, seguros e eficazes aplicados, atualmente. Aprenda a diferença entre método depilatório e método epilatório bem como suas características, aplicações e técnicas relacionadas. Conheça as estruturas que formam a unidade funcional do pelo, suas fases de crescimento e a relação entre essas fases e os processos depilatórios e epilatórios. Bons estudos! Introdução 11 1 HISTÓRIA DA DEPILAÇÃO A busca do belo é quase tão antiga quanto à própria civilização humana, que tenta a cada momento histórico fazer uma nova interpretação ou leitura própria do conceito de beleza aplicável em cada período. E isso não seria diferente com relação à remoção dos pelos. Cada momento histórico conta como os pelos eram percebidos, socialmente. Ao olharmos, por exemplo, uma obra de arte Grega, veremos a ausência total de pelos na representação feminina, deixando a pele lisa e quase infantil. Porém, ao notarmos as diversas representações masculinas, o pelo é destacado como sinônimo de virilidade, ideia que se perpetuou durante muito tempo. Ao analisarmos a história humana, veremos que essa leitura do belo vem sempre unida ao conceito de saúde e bem-estar físico, social e, por vezes, até espiritual. Vale ressaltar que cada época tem uma leitura própria do belo e aceito socialmente, e se faz necessário entender que esses conceitos são transitórios e cabem apenas para interpretação de determinado momento histórico e suas características. Portanto, a presença ou ausência de pelos ou sua aceitação social faz parte de um contexto sempre maior a ser analisado. Figura 1 - Depilação Fonte: Art_rich, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: na imagem temos uma modelo retirando os pelos da parte da coxa como se estivesse se despindo de uma meia fina recoberta de pelos. 1.1 A depilação no Egito A depilação não é uma técnica moderna e cada cultura desenvolveu métodospróprios para a remoção de pelos em áreas corporais distintas. Dessa forma, a depilação é uma técnica milenar. Existem relatos da utilização de conchas e pedras na raspagem de pelos faciais nas civilizações pré-históricas. Porém, foram as técnicas de remoção de pelo adotadas no antigo Egito que ainda são citadas como as mais próximas dos métodos que utilizamos, atualmente. D´Angelo et al. (2011, p. 5) afirmam que os egípcios apresentavam rituais de embelezamento tanto para bem-estar pessoal quanto para a apresentação em cerimônias religiosas, associando 12 os cuidados pessoais à manutenção de saúde e bem-estar, pois acreditavam que os rituais de embelezamento e higiene poderiam afastar o mal ou mesmo combater doenças. Mais que uma técnica para preservação da higiene, a depilação era vista como sinal de status social e vista como sinal de evolução civilizatória. Na época, as técnicas utilizadas para remoção do pelo eram muito semelhantes com os métodos de depilação atuais. Aos egípcios pertence também o primeiro registro de cera depilatória, sendo uma mistura de argilas, mel e sândalo, aplicada sobre a pele para a remoção dos pelos indesejados. Figura 2 - Cleópatra Fonte: Mia Stendal, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: na imagem temos o desenho de um perfil facial de faraó, ao fundo o desenho de uma pirâmide egípcia e em casa lateral do desenho a imagem de um cachorro deitado sobre as patas simbolizando o poder do império egípicio. 1.2 A depilação na Grécia Poucas civilizações contribuíram tanto para o entendimento e estudo dos conceitos de beleza quanto à civilização Grega. Tanto que a palavra “estética” tão utilizada atualmente, tem origem no termo grego aisthetiké, que significa “perceber”, “notar”. Se a percepção do pelo já fazia parte dos estudos filosóficos gregos, nada mais natural do que encontrar citações de formas e tratamentos para o corpo para a época. Os Gregos também eram adeptos da remoção dos pelos, o que por vezes mostrava-se um ritual muito doloroso e consistia na retirada manual dos pelos um a um e a aplicação de cinzas ainda quentes sobre a pele, o que causava muito desconforto. Como forma de minimizar o sofrimento da remoção de pelos, as mulheres Gregas e Romanas adaptaram o uso do estrigil, que já fazia parte das rotinas de higienização diária. O estrigil era um pequeno instrumento de metal curvado no arco, utilizado para remover suor e sujeiras leves do corpo. Quando foi adaptado à remoção de pelos, o estrigil passou a ser friccionado sobre a pele previamente umedecida por uma mistura de argila, cinzas e pastas vegetais, que deviam 13 umedecer e amolecer a estrutura do pelo do corpo, facilitando assim a remoção dos mesmos. A depilação era um ato tão desconfortável que, por vezes, era necessário a ingestão de bebidas fortes para que se pudesse suportar o desconforto. Se para as mulheres a depilação era um ato comum, como se pode observar nas diversas estátuas e pinturas gregas, a depilação masculina não era tão rotineira e pode-se notar a presença dos pelos em diversas obras de arte. O pelo era associado à virilidade e à masculinidade, características tão apreciadas pelos Gregos e Romanos. Figura 3 - Grécia Fonte: Black Mac, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: na imagem temos o desenho de três homens deitados em divas com folhas de louro na cabeça e o tórax desnudo, representando figuras gregas. 1.3 A depilação na América pré-colombiana Outras culturas também utilizavam métodos próprios para remoção de pelo, inclusive os povos indígenas brasileiros pré-colombianos. Com a chegada dos portugueses ao Brasil, uma das características notadas nos povos indígenas foi a ausência de barba nos homens e pelos pubianos nas mulheres, o que se atribuiu, primeiramente, a uma característica natural, como imaginaram os portugueses nos primeiros relatos escritos em carta por Pero Vaz de Caminha à coroa Portuguesa. Porém, em um segundo momento, a remoção do pelo mostrou-se ser um hábito depilatório comum da cultura de diversas tribos locais, que apesar de realmente não apresentarem muitos pelos corporais, desenvolveram métodos para remoção dos pelos existentes. As mulheres nativas removiam os pelos friccionando uma de espinha de peixe (peixe-lixa) contra a pele. Elas ainda retiravam os pelos um a um, manualmente. 14 Figura 4 - Índios Fonte: Wallace Teixeira, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: na imagem temos o desenho da foto do rosto de uma mulher indígena com pinturas faciais e com os pelos da sobrancelha e topo da cabeça raspada. 1.4 A depilação na Idade Média Segundo a historiadora Mary Del Priori, o hábito de remover os pelos foi abandonado em parte por pressão da igreja que via nessa prática um estímulo ao pecado e associação à bruxaria, mas também em parte pela visão dos pelos como expressão de feminilidade. Se por um lado a igreja não via com bons olhos o hábito da depilação ou mesmo qualquer contato prolongado com o próprio corpo, como, por exemplo, o ritual do banho, chegando inclusive a aconselhar as mães que usassem um pano úmido apenas para realizar a higiene diária dos filhos, por outro lado, a presença dos pelos femininos era vista como símbolo de erotismo, sendo muito apreciados. No entanto, durante o período renascentista, o padrão de beleza passa por nova mudança no século XV, época em que a pele sem pelos volta a ser apreciada. Assim, mais métodos para a remoção dos pelos, principalmente, os pelos faciais, foram desenvolvidos. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 15 1.5 A depilação no século XX Apesar do aumento da procura por métodos de remoção dos pelos faciais, o primeiro aparelho foi desenvolvido apenas no século XVIII e era vendido apenas para remoção de barba. O aparelho consistia em uma navalha dobrável protegida para remover o pelo sem causar corte na pele. Somente na década de 1920, a lâmina foi adequada ao uso feminino e isso se deve ao aumento dos editais de moda femininos e a exposição das pernas que a nova moda exigia. Nos anos 1930, algumas farmácias já vendiam preparos químicos para a remoção de pelos para atender essa nova demanda, visto que apresentar as pernas com pelos passou a ser um sinal de deselegância. Outro exemplo da relação entre vestuário e depilação é o surgimento do traje de banho conhecido como biquíni na década de 1940. A peça, ao expor áreas do corpo antes cobertas, impulsionou também o aumento da depilação de virilha. Ao longo do século XX, surgiram diversos métodos depilatórios e o conhecimento da fisiologia do pelo fez surgir também práticas mais seguras e eficazes. E assim, chegamos aos dias de hoje. Atualmente, depilação é vista, novamente, não somente como método de embelezamento, mas também como hábito de higiene em muitas culturas. Neste momento, após essa breve explanação sobre o conteúdo, acredita-se que seja possível ampliar a perspectiva e aprofundar mais alguns conceitos, e também, exemplificar alguns modos de contabilização para assim oferecer uma experiência prática e elucidar possíveis questões que ainda possam não estar esclarecidas. 2. CONCEITO DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO Conforme abordado, anteriormente, os métodos de remoção de pelos não são recentes. Porém, é importante ressaltar que o estudo sobre a fisiologia do pelo lançou luz sobre esses métodos de maneira que, hoje, é possível entender os mecanismos de crescimento dessas estruturas e compreendê-las. Por isso, atualmente, a área tem o melhor para que cada método aplicado tenha os resultados mais satisfatórios possíveis, além da preservação da integridade da pele da região tratada. Ao entender as estruturas do pelo e seu funcionamento, podemos compreender que cada método de remoção atua de uma forma diferente e, mais ainda, que nem todos os métodos aplicados promovem a remoção completa do pelo. O pelo é composto por uma porção que pode ser observada, externamente, à pele chamada haste e, uma porção localizada na parte interior da pele denominada raiz dopelo. 16 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2.1 Métodos de remoção do pelo Com o entendimento da estrutura do pelo em mente, é possível entender o processo de remoção do mesmo com maior clareza. Sendo assim, a remoção do pelo é um procedimento mecânico onde é gerado um trauma sobre os pelos de determinada região do corpo, variando em extensão de acordo com o método aplicado. Há dois métodos de trabalho: Metódo depilatório Entende-se como método depilatório o corte do pelo sem a remoção da estrutura mais profunda denomina raiz do pelo. Ou seja, pode-se dizer que a Depilação é a técnica que corta o pelo em sua haste, porém preserva sua raiz e não gera dano permanente ou parcial nas estruturas mais profundas (BORELLI, 2007). Epilação Trata-se do método que retira os pelos, removendo a estrutura denominada raiz, causando assim um dano nessa estrutura que varia de acordo com o método escolhido. As diferenças entre os métodos epilatórios e depilatórios não se limitam às estruturas que eles removem, mas também à necessidade de avaliação sobre a aplicação de cada técnica, pois é necessário traçar um paralelo entre o que o cliente necessita e o método que pode oferecer tal resultado. Se por um lado a Epilação é um método altamente eficaz e mais duradouro, muitas pessoas não podem realizar esse método por apresentar sensibilidades cutâneas, sendo assim a Depilação mais indicada. 17 Por isso, para uma melhor escolha de método e necessidades do cliente, deve-se fazer uso da ficha do cliente ou ficha de avaliação. Mas o que vem a ser isto? A ficha de avaliação é uma ferramenta muito importante para: • Entender a necessidade do cliente. • Conhecer suas limitações e contraindicações. • Traçar um paralelo entre método e necessidade. • Acompanhar os resultados da técnica aplicada. A Depilação e a Epilação, ainda, possuem variantes, que são subclasses criadas de acordo com o mecanismo de ação do produto empregado para executar a técnica. Depilação química Variante da Depilação, esse método é realizado por meio da aplicação de cremes depilatórios que apresentam uma substância química que tem como objetivo quebrar a estrutura do fio no qual é aplicada. Essa técnica é considerada Depilação, pois essa substância não retira o pelo pela raiz e sim o corta quimicamente por sua haste. Fotodepilação ou depilação a laser Variante da Epilação, esse método ocorre via uma luz que é emitida por meio de um equipamento, sendo conduzida por meio da medula do pelo até a raiz, onde lesionará a célula germinativa presente nessa estrutura. A estrutura que atrai a luz no pelo recebe o nome de cromóforo e no caso da foto Depilação ou na Depilação a LASER é a melanina presente que cumpre esse papel. 2.2 O crescimento e a estrutura do pelo Para escolher o método mais adequado de remoção de pelos, é necessário, primeiramente, FIQUE DE OLHO A Depilação pode melhorar o desempenho de atletas de alta performance como, por exemplo, triatletas e nadadores. Esses esportistas costumam remover os pelos dos braços e das pernas para aumentar a velocidade no esporte, diminuindo assim a resistência do corpo com o ar ou a água. 18 entender a estrutura sobre a qual esse método vai agir. Portanto, conhecer o pelo e a pele, bem como a interação entre ambos, é de suma importância para qualquer profissional no exercício de sua função. Começando a entender mais sobre os pelos, trata-se de hastes queratinizadas pertencentes a um sistema denominado tegumentar, do qual também fazem parte a pele e os anexos cutâneos: unhas, glândula sebácea, glândula sudorípara e músculo eretor do pelo. Figura 5 - Pele Fonte: Anton Nalivayko, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: na imagem temos um modelo de pele coma camada hipodérmica, dérmica e epidérmica. Agora, falando sobre pele, trata-se de um órgão que reveste o corpo humano, sendo considerado o maior órgão do corpo, tendo como principal função fazer uma barreira de proteção entre o meio interno e externo. A pele apresenta diversas estruturas complexas que unidas colaboram e complementam-se na tarefa de proteger e manter a integridade do organismo humano Interaja com os botões, a seguir, para conhecer as funções fundamentais da pele: Proteção contra agentes externos A pele evita que estruturas nocivas entrem em contato com o meio interno, compondo assim, uma barreira de proteção contra agentes físicos, químicos e biológicos. Termoregulação É função da pele também manter a temperatura, seja por meio da transpiração, para reduzir o calor na superfície, seja por vasoconstrição (contração dos capilares periféricos), para aumentar a temperatura corporal quando exposta às baixas temperaturas. 19 Controle de sensação A pele é responsável por nossa comunicação sensorial com o meio externo. Por meio de terminações nervosas, entendemos e reagimos aos estímulos de pressão, dor, calor e frio. As sensações percebidas por diferentes receptores presentes na pele são as seguintes: • Corpúsculos de Paccini Responsáveis pelas percepções sensoriais de tato e pressão. • Corpúsculos de Meissner Responsáveis por percepções táteis em pele glabra. • Discos de Merkel Responsáveis por percepções táteis de movimento e pressão. • Bulbos terminais de Krauze Responsáveis por percepções térmicas de frio. • Terminais de Ruffini Responsáveis por percepções térmicas de calor. • Terminações nervosas livres Responsáveis por percepções de tração mecânica e, principalmente, de dor. • Terminações nervosas específicas Estruturas ligadas diretamente ao folículo, reagindo a qualquer estimulo mecânico aplicado sobre o pelo. • Funções metabólicas Responsável por diversas reações metabólicas como, por exemplo, a síntese de vitamina D por meio da exposição solar. No organismo, encontramos dois tipos distintos de pele: a pele glabra que não apresenta pelos como, por exemplo, palma das mãos e planta dos pés, e a pele pilificada, que apresenta pelos e recobre a maior parte do corpo (HARRIS, 2005). A pele apresenta duas camadas de tecidos distintas em estrutura e composição celular: 20 Epiderme e Derme, além de mais uma camada denominada Hipoderme ou tela subcutânea, composta, principalmente, de células de reserva energética chamadas adipócitos que atuam no armazenamento energético e em outras funções como modelagem corporal, manutenção da temperatura e síntese de alguns hormônios. Figura 6 - Depilação Fonte: solar22, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: na imagem temos das camadas da pele dispostas em três andares, sendo o primeiro de baixo para cima a tela subcutânea representada por blocos amarelos simbolizando as células de gordura, a segunda mais a cima apresenta feixes coloridos e a raiz do pelo simbolizando a Derme e a camada mais superficial apresenta uma coloração clara lisa representando a Epiderme. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2.3 Epiderme A Epiderme é uma camada de revestimento e proteção composta por tecido epitelial 21 estratificado pavimentoso queratinizado que estende por toda a superfície do corpo humano. Como não apresenta vascularização própria, a Epiderme depende da vascularização da Derme para manter suas funções, apresentando diferentes tipos celulares: • Queratinócitos Células mais numerosas da Epiderme (cerca de 80% da constituição celular) e são responsáveis pela renovação da pele. • Células de langerhans Células relacionadas ao sistema imunológico, participando ativamente da proteção contra agressões externas. • Células de Merkel Células que trabalham como receptores táteis. • Melanócito Células, localizadas na junção dermoepidermica, responsáveis pela produção e distribuição da pigmentação protetora da pele denominada melanina que atua como uma proteção contra os raios ultravioletas emitidos pelo sol. Conhecendo um pouco mais sobre a melanina, essa pigmentação protetora da pele é produzida na organela celular chamada mitocôndria por meio de uma série de reações oxidaditavas conhecidascomo síntese de tirosinase. Após a produção da melanina, a mesma é depositada sobre os queratinócitos presentes na Epiderme. Vale ressaltar que a melanina também é responsável pela coloração dos pelos corporais. Em se tratando dos queratinócitos, a Epiderme apresenta cinco camadas celulares distintas compostas principalmente por queratinócitos oriundos na junção dermoepidérmica (ligação entre a Epiderme e a Derme que marca o limite de cada camada). Tais células serão, gradativamente, empurradas para a superfície da pele onde serão eliminadas pelo processo de descamação natural. Esse fenômeno é conhecido como renovação natural da pele e dura cerca de 28 a 30 dias. As camadas a partir da junção dermoepidérmica são respectivamente: • Camada basal Camada mais próxima a Derme que recebe nutrição por meio da vascularização do tecido dérmico e possui células germinativas (queratinócitos) e melanócitos. A função primária da camada basal é produzir células. 22 Camada espinhosa Camada mais espessa da Derme, localizada, imediatamente, acima da camada basal. • Camada granulosa Acima da camada espinhosa em direção à superfície, a camada espinhosa apresenta células achatadas e tem como função a proteção da pele. • Camada lúcida Também chamada de camada de transição, é encontrada em áreas mais espessas do corpo como, por exemplo, na região palmo plantar (planta dos pés). • Camada córnea A camada córnea é a porção mais superficial da pele, de espessura variável. Sua função é ajudar a manter a integridade da pele, evitando entrada ou saída de agentes agressores. Abaixo da Epiderme, encontramos a Derme que é composta por tecido conjuntivo ricamente vascularizado, além de apresentar diversas estruturas nervosas sensoriais. A Derme é responsável pela firmeza e elasticidade da pele, pois apresenta células chamadas fibroblastos que produzem colágeno, elastina e reticulina, que são fibras associadas à firmeza, elasticidade e resistência da pele, respectivamente (BORGES, 2010). Na Derme, também está presente o folículo piloso, que apesar de apresentar tipos celulares característicos da Epiderme, encontrasse instalado na Derme. Para a realização de um tratamento epilatório ou depilatório satisfatório, é necessário entender as estruturas que compõem a pele e as formas que elas se relacionam entre si para a obtenção de melhores resultados em cabine. 