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Exercícios e orientações para o desenvolvimento 
 de habilidades de raciocínio lógico e de leitura e 
 interpretação de textos 
 Material do Aluno 
 (PARA USO NO 1º SEMESTRE DE 2023) 
 Obra de Nicola Bolaffi. 
 Nome: 
 RA: Turma: 
 1 
 APRESENTAÇÃO 
 As questões apresentadas neste caderno têm como base o respeito aos Direitos Humanos e 
 visam ao desenvolvimento da prática reflexiva do estudante por meio do uso do raciocínio lógico, da 
 articulação de conhecimentos, da análise de enunciados contextualizados, da avaliação crítica de 
 situações, da comparação de possibilidades e da interpretação de dados. 
 Nas questões, há comentários a respeito de enunciados, afirmativas, asserções e alternativas 
 que ajudam na elucidação dos problemas propostos e no esclarecimento de dúvidas. As explicações 
 presentes em cada questão guiam o leitor no sentido de desenvolver as habilidades e as competências 
 requeridas pelos exercícios, tais como: 
 ● ler e interpretar textos de diversos formatos com clareza e coerência; 
 ● compreender representações simbólicas, pictóricas, tabulares, gráficas e numéricas; 
 ● formular argumentos consistentes para determinada situação; 
 ● comparar ideias contidas em dois ou mais textos; 
 ● diferenciar conceitos; 
 ● distinguir dados absolutos e dados relativos; 
 ● realizar cálculos e análises envolvendo percentuais; 
 ● estabelecer relações de causa e efeito; 
 ● avaliar consequências e propor soluções para a resolução de problemas. 
 Diversos são os assuntos abordados nas questões, como meio ambiente, saúde, educação, 
 comunicação, linguagem, cultura, arte, padrões de beleza, ética, confronto entre opinião e fato, 
 democracia, sociodiversidade, comportamento, desenvolvimento pessoal, cidadania, violência, 
 economia, tecnologia, inclusão digital, processos migratórios, políticas públicas, globalização, 
 industrialização, transportes, mobilidade urbana, relações de gênero, relações de trabalho, relações 
 étnico-raciais e responsabilidade social. 
 Esperamos, assim, que a utilização deste material amplie a compreensão do leitor quanto às 
 questões apresentadas em diversos exames de alcance nacional, com destaque para o Enade (Exame 
 Nacional de Desempenho do Estudante), que avalia os cursos de Ensino Superior do país, e quanto aos 
 saberes que cada tipo de exercício demanda do estudante. 
 Christiane Mazur Doi 
 CQA – UNIP 
 2 
 ÍNDICE 
 Questão Assunto/tema 
 Questão 1 Ciência e sociedade: propriedades e aplicações do nióbio e do grafeno. 
 Questão 2 Educação: responsabilidade de educar. 
 Questão 3 Violência: feminicídio. 
 Questão 4 Tecnologia e arte: registro de coleções de arte digitais e quadro de Frida Kahlo. 
 Questão 5 Sociedade: cooperativismo. 
 Questão 6 Economia: preços da gasolina, do diesel e do GLP. 
 Questão 7 Educação: escola como espaço comunitário. 
 Questão 8 Saúde: síndrome de burnout. 
 Questão 9 Tecnologia: tecnologia 5G. 
 Questão 10 Tecnologia e sociedade: metaverso. 
 Questão 11 Ciência e sociedade: negacionismo. 
 Questão 12 Lirismo: envelhecimento e morte. 
 Questão 13 Redes sociais: fake news. 
 Questão 14 Sociedade: invisibilidade da pobreza. 
 Questão 15 Comportamento: uso do celular. 
 Questão 16 Economia: descontos e promoções. 
 Questão 17 Comportamento: confronto entre opinião e fato. 
 Questão 18 Literatura e sociedade: desastre ambiental. 
 Questão 19 Língua e linguagem: características e diferenças. 
 Questão 20 Políticas públicas: inclusão digital. 
 Questão 21 Educação: anos de estudo dos brasileiros. 
 Questão 22 Sociedade: preconceito contra nordestinos. 
 Questão 23 
 Sociedade contemporânea: consciência no consumo e avaliação crítica de 
 descontos e comparação de promoções. 
 Questão 24 Meio ambiente: consumo consciente e preservação ambiental. 
 Questão 25 Educação: desempenho dos estudantes brasileiros. 
 Questão 26 Sociedade: desigualdades de gênero. 
 Questão 27 Sociedade e tecnologia: exclusão digital. 
 Questão 28 Sociedade: trabalho escravo. 
 Questão 29 Sociedade: pós-verdade. 
 Questão 30 Sociedade brasileira: mapa da fome. 
 Questão 31 Meio ambiente: necessidade de preservação das florestas. 
 Questão 32 Sociedade: representatividade. 
 3 
 Questão 33 
 Educação: desempenho dos alunos brasileiros da Educação Básica em exame 
 internacional de Matemática. 
 Questão 34 Avaliação crítica de situações: modos diferentes de ser ver uma circunstância. 
 Questão 35 
 Cidadania: análise de tabela e avaliação correta de desempenhos em concurso 
 de redação. 
 Questão 36 
 Desenvolvimento pessoal: impacto da leitura no indivíduo e transformação do 
 modo de ver a realidade. 
 Questão 37 Cidadania: justiça social, igualdade e ações afirmativas. 
 Questão 38 
 Ética, democracia e cidadania: desmatamento e condições de vida da população 
 indígena. 
 Questão 39 Sociodiversidade e multiculturalismo: inclusão social de pessoas com deficiência. 
 Questão 40 
 Sociodiversidade e multiculturalismo: relações étnico-raciais e articulação 
 indígena e quilombola. 
 Questão 41 
 Responsabilidade social e setor privado: responsabilidade social empresarial e 
 diminuição das desigualdades sociais. 
 Questão 42 
 Políticas públicas: profissionais da área da saúde e realização de procedimentos 
 adequados. 
 Questão 43 
 Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, relações étnico-raciais e 
 assassinatos de afrodescendentes em relato da ONU. 
 Questão 44 
 Ciência, tecnologia e sociedade: relações de consumo e descartabilidade na 
 sociedade contemporânea. 
 Questão 45 
 Tecnologias de informação e comunicação: redes sociais e construção da 
 autoestima. 
 Questão 46 Cultura e arte: registros fotográficos, situações do cotidiano e realidade. 
 Questão 47 Meio ambiente: pegada ecológica, biocapacidade e razão entre indicadores. 
 Questão 48 
 Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, relações de gênero e taxa de 
 homicídios de mulheres. 
 Questão 49 
 Transportes: tempo de deslocamento casa-trabalho e políticas públicas 
 direcionadas à mobilidade urbana. 
 Questão 50 
 Sociodiversidade e multiculturalismo: relações de gênero e jornada semanal de 
 trabalho. 
 Questão 51 
 Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): alfabetização midiática e 
 informacional e consequências da falta de letramento digital. 
 Questão 52 Meio ambiente: desmatamento da Amazônia e suas consequências. 
 Questão 53 
 Sociedade, cultura e arte: manifestações artísticas e formas de expressão 
 popular. 
 4 
 Questão 54 
 Sociodiversidade e multiculturalismo: relações de gênero, conquistas das 
 mulheres e participação feminina na política. 
 Questão 55 
 Igualdade de gêneros: direito das jovens à educação formal, relações de poder 
 entre homens e mulheres e discurso de Malala na ONU. 
 Questão 56 
 Responsabilidade social: formas de chegada dos usuários aos serviços 
 socioassistenciais. 
 Questão 57 Sociodiversidade e multiculturalismo: intolerância religiosa. 
 Questão 58 Meio ambiente: consumo sustentável e descarte de resíduos. 
 Questão 59 Formação do Brasil: reflexos da colonização. 
 Questão 60 Meio ambiente e saúde: poluição do ar. 
 Questão 61 Arte urbana: expressões artísticas e grafite. 
 Questão 62 Saúde: alimentação e obesidade. 
 Questão 63 Tecnologia: realidade aumentada. 
 Questão 64 Preconceito: estereótipos sociais e racismo. 
 Questão 65 Condição humana: opressão social e comportamento. 
 Questão 66 Sistema socioeconômico: injustiça social. 
 Questão 67 Preconceito: herança colonial e racismo. 
 Questão 68 Mídia: influência dos meios de comunicação.Questão 69 Cidadania: protagonismo social. 
 Questão 70 Formas alternativas de energia: energia solar. 
 Questão 71 Sociedade contemporânea: mercantilização do indivíduo. 
 Questão 72 Violência: inadequação e ineficiência dos presídios brasileiros. 
 Questão 73 Comunicação de massas: sensacionalismo. 
 Questão 74 Saúde: atividade física. 
 Questão 75 Educação: formação do indivíduo. 
 Questão 76 Violência: repressão policial. 
 Questão 77 Meio ambiente: resíduos sólidos. 
 Questão 78 Violência: celulares e o registro do cotidiano. 
 Questão 79 Preconceito: xenofobia. 
 Questão 80 Educação: formas de ensinar. 
 Questão 81 Tecnologia: obtenção de água potável. 
 Questão 82 Alimentação: desperdício de alimentos. 
 Questão 83 Tecnologia: mundo virtual. 
 Questão 84 Educação: sistemas de ensino. 
 Questão 85 Questão de gêneros: educação para a igualdade. 
 Questão 86 Impostos: carga tributária no Brasil. 
 5 
 Questão 87 Educação: relação entre pais e filhos. 
 Questão 88 Arte: Leonardo da Vinci. 
 Questão 89 Sociedade contemporânea: racionalidade técnica e problemas sociais. 
 Questão 90 Sociedade contemporânea: internet, redes sociais e conhecimento. 
 Questão 91 Economia: globalização e relações de trabalho. 
 Questão 92 Economia: globalização e desigualdades. 
 Questão 93 Educação: valorização do professor. 
 Questão 94 Sociedade: civilização e progresso. 
 Questão 95 Sociedade do controle: internet e redes sociais. 
 Questão 96 Sociedade brasileira: política e corrupção. 
 Questão 97 Sociedade brasileira: invisibilidade social. 
 Questão 98 Educação: ensino e política. 
 Questão 99 Movimentos migratórios: xenofobia. 
 Questão 100 Direitos humanos: literatura e arte. 
 Questão 101 Saúde: vida moderna e obesidade. 
 Questão 102 Educação: papel do educador. 
 Questão 103 Saúde: mapa com áreas populacionais sem acesso ao saneamento básico. 
 Questão 104 Educação: escolaridade, emprego e salário. 
 Questão 105 Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): exclusão digital. 
 Questão 106 
 Desenvolvimento sustentável: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade 
 econômica e sustentabilidade sociopolítica. 
 Questão 107 Saúde: nova tecnologia aplicada à Medicina (método Odón). 
 Questão 108 Industrialização: transformações nos meios rural e urbano. 
 Questão 109 Globalização: estágio supremo da internacionalização. 
 Questão 110 Cultura e arte: evolução tecnológica e produção/divulgação de obras artísticas. 
 6 
 Exercícios e orientações para o desenvolvimento de habilidades de 
 raciocínio lógico e de leitura e interpretação de textos (material do aluno) 
 Questão 1. 
 Assunto/tema. Ciência e sociedade: propriedades e aplicações do nióbio e do grafeno. 
 Leia o texto e o infográfico a seguir. 
 Nióbio e grafeno: admiráveis materiais de um mundo novo 
 O uso do grafeno e do nióbio tem impulsionado o avanço tecnológico no mundo e aumenta a demanda 
 por esses materiais. O Brasil, pioneiro nas pesquisas com ambos, ocupa posição de destaque no 
 cenário mundial. O grafeno é composto de nanopartículas de carbono e tem propriedades como alta 
 resistência, flexibilidade, transparência e elevada capacidade de conduzir eletricidade e calor. O Brasil 
 detém 90% do mercado mundial, o que sugere grande potencial de exploração do material pelo país. 
 Material que não pode ser encontrado na natureza, o grafeno foi sintetizado pela primeira vez em 2004. 
 Dois anos depois, pesquisadores da UFMG foram os primeiros a processar o grafeno por meio da 
 esfoliação mecânica do grafite. A partir daí, começaram a desenvolver outros métodos de produção do 
 grafeno e, em 2010, o material começou a ser sintetizado por meio da esfoliação química do grafite, 
 processo que favorece a obtenção de maiores quantidades. Quem conta essa história é o professor 
 Marcos Pimenta, do Departamento de Física da UFMG (...), que pesquisa a mistura de grafeno e 
 nanotubos de carbono com diversos tipos de materiais, a fim de melhorar as suas capacidades 
 mecânicas. Os nanotubos de carbono são obtidos quando o grafeno é enrolado em cilindros 
 nanométricos. “Um nanotubo de carbono é 100 mil vezes menor, em espessura, que um fio de cabelo”, 
 compara Pimenta. 
 Disponível em <https://ufmg.br/comunicacao/noticias/niobio-e-grafeno-admiraveis-materiais-de-um-mundo-novo>. Acesso em 05 fev. 2022 
 (com adaptações). 
 Potencialidades de uso do grafeno 
 Disponível em <https://demin.ufmg.br/tcc/00007.pdf>. Acesso em 05 fev. 2022. 
 7 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. O grafeno é o único material natural que reúne as características necessárias para ser usado 
 pela medicina no enfrentamento de sérios problemas de saúde, como no caso do câncer. 
 II. O grafeno é um material que apresenta aplicação em diversas áreas, como a odontologia e as 
 telecomunicações. 
 III. Embora o grafeno seja fruto de uma tecnologia recente, o Brasil é uma das lideranças mundiais 
 na pesquisa e na produção desse material. 
 É correto o que se afirma em 
 A. III, 
 apenas. 
 B. I e II, 
 apenas. 
 C. II e III, 
 apenas. 
 D. I, 
 apenas. 
 E. I, II e 
 III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto e um quadro. 
 ● Compreender as propriedades e as aplicações do nióbio e do grafeno. 
 Questão 2. 
 Assunto/tema. Educação: responsabilidade de educar. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/117613002019/dia-mundial-da-educa%C3%A7%C3%A3o- hoje-amanh%C3%A3>. 
 Acesso em 18 jan. 2022. 
 Por meio da leitura da charge, infere-se que 
 A. a educação é uma responsabilidade exclusiva dos pais. 
 B. os professores sempre estão corretos em suas atitudes. 
 C. pais e professores devem compartilhar a responsabilidade de educar. 
 8 
 D. a aplicação de provas escritas é a melhor forma de avaliar a educação infantil. 
 E. a educação é fundamental para a formação profissional. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar uma charge. 
 ● Refletir sobre a educação. 
 Questão 3. 
 Assunto/tema. Violência: feminicídio 
 Leia o texto a seguir. 
 Campanha alerta sobre os riscos do feminicídio 
 “Os riscos do feminicídio” é o tema da campanha lançada neste sábado (20), com o slogan “Violência 
 contra a mulher: sua evolução leva ao feminicídio. Observe os sinais. Denuncie”. A iniciativa, do 
 Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), integra as ações dos 21 Dias de 
 Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. 
 (...) 
 A secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, explica que, segundo o Código 
 Penal brasileiro, o feminicídio consiste no assassinato cometido em razão do sexo feminino. Em resumo, 
 é quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação à condição de 
 mulher. 
 “Lembro a todos que o feminicídio é o final do chamado ciclo da violência. Até chegar nessa situação, 
 geralmente começa com algo considerado por muitos como simples, seja um empurrão ou agressão 
 verbal, por exemplo. Nós, mulheres, precisamos estar atentas aos sinais que envolvem violência física, 
 psicológica, moral, sexual, patrimonial e as situações de risco”, alerta a gestora. 
 Entre os fatores de risco para o feminicídio, estão o isolamento social, a ausência de rede de serviços 
 de saúde e proteção social bem estruturada e integrada, a pouca consciência de direitos, histórico de 
 violência familiar, transtornos mentais,uso abusivo de bebidas e drogas, dependência afetiva e 
 econômica, presença de padrões de comportamento muito rígidos, exclusão do mercado de trabalho, 
 deficiências, vulnerabilidades relacionadas a faixas etárias e escolaridade. 
 Disponível em <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2021-11/campanha-alerta-sobre-os- riscos-do-feminicidio>. Acesso 
 em 01 fev. 2022. 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. O feminicídio tem a dependência econômica como um de seus fatores de risco. Por isso, é um 
 tipo de crime que afeta exclusivamente as camadas de baixa renda da população brasileira. 
 II. A denúncia do feminicídio é um fator de risco para as mulheres. 
 III. O processo de violência quase sempre tem início antes da prática do crime de feminicídio, razão 
 pela qual a denúncia é muito importante. 
 9 
 IV. As mulheres em situação de risco nem sempre dispõem de condições objetivas para se 
 protegerem durante o ciclo de violência. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I. B. I e II. C. II e IV. D. III e IV. E. I e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto temático. 
 ● Compreender questões relativas ao feminicídio. 
 Questão 4. 
 Assunto/tema. Tecnologia e arte: registro de coleções de arte digitais e quadro de Frida 
 Kahlo. 
 Leia os textos 1 e 2 a seguir. 
 Texto 1 
 NFT: como funciona o registro de coleções digitais que já valem milhões de dólares 
 Sistema opera como selo único para identificar e vender objetos físicos ou virtuais. 
 Tecnologia cria novo mercado milionário de arte, como no caso de obra digital leiloada por 
 R$389 milhões. 
 Rodrigo Ortega - G1 - 16/03/2021 
 Se já era difícil entender as obras de arte contemporânea, agora o público pode coçar a cabeça 
 também ao contemplar uma nova forma de negociar estes trabalhos. 
 Quem acompanha o mercado da cultura toma um susto por dia com os preços milionários de obras 
 digitais. O combustível desse comércio turbinado tem três letras: NFT – "non fungible token" em inglês, 
 ou token não fungível. É uma espécie de selo de autenticidade digital. 
 O selo pode ser usado para itens físicos ou digitais (vídeos, fotos, gifs, códigos, áudios...). Com isso, 
 colecionadores pagaram: 
 ● US$69 milhões (R$382 milhões) por imagens do artista Beeple ; 
 ● US$2 milhões (R$11 milhões) por edições especiais do novo disco da banda Kings of Leon ; 
 ● US$208 mil (R$1,1 milhão) por um vídeo de uma jogada de LeBron James, entre outros. 
 (...) 
 O que é NFT? 
 A palavra-chave dos tais "tokens não fungíveis" é justo essa que a gente não entende. Está lá no 
 dicionário: fungível é uma coisa que pode ser substituída por outra da mesma espécie. Portanto, o "não 
 fungível" é único. NFT é um selo digital associado a um item que garante a sua autenticidade. 
 Por exemplo: em 2017, os artistas Matt Hall e John Watkinson criaram uma série de ilustrações de 
 personagens chamados CryptoPunks. Cada imagem é associada a um NFT, que eles registram e 
 colocam à venda. O comprador se torna o único dono da imagem. 
 10 
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/11/obra-digital-do-artista-beeple-e-vendida-por-us-693-milhoes.ghtml
https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2021/03/05/kings-of-leon-troca-guitarras-e-letras-de-sexo-por-rock-epico-com-reflexoes-sobre-o-tempo.ghtml
 Antes de detalhar a tecnologia, o primeiro passo é entender o motivo de alguém querer ser dono de 
 uma obra digital. Afinal, outras pessoas ainda podem baixar pela internet e copiar o arquivo 
 infinitamente. 
 O segredo é comparar a colecionadores de obras de arte. Qualquer pessoa pode baixar para o seu 
 computador ou celular uma imagem de "Guernica", de Picasso, ou a "Mona Lisa", de Da Vinci. Mas só 
 uma pessoa pode ter o status e o prazer de ser a dona do quadro. 
 Disponível em < https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2021/03/16/nft-como-funciona-o-registro-de-colecoes-digitais-que- 
 ja-valem-milhoes-de-dolares.ghtml>. Acesso em 04 fev. 2022. 
 Texto 2 
 Quadro de Frida Kahlo leva 34,9 milhões de dólares e bate recorde latino 
 'Diego y Yo' foi vendida em Nova York e é agora a pintura latino-americana mais cara a ser 
 vendida em um leilão, destronando Diego Rivera, marido da artista. 
 Amanda Capuano - 17/11/2021 
 “ Diego y Yo”, de Frida Kahlo, de 1949, foi vendido por US$ 34,9 milhões em um leilão da Sotheby's/Divulgação. 
 Um dos famosos autorretratos da mexicana Frida Kahlo foi leiloado nessa terça-feira, 16, em Nova 
 York, pela bagatela de 34,9 milhões de dólares (cerca de 191,2 milhões de reais, em cotação atual). 
 Batizado de Diego y Yo, o quadro é agora a obra latino-americana mais cara a ser arrematada em um 
 leilão internacional, recorde antes detido por The Rivals, do marido da própria artista, Diego Rivera 
 (1886-1957), vendido por 9,76 milhões de dólares em 2018. Segundo The New York Times, o 
 comprador foi identificado como Eduardo F. Costantini, o fundador de um museu em Buenos Aires que 
 adquiriu a peça para sua coleção particular. 
 Disponível em < https://veja.abril.com.br/cultura/quadro-de-frida-kahlo-leva-349-milhoes-de-dolares-e-bate- recorde-latino/>. Acesso em 04 
 fev. 2022 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
 I. A imagem do quadro apresentado no texto 2, ao ser usada em um meme ou em um gif, 
 transforma-se necessariamente em um NFT e não pode mais ser reproduzida. 
 PORQUE 
 II. Além dos altos valores, os exemplos de NFTs referidos no texto 1 têm algo em comum com 
 obras de arte não digitais como o quadro de Frida Kahlo: o comprador torna-se o único dono da 
 obra. 
 Assinale a alternativa correta. 
 A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
 B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a não segunda justifica a primeira. 
 C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. 
 D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 
 E. As duas asserções são proposições falsas. 
 11 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos. 
 ● Estabelecer relações entre textos. 
 Questão 5. 
 Assunto/tema. Sociedade: cooperativismo. 
 Leia a figura. 
 Disponível em <https://www.facebook.com/umbilhetedeamorr/photos/a.410784335922635/166280848072020>. Acesso em 25 fev. 2022. 
 Assinale a alternativa que traduz em linguagem verbal a mensagem da figura. 
 A. Os burros são incapazes de refletir sobre suas ações. 
 B. A cooperação é o melhor meio para realizar ações. 
 C. O conflito de interesses entre os indivíduos é instransponível. 
 D. Cada um deve cuidar do que é seu. 
 E. As pessoas só agem se houver motivação. 
 Justificativa. 
 12 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Compreender uma mensagem expressa por imagens. 
 Questão 6. 
 Assunto/tema. Economia: preços da gasolina, do diesel e do GLP. 
 Leia, na figura a seguir, a composição dos preços da gasolina, do diesel e do GLP (gás de cozinha) em 
 22 de março de 2022. 
 Disponível em 
 <https://leia.metronatela.com.br/html5/reader/production/default.aspx?pubname=&pubid=6603c0cb-2fa3-4c33-81b0-5b5ee8b20551>. 
 Acesso em 23 mar. 2022. 
 Com base na leitura e supondo que o consumidor pague cerca de R$8,00 pelo litro da gasolina, R$6,00 
 pelo litro do diesel e R$100,00 pelo botijão de gás de cozinha, avalieas afirmativas. 
 I. O valor, em reais, do ICMS pago no litro da gasolina é mais do que o dobro do pago no litro de 
 diesel. 
 II. Quando o consumidor compra o botijão de gás de cozinha por R$100,00, ele paga R$17,00 de 
 impostos. 
 III. Quando o consumidor abastece o carro com 20 litros de gasolina, ele paga quase R$70,00 de 
 impostos. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, apenas. B. II, apenas. C. III, apenas. 
 13 
 D. II e III, apenas. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar dados numéricos. 
 ● Operar com dados absolutos e com dados relativos. 
 Questão 7. 
 Assunto/tema. Educação: escola como espaço comunitário. 
 Leia o texto a seguir. 
 A escola não é uma ilha. Inserida em um território, ela espelha a cultura local dentro das salas de aula 
 e, também, influencia sua comunidade. A integração entre território e espaço escolar pode se dar de 
 diversas formas e se transforma em processo educativo a partir do momento que propicia 
 oportunidades de aprendizado para crianças e jovens. Para a socióloga Helena Singer, o uso do 
 território como campo de pesquisa com base em diversas áreas do conhecimento, como geografia, 
 língua portuguesa, história, entre outras, é a chave para um aprendizado mais significativo: “Isso 
 permite que os alunos estudem na prática conceitos mais abstratos e complexos que os professores 
 podem elaborar futuramente”. Tal perspectiva também é essencial para que os alunos desenvolvam um 
 senso de pertencimento. Segundo o britânico Tim Gill, uma das maiores referências em infância, em 
 entrevista ao Cidades Educadoras, “a educação é um processo de crianças aprendendo a viver. É claro 
 que elas precisam aprender a ler e escrever, ciências e literatura, mas elas também precisam aprender 
 a ser cidadãs, a aprender como seu bairro se formou e qual a história da sua cidade”. Para que isso 
 ocorra, no entanto, a escola também deve se abrir como um espaço comunitário, oferecendo atividades 
 culturais, debates, clubes, dentre outras oportunidades de participação. “Estudantes, professores e 
 funcionários precisam se ver como parte de um coletivo, e a escola precisa reconhecer que tem uma 
 missão: ser uma instituição que faça sentido para todos”, explica Helena. 
 Disponível em <https://labedu.org.br/escola-e-territorio-uma-integracao-entre-educacao-escolar-cultura-e-comunidade/>. Acesso em 16 fev. 
 2022 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. A integração entre a escola e o território em que está inserida possibilita desenvolver, nos 
 alunos, o senso de pertencimento e a cidadania. 
 II. A escola, como instituição de ensino formada por professores, funcionários e alunos, deve 
 moldar a cultura local de modo que o conteúdo disciplinar seja transmitido e a comunidade 
 progrida. 
 III. A escola deve ser um espaço comunitário, propício a debates e trocas de saberes. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, apenas. 
 B. I e III, apenas. 
 C. I e II, apenas. 
 14 
 D. II e III, apenas. 
 E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto. 
 ● Refletir sobre a escola. 
 Questão 8. 
 Assunto/tema. Saúde: síndrome de burnout. 
 Leia o texto a seguir. 
 Burnout: problema é reconhecido pela OMS e faz cada vez mais vítimas 
 Em 2019, uma pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR) estimou que 32% 
 da população economicamente ativa no país sofria de sintomas de burnout. Em outro levantamento, 
 feito já na pandemia (em 2020), 44% dos brasileiros ouvidos disseram que o período de convívio com a 
 covid-19 amplificou a sensação de esgotamento profissional. Se formos transpor para números 
 absolutos, daria algo em torno de 39,6 milhões de trabalhadores afetados. Em um ranking de oito 
 países sondados, o Brasil ocupa a primeira colocação, à frente de Singapura (37%), Estados Unidos 
 (31%) e Índia (29%). 
 O assunto não passou batido pela 72ª Assembleia Mundial de Saúde, realizada em maio de 2019, em 
 Genebra, na Suíça, com a participação dos 194 países-membros da Organização Mundial da Saúde 
 (OMS), quando se decidiu revisar a definição de burnout na Classificação Estatística Internacional de 
 Doenças e Problemas Relacionados à saúde (CID). Antes, ele era descrito apenas como um “estado de 
 exaustão vital”. Podia ser interpretado até como resultado de um infortúnio em casa ou na família. 
 Na CID-11, que passou a vigorar em janeiro de 2022, ele ganha oficialmente o entendimento mais 
 aceito pelos especialistas, o de um esgotamento que é fruto do “estresse crônico no local de trabalho”. 
 Embora conste na nova CID, o burnout ainda não tem status de doença. A OMS prefere situá-lo como 
 “fenômeno ocupacional”. Ou uma síndrome, palavra que, na terminologia médica, se refere a um 
 conjunto de sintomas, sejam eles físicos, psíquicos ou emocionais. 
 Entenda os termos (e as diferenças) 
 Burnout não é um mero cansaço. Saiba o que os profissionais entendem pelas palavras abaixo. 
 Cansaço: estado de fraqueza ou indisposição depois de um esforço físico ou mental. É algo normal, e 
 tende a passar depois de uma boa noite de sono ou de um fim de semana. 
 Fadiga: é uma sensação de cansaço persistente que costuma indicar uma doença — anemia, 
 fibromialgia, depressão – a lista é extensa. Some após o tratamento. 
 Burnout: é a exaustão física e mental provocada pelo trabalho — seja pela carga em si, seja pelo clima 
 ou pressão do ambiente. Agora é tida como síndrome ocupacional pela própria OMS. 
 Depressão: foi comparada pelo físico Stephen Hawking a um buraco negro. Gera angústia e prostração 
 incontrolável. Sem tratamento, pode ser fatal. 
 BERNARDO, A. Burnout: problema é reconhecido pela OMS e faz cada vez mais vítimas. Veja Saúde, publicado em 23 fev. 2022. Disponível em 
 <https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/burnout-e-reconhecido-pela-oms/>. Acesso em 25 fev. 2022 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 15 
 I. O burnout é atualmente definido como um estado de cansaço e afetava, em 2020, 44% da 
 população brasileira. 
 II. A Assembleia Mundial de Saúde decidiu revisar o conceito de burnout na CID após estudos 
 realizados na pandemia de covid-19, em que houve aumento da sensação de esgotamento 
 profissional, principalmente entre os profissionais de saúde. 
 III. O burnout pode ser provocado pela carga excessiva de trabalho ou pelo clima organizacional. 
 É correto o que se afirma em 
 I, II e III. III, apenas. II e III, apenas. 
 I e II, apenas. I e III, apenas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto. 
 ● Compreender a síndrome de burnout. 
 Questão 9. 
 Assunto/tema. Tecnologia: tecnologia 5G. 
 Leia o texto a seguir. 
 O que é tecnologia 5G? 
 Para quem ainda se pergunta o que é tecnologia 5G, nós explicamos: trata-se da próxima geração de 
 rede de internet móvel. Essa inovação pode melhorar muito a velocidade de navegação de dispositivos 
 móveis, como tablets e celulares. Além disso, o 5G também pode contribuir para o desenvolvimento da 
 Internet das Coisas. Com isso, os dispositivos poderão estabelecer uma comunicação entre si. Um 
 exemplo disso é uma geladeira inteligenteque faz as compras dos itens que estão faltando. Esse tipo 
 de solução já está mudando a maneira como vivemos. Ao passo que o 5G se torna mais popular e 
 abrangente, novos serviços poderão ser oferecidos e novas possibilidades se tornarão reais. Além disso, 
 as coisas que já fazemos com nossos smartphones ficarão ainda melhores. 
 Principais vantagens da tecnologia 5G 
 A inovação tecnológica da internet precisa acompanhar o ritmo de evolução das demais tecnologias. A 
 sociedade 5.0 já é uma realidade e exige cada vez mais que sua rotina seja facilitada pela tecnologia. 
 Portanto, é muito importante o desenvolvimento do 5G no Brasil e no mundo. Com uma rede mais 
 potente, é possível que mais pessoas se conectem ao mesmo tempo sem gerar instabilidade nem perda 
 na velocidade da internet. Portanto, a quinta geração tem mais capacidade de aguentar o uso 
 simultâneo da rede. Outro ponto que também pode melhorar é a estabilidade das conexões, evitando a 
 queda de sinal constante. Isso facilitará muito o uso da rede, principalmente em operações feitas em 
 tempo real. Como mencionado anteriormente, a velocidade é uma das mudanças mais esperadas e que 
 deve aumentar muito. Com isso, será possível assistir a vídeos com mais rapidez, jogar em dispositivos 
 móveis sem travar, entre outras atividades que já realizamos atualmente. Com a mudança para o 5G, 
 16 
 também é possível usar a internet em aparelhos celulares consumindo menos bateria do que a rede 
 4G. Isso gera um consumo de energia menor, o que beneficia não só o meio ambiente como também 
 gera economia financeira. 
 Disponível em <https://www.totvs.com/blog/inovacoes/tecnologia-5g/>. Acesso em 02 fev. 2022 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. A partir do exposto, é possível concluir que o uso da tecnologia 5G facilitará o desenvolvimento 
 das atividades de vários setores da economia, com impactos positivos na produtividade. 
 II. O texto trata, primordialmente, da sociedade 5.0, em que a proposta é desenvolver um modelo 
 de organização social que utiliza várias tecnologias integradas. 
 III. O emprego da tecnologia 5G beneficiará o uso efetivo da Internet das Coisas, uma vez que 
 todos os aparelhos atualmente já contam com sensores e interfaces para que a conectividade 
 se estabeleça. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, apenas. B. I e II, apenas. C. I e III, apenas. 
 D. II, apenas. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto. 
 ● Compreender características da tecnologia 5G. 
 Questão 10. 
 Assunto/tema. Tecnologia e sociedade: metaverso. 
 Leia o texto a seguir. 
 O que é metaverso, conceito que deixou Zuckerberg obcecado? 
 De olho em uma transformação futurística da internet, o Facebook já investiu mais de US$ 
 50 milhões para construir 'universo virtual'. 
 24/11/2021 
 O que é o metaverso? 
 Metaverso é um termo amplo. Geralmente, refere-se a ambientes de mundo virtual compartilhados que 
 as pessoas podem acessar via internet. O termo pode se referir a espaços digitais que se tornam mais 
 realistas com o uso de realidade virtual (RV) ou realidade aumentada (RA). 
 Algumas pessoas também usam a palavra metaverso para descrever mundos de jogos, nos quais os 
 usuários têm um personagem que pode andar e interagir com outros jogadores. Muitos livros e filmes 
 de ficção científica, por exemplo, são ambientados em metaversos completos — mundos digitais 
 alternativos que são indistinguíveis do mundo físico real. Mas isso ainda é ficção. Atualmente, a maioria 
 dos espaços virtuais se parecem mais com o interior de um jogo de videogame do que com a vida real. 
 17 
 O interesse acelerado neste mundo alternativo, porém, pode ser visto como resultado da pandemia 
 covid-19. À medida que mais pessoas começaram a trabalhar e a frequentar a escola remotamente, 
 aumentou a demanda por maneiras de tornar a interação online mais realista. 
 O Facebook tem, hoje, mais de 10 mil funcionários focados na construção de dispositivos, como óculos 
 de realidade aumentada, que ajudariam a acessar o metaverso da empresa. Na visão de Zuckerberg, 
 esses dispositivos serão tão onipresentes quanto smartphones no futuro. Em setembro, a empresa 
 anunciou um investimento de US$ 50 milhões para construir o metaverso: os recursos seriam usados 
 ao longo de dois anos para garantir que as tecnologias do metaverso sejam "construídas de uma forma 
 inclusiva e empoderadora". 
 Disponível em <https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/o-que-e-metaverso-conceito-que-deixou-zuckerberg- 
 obcecado,d70358e652376e912b790a25f5f5a47alpwfw4og.html>. Acesso em 12 jan. 2022 (com adaptações). 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
 I. O metaverso é um ambiente digital imaginário, cópia exata do mundo físico real, em que as pessoas 
 compartilham experiências. 
