Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Disciplina: Genética Humana
Docente: Paulo Roberto Antunes De Mello Affonso
Discente: Sofia Rocha Sampaio
Curso: Farmácia
Genética – A escolha que nossos avós não faziam
Capítulo 1
	No capítulo nos é contado sobre segredos de família que são revelados depois de uma análise génica que pode afetar a pessoa que solicitou – caso esteja grávida, como o caso de Ingrid apresentado no início, pode causar complicações no processo por causa do estresse – e a família como um todo. E colocando essa descoberta em um momento que pode ser delicado como o de um risco de se ter uma criança com problemas de hemofilia, por exemplo, torna tudo mais complicado. Além do risco de afetar emocionalmente as pessoas, também atinge pontos da ética profissional já que contar a verdade pode se mostrar uma atitude “irresponsável” e arriscada.
Outro caso que evidencia isso é o do Paulo que tinha leucemia e foi descoberto que seu irmão não era seu irmão, apesar de ser improvável que os pais parem de amá-lo simplesmente por não ser seu filho verdadeiro descobrir que ele não é o filho biológico afeta não só a família, mas também a ele próprio. Acrescentado ao fato de ter um familiar próximo adoentado torna tudo mais complicado. Além do tópico emocional, pode afetar a integridade de alguns dos indivíduos como a mãe dele que foi considerada a traidora quando na verdade ela não tinha culpa de nada e até a história ser explicada e os danos serem “revertidos” os envolvidos são muito afetados.
Sendo assim, mesmo em casos de aconselhamento genético que pareçam simples é perceptível a importância de acompanhamento psicológico simultâneo pois assim além de fazer o processo ser um pouco menos complicado - como quando alguém está aflito com a possibilidade de ter um filho acometido com algum problema – é possível tentar preparar psicologicamente para caso alguma descoberta venha à tona. Fazer uma pauta de questões para serem discutidas e dar abertura para que o paciente fale o que sente sobre a situação pode ajudar. E antes que qualquer procedimento comece seria interessante reunir todos os pesquisadores envolvidos para avaliar todas as possíveis consequências de se contar a verdade e assim deixar o cliente totalmente ciente de tudo que pode acontecer (até mesmo a probabilidade de más notícias, mesmo que seja uma chance mínima de acontecerem se for desejo dele saber).
Capítulo 3 
	Interromper uma gravidez, principalmente aqui no Brasil, é um assunto delicado pois não é só sobre decidir não ter o filho desejado porque será fadado a ter uma condição complicada, mas também por tocar na esfera religiosa de muitas pessoas – como a de Jeanne. Consequentemente coloca os cientistas em uma complexa situação pois eles têm que ser imparciais, mas ainda assim não serem indiferentes com a situação de quem os procura. Alguns casos podem se mostrar uma faca de dois gumes, como no caso em que uma assistente social solicitou um aconselhamento genético para uma índia onde se a criança tivesse a distrofia muscular acordo com a tradição da tribo iria ser enterrada viva. Mas o quadro só aparece em torno de 4 anos de idade então depois desse tempo talvez a criança fosse poupada, contudo não é algo que eles poderiam mentir caso o resultado positivasse. Em casos de doenças que se desenvolveriam muito para frente na vida do indivíduo faz com que o Centro de pesquisa da autora não faça testes em crianças pois afeta como será a vida dessa pessoa até que essa condição se manifeste, e uma criança não tem a maturidade de raciocinar se ela deseja ou não saber algo desse tipo e não se deve colocar isso na responsabilidade dos pais – que sendo os responsáveis poderiam interferir na vida da pessoa afetada além desta conviver com o fardo de ser uma “bomba relógio”.
	Contudo, o indivíduo não testado na infância poderia ser testado depois de atingir a maioridade, como foi o caso de João. E com isso outro ponto importante ser pensada pois mesmo sendo maior de idade não torna ninguém pronto para receber e lidar com a iminência de uma doença que se desenvolverá no futuro, mesmo com o atendimento psicológico é arriscado contar algo assim sem a capacidade de ter certeza de que se está pronto para saber. Mesmo com um contrato afirmando o desejo de saber – que de certa forma torna o paciente responsável pelas consequências - e com atendimento psicológico não deixa de ser uma responsabilidade que se deve ter com um outro ser humano, ou seja, contar essa informação vai além da ética profissional.
	Não só doenças degenerativas podem afetar o cotidiano das crianças, características “nobres” também. Em um cenário onde os pais podem “encomendar” seus filhos muitas situações são possíveis; mesmo que sejam qualidades não tem como consultar alguém que não nasceu ainda sobre quais “capacidades” ele quer ter e se quer realmente ter elas. Em um país tão preconceituoso como o Brasil o surgimento de uma “segregação gênica” não é impossível e aqui percebe-se duas possibilidades: a primeira com os pais escolhendo características “bonitas” como olhos claros, traços finos, cabelos claros etc. e uma segunda ligada à desigualdade social pois é quase uma certeza que só classes sociais altas teriam como acessar essa tecnologia. Como alguém geneticamente menos “capaz” vai conseguir competir com geneticamente superior? Por essa segunda envolver toda a sociedade podemos fazer outros questionamentos, por exemplo: como seria a saúde mental de boa parte da população – pensando em uma perspectiva onde poucos teriam dinheiro para investirem nessa seleção genética- sabendo que são geneticamente inferiores? E acima de tudo isso, não é uma certeza que os pais teriam filhos especiais pois as habilidades também estão relacionadas ao ambiente.

Mais conteúdos dessa disciplina