2.4 Anexos da pele O sistema tegumentar é o conjunto de estruturas que revestem, protegem e mantem a integridade dos seres vivos. Ou seja, formam o revestimento externo do organismo e é composto por pele e anexos cutâneos como unhas, pelos, glândula sebácea e glândula sudorípara. Interaja com os botões abaixo para conhecer mais detalhes desses anexos cutâneos. • Unidade polissebácea Composta por pelo, glândula sebácea e uma musculatura lisa, responsável pela contração local para movimentar o pelo (visto por exemplo no arrepio), esse anexo pode ser encontrado 23 sobre toda superfície da pele, com exceção às peles glabras (sem pelo) das palmas das mãos e região palmo plantar. • Glândulas sebáceas Essas glândulas têm a função de produzir sebo e secretá-lo no ducto que liga a glândula sebácea ao pelo para que assim o sebo acesse a superfície cutânea e ajude na proteção e hidratação natural da pele. • Glândulas sudoríparas Pequenos túbulos localizados na Derme que liberam na Epiderme uma secreção na Epiderme (Glândulas écrinas) ou diretamente nos folículos pilosos (Glândula apócrina). Essas glândulas estão diretamente relacionadas com a manutenção de temperatura do corpo. • Unhas Placas córneas localizadas nas falanges distais (pontas dos dedos) e estão aderidas sobre a pele com intensa atividade proliferativa (de crescimento) em uma região chamada matriz É importante ressaltar que o pelo desenvolve-se na unidade pilossébácea, onde recebe nutrição vinda da Derme e compõe juntamente com as demais estruturas da pele um mecanismo de defesa muito eficiente. 2.5 O pelo Os pelos são estruturas queratinizadas produzidas nos folículo pilosos e apresentam uma parte aparente na pele denominada haste e uma porção interna no folículo pilosos, chamada raiz. Os pelos podem ainda ser classificados de acordo com a espessura que apresentam: • Velos Pelos mais finos e claros, localizados, normalmente, em regiões faciais. Por serem menos espessos, os velos não apresentam medula. • Terminais Pelos mais escuros e espessos que se encontram, por exemplo, na região pubiana do corpo humano. Com relação à anatomia dos pelos, o pelo apresenta três partes estruturais distintas: • Cutícula 24 Porção externa formada por camadas de células sobrepostas e sem pigmentação, que agem como camada protetora, evitando danos às regiões internas do pelo. • Córtex Camada localizada logo a baixo da cutícula e responsável por cerca de 90% do peso dos fios e também por sua coloração devido à presença de melanócitos nessa região. • Medula Conjunto de células que pode variar de acordo com a espessura do fio, localizado na porção mais interna do fio. Em fios muito finos não há medula. É importante saber que os pelos não crescem, continuamente, e apresentam um ciclo de crescimento bem definido, separado por períodos de crescimento, repouso e desprendimento denominado ciclo de crescimento do pelo. A fase de crescimento chama-se anágena, enquanto a de repouso chama-se catágena e a fase de desprendimento chama-se telógena. Interaja com os botões, a seguir, para conhecer mais detalhes. • Fase anágena Tem uma duração que varia de acordo com a área do corpo, e no couro cabeludo pode durar até 5 anos. Nessa fase, a raiz do pelo está unida a uma estrutura de crescimento celular chamada célula germinativa, recebendo, portanto, nutrição e vascularização vinda da Derme. • Fase catágena Fase de repouso, onde a raiz do pelo inicia um processo de desprendimento da base do folículo. Nessa ação, é interrompida a produção de melanina para pigmentação dos pelos. A fase catágena dura de 3 a 4 semanas. • Fase telógena O fio está completamente desprendido da papila dérmica e apresenta uma regressão no tamanho. No couro cabeludo, a fase telógena dura de 3 a 4 meses. É importante ressaltar que as fases se sucedem, continuamente, e apresentam variações de acordo com fatores genéticos e comportamentais. E tais fatores devem ser considerados na escolha de um tratamento ou durante a realização de qualquer protocolo. 25 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer a história da Depilação e sua importância para entender os relacionamentos sociais humanos; • aprender sobre a evolução dos métodos depilatórios através da história; • entender as diferenças entre métodos depilatórios e epilatórios; • estudar sobre a fisiologia do pelo e demais anexos cutâneos. PARA RESUMIR BORGES, F. S. Dermato-Funcional: modalidades terapêuticas das disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2010. BORELLI, S. Cosmiatria em Dermatologia – Usos e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Roca, 2007. D’ANGELO, J.; LOTZ, S.; DEITZ, S. Fundamentos da estética 1: Orientações e Negócio. 10. ed. São Paulo: Milady, 2011. HARRIS, M. I. N. C. Pele: estruturas, propriedades e envelhecimento. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2005. PRIORE, M. D. História do Cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001. SENAC. Depilação: O profissional, a técnica e o mercado de trabalho. Rio de Janeiro: Senac, 2004. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 2 Higienização e descarte de material e normas de biossegurança para profissionais e clientes Você está na unidade Higienização e Descarte de Material e Normas de Biossegurança para Profissionais e Clientes. Conheça os conceitos de biossegurança e boas práticas e seus procedimentos operacionais, contribuindo para a segurança e qualidade dos serviços na área da beleza. Entenda os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do profissional de depilação e a importância das normas de vigilância sanitária para o pleno exercício da profissão.Aprenda a diferença entre assepsia e antissepsia, os métodos que devemos usar para proporcionar um ambiente limpo e seguro para a prática de depilação e o procedimento correto da higienização das mãos, a fricção antisséptica das mãos, a limpeza e a desinfecção de ambientes e a esterilização de materiais que entram em contato com o cliente. Compreenda a importância do uso dos equipamentos de proteção individual e coletiva e os riscos e perigos no ambiente profissional. Conheça ainda os procedimentos fundamentais de descarte seguro de resíduos para preservação do ambiente. Bons estudos! Introdução 29 1 CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E BIOSSEGURANÇA O crescimento na área da beleza fortaleceu o reconhecimento da profissão do depilador, gerando competitividade para o mercado de trabalho. As mudanças que ocorrem diariamente em sociedade nesse segmento passaram então a exigir do profissional uma melhor qualificação. O trabalho com o embelezamento eleva a autoestima das pessoas e é muito prazeroso, porém exige uma postura ética e de respeito com o cliente e consigo mesmo. É preciso entender os riscos da profissão, sobretudo pelas evidências científicas que apontam para a possibilidade de se contrair alguma infecção pela manipulação de instrumentos habitualmente utilizados em estabelecimentos de beleza e estética. É importante ter a formação profissional e muito conhecimento referente aos fatores de risco nas diversas formas de exposição, com o intuito de contribuir para a prevenção, minimização ou eliminação dos danos inerentes a todo tipo de atividade. Vamos tratar aqui dos procedimentos de higienização, limpeza e esterilização da área de embelezamento e especificamente da depilação. A Lei n.12.592/12 de 18 de janeiro de 2012 regulamenta as atividades dos diversos profissionais da área de bem-estar e beleza. Os profissionais de que trata essa lei deverão obedecer às normas sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento a seus clientes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa - é uma agência reguladora, vinculada ao Ministério da Saúde e integrante do Sistema Único de Saúde - SUS. Tem por missão “promover e proteger a saúde da população e intervir nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada com os estados, os municípios e o Distrito Federal, de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde, para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira”. De acordo com o capítulo I, artigo 6º §1º, entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, tendo o controle da prestação de serviços que se relaciona direta ou indiretamente com a saúde (BRASIL, 1990a). Cuidar da saúde das pessoas e do trabalhador, garantindo um ambiente de trabalho seguro e saudável, é responsabilidade de todos, indivíduos e sociedades. 1.1 Prevenção e biossegurança O conceito de prevenção surgiu na década de 70. Havia na época grande preocupação com o profissional da beleza em relação à saúde do trabalhador contra riscos biológicos. Pensando na prevenção primária, a que engloba ações realizadas para evitar a ocorrência de doenças, suas estratégias são voltadas para a redução da exposição aos fatores de risco. 30 Como nada melhor para compreender um tema além de conhecê-lo é saber os seus conceitos básicos e sua aplicação, vamos iniciar nosso estudo sobre biossegurança, analisando os conceitos e ideias fundamentais, compreendendo as implicações da saúde e bem-estar do profissional, dos clientes e do meio ambiente. A biossegurança é um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou, até mesmo, eliminar os riscos presentes nas atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Tem como finalidade a proteção à saúde por meio de órgãos governamentais e de suas respectivas políticas de saúde pública. Bio significa vida, então podemos entender que o segmento abrange toda a segurança e proteção à vida em diferentes atividades. Todas as medidas de segurança e ações do cotidiano que buscam proteção são atitudes de biossegurança. As medidas de biossegurança envolvem diferentes riscos e podem prevenir danos químicos, biológicos, ergonômicos e psicológicos. Mesmo com o avanço tecnológico presente no processo de trabalho na área da beleza, as falhas na biossegurança se fazem presentes no cotidiano, exigindo dos profissionais melhorias e qualificação de suas práticas, a necessidade de atualização dos conhecimentos e a ampliação das ferramentas de sensibilização e proteção dos trabalhadores e clientes. Um exemplo claro de ações destinadas à segurança ocorreu com a propagação do vírus H1N1 no mundo, que desencadeou a chamada “gripe suína” e despertou a população para a importância da prática de biossegurança na vida diária. Houve divulgação na mídia de técnicas clínicas de higienização das mãos, uso de material descartável e até assepsia com produtos antimicrobianos. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 31 2 AMBIENTE DE TRABALHO E SEUS RISCOS Vamos conhecer agora alguns conceitos de riscos em ambientes de trabalho. 2.1 Conceito de risco e perigo O glossário de NR 10, norma do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) define risco como “a capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas” (BRASIL,1978). Sendo assim, risco é a probabilidade de ocorrer um evento bem definido no espaço e no tempo, que causa danos à saúde. Em relação ao perigo, o glossário da NR 10, o define como “situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danos à saúde por ausência de medidas de controle” (BRASIL,1978). Desse modo, perigo é a expressão de uma qualidade ambiental que apresente características de possível efeito maléfico para a saúde ou para o meio ambiente. 2.2 Riscos ocupacionais Os tipos de riscos presentes no ambiente de trabalho de forma geral estão regulamentados pela Portaria nº. 25, de 29 de dezembro de1994, do MTE (Anexo IV – NR. CIPA), que classifica os cinco grupos (Brasil, 1994b): GRUPO 1 Apresenta os riscos físicos, como ruído, vibrações, as radiações ionizantes e não ionizantes, o frio e o calor, as pressões anormais e a umidade. GRUPO 2 Representa os riscos químicos, como as poeiras, os fumos, as névoas, as neblinas, os gases, os vapores, bem como substâncias, compostos ou produtos químicos em geral. GRUPO 3 Representa os riscos biológicos, como os vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos, os parasitas e os bacilos. GRUPO 4 Representa os riscos ergonômicos, como os esforços físicos intensos, o levantamento e o transporte manual de pesos, a exigência de postura inadequada, o controle rígido de produtividade, a imposição de ritmos excessivos, o trabalho em turno e noturno, as jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, e repetitividade e outras situações causadores de estresse 32 físico ou psíquico. GRUPO 5 Representa os riscos de acidentes, como o arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, as ferramentas inadequadas ou defeituosas, a iluminação inadequada, a eletricidade, a probabilidade de incêndio de explosão, o armazenamento inadequado, os animais peçonhentos e outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. Na área da depilação, a maioria dos riscos pode ser prevenido, minimizado ou eliminado por meio da adoção de medidas adequadas de biossegurança. 3 CONTROLE DE MICRORGANISMOS Para fins didáticos, considerando a relevância do tema, abordaremos, a seguir, as terminologias básicas usadas no controle de microrganismo. LIMPEZA Remoção das sujidades depositadas nas superfícies inanimadas utilizando-se meios mecânicos (fricção), físicos (temperatura) ou químicos (saneantes), em determinado período de tempo. Atenção! Superfícies limpas conseguem reduzircerca de 80% dos microrganismos. ASSEPSIA Conjunto de procedimentos utilizados para evitar a infecção dos tecidos durante a intervenções cirúrgica. Engloba os seguintes procedimentos: esterilização, desinfecção e antissepsia. ANTISSEPSIA Técnica de desinfecção química utilizada para promover a destruição ou a inativação dos microrganismos presentes na pele, nas mucosas, em tecidos vivos de animais ou humanos. Por exemplo, fazer antissepsia das mãos antes de realizar o procedimento de depilação. DEGERMAÇÃO Técnica de retirada forçada dos microrganismos presentes na pele por meio do uso de antissépticos. Por exemplo o procedimento de passar o algodão com álcool antes da aplicação de uma injeção, ou antes dos procedimentos de depilação. 33 DEDETIZAÇÃO Adoção dos métodos ou produtos, físicos ou químicos, com a finalidade de matar ou inibir microrganismos patogênicos em superfícies ou ambientes, como salas de depilação, a ponto de não mais oferecer riscos de disseminação. DESINFECÇÃO Processo que elimina a maioria ou todos os microrganismos patogênicos, que causam doenças, exceto os esporos bacterianos, em objetos inanimados. Utiliza-se processo químico por desinfetantes ou físico por temperatura. É classificado em níveis: baixo, médio e alto. Superfícies limpas e desinfetadas conseguem reduzir cerca de 99% dos microrganismos. São exemplos de Desinfetantes: Álcool 70%, compostos fenólicos, quaternário de amônia, compostos liberadores de cloro ativo, ácido peracético, peróxido de hidrogênio. ESTERILIZAÇÃO Remoção ou destruição total de microrganismos patogênicos e não patogênicos, presentes em determinado objeto ou material. O aquecimento é a técnica mais utilizada para destruir microrganismos. Por exemplo pinças utilizadas pelas depiladoras devem ser esterilizadas sempre após o uso, garantindo a segurança da próxima cliente GERMICIDAS São agentes químicos, ou físicos capazes de eliminar os microrganismos. Por exemplo: fungicidas matam fungos e bactericidas matam bactérias. SANITIZAÇÃO Tratamento que ocasiona a redução de vida microbiana em equipamentos, até almejar níveis seguros de saúde pública SEPSE OU SEPTICEMIA Contaminação bacteriana grave por microrganismos patogênicos. 34 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3.1 Classificação dos serviços na área da saúde Segundo a terminologia básica da Anvisa, as áreas dos serviços de saúde se classificam em: • Áreas críticas: Áreas que oferecem maior risco de infecção devido ao estado grave dos pacientes e aos procedimentos invasivos. • Áreas semicríticas: São as demais áreas onde se encontram pacientes internados, mas cujo risco de transmissão de infecção é menor do que nas áreas críticas. • Áreas não críticas: São todas as áreas não ocupadas ou transitadas por clientes. Lembrando que o risco de infecção do cliente está relacionado aos procedimentos a que ele é submetido, independentemente da área em que ele se encontra. Isso deve nortear o gerenciamento dos processos de limpeza e a desinfecção de superfícies, assim como a divisão de atividades, dimensionamento de equipamentos, profissionais e materiais afins. 3.2 Classificação dos artigos nos procedimentos na área da saúde Em relação aos artigos, são classificados como: • Artigo crítico: Aqueles que cortam ou penetram na pele e mucosas. • Artigo semicrítico: Aqueles que entram em contato com a pele ou mucosa não íntegras, ou seja, machucadas. • Artigo não crítico: Aqueles que entram em contato com a pele íntegras, ou seja, não machucadas. 35 4 MÉTODO DE CONTROLE BIOLÓGICO Atualmente, existem métodos para o controle de microrganismos, sendo eles os vírus, as bactérias, os fungos, entre outros. Os métodos mais utilizados e indicados para área de depilação são os físicos e químicos. 4.1 Métodos físicos São vários os métodos físicos de esterilização. O método mais utilizado na área da beleza é o método físico por temperatura, para controle do crescimento e eliminação de microrganismos e constitui um dos métodos mais antigos eficientes. Essa técnica pode ocorrer pelo calor úmido ou seco. Método de esterilização por calor úmido Autoclave: Método de esterilização que requer um equipamento chamado autoclave. A esterilização em autoclave é alcançada após 45 minutos a 115ºC ou 15 minutos a 121ºC. Método de esterilização por calor seco Forno de Pasteur e estufas: Método de esterilização capaz de promover, dentro de uma câmara, aquecimento mais rápido, controlado e uniforme. Recomendado para materiais resistentes ao calor, como pinças utilizadas em procedimentos de depilação. No forno de Pasteur existe um termostato que regula a temperatura desejada. Dessa forma você pode utilizar as seguintes temperaturas: 121ºC por 12 horas; 160ºC por 2 horas e 170ºC por 1 hora. Fornos elétricos ou equipamentos com lâmpada ultravioleta não esterilizam os materiais de metal, como espátulas e pinças. 4.2 Métodos químicos Os métodos químicos de controle de microrganismos mais utilizados na área da beleza são: Sabão e detergentes: são utilizados nas primeiras etapas da desinfecção. Os álcoois: na concentração de 70% a 90%, possuem excelente aplicação para antissepsia da pele, a desinfecção de instrumentais, como pinças e espátulas. Nessa concentração estão classificados como nível intermediário. 36 5 QUALIDADE A qualidade é um valor subjetivo conhecido por todos e definido de forma diferenciada por diferentes grupos de sociedade. A qualidade de produtos e serviços assume diferentes apreciações e conceitos quando projetada a visão do cliente e do profissional. Do ponto de vista do cliente de um estabelecimento de beleza, a qualidade está associada ao valor e à utilidade recomendada do serviço como empatia com o profissional, agilidade e rapidez no atendimento, eficácia no tratamento, produtos utilizados, limpeza, higiene e organização do ambiente, utilização de normas de biossegurança, além do custo do serviço. Do ponto de vista do profissional, a qualidade se associa à concepção de prestação de um serviço que vá ao encontro das necessidades do cliente, o que deve ser definido de forma clara e objetiva e definir os requisitos de qualidade. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 5.1 Ferramentas utilizadas para a implementação de programas de qualidade Vamos conhecer agora as principais ferramentas para a implementação e uso de programas de qualidade. FLUXOGRAMA Permite o mapeamento individualizado de cada etapa de uma sequência de trabalho de forma detalhada ou de forma sintética, em que os setores envolvidos podem ser visualizados no processo. O objetivo principal do fluxograma é a padronização do processo na representação dos métodos, melhoria da leitura de rotinas, visualização dos responsáveis pelas atividades e 37 setores envolvidos e identificação dos pontos mais importantes das atividades visualizadas, o que permite maior flexibilização e melhor grau de analise como do processo como um todo. Figura 1 - Fluxograma aplicado à área da beleza Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta um modelo de fluxograma que pode ser aplicado à área de beleza. Nele constam etapas, atividades e os profissionais responsáveis em cada ação. FOLHA DE VERIFICAÇÃO É um formulário estruturado para viabilizar e facilitar a coleta e posterior análise de dados, sobre frequência de procedimentos. Um exemplo prático é a utilização da folha de verificação com a finalidade de anotar a frequência e outras informações na utilização da autoclave par esterilização de pinças, espátulas e outros instrumentais. 38 Figura 2 - Folha de verificação de utilização da autoclave em um estabelecimento de beleza Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta o exemplo de folha de verificação de utilização da autoclave em um estabelecimento de beleza. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) Os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) são documentos nos quais se registram os processos parao controle de dos itens mais críticos dentro de um estabelecimento. Devem servir como instrumentos para a padronização de processos e procedimentos. Devem conter as instruções sequenciais das operações e a frequência da execução, especificando o nome, a função dos responsáveis pelas atividades. Ao final da elaboração, os POPs aprovados datados e assinados pelo responsável do estabelecimento. Os POPs devem estar escritos de forma clara e objetiva, a intenção deve ser a de evidenciar facilmente a maneira como se executa o procedimento. Os itens a serem considerados nos POPs são os seguintes: 1. Objetivo: descrever nesse item os objetivos do documento. 2. Documento de referência: citar normas técnicas e legais que servem como base para o documento. 3. Campo de aplicação: descrever para quais setores ou áreas o procedimento se aplica. 4. Definições: definir termos usados. 5. Responsabilidades: citar quem serão os responsáveis pela execução do procedimento. 6. Descrição: nesta etapa devem ser descritos os procedimentos passo a passo. 7. Monitorização: citar como será feita a monitorização do procedimento. 8. Ação corretiva: descrever quais serão as ações corretivas para cada situação de não conformidade. Verificação: descrever de forma clara e objetiva, o quê, como, quando e quem executará os procedimentos. 39 6 BOAS PRÁTICAS O conceito de boas práticas é compreendido pela união da biossegurança e pela gestão da qualidade e constitui, em um sentido amplo, o conjunto de ações que permitem materializar no cotidiano o sistema de qualidade na entrega dos serviços. Essas práticas compreendem de um lado, o cumprimento das diretrizes e normas para controle dos processos, de outro lado, as condutas por parte de todos, para um nível satisfatório de segurança diante dos riscos identificados envolvendo o profissional, o cliente e o meio ambiente. A interpretação de boas práticas e gestão da qualidade demanda estratégias de motivação, participação, comunicação e solidariedade indo além da conotação normativa, sendo assim, a criatividade, a liderança, e a participação também são boas práticas a serem disseminadas. 6.1 Boas práticas para o profissional Tão importante quanto ser especialista no que faz é ter uma boa postura e apresentação profissional. Nesse sentido, apenas o conhecimento técnico-científico não basta. É fundamental para os profissionais da área de beleza desenvolver com sensatez e competência suas atribuições, buscando novas formas de agir alinhados à conduta ética. Para tanto, os profissionais devem atentar-se para: • Falar baixo. • Comunicar-se de forma clara e objetiva, evitando gírias. • Agir com cordialidade e flexibilidade nas relações interpessoais. • Cooperar com a equipe. • Ser proativo na solução dos problemas. • Valorizar e respeitar a diversidade. • Manter o sigilo profissional no trato de informações. • Respeitar a privacidade do cliente. • Não mascar chiclete durante o atendimento. • Não comer, beber ou fumar no local de atendimento. • Manter a higiene e asseio corporal. • Manter a pele limpa. • Estar sempre com os dentes limpos e hálito saudável. 40 • Deixar barba e bigode aparados ou ausentes, se interferir na eficácia de EPIs. • Usar perfume suave. • Usar maquiagem suave. • Deixar o cabelo higienizado e preso, de forma que não atrapalhe a prática profissional. • Manter as unhas limpas e curtas. • Usar roupas discretas, sem decote e transparência, calça comprida e jaleco, preferencial- mente de cor branca ou clara. • Usar calçado fechado, impermeável e resistente à puntura, preferencialmente de cor clara. • Não utilizar adornos durante as práticas profissionais. São considerados adornos: alianças, anéis, pulseiras, relógios de uso pessoal, colares, brincos, broches, piercings expostos, gravatas e crachás pendurados com cordão. Importante: A NR 32 proíbe o uso de adornos pelos trabalhadores, principalmente os que mantêm contato com agentes biológicos. Os adornos acumulam microrganismos capazes de adoecer profissionais e clientes! 6.2 Higienização das mãos A higienização das mãos (HM) é o processo que tem por finalidade remover a sujidade, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e alguns microrganismos da pele. É a medida individual mais simples e de baixo custo para prevenir a propagação das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). IRAS atualmente é o que chamávamos de infecção hospitalar. O termo foi ampliado com o entendimento de que essas doenças não estão somente no hospital, mas também em qualquer local de atendimento à saúde, por exemplo, nos centros de embelezamento e consultórios odontológicos. Quanto mais esclarecimentos tivermos da microbiota normal da pele, melhor para realizarmos a higienização correta das mãos e aplicação das boas práticas. Se pensarmos na pele que reveste o nosso organismo, sabemos que ela isola componentes orgânicos do meio exterior, impedindo a ação de agentes externos de qualquer natureza, oferecendo a proteção imunológica de que precisamos. Devido à sua localização e extensa superfície, a pele é constantemente exposta a vários tipos de microrganismos do ambiente, como fungos e bactérias, tais como: • Microbiota infecciosa: Compõe microrganismos causadores de doenças, mais resistente à remoção pela higienização simples das mãos. 41 • Microbiota transitória: Pode compor microrganismos causadores de doenças, sobrevive por curto período de tempo, é removido pela higienização simples das mãos. • Microbiota residente: Compõe microrganismos menos prováveis de infecções, vive perma- nentemente na pele, mais resistente à remoção apenas pela higienização simples das mãos. Vale lembrar ainda que fungos como Candida spp. e vírus da hepatite A, B, C, podem colonizar transitoriamente a pele, principalmente polpas digitais, após contato com clientes ou superfícies inanimadas. Uma pesquisa inédita sobre o “Custo das doenças do dia a dia”, feita em parceria com a Escola de Higiene Tropical de Londres, revelou que a família brasileira gasta, em média, R$ 1.151,55 por ano com episódios de doenças causadas por microrganismos, as quais poderiam ser evitadas pelo simples hábito de higienizar as mãos. Principais doenças detectadas pela pesquisa são: respiratória 33,3%, diarreicas 11,8% e infecções de pele 7,4%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a lavagem das mãos com sabonete pode reduzir infecções diarreicas em até 40%. As mãos são as principais ferramentas de trabalho do profissional da saúde e, portanto, a principal forma de transmissão de doenças. O termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. Existem quatro técnicas utilizadas para higienização das mãos na área da saúde, sendo elas: HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS Lavatório, água corrente, sabonete líquido neutro, papel toalha e lixo. HIGIENIZAÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS Lavatório, água corrente, sabonete líquido antisséptico, papel toalha e lixo. FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS Solução Antisséptica por exemplo, álcool 70% gel, espuma de clorexidina, dentre outros. Contraindicado quando as mãos estiverem visivelmente sujas, assim como sua utilização imediatamente após a higienização com água e sabonete, devido à remoção excessiva da oleosidade natural da pele e maior ocorrência de irritação, lesões e dermatites. ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS Realizada em processos cirúrgicos e procedimentos invasivos de alta complexidade. Relatório da Anvisa pontua que os profissionais da saúde higienizam as mãos menos da metade das vezes que deveriam e, desses, apenas 31% realizam a técnica de forma adequada. 42 É preciso estar atento para realização adequada desta prática com a finalidade de minimizar os riscos de contaminação por agentes biológicos. Importante: antes de iniciar as técnicas, é necessário retirar os adornos (anéis, pulseiras, relógio, dentre outros), pois sob tais objetosacumulam-se microrganismos causadores de doenças! De acordo com a Anvisa, seguem a seguir dicas de como higienizar as mãos com água e sabonete. 1. Molhe as mãos com água. 2. Aplique a quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos. 3. Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si. 4. Friccione a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa. 5. Entrelace os dedos e friccione os espaços entre os dedos. 6. Friccione o dorso dos dedos de uma das mãos com a palma da mão oposta, com movimentos de vaivém, segurando os dedos e vice-versa. 7. Friccione o polegar esquerdo em movimento circular, com o auxílio da palma da mão direita, e vice-versa. 8. Friccione, fazendo movimento circular, as polpas dos dedos e as unhas da mão direita contra a mão esquerda, e vice-versa. 9. Enxágue bem as mãos com água. 10. Seque as mãos com papel toalha descartável. 11. No caso de torneira com fechamento manual, utilize sempre o papel toalha para fechar a torneira e jogue-o no lixo após o uso. 12. Agora suas mãos estão limpas. Essa ação deve durar o tempo de 40 a 60 segundos (ANVISA). Vejamos agora como higienizar as mãos realizando a fricção antisséptica com preparações 43 alcoólicas. 1. Aplique a quantidade suficiente de preparação alcoólica em uma das mãos em forma de concha, para cobrir todas as superfícies das mãos. 2. Aplique a preparação alcoólica nas mãos friccionando-as entre si. 3. Friccione a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa. 4. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais 5. Friccione o dorso dos dedos de uma das mãos com a palma da mão oposta, com movimentos de vaivém, segurando os dedos e vice-versa. 6. Friccione o polegar esquerdo em movimento circular, com o auxílio da palma da mão direita, e vice-versa. 7. Friccione, fazendo movimento circular, as polpas dos dedos e as unhas da mão direita contra a mão esquerda, e vice-versa. 8. Quando estiverem secas suas mãos estarão seguras. Essa ação deve durar o tempo de 20 a 30 segundos (ANVISA). Higienizar as mãos é uma prática de segurança e saúde que serve para todos. No entanto, os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantêm contato direto ou indireto com o cliente, devem redobrar esse cuidado e atenção. No ambiente profissional devemos realizar a higienização das mãos: Antes da realização de procedimentos assépticos, ou seja, livres de microrganismos. • Antes e após o contato com o cliente. • Antes e após calçar luvas. • Após contato com áreas próximas ao cliente. • Após risco de exposição a fluidos ou secreções corporais. • Sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas. • Antes de comer ou manusear os alimentos. • Antes e após ir ao banheiro. 44 • Após assoar o nariz, tossir ou espirrar. • Após tocar em animais ou nos seus dejetos. • Após manusear lixos. • Após usar os transportes e ambientes públicos. 6.3 Boas práticas na higienização das mãos Para a garantia das boas práticas na higienização das mãos, são recomendados alguns cuidados. Vamos conhecê-los agora: • Garantir a presença de dispositivos visuais para incentivo das boas práticas de higieniza- ção das mãos. • Disponibilizar lavatório ou pia, papel toalha, sabonete líquido e lixeira no local de atendi- mento. • Ter um lavatório, preferencialmente, exclusivo para higienização das mãos. • Ter uma torneira e lixeira, preferencialmente, acionadas por pedais ou demais dispositi- vos que dispensem o uso das mãos. • Não utilizar toalha de tecido para secagem das mãos. • Ter uma solução antisséptica (álcool gel 70%) no local de atendimento. 7 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI A NR 32 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho) estabelece as diretrizes básicas para a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso 45 individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção dos riscos que ameaçam a segurança e a saúde no trabalho. É dever do empregador disponibilizar todos os EPIs necessários e treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado, assim como é dever do profissional conservá-los e utilizá-los adequadamente. Equipamentos como extintores de incêndio e autoclave oferecem proteção coletiva são considerados Equipamento de Proteção Coletiva (EPC). Os extintores, por sua vez, devem estar visíveis, bem sinalizados, em local acessível a todos e dentro do prazo de validade. Exemplos de tipos de extintores: • Produtos químicos: extintores PQS de pó. • Eletricidade: extintores a gás CO2. • Papéis: extintores de água comprimida. Existem muitos tipos de EPIs, e eles são utilizados de acordo com o grau e tipo de riscos. Os mais utilizados na área da beleza são: GORRO Indicado para proteção dos cabelos e couro cabeludo contra os riscos biológico e químico. Utilizado como método de barreira por evitar a queda dos cabelos e sujidades do couro cabeludo na área do atendimento. Deve ser descartado em lixo infectante quando estiver visivelmente sujo, rasgado ou úmido. ÓCULOS DE PROTEÇÃO Fique de olho Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não devem ser utilizados fora do local de atendimento. Assim como não pode ser guardado junto a objetos pessoais. Indicado para proteção dos olhos contra os riscos biológico, químico e físico. Devem ser leves, confortáveis, transparentes e fechados lateralmente. Após o uso devem ser lavados com água corrente e detergente neutro, e armazenados em local limpo e seco. FIQUE DE OLHO Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não devem ser utilizados fora do local de atendimento. Assim como não pode ser guardado junto a objetos pessoais. 46 MÁSCARA CIRÚRGICA Proteção das mucosas do nariz e boca contra microrganismos por gotículas presentes na fala, tosse ou espirro. Utilizada como método de barreira por evitar a exposição de secreções expelidas pela boca e nariz do profissional na área do atendimento. Deve apresentar boa qualidade de filtração e ser segura para uso no período médio de duas horas. Sempre trocar quando estiver visivelmente suja, úmida ou rasgada. Evitar tocar no rosto/máscara quando munido de luvas. Não colocar no pescoço, cotovelo ou cabeça. Homens devem aparar barba ou cavanhaque, objetivando garantir a correta vedação do EPI. Após uso, descartar em lixo infectante. LUVAS DE PROCEDIMENTO Protege as mãos contra os riscos de exposição aos agentes biológicos e químicos. Respeitar a técnica de calçar e remover as luvas. Não tocar desnecessariamente nas superfícies quando calçado com as luvas (abrir portas, atender telefone, dentre outros). Descartar em lixo infectante sempre que estiverem visivelmente sujas ou rasgadas.Trocar as luvas a cada atendimento (não esquecendo de higienizar as mãos antes e após o seu uso). Durante o mesmo atendimento, trocam-se as luvas na mudança do campo de trabalho/área corporal (sempre iniciando no local menos para o mais contaminado). Não calçar uma luva sobre a outra, não é indicado a utilização de duplo enluvamento. Não reutilizar as luvas. LUVAS DE BORRACHA CANO LONGO Protegem as mãos contra o risco de exposição aos agentes biológicos e químicos. Após o uso, devem ser lavadas adequadamente com água corrente e detergente neutro e, após a completa secagem, armazenar em local limpo e seco. Trocar sempre que apresentar deformidades. JALECO Protege as vestimentas e corpo do profissional contra o risco biológico e químico. Necessário o uso em todos os atendimentos ou procedimentos. Não deve ser utilizado fora da área de trabalho (Lei Estadual 14.466/11). Quando estiverem visivelmente sujos, devem ser lavados adequadamente com água corrente e detergente neutro e, após completa secagem, armazenados em local limpo e seco. AVENTAL DESCARTÁVEL DE MANGA LONGA Protege as vestimentas e corpo do profissional contra o risco biológico e químicoem procedimentos que mobilizam maior quantidade de secreções ou dispersem partículas no ar. Trocar quando estiver sujo, úmido ou rasgado. Descartar em lixo infectante. 47 SAPATO Protege os pés contra os riscos físico, químico e biológico. Necessário o uso em todos os procedimentos. Deve ser totalmente fechado, impermeável, resistente à puntura e preferencialmente de cor clara. Quando estiver visivelmente sujo, deve ser lavado adequadamente com água corrente e detergente neutro e, após completa secagem, armazenado em local limpo e seco. 7.1 Boas práticas no uso de EPIs e EPCs Vamos conhecer agora as boas práticas na utilização de equipamentos de proteção tanto individuais como coletivos. • Presença de EPIs e EPCs necessários para as práticas profissionais desenvolvidas. • Todo EPI deve conter o Certificado de Aprovação (CA) pelo Ministério do Trabalho e Em- prego (MTE). • EPIs não devem ser guardados junto a objetos pessoais. • EPI descartável não deve ser reutilizado. 8 VACINAÇÃO A vacinação se configura em uma medida de extrema importância para prevenção de doenças infectocontagiosas. Pesquisas revelam que o risco de o profissional da saúde contrair doenças no trabalho é muito grande, variando, desde doenças de pele (como as dermatites e micoses) até doenças mais graves e sem cura (como Hepatite B: risco de aquisição de infecção de 6% a 30%, HIV: risco de 0,2% a 0,5%; e Hepatite C: aproximadamente 1,8%). Recomenda-se para os profissionais da saúde as seguintes vacinas: • Vacina dupla bacteriana do tipo adulto – dT: Protege contra a Difteria e o Tétano. • Vacina hepatite B: Infecção do fígado (hepatite) causada pelo vírus da hepatite B. 48 • Influenza: Protege contra Gripes Sazonais • SCR: Protege contra Sarampo, Caxumba/Parotidite Infecciosa e Rubéola. • Varicela: Protege contra Varicela/Catapora). Em relação às boas práticas de vacinação, precisamos estar atentos às recomendações: Carteirinha de vacinação atualizada. A vacinação não é um ato obrigatório, contudo, representa valiosa ferramenta de proteção para o profissional da saúde. 9 ERGONOMIA O campo da ergonomia atua na adaptação e/ou mudança do ambiente ao homem, objetivando a qualidade nas atividades diárias (dormir, praticar esportes, realizar afazeres domésticos etc.), no trabalho (posicionamento corporal, adequação de equipamentos etc.) e nos relacionamentos entre as pessoas (gentileza, comunicação assertiva, postura colaborativa etc.). Busca a garantia e manutenção da saúde física e mental, assim como da dignidade e prazer em viver e trabalhar. Consideram-se domínios da ergonomia: ERGONOMIA FÍSICA Refere-se à postura no trabalho, manuseio de materiais e equipamentos, movimentos repetitivos, adequação do posto de trabalho, assim como Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dorts). ERGONOMIA COGNITIVA Refere-se aos processos mentais de percepção, memória, raciocínio, resposta motora aos estímulos ambientais e relacionamento interpessoal. ERGONOMIA ORGANIZACIONAL FIQUE DE OLHO Todas essas vacinas são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de dúvidas, procure a Unidade de Saúde mais próxima ou a Vigilância Epidemiológica do seu município. 