 PORQUE 
 II. No metaverso, são usadas tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada que permitem que 
 as pessoas façam interações online mais realistas. 
 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II justifica a I. 
 B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II não justifica a I. 
 C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa. 
 D. A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira. 
 E. As asserções I e II são proposições falsas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto. 
 ● Compreender o que significa metaverso. 
 Questão 11. 
 Assunto/tema. Ciência e sociedade: negacionismo. 
 Leia a charge e o trecho a seguir e avalie as afirmativas. 
 18 
 Disponível em <https://www.reddit.com/r/brasil/comments/mk5z37/brasil_2021/>. Acesso em 02 ago.2021. 
 Algo muito estranho está acontecendo no mundo atual. Vivemos melhor do que qualquer outra geração 
 anterior. Pessoas são saudáveis graças às ciências da saúde. Moram em residências robustas, produto 
 da engenharia. Usam eletricidade, domada pelo homem devido ao seu conhecimento de química e 
 física. Paradoxalmente, essas mesmas pessoas ligam seus computadores, tablets e celulares para 
 adquirir e disseminar informações que rejeitam a mesma ciência que é tão presente em suas vidas. 
 Vivemos num mundo em que pessoas usam a ciência para negar a ciência. 
 KOWALTOWSKI, Alicia. Usando a ciência para negar a ciência . 2019. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/ (com adaptações). Acesso 
 em 02 ago. 2021. 
 I. A charge ilustra o paradoxo que se afirma no texto: novas tecnologias, frutos do 
 desenvolvimento científico, são usadas para negar a ciência. 
 II. A charge tem por objetivo contrapor um professor arcaico com as novas tecnologias, que 
 permitem assimilar o conhecimento de forma mais rápida. 
 III. De acordo com o texto, é paradoxal que as pessoas atualmente, com o desenvolvimento 
 científico contemporâneo, ainda fiquem doentes e não tenham moradias robustas. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 I. II. III. I e II. I e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar uma charge e um texto temático. 
 ● Estabelecer relações entre textos.● Compreender a crítica aos discursos que circulam na sociedade. 
 19 
 Questão 12. 
 Assunto/tema. Lirismo: envelhecimento e morte. 
 Leia o poema a seguir. 
 Porta do armário aberta 
 Marina Colassanti 
 Abro a porta do armário 
 como abro um diário, 
 a minha vida ali 
 dependurada 
 meu frusto cotidiano 
 sem segredos 
 intimidade exposta 
 que os botões não defendem 
 nem se veda nos bolsos, 
 espelho mais real que todo espelho 
 entregando à devassa 
 as medidas do corpo. 
 Armário 
 tabernáculo do quarto 
 que abro de manhã 
 como à janela 
 para sagrar o ritual do dia. 
 Sala de Barba Azul 
 coalhada de pingentes 
 longas saias e véus 
 emaranhados sem que sangue goteje. 
 Corpos decapitados 
 ausentes minhas mãos 
 dos murchos braços. 
 Do armário minhas roupas 
 me perseguem 
 como baú de herança ou 
 maldição. 
 Peles minhas pendentes 
 em repouso 
 silenciosas guardiãs 
 dos meus perfumes 
 tessituras de mim 
 mais delicadas 
 que a luz desbota 
 que o tempo gasta 
 que a traça rói 
 ainda assim durarão nos seus cabides 
 muito mais do que eu sobre meus ossos. 
 Nenhuma levarei. 
 Irei despida 
 deixando atrás de mim 
 a porta aberta. 
 COLASSANTI, Marina. Rota de colisão . Rio de Janeiro: Rocco, 1993. 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. O objetivo do poema é questionar a necessidade de substituição das roupas no guarda-roupa 
 de acordo com os ditames da moda. 
 20 
 II. Metaforicamente, o poema tem por objetivo revelar, por meio do armário e de suas roupas 
 penduradas, a perda de um amor. 
 III. A questão central do poema é o ressentimento da mulher pelo fato de que suas roupas estão 
 desbotadas e roídas pelas traças. 
 IV. A poetisa compara o armário a um diário: as roupas penduradas revelam aspectos da sua vida. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I e III. B. II e IV. C. II e III. D. IV. E. II, III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um poema. 
 ● Compreender metáforas. 
 Questão 13. 
 Assunto/tema. Redes sociais: fake news. 
 Leia o meme e o texto a seguir. 
 21 
 Disponível em 
 <https://pt.dopl3r.com/memes/engra%C3%A7ado/as-pessoas-deveriam-antes-de-compartilhar-pesquisar-se-as-frases-atribuidasa-pessoasfam 
 osas-realmente-pertencem-a-elas-d-pedro/102625/>. Acesso em 21 jul. 2021. 
 Fake news são notícias e informações falsas — ou modificadas — veiculadas na internet com o 
 propósito de manipular pessoas e eventos. Elas também estão ligadas ao sensacionalismo, que visa a 
 chamar a atenção e a obter “likes” para gerar lucro. 
 Segundo pesquisa do Instituto Reuters para o estudo do Jornalismo, as redes sociais são a maior fonte 
 de notícias para os brasileiros. E isso só aumenta, já que o percentual de pessoas que usam as redes 
 sociais como fonte de notícias foi de 47% em 2013 para 72% em 2016. 
 Isso mostra que a repercussão de uma notícia falsa pode atingir inúmeras pessoas em poucos minutos 
 e acarretar prejuízos morais e até mesmo financeiros. 
 Algumas pessoas acreditam que as fake news prejudicam apenas pessoas públicas, mas isso não é 
 uma regra. É o caso de uma mulher em São Paulo que foi espancada até a morte depois de ter sido 
 acusada de sequestrar e matar crianças para fazer magia negra. Os boatos associavam seu nome e sua 
 imagem ao crime; só após sua morte a verdade apareceu. 
 Outra situação envolvendo fake news foi a da vereadora Marielle Franco, que teve seu nome vinculado 
 a mentiras com o intuito de desqualificar sua imagem. Uma das notícias foi a de que ela seria casada 
 com um traficante e eleita por uma das maiores facções criminosas do país, o Comando Vermelho. 
 Contudo, tais informações eram inverídicas. 
 Disponível em <https://foconoenem.com/fake-news-redacao-enem/>. Acesso em 20 jan. 2019. 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. 
 I. O meme, para criticar a propagação de fake news, apoia-se, ironicamente, em uma citação 
 falsa. 
 II. O meme e o texto apresentam discursos antagônicos, pois o primeiro mostra que as notícias 
 falsas podem ser simples brincadeira. 
 22 
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html
 III. O texto alerta para a necessidade de se checar a fonte das informações, pois as fake news 
 podem trazer prejuízo à sociedade. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I e II. B. I. C. I e III. D. III. E. II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um meme, um texto verbal e um infográfico. 
 ● Relacionar textos. 
 ● Ter conhecimentos históricos para perceber o humor envolvido em um meme. 
 Questão 14. 
 Assunto/tema. Sociedade: invisibilidade da pobreza. 
 Observe a pintura de Kevin Lee, intitulada “A invisibilidade da pobreza'', e leia o texto a seguir. 
 Disponível em <https://www.facebook.com/culturaemdoses/photos/a.714521042296571/1272481773167159/>. Acesso em 25 jul. 2021. 
 Falta de dados reflete invisibilidade da população em situação de rua no Brasil 
 CNN, São Paulo – 01.06.2021 
 "Eu até me emociono quando me fazem essa pergunta, porque dói muito ver a pessoa em situação de 
 rua. Pra mim, dói muito". Poucas pessoas que não experimentaram o que é dormir sem um teto sobre 
 a cabeça poderiam dar uma resposta como essa. O músico Wellington Antônio Vanderlei sabe bem o 
 23 
 que é isso e, entre suas idas e vindas na rua desde a adolescência, é certeiro quando responde qual o 
 sentimento relegado à população que vive sem ter onde morar. "Ah, o sentimento é que você é invisível 
 mesmo, né?". 
 Invisível aos olhos da sociedade e, muitas vezes, também aos olhos do poder público. As discussões a 
 respeito do adiamento do censo populacional que seria realizado neste ano lançaram luz sobre a 
 importância de pesquisas para a formulação de políticas públicas. Políticas essas que reduzem os níveis 
 de desigualdade, combatem a fome, o desemprego, o abandono escolar e tantos outros gargalos 
 sociais. O problema é que quem vive na rua não entra nas estatísticas do Censo. 
 A única vez em que foi realizado um levantamento nacional exclusivamente sobre a população em 
 situação de rua foi em 2008, quando foram registradas informações extremamente relevantes e até 
 inesperadas, como o fato de que 70% dessa população tinha algum tipo de trabalho. Outros dados, 
 nem tão inesperados assim: 67% dessas pessoas eram negras, retrato do racismo e da desigualdade 
 no nosso país. 
 O que o país tem de mais recente sobre a população em situação de rua é uma estimativa produzida 
 por Marcos Natalino, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que projetou 
 222 mil pessoas vivendo nas ruas do Brasil até março do ano passado. O cenário, é claro, agravou-se 
 durante a pandemia. 
 "Agora, na pandemia, eles são visíveis à medida que, quando fecha a cidade, menos pessoas circulam 
 pelas ruas. Os únicos que circulam nas ruas são eles. Então, é um jogo. Ora eles são visíveis, ora eles 
 são invisíveis. Quando incomodam, são visíveis. Quando não incomodam a ordem estabelecida, são 
 invisíveis", opina o padre Júlio Lancellotti , que há anos é uma referência no apoio a quem vive nas 
 ruas.Disponível em 
 <https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/06/01/podcast-entre-vozes-alerta-para-invisibilidade-de-quem-vive-em-situacao-de-rua>. 
 Acesso em 25 jul. 2021 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. A imagem e o texto jornalístico apresentam discursos antagônicos, pois o artista enfatiza, com 
 seus traços, a visibilidade de um menino pobre, e a matéria aponta que as pessoas em situação de rua 
 são ora visíveis, ora invisíveis. 
 II. Segundo o texto, as pessoas em situação de rua são pouco visíveis ao poder público, e isso 
 implica a criação insuficiente de políticas direcionadas a elas. 
 III. O objetivo da imagem é mostrar que o menino, mesmo pobre, pode ter ascensão social, 
 representada pela escada e pela rampa. 
 IV. De acordo com o texto, a pandemia aumentou a visibilidade das pessoas que moram na rua 
 porque gerou mais ações de solidariedade. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. 
 B. II e IV. 
 C. I e III. 
 D. III e IV. 
 E. II. 
 Justificativa. 
 24 
https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/censo
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/01/13/especialistas-veem-aumento-de-populacao-de-rua-mas-nao-ha-dados-oficiais
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar uma imagem e uma reportagem. 
 ● Compreender a crítica em uma obra de arte. 
 ● Relacionar textos. 
 Questão 15. 
 Assunto/tema. Comportamento: uso do celular. 
 Leia o texto. 
 O último paradoxo da vida moderna: por que ficamos presos ao celular, mas odiamos falar 
 por telefone? 
 Não deixe uma ligação rápida arruinar uma longa e confusa série de mensagens de 
 WhatsApp 
 Sílvia Lopez – 01/06/2019 
 Para iniciar um texto, Hemingway dizia a si mesmo: “Escreva a frase mais verdadeira que você 
 conhece”. Neste caso, seria: a psicóloga Cristina Pérez, do Siquia , respondeu por meio de mensagens 
 de áudio às perguntas que lhe enviamos por e-mail. Essa curiosidade metajornalística não tem 
 importância nem altera a qualidade de suas respostas, só ilustra a variedade e a fluidez de opções com 
 as quais podemos nos comunicar hoje. Recebemos um e-mail? Respondemos com um áudio. Chegou 
 um áudio de WhatsApp? Respondemos com um texto. Recebemos um telefonema? Não respondemos. 
 Esperamos. Esperamos. E escrevemos: “Você me ligou? Não posso falar, é melhor me escrever”. O 
 paradoxo do grande vício do século XXI é que estamos presos ao celular, mas temos fobia das ligações 
 telefônicas. 
 Voto de silêncio 
 É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias: só na 
 Espanha, o uso diário de aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp, Telegram e Facebook 
 Messenger é quase o dobro do uso de ligações por telefone fixo e celular, segundo o Relatório da 
 Sociedade Digital na Espanha de 2018, da Fundação Telefónica. Não só preferimos as mensagens 
 instantâneas aos telefonemas, como também preferimos essas mensagens a interagir com outras 
 pessoas. Ou pelo menos foi o que 95,1% da população espanhola disse preferir (o cara a cara só tem 
 86,6% de popularidade). A ligação telefônica − que, até não muito tempo atrás, esperávamos com 
 alegria ou tolerávamos com resignação, mas nunca evitávamos com uma rejeição universal – tornou-se 
 uma presença intrusiva e incômoda, perturbadora e tirânica, mas por quê? “Uma das razões é que 
 quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos fazendo, ou simplesmente não 
 temos vontade de falar nesse momento”, explica a psicóloga Cristina Pérez. “Por outro lado, também 
 exige de nós uma resposta imediata, ao contrário do que ocorre na comunicação escrita, que nos 
 permite pensar bem no que queremos dizer. E a terceira razão seria o fato de não poder saber de 
 antemão qual será a duração do telefonema”, acrescenta. 
 Introvertidos e entregues às telas 
 Perder tempo em um telefonema é uma perspectiva assustadora. No entanto, segundo um relatório 
 mundial da Deloitte, consultamos nossas telas mais de 40 vezes ao dia, e uma de cada quatro pessoas 
 faz isso entre 100 e mais de 200 vezes. 
 Talvez a coisa mais valiosa que nosso interlocutor exija em uma ligação não seja o tempo, e sim a 
 concentração. Será que o ódio de falar por telefone poderia ser sintoma de um problema mais 
 profundo, como um distúrbio de déficit de atenção? “Em princípio não”, responde a psicóloga. Mas 
 “sim, é possível que uma pessoa com déficit de atenção tenha dificuldade para manter uma longa 
 conversa telefônica e até mesmo que às vezes perca o fio da meada e volte sua atenção para outra 
 coisa, assim como lhe ocorreria em uma conversa frente a frente, mas isso não quer dizer que 
 desenvolva um ódio de falar por telefone”. 
 25 
http://www.siquia.com/
 Cristina Pérez alerta: “Sim, pode ser sinal de uma personalidade introvertida. O imediatismo de um 
 telefonema faz com que as pessoas introvertidas não se sintam confortáveis neles. São pessoas que 
 dependem muito da observação e, por telefone, não podem examinar a expressão do interlocutor. Se 
 uma interação social já é incômoda para elas, é muito pior quando não têm essa ajuda visual que 
 utilizam tanto. De fato, esse tipo de personalidade prefere a comunicação escrita à falada”. 
 Como cortar a ligação 
 Infelizmente, para esses introvertidos, não há uma fórmula que os libere de todos os telefonemas, 
 embora o identificador do número que está ligando lhes dê certa autoridade. “Quando você recebe 
 uma ligação, é você que decide se é o momento de atendê-la ou de deixá-la para mais tarde”, assinala 
 a psicóloga. “Se você decidir atendê-la e precisar cortá-la, a melhor maneira de fazer isso é de forma 
 assertiva (estabelecendo limites, embora inicialmente isso nos custe um pouco, já que podemos pensar 
 que a outra pessoa ficará chateada, mas é questão de treinamento e paciência), só que você também 
 deve detectar qual é o momento certo para cortar”. 
 O problema não é apenas que nosso interlocutor queira falar ad infinitum. Ele muitas vezes quer de nós 
 uma resposta rápida, se for, por exemplo, um telefonema de trabalho. O terror de não ter tempo para 
 pensar o que devemos responder também nos impede de atender o telefone. A psicóloga também tem 
 um truque para esses casos: “Se pedem uma resposta imediata que nesse momento você não pode 
 dar, uma frase muito útil é ‘vou pensar com calma e amanhã conversamos’, já que se não temos 
 certeza quanto a uma resposta, o melhor é adiá-la, porque o imediatismo nos faz agir impulsivamente 
 e é possível que depois nos arrependamos da resposta dada”. 
 Adeus à dialética? 
 A aversão à conversa da chamada “geração muda” poderia ter mais consequências do que apenas 
 evitar as reuniões sociais. “O preço a pagar por nascer nesta geração é, muitas vezes, a falta de 
 habilidade na hora de iniciar ou manter uma conversa, embora essas pessoas possam passar horas e 
 horas no celular, porque estão mais concentradas naquilo que seu dispositivo lhes pode oferecer (o que 
 às vezes será uma conversa com outra pessoa, mas não frente a frente). São gerações nas quais o 
 vício por novas tecnologias está na ordem do dia, e o problemanão é apenas que não valorizem o 
 quanto uma boa conversa pode ser enriquecedora. Os efeitos do uso excessivo do celular afetam 
 também sua personalidade, já que são pessoas com baixa tolerância à frustração e com necessidade 
 de um reforço social contínuo, que ocorre através das curtidas. Em suma, a tecnologia é boa desde que 
 seja usada de forma compatível com a vida cotidiana da pessoa, ou seja, quando não interferir em sua 
 vida social, trabalhista ou pessoal”, destaca a psicóloga. 
 Disponível em 
 <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/01/tecnologia/1559392400_168692.html?utm_source=Facebook&ssm=FB_BR_CM&fbclid=IwAR0tUq 
 fDyfynJW1aheWqEnGYU1GxGvsGbJmdxD63FnvmY-jCT7CAkjKswWs#Echobox=1625268988>. Acesso em 06 jul. 2021 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. De acordo com a pesquisa, falar ao telefone ou encontrar alguém pessoalmente são ações 
 indesejadas pela maioria da população. 
 II. O paradoxo apontado no texto refere-se ao fato de as pessoas alternarem diversos formatos de 
 respostas às mensagens do dia a dia. 
 III. De acordo com a psicóloga, o telefonema apresenta, para muitas pessoas, a desvantagem de 
 exigir uma resposta imediata e de interromper o que se está fazendo no momento. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, II e III. 
 B. III, apenas. 
 C. I e III, apenas. 
 D. II e III, apenas. 
 E. I e II, apenas. 
 Justificativa. 
 26 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto jornalístico. 
 ● Avaliar criticamente uma situação. 
 Questão 16. 
 Assunto/tema. Economia: descontos e promoções. 
 Na chamada “black friday”, é comum vermos anúncios como o mostrado na figura a seguir. 
 Disponível em <https://blog200porcento.com/50-desconto-na-segunda-unidade-toysrus-5939196>. Acesso em 27 set. 2021. 
 Com base nessa situação, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
 I. Se o cliente comprar a segunda unidade de um produto que custe R$300,00, pagará o equivalente a 
 R$225,00 por unidade. 
 PORQUE 
 II. O cliente terá 50% de desconto no valor total a ser pago. 
 Assinale a alternativa correta. 
 A. As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II justifica a asserção I. 
 B. As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II não justifica a asserção I. 
 C. A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa. 
 D. A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira. 
 E. As asserções I e II são falsas. 
 27 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um anúncio de desconto. 
 ● Realizar cálculos matemáticos, com percentuais e valores absolutos. 
 Questão 17 . 
 Assunto/tema. Comportamento: confronto entre opinião e fato. 
 Leia os quadrinhos a seguir. 
 Disponível em <https://www.umsabadoqualquer.com>. Acesso em 2 dez. 2018 (com adaptações). 
 Os quadrinhos apresentados 
 A. trazem evidências científicas de que o café causa agitação em quem o consome. 
 B. incentivam a valorização das crenças em detrimento dos fatos. 
 C. apontam o diálogo como solução para a desinformação. 
 D. desvalorizam os saberes populares. 
 E. criticam o predomínio de crenças e opiniões pessoais sobre evidências científicas. 
 Justificativa. 
 28 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto na forma de quadrinhos. 
 ● Compreender a crítica relativa à prevalência da opinião sobre os fatos. 
 Questão 18. 
 Assunto/tema. Literatura e sociedade: desastre ambiental. 
 Em 29.01.2019, o Jornal O Globo publicou matéria sobre poemas de Carlos Drummond de Andrade, 
 hoje considerados proféticos, frente às tragédias resultantes do rompimento das barragens de rejeitos 
 de mineração em Mariana e em Brumadinho, ambas cidades mineiras. Conforme a matéria, “Lira 
 itabirana” (transcrito a seguir), o poema de Drummond que mais tem circulado nas redes sociais depois 
 da tragédia de Brumadinho, foi divulgado inicialmente em um pequeno jornal mineiro em 1984, em 
 Itabira, cidade natal do poeta. 
 I 
 O Rio? É doce. 
 A Vale? Amarga. 
 Ai, antes fosse 
 Mais leve a carga. 
 II 
 Entre estatais 
 E multinacionais, 
 Quantos ais! 
 III 
 A dívida interna. 
 A dívida externa 
 A dívida eterna. 
 IV 
 Quantas toneladas exportamos 
 De ferro? 
 Quantas lágrimas disfarçamos 
 Sem berro? 
 Disponível em 
 <https://oglobo.globo.com/cultura/livros/brumadinho-conheca-historia-por-tras-de-poema-em-que-drummond-critica-vale-23410546>. Acesso 
 em 29 jan. 2019. 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. Em “Lira itabirana”, Drummond ressalta o contraste entre a água doce dos rios e o sabor amargo 
 conferido a esse recurso natural pelo ferro extraído pela empresa Vale do Rio Doce. 
 II. Em “Lira itabirana”, Drummond concorda que a exportação do ferro, embora provoque danos à 
 natureza, paga as dívidas interna e externa do país. 
 29 
 III. “Lira itabirana” trata da relação do poeta com o problema da destruição da natureza, provocada 
 pela atividade de mineração. 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. Apenas a afirmativa III é correta. 
 B. Apenas a afirmativa II é correta. 
 C. Apenas a afirmativa I é correta. 
 D. Todas as afirmativas são corretas. 
 E. Nenhuma afirmativa é correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto com linguagem poética. 
 ● Relacionar o texto lido a recentes desastres ambientais. 
 Questão 19. 
 Assunto/tema. Língua e linguagem: características e diferenças. 
 Leia o texto a seguir. 
 — Mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a linguagem; é somente uma parte 
 determinada, essencial dela, indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de 
 linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o 
 exercício dessa faculdade nos indivíduos. Tomada em seu todo, a linguagem é multiforme e heteróclita; 
 o cavaleiro de diferentes domínios, ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica, ela pertence, além 
 disso, ao domínio individual e ao domínio social; não se deixa classificar em nenhuma categoria de 
 fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade. A língua, ao contrário, é um todo por si e 
 um princípio de classificação. Desde que lhe demos o primeiro lugar entre os fatos da linguagem, 
 introduzimos uma ordem natural num conjunto que não se presta a nenhuma outra classificação. 
 A esse princípio de classificação, poder-se-ia objetar que o exercício da linguagem repousa numa 
 faculdade que nos é dada pela Natureza, ao passo que a língua constitui algo adquirido e convencional, 
 que deveria subordinar-se ao instinto natural em vez de adiantar-se a ele. 
 SAUSSURE, F. Curso de linguística geral . São Paulo: Cultrix, 2006. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. De acordo com o texto, a língua não é uma linguagem, pois é um fenômeno social e 
 convencional. 
 II. Segundo o autor, a língua, com suas dimensões físicas, fisiológicas e psíquicas, é subordinada a 
 um instinto natural; essas características não permitem que a língua seja classificada como um 
 fato social. 
 30 
 III. Para o autor, a língua, entendida como um sistema estruturado e convencional, ocupa o 
 primeiro lugar entre os fatos de linguagem. 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Apenas a afirmativa III é correta. 
 C. Apenas as afirmativas I e III são corretas. D. Apenas a afirmativa II é correta. 
 E. Todas as afirmativas são corretas.Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto com linguagem acadêmica. 
 ● Compreender e distinguir os conceitos de língua e linguagem. 
 Questão 20 . 
 Assunto/tema. Políticas públicas: inclusão digital. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <http://inclusaodigital82013.blogspot.com.br/2013/>. Acesso em 15 jul. 2018. 
 Com base na leitura, assinale a alternativa correta. 
 31 
 A. A charge mostra como o acesso às novas tecnologias é importante e muda as condições de vida 
 dos cidadãos. 
 B. A charge tem por objetivo criticar a inclusão digital, pois algumas pessoas não têm preparo 
 suficiente para usar as novas tecnologias. 
 C. A charge propõe a reflexão sobre a prioridade das necessidades na definição das políticas públicas. 
 D. A charge visa a enaltecer as políticas governamentais de inclusão digital, pois elas atingem até 
 comunidades do sertão. 
 E. A charge denuncia o consumismo, que faz as famílias pobres adquirirem bens desnecessários. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar charge, prestando atenção na complementação entre linguagem verbal e 
 linguagem não verbal. 
 ● Conhecer a realidade brasileira e as desigualdades regionais. 
 Questão 21. 
 Assunto/tema. Educação: anos de estudo dos brasileiros. 
 Considere o gráfico a seguir, que mostra a distribuição dos brasileiros maiores de 25 anos de acordo 
 com os anos de estudo em 2007 e em 2015. 
 32 
 Disponível em <https://brasilemsintese.ibge.gov.br/educacao/anos-de-estudo.html>. Acesso em 10 out. 2018. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. Os dados do gráfico mostram que não houve variação no número de pessoas maiores de 25 
 anos com 8 a 10 anos de estudos no período de 2007 a 2015. 
 II. De acordo com os dados, observa-se tendência de aumento nos anos de estudo das pessoas 
 maiores de 25 anos no período de 2007 a 2015. 
 III. Pelos dados, infere-se que pouco mais de 10% da população brasileira havia concluído o ensino 
 superior em 2015. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, II e III. B. I e II, apenas. C. II e III, apenas. D. I e III, apenas. E. II, apenas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar gráficos. 
 ● Distinguir números absolutos e relativos. 
 ● Conhecer a estrutura dos cursos e suas durações na realidade brasileira. 
 33 
 Questão 22. 
 Assunto/tema. Sociedade: preconceito contra nordestinos. 
 Leia os quadrinhos de Laerte e um trecho do artigo de Elder Pereira. 
 Preconceito contra nordestinos mostra um Brasil que não é cordial 
 Elder Pereira 
 Apesar de existir o senso comum de que o nosso país é cordial, a verdade é que não é. O xenofobismo 
 contra os nordestinos nos últimos tempos tem tomado conta da mídia de uma forma tão relevante e 
 criminosa que hoje os xenofóbicos não fazem a menor questão de esconder seus preconceitos. 
 A xenofobia é um medo incontrolável do desconhecido. Ela pode ser caracterizada como um 
 preconceito ou como um transtorno psiquiátrico. Depende muito do contexto em que ela estiver sendo 
 utilizada. No caso de nós, nordestinos, é uma forma de preconceito e racismo. Não é tão difícil 
 encontrar brasileiros que entendam que os habitantes do Nordeste são uma sub-raça ou, em última 
 análise, um povo miserável sob todos os aspectos, inclusive desinformado. 
 Aversão e discriminação a pessoas de outras raças, culturas, crenças e grupos é crime. O xenofóbico se 
 julga diferente e a partir disso desenvolve preconceito contra quem sua mente doentia achar que deve. 
 Afinal, quem não tem um parente ou amigo nordestino? 
 Disponível em 
 <https://consultorelder.jusbrasil.com.br/artigos/231687919/preconceito-contra-nordestinos-mostra-um-brasil-que-nao-e-cordial>. Acesso em 
 18 out. 2018 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. Nos quadrinhos, a xenofobia é reforçada, pois o personagem nordestino deseja expropriar as 
 riquezas das cidades para as quais migra. 
 II. De acordo com o autor do artigo, a xenofobia é um transtorno psiquiátrico, que só atinge as 
 mentes doentias de quem não têm amigos ou parentes nordestinos. 
 III. Os quadrinhos reconhecem o valor do trabalho dos migrantes nas grandes metrópoles, 
 mostrando que, sem ele, a cidade perde o seu concreto. 
 IV. Os quadrinhos, ao apresentar a linguagem típica do Nordeste, pregam o preconceito, ao 
 contrário do artigo, que critica qualquer discriminação. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e IV. B. II e III. C. I, II e IV. D. II, III e IV. E. III. 
 Justificativa. 
 34 
https://consultorelder.jusbrasil.com.br/
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar quadrinhos e artigo. 
 ● Relacionar textos sobre preconceito e xenofobia. 
 Questão 23. 
 Assunto/tema. Sociedade contemporânea: consciência no consumo e avaliação crítica de 
 descontos e comparação de promoções. 
 Leia o anúncio a seguir. 
 De acordo com as informações dadas, analise as afirmativas. 
 I. O desconto percentual dado ao “Cliente mais” no quilo da banana é maior do que o dado no 
 quilo da manga. 
 II. Quanto mais manga o “Cliente mais” compra, mais desconto percentual ele recebe. 
 III. Para receber cerca de R$2,00 de desconto, o “Cliente mais” precisa comprar cerca de 4kg de 
 banana. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, apenas. B. II, apenas. C. III, apenas. 
 D. II e III, apenas. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar um texto na forma de anúncio de descontos na compra de frutas. 
 35 
 ● Realizar cálculos de percentuais. 
 ● Comparar descontos percentuais dados a dois tipos de mercadorias (banana e manga). 
 ● Verificar que o percentual de desconto não depende da quantidade adquirida. 
 Questão 24 . 
 Assunto/tema: Meio ambiente: consumo consciente e preservação ambiental. 
 Observe o anúncio a seguir. 
 Disponível em <http://commktbra.blogspot.com.br/2009/11/5-propagandas-de-sustentabilidade-para.html>. Acesso em 23 out. 2017. 
 Observação. A parte inferior do mapa é verde e a parte superior do mapa é preta. 
 Podemos afirmar que a figura 
 A. apresenta uma associação entre o desmatamento e o consumo de toalhas de papel na América do 
 Sul. 
 B. enaltece as políticas de produção de petróleo na América do Sul. 
 C. faz uma crítica ao alto custo de produção de papel na América do Sul. 
 D. mostra que o desmatamento na América do Sul vem avançando independentemente do uso de 
 árvores como matéria-prima para a produção de celulose. 
 E. realiza campanha pelo fim da produção de papel na América do Sul. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Interpretar um texto com linguagem não verbal. 
 36 
 ● Reconhecer causas de problemas ambientais. 
 Questão 25. 
 Assunto/tema. Educação: desempenho dos estudantes brasileiros. 
 Leia o texto a seguir. 
 Quando você vai à escola, o que aprende? 
 Estudo do Banco Mundial revela que as falhas nos sistemas de ensino estão aprofundando 
 as desigualdades e propõe medidas para melhorá-los 
 As sensações de fracasso e impotência acompanham milhões de estudantes de países em 
 desenvolvimento que não sabem ler, escrever ou fazer uma operação de aritmética, mesmo após vários 
 anos de escolarização. Além de nascerem em desvantagem devido à pobreza, ao gênero ou a uma 
 deficiência, eles chegam à idade adulta sem as aptidões mais básicas para a vida. 
 Alguns dadosdo mais recente Relatório de Desenvolvimento Global (WDR 2018, na sigla em inglês), do 
 Banco Mundial, revelam as disparidades que existem entre estudantes ricos e pobres. A seguir, estão 
 algumas das principais conclusões. 
 ● A Base de Dados Mundial sobre Qualidade da Educação, atualizada recentemente, sugere que, nos 
 países de renda média e de renda baixa, mais de 60% das crianças avaliadas não conseguiram 
 alcançar habilidades mínimas em matemática e leitura. Já nos ricos, quase todas as crianças 
 ultrapassaram esse nível. 
 ● As estatísticas não levam em conta 260 milhões de crianças que, por motivos de conflito, 
 discriminação, deficiência e outros obstáculos, não estão matriculadas nos ensinos fundamental ou 
 médio. 
 Segundo o documento, a crise global de aprendizagem não apenas impede esses jovens de terem 
 salários maiores (...), mas também aprofunda as diferenças entre ricos e pobres. 
 É possível reverter essa tendência? Segundo o WDR 2018, sim, mas é preciso um trabalho extenso 
 para melhorar todos os fatores ligados à aprendizagem. 
 Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/25/internacional/1508886607_063266.html?rel=str_articulo>. Acesso 
 em 08 nov. 2017 (com adaptações). 
 37 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O gráfico mostra que, nos países da América Latina e no Caribe, os alunos de renda alta 
 apresentam percentual de acertos acima de 70% nas avaliações de leitura. 
 II. O texto aponta que há analfabetismo funcional de estudantes com vários anos de escolarização. 
 III. Segundo o texto, a diferença na qualidade de educação entre pobres e ricos aprofunda a 
 desigualdade social. 
 IV. De acordo com o gráfico, das regiões elencadas, a África Subsaariana apresenta o maior percentual 
 de alunos que não alcançaram bom desempenho nas avaliações de matemática e de leitura. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e III. B. II, III e IV. C. I, II e III. D. II e III. E. I, II e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Interpretar um texto jornalístico. 
 ● Compreender corretamente as informações apresentadas em um gráfico de barras. 
 ● Estabelecer relações entre qualidade de ensino e diferenças sociais. 
 Questão 26. 
 Assunto/tema. Sociedade: desigualdades de gênero. 
 Leia o texto e os quadrinhos a seguir. 
 O papel da mulher mudou radicalmente nas sociedades mais desenvolvidas durante as 
 últimas quatro décadas. Mas ainda há muito a fazer. E o apoio dos homens é fundamental 
 para conseguir a tão esperada igualdade. 
 A palavra “empoderar” aplica-se perfeitamente à mulher do século XXI. Ela, que se adapta a qualquer 
 papel na sociedade, mudou nos últimos 40 anos, em parte devido à sua progressiva incorporação ao 
 mercado de trabalho. Desde então, a incessante luta pela igualdade salarial e para ocupar posições de 
 poder empresarial e institucional, bem como a conciliação trabalhista e as medidas de ação afirmativa 
 configuraram um papel feminino mais ativo. Mesmo assim, as estatísticas mostram que isso não é 
 suficiente. Nenhum país alcançou a igualdade de gênero. E mesmo os mais igualitários oferecem 
 menos oportunidades para as mulheres. Um dado significativo: 44% dos europeus continuam 
 pensando que o papel mais importante da mulher é cuidar da casa e da família. Essa é a opinião de 
 44% das mulheres e de 43% dos homens. A mesma porcentagem afirma que a função mais 
 38 
 importante do homem é ganhar dinheiro. Elas continuam ganhando muito menos. Portanto, esses 
 dados revelam que ambos os gêneros têm um longo caminho pela frente até alcançar a verdadeira 
 igualdade. 
 RAMIREZ, P. El País semanal. Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/27/eps/1511812441_406375.htm>. Acesso em 08 dez. 
 2017 (com adaptações). 
 Disponível em <http://soacomomusica.blogspot.com.br/>. Acesso em 24 jan. 2018. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. De acordo com o texto, mais de 40% de mulheres e homens europeus mantêm arraigados valores 
 tradicionais da sociedade, pois consideram que o trabalho doméstico é função feminina. 
 II. Os quadrinhos têm o objetivo de mostrar que homens e mulheres exercem as mesmas funções hoje 
 em dia, contrariando o que afirma o texto. 
 III. As desigualdades de gênero ocorrem apenas em países subdesenvolvidos, como no Brasil, em que 
 até o idioma é pobre para expressar a condição feminina, como evidenciam os quadrinhos. 
 IV. O objetivo dos quadrinhos é apontar que o uso da linguagem é ideológico e reflete as 
 desigualdades presentes na sociedade. 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Apenas a afirmativa I é correta. 
 C. Apenas as afirmativas I e IV são corretas. D. Apenas as afirmativas III e IV são corretas. 
 E. Apenas as afirmativas I e II são corretas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Interpretar quadrinhos. 
 ● Interpretar um texto jornalístico. 
 ● Associar dois textos diferentes que tratam das diferenças de gênero. 
 39 
 Questão 27. 
 Assunto/tema. Sociedade e tecnologia: exclusão digital. 
 Leia o fragmento de texto e a charge. 
 Exclusão digital 
 Pierre Lévy, filósofo francês, pensador da área de tecnologia e sociedade, afirmou que “toda nova 
 tecnologia cria seus excluídos”. Com essa afirmação, ele não está atacando a tecnologia, mas quer 
 lembrar que, por exemplo, antes dos telefones, não existiam pessoas sem telefone, do mesmo modo 
 que, antes de se inventar a escrita, não existiam analfabetos. 
 Com relação ao uso da mídia como via de acesso para aquisição e concretização da cidadania, 
 percebe-se a existência de algumas iniciativas, no entanto, essas iniciativas ainda são pouco 
 abrangentes quando se considera toda a potencialidade que poderia ser explorada nesse sentido. 
 Disponível em <https://www.infoescola.com/sociologia/exclusao-digital/>. Acesso em 13 nov. 2017 (com adaptações). 
 Disponível em <http://inclusaodigital82013.blogspot.com.br/2013/>. Acesso em 29 jan. 2018. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. Para Lévy, a tecnologia é ruim para a sociedade, pois sempre cria excluídos, como se vê na charge. 
 II. O objetivo da charge é mostrar que a internet e as redes sociais fazem parte do cotidiano de todos 
 e são ferramentas importantes para estimular a imaginação. 
 III. A charge ilustra o fato de uma parcela da população estar excluída do acesso à tecnologia atual, 
 fato também mencionado por Lévy. 
 IV. A charge e o texto concluem que a inclusão digital é necessária para a construção da cidadania e 
 que a eliminação da exclusão é uma questão de tempo, pois foi assim com outras tecnologias, 
 como o telefone e a escrita, por exemplo. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e III. B. II e IV. C. III. D. II, III e IV. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 40 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar texto informativo e charge. 
 ● Compreender posicionamento de autores sobre exclusão digital . 
 Questão 28. 
 Assunto/tema. Sociedade: trabalho escravo. 
 Leia o trecho do texto de Natalia Suzuki e Thiago Casteli e observe a figura a seguir. 
 Trabalho escravo ainda é uma realidade no Brasil 
 O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. A sua existência 
 foi assumida pelo governo federal perante o país e a Organização Internacionaldo Trabalho (OIT) em 
 1995, o que fez com que se tornasse uma das primeiras nações do mundo a reconhecer oficialmente a 
 escravidão contemporânea em seu território. Daquele ano até 2016, mais de 50 mil trabalhadores 
 foram libertados de situações análogas às de escravidão em atividades econômicas nas zonas rural e 
 urbana. 
 Mas o que é trabalho escravo contemporâneo ? O trabalho escravo não é somente uma violação 
 trabalhista, tampouco se trata daquela escravidão dos períodos colonial e imperial do Brasil. Essa 
 violação de direitos humanos não prende mais o indivíduo a correntes, mas compreende outros 
 mecanismos, que acometem a dignidade e a liberdade do trabalhador e o mantêm submisso a uma 
 situação extrema de exploração. 
 Quem é o trabalhador escravo? Em geral, são migrantes que deixaram suas casas em busca de 
 melhores condições de vida e de sustento para as suas famílias. Saem de suas cidades atraídos por 
 falsas promessas de aliciadores ou migram forçadamente por uma série de motivos, que podem incluir 
 a falta de opção econômica, guerras e até perseguições políticas. No Brasil, os trabalhadores provêm 
 de diversos estados das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, mas também podem ser migrantes 
 internacionais de países latino-americanos – como a Bolívia, Paraguai e Peru –, africanos, além do Haiti 
 e do Oriente Médio. Essas pessoas podem se destinar à região de expansão agrícola ou aos centros 
 urbanos à procura de oportunidades de trabalho. 
 O trabalho escravo é empregado em atividades econômicas na zona rural, como a pecuária, a produção 
 de carvão e os cultivos de cana-de-açúcar, soja e algodão. Nos últimos anos, essa situação também é 
 verificada em centros urbanos, principalmente na construção civil e na confecção têxtil. 
 No Brasil, 95% das pessoas submetidas ao trabalho escravo rural são homens. Em geral, as atividades 
 para as quais esse tipo de mão de obra é utilizado exigem força física, por isso os aliciadores buscam 
 principalmente homens e jovens. Os dados oficiais do Programa Seguro-Desemprego de 2003 a 2014 
 indicam que, entre os trabalhadores libertados, 72,1% são analfabetos ou não concluíram o quinto ano 
 do Ensino Fundamental. 
 Disponível em <http://www.cartaeducacao.com.br/aulas/fundamental-2/trabalho-escravo-e-ainda-uma-realidade-no-brasil/>. Acesso em 13 
 dez. 2017 (com adaptações). 
 41 
http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/programa-escravo-nem-pensar-disponibiliza-material-para-trabalho-em-sala-de-aula/
http://www.cartaeducacao.com.br/agenda/programa-escravo-nem-pensar-faz-formacao-sobre-trabalho-escravo-e-imigracao/
http://www.cartaeducacao.com.br/agenda/programa-escravo-nem-pensar-faz-formacao-sobre-trabalho-escravo-e-imigracao/
http://escravonempensar.org.br/wp-content/uploads/2013/03/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf
 Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=i5rdHZvekXY > . Acesso em 13 dez. 2017. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A figura visa a denunciar, por meio dos produtos selecionados, os setores da indústria que mais 
 se valem do trabalho escravo. 
 II. Em 2016, segundo o texto, havia 50 mil trabalhadores no Brasil em condições de escravidão. 
 III. O texto sugere uma relação entre a falta de instrução e a sujeição a condições que caracterizam 
 o trabalho escravo. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. II e III. C. I e III. D. II. E. III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar texto informativo e cartaz. 
 ● Compreender dados da realidade brasileira sobre trabalho escravo. 
 Questão 29. 
 Assunto/tema. Sociedade: pós-verdade. 
 Leia a charge e o trecho do ensaio a seguir. 
 Disponível em <http://angloguarulhos.com.br/temas-pos-verdade-e-manipulacao-das-redes-sociais/>. Acesso em 05 fev. 2018. 
 Observação . No primeiro quadrinho, vê-se uma caricatura do filósofo René Descartes (1596 - 1650) e a frase 
 conhecida como a máxima do seu pensamento. 
 42 
 No campo das pós-verdades; ou quando o verde também é azul 
 Eduardo Marks de Marques 
 Até meados de novembro de 2016, se alguém me falasse em “pós-verdade”, talvez a minha referência 
 mental imediata fosse ao trabalho realizado pelo Ministério da Verdade na Inglaterra (já nem tão) 
 distópica criada por George Orwell em seu romance 1984. Esse ministério era responsável por 
 promover ações de propaganda para a manutenção do partido no poder e, talvez mais 
 sintomaticamente para os tempos em que vivemos, rever e reescrever a história para que ela sempre 
 estivesse alinhada aos interesses presentes do poder. Para mim, “pós-verdade” era isso: transformar o 
 passado a partir dos alinhamentos ideológicos do presente. No entanto, com a nomeação do termo 
 como a palavra do ano pelos lexicógrafos do Oxford Dictionaries, me vi obrigado a rever uma série de 
 posições. 
 Conforme a definição, “pós-verdade” (...) denota circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos 
 importantes em moldar a opinião pública do que apelos emocionais e crenças individuais. Ao ler tal 
 definição, fiquei duplamente surpreso; primeiramente, porque ela consegue (...) resumir bem os 
 últimos anos, ao menos no Ocidente. Quem frequenta as redes sociais como eu não consegue mais 
 ignorar não só a polarização maniqueísta pela qual a sociedade está passando, mas também (e, quiçá, 
 como sua causa e consequência ao mesmo tempo) essa tentativa voraz de transformar vivências e 
 opiniões pessoais em experiência universal e senso comum. A pós-verdade surge para dar nome a essa 
 prática humana assustadora, não para entendê-la e, eventualmente, domesticá-la, mas, sim, para 
 validá-la. A pós-verdade é meta-pós-verdade em sua essência. 
 Estamos perdendo a habilidade de refletir criticamente sobre a realidade que nos circunda e essa 
 tentativa constante de transformar ontologia em epistemologia de forma direta é sua consequência 
 mais maligna especialmente porque ela vem acompanhada de um complexo de Deus (...). 
 Na língua japonesa, o kanji 青 pode referir-se ao mesmo tempo às cores azul e verde. O contexto faz 
 com que saibamos a qual delas o ideograma aponta em determinado momento. A aceitação da 
 polissemia faz com que haja harmonia em seu uso. Será que conseguiremos chegar a um estágio em 
 que superemos as pós-verdades e consigamos voltar a conviver com dúvidas? 
 Disponível em <https://revistacult.uol.com.br/home/no-campo-das-pos-verdades-ou-quando-o-verde-tambem-e-azul/>. Acesso em 08 fev. 
 2018 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A charge valoriza a evolução do pensamento humano e a superação das ideias cartesianas, 
 promovidas pelo acesso à informação que temos atualmente. 
 II. A charge e o texto indicam que a pós-verdade é marcada pela supressão da razão e da reflexão, 
 substituídas pela mera crença. 
 III. De acordo com o texto, na era da pós-verdade, opiniões e crenças pessoais tendem a ser 
 divulgadas como verdades universais e alimentam o senso comum. 
 IV. O autor espera que a pós-verdade seja superada e, assim, as pessoas reaprendam, por meio da 
 razão, a separar o azul do verde, eliminando dúvidas e divergências. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. I e III. C. II e III. D. III e IV.E. II e IV. 
 Justificativa. 
 43 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Associar charge e artigo de opinião. 
 ● Relacionar textos que abordam a pós-verdade. 
 Questão 30. 
 Assunto/tema. Sociedade brasileira: mapa da fome. 
 Leia a notícia e a charge a seguir. 
 Brasil em perigo de voltar a cair no mapa da fome da ONU 
 Depois de uma década de bonança, o Brasil volta a sofrer declínio social e econômico, podendo 
 retroceder para o chamado mapa da fome das Nações Unidas. 
 O Banco Mundial estima que cerca de 28,6 milhões de brasileiros deixaram de viver abaixo do limiar de 
 pobreza, fixado nos 140 reais (37,13 euros) mensais. No entanto, desde o início de 2016 e até ao final 
 deste ano, a mesma entidade prevê que entre 2,5 milhões a 3,6 milhões de brasileiros tenham voltado 
 a cair na pobreza. 
 Um desses casos é o de Leticia Miranda, brasileira de 28 anos. Entrevistada pela Associated Press, essa 
 mãe de um menino de oito anos recordou a “vida maravilhosa” que chegou a ter e que se tornou uma 
 “tristeza” após perder há seis meses o trabalho que tinha de distribuir jornais. 
 Leticia ganhava 500 reais (132,6 euros) mensais, o que lhe permitia pagar um pequeno apartamento 
 num bairro pobre do Rio de Janeiro. Agora, vive num edifício abandonado ao lado de centenas de 
 outras pessoas nas mesmas condições de pobreza. “Eu tinha trabalho. Uma vizinha aqui era uma boa 
 amiga onde trabalhava. Ela foi despedida e eu também logo a seguir. Ela sabia que eu pagava aluguel 
 onde vivia e já não podia pagar. Ela me disse para vir para cá”, contou. 
 Leticia Miranda quer deixar o local onde encontrou um teto sem pagar aluguel, mas também sem 
 vidros nas janelas, mas não tem para onde ir. “Tenho enviado candidaturas para trabalhos, fiz duas 
 entrevistas, mas até agora não consegui nada”, lamenta. 
 Professor na faculdade de economia Ibmec, no Rio de Janeiro, Daniel Sousa alerta para o corte dos 
 apoios sociais em curso. “Quando se colocam recursos nas mãos de pessoas com um rendimento tão 
 baixo acaba-se por conseguir um impacto multiplicador na criação de emprego e dinamização da 
 economia em regiões do interior e da periferia (…). Mas sem dúvida, cortando-os, acabamos por ter 
 um impacto recessivo ainda maior em regiões com uma fragilidade social mais aguda”, afirmou. 
 O corte dos apoios resulta das políticas do governo federal e deverá agravar-se no próximo ano. O 
 economista Francisco Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas 
 (Ibase) e consultor da Action Aid Brasil, contou ao Estadão ter analisado a proposta de orçamento do 
 governo para 2018 e agravou as preocupações. “Muitos cortes previstos têm um impacto direto no 
 agravamento da situação de pobreza. Como exemplo, citaria a redução de 92 por cento das verbas do 
 programa de cisternas no semiárido e de 99 por cento dos recursos voltados para a aquisição de 
 alimentos da agricultura familiar para distribuição em áreas carentes. Medidas como essas levam-nos à 
 situação de fome”, sublinha. 
 O Brasil deixou de figurar em 2014 no mapa da fome da ONU, quando se constatou que menos de 5% 
 da população estavam em situação de vulnerabilidade extrema. Mas um relatório assinado por 40 ONGs 
 e entregue em julho à ONU alerta para o aumento da fome no Brasil como consequência do 
 agravamento do desemprego, do avanço da pobreza, do corte de beneficiários do programa Bolsa 
 Família e do congelamento de investimento público. Tudo conjugado, com 14 milhões de 
 desempregados atualmente, e o Brasil poderá voltar a cair muito em breve no mapa da fome da ONU. 
 Disponível em <http://pt.euronews.com/2017/10/24/brasil-em-perigo-de-voltar-a-cair-no-mapa-da-fome-da-onu>. Acesso em 25 out. 2017 
 (com adaptações). 
 44 
 Disponível em <http://wilmarx.blogspot.com.br/2008/02/>. Acesso em 25 out. 2017. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O desemprego e os cortes em projetos sociais são apontados como fatores que geram o aumento 
 da fome no Brasil. 
 II. Os discursos da charge e do texto são antagônicos, pois a figura mostra que há preocupação dos 
 governantes em combater o problema da fome no Brasil. 
 III. O cenário de mais brasileiros em situação de miséria é atribuído, no texto, à bonança dos últimos 
 anos. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, II e III. B. I e II, apenas. C. I e III, apenas. 
 D. II e III, apenas. E. I, apenas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Associar charge e texto informativo. 
 ● Ter noções de realidade política, econômica e social do Brasil. 
 Questão 31 . 
 Assunto/tema. Meio ambiente: necessidade de preservação das florestas. 
 Analise o anúncio divulgado pela WWF, ONG dedicada à conservação da natureza, há alguns anos. 
 45 
 Texto traduzido: “Antes que seja tarde demais”. 
 Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/218072806928416329/>. Acesso em 29 ago. 2017. 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. A imagem remete aos pulmões humanos e procura conscientizar o leitor de que o fumo pode 
 trazer várias doenças respiratórias. 
 II. O anúncio vale-se da metáfora bastante usada de que florestas são o pulmão do mundo. A 
 floresta amazônica, por exemplo, é conhecida por esse título. 
 III. A parte verbal do anúncio chama a atenção para a urgência de medidas de proteção ambiental. 
 IV. O anúncio tem por objetivo mostrar que, apesar do desmatamento, a maior parte das florestas 
 está preservada, pois só uma parte de um pulmão está afetada. 
 V. O anúncio avisa ao leitor que o processo de desmatamento é irreversível. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I, II e III. B. II e III. C. II, III, IV e V. D. IV e V. E. I, II, III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto na forma de anúncio divulgado pela ONG WWF. 
 ● Analisar a metáfora presente na composição de uma imagem. 
 ● Associar corretamente afirmativas à mensagem de anúncio divulgado pela ONG WWF. 
 Questão 32. 
 Assunto/tema. Sociedade: representatividade. 
 Leia os quadrinhos de Junião e o texto de Fabiana Pinto. 
 46 
 Disponível em <http://donaisaura.com.br/tag/black-friday/>. Acesso em 29 nov. 2017. 
 Infância e representatividade negra 
 “Se como sou não é mostrado, é porque isso só pode ser ruim, né, tia?” 
 Certa vez, ouvi isso de uma criança, uma criança de 9 ou 10 anos, negra, em um colégio municipal da 
 Baixada Fluminense, próximo a uma comunidade daqui, enquanto conversávamos sobre desenhos e 
 novelas. Tenho um enorme fascínio por crianças, afinal elas parecem ter a fórmula para descomplicar e 
 conseguir discutir o que nós, jovens e adultos, perdemos horas e horas analisando. Aquilo que eu vejo 
 não é aquilo que eu sou e, se ninguém quer me mostrar, o que sou só pode ser ruim. Essa talvez seja a 
 conclusão a que eu, ou você ou qualquer criança negra algum dia chegou mesmo de forma 
 inconsciente ao ligar a TV e deparar com desenhos, novelas, séries em que a única cor mostrada é a 
 branca. A super-heroína é branca, a mulher que manda em todo mundo é branca, a boneca que me 
 vendem é branca, todas as coisas boas que me mostram estão em um papel de cor branca. Caramba! 
 Eu devo ser ruim! Eu quero ser branca igual àquela moça da TV também!Minha geração cresceu com esses pensamentos enraizados, somos uma geração de crianças que 
 apenas depois de muito tempo aprenderam a construir sua própria identidade, só após muito 
 sofrimento aprenderam a não querer mudar a si mesmas. Ainda que eu abra meu Facebook e veja 
 notícias como a de Matias, o menino de 4 anos, cuja mãe, Jaciana, tive a felicidade de conhecer e sei 
 que é uma jovem historiadora, militante, negra e consciente… Durante entrevistas, ela contou que 
 levou o filho a lojas de brinquedos e prometeu lhe comprar um presente, com a condição de que o 
 menino encontrasse um brinquedo parecido com ele. Felizmente, esse exercício de procura teve um 
 final feliz, resultou na linda imagem que todos vimos. Mas nem sempre é assim, há alguns meses talvez 
 essa criança saísse sem nada nas mãos. Em um relato, Jaciana ainda disse: “Eu não esperava que 
 houvesse essa repercussão, quando postei aquela imagem… Deveria ser apenas a foto de uma criança 
 com um brinquedo”. 
 Mas, ao contrário do que a trupe dos “Não sou racista… eu não vejo cor” costuma dizer, criança tem 
 cor e brinquedos também e todos enxergamos isso. E talvez a maioria das pessoas não saiba, mas 
 quando o que vemos não parece conosco, isso dói. Dói de um jeito que faz com que desejemos não ser 
 nós mesmos, desejamos ser diferentes. A verdade é que não quero ser o moleque de rua, o escravo, o 
 bandido, a empregada, a babá, a mulher que samba nua. Não quero. Eu quero ser a empresária, 
 aquela moça que dá ordens, a advogada que resolve o caso, o cara que dirige o carro legal (o que é o 
 dono do carro, não o motorista). 
 Algumas pessoas consideram esse pensamento exagerado por não compreenderem o poder da mídia 
 sobre nós. Quando você escolhe prestar vestibular para medicina, quando opta por aquele celular novo, 
 quando decide vestir a sua camiseta azul, nenhuma dessas escolhas veio só de você, tudo o que você é 
 ou aspira a ser é moldado por uma sociedade desde seu nascimento. Mas alguns moldes não cabem a 
 todos. Geralmente, os moldes “bons” não cabem em crianças negras e pobres. E então, elas acabam se 
 moldando no que dá ou no que são ensinadas a aceitar. 
 Disponível em <http://www.revistacapitolina.com.br/infancia-representatividade-negra/>. Acesso em 29 nov. 2017 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O texto e os quadrinhos apontam que a questão da representatividade negra tem ganhado 
 evidência na sociedade. 
 47 
 II. Os objetivos dos quadrinhos são criticar a Black Friday e apontar o preconceito embutido no uso do 
 adjetivo “black”. 
 III. Segundo o texto, crianças negras têm necessidade de se sentirem representadas como heróis e 
 heroínas, e essa representação é importante para a construção da identidade delas. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. I e III. C. II e III. D. I. E. III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Associar artigo e quadrinhos. 
 ● Ter noções das desigualdades raciais no Brasil. 
 Questão 33 . 
 Assunto/tema. Educação: desempenho dos alunos brasileiros da Educação Básica em 
 exame internacional de Matemática. 
 O Pisa, exame internacional desenvolvido e aplicado pela Organização para a Cooperação Econômica e 
 Desenvolvimento (OCDE), avalia o letramento dos estudantes na faixa dos 15 anos nas áreas de 
 Matemática, Ciências e Leitura. Os resultados do Pisa são apresentados de acordo com a escala de 
 desempenho da tabela a seguir, que mostra seis níveis de proficiência em função da pontuação obtida. 
 Escala de desempenho dos participantes do Pisa. 
 Nível Pontuação 
 1 De 358 a 420 pontos 
 2 De 420 a 482 pontos 
 3 De 482 a 545 pontos 
 4 De 545 a 607 pontos 
 5 De 607 a 669 pontos 
 6 Acima de 669 pontos 
 Alunos com menos de 358 pontos são classificados como “abaixo do nível 1”, pois não conseguem 
 compreender nem os enunciados mais simples do exame. 
 A periodicidade do Pisa é trienal e ele já foi aplicado em 2000, 2003, 2006, 2009, 2012 e 2015. No 
 gráfico a seguir, estão indicadas as pontuações em Matemática de alguns países que participaram de 
 todas as edições do Pisa, incluindo o Brasil. 
 48 
 Pontuações de alguns países em Matemática em várias edições do Pisa. 
 Com base nos dados fornecidos, analise as afirmativas. 
 I. O Brasil já apresentou, no Pisa, resultados em Matemática classificados como “abaixo do nível 
 1”, em escala de 1 a 6. 
 II. Embora os resultados em Matemática do Brasil e do México, nas diversas edições do Pisa, nunca 
 tenham superado o nível 1, em escala de 1 a 6, esses países sempre mantiveram crescimentos 
 de pontuações. 
 III. A Polônia apresentou significativo crescimento de pontuações em Matemática no Pisa de 2009 
 para 2012, mas, ainda assim, nunca superou o desempenho da China (Hong Kong). 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, II e III. B. II e III, apenas. C. I e III, apenas. D. I, apenas E. III, apenas 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar gráficos de pontuações (notas) em função do tempo. 
 ● Associar dados presentes em gráficos a uma escala de níveis fornecida em tabela. 
 ● Avaliar crescimentos e decrescimentos de resultados de alunos da Educação Básica de diversos 
 países em exame internacional de desempenho. 
 Questão 34. 
 49 
 Assunto/tema. Avaliação crítica de situações: modos diferentes de se ver uma 
 circunstância. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em < https://charges.uol.com.br/emails-comentados/2017/05/02/desabafo-da-semana >. Acesso em 09 out. 2017. 
 A charge 
 A. retrata um jogo infantil semelhante à “amarelinha”, mas adaptado aos adultos. 
 B. ilustra o isolamento em que as pessoas vivem atualmente. 
 C. faz uma crítica à falta de convergência de opiniões entre as pessoas. 
 D. apresenta uma situação em que o correto e o incorreto dependem do ponto de vista. 
 E. defende a livre manifestação de ideias ideologicamente distintas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto na forma de charge. 
 ● Interpretar alternativas e fazer correta associação à mensagem de uma charge. 
 ● Verificar a possibilidade de existência de mais de um ponto de vista. 
 Questão 35 . 
 Assunto/tema. Cidadania: análise de tabela e avaliação correta de desempenhos em 
 concurso de redação. 
 Clara, que estuda em um colégio localizado na região Nordeste, participou de um concurso nacional de 
 redação, em que as notas poderiam variar de 0 a 1.000 pontos. Terminada a competição, o instituto 
 organizador enviou aos participantes seus boletins de desempenho e Clara recebeu a tabela a seguir. 
 Nota mínima 
 no país 
 Nota 
 máxima no 
 país 
 Nota média 
 no país 
 Nota máxima na 
 região Nordeste 
 Nota da 
 Clara 
 327 pontos 879 pontos 513 pontos 862 pontos 862 pontos 
 50 
https://charges.uol.com.br/emails-comentados/2017/05/02/desabafo-da-semana
 De acordo com a situação exposta, analise as afirmativas. 
 I. Clara foi a participante mais bem classificada na região Nordeste e foi a única nessa condição. 
 II. A nota média no país não poderia ter sido 513 pontos, pois a média da nota mínima (327 
 pontos) e da nota máxima (879 pontos) é 603 pontos. 
 III. Houve alguma região em que a nota máxima superou 862 pontos. 
 É correto o que se afirmaem 
 A. I, apenas. B. II, apenas. C. III, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar dados apresentados na forma de tabela. 
 ● Comparar valores de notas em redação. 
 ● Compreender o significado de valor médio (nota média em redação). 
 Questão 36. 
 Assunto/tema. Desenvolvimento pessoal: impacto da leitura no indivíduo e transformação 
 do modo de ver a realidade. 
 Considere a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor a interpreta. 
 Disponível em <https://www.facebook.com/DepositoDeCartuns/photos/a.141674892627444.26560.141672549294345>. Acesso em 02 jul. 2017. 
 A. Hoje em dia, as pessoas não querem ler, gostam apenas de aparelhos eletrônicos. 
 B. Na vida, a pessoa precisa ter luz própria para achar seu caminho. 
 C. A leitura transforma o modo como vemos as coisas. 
 D. O livro impresso é um objeto arcaico, que oferece um modo de leitura pouco atraente. 
 E. As pessoas andam nas trevas até absorverem mensagens de caráter religioso, que iluminam seus 
 caminhos. 
 Justificativa. 
 51 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto na forma de charge que aborda efeitos da leitura. 
 ● Interpretar alternativas e fazer correta associação à mensagem de uma charge. 
 Questão 37. 
 Assunto/tema. Cidadania: justiça social, igualdade e ações afirmativas. 
 Leia a charge e o texto a seguir. 
 Disponível em <https://www.facebook.com/sociedaderacionalista>. Acesso em 15 nov. 2013. 
 Perguntas frequentes sobre o sistema de cotas 
 1) O que é a lei de cotas? 
 A Lei Nº 12.711/2012, sancionada em agosto deste ano, garante a reserva de 50% das matrículas por 
 curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a 
 alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens 
 e adultos. Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência. 
 2) A lei já foi regulamentada? 
 Sim, pelo Decreto Nº 7.824/2012, que define as condições gerais de reservas de vagas, estabelece a 
 sistemática de acompanhamento das reservas de vagas e a regra de transição para as instituições 
 federais de educação superior. Há, também, a Portaria Normativa nº 18/2012, do Ministério da 
 Educação, que estabelece os conceitos básicos para aplicação da lei, prevê as modalidades das 
 reservas de vagas e as fórmulas para cálculo, fixa as condições para concorrer às vagas reservadas e 
 estabelece a sistemática de preenchimento das vagas reservadas. 
 3) Como é feita a distribuição das cotas? 
 As vagas reservadas às cotas (50% do total de vagas da instituição) serão subdivididas — metade para 
 estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio 
 per capita e metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário 
 mínimo e meio. Em ambos os casos, também será levado em conta o percentual mínimo 
 correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo 
 demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 4) A lei deverá ser aplicada imediatamente? 
 Sim, mas gradualmente. Em 2013 terão de ser reservadas, pelo menos, 12,5% do número de vagas 
 ofertadas atualmente. A implantação das cotas ocorrerá de forma progressiva ao longo dos próximos 
 quatro anos, até chegar à metade da oferta total do ensino público superior federal. 
 Disponível em <http://portal.mec.gov.br/cotas/perguntas-frequentes.html>. Acesso em 15 nov. 2013. 
 52 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O sistema de cotas proposto, de acordo com a charge, baseia-se no sistema de igualdade. 
 II. Segundo a charge, a justiça pressupõe que sejam realizadas ações reparadoras com o intuito de 
 eliminar diferenças de oportunidades. 
 III. O sistema de cotas do MEC propõe que metade das vagas das universidades públicas seja 
 reservada aos negros e indígenas. 
 IV. A charge e o texto não se inter-relacionam porque tratam de temas distintos. 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. B. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
 C. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. D. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
 E. Apenas a afirmativa II está correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler, interpretar e comparar textos. 
 ● Analisar mensagem de charge. 
 ● Distinguir os conceitos de igualdade e justiça. 
 Questão 38. 
 Assunto/tema. Ética, democracia e cidadania: desmatamento e condições de vida da 
 população indígena. 
 Leia o artigo de Leão Serva e a charge. 
 No Dia do Índio, nada a comemorar, só razões para protestar 
 Índios brasileiros e apoiadores britânicos fazem protesto diante da Embaixada do Brasil em Londres em 
 19 de abril, Dia do Índio. Vão dizer que as populações tradicionais não têm nada que comemorar no dia 
 consagrado a elas. E tentarão atrair a atenção de quem compra produtos brasileiros no exterior para o 
 sangue indígena que mancha nossas commodities agropecuárias e minerais. 
 É irônico que, em um regime democrático, protestos desse tipo aconteçam na capital britânica como 
 ocorriam antes, durante a Ditadura Militar, a cada visita de presidente ou representantes do regime. No 
 entanto, chamar a atenção dos países que podem influenciar o Brasil, sempre tão cioso de sua imagem 
 externa, é a única ação que restou diante dos ataques à proteção ambiental e aos direitos 
 indígenas pela atual administração federal com amplo apoio no Congresso. 
 (...) O protesto na sede da representação diplomática brasileira tem o apoio, em Londres, da 
 organização Survival International. Na semana passada, outra entidade, o Observatório do Clima, que 
 reúne cerca de 40 organizações ambientalistas, criticou as medidas do Executivo Federal que apressam 
 a desmontagem dos dispositivos consagrados na Constituição de 1988. Chama atenção para a 
 coincidência entre esses ataques às leis de proteção ambiental no momento em que cresce a 
 desmoralização da elite política do país, sob acusações de corrupção. 
 (...) Entre as medidas tomadas pelo Congresso, exatamente quando crescem as denúncias contra 
 legisladores, estão leis que reduzem as áreas de preservação ambiental: "Na última terça-feira (11/4), 
 53 
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/04/1873144-indios-nao-podem-ficar-parados-no-tempo-diz-novo-chefe-da-funai.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vaivem/
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/03/1865209-ministro-da-justica-critica-indios-e-diz-que-terra-nao-enche-barriga.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/03/1865209-ministro-da-justica-critica-indios-e-diz-que-terra-nao-enche-barriga.shtml
 uma comissão do Congresso Nacional retalhou um conjunto de unidades de conservação na Amazônia 
 e na Mata Atlântica, liberando para grilagem 660 mil hectares de terras públicas que haviam sido 
 ilegalmente ocupadas e vêm sendo desmatadas (...). Na quarta-feira (12/4), em sete minutos, outra 
 comissão especial do Congresso aprovou a Medida Provisória 758, que reduz outros 442 mil hectares 
 de unidades de conservação na Amazônia – em dois dias, 1,1 milhão de hectares". 
 Os ataques à legislação de proteção dos índios e do ambiente coincidem também com o aumento 
 vertiginoso na devastação das florestas: a devastação cresceu 60% nos últimos dois anos, pondo em 
 risco a meta brasileira de chegar a 2020 com redução de 80% na taxa, lançando dúvidas sobrea 
 seriedade do compromisso do governo brasileiro com o Acordo de Paris. 
 Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leaoserva/2017/04/1876433-no-dia-do-indio-nada-a-comemorar-so-razoes-para-protestar.shtml >. Acesso 
 em 19 abr. 2017 (com adaptações). 
 Disponível em 
 <http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2015/04/noticias/regiao/152582-sustentando-partidos-e-os-indios-de-ontem-e-de-hoje-nas-charges-dos-jornais-de 
 -quarta-feira.html>. Acesso em 19 abr. 2017. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O objetivo da charge é mostrar que, apesar de os índios perderem recursos naturais, houve, 
 para eles, a compensação do acesso à tecnologia. 
 II. De acordo com o texto, o protesto em Londres tem por objetivo denunciar ao mundo medidas 
 do governo contra a proteção ambiental e contra os direitos indígenas. 
 III. Os índios brasileiros, como mostra a charge, têm sido submetidos a um processo de 
 aculturação, que lhes traz piores condições de vida. 
 IV. Segundo o texto, o Brasil tem hoje 1,1 milhão de hectares de áreas devastadas. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I, II e III. B. II, III e IV. C. II e IV. D. I e III. E. II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos. 
 ● Comparar as ideias contidas em dois textos (artigo e charge). 
 54 
 ● Avaliar corretamente dados numéricos. 
 ● Refletir sobre o desmatamento e as condições de vida da população indígena no Brasil. 
 Questão 39. 
 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: inclusão social de pessoas com 
 deficiência. 
 (Enade 2016) A Lei Nº 8.213/1991 assegura a contratação de pessoas com deficiência tanto no serviço 
 público quanto em empresas privadas que empreguem cem trabalhadores ou mais. Todavia, ainda não 
 é tão simples a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho, como ilustra a figura. 
 Disponível em <www.multiplicandocidadania.com.br>. Acesso em 30 jul. 2016. 
 A respeito da inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, avalie as afirmativas. 
 I. Assegurada por lei, a contratação de profissionais com deficiência é cada vez mais frequente no 
 serviço público, contudo a regulamentação de cotas para esses profissionais não abrange as 
 empresas privadas. 
 II. As pessoas com deficiência passaram a ter mais chances de inserção no mercado de trabalho, 
 mas, em geral, elas ainda enfrentam preconceito nos locais de trabalho. 
 III. Um dos maiores empecilhos para a inserção de profissionais com deficiência no mercado de 
 trabalho é de natureza cultural e envolve estereótipos e discriminação. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, apenas. B. II, apenas. C. I e III, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler, interpretar e associar textos. 
 ● Compreender uma situação comunicativa expressa em charge. 
 55 
 ● Refletir sobre a inclusão social de pessoas com deficiência. 
 Questão 40. 
 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: relações étnico-raciais e articulação 
 indígena e quilombola. 
 (Enade 2016) Leia o texto a seguir. 