49 Refere-se ao gerenciamento de recursos físicos e humanos, objetivando a gestão da qualidade; tais como, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, cultura organizacional cooperativa e participativa. Em se tratando de cuidados, vejamos as dicas a seguir: Atenção à iluminação adequada • Preservar a acuidade visual, mantendo conforto visual e precisão no trabalho. • Optar pela luz branca, pois esta promove iluminação adequada para os processos de avaliação física do cliente em todos os procedimentos. • Utilizar, preferencialmente, luminária com lupa, pois esta promove iluminação ajunta com aumento das áreas corporais, em procedimentos de maior precisão visual. Atenção aos ruídos • Falar baixo e evitar conversa paralela durante o atendimento ao cliente, para um confor- to auditivo, postura profissional e manutenção de ambiente relaxante. • Utilizar música ambiente para relaxamento, em volume que não atrapalhe o diálogo. O nível de ruído aceitável para efeito de conforto é de até 65 dB. Atenção à temperatura ambiente • Evitar o uso do ventilador devido à dispersão de partículas no ar. • Preferir a utilização do ar-condicionado na temperatura efetiva entre 20ºC e 23 ºC e umi- dade relativa do ar não inferior a 40%. Organização do ambiente • Armazenar, preferencialmente, os materiais pesados em armários e prateleiras alinhados à cintura, deixando os materiais leves abaixo da cabeça e acima do joelho. • Organizar os produtos, equipamentos e mobiliários da assistência da sala de atendimen- to de modo acessível, não atrapalhando as práticas assistenciais. FIQUE DE OLHO Na medida do possível, organize/planeje uma agenda de trabalho de forma que possibilite ao trabalhador a manutenção da sua saúde física e mental! Invista nas dicas ergonômicas abaixo! 50 • Manter no local apenas os materiais que forem utilizados na atividade exercida. • Organizar fora da área de atendimento os produtos e equipamentos de limpeza, para redução do risco de contaminação. • Posicionar e regular a maca corretamente, de modo que fiquem todos os lados alinhados aos padrões ergonômicos por práticas: (sentado – respeitando o ângulo de 90º dos coto- velos; em pé – no nível da cintura). Pausas • Evitar a ocorrência de Dorts e manutenção da saúde mental com atitudes simples: • Respeitar as pausas para refeições. • Evitar jornada de trabalho prolongada. • Valorizar o período de férias. Atenção às posturas • Favorecer o movimento corporal e biomecânica. • Manter os joelhos flexionados sempre que aplicar pressão. • Fazer uso de sapatos que beneficiem o posicionamento da coluna (fechado, antiderra- pante, confortável, sem salto). • Manter os ombros retos e alinhados, nunca encurvados. Antebraço alinhado à linha da cintura, evitar a sobrecarga das mãos utilizando o peso do corpo na aplicação de força. • Manter as costas sempre eretas, ombros relaxados, mover o tronco por inteiro, não so- brecarregar ao adotar posturas com olhar para baixo e movimento só do pescoço. Atividades sentado • Deixar o plano de trabalho ao nível adequado, trabalho de precisão, leve ou pesado. • Manter os equipamentos e materiais ao alcance. • Manter o corpo próximo da mesa. • Deixar a costas eretas e ombros relaxados. • Ter apoio para mãos e antebraços. • Manter a mesa com pontas arredondadas. • Não usar roupa apertada. 51 Atividades em pé • Ter uma altura do plano de trabalho adequada, trabalho de precisão, leve ou pesado. • Deixar os equipamentos e materiais ao alcance. • Garantir espaço suficiente para os pés. • Evitar curvar as costas. • Não usar roupa apertada. Alongamentos laborais • Fazer alongamentos para aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a vis- cosidade das articulações e tendões, proporcionando melhor utilização da capacidade funcional. • Realizar exercícios antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho ou atividades. Exercícios compensatórios • Evitar a ocorrência de Dorts. • Realizar ao longo do trabalho e atividades, de acordo com os grupos osteomusculares mais utilizados nas práticas. Duram de cinco a dez minutos, média de quinze segundos por postura. Cordialidade e postura colaborativa • Adotar uma postura profissional e ética, valorizando a construção coletiva, o trabalho compartilhado, a qualidade e segurança no atendimento. • Comunicar-se de forma clara e objetiva. • Ser cordial e flexível nas relações interpessoais. • Cooperar com a equipe. • Ser proativo na solução dos problemas. • Valorização e respeito à diversidade. • Sigilo profissional no trato de informações. • Respeito à privacidade do cliente. Vejamos a seguir as boas práticas da ergonomia: • Ambiente organizado, com iluminação e ventilação adequada. 52 • Presença de depósitode material para limpeza. • Maca e cadeira ajustáveis em altura e apoios. • Pausa de quinze minutos a cada duas horas, pausa de sessenta minutos para refeições, férias anuais. • Posturas adequadas. • Realização de alongamentos laborais e exercícios compensatórios. • Postura positiva e colaborativa. 10 ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO Vejamos neste tópico a caracterização do acidente. Acompanhe conosco: Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra. Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível. Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou exposição percutânea com material perfurocortante. 10.1 Profilaxia no caso de acidentes com material biológico Se o material orgânico, secreções corpóreas e sangue entrarem em contato, caírem ou FIQUE DE OLHO Valorize os momentos de relaxamento e desaceleração, faça pausas restaurativas! Usufrua das férias anualmente, semanalmente reserve um tempo para o lazer e prática de atividade física e, diariamente, tenha pensamentos úteis e positivos, invista na alimentação saudável e no sono reparador. Exerça o autocuidado! 53respingarem na pele íntegra, não machucada: Lave imediatamente a parte do corpo atingida com muita água limpa e sabonete. Tire as roupas contaminadas se necessário. Em caso de aparecimento de sintomas variados, procure ajuda médica. Se o material orgânico, secreções corpóreas e sangue, entrarem em contato, caírem ou respingarem na pele não íntegra, machucada, em mucosas, nos olhos, na boca; ou perfurou a pele, acidentes com materiais perfurocortantes: Lave imediatamente a parte do corpo atingida com muita água limpa e sabonete. Tire as roupas contaminadas se necessário. E encaminhe a pessoa para atendimento médico especializado ou pronto atendimento imediatamente, preferencialmente no prazo de duas horas. O médico realizará a avaliação do risco de aquisição de doenças infectocontagiosas, poderá indicar ou não a quimioprofilaxia, administração de antirretrovirais, assim como fará o acompanhamento necessário ao caso. 11 AMBIENTE DE TRABALHO Os espaços físicos nos locais com atividades de estética devem respeitar e se adequar à legislação sanitária vigente objetivando garantir, ao profissional e seus clientes, segurança e qualidade nos serviços prestados. Deste modo, a legislação sanitária orienta: • O estabelecimento deve ser independente da residência. Os locais de trabalho não pode- rão ter comunicação direta com dependências residenciais. • As instalações prediais livres de trincas, rachaduras e infiltrações. Importante conservar as estruturas com a finalidade de não acumular poeira e/ ou umidade, ser meio de en- trada de animais e insetos causadores de doenças, causar risco de acidente e incêndio; garantindo a segurança para o profissional e clientes. • As áreas devem ser adequadas para cada atividade desenvolvida e possuir espaços espe- cíficos para o desenvolvimento adequado e seguro das atividades profissionais presentes, como sala de atendimento, recepção, sala para processamento de produtos, área para depósito de materiais de limpeza, dentre outros. • As paredes e pisos devem ser lisos, impermeáveis, resistentes, de cor clara, e que permi- tam fácil limpeza e higienização. A cor clara facilita a identificação de sujeira e, também, contribui para a iluminação do ambiente. • Móveis e bancadas devem ser revestidas com material não poroso, pois impedem a pe- netração e acúmulo de microrganismos e ser resistente à ação de desinfetantes. • A iluminação deve ser adequada e proporcionar boa visibilidade e conforto. • Garantir a ventilação natural com troca de ar com o ambiente externo, pois a ventilação contínua do ambiente para a área externa permite a renovação do ar, não confinando 54 gases no seu interior. Quando houver ventilação artificial por ar-condicionado (este deve fazer renovação de ar com exterior), realizar limpeza periódica conforme orientação do fabricante, com finalidade de prevenir o acúmulo de sujeira no aparelho e provocar doenças respiratórias. • Garantir um lavatório na área de atendimento para a prática de higienização das mãos dos profissionais e clientes. • O local deve ser destinado à limpeza e descontaminação de materiais, no caso o Centro de Material e Esterilização (CME) para evitar a contaminação dos materiais limpos e acidentes. • O estabelecimento deve ter um sanitário e apresentar condições de limpeza para todos os usuários. • A água fornecida pela rede pública e presença de caixa d’água deve ser limpa a cada seis meses para garantir a continuidade do fornecimento de água (reservatório de água). A água deve ser potável, por isso, importante realizar a limpeza do reservatório periodica- mente. • Que os ralos estejam com condições de fechamento. A instalação de tela milimétrica ou proteção escamoteável, tipo abre e fecha, evita a entrada de insetos ou animais que podem transmitir doenças. • Que o descarte da água utilizada seja feito na rede coletora de esgoto, pois é expressa- mente proibido o descarte de esgoto na rede de água pluvial. Seu descarte adequado reduz a poluição dos rios. • Importante cuidar do descarte da água de chuva na rede pluvial, pois é expressamente proibida a introdução direta ou indireta de águas pluviais, da chuva, ou resultantes de drenagem nos ramais prediais de esgotos. Evita a sobrecarga da rede coletora de esgoto e problemas no tratamento. • Os equipamentos e utensílios sejam resistentes e impermeáveis para evitar acúmulo de sujeira e proporcionar boa higienização e desinfecção. • As as lixeiras estejam com sacos plásticos, munidas com tampa e acionamento por pedal para evitar o contato das mãos com os resíduos já descartados. • Fundamental ter recipientes rígidos para descarte de materiais perfurocortantes, para manter em todas as salas com uso de perfurocortantes, como agulha, seringa, lâmina, entre outros, recipiente próprio para o descarte, evitando riscos de acidente no manu- seio. • Importante ter uma instalação elétrica suficiente para o número de equipamentos para evitar o uso de “T” e/ou extensões que sobrecarregam as tomadas, isso garante maior segurança para o profissional e clientes aos riscos de curto-circuito que podem danificar equipamentos e a rede elétrica. • A copa/cozinha seja exclusiva. O ambiente onde são realizadas as refeições não deve ser 55 o mesmo onde se realizam atendimentos ou procedimentos técnicos. Assim como, não pode dar acesso direto a sanitários. • Os produtos utilizados estejam registrados pela Anvisa. Os produtos devem possuir ró- tulo com os dados do fabricante, CNPJ, número de registro no MS/Anvisa, lote, validade. Quando importados, apresentar rotulagem em português com os dados do importador, dados do fabricante, CNPJ, número de registro no MS/ Anvisa, lote, validade. A conferên- cia dessas informações permite o rastreamento dos produtos. • Os produtos fracionados sejam identificados para evitar uso inadequado e acidentes. 11.1 Limpeza e desinfecção de superfícies Em se tratando de limpeza e desinfecção de superfícies, vale saber que em serviços de saúde, onde o risco biológico está presente e circulam pessoas com costumes diversificados, faz-se necessário adotar procedimentos de higienização/limpeza diferentes dos comumente utilizados em ambientes domésticos. Limpe sempre as superfícies caracterizadas pelos mobiliários: bancadas, pias, macas, divãs, suporte para soro, balança, computadores, pisos, paredes, divisórias, portas e maçanetas, tetos, janelas, vidros, equipamentos, instalações sanitárias, grades de aparelho de ar-condicionado, ventilador, exaustor, luminárias, bebedouro, aparelho telefônico e outros. Superfícies sujas e empoeiradas, úmidas ou molhadas e com condições precárias de revestimentos, além de hospedar microrganismos e facilitar a sua proliferação, prejudicam a correta higienização e limpeza. Nesse sentido, o processo de limpezae desinfecção de superfícies além de promover sensação de bem-estar, segurança e conforto aos clientes e profissionais nos serviços de saúde, colabora para a redução das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras). É proibido no local de atendimento por desfavorecer a limpeza a presença de animas e plantas, paredes com texturas, piso de madeira, varredura seca, estofados com tecidos permeáveis e rasgados, lixeiras inexistentes ou inadequadas, alimentos no local, desorganização do ambiente, dentre outros. 56 Em se tratando dos tipos de limpeza, temos: Limpeza e desinfecção concorrente Mais superficial e objetiva o controle do crescimento microbiano. Superfícies envolvidas: aquelas que entram em contato com o cliente (maca, mesa acessória etc.). Periodicidade: antes e após o atendimento. Materiais utilizados: compressas/TNT/papel toalha, desinfetante, água e detergente neutro. Método passo a passo: • Realizar a higienização das mãos. • Preparar os materiais que serão utilizados. • Utilizar os EPIs apropriados. • Inspecionar a superfície, atentando para sua integridade e funcionalidade, assim como fon- tes potenciais para proliferação microbiana (sujidades, presença de matéria orgânica etc.). Na presença de sujidade e matéria orgânica aparente (visível): • Remover seu excesso com papel toalha e descartá-lo no lixo infectante. • Realizar a fricção do local com água e detergente neutro. • Repassar e secar. • Realizar a fricção mecânica das superfícies utilizando compressa/TNT/papel toalha com solução desinfetante, respeitando os princípios básicos (do mais limpo para o mais sujo, em sentido unidirecional). • Utilizar todos os lados da compressa de forma única. • Trocar a compressa de TNT ou papel toalha sempre que ela se apresentar visivelmente suja. • Desprezar adequadamente a compressa de TNT ou papel toalha e luvas no lixo infectante. • Organizar o ambiente, deixando-o preparado para uso. • Realizar a higienização das mãos. Limpeza e desinfecção terminal Mais completa, objetiva a remoção microbiana. 57 Superfícies envolvidas: todas as superfícies horizontais e verticais, do teto ao chão. Periodicidade: mínimo de quinze dias em áreas semicríticas, com data/horário preestabelecido. Materiais utilizados: Compressas de TNT e panos, desinfetante, água, detergente neutro, balde e rodo. Método passo a passo: • Realizar a higienização das mãos. • Preparar os materiais que serão utilizados. • Utilizar os EPIs apropriados. • Inspecionar a superfície, atentando para sua integridade e funcionalidade, assim como fontes potenciais para proliferação microbiana (sujidades, presença de matéria orgânica etc.). • Na presença de sujidade e matéria orgânica aparente: Remover seu excesso com papel toalha e descartá-lo no lixo infectante. • Realizar a fricção mecânica em todas as superfícies com água e detergente neutro, repas- sar e secar, respeitando os princípios básicos: • Do teto ao chão (ação da gravidade). • Do fundo da sala para a frente. • Realizar a fricção mecânica de todas as superfícies com solução desinfetante. • Desprezar adequadamente as compressas e EPIs descartáveis. • Proceder adequada higienização dos EPIs não descartáveis, como as luvas de borracha de cano longo, óculos de proteção, botas ou sapato de segurança, avental impermeável. • Organizar o ambiente, deixando-o preparado para uso. • Realizar a higienização das mãos. Quando realizada a limpeza e desinfecção terminal das superfícies é obrigatório o seu registro no Manual de Rotinas e Procedimentos, que veremos como monta-lo criando um roteiro básico. Assim como se recomenda que estejam disponíveis/visíveis para verificação dos profissionais e clientes. Esses registros devem ser guardados pelo período de cinco anos para fins de fiscalização sanitária! • Em se tratando de boas práticas de limpeza e desinfecção de superfícies, seguem algu- mas recomendações: 58 • Não utilizar adornos • Utilizar EPIs apropriados. • Registro da Anvisa em todos os produtos saneantes utilizados. • Utilizar método compatível entre tipo de superfície e produto saneante (respeitando concentração e tempo de aplicação. • Panos de limpeza de piso e panos de mobília individualizados tanto para limpeza leve quanto para limpeza pesada. • Desinsetização periódica, semanalmente. • Evitar atividades que favoreçam a suspensão de partículas, como os aspiradores de pó, ventiladores e varredura seca. • Isolar áreas em reformas ou em construção. • Retirar vasos com flores e plantas das áreas assistenciais objetivando evitar fontes de fungos. • Prover registro da limpeza e desinfecção terminal, arquivando por cinco anos para fins de fiscalização sanitária. 12 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Durante atividades diárias, descartamos muitos materiais que não apresentam mais utilidades, como papel, plásticos, vidro, folhas, metal, resto de alimentos, resíduos líquidos, sangue, secreções corpóreas, entre outros. Esses materiais que rotineiramente chamamos de lixo são os resíduos. A origem dos resíduos pode ser: doméstica ou residencial, comercial, público e fontes especiais (industrial, radioativo, aeroportos, resíduos de serviços de saúde, entre outros), porém independentemente da origem, todos os geradores são responsáveis por seus resíduos! 59 12.1 Responsabilidade compartilhada Dependendo de suas características, os resíduos podem ser perigosos quando gerenciados de forma inadequada, ou seja, podem causar prejuízos à saúde da coletividade, mortes e doenças, e ao meio ambiente. Por esse motivo a responsabilidade é compartilhada e se estende dos geradores ao poder público e às empresas de coleta, tratamento e disposição final. Todas as pessoas e empresas devem se preocupar e cuidar dos resíduos por si produzidos. Reduzir o desperdício, separar e descartar corretamente os resíduos por tipo são ações importantes para sustentabilidade e necessárias para a manutenção da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente! Nas atividades de saúde, os resíduos gerados recebem o nome de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e, segundo as Resoluções Conama nº 358 (2005), são classificados por grupo, como segue: Tabela 1 - Resíduos de serviços de saúde Fonte: Adaptado de Resoluções Conama nº 358 (2005). #PraCegoVer: A tabela apresenta os tipos de resíduos de serviços de saúde, separados por seus grupos, definições, exemplos e tipos de coleta. 