 A articulação indígena e quilombola vem-se consolidando em Oriximiná, no Pará, desde 2012, com o 
 objetivo de incentivar a parceria entre índios e quilombolas frente a novos desafios comuns. A aliança 
 possibilitou, em 2015, a reaproximação entre índios da Terra Indígena Kaxuyana - Tunayana e os 
 quilombolas da Terra Quilombola Cachoeira Porteira, cujas relações, no processo de regularização de 
 suas terras, haviam assumido ares de conflito. Reunidos no Quilombo Abuí, escolhido como local neutro 
 e livre de influências externas, em maio de 2015, lideranças indígenas e quilombolas de ambas as 
 terras, com a mediação de lideranças quilombolas de outras comunidades, acordaram os limites 
 territoriais para fins de regularização fundiária. O acordo foi oficializado junto ao Ministério Público 
 Federal e ao Ministério Público Estadual. 
 Disponível em <www.quilombo.com.br>. Acesso em 29 ago. 2016 (com adaptações). 
 A análise dessa situação evidencia a importância da 
 A. autodeterminação dos povos tradicionais na definição de seus limites territoriais. 
 B. intervenção prévia do Estado em situações de potencial conflito entre povos tradicionais. 
 C. urgência de regularização das terras quilombolas e indígenas, priorizando-se áreas isentas de 
 conflitos. 
 D. definição, por atores externos, dos desafios comuns a serem enfrentados pelos povos tradicionais. 
 E. participação do Ministério Público nas negociações de limites territoriais entre quilombolas e 
 indígenas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto sobre a articulação indígena e quilombola. 
 ● Avaliar consequências e propor soluções para a resolução de problemas. 
 Questão 41. 
 Assunto/tema. Responsabilidade social e setor privado: responsabilidade social 
 empresarial e diminuição das desigualdades sociais. 
 Leia a charge e o texto a seguir. 
 56 
 Disponível em <http://mitnoticias.blogspot.com.br/2012/11/a-visao-da-empresa-e-mais-importante.html>. Acesso em 09 jan. 2016. 
 Responsabilidade social empresarial e diminuição das desigualdades sociais 
 Anna Flávia Camilli Oliveira 
 Torna-se flagrante a mudança de paradigma na forma de atuação empresarial, ampliando seus 
 objetivos para além da mera obtenção do lucro, dando espaço à atuação socialmente responsável. Esse 
 novo posicionamento é necessário à garantia da continuidade dos negócios e à promoção da 
 sustentabilidade, que passa pela diminuição das desigualdades sociais. Carlos Nelson dos Reis e Luiz 
 Edgard Medeiros, a esse respeito, ensinam: “em uma realidade mundial caracterizada por vigorosas e 
 profundas transformações societárias, as empresas ocupam, inequivocamente, o lugar de agentes 
 especiais de promoção do desenvolvimento econômico e social. Para tanto, suas ações devem ser 
 direcionadas para a busca de uma efetiva articulação das relações sociais voltadas para o bem-estar da 
 humanidade nos níveis local, regional e internacional. É nesta perspectiva que elas podem, e têm força 
 para tanto, consolidar níveis de equidade social tão esperados pelas populações que vivem sob o manto 
 da desigualdade. A existência de uma consciência empresarial responsável é fundamental para que 
 haja possibilidade de engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a 
 preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a promoção dos direitos humanos e a 
 construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa”. 
 REIS, C. N. dos; MEDEIROS, L. E. Responsabilidade social das empresas e balanço social: meios propulsores do desenvolvimento econômico e social. São Paulo: 
 Atlas, 2009. 
 Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8909>. Acesso em 09 jan. 2016 (com adaptações). 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções e assinale a alternativa correta. 
 I. A charge critica a hipocrisia de empresas que adotam discursos que disfarçam seu real objetivo de 
 obter lucro. 
 PORQUE 
 II. De acordo com o texto, a atuação empresarial socialmente responsável é peça fundamental para o 
 desenvolvimento, para a solução de problemas sociais e para a preservação do meio ambiente. 
 A. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
 B. Asduas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
 C. A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. 
 D. A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. 
 E. As duas asserções são falsas. 
 Justificativa. 
 57 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos sobre missão institucional e responsabilidade social de empresas. 
 ● Comparar mensagens de charge e artigo. 
 ● Verificar relação de causa e consequência (asserção-razão). 
 Questão 42. 
 Assunto/tema. Políticas públicas: profissionais da área da saúde e realização de 
 procedimentos adequados. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <http://www.jornaldebrasilia.com.br/charges/685/erro-de-diagnostico-medico>. Acesso em 26 jan. 2016. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A charge é uma crítica ao programa “Mais Médicos”, do governo federal. 
 II. O médico da charge representa um profissional que não adota procedimentos adequados para 
 chegar a um diagnóstico. 
 III. A charge sugere que os erros de diagnóstico são comumente realizados pelos médicos em 
 nosso país, mas culpa os pacientes por esse problema, pois eles não sabem relatar com 
 exatidão o que estão sentindo. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. II. B. II e III. C. I e II. D. I e III. E. I. 
 Justificativa. 
 58 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar charge sobre diagnósticos médicos. 
 ● Compreender o uso de ironia e exagero (hipérbole). 
 Questão 43. 
 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, relações étnico-raciais e 
 assassinatos de afrodescendentes em relato da ONU. 
 Leia o texto e a charge a seguir. 
 ONU diz que polícia brasileira mata 5 por dia; maioria é afrodescendente 
 Genebra (10/03/2016) 
 Segundo a ONU, a polícia brasileira matou 2.000 pessoas em 2015 
 A Organização das Nações Unidas (ONU) acusa a polícia brasileira de ser a responsável por cinco 
 mortes a cada dia no país, totalizando apenas em 2015 cerca de 2.000 casos. O alerta foi feito nesta 
 quinta-feira (10) pelo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Bin Hussein. 
 Essa é a segunda denúncia que as Nações Unidas apresentam sobre a violência policial no Brasil em 
 apenas uma semana. 
 Nesta quinta-feira, Zeid fez seu balanço anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Entre 
 os cerca de 30 países citados pelo alto comissário, a situação brasileira teve seu destaque ao tratar do 
 racismo contra pessoas afrodescendentes. 
 "No Brasil, o governo tomou ações para lidar com os direitos sociais de pessoas afrodescendentes, 
 especialmente no campo da educação", reconheceu Zeid. 
 "Apesar disso, foi amplamente informado sobre a insegurança que muitos jovens afro-brasileiros 
 sentem diante da violência policial e da impunidade", disse. 
 "Mais de 2.000 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil no ano passado e eles eram, de forma 
 desproporcional, de afrodescendência", acusou Zeid. 
 Segundo o relator, outra constatação preocupante também é a morte de jovens afro-americanos nos 
 Estados Unidos, com 300 casos em 2015. 
 "Mais ações são necessárias em países onde esses casos são registrados, incluindo medidas para levar 
 os autores à Justiça e garantir um remédio para as vítimas", defendeu Zeid. 
 Na última terça-feira (8), o relator da ONU para a prevenção da Tortura, Juan Mendez, também atacou 
 o Brasil por não dar respostas à violência policial. Para ele, os homicídios cometidos por policiais não 
 são a exceção, mas, sim, "a regra". 
 Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos, viajou até Genebra, na Suíça, para dar uma resposta ao 
 informe. "Existe um problema de impunidade muito grave no país", admitiu. 
 "Há tortura no Brasil. Somos um país formado por violações de direitos humanos. Temos uma cultura 
 de violência. Como mudar? Com um novo processo histórico com formação em direitos humanos", 
 disse. 
 Para ele, parte da explicação é a construção histórica do Brasil. "É evidente que não mudaremos uma 
 cultura de violência de pelo menos 500 anos de uma hora para outra. Mas tenho a convicção de que 
 recentemente começamos a transformar essa cultura de discriminação e de violência em favor de uma 
 cultura de direitos", disse. 
 Como tem feito nos últimos dez anos em reuniões da ONU, o governo listou os diversos programas e 
 iniciativas que adotou, "indicando o caminho para a ruptura do ciclo de impunidade e violência no 
 país". 
 Entre os programas e instituições, estão o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e a 
 criação de um Mecanismo Nacional de Combate à Tortura. 
 Disponível em <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/10/policia-brasileira-mata-5-pessoas-por-dia-diz-onu.htm>. Acesso em 22 mar. 
 2016. 
 59 
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/07/onu-vai-denunciar-brasil-por-nao-punir-policiais-que-matam.htm
 Disponível em <http://profwladimir.blogspot.com.br/2015/09/charge-triste-duas-realidades.html>. Acesso em 22 mar. 2016. 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 I. A reportagem indica que as preocupações da mãe do segundo quadrinho não plausíveis. 
 II. De acordo com a matéria, o racismo é menor nos Estados Unidos do que no Brasil. 
 III. Segundo o relator da ONU, a falta de políticas públicas inclusivas é a principal causa do racismo 
 na corporação policial. 
 IV. A charge e a reportagem mostram que o assassinato de afrodescendentes no Brasil ocorre 
 porque eles reagem à abordagem policial. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I, II e III. B. II e III. C. I e IV. D. I. E. II e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos. 
 ● Comparar mensagens de texto jornalístico e charge. 
 ● Estabelecer relação de causa e consequência. 
 ● Refletir sobre os assassinatos de afrodescendentes no Brasil. 
 ● Compreender declarações dadas por membros da ONU. 
 Questão 44. 
 60 
 Assunto/tema. Ciência, tecnologia e sociedade: relações de consumo e descartabilidade na 
 sociedade contemporânea. 
 Leia os quadrinhos a seguir. 
 Disponível em <http://www.quadrinhosacidos.com.br/2015/07/89-e-mais-facil-descartar.html?m=1>. Acesso em 17 dez. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. O objetivo dos quadrinhos é criticar o discurso da descartabilidade da sociedade 
 contemporânea, na qual os objetos e as relações pessoais tendem à efemeridade. 
 II. Os quadrinhos enaltecem a sociedade contemporânea, na qual problemas são resolvidos 
 rapidamente com a substituição de produtos. 
 III. A crítica dos quadrinhos concentra-se no machismo, uma vez que os homens esperam que as 
 mulheres resolvam seus problemas cotidianos. 
 A. Apenas as afirmativas I e II são corretas. B. Apenas as afirmativas I e III são corretas. 
 C. Apenas a afirmativa I é correta. D. Apenas a afirmativa II é correta. 
 E. Nenhuma afirmativa é correta. 
 61 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto sobre descartabilidade. 
 ● Identificar aspectos da sociedade contemporânea. 
 Questão 45 . 
 Assunto/tema. Tecnologias de informação e comunicação: redes sociais e construção da 
 autoestima. 
 Analise a ilustração e as afirmativas a seguir. 
 Disponível em <https://www.facebook.com/137459689780175/photos/a.409068539285954.1073741892.137459689780175>.Acesso em 15 out. 2015. 
 I. A ilustração aponta o aspecto positivo das redes sociais na construção da autoestima. 
 II. Segundo a ilustração, as curtidas recebidas na página da rede social representam a aprovação 
 do outro, o que alimenta o ego do indivíduo e o torna mais sensível à coletividade. 
 III. O foco da crítica da ilustração é o uso das redes sociais como forma de exposição da intimidade 
 das pessoas. 
 Assinale a alternativa correta. 
 A. Nenhuma afirmativa está correta. B. Apenas a afirmativa I está correta. 
 C. Apenas a afirmativa II está correta. D. Apenas a afirmativa III está correta. 
 E. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 62 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto sobre redes sociais e autoestima. 
 ● Compreender o uso de metáfora. 
 Questão 46 . 
 Assunto/tema. Cultura e arte: registros fotográficos, situações do cotidiano e realidade. 
 Leia a charge e a crônica a seguir. 
 Disponível em <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/38941-charges-outubro-de-2015#foto-562881>. Acesso em 10 dez. 2015. 
 A Foto 
 Luís Fernando Veríssimo 
 Foi numa festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre não morre, decidiram 
 tirar uma fotografia de toda a família reunida, talvez pela última vez. A bisa e o bisa sentados, filhos, 
 filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão. Castelo, o dono da 
 câmera, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmera a quem ia tirar a 
 fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia? 
 — Tira você mesmo, ué. 
 — Ah, é? E eu não saio na foto? 
 O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na 
 fotografia. 
 — Tiro eu — disse o marido da Bitinha. 
 — Você fica aqui — comandou a Bitinha. 
 Havia certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido 
 reagisse. “Não deixa eles te humilharem, Mário Cesar”, dizia sempre. O Mário Cesar ficou firme onde 
 estava, do lado da mulher. A própria Bitinha fez a sugestão maldosa: 
 — Acho que quem deve tirar é o Dudu… 
 O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita, 
 nunca claramente anunciada, de que não fosse o filho do Luiz Olavo. 
 O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas Andradina segurou o filho. 
 — Só faltava essa, o Dudu não sair. 
 E agora? 
 — Pô, Castelo. Você disse que essa câmera só faltava falar. E não tem nem timer! 
 O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque comprara a 
 câmera num duty free da Europa. Aliás, o apelido dele entre os outros era “Dutifri”, mas ele não sabia. 
 63 
 — Revezamento — sugeriu alguém — Cada genro bate uma foto em que ele não aparece, e… 
 A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a família reunida em volta da bisa. 
 Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente até o Castelo e arrancou a câmera da 
 sua mão. 
 — Dá aqui. 
 — Mas seu Domício… 
 — Vai pra lá e fica quieto. 
 — Papai, o senhor tem que sair na foto. Senão não tem sentido! 
 — Eu fico implícito — disse o velho, já com o olho no visor. 
 E antes que houvesse mais protestos, acionou a câmera, tirou a foto e foi dormir. 
 VERISSIMO, L. F . Comédias para se Ler na Escola . Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. A charge e o texto têm em comum a ideia de que uma fotografia é um relato objetivo e 
 fidedigno da realidade. 
 II. A charge e o texto mostram que as inovações tecnológicas melhoram a vida das pessoas, uma 
 vez que, na crônica, a falta de dispositivos avançados impediu o registro da família toda. 
 III. A charge e o texto mostram a foto como um registro que tem como objetivo expor situações 
 positivas do cotidiano, visando ao olhar de aprovação dos outros nas redes sociais. 
 A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Apenas as afirmativas II e III são corretas. 
 C. Apenas as afirmativas I e II são corretas. D. Apenas a afirmativa II é correta. 
 E. Apenas a afirmativa III é correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos. 
 ● Comparar críticas de charge e crônica. 
 ● Analisar criticamente situações do cotidiano em relação ao uso da fotografia. 
 Questão 47. 
 Assunto/tema. Meio ambiente: pegada ecológica, biocapacidade e razão entre indicadores. 
 (Enade 2014). Pegada ecológica é um indicador que estima a demanda ou a exigência humana sobre o 
 meio ambiente considerando-se o nível de atividade para atender ao padrão de consumo atual (com a 
 tecnologia atual). É, de certa forma, uma maneira de medir o fluxo de ativos ambientais de que 
 necessitaríamos para sustentar nosso padrão de consumo. Esse indicador é medido em hectare global, 
 medida de área equivalente a 10.000m 2 . Na medida hectare global, são consideradas apenas as áreas 
 produtivas do planeta. A biocapacidade do planeta, indicador que reflete a regeneração (natural) do 
 64 
 meio ambiente, é medida também em hectare global. Uma razão entre pegada ecológica e 
 biocapacidade do planeta igual a 1 indica que a exigência humana sobre os recursos do meio ambiente 
 é reposta na sua totalidade pelo planeta, devido à capacidade de regeneração. Se for maior que 1, a 
 razão indica que a demanda humana é superior à capacidade do planeta de se recuperar e, se for 
 menor que 1, indica que o planeta se recupera mais rapidamente. 
 Dados disponíveis em <http://financasfaceis.wordpress.com>. Acesso em 10 ago. 2014. 
 O aumento da razão entre pegada ecológica e biocapacidade representado no gráfico evidencia 
 A. redução das áreas de plantio do planeta para valores inferiores a 10.000m 2 , em virtude do padrão 
 atual de consumo de produtos agrícolas. 
 B. aumento gradual da capacidade natural de regeneração do planeta em relação às exigências 
 humanas. 
 C. reposição dos recursos naturais pelo planeta em sua totalidade frente às exigências humanas. 
 D. incapacidade de regeneração do planeta, ao longo do período 1961-2008. 
 E. tendência ao desequilíbrio gradual e contínuo da sustentabilidade do planeta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos sobre pegada ecológica e biocapacidade. 
 ● Verificar a razão (divisão) de indicadores. 
 ● Avaliar corretamente informações numéricas. 
 Questão 48. 
 65 
 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, relações de gênero e taxa 
 de homicídios de mulheres. 
 Observe o gráfico sobre a taxa de homicídios de mulheres nos estados brasileiros. 
 Taxa de homicídios de mulheres (por 100 mil) por estado. Brasil, 2006 e 2013. 
 Mapa da Violência 2015. Homicídios de Mulheres no Brasil. Disponível em <http://www.mapadaviolencia.org.br>. Acesso em 15 jun. 2016. 
 Analise as afirmativas, de acordo com os dados do gráfico. 
 66 
 I. As taxas de homicídios de mulheres em São Paulo, em 2006 e em 2013, foram menores do que 
 a taxa brasileira. 
 II. O aumento da taxa de homicídios de mulheres em estados brasileiros, no período de 2006 a 
 2013, deve-se principalmente ao crescimento da população brasileira. 
 III. O estado que teve mais mulheres assassinadas em 2013 foi Roraima. 
 IV. Em 2006, houve mais mulheres assassinadas no Espírito Santo do que no Rio de Janeiro. 
 É correto o que se afirmasomente em 
 A. I. B. II e IV. C. III e IV. D. I e IV. E. I, III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto sobre taxa de homicídios de mulheres. 
 ● Avaliar corretamente informações numéricas. 
 ● Comparar valores. 
 ● Realizar cálculos de percentuais. 
 Questão 49. 
 Assunto/tema. Transportes: tempo de deslocamento casa-trabalho e políticas públicas 
 direcionadas à mobilidade urbana. 
 (Enade 2014). O quadro a seguir apresenta a proporção (%) de trabalhadores por faixa de tempo 
 gasto no deslocamento casa-trabalho, no Brasil e em três cidades brasileiras. 
 Tempo de deslocamento Brasil Rio de Janeiro São Paulo Curitiba 
 Até cinco minutos 12,70 5,80 5,10 7,80 
 De seis minutos até meia hora 52,20 32,10 31,60 45,88 
 Mais de meia hora até uma hora 23,60 33,50 34,60 32,40 
 Mais de uma hora até duas horas 9,80 23,20 23,30 12,90 
 Mais de duas horas 1,80 5,50 5,30 1,20 
 67 
 Com base nos dados apresentados e considerando a distribuição da população trabalhadora nas 
 cidades e as políticas públicas direcionadas à mobilidade urbana, avalie as afirmativas a seguir. 
 I. A distribuição das pessoas por faixa de tempo de deslocamento casa-trabalho na região 
 metropolitana do Rio de Janeiro é próxima à que se verifica em São Paulo, mas não em Curitiba 
 ou na média brasileira. 
 II. Nas metrópoles, em geral, a maioria dos postos de trabalho está localizada nas áreas urbanas 
 centrais, e as residências da população de baixa renda estão concentradas em áreas irregulares 
 ou na periferia, o que aumenta o tempo gasto por essa população no deslocamento 
 casa-trabalho e o custo do transporte. 
 III. As políticas públicas referentes a transportes urbanos, como, por exemplo, Bilhete Único e 
 Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ao serem implementadas, contribuem para redução do tempo 
 gasto no deslocamento casa-trabalho e do custo do transporte. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. 
 D. II e III, apenas. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto sobre mobilidade urbana. 
 ● Avaliar corretamente informações numéricas. 
 ● Comparar valores de tempos de deslocamentos. 
 Questão 50. 
 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: relações de gênero e jornada 
 semanal de trabalho. 
 (Enade 2014). Leia o texto e o gráfico a seguir. 
 As mulheres frequentam mais os bancos escolares que os homens, dividem seu tempo entre o trabalho 
 e os cuidados com a casa, geram renda familiar, porém continuam ganhando menos e trabalhando 
 mais que os homens. As políticas de benefícios implementadas por empresas preocupadas em facilitar 
 a vida das funcionárias que têm criança pequena em casa já estão chegando ao Brasil. Acordos de 
 horários flexíveis, programas como auxílio-creche, auxílio-babá e auxílio-amamentação são alguns dos 
 benefícios oferecidos. 
 Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em 30 jul. 2013 (com adaptações). 
 68 
 Disponível em <http://ipea.gov.br>. Acesso em 30 jul. 2013 (com adaptações). 
 Considerando o texto e o gráfico, avalie as afirmativas. 
 I. O somatório do tempo dedicado pelas mulheres aos afazeres domésticos e ao trabalho 
 remunerado é superior ao dedicado pelos homens, independentemente do formato da família. 
 II. O fragmento de texto e os dados do gráfico apontam para a necessidade de criação de políticas 
 que promovam a igualdade entre os gêneros no que concerne, por exemplo, ao tempo médio 
 dedicado ao trabalho e à remuneração recebida. 
 III. No fragmento de reportagem apresentado, ressalta-se a diferença entre o tempo dedicado por 
 mulheres e homens ao trabalho remunerado, sem alusão aos afazeres domésticos. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos e gráficos. 
 ● Avaliar corretamente informações numéricas. 
 69 
 ● Comparar valores de jornadas semanais de trabalho. 
 Questão 51. 
 Assunto/tema. Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): alfabetização midiática e 
 informacional e consequências da falta de letramento digital. 
 (Enade 2015 – com adaptações). Leia o texto a seguir. 
 A alfabetização midiática e informacional tem como proposta desenvolver a capacidade dos cidadãos de 
 utilizar mídias, bibliotecas, arquivos e outros provedores de informação como ferramentas para a 
 liberdade de expressão, o pluralismo, o diálogo e a tolerância intercultural, que contribuem para o 
 debate democrático e a boa governança. Nos últimos anos, uma ferramenta de grande valia para o 
 aprendizado, dentro e fora da sala de aula, têm sido os dispositivos móveis. Como principal meio de 
 acesso à internet e, por conseguinte, às redes sociais, o telefone celular tem sido a ferramenta mais 
 importante de utilização social das diferentes mídias, com apropriação de seu uso e significado, sendo, 
 assim, uma das principais formas para o letramento digital da população. Esse letramento 
 desenvolve-se em vários níveis, desde a simples utilização de um aplicativo de conversação com 
 colegas até a utilização em transações financeiras nacionais e internacionais. 
 WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO, 2013 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as asserções e a relação entre elas. 
 I. Para ser considerada digitalmente letrada, a pessoa deve acessar as redes sociais por meio dos 
 aparelhos celulares e dispositivos móveis. 
 PORQUE 
 II. Todas as pessoas letradas digitalmente desenvolvem as mesmas habilidades de comunicação e 
 ação, que incluem desde a simples utilização de um aplicativo de conversação até a realização de 
 transações financeiras nacionais e internacionais. 
 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
 B. As asserções I e II são proposições falsas. 
 C. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I. 
 D. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
 E. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto sobre alfabetização midiática e informacional. 
 ● Avaliar criticamente situações. 
 70 
 ● Verificar relação de causa e efeito (asserção-razão). 
 Questão 52. 
 Assunto/tema. Meio ambiente: desmatamento da Amazônia e suas consequências. 
 Leia o texto e analise as afirmativas que seguem. 
 A selva amazônica alimenta as torneiras em São Paulo 
 Desmatamento da Amazônia reduz chuvas até em Buenos Aires. 
 Nos últimos dois anos, muitos dos habitantes da Grande São Paulo (20 milhões de pessoas) começaram 
 a se acostumar a captar água da chuva com baldes, a esfregar o chão com água da máquina de lavar 
 roupas e a se levantar de madrugada, antes que as torneiras ficassem secas novamente, para encher 
 as bacias e ter água para o dia seguinte. 
 O estado mais rico do Brasil ficou imerso por uma crise hídrica que não previu ou não soube prevenir e 
 observou como suas reservas foram secando paulatinae perigosamente diante de uma queda 
 inesperada de precipitações. Os estados próximos, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, seguiram os 
 passos do vizinho e muitos de seus habitantes também sofreram com o desabastecimento de água 
 durante dias. 
 No Nordeste do país, uma região maior, embora menos populosa, a seca não é nenhuma novidade, e, 
 em épocas mais severas, multiplicam-se as imagens de famílias inteiras percorrendo dezenas de 
 quilômetros em busca de algum poço de qualidade questionável ou esperando com a vista voltada às 
 ruas, completamente dependentes da chegada de um caminhão-pipa. O problema explica-se pela falta 
 de infraestrutura, de previsão e de uma cultura de consumo responsável. E, também, claro, pela falta 
 de chuvas, um fenômeno que os especialistas associam ao desmatamento do maior tesouro do Brasil 
 (e do planeta): a selva amazônica. 
 As mordidas constantes do homem sobre a selva amazônica, um ecossistema único que mantém o ar 
 úmido por até 3.000km continente adentro, podem equiparar-se, em termos ambientais, a acabar com 
 a nascente de um gigantesco rio. Calcula-se que 19% das chuvas da Bacia da Prata têm sua origem na 
 umidade que a selva amazônica gera, e que voa para o sul. As secas foram acompanhadas nos últimos 
 anos de outros fenômenos climáticos extremos, como inundações, especialmente no sul do país, o que 
 reforça a teoria dos especialistas sobre o papel da selva no equilíbrio climático da região. 
 Com esse panorama, em que até o Rio de Janeiro terá de investir em obras que garantam o 
 abastecimento, o Brasil tem uma má notícia: o desmatamento na Amazônia aumentou 16% este ano 
 (2015) e chegou a 5.841km 2 , uma área equivalente à metade do território de Porto Rico. 
 Por outro lado, a boa notícia é que o Brasil já esteve pior: em 2004, foram destruídos 27.772 
 quilômetros quadrados. O objetivo para 2020 é não superar os 4.000km². 
 O desafio é enorme. Contra ele, estão principalmente os interesses da pecuária e dos agricultores. Os 
 estados que concentram os maiores aumentos do desmatamento (Amazonas, Rondônia e Mato Grosso) 
 beneficiaram-se, paradoxalmente, de recursos do Fundo Amazônia, nutrido pelo investimento 
 estrangeiro e idealizado, precisamente, para reduzi-lo. 
 Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/29/politica/>. Acesso em 30 nov. 2015 (com adaptações). 
 I. A seca na região nordeste, provocada pelo desmatamento da Amazônia, representa o maior 
 problema para o país em termos demográficos, já que a área afetada nessa região é maior do 
 que a área afetada no sudeste, além de o problema ser mais antigo. 
 II. O desmatamento da Amazônia tem diminuído especialmente nos estados de Rondônia, Mato 
 Grosso e Amazonas, graças à ajuda de investimento estrangeiro. 
 III. Embora ainda aconteça em níveis preocupantes, o desmatamento na Amazônia diminuiu se 
 compararmos 2015 a 2004. 
 É correto apenas o que se afirma em 
 A. I e II. B. II e III. C. I e III. 
 71 
 D. II. E. III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto sobre impactos do desmatamento da Amazônia. 
 ● Avaliar corretamente dados percentuais. 
 Questão 53. 
 Assunto/tema. Sociedade, cultura e arte: manifestações artísticas e formas de expressão 
 popular. 
 Considere a figura e o texto a seguir. 
 Disponível em <http://coletivodar.org/wp-content/uploads/2014/08/parede.jpg>. Acesso em 04 mar. 2015. 
 Se pensarmos nas características que dão identidade ao ato de pichar e de grafitar, veremos que 
 ambos os segmentos se comunicam muito mais do que se imagina ou que, intencionalmente, por meio 
 de alguns veículos de comunicação e poder (parte da mídia e Estado), se faz acreditar. A prática de 
 pintar e escrever em paredes está presente na história da humanidade desde a chamada pré-história. 
 De lá para cá, essa prática esteve inserida e foi influenciada por diferentes contextos históricos, 
 culturais e geográficos. Vivemos ainda hoje num contexto de uma sociedade capitalista que impõe a 
 uma grande parcela da população a situação de carência em diferentes aspectos. Muito nos chama a 
 atenção a carência de recursos econômicos, mas, atrelada a ela, está a carência de bens simbólicos, de 
 produção de representações e cultura. Os grafites e as pichações atuais nascem da necessidade 
 humana da produção de representações que lhe é negada. Essa é uma característica comum a ambos 
 e que leva a outras inevitáveis. São elas a transgressão - o grafite e as pichações devem transgredir o 
 espaço urbano em sua estética e forma de organização e, assim, devem ser realizados sem 
 autorização. Serem públicos - as pichações e os grafites têm que estar em público, por isso são feitos 
 nas ruas, apropriando-se de qualquer suporte que a cidade ofereça. Isso ocorre pelo objetivo de 
 proporcionar o acesso à arte ao maior número de pessoas, independentemente de etnia, gênero ou 
 classe social. Também pela necessidade que os pichadores e os grafiteiros têm de serem vistos, serem 
 reconhecidos pelo seu meio social e pela sociedade como um todo, ainda que, em alguns casos, de 
 forma negativa, sanando assim, em parte, a invisibilidade a que muitas vezes estão submetidos por 
 pertencerem, em geral, às camadas economicamente mais pobres da sociedade. Efemeridade - grafite 
 72 
 e pichações, por ocuparem as ruas, os muros, estão sujeitos a todos os tipos de intervenção que se 
 faça no mesmo espaço. Assim, são manifestações que tendem a permanecer pouco tempo onde estão. 
 Thiago Santa Rosa, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, em entrevista ao Diário de 
 Pernambuco. 
 Disponível em 
 <http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/10/19/interna_vidaurbana,604348/pesquisador-estuda-o-universo-da-pichacao-e-da-grafit 
 agem-no-recife.shtml>. Acesso em 15 mar. 2016. 
 I. A figura sugere que a pichação é uma forma de expressão popular, que dá voz àqueles que não 
 dispõem dos meios de comunicação socialmente legitimados, o que também se confirma no 
 texto. 
 II. De acordo com o texto, pichação e grafite são manifestações transgressoras, realizadas em 
 lugares proibidos, e, por isso, degradam o patrimônio público. 
 III. Segundo o texto, os pichadores buscam reconhecimento, na tentativa de compensar a 
 invisibilidade social a que estão submetidos. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I. B. II. C. III. D. I e III. E. I e II. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos sobre manifestações sociais/artísticas. 
 ● Relacionar mensagens de figura e texto. 
 Questão 54. 
 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: relações de gênero, conquistas das 
 mulheres e participação feminina na política. 
 Leia o artigo de Mônica Sousa, filha do desenhista Mauricio de Sousa e inspiradora da personagem 
 Mônica das histórias em quadrinhos. Em seguida, observe a tirinha. 
 Somos todas donas da rua 
 08/03/2016 
 No começo, a Turminha era formada só de meninos: Franjinha, Cebolinha, Chico Bento. Até que 
 começaram a perguntar para o meu pai: "Cadê as meninas?". Mauricio conhecia mais o universo dos 
 garotos. Foi aí que ele começou a olharem volta e percebeu que poderia se inspirar nas filhas. 
 Em 1963, Mônica estreou na tirinha do Cebolinha e encantou todo mundo com um jeito que não era 
 considerado exatamente feminino para a época. Ela era forte, decidida, dona da rua. Eu era também. 
 Meu pai sempre me deixou ser do meu jeito, sem me limitar por ser menina. Para ele, minha 
 autenticidade (e de todos nós, seus dez filhos) sempre foi importante. É só ver, nos gibis, as 
 peculiaridades de cada personagem baseado em nós. 
 73 
 Quando uma menina ou mulher é mais, digamos, assertiva, logo leva a fama de mandona. Mas, para 
 mim, o que a Mônica sempre teve foi uma autoconfiança enorme, além de um grande sentimento de 
 responsabilidade em relação a seus amigos. 
 Meninas em todo o Brasil e em vários países do mundo se identificam com a dentucinha, cuja força 
 maior não é a física: é a força de quem acredita em seus sonhos e capacidades. 
 Na época em que a personagem nasceu, os anos 1960, as mulheres começavam a ganhar mais espaço 
 no mercado de trabalho. No ano de publicação da primeira tirinha em que a Mônica aparece, a russa 
 Valentina Tereshkova foi a primeira mulher a viajar ao espaço. Mas o caminho foi longo. Fazia pouco 
 menos de três décadas que as brasileiras haviam conquistado o direito ao voto. 
 Em 1964, foi criada a Magali, mais delicada, conciliadora (além de comilona, claro!). Mais alguns anos e 
 chegou a Rosinha e tantas outras. Cada uma com seu jeito. Os meninos e meninas da Turma são 
 diferentes? 
 Com certeza. Mas brincam de casinha, de futebol, de viagem espacial, do que quiserem brincar. Juntos. 
 E, como a Mônica nunca foi limitada pelo fato de ser menina, elas e eles também não são. Têm os 
 mesmos direitos e oportunidades. São iguais na diferença. Como são, naturalmente, as crianças. Ou 
 como deveriam ser. Mas as crianças, também naturalmente, seguem os exemplos dos adultos, não é? 
 Por isso precisamos ser bons exemplos para eles. 
 Pois é, em pleno século 21, ainda há muito a conquistar. Como diretora executiva de uma grande 
 empresa, sou, do mesmo modo que a Mônica das historinhas, uma exceção. No Brasil, as mulheres 
 ocupam apenas 5% das vagas nos conselhos das empresas e entre 8% e 16% dos cargos de alta 
 liderança. 
 Já temos uma mulher na Presidência, mas, no Congresso, são apenas 13 senadoras para um total de 
 81 vagas e 51 deputadas para 513 cadeiras na Câmara Federal. 
 A nova geração tem a oportunidade de mudar esse quadro, com a nossa ajuda. A violência contra 
 mulheres e meninas tem raízes na discriminação e na desigualdade e começa cedo, portanto, a 
 prevenção precisa acompanhar esse fator desde a educação de meninos e meninas, a fim de promover 
 relações de gênero mais respeitosas. 
 Desde 2007, a Mônica é embaixadora do Unicef (Fundo das Nações Unidas pela Infância), emprestando 
 sua força para defender os direitos das crianças e adolescentes. 
 Neste ano de 2016, a Mauricio de Sousa Produções tem o orgulho de se tornar signatária dos princípios 
 do ONU Mulheres. 
 Fundamentada na visão de igualdade consagrada na Carta das Nações Unidas, a ONU Mulheres, entre 
 outras questões, trabalha para a eliminação da discriminação contra as mulheres e meninas e a 
 realização da igualdade entre mulheres e homens como parceiros e beneficiários do desenvolvimento, 
 direitos humanos, ação humanitária e paz e segurança. 
 Neste dia 8 de março, queremos mais que homenagens. Queremos respeito. Como a Mônica, as 
 meninas podem ser as donas da rua e do mundo. 
 Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/03/1747369-somos-todas-donas-da-rua.shtml>. Acesso em 17 mar. 2016. 
 Disponível em <http://www.jornalopcao.com.br/posts/ultimas-noticias/a-menininha-do-vestido-vermelho-e-do-coelhinho-de-pelucia-conquistou-o-seu-lugar>. 
 Acesso em 17 mar. 2016. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. De acordo com o texto, a personagem Mônica representou, na época da sua criação, uma 
 expressão das conquistas das mulheres na nossa sociedade patriarcal. 
 74 
 II. Segundo o texto, apesar dos avanços em relação à participação das mulheres na política, elas 
 ocupam cerca de 11% das vagas do Congresso Nacional. 
 III. Os quadrinhos contradizem o que é exposto no texto sobre os papéis e as características dos 
 personagens, uma vez que Cebolinha defende a divisão de tarefas de acordo com o sexo. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, II e III. B. I e II, apenas. C. II e III, apenas. D. I e III, apenas. E. I, apenas. 
 F. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos sobre relações de gênero e participação feminina no Congresso Nacional. 
 ● Realizar cálculos de percentuais. 
 Questão 55. 
 Assunto/tema. Igualdade de gêneros: direito das jovens à educação formal, relações de 
 poder entre homens e mulheres e discurso de Malala na ONU. 
 (Enade 2015). Leia o texto a seguir. 
 A paquistanesa Malala Yousafzai, de dezessete anos de idade, ganhou o 
 Prêmio Nobel da Paz de 2014, pela defesa do direito de todas as meninas 
 e mulheres de estudar. "Nossos livros e nosso lápis são nossas melhores 
 armas. A educação é a única solução, a educação em primeiro lugar", 
 afirmou a jovem em seu primeiro pronunciamento público na Assembleia 
 de Jovens, na Organização das Nações Unidas (ONU), após o atentado em 
 que foi atingida por um tiro ao sair da escola, em 2012. Recuperada, 
 Malala mudou-se para o Reino Unido, onde estuda e mantém o ativismo 
 em favor da paz e da igualdade de gêneros. 
 Disponível em <http://mdemulher.abril.com.br>. Acesso em 18 ago. 2015 (com adaptações). 
 A partir dessas informações, redija um texto dissertativo sobre o significado da premiação de Malala 
 Yousafzai, na luta pela igualdade de gêneros. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: 
 A. direito das jovens à educação formal; 
 B. relações de poder entre homens e mulheres no mundo. 
 Justificativa. 
 75 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler, interpretar e produzir textos. 
 ● Avaliar relações de poder entre homens e mulheres. 
 ● Defender, com boa argumentação, o direito das mulheres à educação. 
 Questão 56. 
 Assunto/tema. Responsabilidade social: formas de chegada dos usuários aos serviços 
 socioassistenciais. 
 (Enade 2016 – com adaptações). Analise o gráfico a seguir. 
 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos 
 2014-2015. Nota: Uma mesma unidade pode declarar mais de uma forma de chegada do usuário em um ou mais serviços prestados. 
 Disponível em <http://biblioteca.ibge.gov.br>. Acesso em 10 jun. 2016. 
 Com base nas informações do gráfico, foram feitas as seguintes afirmativas. 
 I. 51,9% das unidades privadas prestadoras do serviço de proteção social básica no domicílio para 
 pessoas com deficiência e idosas relatam chegada de usuários de forma ativa. 
 76 
 II. 81,6% das entidades privadas, sem fins lucrativos executoras do serviço de proteção social 
 especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias relatam acesso por demanda 
 espontânea. 
 III. 40,1% das entidades privadas que atuam no serviço especializado para pessoas em situação de 
 rua indicam busca ativa como modalidade de acesso. 
 IV. 82,4% dasunidades privadas que desenvolvem serviço de convivência e fortalecimento de 
 vínculos indicam que usuários buscam o serviço de forma espontânea. 
 V. Em 81,6% das unidades da rede privada que realizam acolhimento institucional, a chegada de 
 usuários deu-se por encaminhamento. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I, II e III. B. I, II e V. C. II, IV e V. D. I, III e IV. E. III, IV e V. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Avaliar corretamente dados percentuais. 
 ● Compreender dados de gráfico com barras horizontais. 
 Questão 57. 
 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: intolerância religiosa. 
 (Enade 2015 – com adaptações) Com base na leitura da letra da canção Guerra Santa, de Gilberto Gil, 
 analise as afirmativas. 
 77 
 I. Com as metáforas “barraqueiro” (v.3) e “limões”, o autor procura situar, respectivamente, 
 religiosos e produtos religiosos, em contexto de pluralidade, tolerância e cidadania. 
 II. Infere-se do trecho “só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz/deixa o outro 
 vender limões” (v,3-4) que a paz entre as religiões depende da não concorrência econômica 
 pela venda de produtos religiosos. 
 III. A despeito de o autor da canção utilizar nomes de divindades e personagens divinizadas mais 
 conhecidas, a expressão “e tantos mais” (v.10) evidencia a referência a qualquer representação 
 do divino em qualquer religião. 
 É correto apenas o que se afirma em 
 A. I. B. II e III. C. II. D. I e II. E. I e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto na forma de letra de música. 
 ● Compreender metáforas. 
 Questão 58. 
 Assunto/tema. Meio ambiente: consumo sustentável e descarte de resíduos. 
 (Enade 2016) Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <https://desenvolvimentoambiental.wordpress.com>. Acesso em 9 set. 2016. 
 A partir das ideias sugeridas pela charge, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
 I. A adoção de posturas de consumo sustentável, com descarte correto dos resíduos gerados, favorece 
 a preservação da diversidade biológica. 
 PORQUE 
 II. Refletir sobre os problemas socioambientais resulta em melhoria da qualidade de vida. 
 78 
 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I. 
 B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa correta da I. 
 C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. 
 D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. 
 E. As asserções I e II são proposições falsas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar mensagem de charge. 
 ● Analisar criticamente os problemas derivados do inadequado descarte de resíduos. 
 ● Compreender metáforas. 
 ● Verificar relação de causa e efeito. 
 Questão 59. 
 Assunto/tema. Formação do Brasil: reflexos da colonização. 
 Leia o texto a seguir. 
 O que Portugal tem a ver com o Brasil 
 Alexandra Lucas Coelho 
 Os portugueses não parecem ter uma boa relação com os brasileiros, disse-me uma alemã, 
 conhecedora profissional de Portugal e Brasil. Estávamos na Alemanha, o Brasil temia uma guerra civil, 
 foi há dez dias. Agora, de volta a casa, continuo a pensar na observação dessa veterana, que nada 
 tinha de provocadora, era só vontade de entender. Mas é impossível ignorar o que se tem manifestado 
 em Portugal de equívoco face ao Brasil ao longo destes dias. 
 Segundo um desses equívocos, provável pai dos outros, o tema da colonização encerrou-se, chega de 
 falar dele, é passado. Penso o contrário, que mal começamos, que é presente, e a atual crise brasileira 
 acentua isso. Não só pelo que expõe das estruturas brasileiras, como pelo que revelou do olhar de 
 Portugal sobre o Brasil, e sobre si mesmo. 
 Com esse nome, o Brasil viveu 322 anos de ocupação portuguesa e 194 de independência. Se alguém 
 acredita que o tempo da independência poderia já ter curado o tempo da ocupação, precisa de voltar à 
 história luso-brasileira, porque o alcance da violência vai longe, e em muitas direções. Esses 322 anos 
 atuam diariamente naquilo que é hoje o Brasil, na clivagem entre São Paulo e o Nordeste, nos milhões 
 que ainda moram em favelas, na relação Casa-Grande & Senzala das elites com os empregados, na 
 violência da polícia que continua a ser militar, no desmando oligárquico dos que controlam aparelhos e 
 estados, no saque catastrófico da natureza, na traição aos grupos indígenas, na evangelização dos 
 pobres, radicalizando o conservadorismo num país onde se morre de aborto. Não é elenco para uma 
 crônica, tem sido e será para muitas, livros, bibliotecas. 
 O lulismo fez coisas importantes contra parte dessa herança (nas desigualdades mais urgentes, na 
 cultura), não fez o suficiente contra boa parte disto (na educação, na saúde, na polícia), fez coisas que 
 pioraram isto (um capitalismo com consequências devastadoras no ambiente e nas questões indígenas) 
 e historicamente produziu uma geração que o critica e supera pela esquerda, num caldo inédito de 
 periferias politicamente empoderadas e uma nova faixa politizada vinda da elite. 
 79 
 A violência sistêmica brasileira tem raízes nas duas violências fundadoras da colonização portuguesa, 
 extermínio indígena e escravatura africana. 
 Os portugueses não inventaram a escravatura, mas inauguraram o tráfico em grande escala. Dos 12 
 milhões de indivíduos que as potências europeias deportaram de África até ao século XVIII, 5,8 milhões 
 foram traficados por Portugal. Isto significa 47 por cento, ou seja, quase metade do tráfico foi 
 assegurado por Portugal, e a maioria destinava-se a sustentar a colonização do Brasil. 
 A escravatura é um horror antiquíssimo, sim, e entre os séculos XV e XVIII a forma portuguesa de a 
 praticar foi secundada por ingleses, espanhóis, franceses, holandeses, sim. 
 Mas a Portugal coube esta iniciativa: deportação em massa, para nela assentar a exploração brutal de 
 um território gigante, à custa do qual um território minúsculo viveu, como toda uma bibliografia tem 
 mostrado de forma cada vez mais desassombrada. 
 Não aprendi isto na escola, e tenho sérias dúvidas de que a maior parte dos portugueses faça ideia de 
 que Portugal, sozinho, deportou tantos africanos como os judeus mortos no Holocausto, com a ajuda 
 teológica e logística da Igreja Católica, depois de ter levado ao extermínio de ninguém sabe quantos 
 índios, provavelmente não menos de um milhão. 
 Disponível em <https://www.publico.pt/mundo/noticia/o-que-portugal-tem-a-ver-com-o-brasil-1727252>. Acesso em 29 jun. 2016 (com adaptações). 
 Com base no texto, assinale a alternativa correta. 
 A. Para entender o que ocorre no Brasil atualmente, o tema da colonização portuguesa é passado, 
 encerrou-se, é desnecessário falar dele. 
 B. Os atuais problemas brasileiros, das mais diversas naturezas, tiveram origem no sistema português 
 de colonização do Brasil, cujos reflexos são sentidos até hoje. 
 C. Os atuais problemas brasileiros agravaram-se com o lulismo, que pôs fim à herança colonial 
 portuguesa, deu poder às periferias e politizou as elites. 
 D. Os portugueses, que inventaram o sistemaescravocrata, introduziram uma violência sistêmica no 
 território brasileiro contra índios e africanos. 
 E. O fato de os portugueses terem sido responsáveis por mais da metade do tráfico em grande escala 
 de africanos escravizados deixou um peso na história brasileira equivalente ao Holocausto. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar criticamente o processo de colonização do Brasil. 
 Questão 60. 
 Assunto/tema. Meio ambiente e saúde: poluição do ar. 
 Leia a charge e o texto a seguir. 
 80 
 Disponível em < https://catracalivre.com.br >. Acesso em 18 ago. 2016. 
 Níveis de poluição do ar estão crescendo em muitas das cidades mais pobres do mundo. 
 OPAS/OMS Brasil – Trecho (12 de maio de 2016) 
 Mais de 80% das pessoas vivendo em áreas urbanas que monitoram a poluição do ar estão expostas a 
 níveis de qualidade do ar que excedem os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora 
 todas as regiões do mundo sejam afetadas, populações de baixa renda são as que mais sofrem 
 impacto. De acordo com o último banco de dados sobre a qualidade do ar em áreas urbanas, 98% das 
 cidades em países de baixa e média renda com mais de 100 mil habitantes não atendem às diretrizes 
 de qualidade do ar da OMS. Em países de alta renda, no entanto, esse percentual cai para 56%. 
 Nos dois últimos anos, o banco de dados – que agora abrange 3 mil cidades em 103 países – quase 
 dobrou, com mais cidades medindo os níveis de poluição de ar e reconhecendo os impactos associados 
 à saúde. 
 Enquanto a qualidade do ar em áreas urbanas cai, o risco de acidentes vasculares cerebrais, doenças 
 cardíacas, câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas e agudas (incluindo asma) aumenta para 
 as pessoas que vivem nesses locais. 
 “A poluição do ar é uma das principais causas de doenças e mortes. A notícia de que mais cidades 
 estão intensificando o monitoramento da qualidade do ar é positiva, então quando tomam medidas 
 para melhorá-lo passam a ter um ponto de referência”, afirmou Flavia Bustreo, diretora-geral assistente 
 do programa da OMS sobre Saúde das Crianças, Mulheres e Família. “Quando o ar poluído toma nossas 
 cidades, as populações urbanas mais vulneráveis – mais jovens, mais velhos e mais pobres – são as 
 mais afetadas ”. 
 Disponível em <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5096&Itemid=839>. Acesso em 28 jun. 2016 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. O objetivo da charge é criticar os problemas do sistema de saúde brasileiro, mostrando que ele 
 salva alguns e prejudica outros. 
 II. De acordo com o texto, 80% da população mundial sofrem os males provocados pela poluição. 
 III. O texto e a charge abordam os problemas de saúde causados pela poluição do ar nas cidades e 
 propõem o monitoramento do ar como a solução para reverter essa situação. 
 IV. Nos países de alta renda, 56% das pessoas são afetadas pela poluição. 
 A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Somente as afirmativas II e III são corretas. 
 C. Somente as afirmativas I e IV são corretas. D. Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
 81 
https://catracalivre.com.br/
 E. Somente as afirmativas I e III são corretas 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Comparar mensagens de trecho de reportagem e de charge sobre poluição do ar. 
 ● Avaliar dados percentuais. 
 Questão 61. 
 Assunto/tema. Arte urbana: expressões artísticas e grafite. 
 Leia o texto a seguir. 
 São Paulo, a capital mundial do grafite 
 A cidade mais populosa da América Latina concentra um dos mais grandiosos museus a céu 
 aberto de arte urbana do mundo 
 Quando estiver andando por São Paulo, olhe para cima. Ou para os lados. Não importa muito se está 
 caminhando por um bairro de classe média ou pela periferia. Há uma característica comum às 
 diferentes regiões da maior cidade mais populosa da América Latina: os grafites e as pichações, que 
 vêm tomando conta dos muros nos mais de 1.500km 2 da área de extensão, estão transformando São 
 Paulo na capital mundial do grafite. 
 A arte urbana não agrada a todos os gostos. Mas é unânime a opinião de que São Paulo é uma cidade 
 cinza, e o grafite insere cor a esse cenário. "O grafite é uma manifestação artística que faz parte do 
 cotidiano de todos, quer você goste ou não. Ele se impõe", dizem os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, 
 mais conhecidos como Os Gêmeos. A dupla de artistas é conhecida, ao redor do mundo, pelos 
 trabalhos que misturam certo realismo fantástico com personagens bem característicos, sempre com 
 cores e figuras geométricas parecidas. Os irmãos começaram a grafitar em 1987 no bairro onde 
 cresceram, o Cambuci, na zona sul da capital paulista. "A arte não é para você gostar, é para você 
 refletir e pensar", completa Thiago Mundano, 27 anos, que se autointitula “artivista”, por atrelar o 
 grafite a ações sociais. 
 Na Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte da capital, bem próximo a uma das duas rodoviárias da 
 cidade, um grupo de 58 artistas fez 66 painéis, criando, em 2011, o primeiro Museu Aberto de Arte 
 Urbana de São Paulo (MAAU). Eles levaram para as ruas uma das maiores características dessa arte: a 
 acessibilidade. "O fato de a arte estar na rua já é muito mais democrático. A pessoa não precisa entrar 
 numa galeria fechada para ver", diz a artista e grafiteira Prila Paiva, 35 anos. 
 Organizado com autorização da Prefeitura, esse museu é uma exceção. Como o grande negócio do 
 grafite é ocupar a cidade, os artistas nem sempre pintam em muros autorizados. Existe um aspecto de 
 subversão, que envolve, entre outras coisas, "a adrenalina de pichar", segundo Mundano. Para ele, 
 tudo é relativo. “Um outdoor é tão agressivo quanto um grafite. Eu posso achar ruim, para a minha 
 filha, por exemplo, abrir a janela de casa e dar de cara com uma mulher de calcinha e sutiã numa 
 propaganda para vender lingerie”. 
 São Paulo adotou, em janeiro de 2007, a Lei Cidade Limpa, durante a gestão do ex-prefeito Gilberto 
 Kassab, proibindo a propaganda em outdoors e em imóveis públicos e privados. Já em relação aos 
 grafites, ainda não houve um acordo entre artistas e o poder público. Por isso, de um lado, a Prefeitura 
 apaga, cobrindo com tinta cinza, muitos dos muros grafitados. De outro, grafiteiros 
 e pichadores pintam os locais apagados novamente. "Nunca sentimos, por parte da prefeitura, 
 interesse de entender e respeitar a cultura do grafite", contam Os Gêmeos. "Existem problemas sérios 
 82 
http://www.hypeness.com.br/2011/10/1-museu-aberto/
http://www.hypeness.com.br/2011/10/1-museu-aberto/
 em São Paulo que precisam desse dinheiro do contribuinte, em vez de ser investido em tinta cinza para 
 apagar trabalhos de arte". 
 Mesmo assim, no final da gestão de Kassab, a Prefeitura publicou um guia bilíngue de lugares para ver 
 os grafites na cidade , com uma pequena ficha de alguns artistas. 
 Por tratar-se de uma arte muito efêmera, um dia a obra está lá e no outro pode já ter sido apagada, o 
 consultor financeiro Ricardo Czapski e a produtora cultural Marina Gonzalez tiveram a ideia de eternizar 
 algumaspinturas. Eles acabam de lançar o livro Graffiti em São Paulo , que nasceu de um acervo de 
 mais de dez mil fotos que Czapski tirou, por 5 anos, de muros grafitados. "O grafite tem uma recepção 
 muito boa em todos os níveis. Não tem mais aquela má impressão da arte marginal", diz Gonzalez. 
 Com o passar dos anos, além do reconhecimento do público, o grafite foi se tornando um negócio mais 
 rentável. Hoje, a arte urbana está presente em galerias e exposições pelo Brasil e pelo mundo. "Depois 
 que fizemos a exposição dos Gêmeos, ganhamos outro público na galeria. Esses artistas têm um apelo 
 que outros não têm", diz Alexandre Gabriel, diretor da galeria que representa Os Gêmeos. 
 Neste momento, a cidade abriga a 14ª edição da Graffiti Fine Art , um projeto com curadoria do artista 
 Binho Ribeiro, que expõe grafites no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE). A exibição é gratuita. O 
 museu fica em um bairro nobre da capital, no Jardim Europa, uma prova de que essa arte marginal 
 anda mais ao centro do que à margem da cidade. "Não existe preconceito do mercado, o que existe 
 são pessoas preconceituosas", conclui Ribeiro. 
 Pimp My Carroça 
 Exemplo do cunho social que o grafite pode desenvolver, em 2007, Thiago Mundano começou a pintar 
 as carroças dos mais de 20.000 catadores de lixo reciclável de São Paulo, que transportam, em um 
 carrinho improvisado, toneladas de papelão, vidro e alumínio para os centros de reciclagem. "Percebi 
 que essas pessoas são invisíveis, ninguém olha para elas", diz Mundano. 
 A meta, na época, era pintar 100 carroças, mas, com o tempo, Mundano viu que apenas pintar não 
 bastava. As carroças precisavam de itens de segurança, como tintas refletoras para a noite, espelhos 
 retrovisores, luvas e cordas para os catadores. Assim, nasceu o projeto Pimp My Carroça . 
 Por meio do site de crowdfunding Catarse , Mundano arrecadou 64.000 reais (27,8 mil dólares), de 792 
 apoiadores. O projeto cresceu, se transformou em um evento no centro de São Paulo, onde as carroças 
 foram pintadas e os catadores ganharam camisetas, alimentos e uma consulta com um clínico geral. 
 De lá pra cá, o Rio de Janeiro e Curitiba, a capital do Paraná, no Sul do país, receberam uma edição do 
 projeto, contabilizando mais de 120 voluntários e um número já incontável de carroças pintadas. O 
 próximo passo é desenvolver um aplicativo para que qualquer um possa localizar os catadores que 
 estiverem mais próximos e entregar a eles o lixo reciclável. 
 Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2013/11/23/cultura/1385165447_940154.html>. Acesso em 05 jun. 2016 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. Apesar de haver controvérsias quanto à aceitação do grafite e da pichação como formas 
 de arte, há indícios de que o reconhecimento dessas expressões artísticas está 
 aumentando, como a criação do Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo. 
 II. O grafite agrava o preconceito social contra as pessoas mais pobres, uma vez que se trata de 
 uma manifestação popular que não alcança o prestígio das artes oficialmente reconhecidas. 
 III. O grafite e a pichação são comparáveis aos outdoors, e deveria haver uma legislação 
 semelhante à Cidade Limpa para proibir essas manifestações. 
 IV. A acessibilidade, a efemeridade e a relação com causas sociais são características da arte 
 urbana. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I e II. B. II e III. C. III e IV. D. I e IV. E. I, II e IV. 
 Justificativa. 
 83 
http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/images/pdf/roteirostematicos/roteiro_arte_urbana_ld.pdf
http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/images/pdf/roteirostematicos/roteiro_arte_urbana_ld.pdf
http://www.graffitisaopaulo.com.br/
http://www.fortesvilaca.com.br/
http://mube.art.br/projetos/graffiti-fine-art/
http://www.pimpmycarroca.com/
http://catarse.me/pt
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Observar relações entre produções artísticas e manifestações populares. 
 Questão 62. 
 Assunto/tema. Saúde: alimentação e obesidade. 
 Leia o texto a seguir. 
 Obesidade, consumo e política: uma conversa sobre as mudanças mundiais na alimentação 
 Por que estamos engordando? O que a política tem a ver com os alimentos? Por que não vemos 
 publicidade de legumes na TV? Essas e outras questões relacionadas às transformações na alimentação 
 e suas consequências no cenário internacional foram abordadas por Pedro Graça, diretor do Programa 
 Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável do Ministério da Saúde de Portugal e doutor em 
 Nutrição Humana pela Universidade do Porto. Em visita ao Brasil, ele participou do Seminário 
 Internacional: Escolhas Alimentares e seus Impactos, no Sesc Santos. 
 Confira algumas questões levantadas. 
 Estamos engordando 
 Ao comparar gráficos da presença da obesidade nas populações dos Estados Unidos e da área rural de 
 Bangladesh, por exemplo, o professor Pedro Graça conclui: essa é uma epidemia global. A obesidade 
 cresceu nos últimos 20 anos não só em países industrializados, com ampla oferta de alimentos, mas 
 chegou até áreas rurais da Ásia. 
 Os mais pobres engordam mais 
 Até recentemente, acreditava-se que essa era uma epidemia que atingia principalmente as populações 
 que estavam melhorando economicamente, associada ao acesso à alimentação, ao acesso à caloria, à 
 gordura, à proteína. Mas não é bem assim: “O que nós estamos a viver é não só o aumento da doença 
 no mundo inteiro, mas, ao contrário do que se esperava, quem é mais afetada é a população mais 
 carente, mais vulnerável. Pobreza e obesidade se aproximam de tal maneira que a pessoa pode ter 
 fome e ser obesa ao mesmo tempo. Coisa que para nós da biologia é um paradoxo”, afirma. 
 Somos treinados para engordar 
 “Nós somos uma máquina de engordar”. Isso porque a capacidade de acumular reservas de energia na 
 forma de gordura foi essencial para a sobrevivência do ser humano, diante da escassez de alimentos. 
 “O ser humano está preparado para lidar com a fome há dois milhões de anos. E começou a lidar com 
 excesso de calorias há 50 anos. Não estamos preparados biologicamente para isso”, afirma Pedro. 
 O que mudou? 
 Diversas alterações demográficas causaram mudanças na alimentação: a entrada da mulher no 
 mercado de trabalho e na vida acadêmica, o envelhecimento da população e a necessidade de se 
 trabalhar mais horas são alguns exemplos. E, se aumenta o tempo do trabalho, o que fica para trás é o 
 tempo de cozinhar e de ficar com os filhos. Os alimentos que já vêm prontos têm, portanto, muito mais 
 apelo do que aqueles que exigem tempo e conhecimentos culinários para o preparo. Além disso, em 
 muitos lugares é mais fácil e barato encontrar produtos ultraprocessados e calóricos - ricos em açúcar, 
 sal e gordura - em vez de alimentos frescos. 
 Você já viu propaganda de alface na TV? 
 Provavelmente não. Mas vemos diariamente publicidade de produtos ultraprocessados e super 
 calóricos, não é mesmo? 
 Pedro Graça chama atenção para o fato de que grandes indústrias alimentícias lucram muito, enquanto 
 quem trabalha no campo com frutas e legumes, em geral, tem ganhos pequenos e são os que mais 
 84 
 sofrem com oscilações na economia enos preços dos alimentos. Assim fica fácil entender como um 
 lado tem muito mais capacidade de investir e produzir comunicação do que o outro. 
 É preciso reconhecer o ambiente 
 De acordo com o pesquisador Philip James, durante décadas pensou-se que a atenção e o esforço 
 individual fossem suficientes para prevenir a obesidade, porém depois de décadas desse esforço, as 
 taxas de ganho de peso continuaram a subir. Essa epidemia reflete a presença de um ambiente tóxico 
 ou obesogênico. Isso significa que não adianta ensinar as pessoas sobre alimentação saudável, se não 
 há um ambiente favorável a isso, ou seja, se não há oferta de alimentos saudáveis em local próximo, a 
 preços acessíveis. “Eu tenho primeiro que me preocupar com as condições que existem ou que eu 
 posso criar para que o suco de laranja apareça, para em seguida dizer como é importante consumir 
 suco de laranja”, exemplifica Pedro Graça. 
 Disponível em <http://www.sescsp.org.br/online/artigo>. Acesso em 08 jun. 2016 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. O cuidado com o peso é uma questão de educação individual e a obesidade aumenta entre os 
 mais pobres por falta de instrução. 
 II. As alterações no modo de vida têm responsabilidade pelo aumento da obesidade, uma vez que 
 há incentivo ao consumo de produtos ultraprocessados, mais práticos do que os alimentos 
 frescos. 
 III. A melhora econômica facilita o acesso da população aos alimentos e, consequentemente, 
 aumenta a prevalência de obesidade. 
 IV. A propaganda e o marketing têm influência sobre a venda de produtos industrializados e 
 atingem apenas as regiões urbanas. 
 A. Nenhuma afirmativa está correta. B. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
 C. Apenas a afirmativa II está correta. D. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
 E. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Observar fatores de causa ou de agravamento da obesidade. 
 ● Refletir sobre a publicidade dada a produtos ultraprocessados e supercalóricos. 
 Questão 63. 
 Assunto/tema. Tecnologia: realidade aumentada. 
 Leia o texto e a charge e analise as afirmativas a seguir. 
 Pokémon GO no Brasil: como foi o primeiro dia do jogo no país 
 Jogo dos monstrinhos leva pessoas à rua e faz estranhos se socializarem 
 Bruno Silva - 04/08/2016 
 85 
 A febre de Pokémon GO no Brasil já era mais do que esperada. Desde os pedidos desesperados nas 
 redes sociais, os protestos que levaram à invasão da conta do criador do game no Twitter ao 
 lançamento oficial do jogo no país, na última quarta-feira (3), alcançando o topo da AppStore em 
 menos de um dia, era de se imaginar que o jogo teria, aqui, o mesmo sucesso encontrado lá fora. E 
 nas ruas do país, como seria a recepção? Para responder a essa pergunta, aguardamos, como muitos, 
 o raiar do sol (o jogo chegou aqui às 18h da quarta) para embarcar na nossa própria jornada Pokémon. 
 Andei pelas ruas de São Paulo e a resposta é: sim, Pokémon GO é uma febre. Na capital paulista, 
 grupos se juntaram espontaneamente para jogar. Foi fácil encontrar pessoas de todos os gêneros, 
 idades e estilos nas ruas, com um comportamento aparentemente duvidoso frente à tela do celular, 
 procurando seus monstros. 
 Nossa jornada começou por volta das 9h30. Como a Niantic já afirmou que os monstros têm mais 
 possibilidade de serem encontrados em parques e em pontos turísticos, fui ao local que junta as duas 
 características: o Parque do Ibirapuera. No caminho, dentro de um Uber (nunca jogue ao volante!) 
 liguei o aplicativo na esperança de achar mais monstros, aproveitando o movimento do carro, mas só 
 encontrei Pidgeys e Zubats - os tipos mais comuns na rua. 
 A aposta no Ibirapuera deu certo: logo na entrada do portão 9 do parque encontrei um Eevee, um 
 Goldeen e um Paras. A janelinha de monstros próximos acusava a presença de mais monstros que 
 ainda não havia encontrado até então: Geodude, Staryu e um Bulbasaur. Procurei um bocado, mas o 
 inicial de grama não deu as caras. 
 Observando o parque, era fácil observar que algo estava diferente. Além dos habituais corredores e 
 ciclistas, um terceiro tipo de pessoa era bem comum nas pistas e gramados do parque: pessoas 
 andando com a cabeça baixa, olhando para a tela do celular. Olhei de relance para a tela quando pude; 
 em quase todos os casos, era Pokémon GO. Na maioria das vezes, nem era necessário bisbilhotar: 
 quando duas pessoas ou mais estava com o celular na mão, a conversa invariavelmente era algo como 
 “capturei um Zubat com 150 CP” ou “tô quase evoluindo meu Pidgey”. 
 O mais surpreendente veio quando me aproximei do Planetário do Ibirapuera, que no game, é um 
 ponto com quatro pokéstops adjacentes. Nas quatro, foram colocados Lure Modules - itens que servem 
 para atrair monstros para a pokéstop - e, com isso, cerca de 15 pessoas estavam por ali, sentadas ou 
 andando em círculos, olho fixo no smartphone, o polegar se arrastando de baixo para cima da tela. 
 O problema de Pokémon GO 
 No meio do caminho, deparei com o principal problema que aflige o jogador de Pokémon GO: a bateria 
 do celular. O uso do jogo no carro a caminho do parque e no local fez a energia do smartphone 
 despencar de 100% a 10% em pouco menos de uma hora e meia de uso. Depois que o celular apagou, 
 perambulei pelo parque até achar uma tomada em uma lanchonete, e passei 40 minutos esperando o 
 aparelho voltar a um nível seguro de bateria. Lá, tive um encontro inusitado: o entregador da 
 lanchonete estava jogando Pokémon GO e imediatamente começamos a bater papo. 
 “Peguei uns três ‘Bulbassauro’ já. Estou aproveitando as minhas entregas e o caminho de ônibus pra 
 capturar mais”, me contou o entregador, também reclamando que o celular gasta muita bateria. “Vou 
 voltar aqui no fim de semana com meu amigo pra capturar mais”, finalizou. 
 Disponível em <https://omelete.uol.com.br/games/artigo/pokemon-go-no-brasil-como-foi-o-primeiro-dia-do-jogo-no-pais/>. Acesso em 10 ago. 2016. 
 86 
 Disponível em < https://www.facebook.com/autonomialiteraria/photos >. Acesso em 10 ago. 2016. 
 I. O texto e a charge mostram que o Pokémon Go encontrou grande aceitação entre os brasileiros 
 e enaltecem o poder de engajamento do jogo. 
 II. A charge critica a alienação de pessoas que aderem ao jogo e se desconectam da realidade em 
 que vivem. 
 III. O texto e a charge apontam os problemas do Pokémon Go no comportamento das pessoas, pois 
 o jogo leva o usuário para uma realidade paralela, promovendo a falta de sociabilidade. 
 IV. O objetivo da charge é mostrar os aspectos positivos do jogo, que torna felizes seus usuários, 
 poupando-os dos problemas do mundo em que vivemos. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. II e III. C. I e IV. D. II, III e IV. E. II. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Relacionar mensagens de reportagem e de imagem. 
 ● Compreender crítica, expressa em charge, à alienação provocada por jogos digitais. 
 Questão 64. 
 Assunto/tema. Preconceito: estereótipos sociais eracismo. 
 Leia os quadrinhos e as afirmativas a seguir. 
 87 
https://www.facebook.com/autonomialiteraria/photos
 Disponível em <http://www.quadrinhosacidos.com.br/2015/05/86-racismo-sem-querer.html>. Acesso em 14 jun. 2016. 
 I. O objetivo dos quadrinhos é mostrar que os preconceitos estão enraizados no nosso cotidiano e 
 não incomodam ninguém. 
 II. Os quadrinhos denunciam estereótipos sociais que se baseiam em uma visão racista. 
 III. Os quadrinhos mostram que há pessoas que, no cotidiano, não percebem o teor racista de seus 
 discursos. 
 É correto o que se afirma em 
 A. II, III e IV. B. II e III, apenas. C. I e II, apenas. 
 D. I e III, apenas. E. III, apenas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 88 
 ● Ler e interpretar quadrinhos. 
 ● Avaliar discursos racistas por meio de situações comunicativas expressas em quadrinhos. 
 Questão 65. 
 Assunto/tema. Condição humana: opressão social e comportamento. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <http://sorisomail.com/img/1304789819776.jpg>. Acesso em 18 jun. 2016. 
 Assinale a alternativa que indica um ditado popular que tenha relação com a charge. 
 A. “O maior cego é aquele que se recusa a ver”. 
 B. “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. 
 C. “Tão grande é o erro como o que erra”. 
 D. “A grama do vizinho é sempre mais verde”. 
 E. “As melhores essências estão nos menores frascos”. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar mensagem de charge. 
 ● Associar mensagem de charge a um ditado popular. 
 Questão 66. 
 Assunto/tema. Sistema socioeconômico: injustiça social. 
 Leia o texto a seguir. 
 89 
 Criminologia 
 Eduardo Galeano 
 A cada ano, os pesticidas químicos matam pelo menos três milhões de camponeses. 
 A cada dia, os acidentes de trabalho matam pelo menos dez mil trabalhadores. 
 A cada minuto, a miséria mata pelo menos dez crianças. 
 Esses crimes não aparecem nos noticiários. São, como as guerras, atos normais de canibalismo. 
 Os criminosos andam soltos. As prisões não foram feitas para os que estripam multidões. A construção 
 de prisões é o plano de habitação que os pobres merecem. 
 Disponível em <https://dissencialistas.wordpress.com/2012/10/11/eduardo-galeano-criminologia/>. Acesso em 24 ago. 2016. 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. 
 I. Do texto, apreende-se que práticas econômicas e sociais vigentes causam a morte de milhões 
 de cidadãos. 
 II. Quando o autor afirma que “os criminosos estão soltos”, quer dizer que o sistema prisional tem 
 vagas insuficientes para abrigar aqueles que são responsáveis por estripar multidões. 
 III. Os pesticidas, os acidentes de trabalho e a miséria, por não serem indivíduos, não podem ser 
 presos. Portanto, quando alguém morre por uma dessas causas, não há culpados. 