60 O gerenciamento dos RSS é constituído por um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos de serviços de saúde, proporcionar-lhes encaminhamento seguro e eficiente, assim como a proteção dos trabalhadores envolvidos. Cuidados necessários e boas práticas para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Grupo A: INFECTANTE • Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais de atendimento, CME e manipulação de secreções corpóreas. • Tipo de lixeira/recipiente: Deve ser de material rígido, lavável (plástico resistente, alumí- nio etc.), possuir tampa com acionamento por pedal e ser identificado como lixo Infec- tante. • Tipo de saco de revestimento: Saco plástico branco leitoso identificado com o símbolo infectante. • Rotina de recolhimento interno: Três vezes ao dia (conforme protocolo institucional). • Acondicionamento temporário: Deve ser de material rígido, lavável (lixeira, contêiner, abrigo de alvenaria etc.), estar protegido do sol e da umidade, fechado (com lacre, ca- deado, chave etc.), identificado com o símbolo infectante, em local que facilite a coleta especializada. • Tipo de coleta: Especializada, empresa privada ou parceria com prefeitura Observação: Ao manipular o lixo infectante, é imprescindível o uso de EPIs e higienizar as mãos logo após o término da ação. Essas ações têm a finalidade de: • Evitar a contaminação das mãos com os resíduos já descartados. • Evitar a mistura dos resíduos. • Evitara sobrecarga do recipiente coletor e a geração de odores. • Evitar acidentes e contaminação. • Reduzir os riscos à saúde pública e ao meio ambiente, por meio da correta manipulação e descarte dos resíduos. Grupo B: QUÍMICO • Locais necessários para disposição do coletor/lixeira: Locais geradores de resíduos quími- cos (laboratórios, sala de revelação de raios X, dentre outros. 61 • Tipo de coletor/lixeira: Devem ser acondicionados em recipientes específicos, conforme seu estado físico e suas propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. • Rotina de recolhimento e armazenamento interno: Deve ser realizado por pessoas treina- das/capacitadas. O produto deve ser devidamente identificado (nome, símbolo de risco, quantidade, serviço de origem, responsável e data de descarte) e transportado e acondi- cionado temporariamente no abrigo para produtos químicos, até a coleta especializada. Essas ações têm a finalidade de: Evitar a mistura dos resíduos. Ao manipular o lixo químico, é imprescindível estar com EPIs apropriados. Após a manipulação, deve-se higienizar as mãos. Grupo C: RADIOATIVO Este tipo de resíduo não é encontrado em ambientes de depilação. Grupo D: COMUM: • Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais de atendimento/CME, copas, recepção, escritórios, banheiros, entre outros. • Tipo de lixeira/recipiente: Deve ser de material rígido, lavável (plástico resistente, alumí- nio etc.) e identificado como lixo comum. • Tipo de saco de revestimento: Saco plástico preto. • Rotina de recolhimento interno: Uma vez ao dia (conforme protocolo institucional). • Acondicionamento temporário: Deve ser de material lavável (lixeira, contêiner, abrigo de alvenaria etc.), estar protegido do sol e da umidade, identificado com o símbolo comum. • Tipo de coleta: Comum pública. Observação: O lixo comum pode ainda ser separado em lixo orgânico, lixo não reciclável e lixo reciclável. Essas ações têm a finalidade de: • Evitar a mistura dos resíduos. • Evitar a sobrecarga do recipiente coletor e a geração de odores. • Evitar contaminação ambiental e presença de insetos e animais. • Preservar o ambiente, reduzindo os materiais reaproveitáveis nos aterros sanitários. 62 Grupo E: PERFUROCORTANTE • Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais que utilizam perfurocor- tantes, como as salas de atendimento, CME etc. • Tipo de lixeira/recipiente: Recipiente rígido específico para descarte de perfurocortantes, disponível no mercado em materiais de plástico ou papelão. • Rotina de recolhimento interno: Deve ser recolhido antes de os resíduos perfurocor- tantes ultrapassarem a linha de segurança presente nos recipientes. Nesse momento, o recipiente deverá ser fechado, envolvido no saco branco leitoso e acondicionado tempo- rariamente junto aos resíduos infectantes, até a coleta especializada. • Acondicionamento temporário: Deve ser o mesmo do resíduo infectante. • Tipo de coleta: Especializada, empresa privada ou parceria com prefeitura. Cuidados no descarte de perfurocortantes: • Devem ser descartados imediatamente após o uso. • Não é permitido reencapar as agulhas e similares. • Não é permitido retirar manualmente a agulha da seringa, sendo necessário descartar a seringa acoplada na agulha. • Deve-se utilizar pinça apropriada para remoção de lâminas dos bisturis. • Não quebrar ou entortar os materiais perfurocortantes após o uso. • Utilizar recipientes de coleta adequados. No caso de recipiente de papelão, este deve ser devidamente montado e identificado. Essas ações têm a finalidade de: • Evitar acidente no transporte dos produtos. • Esse recipiente deve garantir resistência à puntura e impermeabilidade. No caso de reci- pientes de papelão, não molhar. • Evitar acidente durante o descarte do material e posterior descarte do recipiente. Re- duzir os riscos à saúde pública e ao meio ambiente, por meio da correta manipulação e descarte dos resíduos. • Evitar acidentes com perfurocortantes e contaminação do trabalhador. Responsabiliza- ção pela montagem do dispositivo. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) deve estar baseado nas características dos resíduos gerados e conter as seguintes informações: 63 • Dados e caracterização do estabelecimento. • Caracterização dos aspectos ambientais. • Tipos e quantidades de resíduos gerados. • Tipo de acondicionamento. • Coleta e transporte interno dos RSS. • Armazenamento temporário dos RSS. • Coleta e transporte externo dos RSS. • Tratamento dos RSS 9. Disposição final dos RSS. 13 BOAS PRÁTICAS NO PROCESSAMENTO DE PRODUTOS: LIMPEZA, DESINFECÇÃO, ESTERILIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DA ESTERILIZAÇÃO Para a Anvisa, são considerados como produtos para saúde todos os artigos, instrumentos, utensílios, instrumentais cirúrgicos, objetos de natureza diversa e acessórios de equipamentos utilizados na assistência direta ou indireta ao cliente. O processamento de produtos para saúde é tudo o que se faz para deixar os produtos utilizados no atendimento ao cliente prontos e seguros para um novo uso, para um novo atendimento. São eles: limpeza, secagem, desinfecção, esterilização, embalagem e armazenamento. Não são todos os produtos podem ser reprocessados, FIQUE DE OLHO Esse documento deve permanecer na empresa ou serviço de saúde como fonte de consultas e esclarecimentos para funcionários/colaboradores, assim como para fins de fiscalização sanitária. 64 ou seja, utilizado mais de uma vez. Para a RDC 156 (2006) os produtos são classificados como “passíveis de reprocessamento” ou como “reprocessamento proibido”, ou seja, de uso único. A Resolução nº 2605 dispõe a relação dos artigos proibidos de serem reprocessados. As ceras utilizadas para a depilação são de uso único, o reprocessamento é proibido. Como saber qual processamento é mais adequado para os diversos produtos existentes na área de embelezamento, saúde e bem-estar: Passo 1: Classificar os produtos de acordo com seu potencial para transmissão de microrganismos, ou seja, o risco de transmissão de doenças: • Não críticos: Aqueles que entram em contato com a pele íntegras, ou seja, não machuca- das. • Semicríticos: Aqueles que entram em contato com a pele ou mucosa não íntegras, ou seja, machucadas. • Críticos: Aqueles que cortam ou penetram na pele e mucosas Passo 2: Verificar qual é o processamento mínimo de segurança preconizado pela Anvisa para cada classe de produto: • Produtos não críticos: Limpeza • Produtos semicríticos: Limpeza + Desinfecção de alto nível • Produtos críticos: Limpeza + Esterilização Todo processamento de produtos deve ocorrer em local apropriado, chamado Centro de Material e Esterilização (CME). Esse local deve manter-se limpo e ser organizado de modo que respeite o fluxo unidirecional de segurança, ou seja, os produtos devem movimentar-se da área suja para a limpa e estéril. Passo 3: Realizar o processamento de forma adequada, qualificada e segura. Sequência prática para melhor entendimento sobre os conceitos de limpeza, desinfecção, esterilização e armazenamento de produtos: FIQUE DE OLHO Reprocessar produtos de uso único é CRIME! 65 • Área suja: Realiza-se a limpeza • Área limpa: Realiza-se a desinfecção e preparo para esterilização • Área estéril: Realiza-se a guarda dos produtos esterilizados e desinfetados. Centro de Material e Esterilização: De acordo com as normas da Anvisa (RDC 50, 2002 e RDC 15, 2012), o CME pode ser classificado como simplificado, classe 1 ou classe 2, havendo orientações específicas para eles. No entanto, todo CME deve ser organizado, preferencialmente, fora da área de atendimento. • Área suja: Realiza-se a limpeza • Área limpa: Realiza-se a desinfecção e preparo para esterilização • Área estéril: Realiza-se a guarda dos produtos esterilizados e desinfetados. Centro de Material e Esterilização: De acordo com as normas da Anvisa (RDC 50, 2002 e RDC 15, 2012), o CME pode ser classificadocomo simplificado, classe 1 ou classe 2, havendo orientações específicas para eles. No entanto, todo CME deve ser organizado, preferencialmente, fora da área de atendimento. Vejamos os tipos de limpeza, de acordo com as etapas do processamento de produtos: Limpeza realizada em todos os produtos • Caracteriza-se pela remoção de sujidades e microrganismos presentes nos produtos, tornando-os seguros para manuseio e preparando-os para os processos de desinfecção ou esterilização. Pode ser realizada de duas formas: MANUAL Materiais necessários: Água, detergentes, escovas. Executada por meio da fricção. Esfregar os produtos com acessórios não abrasivos e que não liberem partículas. AUTOMATIZADA Materiais necessários: Água, detergentes, lavadoras.Desenvolvida por meio de equipamentos que operam em diversas condições de temperatura e tempo. 66 Vejamos as boas práticas para a limpeza: Realizar a higienização das mãos, seguindo as normas de biossegurança. Colocar os EPIs: gorro, óculos de proteção, máscara cirúrgica, avental impermeável, luvas de borracha antiderrapante de cano longo e calçado fechado e impermeável. Prevenindo riscos biológicos, contato, respingos e liberação de aerossóis. Preparar o ambiente: Garantir a qualidade do processamento. • Realizar a limpeza e desinfecção concorrente nas bancadas. • Separar os materiais necessários, como as escovas, detergentes e recipientes de plástico para diluição e imersão dos produtos, lavadora. • Preparar solução enzimática conforme orientação do fabricante. A limpeza manual consiste em quatro fases distintas: • Preparar os produtos para a imersão em solução enzimática: deixar as pinças abertas e desmontar as partes removíveis, conferindo sua integridade e remoção de perfurocor- tantes descartáveis. • Emergir totalmente os produtos em recipiente com água e detergente enzimático, dei- xando agir por, no mínimo, cinco minutos. • Realizar a fricção dos produtos sob imersão ou água corrente. • Realizar o enxágue final abundante, garantindo a remoção da sujidade e do detergente. A limpeza automatizada consiste em quatro fases distintas: • Colocar os produtos no cesto da lavadora: deixar as pinças abertas e desmontar as partes removíveis, conferindo sua integridade e remoção de perfurocortantes descartáveis (agu- lhas e lâminas em geral). Separar as pinças de pontas traumáticas e lavar separadamente para evitar traumas. • Emergir totalmente os produtos no interior da lavadora contendo a solução enzimática. • Colocar a tampa, ligar a lavadora ultrassônica e respeitar o tempo de ação recomendado pelo fabricante. FIQUE DE OLHO A utilização de esponjas e sabão em barra é proibida. Recomenda-se o uso do detergente enzimático para melhorar a qualidade da limpeza. 67 • Após o término do ciclo de lavagem, realizar o enxágue em água corrente abundante, garantindo a remoção da sujidade e do detergente. Atenção: Os produtos devem ficar totalmente cobertos pela solução enzimática tanto na limpeza manual quanto na limpeza automática. • Dispor os produtos em bancada forrada com compressa/ TNT/papel toalha branco (para facilitar a inspeção) e realizar a secagem deles o mais rápido possível. Evitando a umi- dade, que além de favorecer a proliferação de microrganismos, provoca manchas nos produtos. • Promover a inspeção dos produtos garantindo a adequada limpeza, integridade e funcio- nalidade. • Organizar o ambiente, realizando as boas práticas de biossegurança. • Realizar a limpeza e desinfecção concorrente (álcool 70%) das bancadas e equipamentos utilizados. • Desprezar a solução enzimática no ralo da pia. • Retirar os EPIs, desprezando adequadamente os descartáveis no lixo infectante, assim como procedendo a correta limpeza e desinfecção dos reutilizáveis, realizando boas prá- ticas de biossegurança. • Realizar a higienização das mãos, de acordo com a prática de biossegurança. FIQUE DE OLHO Todo produto sujo deve retornar para novo processo de limpeza. 68 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer os conceitos de biossegurança, qualidade e das boas práticas profissionais; • identificar as medidas que visam garantir a qualidade sanitária dos serviços na área da beleza; • entender os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do profissional de depilação, bem como a importância de conhecer as normas da Anvisa; • entender os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do profissional de depilação, bem como a importância de conhecer as normas da Anvisa; • conhecer a diferença entre assepsia e antissepsia, métodos que devemos usar para proporcionar um ambiente limpo e seguro para a prática de depilação; • compreender o procedimento correto da higienização das mãos, fricção antisséptica das mãos, limpeza e desinfecção de ambientes, esterilização de materiais que entra- rão em contato com o cliente, entre outros; • entender a importância do uso de equipamentos de proteção individual e coletiva, os riscos e perigos no ambiente profissional, bem como os procedimentos funda- mentais de descarte seguro de resíduos para preservar o ambiente. PARA RESUMIR AMECI. Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecções. Disponível em: http://ameci.org.br/aspectos-microbiologicos-da-pele. Acesso em: 24 mar. 2020. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: http://portal.anvisa. gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Assunto+de+Interesse/Boas+Praticas Acesso em: 24 mar. 2020. BRASIL. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: 2006. Disponível em: http:// www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_gerenciamento_residuos.pdf Acesso em: 24 mar. 2020. BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set 1990a. Seção 1, p. 18055. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L8080.htm Acesso em: 24 mar. 2020. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 3 Técnicas epilatórias, depilatórias e associações eletroterápicas Introdução Você está na unidade Técnicas epilatórias, depilatórias e associações eletroterápicas. Conheça aqui o conceito de depilação e epilação, suas diferentes características e aplicações, bem como as principais apresentações de cada método. Entenda ainda os fundamentos básicos envolvidos na escolha de cada técnica, seja ela depilatória ou epilatória, e os fatores que devem ser considerados para a aplicação de cada uma. Aprenda também as associações possíveis entre as técnicas de depilação e as aplicações etroterápicas. Entenda o conceito de eletroterapia aplicada à estética e como utilizá-la para melhorar os resultados da depilação e a qualidade de pele de cada cliente, agregando valor ao serviço prestado. Bons estudos! 73 1 TÉCNICAS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO A depilação é a remoção mecânica do pelo ou de parte dele. Os métodos de remoção são classificados de acordo com a estrutura que removem e se classificam em métodos depilatórios e métodos epilatórios. Os métodos depilatórios são aqueles em que os pelos são cortados em sua haste, removendo assim a parte aparente do pelo sobre a pele, porém a raiz do pelo não é afetada diretamente. Já os métodos epilatórios são aqueles que removem os pelos de dentro do folículo piloso, retirando-os pela raiz. Para a escolha do método ideal a cada cliente, é importante frisar que se faz necessária uma avaliação minuciosa e que levante não somente a característica do pelo, mas ainda informações relacionadas à sensibilidade da pele, características da pele e do pelo relacionadas a cada diferente área a ser depilada, o histórico de alergias, a hidratação e integridade da pele, os métodos depilatórios ou epilatórios realizados anteriormente, bem como as impressões do cliente em relação a esses métodos. Somente após o levantamento dessas informações é que o profissional poderá escolher a técnica adequada a cada situação. Figura 1 - DepilaçãoFonte: Africa Studio, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta uma mulher de jaleco, aplicando um produto amarelado, levemente translúcido, e que simula uma cera depilatória, nas pernas semiflexionadas de uma mulher deitada sobre uma maca. 74 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2 MÉTODOS DEPILATÓRIOS Os métodos depilatórios são amplamente utilizados por sua praticidade e pelo fato de serem relativamente baratos, quando comparados a alguns métodos de remoção epilatória. Uma das desvantagens desse método, em geral, deve-se ao fato de que o pelo não tem uma estrutura uniforme e apresenta uma ponta mais fina e uma haste mais espessa. Como o pelo é cortado pela haste (mais espessa), surge a impressão de que os pelos crescem mais grossos a partir desse método, quando o que ocorre é apenas a visualização da estrutura mais espessa do pelo apontando na pele (ARCANGELLI, 2002). No Brasil, os produtos depilatórios são regulamentados pela Resolução RDC nº 79, de 28 de agosto de 2000 da ANVISA. É importante frisar que os atos relacionados ao asseio corporal fazem parte da história da humanidade, sejam por reforço na higiene pessoal ou por uma relação com o aprimoramento espiritual. Esse conceito se transforma de acordo com a sociedade observada, ou seja, mudam-se os contextos sociais e as interpretações dos hábitos de embelezamento (FRANQUILINO, 2009). A partir de agora, vamos conhecer os métodos depilatórios mais populares. 2.1 Lâmina As mais antigas lâminas para limpeza de pele e remoção de pelos datam de 30.000 a.C e eram trabalhadas em pedras polidas. Ao acompanhar a evolução histórica da lâmina de barbear, podemos notar sua presença em diferentes civilizações. Desde as pedras trabalhadas passando pelos metais fundidos até chegarmos em 1770, com o primeiro modelo de navalha desenvolvido pelo francês Jean-Jacques Perret, que ao incluir um cabo de proteção à lâmina, tornou-a mais segura ao uso. 75 O avanço definitivo ao modelo mais utilizado de lâmina hoje veio cerca de 100 anos depois pelas mãos do norte-americano King Camp Gillete, que substituiu a navalha por lâminas finas, presas por um suporte em formato T, e que deveria ser descartada após o uso. Atualmente, a lâmina de barbear apresenta várias versões, inclusive muitas femininas, com o objetivo de atender melhor a demanda desse público. VANTAGENS DA LÂMINA As vantagens desse método de remoção de pelos se dá pela praticidade e também pelo preço relativamente baixo. No entanto, devemos considerar o fato de que as lâminas são sempre descartáveis. DESVANTAGENS DA LÂMINA A lâmina pode lesionar a pele com facilidade, gerar uma hipercromia (mancha escura) pós lesão da pele e causar foliculite, principalmente em caso de uso inadequado, como o não descarte após o uso ou a não aplicação de um produto que cause emoliência à pele antes da aplicação do método. Também pode causar irritação, sendo desaconselhado seu uso em regiões muito sensíveis, como axila e virilha. DURAÇÃO Aqui existe uma desvantagem em relação aos outros métodos, pois a depilação em média dura de um a três dias apenas. 