 IV. O autor considera que a justiça poupa grandes corporações e instituições e defende a ideia de 
 que as prisões sejam habitações destinadas aos mais pobres. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e IV. B. I. C. I, III e IV. D. I, II e IV. E. II, III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Compreender o uso de comparações como recurso argumentativo. 
 ● Avaliar criticamente a estrutura e os problemas sociais. 
 Questão 67. 
 Assunto/tema. Preconceito: herança colonial e racismo. 
 Leia o texto e os quadrinhos a seguir. 
 O Brasil de hoje é herdeiro de uma sociedade colonial e imperial escravocrata, em que o negro ocupou 
 fundamentalmente a posição de pessoa escravizada. O Brasil em 1888 foi o último país a abolir a 
 escravidão nas Américas. Um abolicionismo incompleto, que não permitiu incluir o negro na ordem 
 social capitalista (BASTIDE; FERNANDES, 2008). 
 A escravidão negra deixou marcas profundas de discriminação em nossa sociedade, inclusive 
 escutamos insultos raciais atuais exigindo que negros e negras voltem “para a senzala”. Mas será que o 
 racismo contra o negro brasileiro atualmente só existe por causa do “tempo do cativeiro”? Há pessoas 
 racistas que nem sabem e nem mencionam esse contexto. Elas afirmam que não gostam de “negros”, 
 tem raiva dos “pretos” e que estes são “fedidos”, “sujos” e “preguiçosos”. O racismo opera 
 90 
 cotidianamente por meio de piadas, causos, ditos populares etc. Afinal de contas, temos uma variedade 
 de expressões correntes na língua portuguesa recheadas de racismo contra os negros . 
 Disponível em <http://www.comfor.unifesp.br/wp-content/docs/COMFOR/biblioteca_virtual/UNIAFRO>. Acesso em 13 jun. 2016. 
 Disponível em <http://photos1.blogger.com/blogger/7946/2941/1600/mafaldapreconceito1.1.gif>. Acesso em 88 jun. 2016. 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 I. Os quadrinhos visam a criticar o fato de que as acusações de racismo têm-se tornado cada vez 
 mais frequentes. 
 II. Os quadrinhos ilustram o comportamento descrito no texto: as pessoas mantêm na linguagem 
 seu preconceito. 
 III. O texto coloca, entre as raízes do preconceito racial, o sistema escravocrata, que imperou até o 
 final do século XIX no Brasil. 
 IV. De acordo com o texto, a abolição da escravidão no Brasil, embora tardia, permitiu que os 
 negros se integrassem completamente à sociedade capitalista. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. II e III. B. II e IV. C. I e III. D. I e II. E. I e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar textos. 
 ● Compreender crítica expressa em quadrinhos. 
 ● Avaliar consequências do sistema escravocrata na atualidade. 
 Questão 68. 
 Assunto/tema. Mídia: influência dos meios de comunicação. 
 Considere a ilustração e as afirmativas a seguir. 
 91 
 Disponível em <http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/04/TV-faz-mal-ao-cerebro.jpg>. Acesso em 20 jun. 2016. 
 I. O objetivo da ilustração é mostrar que os meios de comunicação tecem o conhecimento das 
 crianças, contribuindo para um mundo mais bem informado. 
 II. A ilustração é uma crítica aos meios de comunicação ultrapassados, que não promoviam o 
 acesso à informação como a internet faz atualmente. 
 III. A ilustração sugere que os meios de comunicação de massa provocam perda de autonomia do 
 raciocínio. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I. B. II. C. III. D. I e III. E. II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Compreender mensagem expressa em ilustração. 
 ● Analisar criticamente os efeitos dos meios de comunicação sobre o indivíduo. 
 Questão 69. 
 Assunto/tema. Cidadania: protagonismo social. 
 Leia o texto de autoria de Vladimir Safatle e analise as afirmativas a seguir. 
 Quem tem o direito de falar? 
 Estabelecer que minorias só podem falar dos problemas de seu grupo é uma forma astuta 
 de silenciamento 
 A política não é uma questão apenas de circulação de bens e riquezas. Ou seja, ela não se funda 
 simplesmente em uma decisão a respeito de como as riquezas e os bens devem circular, como eles 
 devem ser distribuídos. 
 Embora essa seja uma questão central que mobiliza todos nós, ela não é tudo, nem é razão suficiente 
 de todos os fenômenos internos ao campo que nomeamos "política". Na verdade, a política é também 
 uma questão de circulação de afetos, da maneira com que eles irão criar vínculos sociais, afetando os 
 que fazem parte destes vínculos. 
 92 
 A maneira com que somosafetados define o que somos e o que não somos capazes de ver, o que 
 somos e não somos capazes de sentir e perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, define-se o 
 campo das minhas ações, a maneira com que julgo, o que faz parte e o que está excluído do meu 
 mundo. 
 Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de 2015 foi a circulação de uma mera 
 foto, a foto do menino sírio morto em um naufrágio no Mar Mediterrâneo. 
 Nesse sentido, foi muito interessante pesquisar as reações de certos europeus que invadiram sites de 
 notícias de seu continente com posts e comentários. Uma quantidade impressionante deles reclamava 
 daqueles jornais que decidiram publicar a foto. Por trás de sofismas primários, eles diziam basicamente 
 a mesma coisa: "parem de nos mostrar o que não queremos ver", "isto irá quebrar a força de nosso 
 discurso". 
 Pois eles sabiam que seu fascismo ordinário cresce à condição de administrar uma certa zona de 
 invisibilidade. 
 É necessário que certos afetos não circulem, que a humanização bruta produzida pela morte estúpida 
 de um refugiado não nos afete. Todo fascismo ordinário é baseado em uma desafecção. 
 Toda verdadeira luta política é baseada em uma mudança nos circuitos hegemônicos de afetos. Prova 
 disso foi o fato de tal foto produzir o que vários discursos até então não haviam conseguido: a 
 suspensão temporária da política criminosa de indiferença em relação à sorte dos refugiados. 
 Mas essa quebra da invisibilidade também se dá de outras formas. De fato, sabemos como faz parte 
 das dinâmicas do poder decidir qual sofrimento é visível e qual é invisível. Mas, para tanto, devemos 
 antes decidir sobre quem fala e quem não fala, qual fala ouvirei e qual fala representará, para mim, 
 apenas alguma forma de ressentimento. 
 Há várias maneiras de silêncio. A mais comum é simplesmente calar quem não tem direito à voz. Isso é 
 o que nos lembram todos aqueles que se engajaram na luta por grupos sociais vulneráveis e objetos de 
 violência contínua (negros, homossexuais, mulheres, travestis, palestinos, entre tantos outros). 
 Mas há ainda outra forma de silêncio. Ela consiste em limitar sua fala. Assim, um será a voz dos negros 
 e pobres, já que o enunciador é negro e pobre. O outro será a voz das mulheres e lésbicas, já que o 
 enunciador é mulher e lésbica. A princípio, isto pode parecer um ato de dar voz aos excluídos e 
 subalternos, fazendo com que negros falem sobre os problemas dos negros, mulheres falem sobre os 
 problemas das mulheres, e por aí vai. 
 Essa é apenas uma forma astuta de silêncio, e deveríamos estar mais atentos a tal estratégia de 
 silenciamento identitário. Ao final, ela quer nos levar a acreditar que negros devem apenas falar dos 
 problemas dos negros, que mulheres devem apenas falar dos problemas das mulheres. 
 Pensar a política como circuito de afetos significa compreender que sujeitos políticos são criados 
 quando conseguem mudar a forma como o espaço comum é afetado. 
 Posso dar visibilidade a sofrimentos que antes não circulavam, mas quando aceito limitar minha fala 
 pela identidade que supostamente represento, não mudarei a forma de circulação de afetos, pois não 
 conseguirei implicar quem não partilha minha identidade na narrativa do meu sofrimento. Minha 
 produção de afecções continuará circulando em regime restrito, mesmo que agora codificada como 
 região setorizada do espaço comum. 
 Ser um sujeito político é conseguir enunciar proposições que implicam todo mundo, que podem 
 implicar qualquer um, ou seja, que se dirigem a esta dimensão do "qualquer um" que faz parte de cada 
 um de nós. É quando nos colocamos na posição de qualquer um que temos mais força de 
 desestabilização de circuitos hegemônicos de afetos. 
 O verdadeiro medo do poder é que você se coloque na posição de qualquer um. 
 Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/234248-quem-tem-o-direito-de-falar.shtml>. Acesso em 13 jun. 2016. 
 I. Segundo o autor, grupos de minorias estão sendo silenciados, pois vivemos em um regime 
 autoritário, não democrático. 
 II. O autor defende que os políticos sejam os legítimos representantes dos grupos minoritários, já 
 que as minorias tendem a ser silenciadas na sociedade. 
 III. A publicação da foto do menino sírio, morto no naufrágio ao tentar chegar à Europa como 
 imigrante, foi, segundo o texto, uma forma de sensacionalismo da imprensa e, por isso, gerou 
 conflitos políticos. 
 93 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. Todas as afirmativas são corretas. B. Apenas as afirmativas I e II são corretas. 
 C. Apenas as afirmativas II e III são corretas. D. Apenas a afirmativa III é correta. 
 E. Nenhuma alternativa é correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar criticamente a questão do lugar de fala. 
 Questão 70. 
 Assunto/tema. Formas alternativas de energia: energia solar. 
 Leia o texto a seguir. 
 Energia solar contra a escuridão do Amazonas 
 Brasil gera com placas fotovoltaicas apenas 0,02% da produção total de eletricidade 
 Heriberto Araújo – 08 mai. 2016. 
 A visão romantizada da Amazônia convida a pensar num lugar idílico em que a pegada humana esteja 
 entre as menores do planeta. Mas a vida na maior reserva natural é dura para o homem, como Daniel 
 Everett narrou em seu clássico Don’t Sleep, There are Snakes (Não durma, há serpentes, sem tradução 
 para o português). Comunidades inteiras vivem completamente desconectadas, e não apenas nas 
 profundezas da selva, mas sim nas movimentadas margens dos rios — únicas vias de comunicação, 
 num ambiente em que a eletricidade é um bem desejado, escasso e administrado a conta-gotas. 
 “No Estado do Amazonas há mais de dois milhões de pessoas sem eletricidade de qualidade”, explica 
 Otacílio Soares Brito, membro do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. “A enorme área 
 da floresta torna inviável a criação de uma rede de distribuição, e os povoados só conseguem produzir 
 eletricidade das 6 às 10 da noite, com geradores a gasolina fornecidos pelo Governo. Depois dessa 
 hora acaba tudo: luz, refrigeração e lazer”, relata do município amazônico de Tefé. 
 O Instituto Mamirauá está desenvolvendo um projeto para fornecer eletricidade por meio de painéis 
 solares a dezenas de comunidades amazônicas de pescadores e camponeses, com o objetivo de 
 melhorar suas condições de vida, segundo Soares Brito. 
 Duas comunidades instalaram placas fotovoltaicas — um sistema flutuante, sobre boias no rio, e o 
 outro no telhado de uma fábrica de gelo — para permitir, um, o envio da água desde o leito do rio até 
 as casas, e o outro, a fabricação de barras de gelo. O fornecimento da água do rio por meio de uma 
 bomba elétrica alimentada por painéis permitiu, entre outras coisas, que as crianças passassem a 
 tomar quantos banhos quisessem sem que seus pais fiquem com medo que um jacaré lhes tire a vida 
 na escuridão das margens. 
 “Estamos cuidando de melhorar a vida das pessoas, mas também queremos permitir que elas 
 agreguem valor a produtos como polpa de frutas e peixe. Sem gelo, esses produtos dificilmente podem 
 ser comercializadosno exterior ou simplesmente conservados”, diz Soares Brito. 
 Os resultados positivos da fase experimental estão criando consciência nessa imensa região 
 normalmente esquecida pelos centros brasileiros de poder, concentrados no Sudeste e que priorizam as 
 políticas públicas nas regiões densamente povoadas (de eleitores). Um grupo de pescadores da 
 comunidade amazônica de Boa Esperança pediu ao Mamirauá a construção de uma pequena fábrica — 
 94 
 prevista para abril — com 3 congeladores alimentados por painéis solares para poder extrair das frutas 
 a polpa, congelá-la e vendê-la em mercados situados a horas de barco do povoado, como Manaus. 
 A revolução solar que alguns especialistas preveem para o Brasil durante a próxima década, após a 
 implementação em 1º de março de novas regras que permitem, pela primeira vez, a geração distribuída 
 de energia e sua ligação às redes de distribuição, trará consequências principalmente para os grandes 
 centros urbanos. 
 Depois de três anos de secas históricas e consequentes apagões, que evidenciaram a excessiva 
 dependência do Brasil de seu sistema hidroelétrico, que gera cerca de 70% da eletricidade consumida, 
 milhões de brasileiros poderão se tornar agora prosumidores, neologismo que reflete o novo paradigma 
 sob o qual parece avançar a geração de eletricidade: o consumidor é o produtor de pelo menos uma 
 parte de sua demanda. “Estamos diante do início de uma revolução, porque pela primeira vez a 
 sociedade brasileira pode participar diretamente da criação de uma nova matriz energética”, diz Rodrigo 
 Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar). 
 As regras aprovadas pela Aneel permitem, segundo Sauaia, “a geração compartilhada de energia solar 
 entre vários clientes, que podem se agrupar em forma de consórcio ou de cooperativas, assim como a 
 conexão de seus sistemas fotovoltaicos domésticos ou comerciais à rede elétrica para abastecê-la 
 quando os painéis produzirem mais do que o que é consumido, e vice-versa”. 
 A Absolar estima que, se fossem instalados painéis solares em todas as residências do país, a produção 
 de energia abasteceria mais que o dobro da totalidade da demanda dos domicílios brasileiros. 
 Os especialistas indicam que a região brasileira menos exposta à irradiação solar tem potencial para 
 gerar pelo menos 25% mais energia que a região mais favorecida na Alemanha, país que já gera cerca 
 de 7% de sua eletricidade com placas fotovoltaicas. 
 Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/29/ciencia/1461915967_041451.html>. Acesso em 10 jun. 2016. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O novo paradigma da geração de energia elétrica é o de que o próprio consumidor produza 
 30% da sua demanda, tornando-se proconsumidor. 
 II. De acordo com a estimativa da Absolar, a instalação de painéis solares em todas as residências 
 do país faria com que a produção brasileira de energia superasse a alemã em 18%. 
 III. O projeto desenvolvido pelo Instituto Mamirauá tem como foco comunidades da Amazônia, 
 onde há aproximadamente dois milhões de pessoas sem acesso à energia elétrica de qualidade. 
 IV. O principal problema da Amazônia é a seca, que afeta sua produção hidrelétrica e, por isso, a 
 energia solar é uma boa alternativa. 
 Assinale a alternativa correta. 
 A. Todas as afirmativas são corretas. B. Apenas as afirmativas I e II são corretas. 
 C. Apenas a afirmativa III é correta. D. Apenas as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 E. Nenhuma afirmativa é correta. 
 Justificativa. 
 95 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Avaliar dados percentuais. 
 ● Analisar criticamente formas de produção de energia. 
 Questão 71. 
 Assunto/tema. Sociedade contemporânea: mercantilização do indivíduo. 
 Observe a charge e analise as afirmativas a seguir. 
 Disponível em <https://www.pinterest.com/gaagabriel/a-evolucao-humana-chargues/>. Acesso em 08 fev. 2015. 
 I. A charge enaltece a evolução humana, ilustrando a saída de um passado primitivo e a chegada 
 ao desenvolvimento tecnológico, que melhora as condições de vida da população. 
 II. O código de barras, na figura, representa a “coisificação” do homem no atual sistema 
 socioeconômico. 
 III. A crítica da charge refere-se ao uso de novas tecnologias na atualidade, uma vez que elas não 
 são acessíveis a todos. 
 IV. A charge mostra que o ser humano ainda é primitivo, apesar das novas tecnologias. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. II e IV. B. II. C. I e III. 
 D. I e IV. E. II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar imagem sobre mercantilização do indivíduo. 
 96 
 ● Compreender analogias e metáforas. 
 Questão 72. 
 Assunto/tema. Violência: inadequação e ineficiência dos presídios brasileiros. 
 Leia a charge e o texto a seguir. 
 Disponível em <http://www.diariodagardenia.com.br/2013_04_01_archive.html>. Acesso em 06 nov. 2014. 
 ACNUDH condena violência em presídios brasileiros 
 O Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos 
 Humanos (ACNUDH) condenou a violência ocorrida nesta semana em distintos presídios brasileiros. 
 Na Penitenciária Estadual de Cascavel, no Paraná, pelo menos cinco presos foram mortos durante uma 
 rebelião. Informações indicam que duas das vítimas teriam sido decapitadas e mais duas foram jogadas 
 do telhado do presídio. 
 Em Minas Gerais, dois motins acabaram com outro preso morto e dezenas de feridos. 
 Autoridades revelaram que mais um homem foi morto no complexo penitenciário de Pedrinhas, no 
 Maranhão. 
 “Pedimos às autoridades competentes uma apuração rápida, imparcial e efetiva dos fatos e das causas 
 das revoltas, e que os responsáveis pelos crimes respondam na justiça”, comentou o Representante do 
 ACNUDH, Amerigo Incalcaterra. “Ficamos consternados com o nível de violência observado 
 recentemente nos presídios brasileiros. Não é admissível que, no Brasil, a violência e as mortes dentro 
 das prisões sejam percebidas como normais e cotidianas”, disse Incalcaterra. 
 Além disso, ele instou as autoridades brasileiras a adotarem medidas para prevenir a violência nas 
 unidades prisionais. “Superlotação, condições penitenciárias inadequadas, torturas e maus-tratos contra 
 detentos são uma realidade em muitos presídios do Brasil, e isso também contribui com a violência e 
 constitui grave violação aos direitos humanos”, apontou o Representante do Escritório na América do 
 Sul. “O país deve reformar seu sistema penitenciário, incluindo pelo menos uma revisão integral da 
 política criminal brasileira e do uso excessivo da privação de liberdade como punição a crimes”, 
 concluiu. 
 Disponível em <http://acnudh.org/pt-br/2014/08/21813/>. Acesso em 06 nov. 2014 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. A charge evidencia a inadequação do sistema prisional brasileiro e sugere a aplicação de penas 
 alternativas. 
 II. Segundo Amerigo Incalcaterra, os motins e as rebeliões têm estreita relação com a inadequação 
 das unidades prisionais brasileiras. 
 III. De acordo com o ACNUDH, a impunidade contribui com o aumento da violência no Brasil. 
 A. Apenas a afirmativa I está correta. B. Apenas a afirmativaII está correta. 
 C. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. D. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 E. Apenas a afirmativa III está correta. 
 Justificativa. 
 97 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Analisar criticamente a eficiência do sistema prisional brasileiro. 
 Questão 73. 
 Assunto/tema. Comunicação de massas: sensacionalismo. 
 Leia os quadrinhos e o trecho que expõe o pensamento do professor e jornalista Ciro Marcondes Filho. 
 Disponível em 
 <http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/03/10/noticia_saudeplena,147743/pesquisa-usa-personagens-de-tirinhas-para-explicar-funcao-de-es 
 tereoti.shtml>. Acesso em 08 nov. 2014. 
 Marcondes Filho (1986) descreve a prática sensacionalista como nutriente psíquico, desviante 
 ideológico e descarga de pulsões instintivas. Caracteriza sensacionalismo como “o grau mais radical da 
 mercantilização da informação: tudo o que se vende é aparência e, na verdade, vende-se aquilo que a 
 informação interna não irá desenvolver melhor do que a manchete. Esta está carregada de apelos às 
 carências psíquicas das pessoas e explora-as de forma sádica, caluniadora e ridicularizadora. (...) No 
 jornalismo sensacionalista, as notícias funcionam como pseudoalimentos às carências do espírito. (...) O 
 jornalismo sensacionalista extrai do fato, da notícia, a sua carga emotiva e apelativa e a enaltece. 
 Fabrica uma nova notícia que a partir daí passa a se vender por si mesma”. 
 Disponível em <http://www.wejconsultoria.com.br>. Acesso em 8 nov. 2014. 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções e assinale a alternativa correta. 
 I. A reação do personagem diante da televisão revela uma visão antagônica àquela apresentada por 
 Marcondes Filho sobre o sensacionalismo. 
 PORQUE 
 II. De acordo com Marcondes Filho, as notícias sensacionalistas suprem as carências de informação dos 
 receptores, uma vez que são comprometidas com os elementos factuais essenciais. 
 A. As duas asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
 B. As duas asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 C. A asserção I é verdadeira e a II é falsa. 
 D. A asserção I é falsa e a II é verdadeira. 
 E. As duas asserções são falsas. 
 Justificativa. 
 98 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Analisar criticamente o jornalismo sensacionalista. 
 ● Avaliar relação de causa e efeito. 
 Questão 74. 
 Assunto/tema. Saúde: atividade física. 
 Leia o texto a seguir. 
 Pesquisa aponta que 45,9% dos brasileiros não fazem exercícios físicos 
 Pesquisa feita pelo Ministério do Esporte mostrou que 45,9% dos brasileiros de 15 a 74 anos estão 
 sedentários, o que significa cerca de 67 milhões de pessoas sem praticar nenhum esporte ou nenhuma 
 atividade física. A maior fatia de sedentários está na região Sudeste: 54,4%. 
 Os motivos? Falta de tempo (para 58,8%), problemas de saúde (em 9,5% dos casos) e a preguiça ou 
 falta de interesse, declarada por 11,8% dos entrevistados. A pesquisa teve 8.902 entrevistas pessoais, 
 realizadas em 2013. Foi considerado sedentário quem declarou não ter feito esporte ou atividade física 
 no tempo livre. 
 Abandono 
 Além de avaliar quem está sedentário, o ministério também perguntou a quem estava parado se havia 
 deixado alguma prática física. Concluiu que quase 90% dos brasileiros abandonam a prática esportiva e 
 viram sedentários até os 34 anos. Como a estudante Isabela Markman, 20 anos: “Eu fazia academia, 
 mas parei no começo do ano e noto diferença. Passear e brincar com minha cachorrinha me deixa mais 
 cansada”. 
 99 
 Disponível em <http://www.metrojornal.com.br/nacional/plus/brasileiros-se-tornam-sedentarios-antes-dos-34-anos-diz-pesquisa-200699>. 
 Acesso em 08 jun 2016 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. De acordo com a pesquisa, 9,5% das pessoas apresentam problemas de saúde causados pelo 
 sedentarismo. 
 II. Conforme o texto, quase 90% dos brasileiros acima de 34 anos são sedentários, pois 
 abandonam as práticas esportivas. 
 III. Cerca de 60% dos brasileiros praticam futebol, segundo a pesquisa. 
 A. Nenhuma afirmativa está correta. B. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 C. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. D. Apenas a afirmativa III está correta. 
 E. Todas as afirmativas estão corretas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 100 
 ● Ler e interpretar texto sobre prática de esporte e de atividade física. 
 ● Compreender dados representados graficamente. 
 ● Avaliar valores percentuais em determinado contexto. 
 Questão 75. 
 Assunto/tema. Educação: formação do indivíduo. 
 Leia a charge de autoria de Quino e o texto de autoria de Rubem Alves. 
 Disponível em <http://blogs.sapo.pt/noauth?blog=perguntasparvas>. Acesso em 13 fev. 2015. 
 Minha estrela é a educação. Educar não é ensinar matemática, física, química, geografia e português. 
 Essas coisas podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador. 
 Educar é outra coisa. De um educador pode-se dizer o que Cecília Meireles disse de sua avó – que foi 
 quem a educou: “O seu corpo era um espelho pensante do universo”. O educador é um corpo cheio de 
 mundos.... A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O mundo é maravilhoso, está cheio de coisas 
 assombrosas. Zaratustra ria vendo borboletas e bolhas de sabão. A Adélia ria vendo tanajuras em voo e 
 um pé de mato que dava flor amarela. Eu rio vendo conchas, teias de aranha e pipocas estourando... 
 Quem vê bem nunca fica entediado com a vida. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do 
 discípulo. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz. Estão vendo a mesma coisa. Quando digo que 
 minha paixão é a educação estou dizendo que desejo ter a alegria de ver os olhos dos meus discípulos, 
 especialmente os olhos das crianças. 
 Disponível em <http://rubemalves.com.br/site/educador.php>. Acesso em 10 dez. 2014. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A charge e o texto apresentam visões semelhantes sobre o ato de ensinar e o de educar. 
 II. De acordo com Rubem Alves, o educador deve espelhar o mundo para os alunos, transmitindo 
 os conhecimentos escolares necessários ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. 
 III. Os olhos dos discípulos sorrindo simbolizam a compreensão dos alunos em relação ao que o 
 educador apontou. 
 IV. De acordo com a charge e o texto, o saber do educador não é importante; o conhecimento só é 
 essencial no ato de ensinar. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. II e III. B. I e IV. C. I e III. D. I, III e IV. E. II e IV. 
 Justificativa. 
 101 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Estabelecer diferenças entre ensinar e educar. 
 Questão 76. 
 Assunto/tema. Violência: repressão policial. 
 Leia o texto a seguir. 
 Tá lá mais um corpo estendido no chão 
 Flavio Moura. 
 Uma juíza de São Paulo mandou soltar o policial que matou o camelô Carlos Augusto Muniz Braga 
 durante ação na Lapa, no último dia 18. 
 De acordo com a ordem de soltura, o assassinato se deveu ao fato de que o braço esquerdo do PM foi 
 seguro “bruscamente”. E ainda à situação tensa em que elese encontrava, cercado de “populares 
 insatisfeitos com a polícia no local”. O tumulto, no entender da juíza, justifica a necessidade de o 
 policial “então encontrar-se armado”. O vídeo circulou por todo canto. 
 O policial aponta por três minutos a arma em todas as direções. As pessoas em volta gritam “baixa a 
 arma!”, enquanto dois colegas seus tentam imobilizar um vendedor de rua no chão. 
 O vendedor se recusara a entregar os CDs piratas que tinha na mão. A polícia partiu pra cima e a 
 situação se criou. 
 Acuado, o assassino tira do bolso um spray de pimenta para dispersar o grupo ao redor. Ato contínuo, 
 Carlos Augusto tenta tirar o spray de sua mão. É o que basta para ser executado. 
 Ele ainda correu por alguns metros com a bala na cabeça, antes de tombar no asfalto. Isso às 17h, 
 numa rua movimentada de um bairro de classe média de São Paulo. 
 Não chega a surpreender a decisão da juíza (o nome da figura é Eliana Cassales Tosi de Melo e ela faz 
 parte da 5 a Vara do Júri do Foro Central Criminal de São Paulo). A lógica peculiar é praxe entre seus 
 colegas. Basta lembrar o juiz que recentemente queria manter preso o manifestante Fabio Hideki, 
 detido injustamente em manifestação durante a Copa do Mundo, por considerá-lo “esquerda caviar”. 
 O que assusta é a comoção relativamente branda em torno do episódio. Da declaração tosca do 
 prefeito, “foi um ato isolado”, aos indignados de plantão das redes sociais, tudo se passou como se 
 fosse mais um tropeço da polícia, entre tantos outros. 
 Fiquei pensando o que ocorreria se a cena fosse na Paulista, nas manifestações de junho do ano 
 passado. E se a vítima fosse um jovem de classe média quebrando uma vitrine de loja ou banco (gesto 
 a meu ver mais grave do que vender CD pirata). O governo estadual corria o risco de ser deposto. 
 Não custa lembrar que foi a violência policial o estopim para as manifestações de junho de 2013. As 
 primeiras passeatas foram pequenas e reprovadas pela imprensa e pela maioria da população. 
 Quando vieram à tona as cenas de manifestantes feridos por balas de borracha, o cenário virou. Dali 
 em diante, os editoriais deram razão aos manifestantes e a classe média ganhou as ruas em defesa do 
 direito de protestar. 
 O episódio da semana passada me fez lembrar uma declaração do poeta Sergio Vaz, organizador dos 
 saraus da Cooperifa. No documentário “Junho”, produzido pela TV Folha e bom retrato das 
 manifestações do ano passado, ele pondera. “Bala de borracha? Se lá no meu bairro a polícia usasse 
 bala de borracha meus amigos ainda estavam vivos”. 
 Com todo respeito aos feridos em junho de 2013, o que se deu com o camelô Carlos Augusto é motivo 
 para alguns milhares de passeatas. 
 A letalidade da polícia brasileira é quatro vezes maior que a dos EUA e 100 vezes maior que a inglesa. 
 Se antes o Rio era o palco dos principais descalabros da corporação, esse posto agora parece ser 
 ocupado por São Paulo. 
 102 
 Na véspera do assassinato na Lapa, a PM paulista transformou o centro da cidade num campo de 
 guerra, com gás lacrimogêneo e barricadas em chamas para despejar 200 ocupantes de um prédio 
 vazio. 
 Em apenas uma semana, a cidade viu repetir-se o despreparo e a truculência em duas regiões 
 próximas. Se voltamos para trás no tempo, há exemplos a perder de vista. 
 O governador segue blindado e na liderança das intenções de voto para as próximas eleições. E o 
 prefeito, que não tem responsabilidade direta pela ação da PM, poderia retificar sua frase infeliz. 
 Bem que a gente gostaria, mas o crime da semana passada não foi um ato isolado. 
 Disponível em <https://br.noticias.yahoo.com/blogs/flavio-moura/ta-la-mais-um-corpo-estendido-no-chao-030622918.html>. Acesso em 07 nov. 2014. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O autor mostra-se indignado com a banalização da morte, afirmando que as pessoas não se 
 mobilizam diante da violência da polícia, seja ela contra ricos ou pobres. 
 II. O autor destaca que a violência policial contra os trabalhadores e contra os moradores de 
 periferia geralmente não ganha grande repercussão na mídia e não estimula protestos 
 populares. 
 III. O objetivo do texto é criticar a pirataria, que é crime e gera confrontos entre ambulantes e 
 policiais, espalhando violência pela cidade. 
 IV. O texto critica a violência da polícia brasileira, mas defende a atuação repressiva diante de 
 manifestações e crimes, uma vez que é esse o papel da instituição. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. II e III. C. I e IV. 
 D. II e IV. E. II. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar um problema social brasileiro, a violência. 
 Questão 77. 
 Assunto/tema. Meio ambiente: resíduos sólidos. 
 Leia o texto a seguir. 
 Geografia e meio ambiente: uma análise da legislação dos resíduos sólidos. 
 Fernanda Sampaio da Silva 
 O processo de industrialização foi responsável por grandes transformações urbanas. Influenciou a 
 multiplicação de diversos ramos de serviços que caracterizam a cidade moderna. Também influenciou 
 no desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, que interligaram distintas regiões. Foi 
 responsável pela maior produtividade e pela consequente elevação da produção agrícola. Contribuiu 
 ainda com o êxodo rural. Além disso, introduziu um novo modo de vida e novos hábitos de consumo, 
 103 
 criou novas profissões, promoveu uma nova estratificação da sociedade e uma nova relação desta com 
 a natureza. 
 Algumas das tecnologias existentes hoje no mercado ainda trazem problemas ao meio ambiente. Entre 
 os resíduos gerados pelo avanço desenfreado da produção e do consumo são encontrados os resíduos 
 sólidos industriais, que podem trazer impactos com consequências para a saúde das pessoas e ao meio 
 ambiente, desde uma escala local até mesmo global. 
 Para que se possa reduzir a geração de resíduos sólidos industriais, minimizando possíveis impactos 
 negativos ao meio ambiente, é necessário que haja um processo de gestão para a diminuição de 
 resíduos durante o processo produtivo e/ou, quando possível, substituição do material utilizado, por 
 outro que tenha maior facilidade de ser reciclado. Portanto, a reciclagem é um elemento importante 
 para a minimização de resíduos em lixões e aterros sanitários. 
 Assim, a geração e a disposição dos resíduos sólidos industriais em locais inapropriados constituem um 
 problema ambiental e, por isso, seu gerenciamento deve ocorrer de forma correta e dentro da 
 legislação, para que não seja comprometida a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. 
 O controle do acondicionamento, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos perigosos 
 deve ocorrer de acordo com a norma ABNT - NBR 1004 de 2004, que faz uma classificação dos 
 resíduos. Os resíduos são classificados em Classe I quando se trata de resíduos sólidos perigosos 
 (classificados pelo seu grau de risco a saúde pública) e Classe II quando são resíduos não perigosos. 
 Os resíduos de Classe II são subdivididos em: Classe II A, quando não são inertes e Classe II B, 
 inertes. 
 Os resíduos sólidos gerados devem ser controlados nas indústrias, pois fazemparte do licenciamento 
 pelo órgão ambiental competente. Por isso, para que esse órgão tenha conhecimento dos resíduos 
 gerados, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA dispõe de uma resolução com o objetivo de 
 inventariar os resíduos sólidos gerados em todo o país, para que seja elaborado o Plano Nacional para 
 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gerados. O inventário é elaborado a partir de informações como 
 quantidade, formas de acondicionamento e armazenamento e destinação final, enviadas 
 trimestralmente ao órgão estadual competente (Resolução CONAMA Nº 313/2002). 
 Disponível em <http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reget/article/viewFile/4083/2797>. Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações). 
 Com base nas informações do texto, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. O controle da geração de resíduos sólidos industriais depende da conscientização do 
 consumidor a fim de que modifique seus hábitos. 
 II. A redução na geração de resíduos sólidos está atrelada ao gerenciamento do acondicionamento, 
 armazenamento e destinação final dos resíduos classificados como perigosos. 
 III. A resolução CONAMA Nº 313/2002, que trata do Plano Nacional para Gerenciamento de 
 Resíduos Sólidos, tem como objetivo conscientizar a área industrial para que haja redução da 
 geração de resíduos sólidos. 
 A. Apenas a afirmativa I está correta. B. Apenas a afirmativa II está correta. 
 C. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. D. Apenas a afirmativa III está correta. 
 E. Nenhuma afirmativa está correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 104 
 ● Analisar a questão da geração de resíduos sólidos no Brasil. 
 Questão 78. 
 Assunto/tema. Violência: celulares e o registro do cotidiano. 
 Leia o texto e analise as afirmativas a seguir. 
 O celular se torna uma arma dos cidadãos contra a impunidade 
 Raquel Seco 
 A polícia começou dizendo que o tiro que matou Carlos Augusto Braga na quinta-feira passada foi 
 acidental. Poucas horas depois dos distúrbios no bairro da Lapa (São Paulo), desencadeados por uma 
 operação contra a pirataria, a polícia se viu obrigada a retificar: o agente disparou contra a cabeça do 
 vendedor ambulante de 30 anos quando este tentou tomar dele um spray de pimenta. Várias pessoas 
 gravaram a cena. Os telefones celulares tornaram-se uma arma dos brasileiros contra a impunidade, 
 especialmente das forças de segurança. A ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública registrou 1.890 
 mortes em operações policiais em 2012, atribuídas “rotineiramente” a tiroteios com grupos criminosos. 