2.2 Creme depilatório e spray depilatório Também chamado de depilação química, é o ato de remover o pelo por sua haste, empregando para isso o uso de substâncias químicas que vão solver a estrutura do pelo, atacando principalmente a queratina presente em sua estrutura, sem lesionar a pele. A maioria dos compostos dos cremes ou sprays depilatórios reage rapidamente nos pelos por meio das reações enzimáticas de quebra das cadeias estruturais presentes nas estruturas do pelo, mantendo a integridade da pele. Para isso, o tempo de exposição da pele ao produto deve ser respeitado de acordo com a orientação do fabricante. VANTAGENS DO CREME E SPRAY DEPILATÓRIOS Método indolor. Deixa a pele mais macia e hidratada, e remove uma porção maior da haste do pelo, sendo mais duradouro do que a lâmina. 76 DESVANTAGENS DO CREME E SPRAY DEPILATÓRIOS Por se tratar da aplicação de um produto químico sobre a pele, existe o risco de lesão, principalmente quando não são seguidas as orientações do fabricante do produto. DURAÇÃO Pode durar semanas. 2.3 Luvas depilatórias Utilizam o método de microdermoabrasão, técnica que consiste na aplicação de pressão mecânica sobre a pele sem a necessidade de um produto químico, ou seja, é uma esfoliação mecânica com a finalidade de remoção de algumas estruturas da pele, no caso a remoção de pelos. Apesar de pouco conhecidas, prometem uma remoção segura dos pelos causando menos alergias à pele. As luvas depilatórias promovem uma esfoliação suave, removendo os pelos sem a utilização de substâncias químicas. VANTAGENS DAS LUVAS DEPILATÓRIAS Menos riscos de alergias causadas por produtos químicos. Procedimento sem dor. DESVANTAGENS DAS LUVAS DEPILATÓRIAS Método não tão eficaz na remoção de pelos mais espessos, não sendo a melhor escolha para barbas ou região de virilha. DURAÇÃO Menos de uma semana. Sejam quais forem os métodos empregados para a remoção dos pelos é importante salientar que a integridade da pele é um fator importante na escolha e aplicação da técnica. É necessário que a pele esteja integra e saudável, sem lesões no local e devidamente hidratada para uma melhor resposta ao procedimento aplicado. Após essa breve explanação sobre o conteúdo, acreditamos que seja possível ampliar a perspectiva, aprofundar conceitos e também exemplificar alguns modos de contabilização, oferecendo uma experiência prática e elucidando possíveis questões que possam não estar totalmente esclarecidas. 77 3 MÉTODOS EPILATÓRIOS Já sabemos que os métodos epilatórios são os que removem os pelos de dentro do folículo piloso, retirando-os pela raiz, fazendo com que o método tenha uma duração maior em relação aos métodos depilatórios. Pórem é necessário apontar que, em geral, nos métodos epilatórios há relatos de maior desconforto e irritação na pele epilada (AVRAM et al, 2008). O aumento da procura pelos métodos epilatórios está relacionado à duração de seus resultados, que, apesar de duradouros, não são definitivos. Outro fator que justifica o aumento da procura por esses métodos é a crescente oferta de variações de técnicas epilatórias, atendendo uma gama maior de necessidades de pele, sejam elas relacionadas à sensibilidade a dor, às variações de temperaturas ou mesmo à fragilidade da pele. Conheça alguns dos principais métodos epilatórios empregados atualmente. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3.1 Cera É um dos métodos epilatórios mais antigos. Isso porque uma técnica variante com cera de abelha já era utilizada no Antigo Egito para a remoção dos pelos. O uso das ceras depilatórias é higiênico, e se deve ao fato de que o material e produto usados são inteiramente descartáveis. A cera é uma substância composta de extratos de ácidos graxos de origem animal, por exemplo, as ceras de abelha e o sebo de carneiro. E de origem vegetal, como o substrato de alguns arbustos ou árvores. Ao ser aquecida, uma parte de sua composição evapora, deixando apenas uma película semiaderente que remove os pelos da região na qual for aplicada. Existem três tipos de cera, que são classificados de acordo com a temperatura do produto em contato com a pele. 78 Cera quente Sólida à temperatura ambiente, necessita de um aquecimento para atingir o ponto de aplicação. Cera tépida/morna Semissólida à temperatura ambiente, necessita de leve aquecimento. Cera fria Fluida à temperatura ambiente, dispensa aquecimento. Cada método apresenta indicações, contraindicações e vantagens específicas, como veremos a seguir. Cera quente: A constituição das ceras é muito similar, contendo uma resina natural que fornece o aspecto de cera ao produto, além de ceras vegetais, parafinas, emolientes, corantes e perfumes. No caso das ceras quentes, a resina natural encontra-se em um estado sólido (essa é a principal diferença entre a cera quente e a cera morna, pois a resina seencontra liquidificada, o que favorece o seu uso a uma temperatura próxima aos 35ºC). Quando aquecida à temperatura de cerca de 40ºC a 50ºC (muito cuidado para não queimar a pele do cliente) a cera adquire uma textura pastosa. Depois de aplicada sobre a pele previamente desengordurada, a cera adere ao pelo e este é retirado juntamente com o produto. VANTAGENS DA CERA QUENTE Método muito eficaz e de baixo custo. Reduz o desconforto na pele devido à temperatura alta e promove a dilatação nos óstios, facilitando na remoção dos pelos. DESVANTAGENS DA CERA QUENTE Necessita de muita destreza na aplicação, pois um erro de temperatura pode queimar a pele do cliente e causar manchas. A habilidade profissional também é necessária ao remover a cera da pele, uma vez que ao puxar a cera ou o material aderido, pode ocorrer uma lesão no local. DURAÇÃO Varia de acordo com fatores característicos de cada cliente (relacionados a estímulos hormonais ou medicamentos que possam diminuir esse intervalo), mas dura em média 20 dias. Cera tépida ou morna: As ceras mornas ou tépidas são ceras semissólidas à temperatura ambiente e normalmente são acondicionadas na própria embalagem de uso. A temperatura do 79 seu aquecimento é próxima à da pele humana, ou seja, entre 35ºC a 39ºC. VANTAGENS DA CERA TÉPIDA OU MORNA Menor risco de queimaduras e lesões na pele. Pode ser facilmente aplicada. DESVANTAGENS DA CERA TÉPIDA OU MORNA Quanto mais fria a temperatura da cera, maior a sensação de desconforto. Portanto, a cera morna dói mais do que a cera quente. DURAÇÃO É muito similar à da cera quente, cerca de 20 dias, podendo variar de cliente para cliente. Cera fria: A técnica consiste na aplicação de cera epilatória em temperatura ambiente sobre a pele a ser epilada. Existem vários modelos para aplicação, inclusive os preparos prontos, já dispostos sobre papel tipo celofane para aplicar sobre a pele. O método não é indicado para regiões com pele mais fina e sensível como axilas e virilhas, onde os pelos são mais espessos e a pele sensível, além de serem áreas que normalmente ficam cobertas, aumentando a temperatura do local. VANTAGENS DA CERA FRIA As ceras frias são extremante práticas na aplicação e remoção de pelo, além de minimizar os riscos de manchas por erro de aplicação e temperatura. DESVANTAGENS DA CERA FRIA As ceras quentes causam mais dor quando são comparadas com as ceras frias e mornas por não favorecer a vasodilatação. Além disso, são restritas quanto às áreas de aplicação, não sendo recomendado o uso em regiões de axila e virilha. Exigem muita perícia na aplicação, pois quando mal aplicadas podem apenas quebrar o pelo na haste e não removê-lo por completo. DURAÇÃO Cerca de 20 dias. 3.2 Roll on Consiste na aplicação de uma cera para fins epilatórios. Em temperatura ambiente ela se apresenta sólida, porém como o seu ponto de fusão (mudança de estado sólido para o estado líquido) ocorre entre 36ºC e 39ºC, pode ser classificada como cera morna. 80 A principal diferença desse método é o seu aplicador, pois seu manuseio é fácil e prático. O aplicador acomoda o refil da cera e o aquece a uma temperatura agradável à pele humana. Em uma das extremidades, encontra-se uma estrutura, que ao rolar distribui de maneira uniforme a cera aquecida. VANTAGENS DO ROLL ON Método de baixo custo, higiênico e de bons resultados. DESVANTAGENS DO ROLL ON Não deve ser aplicado em peles mais finas e sensíveis, pois causa menos dilatação de óstios e, portanto, provoca mais dor. DURAÇÃO Cerca de 20 dias. 3.3 À linha ou fio Técnica na qual se utiliza uma linha 100% poliéster, por ser mais resistente e assim não romper durante o procedimento. A técnica também é conhecida como egípcia, israelense ou depilação com fios, e ganha cada dia mais adeptos por seus altos resultados na remoção de pelos e por manter a integridade e qualidade da pele. É muito utilizada em epilação facial, mas pode ser aplicada em outras regiões do corpo. VANTAGENS DA TÉCNICA À LINHA OU FIO Método higiênico, prático e com excelente retorno financeiro. Mantém a integridade da pele e não há riscos de lesões ou manchas na pele. É um método muito indicado a quem apresenta sensibilidade ou irritabilidade à cera. DESVANTAGENS DA TÉCNICA À LINHA OU FIO É um método relativamente desconfortável e lento, pois os fios são removidos quase que um a um. Quando não aplicado da forma correta, pode apenas quebrar o pelo e não removê-lo por completo. DURAÇÃO Cerca de 20 dias ou mais. 81 3.4 Epilação por eletrólise A epilação por eletrólise é a aplicação de uma corrente elétrica que gera uma reação química ou térmica nos folículos pilosos. A eletrólise foi uma das primeiras técnicas de epilação de longa duração, sendo substituída pelo laser e pela luz intensa pulsada, porém essas duas técnicas são menos desconfortáveis e cada sessão tem um tempo menor de aplicação. Em pelos brancos ou muito claros, tanto em laser como em luz intensa pulsada, essas técnicas não são aplicadas por não apresentarem resultados, restando então a eletrólise como uma opção viável de epilação de longa duração. A aplicação da eletrólise ocorre por dois mecanismos diferentes: Eletrólise por corrente galvânica: Em que uma corrente é aplicada sobre o fio, lesionando o folículo piloso por meio de uma reação química que desestimula o crescimento dos fios. Termólise: Em que o folículo é atingido por uma determinada temperatura que gera dano térmico. A aplicação ocorre por meio da introdução de uma agulha no folículo piloso (uma a um), em que a corrente é transmitida até a raiz. Após a aplicação, o pelo é removido sem esforço com o auxílio de uma pinça. VANTAGENS DA EPILAÇÃO POR ELETRÓLISE Método indicado para quem deseja uma epilação de longa duração e tem pelos claros ou brancos, já que nesses pelos os métodos de laser e fotodepilação (luz intensa pulsada) não são eficazes. DESVANTAGENS DA EPILAÇÃO POR ELETRÓLISE Procedimento desconfortável e extremamente demorado, já que cada pelo é trabalhado individualmente. Se não for aplicado corretamente pode gerar manchas e lesões na pele. DURAÇÃO Método de longa duração. Após o término do tratamento, os pelos podem demorar meses para retornarem (prazos que variam de acordo com cada cliente). 3.5 Fotodepilação ou luz intensa pulsada Essa técnica se assemelha à da depilação a laser. A diferença entre ambas é que na fotodepilação utiliza-se a luz intensa pulsada (LIP ou IPL) para inativar a célula germinativa (estrutura responsável pelo crescimento do pelo dentro do folículo piloso) e não o laser. A diferença entre o laser e a luz intensa pulsada está na apresentação da emissão de luz em cada 82 equipamento, pois o laser é uma luz: • Monocromática Apresenta uma única cor. • Colimada Seus feixes são paralelos e têm a mesma direção. • Coerente Os feixes de luz são alinhados entre si. Figura 2 - IPL Fonte: Artie Medvedev, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta o rosto e colo de uma mulher que utiliza óculos de proteção na cor vermelha. Podemos ver as mãos com luvas de outra mulher que representa a profissional que segura junto ao rosto da primeira mulher um cabeçote de aparelho de aproximadamente 30 cm, com uma ponteira metálica que está em contato direto com a pele, simulando um atendimento de laser ou luz intensa pulsada. A LIP (luz intensa pulsada) não apresenta nenhuma dessas características de comportamento em seus feixes, sendo, na verdade, uma luz alinhada por mecanismos de espelho. Sua luz é emitida por um sistema de flash e, portanto, é uma luz policromática, apresentando diversas cores no espectro e diversos comprimentos de onda, já que cada cor apresentada possui um comprimento diferente. A energia é emitida em todas as direções e se espalha pela área de aplicação, sendo incoerente. Tais características faz com que a LIP seja muito versátil em aplicação e atualmente seja empregada nos tratamentos de acne, fotorejuvenescimento e fotodepilação,além de ser um 83 recurso utilizado em alguns tratamentos de manchas, com a devida avaliação de um profissional e após criteriosa análise da pele (PEREIRA, 2013). Conforme a luz é recebida pelo tecido, ela gera uma reação diferente a cada tecido. Essa reação que ocorre nos processos de fotodepilação se chama fototermólise seletiva, que nada mais é do que a combinação do comprimento correto para atingir um determinado alvo na pele, que tenha afinidade com a luz emitida. Esse alvo em específico recebe o nome de cromóforo. Na pele temos diferentes cromóforos que atraem a luz, como a melanina, a hemoglobina e a água. Para entendemos melhor, o fenômeno de atração da luz pela melanina presente no pelo é o chamado de fototermólise seletiva. O pelo age como um condutor que levará a luz até a célula germinativa, onde essa luz causará um dano térmico nessa estrutura inativando seu crescimento. Esse dano é causado por um aumento de temperatura local que atinge o folículo oscilando em torno de 70ºC, causando a coagulação das proteínas presentes no bulbo do folículo, inativando-o por um longo intervalo de tempo. Fica mais fácil entender o motivo de os métodos de laser e LIP não se aplicarem aos pelos brancos, pois esses não apresentam o cromóforo necessário para atrair e conduzir essa luz (melanina). VANTAGENS DA FOTODEPILAÇÃO OU LUZ INTENSA PULSADA Técnica de longa duração. Após um determinado número de sessões, varia de acordo com cada cliente. O pelo pode demorar meses até voltar a crescer. DESVANTAGENS DA FOTODEPILAÇÃO OU LUZ INTENSA PULSADA Esse método gera desconforto. Se não for bem aplicado por um profissional qualificado, pode gerar queimaduras severas. DURAÇÃO Pode durar meses. FIQUE DE OLHO Nenhum método de depilação é definitivo, pois as estruturas do folículo lesionadas nos métodos laser ou fotodepilação podem se recuperar com o tempo por serem estruturas que recebem muitos estímulos hormonais. Portanto, o termo correto para esse tipo de depilação é depilação de longa duração. 84 Após apresentarmos minuciosamente as diversas técnicas depilatórias e epilatórias, podemos concluir que não existe uma técnica perfeita e sim uma escolha ideal para cada cliente, considerando variados fatores previamente analisados, como a integridade da pele, a sensibilidade, a resposta da pele quando exposta a temperaturas elevadas, os métodos já utilizados e os resultados obtidos com eles. A partir da compilação dessas respostas, é possível escolher o método mais eficaz para cada cliente. Vale ressaltar que alguns cuidados devem ser tomados independentemente do método escolhido. Vamos conhecê-los! A pele deve estar sempre hidratada. Não deve haver lesões no local a ser depilado ou epilado. O (a) cliente deve ser estimulado (a) a ter uma rotina de cuidados com a pele, ou seja, hidratações, esfoliações e fotoproteção. Importante sempre orientar os clientes sobre os benefícios e cuidados que cada método apresenta. 4 RECURSOS ELETROTERÁPICOS APLICADOS NA DEPILAÇÃO A eletroterapia é a aplicação de equipamentos que geram diferentes tipos de energia para causar efeitos terapêuticos no organismo. Essa energia pode ser tanto mecânica (movimento), luminosa (emissão de luz), térmica (geração de calor), sonora (emissão de som) ou elétrica. Cada energia apresenta resultados específicos e aplicações diferentes dentro dos protocolos, sejam eles estéticos ou depilatórios. A utilização desses equipamentos para potencializar resultados ou evitar danos à pele dentro dos procedimentos epilatórios ou depilatórios são aquisições importantes que não devem ser esquecidas, pois além dos benefícios citados anteriormente ainda são um diferencial de atendimento. Os equipamentos eletroterápicos são recursos importantes na obtenção de resultados duradouros, sejam com a eletrólise, depilação a laser ou fotodepilação, mas também podem ser encontrados em recursos auxiliares à epilação, seja trazendo um melhor diagnóstico, auxiliando na qualidade da pele, reduzindo complicações provenientes da epilação ou mesmo aumentando a qualidade da pele, esses recursos devem ser explorados em sua totalidade. 85 4.1 Alta frequência O aparelho de alta frequência produz uma corrente alternada de ondas magnéticas que, em contato com o ar, produz gás ozônio. A aplicação do aparelho de alta frequência dentro dos planos de tratamento estético é muito antiga, embora pouco explorada em seus recursos, estando sempre associada ao uso único e exclusivo pós limpeza de pele, o que restringe demais sua aplicação e seus diversos benefícios. Portanto, o aparelho de alta frequência gera um campo elétrico que tem capacidade de gerar alterações fisiológicas com efeitos imediatos, beneficiando o tecido tratado (OLIVEIRA, 2011). Os efeitos gerados pela aplicação do aparelho de alta frequência vêm da presença do gás ozônio (O3) que é estruturalmente parecido com o oxigênio (O2). A utilização do gás ozônio como agente terapêutico esterilizante já é bem difundida, ele é aplicado em tratamento de afecções causadas por vírus, bactérias e fungos. As propriedades do gás ozônio são: Bactericida Prevenção contra algumas bactérias que colonizam a pele como as bactérias causadoras da acne (P. acnes) e as bactérias causadoras da foliculite (staphylococcus aureus). Bacteriostático Diminuição na microbiota, quando aplicado sobre bactérias aeróbias (que utilizam oxigênio). Germicida Prevenção e controle da proliferação de alguns germes. Fungicida Ação preventiva de certos fungos. A aplicação do aparelho de alta frequência apresenta ainda efeitos terapêuticos relacionados à geração de calor na pele durante a aplicação do tratamento (BORGES, 2006). O efeito térmico do aparelho gera vasodilatação local, que melhora a circulação sanguínea e o recebimento de nutrientes via sangue pela pele. Esse efeito recebe o nome de efeito diatérmico. Outro efeito fisiológico gerado pela aplicação do aparelho de alta frequência está relacionado à diminuição do sangramento local por efeito de vasoconstrição. Esse efeito chama-se hemostático. A aplicação é feita via eletrodo de vidro contendo um gás que promove reações físico-químicas 86 e que facilita a transmissão da alta voltagem do aparelho. Esse gás no interior do eletrodo é o que atribui a cor ao faiscamento gerado, podendo ser árgon (violeta), neônio (alaranjado) e xenôn (azulado). Nos procedimentos pós-depilatórios ou pós-epilatórios, a aplicação do aparelho de alta frequência ajuda a reduzir consideravelmente a irritação da pele, reduzir a incidência de foliculite no local, melhorar a textura da pele e a reduzir possíveis equimoses locais (arroxeados). Para a aplicação do aparelho, a pele deve estar previamente limpa e seca. Os métodos de aplicação são: Fluxação Eletrodo em contato direto com a pele. Essa técnica é indicada para os procedimentos capilares e pós-epilação por sua ação calmante e descongestionante. Faiscamento direto Eletrodo afastado da pele do cliente, gerando uma faísca com formação imediata de gás ozônio. Essa técnica é utilizada pós-limpeza de pele em pápulas e pode ser aplicada também em foliculite. Faiscamento indireto O cliente segura um eletrodo (saturador) com as mãos enquanto o profissional realiza manobras rápidas e constantes sobre a sua pele com as pontas dos dedos. Contraindicações: cardíacos, portadores de marcapasso, gestantes e pessoas com alterações de sensibilidade. Importante! Evitar aplicar o aparelho de alta frequência imediatamente após uso de álcool no local, principalmente se ainda houver resíduos. A aplicação do aparelho de alta frequência traz diversos benefícios aos protocolos pós-epilatórios, mostrando-se cada dia mais como um recurso valioso e que deve ser explorado pelo profissional da área. 4.2 LED O termo LED é um acrônimo para Ligth Emitter Diodo (diodo emissor de luz), ou seja, a luz é emitida por um sistema de semicondutores que produzem uma luz monocromática (apenas uma cor em cadaemissão) e não coerente (a luz segue diversas direções) (PEREIRA, 2013). A utilização do LED dentro dos protocolos estéticos não é recente, porém nos últimos anos sua aplicação tem se mostrado muito eficaz quando associada a outros tratamentos ou como complemento de diversos protocolos. Isso se deve ao seu efeito de modulação das respostas 87 celulares, também conhecido como fotobiomodulação. O termo fotobiomodulação vem sendo aplicado para descrever os efeitos terapêuticos da luz no organismo. Podemos definir a fotobiomodulação como a característica da luz em gerar e mediar uma função celular, mas precisamente agindo em uma organela (componente celular) chamada mitocôndria, que é responsável pela produção de energia para a célula, fazendo com que tal célula responda melhor a determinado estímulo. Cada cor do LED apresenta uma função diferente no organismo e está relacionada com o comprimento dessa onda medida em nanômetro, sendo utilizada com comprimento da onda, que varia de 405 nm (azul) a 940 nm (infravermelho). Essa medida tem relação com o alcance dessa onda e seus efeitos no local atingido. LED azul Tem um comprimento de onda que varia de acordo com o equipamento, entre 420 – 490 nm. Sua principal indicação é o tratamento de acne por suas características bactericidas, podendo, portanto, ser empregado com sucesso nos tratamentos de foliculite. Outra característica do LED azul é a manutenção dos níveis de hidratação da pele, pois, conforme descrito anteriormente, a hidratação é um fator determinante no sucesso de um protocolo epilatório. Protocolos que associem o LED podem ser aplicados dias antes ou após a realização da epilação. LED vermelho Apresenta o maior comprimento de onda, que varia entre 620 a 680 nm. Pode atuar com eficácia no processo inflamatório, inibindo enzimas relacionadas à inflamação, também atuando de forma eficaz na redução da foliculite (FROES, 2013). A aplicação do LED também melhora e estimula a regeneração e cicatrização da pele. Pode ser aplicado sem a necessidade de um cosmético carreador, porém é importante ressaltar que toda aplicação de luz terapêutica, seja LED, laser ou luz pulsada, necessita de cuidados de proteção para os olhos. Tanto do cliente quanto do profissional devem usar óculos de proteção específicos para esse tipo de atendimento. Contraindicações: histórico de fotossensibilidade, gestação, glaucoma e câncer de pele. Uma avaliação criteriosa é o primeiro passo na escolha, não só dos métodos epilatórios, mas dos procedimentos complementares para o tratamento da pele. 88 Os protocolos estéticos associados ao tratamento epilatório ou depilatório têm como objetivo melhorar os resultados obtidos, preparar a pele para a aplicação do procedimento, melhorar a pele pós-procedimento e oferecer recursos valiosos no combate às alterações da pele relacionadas ao pelo, por exemplo a foliculite, a queratose pilar ou mesmo o eritema presente pós-epilação. Esses recursos podem ser cosmetológicos, eletroterápicos ou de preferência a junção das técnicas com o objetivo de entregar sempre o melhor resultado em segurança, eficácia e qualidade de pele. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: FIQUE DE OLHO A luz é composta de partículas muito pequenas, chamadas fótons, que são a menor unidade da luz. Toda vez que estiver em contato com qualquer fonte de luz, seja ela artificial ou não (lâmpada, luz, estrelas etc.), o que você estará vendo são os movimentos desses fótons. 89 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • compreender as definições de depilação e epilação; • conhecer os diferentes métodos epilatórios e depilatórios, bem como suas vanta- gens e desvantagens; • aprender que não existe um método correto e sim uma escolha do método adequa- do a cada caso; • conhecer os recursos eletroterápicos associados aos processos epilatórios. PARA RESUMIR ARCANGELLI, C. Beleza para a vida inteira. 3 ed. São Paulo: Senac, 2002. AVRAM. R. MARC. et al. Atlas colorido de dermatologia e estética. Rio de Janeiro: McGraw - Hill Interamericana do Brasil. 2008. BORGES, F. S. Dermato funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. BRASIL. ANVISA. Resolução RDC nº 79, de 28 de agosto de 2000. FRANQUILINO, E. Desde os primórdios: Maquiagem facial através dos tempos. Revista Temática. Técnopress. Nº 10, ano 4. Junho. 2009. FROES, P. LEDS: A luz que rejuvenesce e cura. Revista Negócio Estética. 9 de out. 2013. GILLETTE, K. C. Blade-box. US PATENT, 1 132 925, 23 March,1915. KOHLER, R. C. O. A química da estética capilar como temática no ensino de química e na capacitação dos profissionais da beleza. Santa Maria, 2011. Dissertação (Mestrado em Ensino de Química) – Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria. OLIVEIRA, L.M.N. Utilização do ozônio através do aparelho de alta frequência no tratamento da úlcera por pressão. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Paraíba, v.9. n. 30, p. 41-46, Dez, 2011. PEREIRA, M.F.L. Recursos técnicos em estética. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2013. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 4 Depilação com linha e cuidados com a pele no pré e pós depilação e epilação Você está na unidade Depilação com Linha e Cuidados com a Pele no Pré e Pós Depilação e Epilação. Conheça o conceito de depilação com linha e entenda o procedimento para realizar essa técnica, contribuindo para a sua qualificação e sucesso profissional na área da beleza. Identifique os cuidados oferecidos no pré e pós procedimentos de depilação e epilação, quais cosméticos e princípios ativos são indicados para os procedimentos de esfoliação corporal, hidratação, banho de lua, clareamento de virilha e axila e ainda sobre o aparelho gerador de alta frequência, um recurso eletroterápico, que poderá ser aliado ao procedimento de depilação com linha. Entenda como funciona esse equipamento, quais são suas indicações, contraindicações e os efeitos fisiológicos, bem como a sua aplicação antes, durante e após os procedimentos de depilação e epilação. O objetivo é que você execute as atividades com autonomia a partir da leitura dos textos disponibilizados nesta unidade. Bons estudos! Introdução 93 1 HISTÓRIA DA DEPILAÇÃO COM LINHA Há milhares de anos, os pelos do corpo são indesejados por muitas mulheres e homens, que buscam, por causa da estética e da higiene, alternativas para eliminá-los. Por volta de 2.000 a.C., surgiu na Grécia antiga a depilação com o uso de cinza quente para a remoção dos pelos. Na Roma, os fios eram removidos com soda cáustica. Já no Egito, Cleópatra foi precursora de uma técnica menos agressiva, utilizando um composto de mel, argila e sândalo. A depilação com linha, objeto de estudo desta unidade, é uma técnica milenar proveniente do Oriente. Existem várias versões sobre a sua origem, que pode ter começado tanto no Egito como na Arábia, no Iraque, no Japão, na China, em Marrocos, na Coreia, na Tailândia, entre outros países. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 1.1 Benefícios da depilação com linha . Essa técnica pode ser usada quando os pelos ainda estão muito curtos ou são muito fininhos. Oferece ainda um resultado preciso, eliminando até 95% dos pelos, inclusive a remoção dos velus, que são difíceis de serem extraídos com outras técnicas. São normalmente encontrados na face, nas orelhas e tronco. Vejamos seus principais benefícios: A quantidade de pelos diminui progressivamente, oferecendo maior durabilidade para a área depilada. Não deixa a pele manchada, inchada ou vermelha, por muito tempo, no máximo 15 minutos. Evita o aparecimento de bolhas, cortes ou queimaduras na pele que podem ser ocasionados por outros métodos de depilação. 94 Não causa alergia, pois não utiliza nenhum componente químico, sendo recomendada para todos os tipos de pele, sobretudo para as mais sensíveis. Não provoca flacidez na região do corpo ou da face depilada. A microesfoliação da pele ocasionadapela linha, retira o excesso de queratina liberando a saída da haste para a superfície, prevenindo o aparecimento de pelos encravados. A retirada da camada de células mortas, também promove o clareamento e a iluminação da epiderme. É uma técnica sustentável, higiênica e com baixo custo. É recomendada para todos os tipos de pele. São muitas as vantagens oferecidas pela técnica de depilação com linha. Devido à delicadeza da técnica, é indicada também para clientes que tenham submetido a processos cirúrgicos. Lembrando que no caso de cirurgia recente o procedimento deve ser autorizado pelo médico. 2 CUIDADOS COM INFECÇÕES A assepsia é de extrema importância quando realizado qualquer tipo de processo depilatório. O cuidado com os materiais utilizados no procedimento de remoção dos peles é de responsabilidade exclusiva do profissional de depilação. Os materiais descartáveis devem ser utilizados sempre que possível, para que não haja contaminação entre clientes. Antes de executar qualquer depilação, deve-se fazer uma boa antissepsia na pele do cliente, utilizando loção adstringente, por exemplo. Clientes que possuem alguma doença de pele infectocontagiosa, como micoses, dermatoses e pitiríase versicolor não devem ser atendidos durante a vigência desse processo. 3 PREPARO DO AMBIENTE Proporcionar um ambiente harmonioso e intimista traz bem-estar para os momentos de depilação. O incomodo pode ser substituído por uma sensação de prazer proporcionado por estímulo dos cinco sentidos. Para tanto, transforme o ambiente em um local agradável, independente se for espaçoso ou pequeno. A influência das cores em ambientes é utilizada desde a Antiguidade, quando os egípcios, chineses e indianos já reconheciam os seus benefícios e se dedicavam a tratar pessoas. As cores são interpretadas pelo cérebro a causando sensações correspondentes. Cores quentes, como o 95 vermelho, laranja, amarelo e tons terrosos puxados para o vermelho são vibrantes e estimulantes, o que nos torna mais ativos e alerta. A cor azul, verde e lilás são cores mais frias, nos sentimos mais relaxados quando somos expostos a estas cores. Sendo assim, nas paredes prefira cores claras e frias, as cores ideais são o azul e o verde. Use difusor com óleos e essências de lavanda, bergamota ou capim-limão para proporcionar momentos relaxantes por meio do olfato. Deixe tocar uma música suave no ambiente ou até mesmo instale uma pequena fonte de água no local. Climatizar a sala para reduzir as sensações de frio ou calor nas diferentes estações do ano também pode ser bastante reconfortante. Ofereça um chá relaxante após a depilação e ou uma massagem relaxante. Esses toques e cuidados vão acalmar e criar um vínculo maior entre cliente e profissional. 4 ELETROTERAPIA NOS PROCEDIMENTOS DE DEPILAÇÃO Existem tratamentos que utilizam a corrente elétrica com intensidade controlada e indolor para os procedimentos de remoção de pelos. Vejamos como funcionam essas técnicas. 4.1 Alta frequência O Gerador de Alta Frequência é um recurso utilizado nos procedimentos de depilação como auxílio nos cuidados pré e pós-depilatórios. Apresenta efeito cicatrizante, térmico, analgésico e anti-inflamatório. Demonstra também ação bactericida, fungicida e antisséptica. Nas aplicações do aparelho de alta frequência é utilizado eletrodos de vidro, e dentro dos eletrodos existe um gás especial que é o meio condutor do estímulo elétrico. O gás dentro do vidro será então excitado produzindo pequenas faíscas elétricas na face externa do eletrodo de vidro, durante esse processo de faiscamento há formação de ozônio (O3) na superfície do eletrodo. O ozônio ativa o sistema imunológico, melhora a oxigenação e o metabolismo celular por meio da vasodilatação, possui propriedade oxigenante, fungicida, bactericida. Seus efeitos fisiológicos são diversos, mas principalmente apresenta efeito cicatrizante e calmante para a pele. Com tantos efeitos benéficos podemos usar como aliado, contribuindo para a cicatrização e prevenção de inflamações pós depilação. Os eletrodos rolinho, esférico maior e esférico menor são utilizados com movimentos fluxação ou faiscamento direto. TÉCNICA DE FLUXAÇÃO Consiste em passagens lentas e regulares do eletrodo em contato direto com a pele, descongestiona e tem ação antisséptica para a epiderme. Na técnica de faiscamento direto utiliza- 96 se o eletrodo afastado alguns milímetros da pele, ocasionando um faiscamento mais energético e visível. Tem efeito antisséptico, hiperêmico e estimulante. O tempo de aplicação dessas técnicas mencionadas acima deve ser de até 8 minutos e os eletrodos devem ser aplicados sobre a pele limpa, livre de sujidades ou produtos cosméticos. O eletrodo fulgurador de alta frequência foi desenvolvido especificamente para o tratamento de pequenas lesões de pele. Para a fulguração, utiliza-se a técnica de faiscamento direto com o eletrodo especial fulgurador, por três segundos sobre o local da lesão, auxilia na cicatrização e no estancamento de pequenos sangramentos no folículo. Essa técnica é indicada nos procedimentos pós-depilatórios e antes da aplicação do gel calmante. Os eletrodos de vidro são acessórios delicados e devem ser manipulados e armazenados com cuidado. 4.2 Contraindicações • Pessoas que usam marcapasso. • Sobre regiões que apresentam manchas ou pintas de coloração e espessura alternadas. • O uso em pessoas com câncer. • Pessoas cardíacas. • Gestantes. • Pessoas com distúrbios de sensibilidade e epiléticos. • Diabéticos descompensados. • Sobre a pele com cosméticos inflamáveis. • Pessoas com pinos ou placas metálicas no local da aplicação. 4.3 Utilização e higienização do aparelho Vejamos agora algumas informações importantes sobre a higienização do aparelho: Higienize os eletrodos com um papel, ou pano limpo com álcool a 70% sempre que usar de um cliente ao outro. Observe quando for higienizar se o aparelho não está ligado, pois se passar o álcool com ele funcionando pode gerar fogo e causar queimaduras. 97 Não utilize a alta frequência sobre a pele se estiver com algum produto inflamável. 5 FICHA DE AVALIAÇÃO PARA O PRÉ-DEPILATÓRIO O passo inicial e de maior importância nos procedimentos depilatórios é a ficha de avaliação do cliente. Esse procedimento deve ser realizado quando o cliente já estiver posicionado na maca, para que o depilador avalie se a pele que será depilada está saudável. A ficha de avaliação também ajudará o profissional a se isentar de qualquer problema que venha acontecer por falta de informação do cliente, sendo, por isso, necessário que se assine ao final de seu preenchimento. Os pontos a serem analisados pelo profissional durante a avaliação são muitos, porém os principais são se o cliente possui lesões na pele, muitos pelos do tipo terminal e se possui contraindicações relacionadas à alta frequência ou alergia a algum produto que será utilizado antes e após o procedimento de depilação. A partir daí, pode ou não ser aplicada a depilação com linha. Confira o quadro “Ficha de avaliação para depilação”, a seguir: 98 Quadro 1 - Ficha de avaliação para depilação e termo de responsabilidade Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta uma ficha de avaliação para depilação que deve ser preenchida e assinada pelo cliente antes de realizar um procedimento de remoção de pelos. 99 6 TÉCNICA DE DEPILAÇÃO COM LINHA A técnica consiste em enrolar uma linha ou fio de algodão nos dedos das mãos, entrelaçá-la nos pelos e com movimentos de deslizamento sobre a pele, abrindo e fechando os dedos, extrair os pelos a partir do folículo. O comprimento da linha a ser utilizada deve ser específica para cada profissional. Vamos ao passo a passo da técnica: • Com a ponta da linha em uma das mãos, estique o braço levando a outra ponta da linha até o ombro oposto. Feito isso, corte a linha. Este é o comprimento ideal para o profissional. • Na primeira falange dos dedos indicador e polegarda mão dominante, dê dez voltas com a linha, respectivamente com cada ponta da linha, de modo que o comprimento do res- tante da linha fique do tamanho da palma da mão. • Com a mão oposta, segure a outra extremidade da linha e dê doze voltas na linha. • Abra e fecha a linha de tal forma que em cada lado forme dois triângulos com as dez voltas no meio. • Posicione a linha na pele com pressão específica para cada área do corpo ou da face. • Deslize a linha na pele com movimentos de abrir e fechar as mãos. O deslizamento da linha na pele para extração do pelo deve ser realizado com suavidade e pressão especí- fica para cada área, ou para cada tipo de pelo. Enquanto uma das mãos estiver aberta, a outra precisa estar fechada. Isso permite que os pelos sejam entrelaçados pela linha e extraídos de toda a região a ser depilada, sem lesionar a pele. • Retire os pelos com firmeza, um a um, na direção de seu crescimento. O cliente deve auxiliar no momento da depilação esticando a pele da região a ser depilada, para que não haja enrugamento da pele. No caso do queixo, o cliente deve pressionar os lábios pressionados e projetar a cabeça para trás de forma que ele fique esticado. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 100 6.1 Procedimento de depilação com linha Os procedimentos principais a serem adotados para a depilação com linha, são: a preparação, a recepção ao cliente: PREPARAÇÃO Prepare o local de trabalho para receber os clientes, realizando a limpeza das áreas e superfícies, organizando os materiais necessários e criando um ambiente agradável, com boa ventilação e iluminação. Reúna, em um carrinho auxiliar, todo o material a ser utilizado: linha, tesoura, loção pré-depilatória, gel calmante, algodão, toalhas descartáveis e o aparelho de alta frequência. RECEPÇÃO AO CLIENTE É hora de receber o cliente, que deve ser cumprimentado e apresentado ao ambiente, caso ainda não o conheça. O profissional pergunta ao cliente que região deseja depilar. Posicionar o cliente na maca. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DO PROFISSIONAL É importante para evitar o risco de contaminação por bactérias, fungos etc. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DO CLIENTE COM GEL OU LOÇÃO ANTISSÉPTICA É importante para evitar a contaminação por bactérias no local depilado, pois é bastante comum a cliente tocar com as mãos na região depilada, para sentir o resultado do toque na pele. A seguir, o profissional deve realizar a antissepsia na pele do cliente, no local a ser depilado com uma loção pré-depilatória de boa qualidade. Esse procedimento, além de eliminar a oleosidade da pele, evita infecções, como foliculites. AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO Antes de iniciar a depilação faça a avaliação no cliente, é preciso observar com cuidado o estado da pele e dos pelos do cliente, verificando a existência de infecções, manchas, alergias e sensibilidade extrema e preencha a ficha. A partir da análise da pele e dos pelos do cliente, o profissional deve, se necessário, aconselhar o cliente a procurar tratamento médico. Atenção: Não esfoliar a pele antes da depilação, evitando a sensibilização da pele, pois no processo de depilação com linha ocorre a microesfoliação da pele. ALTA FREQUÊNCIA Utilizar o aparelho de alta frequência deslizando sobre a pele limpa o eletrodo rolinho. DEPILAÇÃO 101 Realizar a depilação. Terminada a depilação, aplicar o alta frequência com o eletrodo fulgurador, por 3 segundos, sobre as lesões e o eletrodo rolinho, por até 8 minutos, sobre a pele limpa, para descongestionar a região. Aplicar o gel calmante pós-depilatório. Para aqueles clientes com histórico de pelos encravados é indicada a realização de uma esfoliação dois a três dias antes da depilação. FINALIZAÇÃO Encaminhar a cliente até a recepção. HIGIENIZAÇÃO DO AMBIENTE PÓS-DEPILAÇÃO Higienizar a sala para receber o próximo cliente. 