 O que aconteceria se ninguém tivesse filmado? Em 2013, 75,5% dos brasileiros com mais de 10 anos 
 de idade tinham um telefone celular, 5% a mais que no ano anterior, segundo pesquisa do Instituto 
 Brasileiro de Geografia e Estatística. 
 Em 2012, Paulo Batista do Nascimento, de 25 anos, morreu em São Paulo depois de ser atingido por 
 vários disparos da polícia. Um vizinho filmou-o sendo retirado de casa sob a acusação de ter 
 participado em um assalto. Em dado momento, um policial se posiciona para atirar. Ouve-se um disparo 
 e, quando a câmera volta a mostrar a rua, a viatura está indo embora. Os quatro policiais acusados 
 foram absolvidos no mês passado. 
 Em fevereiro, o país ficou chocado com a imagem de um adolescente agredido e acorrentado a um 
 poste no Rio de Janeiro. Alguns vizinhos o castigaram por supostos roubos no bairro e produziram uma 
 imagem especialmente dolorosa para uma nação que pôs fim à escravidão em 1888. Yvonne Bezerra de 
 Melo, a mulher de 66 anos que alertou as autoridades, recebeu uma enxurrada de insultos nas redes 
 sociais por ajudar “um delinquente”. 
 Cláudia Silva Ferreira, faxineira de 38 anos, morreu em 16 de março deste ano atingida por uma bala 
 perdida em uma favela do Rio de Janeiro. A viatura policial que a levava para o hospital arrastou seu 
 corpo pendurado no porta-malas por 250 metros. Um motorista gravou tudo. O escândalo foi enorme. 
 Seis policiais acusados de matá-la já haviam retornado ao trabalho em julho, embora em funções longe 
 das ruas, de acordo com o jornal O Globo . 
 Há algumas semanas, em um centro comercial de São Paulo, a polícia abordou dois jovens negros por 
 suspeitar que tinham roubado uma loja de roupas. Até chegar o momento em que a dona do comércio 
 defendeu os dois, confirmando que haviam pagado por tudo o que tinham na sacola. Dezenas de 
 pessoas gravaram a cena para deixar claro o que estava acontecendo, enquanto uma multidão se 
 reuniu para gritar em defesa dos jovens. Os garotos e o pai deles denunciaram o comportamento da 
 polícia. 
 A onda de linchamentos na América Latina também chegou ao Brasil. Em abril, durante a febre de 
 execuções populares, o sociólogo José de Souza Martins dizia ao EL PAÍS: “Três anos atrás, eram três 
 ou quatro por semana. Depois das manifestações de junho (de 2013), passaram a uma média de uma 
 tentativa por dia. Hoje temos mais de uma tentativa por dia”. Um jovem de 24 anos foi espancado até 
 a morte por vizinhos dentro do hospital onde era examinado para determinar se ele havia estuprado 
 um menor. Uma pessoa filmou dezenas de pessoas invadindo o centro médico. No total, 24 pessoas 
 estão sendo investigadas. 
 O presídio do Maranhão, que enfrenta problemas de corrupção, superlotação e insegurança, chamou a 
 atenção da mídia novamente quando o jornal Folha de S. Paulo publicou o vídeo, extremamente 
 violento, no qual três prisioneiros apareciam decapitados. 
 Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/21/sociedad/1411333593_390676.html>. Acesso em 24 set. 2014. 
 I. As imagens captadas por celulares, de acordo com o texto, podem ser uma arma para os 
 cidadãos se defenderem da arbitrariedade do poder público. 
 II. De acordo com o texto, os celulares têm contribuído para a redução da violência no Brasil. 
 105 
 III. As imagens gravadas serviram de prova em 1.890 mortes ocorridas em operações policiais em 
 2012. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I. B. I e II. C. III. D. I e III. E. II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar o uso de imagens de celular como instrumento de defesa do cidadão. 
 Questão 79. 
 Assunto/tema. Preconceito: xenofobia. 
 Com base no texto a seguir, analise as afirmativas. 
 O vírus letal da xenofobia 
 Eliane Brum 
 Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença 
 que esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face 
 horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela 
 letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu. 
 Descobrimos, porém, a deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da 
 xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma 
 herança escravocrata jamais superada. 
 O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora,mas dentro de nós. 
 Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual 
 pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi 
 exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas 
 como o rato que traz a peste para essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver 
 vergonha, se envergonhará. 
 Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou 
 positivo, devemos desculpas. 
 Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal. 
 E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, 
 e cada um há de saber como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o 
 melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, era desterrado também do corpo. 
 Para alcançar o que viveu o homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é 
 preciso vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso 
 vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um humano. 
 E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se das autoridades. Que os ratos 
 fiquem do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não 
 há solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de 
 vergonha eterna em que os gays foram escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como 
 necessária medida sanitária. 
 E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros? 
 106 
 Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No 
 Facebook, desde que a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao 
 ebola era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que 
 esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou 
 outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, defecou um 
 terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham. 
 “Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que 
 maculam uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de 
 comunicação que atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da 
 África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”, 
 afirmou a esta coluna Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, 
 pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O caso da 
 pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo 
 negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, terrível doença da 
 sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de dizer: este governo não deveria ter deixado 
 essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear este 
 país, e agora querem preteá-lo?” 
 A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances 
 e diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora. 
 Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S. 
 Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é 
 tudo a mesma coisa porque somos negros”. 
 Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares 
 públicos na cidade de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se 
 “os caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”. 
 O ebola não parece ser um problema quando está na África, contido entre fronteiras. Lá é destino. O 
 ebola só é problema, como escreveu o pesquisador francês Bruno Canard, porque o vírus saiu do lugar 
 em que o Ocidente gostaria que ele ficasse. 
 “A militarização da resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de Segurança das Nações 
 Unidas, em setembro último, passou da Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela 
 que a grande preocupação da comunidade internacional não é a erradicação da doença, mas a sua 
 contenção geográfica”, reforça Deisy Ventura. 
 Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua dignidade violada na exposição de 
 seu nome, rosto e documentos, ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não 
 importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Devemos reparação, ainda que saibamos que 
 a reparação total é uma impossibilidade, e que essa marca pública já o assinala. Não é uma 
 oportunidade para ele, é para nós. 
 É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma chance de nos tornarmos mais 
 parecidos com um humano. 
 Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/opinion/1413206886_964834.html>. Acesso em 13 out. 2014. 
 I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por 
 postagens em redes sociais. 
 II. A xenofobia manifesta-se, no Brasil, contra o estrangeiro em geral, pois somos um povo ainda 
 culturalmente atrasado. 
 III. O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou 
 desprivilegiados. 
 De acordo com o texto, é correto o que se afirma em 
 A. I, II e III. B. I, apenas. C. II, apenas. D. I e III, apenas. E. III, apenas. 
 Justificativa. 
 107 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar criticamente comportamentos xenófobos. 
 Questão 80. 
 Assunto/tema. Educação: formas de ensinar. 
 Leia o texto e a charge a seguir. 
 Podemos modificar a forma de ensinar 
 José Manoel Moran 
 Ensinar e aprender exigem, hoje, muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos 
 conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é 
 conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua 
 compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos informações demais e dificuldade 
 em escolher quais são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa 
 vida. 
 A aquisição da informação dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje 
 dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é 
 ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. 
 Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real 
 significação que essa informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente, emocionalmente. 
 Enquanto a informação não fizer partedo contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará 
 verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente. 
 Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas 
 convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos 
 dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, 
 ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de 
 ensinar e de aprender. 
 Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/T6%20TextoMoran.pdf>. Acesso em 18 dez 2014 (com adaptações). 
 Disponível em <http://www.cartuns.com.br/page1.html>. Acesso em 18 dez. 2014. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. Segundo o texto, no futuro, os professores não serão mais necessários no processo de ensino e 
 aprendizagem. 
 108 
 II. A charge enaltece o fato de que já dispomos, hoje em dia, de profissionais autodidatas, que 
 aprenderam suas profissões consultando a internet, o que corrobora o texto. 
 III. A charge e o texto destacam a internet como forma de aprendizagem e consideram 
 ultrapassadas as formas tradicionais de ensino. 
 IV. Segundo o texto, é importante que o conteúdo a ser aprendido faça parte da realidade do 
 aluno; se não o fizer, não há a necessidade de se ensinar tal conteúdo. 
 A. Nenhuma afirmativa está correta. B. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 C. Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. D. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
 E. Todas as afirmativas estão corretas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Analisar criticamente o binômio “informação e conhecimento”. 
 Questão 81. 
 Assunto/tema. Tecnologia: obtenção de água potável. 
 Leia o texto a seguir. 
 Criada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), a tecnologia nomeada 
 "Ecolágua" utiliza raios ultravioleta (UV) para purificar água de rios e torná-la potável em poucos 
 segundos. A ideia surgiu após apelo de indígenas, que revelaram mortes por ingestão de água 
 contaminada no interior do Amazonas. Segundo o desenvolvedor do equipamento, o pesquisador 
 alemão Roland Vetter, a iniciativa para elaboração da tecnologia veio em forma de apelo. Índios da 
 etnia Deni pediram ajuda para frear a ocorrência de doenças causadas por água contaminada. “Nós 
 queríamos instalar para eles um secador solar para madeira e frutas. Eles disseram ‘É muito bom, mas 
 não é disso que precisamos’. Eles estavam morrendo por ingerir água suja do rio Xeruã”, contou. 
 Conforme Vetter, 11 índios Deni morreram vítimas de doenças diarreicas causadas por bactérias da 
 espécie Escherichia coli somente em 2005. O quadro clínico, semelhante ao da cólera, assustou os 
 indígenas. 
 De acordo com o pesquisador, a desinfecção da água ocorre porque os microrganismos, em contato 
 com os raios ultravioleta tipo C, perdem a capacidade de se multiplicar. Em termos técnicos, a luz 
 provoca um dano fotoquímico instantâneo no material genético dos microrganismos, o que causa o 
 efeito desinfetante. 
 Anteriormente nomeado ‘Água Box’, o equipamento pesa cerca de 15 kg e pode "limpar" facilmente 
 água de rios, poços e da chuva. De acordo com Vetter, água de rios urbanos, como a Bacia do Turamã, 
 em Manaus, ou o Rio Tietê, em São Paulo, também pode ser purificada pelo equipamento, que realiza 
 uma filtragem prévia para conter alguns resíduos sólidos, como areia e outros sedimentos. 
 A luz do sol é capturada por painéis solares, que mantêm carregada uma bateria dentro do 
 equipamento. Dessa forma, a tecnologia garante o funcionamento de uma lâmpada ultravioleta, 
 responsável pela destruição dos microrganismos. Com o processo de filtragem adequado - cujo 
 109 
 equipamento específico é anexado ao Ecolágua -, o pesquisador do Inpa, Ray Cleise, que fez parte da 
 concepção da tecnologia, garante que águas turvas podem se tornar límpidas. 
 A máquina garante a eficiência de desinfecção em 99,99%, conforme testes feitos em laboratório. Uma 
 mostra d'água coletada do Rio Solimões constatou a contaminação por bactérias Escherichia coli, que 
 estão presentes no intestino humano, além de índices de turbidez superiores ao admissível. Após o 
 tratamento com a tecnologia, as bactérias foram destruídas e a turvação passou de 27,90 UNT - 
 Unidade Nefelométrica de Turbidez - para 1,64 UNT. O produto começou a ser disponibilizado no 
 mercado há cerca de dois meses, pela empresa Qluz Ecoenergia. De acordo com o empresário 
 responsável pela venda do produto, Roberto Lavor, a expectativa é de que a máquina beneficie não só 
 brasileiros, mas também pessoas de todas as regiões do mundo. "Nós temos um grande potencial de 
 água doce, que não é mais potável, pois está suja e cheia de impurezas. Vivemos na maior bacia 
 hidrográfica do planeta, mas que não garante aos ribeirinhos o acesso à água potável. O 'Ecolágua' é 
 um instrumento viável que torna a água potável de forma quase instantânea", explicou Lavor. 
 Disponível em <http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/11/na-amazonia-tecnologia-usa-raios-uv-e-sol-para-purificar-agua-de-rios.html>. Acesso em 12 
 nov. 2014 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. O raio ultravioleta do tipo C é usado para purificar a água de rios por meio de danos no material 
 genético dos microrganismos. 
 II. O equipamento desenvolvido pelo Inpa é composto por um conjunto de filtros para redução da 
 turbidez da água. 
 III. O Ecolágua tem painéis solares, que alimentam uma bateria responsável pelo funcionamento de 
 uma lâmpada ultravioleta, cuja função é danificar o material genético dos microrganismos. 
 IV. O Ecolágua tem filtros que, alimentados por uma bateria, são capazes de retirar todo material 
 particulado da água em tratamento. 
 V. Ray Cleise, que fez parte da concepção do desenvolvimento do equipamento, garante que 
 águas turvas podem se tornar límpidas apenas pela ação solar. 
 A. Apenas as afirmativas I e V estão corretas. B. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
 C. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. D. Apenas a afirmativa III está correta. 
 E. Nenhuma afirmativa está correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar propriedades dos raios ultravioleta tipo C. 
 ● Reconhecer o funcionamento básico do equipamento Ecolágua. 
 Questão 82. 
 Assunto/tema. Alimentação: desperdício de alimentos. 
 Leia a charge e a notícia a seguir. 
 110 
 Disponível em <https://www.facebook.com/BoicoteOConsumismo/photos>. Acesso em 13 nov. 2014. 
 Brasil desperdiça 40 mil toneladas de alimentos todos os dias 
 Embrapa diz que 19 milhões de pessoas poderiam ser alimentadas com alimento jogado 
 fora. De acordo com o órgão, o desperdício ocorre, principalmente, durante a preparação 
 de refeições 
 Mônica Clica/Flickr 
 São Paulo – O desperdício de alimentos no Brasil chega a 40 mil toneladas por dia, segundo pesquisa 
 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empraba). Anualmente, a quantia acumulada é 
 suficiente para alimentar cercade 19 milhões de pessoas diariamente. De acordo com o estudo, a 
 maior parte dos alimentos é desperdiçada durante o preparo das refeições. 
 O nutricionista Gilcélio Gonçalves de Almeida explica que grande parte dos nutrientes dos alimentos 
 está na casca e que se perde muito com o hábito de descascar legumes e frutas. “A casca da banana 
 pode ser usada para fazer doce ou farofa e ela continua com as propriedades alimentares que ela tem”, 
 argumenta. Além disso, o nutricionista aponta que a casca da abóbora ajuda a controlar o açúcar no 
 sangue. 
 Disponível em <http://www.redebrasilatual.com.br>. Acesso em 13 nov. 2014 (com adaptações). 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 I. A culpa pelo desperdício de alimentos é, em grande parte, atribuída ao cultivo de produtos 
 orgânicos, como mostram os dois textos, pois esse tipo de produção requer técnicas que 
 descartam partes das frutas, das verduras e dos legumes. 
 II. A crítica da charge baseia-se na oposição entre aqueles que podem escolher o consumo de 
 produtos mais caros e os que não têm acesso à alimentação digna. 
 III. O foco da charge é a crítica à produção de orgânicos, que, por serem em geral mais caros do 
 que os não orgânicos, geram mais desperdícios. 
 IV. De acordo com a notícia, estima-se que 19 milhões de pessoas passem fome no Brasil. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. II e III. C. I e IV. D. II e IV. E. II. 
 Justificativa. 
 111 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Avaliar o desperdício de alimentos. 
 ● Compreender crítica à desigualdade social. 
 Questão 83. 
 Assunto/tema. Tecnologia: mundo virtual. 
 Leia os quadrinhos e o texto a seguir. 
 Disponível em <https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos>. Acesso em 30 nov. 2014. 
 O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, foi escrito pelo filósofo Platão e está contido em “A 
 República”, no livro VII. Na alegoria, narra-se o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. É um dos 
 textos mais lidos no mundo filosófico. 
 A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam 
 voltados para o fundo dela. Ali contemplavam uma réstia de luz que refletia sombras no fundo da 
 parede. Esse era o seu mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu voltar-se para o lado de fora da 
 caverna e logo ficou cego devido à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com 
 natureza, cores, “imagens” diferentes do que estava acostumado a “ver”. Voltou para a caverna para 
 narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram nele e, revoltados com a “mentira”, 
 mataram-no. 
 Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos 
 sentidos, e a inteligível (o mundo das ideias). O primeiro é o mundo da imperfeição, e o segundo 
 encontraria toda a verdade possível para o homem. Assim, o ser humano deveria procurar o mundo da 
 verdade para que consiguisse atingir o bem maior para sua vida. Em nossos dias, muitas são as 
 cavernas em que nos envolvemos e pensamos ser a realidade absoluta. 
 Disponível em <http://filosofia.uol.com.br>. Acesso em 30 nov. 2014 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O personagem da charge afirma que vivemos na caverna de Platão porque ele não tem acesso 
 às modernas tecnologias. 
 II. A referência ao mito da caverna de Platão alude ao fato de que a vida virtual, por meio dos 
 modernos aparelhos, é intensa hoje. 
 III. Os quadrinhos enaltecem os modernos aparelhos como forma de ter acesso a informações, uma 
 vez que o personagem pôde aprender filosofia por meio da internet. 
 IV. A expressão “caverna de Platão” na tirinha tem sentido positivo e enaltece a sociedade 
 tecnológica contemporânea. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. II e IV. C. III e IV. D. II. E. I e III. 
 112 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Compreender o uso da expressão “caverna de Platão” no contexto da sociedade atual. 
 Questão 84. 
 Assunto/tema. Educação: sistemas de ensino. 
 Leia o texto a seguir. 
 Educação 2.0: ensino personalizado para cada aluno 
 Marcelo Brandão 
 O ensino como forma unificada de transmissão de conhecimento, independentemente das 
 características de cada aluno, parece estar com os dias contatos. Nada mais de ensinar de um único 
 jeito para alunos distintos. 
 A proposta é implementar um “aprendizado adaptativo” por meio de toda a tecnologia online disponível 
 para individualizar o ensino a cada estudante. Uma proposta ambiciosa, que pretende abarcar toda 
 Espanha e América Latina até o final de 2015. Para alcançar esse objetivo, o projeto utilizará todo o 
 potencial da Internet e do Big Data - que acumulará todo o histórico do aluno permitindo conhecer 
 seus talentos e suas fraquezas e definir um plano de ensino que melhor se adapte a ele. E com o 
 auxílio de ferramentas de análises em rede, proporcionará um conhecimento para o melhor caminho 
 profissional e educativo desse aluno. Ou seja, a personalização passa ser a chave de todo o projeto 
 educacional. 
 No entanto, esse modelo segue tendo como pilar principal o professor. “Por exemplo, o programa dirá a 
 ele que: nessa semana foram explicados 32 conceitos. O aluno assimilou 27. Esses são os cinco que 
 merecem reforço. Ou, esse aluno é muito esperto e está aprendendo sem problemas, porém está se 
 esforçando ao limite”, explica Manuela Clara, sobre o quão acessível e o quão didática é a ferramenta 
 para os professores. 
 A nova proposta de ensino já começa a apresentar boa aceitação entre os docentes. Segundo uma 
 pesquisa realizada pela Santillana entre professores que fizeram alguns testes com a plataforma, 82% 
 dos consultados acreditam que a porcentagem de alunos aprovados na matéria aumentaria em 10%. 
 A tecnologia como ferramenta educativa já não é mais questionável. Videojogos e outros passatempos 
 têm auxiliado, há um bom tempo, o desenvolvimento de nossas habilidades e seduzido nossa fome por 
 conhecimento. A novidade aqui, no entanto, abre espaço para um avanço e uma discussão mais ampla 
 envolvendo percepção e a análise psíquica de cada indivíduo (...). 
 Disponível em <http://consumidormoderno.uol.com.br/index.php/inovacao/novas-tecnologias>. Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A proposta apresentada no texto refere-se ao ensino personalizado a cada estudante, de acordo 
 com suas facilidades e dificuldades de aprendizagem, por meio da tecnologia online disponível. 
 II. Essa proposta de ensino minimiza o papel do professor na educação, conferindo à tecnologia a 
 capacidade de ensinar. 
 III. De acordo com o texto, a plataforma já é aceita e utilizada por 82% dos professores. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I, II e III. B. II e III, apenas. C. II, apenas. D. I e III, apenas. E. I, apenas. 
 113 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar ferramenta que torna o ensino mais personalizado. 
 Questão 85. 
 Assunto/tema. Questão de gêneros: educação para a igualdade. 
 Leiaa charge e o texto a seguir. 
 Disponível em <http://gabrielacaldeiraaranhaposusp.blogspot.com.br/2012_11_01_archive.html>. Acesso em 15 fev. 2015. 
 Garotinha de seis anos dá lição de igualdade de gênero para editora de livros infantis 
 Aos seis anos de idade, a garotinha Parker Danis costumava ser fã da série ‘Biggest, Baddest Book of 
 Bugs’. Mas quando percebeu que na mensagem da contracapa estava escrito que aquele era um livro 
 “para garotos”, ela decidiu enviar uma carta com reclamações muito adultas para a editora ABDO. 
 “Queridos publicadores, eu sou uma garota de seis anos de idade e acabei de ler ‘Biggest, Baddest 
 Book of Bugs’. Eu realmente gostei da seção dos insetos que brilham no escuro e das questões no fim. 
 Mas quando vi que a contracapa dizia que aquele era um livro para garotos eu fiquei muito triste. 
 Fiquei chateada por existir algo como um “livro para garotos”. Vocês deveriam colocar “para meninos e 
 meninas” em vez de “para meninos”, pois algumas garotas também querem ser entomologistas”. 
 Enviada no dia 20 de abril, a editora respondeu para a garota 20 dias depois com a seguinte 
 mensagem: “Você tocou em um ponto muito importante: deveríamos ter feito ‘Biggest, Baddest Book 
 of Bugs’ para todos. Afinal, garotas podem gostar de ‘coisas de garotos’ também. Nós decidimos levar 
 em conta o seu conselho e na próxima edição o livro se chamará simplesmente ‘Biggest, Baddest Book 
 of Bugs’”. 
 Um tempo depois (com Parker completando seus maduros sete anos), a editora enviou a nova edição – 
 já alterada – para a garota. Em resposta à mudança, Parker disse publicamente: “Se quiserem, 
 meninos podem ter cabelos grandes e garotas, cabelos curtos”. 
 Disponível em 
 <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2014/12/garotinha-de-seis-anos-da-licao-de-igualdade-de-genero-para-editora-de-livros-infantis.html>. Acesso 
 em 08 dez. 2014. 
 Com base nas leituras, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. A garota da notícia e a da tirinha assumem posturas distintas, uma vez que a amiga de Calvin 
 defende que há “coisas de menino e coisas de menina” e, por isso, não quer subir na árvore. 
 114 
 II. A crítica da menina na carta à editora fundamenta-se no argumento de que a ciência é algo que 
 interessa aos dois gêneros, diferentemente de outros assuntos mais específicos. 
 III. Os dois textos posicionam-se contrariamente à discriminação por gênero, que pode se 
 manifestar desde a infância. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e III. B. II e III. C. III. D. I e II. E. I. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Analisar criticamente situações de discriminação por gênero. 
 Questão 86. 
 Assunto/tema. Impostos: carga tributária no Brasil. 
 Analise a charge e texto a seguir. 
 Disponível em <http://1.bp.blogspot.com>. Acesso em 15 dez. 2014. 
 Brasil é o pior em retorno de impostos à população, aponta estudo. 
 Pela quinta vez consecutiva, o Brasil é o país que proporciona o pior retorno de valores arrecadados 
 com tributos em qualidade de vida para a sua população. A conclusão consta de estudo do IBPT 
 (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) que compara 30 países com maior carga tributária 
 em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e verifica se o que é arrecadado por essas nações volta aos 
 contribuintes em serviços de qualidade. 
 Estados Unidos, Austrália e Coréia do Sul ocupam respectivamente as primeiras posições do ranking. O 
 Brasil está em 30º lugar, atrás da Argentina (24º) e do Uruguai (13º). 
 Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/04/1434959-brasil-e-o-pior-em-retorno-de-imposto-a-populacao-aponta-estudo.shtml>. Acesso em 
 15 dez. 2014. 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 I. A crítica tanto da charge quanto do texto é direcionada ao fato de que os cargos públicos e os 
 privilégios no Brasil ainda são hereditários, resquício de nosso passado colonial. 
 II. A charge e o texto entram em contradição, uma vez que a charge mostra um cenário otimista 
 de continuidade e a notícia critica o sistema tributário brasileiro. 
 115 
 III. De acordo com os dados da notícia, no Uruguai, o volume de imposto arrecadado é maior do 
 que no Brasil. 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. Apenas a afirmativa I está correta. 
 B. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
 C. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 D. Nenhuma afirmativa está correta. 
 E. Apenas a afirmativa III está correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Entender ranking de volume de impostos arrecadados que retorna aos contribuintes na forma de 
 serviços públicos. 
 ● Analisar criticamente a política tributária brasileira. 
 Questão 87. 
 Assunto/tema. Educação: relação entre pais e filhos. 
 Leia o texto e a charge a seguir. 
 Para educar um filho 
 Rubem Alves 
 Era uma sessão de terapia. “Não tenho tempo para educar a minha filha”, ela disse. 
 Um psicanalista ortodoxo tomaria essa deixa como um caminho para a exploração do inconsciente do 
 cliente. Ali estava um fio solto no tecido da ansiedade materna. Era só puxar o fio... Culpa. Ansiedade e 
 culpa nos levariam para o sinistro subterrâneo da alma. 
 Mas eu nunca fui ortodoxo. Sempre caminhei ao contrário na religião, na psicanálise, na universidade, 
 na política, o que tem me valido não poucas complicações. O fato é que eu tenho um lado bruto, igual 
 àquele do Analista de Bagé. Não puxei o fio solto dela. Ofereci-lhe meu próprio fio. 
 “Eu nunca eduquei os meus filhos...”, eu disse. 
 Ela fez uma pausa perplexa. Deve ter pensado: “Mas que psicanalista é esse que não educa seus 
 filhos?”. “Nunca educou seus filhos?”, perguntou. 
 Respondi: “Não, nunca. Eu só vivi com eles”. 
 Essa memória antiga saiu da sua sombra quando uma jornalista, que preparava um artigo dirigido aos 
 pais, me perguntou: “Que conselho o senhor daria aos pais?”. 
 Respondi: “Nenhum. Não dou conselhos. Apenas diria: a infância é muito curta. Muito mais cedo do 
 que se imagina, os filhos crescerão e baterão as asas. Já não nos darão ouvidos. Já não serão nossos. 
 No curto espaço da infância há apenas uma coisa a ser feita: viver com eles, viver gostoso com eles. 
 Sem currículo. A vida é o currículo. Vivendo juntos, pais e filhos aprendem. A coisa mais importante a 
 ser aprendida nada tem a ver com informações. Conheço pessoas bem informadas que são idiotas 
 perfeitos. O que se ensina é o espaço manso e curioso que é criado pela relação lúdica entre pais e 
 filhos”. 
 116 
 Ensina-se um mundo! Vi, numa manhã de sábado, num parquinho, uma cena triste: um pai levava o 
 filho pra brincar. Com a mão esquerda empurrava o balanço. Com a mão direita segurava o jornal que 
 estava lendo... 
 Em poucos anos, sua mão esquerda estará vazia. Em compensação, ele terá duas mãos para segurar o 
 jornal. 
 Disponível em <http://www.pingodegente.com.br/2010/01/um-pouco-de-rubem-alves/>. Acesso em 15 dez. 2014. 
 Disponível em <http://speranzanueva.blogspot.com.br/2013/06/charge_12.html>. Acesso em 15 dez. 2014. 
 Com base nas leituras, analise as afirmativas. 
 I. O humor da charge concentra-se na contradição entre a afetividade exibida em redessociais e o 
 convívio real entre pai e filho. 
 II. O autor sugere que os filhos não devem ser educados, pois o tempo é curto e, em poucos anos, 
 eles crescem e não escutam mais os pais. 
 III. O comportamento do pai da charge assemelha-se ao do pai com o filho no parquinho, relatado 
 por Rubem Alves. 
 IV. De acordo com Rubem Alves, a falta de informações faz com que os pais não saibam educar 
 seus filhos. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. II e III. C. I e III. D. III e IV. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Analisar criticamente o processo de educar filhos. 
 Questão 88. 
 Assunto/tema. Arte: Leonardo da Vinci. 
 Leia o texto a seguir. 
 117 
 Autorretrato ''mágico'' de Da Vinci foi escondido de Hitler 
 Um dos autorretratos mais famosos do mundo está em Turim, na Itália, e raramente é exibido ao 
 público. É o autorretrato de Leonardo da Vinci, feito há 500 anos. Sua fama vem não apenas do fato de 
 ter sido produzido por Da Vinci, mas também por seus supostos poderes mágicos. Segundo a lenda, o 
 olhar de Da Vinci em seu autorretrato é tão intenso que aquele que o observa recebe uma força 
 extraordinária. Diz-se, inclusive, que foi devido a esse poder místico, e não ao valor cultural ou 
 monetário do desenho, que ele foi levado de Turim para Roma durante a Segunda Guerra Mundial. Isso 
 porque ninguém queria que o quadro caísse nas mãos de Adolph Hitler. Ninguém queria correr o risco 
 de dar a Hitler ainda mais poderes. Essa foi, na época, a única obra retirada de toda a vasta coleção de 
 desenhos e manuscritos da Biblioteca Real de Turim. 
 O atual diretor da biblioteca, Giovanni Saccani, disse que ninguém sabe ao certo onde o quadro estava 
 escondido. "Para evitar que os nazistas o levassem, colocou-se em prática uma grande operação para 
 transportá-lo em total sigilo para Roma." 
 Apesar da importância da obra, não há um consenso entre especialistas se ela é mesmo um 
 autorretrato de Da Vinci. "Ele não era fã da ideia de autorretratos", afirma James Hall, autor do livro "O 
 autorretrato: uma história cultural", que duvida que o retrato tenha sido feito por Da Vinci. Já Saccani, 
 diretor da Biblioteca Real, não tem dúvidas: "O poder expressivo de seu rosto está absolutamente 
 aliado a uma emoção e uma habilidade que apenas Leonardo podia ter." 
 Atualmente, o autorretrato é considerado tão valioso que há um decreto dizendo que só se pode 
 mudá-lo de lugar com uma permissão ministerial. No entanto, nas próximas semanas, 50 pessoas por 
 hora terão permissão para visitar o local. Apesar de haver mais de 80 importantes obras do porte de 
 Rembrandt e Van Dyck, a maioria dos visitantes estará lá para ver o famoso autorretrato "mágico" de 
 Da Vinci. E muitas delas certamente terão em mente outra lenda sobre o quadro: diz-se que antes de 
 fazer uma prova, muitos estudantes revisam a matéria em um lugar na biblioteca que fica diretamente 
 em cima do "porão" onde está o autorretrato. Segundo essa crença popular, quem estuda perto da 
 genialidade de Leonardo da Vinci é contagiado por ela. 
 Disponível em <http://entretenimento.ne10.uol.com.br/artes-visuais/noticia/2014/11/04/autorretrato-magico-de-da-vinci-foi-escondido-de-hitler-517688.php>. 
 Acesso em 05 nov. 2014 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 I. De acordo com o texto, o quadro foi levado de Turim para Roma porque seu alto valor 
 interessava aos nazistas. 
 II. Considerando a crença popular, quem estuda olhando para as obras de Leonardo da Vinci é 
 contagiado por sua sabedoria. 
 III. A comprovação do poder místico do autorretrato de Da Vinci está no fato de os alunos que 
 estudam perto da obra terem bons resultados nas provas. 
 A. Apenas a afirmativa I está correta. B. Apenas a afirmativa II está correta. 
 C. Apenas a afirmativa III está correta. D. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 E. Nenhuma afirmativa está correta. 
 118 
http://entretenimento.ne10.uol.com.br/artes-visuais/noticia/2014/11/04/autorretrato-magico-de-da-vinci-foi-escondido-de-hitler-517688.php
http://entretenimento.ne10.uol.com.br/artes-visuais/noticia/2014/11/04/autorretrato-magico-de-da-vinci-foi-escondido-de-hitler-517688.php
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Compreender a trajetória do autorretrato de Leonardo da Vinci. 
 Questão 89. 
 Assunto/tema. Sociedade contemporânea: racionalidade técnica e problemas sociais. 
 Leia o texto de Antonio Candido e analise as afirmativas a seguir. 
 Em comparação a eras passadas, chegamos a um máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre 
 a natureza. Isso permite imaginar a possibilidade de resolver grande número de problemas materiais 
 do homem, quem sabe inclusive o da alimentação. No entanto, a irracionalidade do comportamento é 
 também máxima, servida frequentemente pelos mesmos meios que deveriam realizar os desígnios da 
 racionalidade. Assim, com a energia atômica podemos ao mesmo tempo gerar força criadora e destruir 
 a vida pela guerra; com o incrível progresso industrial aumentamos o conforto até alcançar níveis 
 nunca sonhados, mas excluímos dele as grandes massas que condenamos à miséria. 
 CANDIDO, Antonio. Direito à Literatura in: Vários Escritos . 
 I. O autor considera irracionais as tecnologias modernas. 
 II. O autor destaca as contradições materiais do nosso tempo, afirmando que a racionalidade 
 técnica não implica o fim das desigualdades sociais. 
 III. O autor afirma que a racionalidade técnica, com o domínio sobre a natureza, é suficiente para 
 resolver os problemas da humanidade. 
 IV. O autor enaltece a evolução tecnológica, uma vez que ela melhora as condições de vida da 
 população, possibilitando confortos nunca antes imaginados. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I e II. B. II. C. III e IV. D. II e IV. E. II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar o contraste entre “racionalidade técnica” e “irracionalidade do comportamento humano”. 
 ● Avaliar criticamente quem são os favorecidos pelos confortos vindos da evolução tecnológica. 
 119 
 Questão 90. 
 Assunto/tema. Sociedade contemporânea: internet, redes sociais e conhecimento. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <http://blogs.odiario.com/wilteixeira/wp-content/uploads/sites/36/2010/08/cartum02blog.jpg>. Acesso em 03 ago. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O objetivo da charge é enaltecer o modo como a internet contribui para a construção do 
 conhecimento dos jovens. 
 II. Na charge, sugere-se que o contato com as redes sociais pode, muitas vezes, fazer com que as 
 pessoas percam o contato com o mundo real. 
 III. O personagem da charge reconhece, no mundo real, aquilo que aprendeu na realidade virtual, o 
 que indica o papel educativo da internet atualmente. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I. B. II. C. III. D. I e II. E. I e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar charge. 
 ● Analisar criticamente o processo de alienação do jovem que apenas vive no mundo digital. 
 Questão 91.Assunto/tema. Economia: globalização e relações de trabalho. 
 Leia o texto a seguir. 
 O fim do trabalho? 
 Thomaz Wood Jr. 