6.2 Orientações ao cliente no pré e pós-depilatório O profissional deverá orientar o cliente em relação aos cuidados necessários com a pele após a depilação: • Evitar exposição ao sol por 48 horas antes e após o procedimento de depilação. • Usar protetor solar na região depilada. • Não usar maquiagem nas próximas 24 horas na região depilada. • Após a depilações na face orientar a cliente a não consumir alimentos ácidos. • Não utilizar produtos cosméticos com ácidos ou que alcoólicos antes de 48 horas após a depilação. • Após a depilação nas axilas não usar desodorante por 24 horas, para evitar manchas pós inflamatórias. • Utilizar somente sabonete neutro no período de 48 horas antes e após a depilação. • Não manipular o local após a depilação evitando contaminações. • Esfoliar a pele uma vez por semana, dando um intervalo de 3 dias antes e após a depila- ção prevenindo pelos encravados. 102 7 INDICAÇÕES E CUIDADOS PRÉ E PÓS- DEPILATÓRIOS Em qualquer técnica de remoção de pelos aplicada, são recomendados alguns cuidados no pré e pós-depilatórios, como a esfoliação e hidratação da pele, por exemplo. 7.1 A esfoliação A manutenção da espessura normal da pele é de extrema importância para evitar os indesejáveis pelos encravados nas áreas de depilação. Uma pele espessa recebe mal os hidratantes e dificulta a saída dos pelos por meio dos óstios foliculares. O pelo, procurando um local para emergir na superfície cutânea, caminha entre a epiderme e a derme, causando inflamações. Além disso, a obstrução dos óstios, causada pelo espessamento da pele, propicia um crescimento bacteriano maior. Esses dois mecanismos explicam a maioria dos quadros de foliculite observados na prática clínica diária. Figura 1 - Esfoliação Fonte: dimid_86, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta o rosto de uma mulher, deitada, com os olhos fechados, sendo atendida por uma profissional da área de beleza. A profissional está com luvas e equipamentos nas ações, aplicando sobre o rosto da mulher. A esfoliação pode ser realizada em casa ou em uma clínica de atendimento de estética. Há ótimos esfoliantes disponíveis no mercado, sabonetes abrasivos corporais e faciais, para uso semanal. 103 7.2 Hidratação A pele dos membros inferiores costuma ser mais seca do que em outros locais do corpo porque as glândulas sebáceas são menos ativas nesses pontos, produzindo menos sebo. Por isso, a pele não é tão lisa e brilhante. Fatores como banho muito quente e prolongado, uso de sabonetes e buchas, períodos frios do ano, poluição e exposição ao sol agravam o ressecamento retirando a camada de proteção natural da pele, que é o manto hidrolipídico formado pela secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas na superfície da pele. O aspecto de pele desidratada, sem brilho, às vezes descamando, pode ser acompanhado pelo aparecimento de pelos encravados. 7.3 Princípios ativos cosméticos indicados no pós-depilatório Alantoína: calmante, auxiliando o sistema de defesa da pele no processo de proliferação de novas células e estimulando a reepitelização. Alpha bisabolol: apresenta propriedades anti-inflamatórias, antissépticas, bactericidas, antimicóticas e cicatrizantes. Indicado em casos de pequenas lesões cutâneas, inflamações leves e queimaduras. • Aloe Vera: calmante, cicatrizante, regeneradora dos tecidos. • Arnica: ação anti-inflamatória. • Azuleno: anti-inflamatório e descongestionante, é extraído da camomila azul. • Beta Glucan: melhora a resposta imunológica da pele. FIQUE DE OLHO Higienize sempre a pele da cliente antes de realizar a depilação. Posicione sempre a linha com pressão levando em conta a área, a quantidade e espessura do pelo. Posicione a linha no sentido do crescimento dos pelos para que eles sejam arrancados desde a raiz e evitando o corte do pelo na superfície da pele. No caso de depilação nas sobrancelhas ou área próxima aos olhos solicite que a cliente proteja os olhos e mantenha a pele das pálpebras e testa bem esticada. Proceda da mesma forma em locais onde a pele se apresentar mais flácida, evitando cortes provocados pela pressão da linha na pele flácida. 104• Calêndula: regeneradora da derme e epiderme, emoliente e hidratante. • Camomila: ação tônica, cicatrizante e anti-inflamatória. • Cânfora: calmante e refrescante. • Extrato de Licorice (Glycyrrhiza glabra): ação antioxidante e antialérgica, desintoxicante e antimicrobiana. • Hamamélis: adstringente e calmante, equilibra a oleosidade da pele. • Óleo essencial de lavanda: cicatrizante, analgésico, hipotensor, regenerador celular, anti- bacteriano, antifúngico, antisséptico, anti-inflamatório. Indicado para queimaduras, ecze- mas, feridas cutâneas, picadas de insetos entre outras aplicações. • Mentol: acalma e refresca, muito usado em géis pós-depilatórios. • Própolis: bactericida, antibiótico e regenerador. • Pró-Vitamina B5: atua como auxiliar no processo de regeneração celular. • Tília: calmante e emoliente, acalma e amacia a pele. 8 TRATAMENTOS EM CABINE PRÉ E PÓS- DEPILATÓRIOS COM ARGILOTERAPIA A argila é um dos principais componentes de muitas máscaras faciais e não é por acaso, pois ela absorve impurezas e ajuda a melhorar a saúde da pele. Por esses motivos, e por ser um produto natural, ela se tornou um item indispensável na rotina de beleza em tratamentos de esfoliação, desintoxicação, clareamento e hidratação corporal e facial. Argiloterapia é o nome para tratamentos em que a argila é usada como máscara facial ou em tratamentos corporais. A eficácia do método está baseada na composição do material, que apresenta elementos purificadores e hidratantes. Além disso, ainda melhoram a reconstrução dos tecidos e a mitose celular. As máscaras com argilas variam em uma grande quantidade de cores e tipos, cada qual com sua especificidade. Selecionamos aqui alguns tipos de máscaras de argilas para deixar pele macia, hidratada e sem manchas: • Máscara de argila branca: indicada para peles sensíveis, intoxicadas, irritadas e mancha- das, auxiliar no controle da oleosidade da pele, especialmente as delicadas e desidrata- das. Além disso, ajuda no clareamento, controle da oleosidade e por conter silício auxilia na redução da flacidez. • Máscara de argila vermelha: excelente ação esfoliativa, devolve a vitalidade da pele, proporcionando a melhora do tônus, da rigidez da pele da face e corpo, auxiliando para a 105 melhora da elasticidade cutânea. • Máscara de argila verde: indicada para peles com oleosidade excessiva, auxilia no trata- mento da foliculite e manchas da pele. Possui ação desintoxicante, tonificante e adstrin- gente. • Máscara de argila dourada ou amarela: tem ação regeneradora, protetora e antioxidante, devolve a luminosidade e a elasticidade da pele. Excelente em tratamentos de flacidez pelo seu grande poder tensor. • Máscara de argila preta: conhecida por ter uma poderosa ação desintoxicante, é indicada para peles desvitalizadas. Promove ação absorvente, cicatrizante e antisséptica. A argila preta é normalizadora e cicatrizante, a alta quantidade de silício e alumínio a torna alta- mente rejuvenescedora. • Máscara de argila rosa: é a mistura da argila branca com a argila rosa, altamente hidra- tante é ótima nos tratamentos de flacidez pelo seu grande poder tensor. Indicada tam- bém para peles desidratadas, delicadas, envelhecidas. • Máscara de argila roxa: rica em magnésio é altamente indicada para tratar os efeitos do estresse na pele por ser considerada antienvelhecimento, antiestresse, relaxante, nutriti- va e calmante. As máscaras de argila faciais e corporais podem trazer muitos benefícios e para total segurança nos protocolos, é importante saber sempre a procedência da dos materiais e produtos deve ser de fontes biodegradáveis e minerais selecionadas. 8.1 Clareamento de virilha e axila com argiloterapia O atrito é um dos principais motivos do escurecimento das axilar e virilhas, por ser a virilha uma área de dobra. Além do contato da área com roupas, pode ocorrer o atrito de pele com pele, principalmente em pessoas que estão com sobrepeso. O escurecimento também pode ser resultado de infecções por doenças causadas por fungos, como as micoses, que ocorre pelo fato de que a virilha está sempre coberta com roupas e, também por enfrentar calor e umidade. A depilação com cera também pode ocasionar o quadro de escurecimento da virilha. Em algumas pessoas, o calor da cera e a retirada de células da camada superficial da pele podem causar inflamações e pelos encravados, que consequentemente escurecem a região. Mulheres alérgicas a metal, ao raspar os pelos com lâmina também favorece o escurecimento. Orientar o cliente para realizar esfoliação seguida de uma boa hidratação e clareamento de regiões escurecidas da pele é de responsabilidade do profissional de depilação. 106 8.2 Protocolo para clareamento de axila e virilha Indicação de uso: deve ser realizado de duas a três vezes por semana. Preparação da máscara de argila Para o rosto, use em média 10 gramas de argila para 10 ml de água mineral, termal ou termal aromática. • Para o corporal, use em média 50 gramas de argila para 50 ml de água mineral, termal ou termal aromática. • Misture a argila e a água termal até obter uma massa com textura cremosa. Higienização • Aplique gel de limpeza e remova com auxílio de gaze e algodão. • Aplique loção antisséptica ou adstringente sobre a pele na região a ser tratada Preparação • Aplique o peeling fitomineral, ou esfoliante de sua preferência. • Aplique o peeling enzimático de romã, ou papaina e bromelina, espere secar e não remover. Clareamento • Aplique uma fina camada de argila sobre a pele no local do tratamento • Controle a hidratação da máscara com a pulverização de água termal aromática • Após 10 a 20 minutos, retire a máscara com gaze e algodão embebido em água mineral. • Remova com auxílio de uma espátula e gaze embebida em água. • Aplique o fluido de vitamina C e não remova. Cuidados em casa • Usar sempre filtro solar • No dia do procedimento, não use desodorante de qualquer tipo. Usar desodorantes se álcool ou cremes somente 12 horas após o clareamento. 8.3 Protocolo de hidratação facial com argilas Vamos conhecer o passo a passo para a hidratação facial: 107 • Prepare a sala com o difusor de óleos essenciais e cubra a maca com lençol de plástico descartável para o atendimento. • Faça a higienização das mãos do profissional e da cliente. • Higienize a pele do cliente com gel de limpeza ou loção antisséptica. • Prepare uma mistura homogênea de Argila amarela e água mineral. Posicione o cliente na maca aplicar a mistura de argila com as mãos, esfoliando suavemente, com movimentos circulares a face da cliente. • Retire com água e borrifar sobre a face da cliente água termal de lavanda. • Prepare usando uma cubeta, a mistura homogênea com uma colher medida de argila vermelha, branca ou rosa, diluída com água termal de lavanda. Aplique por toda face, controlar a umidade da máscara borrifando a água termal de lavanda. Deixe agir e retire com água após 20 minutos. • Finalize com creme hidratante e protetor solar de sua preferência. Aplique em toda a região tratada uma camada fina e uniforme. Frequência de tratamento: 1 vez por semana ou quando necessário. 8.4 Protocolo para hidratação de desintoxicação corporal com argilas Vamos conhecer o passo a passo para a hidratação de desintoxicação corporal com argilas: • Prepare a sala com o difusor de óleos essenciais e cubra a maca com lençol de plástico descartável para o atendimento. • Faça a higienização das mãos do profissional e da cliente. • Higienize a pele do cliente com gel de limpeza ou loção antisséptica. • Prepare uma mistura homogênea de Argila, se preferir poderá adicionar 10 gotas do óleo essências de lavanda. • Posicione o cliente na maca e com a mistura de argila nas mãos aplicar suavemente com movimentos circulares ou de deslizamento nas áreas de mamas, braços e mãos, abdome, coxas, pernas e pés. • Solicite que a cliente vire de decúbito ventral e continue a aplicação da argila por toda as áreas das costas, glúteos,coxas e pernas. • Em seguida, ocluir com filme osmótico e lençol. Se desejar potencializar o efeito detox da argila, você pode fazer uso da manta aluminizada Mayler ou manta térmica, deixando agir por 20 a 30 minutos. 108 • Retire a argila com movimentos circulares, esfoliando suavemente a pele, usando uma toalha úmida ou luvas atoalhadas. • Retire completamente a argila. • Se possível, ligue a ducha e peça para que a cliente se enxágue, retirando todo o esfolian- te e seque o corpo. • Troque o lençol de plástico descartável por outro limpo. • Solicite que a cliente se deite novamente na maca, em seguida sobre a pele seca, aplique o creme hidratante de sua escolha, com manobras de deslizamento. • Após terminar o tratamento, deixe a sala, dando um tempo para a cliente se vestir. Frequência de tratamento: 1 vez por semana ou quando necessário. 9 TRATAMENTOS PRÉ E PÓS-DEPILATÓRIOS COM SAIS DE EPSOM Vejamos os benefícios dos sais de Epsom: • A esfoliação com sal amacia e hidrata a pele. • Estimula o sistema linfático para eliminar toxinas. • Acalma e ajuda a relaxar. • A pele fica com aparência saudável e com brilho especial. 10 PROTOCOLO DETOX E HIDRATANTE CORPORAL COM SAIS Vejamos agora o passo a passo do protocolo detox e hidratante corporal com sais. Procedimento • Prepare a sala com o difusor de óleos essenciais e cubra a maca com lençol de plástico descartável para o atendimento. • Faça a higienização das mãos do profissional e da cliente • Prepare a mistura para esfoliação em uma cubeta com 50 g de sal de Epsom, 50 ml de óleo vegetal. O óleo pode de semente de uva ou amêndoas, se desejar poderá adicionar 109 10 gotas de óleos essencial de lavanda. • Posicione o cliente na maca e com a mistura de sal nas mãos esfolie suavemente, com movimentos circulares ou de deslizamento nas áreas de mamas, braços e mãos, abdome, coxas, pernas e pés. • Solicite que a cliente vire de decúbito ventral e continue a esfoliação por toda as áreas das costas, glúteos, coxas e pernas. • Retire completamente o sal. Se possível, ligue a ducha e peça para que a cliente se enxá- gue retirando todo o esfoliante e seque o corpo. • Troque o lençol de plástico descartável por outro limpo. • Solicite que a cliente se deite novamente na maca, repita a operação para a hidratação corporal realizando os deslizamentos com o creme hidratante. • Em seguida, faça um envelopamento do corpo da cliente com o lençol de plástico, deixe agir por 10 minutos. • Abra o lençol de plástico retire o excesso da máscara hidratante. • Após terminar o tratamento, deixe a sala, dando um tempo para a cliente se vestir. Frequência de tratamento: 1 vez por mês, ou quando necessário. 11 PROTOCOLO DE BANHO DOURADO Vamos conhecer o passo a passo para o banho dourado: Higienização Antissepsia das mãos do profissional. Tratamento • Proteja toda a região a ser descolorida com uma camada generosa de óleo mineral ou parafina, à sua escolha. Realize a aplicação membro a membro pra que a pele não absor- va muito rápido. • Prepare a mistura com o pó descolorante e a emulsão reveladora ou água oxigenada 30 volumes, na quantidade desejada sempre na proporção de 2 para 1. Por exemplo, 50g de pó para 100ml de emulsão, até formar uma mistura homogênea. • Espalhe a mistura por área, para fazer a descoloração, iniciando pelas áreas onde o pelo for mais espesso. • Ocluir com filme osmótico (PVC), para evitar o odor forte e acelerar o processo. Aguarde 110 o tempo de clareamento, entre 05 e 20 minutos, conforme a coloração do pelo que a cliente desejar. • Retire o filme osmótico (PVC) e, com auxílio de uma espátula tipo cigana, retire todo o excesso do da mistura de descoloração. Em seguida, retire restante do produto com uma toalha umedecida com água morna. • Prepare a mistura com uma colher medida de sopa de sabonete líquido e uma colher sopa de sais aromáticos linha Spa, com aroma de sua escolha. Essa medida é ideal para esfoliar cada parte do corpo, portanto, fazer o preparo conforme for realizando a aplicação. • Retire com ducha ou com luvas atoalhadas umedecidas em água morna. • Aplique uma camada de óleo ou creme hidratante até absorção total. Caso a pele esteja muito desidratada, pode-se envolver a cliente na manta aluminizada, Mayler, ou manta termoelétrica, por aproximadamente 20 minutos, potencializando os resultados da hidra- tação ou realizar uma massagem relaxante com a aplicação do óleo ou creme hidratante. • Aplique a loção iluminadora para complementar o protocolo, dando um toque de brilho e suavidade à pele. Frequência de tratamento: 1 vez por mês, ou quando necessário. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 111 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer a história e os benefícios da depilação com linha; • saber quais cuidados devem ser tomados com infecções; • aprender como preparar o ambiente; • entender como fazer eletroterapia nos procedimentos de depilação; • verificar como deve ser a ficha de avaliação para o pré-depilatório; • estudar técnica de depilação com linha; • reconhecer indicações de tratamentos pré e pós-depilatórios; • compreender os princípios ativos cosméticos indicados no pós-depilatório; • identificar tratamentos em cabine pré e pós-depilatórios com argiloterapia. PARA RESUMIR AMORIM, M. I. e PIAZZA, F. C. P. Uso das argilas na estética facial e corporal. UNIVALE, 2013. MANUAL DO GERADOR DE ALTA FREQUÊNCIA. Disponível em: https://www. htmeletronica.com.br/wp-content/uploads/2016/06/beauty-faceguia.pdf. Acesso em: 30 mar. 2020. MARTINS, A. et al. Efeito bactericida do gerador de alta frequência na cultura de Staphylococcus aureus. 2012. MOREN, S. A. Spas e salões de beleza: terapias - passo a passo. Cengage Learning, 2010. OLIVEIRA, L. Utilização do ozônio através do aparelho de alta frequência no tratamento da úlcera de pressão. Revista Brasileira de Ciências Saúde. 2011; 9(30):41-6. ZAGUE, V. et al. Argilas: Natureza das Máscars Faciais. Cosmetics & Toiletries. São Paulo, vol.19, p. 64-66, jul./ago,2007. FAA – Foz do Iguaçu (PR), Brasil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O livro Habilidades e técnicas de depilação e epilação é direcionado para estudantes de cursos de estética. Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo sobre a história e a evolução dos métodos depilatórios, higienização e descarte de material, normas de biossegurança para profissionais e clientes, técnicas epilatórias, técnicas depilatórias, associações eletroterápicas, depilação com linha, e cuidados com a pele antes e depois da depilação e da epilação. Após a leitura da obra, o leitor vai conhecer a história da depilação e sua importância para entender os relacionamentos sociais humanos; aprender sobre a evolução dos métodos depilatórios através da história; entender as diferenças entre métodos depilatórios e epilatórios; saber os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do profissional de depilação, bem como a importância de conhecer as normas da Anvisa; tomar conhecimento da diferença entre assepsia e antissepsia; compreender o procedimento correto da higienização das mãos, fricção antisséptica das mãos, limpeza e desinfecção de ambientes, esterilização de materiais que entrarão em contato com o cliente, entre outros; observar os diferentes métodos epilatórios e depilatórios, bem como suas vantagens e desvantagens; apreender que não existe um método correto e sim uma escolha do método adequado a cada caso; verificar como deve ser a ficha de avaliação para o pré-depilatório; reconhecer indicações de tratamentos pré e pós-depilatórios, e muito mais. Aproveite a leitura do livro. Bons estudos! Capa E-Book_Habilidades e Técnicas de Depilação e Epilação_CENGAGE_V2 E-Book Completo_Habilidades e Técnicas de Depilação e Epilação_CENGAGE_V2