 O trabalho é ideia milenar nem sempre muito apreciada. A Grécia antiga não o tinha em grande conta e 
 o considerava um inimigo da virtude, a cercear os homens de suas mais nobres aptidões, as quais 
 deveriam ser desenvolvidas na filosofia e na política. As sociedades industrializadas modernas, 
 contrariamente aos gregos, celebram o trabalho como valor central, algo capaz de gerar riqueza e 
 bem-estar, beneficiando o indivíduo e a sociedade. 
 120 
 Algumas tendências em curso sinalizam o declínio dos empregos estáveis, de tempo integral. A crise 
 econômica do fim dos anos 2000 e a presente recessão brasileira nos levam a relembrar o drama do 
 desemprego. Quando cortam quadros ou encerram atividades, as empresas projetam uma sombra 
 sobre as comunidades. A arrecadação diminui, o consumo cai, os serviços básicos são afetados, a 
 coesão cultural é enfraquecida e multiplicam-se patologias sociais e dramas pessoais. 
 Os últimos séculos foram marcados por reinvenções sucessivas do trabalho, da agricultura para a 
 indústria e desta para os serviços. As transições foram traumáticas, mas cada estado final representou 
 uma evolução em relação ao seu ponto de partida, com mais empregos e mais riqueza. As tendências 
 atuais apontam, entretanto, para a criação de uma massa paralela de destituídos, sem emprego ou 
 competências para subsistir em um mundo intensivo em tecnologia. 
 Podemos identificar três grandes tendências. A primeira delas é a superação do trabalho pelo capital. 
 Desde os anos 1980, as empresas investiram em reestruturações e em automação industrial, na busca 
 de formas eficientes para organizar o trabalho e automatizar seus processos. O resultado foi o 
 enxugamento dos quadros e uma perda progressiva do poder de barganha do trabalho diante do 
 capital. A segunda tendência é o desaparecimento progressivo do trabalhador. Estatísticas 
 norte-americanas indicam um aumento inexorável do porcentual de homens que não estão trabalhando 
 ou procurando por trabalho. A terceira tendência relaciona-se ao avanço das tecnologias de informação 
 e comunicação. Os impactos de mudanças tecnológicas podem demorar anos para se manifestar, mas, 
 quando ocorrem, são contundentes. Vendedores, caixas, atendentes e funcionários de escritórios são 
 os primeiros na linha de fogo. 
 O trabalho preenche três funções sociais: é uma forma pela qual a economia produz bens, um meio de 
 as pessoas garantirem seu sustento e uma atividade que provê sentido e propósito à vida das pessoas. 
 O que ocorrerá se as tendências acima mencionadas se aprofundarem? A primeira função social parece 
 cada vez menos dependente de trabalhadores. A economia poderá continuar produzindo bens, com 
 menor número de empregos. Mas sem salários, quem irá consumi-los? A terceira função social poderá 
 ser substituída, uma vez que há outras atividades passíveis de prover sentido e propósito para os 
 indivíduos. Mas o que ocorrerá com a segunda função social? Como continuar a garantir o sustento 
 sem uma oferta condizente de empregos? 
 Muitas pessoas detestam sua profissão, seu emprego ou ambos. Porém perder o ganha-pão pode ser 
 trágico. Nos países desenvolvidos, a infraestrutura madura e as redes de proteção social, aliadas a 
 certa criatividade individual e doses crescentes de empreendedorismo, poderão tornar a vida na 
 informalidade laboral passável, até recompensadora. Nos países em desenvolvimento, a transição 
 poderá ser mais dura e trágica. Entretanto, o pessimismo necessário deve ser temperado com doses 
 homeopáticas de otimismo. Trabalhos estáveis e de tempo integral talvez sejam vistos no futuro como 
 peculiaridade de uma época. Os nostálgicos lamentarão seu desaparecimento. Outros celebrarão seu 
 declínio como uma porta aberta ao cultivo das virtudes, como desejavam os antigos gregos . 
 Disponível em <http://www.cartacapital.com.br/revista/860/o-fim-do-trabalho-5512.html>. Acesso em 03 ago. 2015 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. Para os gregos, o trabalho era visto como algo ordinário e reservado às classes inferiores, e tal 
 visão justifica a recente crise econômica que a Grécia enfrenta, pois, segundo o texto, “as 
 sociedades industrializadas modernas, contrariamente aos gregos, celebram o trabalho como 
 valor central, algo capaz de gerar riqueza e bem-estar, beneficiando o indivíduo e a sociedade”. 
 II. Segundo o texto, a redução de trabalhadores põe em risco a produção mundial, uma vez que 
 “estatísticas norte-americanas indicam aumento inexorável do percentual de homens que não 
 estão trabalhando”. 
 III. Depreende-se do texto que a virtude humana sempre esteve associada ao trabalho e à 
 produtividade, uma vez que o trabalho enobrece e dignifica o homem. 
 IV. De acordo com o texto, a automação industrial e os avanços tecnológicos são responsáveis pela 
 transformação das relações de trabalho. 
 É correto o que se afirma somente em 
 121 
 A. I e IV. B. II e IV. C. I, II e III. D. III e IV. E. IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar criticamente relações de trabalho. 
 Questão 92. 
 Assunto/tema. Economia: globalização e desigualdades. 
 Leia a charge e o texto a seguir. 
 Disponível em <http://2.bp.blogspot.com/-9J813AqbckY/T-_r9B5hvaI/AAAAAAAABWs/elOPjU96_a0/s1600/rio-mais-vinte-110612-walter-humor-politico.gif>. 
 Acesso em 11 ago. 2015. 
 Por uma outra globalização 
 Milton Santos 
 Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma 
 explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das 
 técnicas, das quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que autorizam a precisão e a 
 intencionalidade. De outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e 
 todas as vertigens que cria, a começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um 
 mundo físico fabricado pelo homem, cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo 
 confuso e confusamente percebido. Explicações mecanicistas são, todavia, insuficientes. É a maneira 
 como, sobre essa base material, se produz a história humana que é a verdadeira responsável pela 
 criação da torre de babel em que vive a nossa era globalizada. Quando tudo permite imaginar que se 
 tornou possível a criação de um mundo veraz, o que é imposto aos espíritos é um mundo de 
 fabulações, que se aproveita do alargamento de todos os contextos (...) para consagrar um discurso 
 único. Seus fundamentos são a informação e o seu império, que encontram alicerce na produção de 
 imagens e do imaginário, e se põem ao serviço do império do dinheiro, fundado este na economização 
 e na monetarização da vida social e da vida pessoal. De fato, se desejamos escapar à crença de que 
 esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percepção 
 enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seriao 
 mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: 
 a globalização como perversidade; e o terceiro seria o mundo como ele pode ser: uma outra 
 globalização. 
 SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal . Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 122 
 I. A charge e o texto indicam a impossibilidade de um mundo fora do alcance do capital 
 internacional, já que a base material por meio da qual se produz a história humana impede 
 críticas ao discurso hegemônico da globalização. 
 II. A charge revela a globalização como fábula, uma vez que o fluxo de mercadorias e de capital 
 não altera a vida das comunidades rurais e a realidade é ignorada pelos seus habitantes. 
 III. A charge enaltece o progresso que a globalização promove, o que descaracteriza seu caráter 
 perverso, descrito no texto de Milton Santos. 
 IV. O foco do texto é apregoar os benefícios da globalização, que permite produção em alta 
 velocidade e circulação contínua das informações, com extraordinário progresso das ciências e 
 das técnicas. 
 Com base na leitura, assinale a alternativa certa. 
 A. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. B. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
 C. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. D. Todas as afirmativas estão corretas. 
 E. Nenhuma afirmativa está correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Analisar criticamente o processo de globalização. 
 Questão 93. 
 Assunto/tema. Educação: valorização do professor. 
 Leia a charge e a reportagem a seguir. 
 123 
 Disponível em <https://www.facebook.com/quebrandootabu/photos/a.575920612464330.1073741825.165205036869225/879913415398380/?type=1&theater>. 
 Acesso em 03 ago. 2015. 
 Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de violência contra professores 
 Uma pesquisa global feita com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do 
 ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe o Brasil no topo de um ranking de 
 violência em escolas. 
 Na enquete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos 
 professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos 
 pelo menos uma vez por semana. Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados - a média 
 entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália, com 9,7%. Na Coreia 
 do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero. 
 O tema da violência em sala de aula foi destacado por internautas ouvidos pela BBC Brasil como um 
 assunto que deveria receber mais atenção por parte dos candidatos presidenciais e vem gerando 
 acirrados debates em posts que publicamos nos últimos dias nas nossas páginas em redes sociais. 
 "A escola hoje está mais aberta à sociedade. Os alunos levam para a aula seus problemas cotidianos", 
 disse à BBC Brasil Dirk Van Damme, chefe da divisão de inovação e medição de progressos em 
 educação da OCDE. 
 O estudo internacional sobre professores, ensino e aprendizagem (TALIS, na sigla em inglês) também 
 revelou que apenas um em cada dez professores no Brasil acredita que a profissão é valorizada pela 
 sociedade; a média global é de 31%. 
 O Brasil está entre os dez últimos da lista nesse quesito, que mede a percepção que o professor tem da 
 valorização de sua profissão. O lanterna é a Eslováquia, com 3,9%. Em seguida, estão a França e a 
 Suécia, onde só 4,9% dos professores acham que são devidamente apreciados pela sociedade. Já na 
 Malásia, quase 84% (83,8%) dos professores acham que a profissão é valorizada. Na sequência, vêm 
 Cingapura, com 67,6%, e a Coreia do Sul, com 66,5%. 
 A pesquisa ainda indica que, apesar dos problemas, a maioria dos professores no mundo se diz 
 satisfeita com o trabalho, mas "não se sentem apoiados e reconhecidos pela instituição escolar e se 
 veem desconsiderados pela sociedade em geral", diz a OCDE. 
 Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/08/140822_salasocial_eleicoes_ocde_valorizacao_professores_brasil_daniela_rw>. Acesso em 03 
 ago. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A charge critica a falta de respeito dos alunos, que, em geral, não foram educados para bater à 
 porta. 
 II. Se a charge for lida no contexto apresentado pela reportagem, entende-se a ambiguidade 
 presente na expressão “entre sem bater”. 
 III. Com base nos dados, em países asiáticos, o trabalho docente é mais valorizado do que no 
 Brasil. 
 IV. De acordo com os dados, o número de professores agredidos no Brasil é cerca de 2,8% maior 
 do que o número de professores agredidos na Austrália. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. II, III e IV. B. I, II e IV. C. I e III. D. II e III. E. III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 124 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Analisar a violência contra o professor em sala de aula. 
 Questão 94. 
 Assunto/tema. Sociedade: civilização e progresso. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <http://4.bp.blogspot.com/-vPaxSI5C8AA/UcLrH-sFVMI/AAAAAAAAHoY/gfU7C-C0tIk/s640/Charge_Progresso1.jpg>. Acesso em 03 ago. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A charge ilustra a evolução histórica da civilização e sugere que a humanidade caminha em 
 direção ao progresso. 
 II. A charge relaciona positivamente o desenvolvimento tecnológico e o bem-estar dos cidadãos. 
 III. A charge indica que o caminho para o progresso exige perseverança e só é possível no 
 ambiente urbano. 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. Nenhuma afirmativa está correta. B. Apenas a afirmativa I está correta. 
 C. Apenas a afirmativa II está correta. D. Apenas a afirmativa III está correta. 
 E. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar charge. 
 ● Analisar criticamente consequências do progresso no trânsito. 
 Questão 95. 
 Assunto/tema. Sociedade do controle: internet e redes sociais. 
 Leia o texto a seguir. 
 Bem-vindos à maravilhosa e medonha Zuckernet 
 125 
 Os perigosos efeitos de conhecer o mundo através de uma única rede social 
 Bia Granja 
 Outro dia, um jornalista deu a melhor definição que já ouvi sobre o Facebook: a rede social criada por 
 Mark Zuckerberg é como um cachorro gigantesco correndo em sua direção no parque - você nunca 
 sabe se ele vai arrancar sua cabeça com uma dentada ou te dar uma lambida carinhosa. 
 O Facebook é o amigo-inimigo; ruim com ele, pior sem ele. É também o centro da vida de 1,4 bilhão de 
 pessoas no mundo e de 50% dos brasileiros. Desses, 67% informam-se prioritariamente por essa rede 
 social. Ou seja, 30% dos brasileiros têm no Facebook sua fonte primária de notícias e informações. 
 Mas quase 100% deles não fazem ideia de que o Facebook edita o que eles veem em suas timelines; 
 de que essa rede social tem um algoritmo escrito por um menino de 26 anos que define o que 1,4 
 bilhão de pessoas no mundo devem ler; e de que isso empobrece nossa visão de mundo e fere um 
 princípio básico da internet, o de fornecer acesso à informação sem censura e sem filtro. 
 Você curteser manipulado? Você acha legal ter sua visão de mundo determinada por terceiros? Você 
 não se sente meio idiota sabendo que o conteúdo que você acha que está escolhendo consumir, na 
 verdade, foi escolhido por outro alguém? 
 Os mais apocalípticos dizem que o Facebook é a verdadeira Deep Web, porque tudo o que está ali não 
 é nem indexável nem buscável — pelo menos para nós. Os cientistas de dados da rede social têm 
 acesso ao que 20% da população mundial curte, compartilha, comenta, consome, lê, se interessa, em 
 quem vota, o que come, com quem se relaciona, o que compra, o que ama, o que odeia e tudo o mais 
 que despejamos no Facebook diariamente. 
 Além de essa inteligência (capaz de prever resultados de eleições) ser vendida para marcas, governos e 
 organizações, há notícias de que são realizados experimentos questionáveis com essa base de usuários. 
 Um desses experimentos vazou para a mídia uma vez, quando eles manipularam as emoções de 
 milhares de usuários só porque… podiam! Isso é o que sabemos, mas existem coisas acontecendo no 
 backstage da nossa rede social favorita de que nem fazemos ideia e que nos afetam diretamente. 
 Com o objetivo de fazer a rede social ser cada vez mais relevante para os usuários (para que eles não 
 saiam nunca de lá) e com a grande e autoproclamada missão de levar a internet para os dois terços da 
 população mundial que não têm acesso a ela, o Facebook toma medidas extremamente centralizadoras 
 e questionáveis. 
 O Internet.org, seu projeto “altruísta” de levar internet gratuita a populações carentes, é uma delas. A 
 pessoa não ganha acesso a toda a internet, ganha acesso ao Facebook e a mais uma pequena porção 
 de outros sites. Ou seja, a medida que expande sua base de usuários (um dos grandes desafios da 
 rede social no momento) acaba corroborando a visão que uma grande parcela de usuários da rede tem, 
 de que o Facebook é TODA a internet. 
 A rede social tornou-se a primeira e principal experiência wébica que muita gente tem aqui no Brasil, e 
 uma parcela enorme dos brasileiros conectados não conhece nada na internet além do Facebook. 
 Inclusão digital é algo maravilhoso, mas conhecer o mundo através do olhar e das regras 
 de uma única rede social, sem experimentar a verdadeira web, que é livre, colaborativa e 
 criativa, é problemático. 
 O Facebook não é a internet, é a Zuckernet — um cachorro gigante que corre na sua direção e que vai 
 arrancar a sua cabeça… na base da dentada ou da lambida. 
 Disponível em <https://www.youpix.com.br/bem-vindos-%C3%A0-maravilhosa-e-medonha-zuckernet-3e27f304dc13>. Acesso em 23 jun. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. O texto enaltece a democratização de informações possibilitada pelo Facebook a mais de 1 
 bilhão de pessoas no mundo. 
 II. De acordo com a autora, o altruísmo de Zuckerberg faz com que sua missão seja disponibilizar a 
 rede para a maior parte das pessoas no mundo, inclusive nas regiões carentes. 
 III. O texto critica a seleção e a divulgação de informações controladas pelo Facebook com fins 
 comerciais, uma vez que a rede fornece dados a empresas e instituições. 
 IV. Segundo o texto, muitas pessoas não percebem que as informações que aparecem nas suas 
 timelines são determinadas por um algoritmo que define um recorte e uma visão de mundo. 
 Assinale a alternativa certa. 
 126 
 A. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. B. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
 C. Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. D. Apenas as afirmativas II e III estão 
 corretas. 
 E. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar criticamente efeitos do Facebook sobre as pessoas. 
 Questão 96. 
 Assunto/tema. Sociedade brasileira: política e corrupção. 
 Leia o texto e a charge a seguir. 
 Corrupção no Brasil: das colônias a todas as esferas da política e do mercado 
 O Brasil sofre com a corrupção desde antes de ganhar este nome. Junto com as caravelas, chegou e se 
 desenvolveu também a prática que ajuda a manter o status da elite e as amarras do povo, sempre à 
 mercê dos mais diversos esquemas, em uma herança corruptora passada de geração a geração. Talvez 
 o país nunca tenha a real dimensão dos crimes praticados, que garantiriam manchetes muito mais 
 arrepiantes do que as que costumam escandalizar a sociedade brasileira. E as relações promíscuas não 
 se limitam ao poder público, na esfera privada também é comum. O Jornal do Brasil levanta alguns 
 casos para ilustrar a quincentenária pilhagem do bem público. 
 Apesar de não ser de exclusividade do Brasil, a corrupção teve um desenrolar específico nestas terras. 
 Como a Corte precisava convencer pessoas a trabalharem em um desconhecido Brasil, oferecia 
 privilégios em funções desempenhadas sem vigilância e definição de papéis, para garantir a ocupação 
 das terras e a criação de instituições. Práticas de corrupção passaram a permear diversos níveis do 
 funcionalismo público, passando do governador, dos tabeliães e dos oficiais de justiça para chegar até 
 os cargos mais baixos da Câmara - funcionários que tinham a prática de favorecer ou prejudicar 
 comerciantes, sob pagamento de propina, por exemplo, indicam documentos históricos. Vide também o 
 tráfico de escravos africanos, que era visto sem maiores problemas apesar de denúncias de autoridades 
 internacionais. 
 A corrupção se tornava frequente até nos locais em que a Coroa prestava maior atenção, como no 
 litoral do país, mas em locais menos notados, como Minas Gerais e Goiás, devido à distância e às 
 dificuldades de transporte, as coisas aconteciam de forma ainda pior. A Coroa, inclusive, estimulava que 
 os fidalgos fizessem o que quisessem para mandar e garantir a posse de territórios. 
 A corrupção eleitoral e a relacionada a obras públicas surgiram logo com a proclamação da 
 Independência, em 1822. Visconde de Mauá, por exemplo, que fundou a indústria naval brasileira em 
 1846, ao construir estaleiros da Companhia Ponta da Areia, em Niterói, recebeu licença para a 
 exploração de cabo submarino e a transferiu a uma companhia inglesa da qual se tornou diretor. 
 Projetos de grande porte para o país recém-liberto do império se tornavam fonte de dinheiro fácil para 
 grupos oligárquicos. 
 Mais à frente, com a proclamação da República em 1889, veio a Política dos Governadores, a influência 
 dos coronéis e o voto de cabresto. Acabava o "voto censitário", que definia renda mínima para 
 qualificar o eleitor, mas vinham outras formas de controlar quem poderia chegar ao poder. Entre 1894 e 
 127 
 1930, o país teve o governo de presidentes civis ligados ao setor agrário, que controlavam as eleições 
 mantendo-se no poder de maneira alternada. 
 O professor e autor de livros didáticos de história Roberto Catelli Jr., no artigo A República do 
 Voto, relata que, como o voto não era obrigatório nem secreto, o coronel oferecia dinheiro, roupas e 
 chapéus para que os eleitores comparecessem às urnas, e os capangas verificavam o preenchimento da 
 cédula. Ao apurar os votos, eleitores eraminventados e atas com resultados eram adulteradas. Havia a 
 Comissão de Verificação de Poderes, para criar argumentos para não empossar candidatos da 
 oposição (degola) e diplomar representantes da oligarquia. Muitos outros casos foram surgindo ao 
 longo do século seguinte, como o caso de corrupção eleitoral que levou Getúlio Vargas ao seu primeiro 
 ciclo de poder e os casos de corrupção e desvio de verbas na construção de Brasília no governo JK. Da 
 ditadura, também não faltam histórias. 
 Disponível em <http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/12/14/corrupcao-no-brasil-das-colonias-a-todas-as-esferas-da-politica-e-do-mercado/>. Acesso em 14 
 ago. 2015 (com adaptações). 
 Disponível em <http://cienciaecriticacultural.blogspot.com.br/2010/08/charge.html>. Acesso em 14 ago. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. Segundo a charge, a compra de votos só acontece com indivíduos mais pobres, que não têm 
 bens materiais e cedem ao suborno de políticos. 
 II. O fim do voto censitário no Brasil tornou as eleições um processo igualitário e democrático, sem 
 brechas para irregularidades. 
 III. O texto defende a ideia de que a corrupção sempre esteve presente no setor público do Brasil, 
 mas a participação do setor privado é recente. 
 IV. De acordo com o texto, a histórica imbricação entre o público e o privado no Brasil é a origem 
 dos esquemas de corrupção. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I e IV. B. III e IV. C. II e III. D. IV. E. I e II. 
 Justificativa. 
 128 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Refletir sobre a histórica corrupção no setor público e no setor privado do Brasil. 
 Questão 97. 
 Assunto/tema. Sociedade brasileira: invisibilidade social. 
 Leia a charge e a reportagem a seguir. 
 Disponível em <http://netodestrovocanhota.blogspot.com.br/2014/09/invisiveis.html>. Acesso em 05 ago. 2015. 
 A dignidade morreu no horário de pico 
 María Martín 
 Vendedor de doces e balas nos superlotados trens do Rio de Janeiro, Adílio dos Santos, como o resto 
 dos colegas de profissão, cruzava os trilhos para evitar que os fiscais apreendessem sua mercadoria. 
 Até que um maquinista o atropelou na tarde desta terça-feira. Ele caiu entre os trilhos e, minutos 
 depois, outro trem passou por cima de seu corpo por ordem da empresa que gerencia o serviço. O 
 corpo de Adílio estava interrompendo o tráfego, a estação de Madureira estava lotada e 6.000 
 passageiros precisavam que o trecho fosse liberado para chegar às suas casas. Adílio dos Santos teve o 
 azar de morrer no horário de pico. 
 A morte e o tratamento dados ao corpo desse vendedor ambulante e ex-presidiário de 33 anos seria 
 invisível não fossem os passageiros gravarem a cena com seus celulares. A SuperVia, companhia 
 responsável pelos trens urbanos da região metropolitana do Rio, reconheceu que o centro de controle 
 da empresa ordenou que o trem continuasse, em um “procedimento de exceção, sob absoluto 
 controle”, devido ao tráfego intenso de trens com milhares de passageiros. A companhia afirma que 
 Adílio já estava morto, mas a perícia ainda não havia chegado para atestá-lo. 
 129 
 Horas depois, Eunice Feliciano, mãe de Adílio, assistia estarrecida à cena na televisão sem saber que 
 aquele corpo pixelado na tela, que sumia embaixo de um trem sob o comando de funcionários da 
 estação, era do seu filho. “É uma coisa terrível, uma desumanidade, fizeram sinal para o trem vir, mas o 
 que é isso?”, desabafou Eunice, aos repórteres. “A gente já estava horrorizada com a situação e depois 
 anunciam que era meu filho. Tem como?”, questiona, antes de lágrimas cortarem sua fala. 
 A empresa considerou que o trem tinha altura suficiente para ultrapassar o corpo sem atingi-lo e que a 
 paralisação da linha criaria transtornos para toda a movimentação do horário, quando cerca de 200.000 
 pessoas viajam em todo o sistema ferroviário. “Passageiros retidos em trens parados tendem a descer 
 irregularmente na linha, aumentando riscos de incidentes, como já ocorreu outras vezes”, justificou a 
 SuperVia. O trem que passou por cima do corpo de Adílio liberou o espaço para desviar outras duas 
 composições que aguardavam lotadas no mesmo trilho. Três trens dando marcha a ré era uma 
 “manobra complicada”, diz a empresa. 
 Apesar dos potenciais problemas que o corpo de Adílio poderia ter causado no sistema, os bombeiros o 
 encontraram por coincidência. A empresa assegura que os acionou logo depois do acidente, mas o 
 Corpo de Bombeiros nega. Eles foram chamados mais de duas horas após o atropelamento por uma 
 ocorrência de trauma, não relacionada com a morte de Adílio, na mesma estação. “Durante o 
 atendimento, a equipe foi informada pelos funcionários da SuperVia que havia um corpo na linha 
 férrea, próximo ao local de atendimento à vítima de trauma. Um policial militar já estava no local 
 aguardando perícia”, afirma a assessoria do Corpo de Bombeiros. A equipe, então, constatou o óbito e 
 continuou o atendimento do caso para o qual foi chamada até que os bombeiros foram acionados de 
 novo, agora para retirar o cadáver. O corpo de Adílio deixou a linha do trem por volta das 20h, três 
 horas depois do atropelamento. 
 O Governo do Rio pediu punição para os culpados. O secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, 
 disse que os responsáveis devem ser identificados. "O que aconteceu em Madureira é um absurdo, uma 
 situação que não pode acontecer em hipótese nenhuma. Foi um desrespeito, uma desumanidade você 
 autorizar um trem passar por uma via que está interrompida por um corpo de uma pessoa morta", 
 disse Osório. 
 A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil qualificou o episódio como uma 
 “barbaridade” e a Agetransp, agência reguladora que fiscaliza os transportes no Rio de Janeiro, abriu 
 uma investigação para apurar as responsabilidades. A família de Adílio não tinha condições de pagar o 
 funeral. O vendedor foi enterrado nesta sexta-feira com o dinheiro da SuperVia. 
 Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/31/politica/1438377272_774029.html>. Acesso em 05 ago. 2015 (com adaptações). 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A charge e a reportagem revelam a insensibilidade frente à morte de pessoas que são 
 consideradas invisíveis pela sociedade. 
 II. A charge e a reportagem denunciam situações de descaso em relação aos indivíduos 
 socialmente menos favorecidos. 
 III. A charge e a reportagem defendem que o interesse coletivo deve prevalecer sobre os problemas 
 individuais. 
 É correto o que se afirma em 
 A. I e II, somente. B. II, somente. C. I e III, somente. D. II e III, somente. E. I, II e III. 
 Justificativa. 
 130 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Refletir sobre a invisibilidade social de pessoas. 
 Questão 98. 
 Assunto/tema. Educação: ensino e política. 
 Leia a charge a seguir. 
 Disponível em <http://www.tiagoluchini.eu/2007/12/19/desigualdade-ii/>. Acesso em 22 jun. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 I. A charge aponta os alunos que não estudam e depredam a escola como os responsáveis pela 
 má qualidade do ensinobrasileiro. 
 II. O pronome “eles” refere-se aos políticos e o pronome “tu” refere-se aos alunos displicentes. 
 III. A charge estabelece uma relação entre a má qualidade da educação brasileira e a escolha de 
 políticos. 
 IV. Os elementos visuais da charge remetem ao universo da escola e a estrutura do texto simula 
 uma aula de estudo dos verbos. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I, II e III. B. I, II e IV. C. I, III e IV. D. II, III e IV. E. III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar charge. 
 ● Relacionar investimento em educação e qualidade do ensino. 
 131 
 Questão 99. 
 Assunto/tema. Movimentos migratórios: xenofobia. 
 Leia a charge e o texto sobre o processo de migração de africanos para o continente europeu. 
 Disponível em <www.operamundi.uol.com.br>. Acesso em 10 set. 2015. 
 ...A relação dos europeus com os náufragos nas suas costas expressa, da forma mais radical, a 
 concepção predominante no Velho Continente, conforme o antigo adágio: civilização ou barbárie. A 
 preocupação dos governos europeus é apenas a proteção do seu território, para que episódios 
 dramáticos, como os que vêm acontecendo há tempos e se agudizando nas últimas semanas, deixem 
 de ocorrer ou diminuam. Não há nenhuma posição em relação às causas da imigração. 
 É de tal forma escandalosa a postura europeia, que nenhum governo ou instância africana participa das 
 reuniões que buscam soluções para os problemas. As únicas referências a governos africanos são ao 
 Marrocos e à Tunísia, buscando apoiar ações que permitam dificultar a saída de embarcações – já que 
 a Líbia, que antes funcionava como contenção para essa saída, agora nem sequer um Estado tem. 
 O que significa que os governos europeus nem cogitam atacar a raiz dos problemas, os que geram a 
 imigração maciça para a Europa desde a África. As condições econômicas e sociais dos países africanos 
 estão inquestionavelmente na origem do problema. E essas condições, por sua vez, têm raízes 
 históricas diretamente vinculadas à Europa. 
 A África foi não somente explorada profunda e extensamente nos seus recursos naturais pelas 
 potências colonizadoras europeias, como foi vítima do mais brutal dos crimes – a escravidão. Milhões e 
 milhões de africanos foram arrancados do seu mundo para serem transferidos para um continente 
 alheio, para trabalhar como raça inferior, produzindo riquezas para a elite branca europeia. 
 A África foi colonizada até poucas décadas atrás e, mesmo com a independência, não mudou sua 
 situação econômica e social, porque seguiu sendo explorada nos seus recursos naturais. 
 A imigração de africanos para um dos continentes mais ricos do mundo – em grande medida por ter 
 sido colonizador e escravizador – é um fenômeno que ocorre já há algumas décadas. Porém, pelo 
 menos uma parte desses trabalhadores imigrantes eram absorvidos, porque eram funcionais a um 
 mercado de trabalho que necessita de mão de obra de pouca qualificação, para funções secundárias. 
 Quando veio a crise econômica, que atinge frontalmente a Europa, em 2008 e ainda sem prazo para 
 acabar, a África foi prejudicada de várias maneiras. 
 Por um lado, a retração europeia foi exportada para os países africanos pela diminuição da demanda 
 dos seus produtos e pela retração nos investimentos. Por outro, especialmente em alguns deles, pela 
 diminuição brusca do turismo, que em alguns países é um fator essencial para o emprego e a economia 
 no seu conjunto. 
 Nesses anos, as tentativas desesperadas dos africanos de chegar à Europa se intensificaram, enquanto 
 o desemprego e a expulsão de trabalhadores imigrantes nos países europeus aumentaram a crise. 
 Como resultado dessa combinação de fatores, a quantidade de tentativas de chegada à Europa e o 
 número de pessoas envolvidas nelas aumentaram exponencialmente. 
 Disponível em <www.redebrasilatual.com.br>. Acesso em 10 set. 2015. 
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 132 
 I. A charge e o texto propõem ações que solucionam as causas da imigração de africanos para o 
 continente europeu. 
 II. A crise econômica na Europa tem impulsionado movimentos xenófobos, que se opõem à 
 entrada de imigrantes em países desse continente. 
 III. O esgotamento dos recursos naturais dos países africanos é a principal causa do movimento 
 migratório dos africanos em direção aos continentes americano e europeu. 
 Assinale a alternativa certa. 
 A. Apenas as afirmativas I e II são corretas. B. Apenas as afirmativas II e III são corretas. 
 C. Apenas as afirmativas I e III são corretas. D. Apenas a afirmativa II é correta. 
 E. Nenhuma afirmativa é correta. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Refletir sobre movimentos migratórios. 
 Questão 100. 
 Assunto/tema. Direitos humanos: literatura e arte. 
 Leia o texto a seguir, trecho de “O direito à literatura”, do professor Antonio Candido. 
 E aí entra o problema dos que lutam para que isso aconteça, ou seja: entra o problema dos direitos 
 humanos. Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo 
 que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a 
 essência do problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço 
 de educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a 
 tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes do que os do próximo. Nesse 
 ponto, as pessoas são frequentemente vítimas de uma curiosa obnubilação. Elas afirmam que o 
 próximo tem direito, sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde, 
 coisas que ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no 
 Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os 
 quartetos de Beethoven? Apesar das boas intenções no outro setor, talvez isto não lhes passe pela 
 cabeça. E não por mal, mas somente porque quando arrolam os seus direitos não estendem todos eles 
 ao semelhante. Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que reivindicamos 
 está na base da reflexão sobre os direitos humanos. 
 Disponível em <http://www.escolamobile.com.br/emedio/vereda/arquivos/portugues/3cport_etc_01.pdf>. Acesso em 19 jun. 2015. 
 Com base na leitura, analise as asserções e assinale a alternativa correta. 
 I. As pessoas que reconhecem os direitos humanos à saúde, à moradia e à alimentação também 
 estendem aos mais pobres o direito à arte. 
 133 
 PORQUE 
 II. O reconhecimento de que os bens indispensáveis para nós são também necessários aos outros 
 é fundamental para a discussão dos direitos humanos. 
 A. As asserções I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
 B. As asserções I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
 C. A asserção I é falsa, e a II é verdadeira. 
 D. A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. 
 E. As asserções I e II são falsas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar relação de causa e efeito. 
 ● Refletir sobre o acesso aos direitos humanos, em suas váriascategorias, a todos. 
 Questão 101. 
 Assunto/tema. Saúde: vida moderna e obesidade. 
 Leia o texto e a charge a seguir. 
 Reclama pro bispo 
 Dráuzio Varella 
 Os brasileiros não param de engordar. Estão acima do peso 51% dos adultos (eram 43%, em 2006). 
 São classificados como obesos 17% (eram 11%, em 2006). O futuro não parece promissor: 1/3 das 
 crianças de 5 a 9 anos tem excesso de peso. Assim, empataremos com os norte-americanos. Lá, 3 em 
 cada 4 adultos carregam sobrepeso. Mais de 30% da população caem na faixa da obesidade. 
 Teoricamente, o problema da obesidade pode ser resumido numa equação singela: quem ingere mais 
 calorias do que gasta, ganha peso; quem faz o oposto, emagrece. 
 Seria ridículo negar que a agitação e as comodidades da vida moderna, a publicidade, a disponibilidade 
 e o baixo custo de alimentos altamente calóricos conspiram a favor da disseminação da epidemia, mas 
 jogar em fatores ambientais a culpa pela gordura que você acumulou no abdômen não vai ajudá-lo a 
 evitar as complicações da obesidade (...) 
 O corpo humano é uma máquina construída para o movimento. Se você precisa ou faz questão de 
 passar o dia sentado, a liberdade à mesa fica comprometida. 
 Se no seu dia não sobra um minuto para fazer exercício, você está vivendo errado, está deixando de 
 levar em consideração seu bem mais precioso: o corpo. Enquanto não dá um jeito nessa vida 
 miserável, aumente a atividade física no local em que estiver: suba escada, fale ao telefone dando volta 
 na mesa, alongue os caminhos a pé, abaixe e levante o tempo inteiro, não ande a passos de lesma. No 
 começo, vão achar que você perdeu o juízo, mas o povo se acostuma. 
 Sejamos claros: a medicina não sabe tratar obesidade. Descontados os conselhos dietéticos ou as 
 cirurgias bariátricas indicadas para os casos extremos, quase nada temos a oferecer. Se os médicos não 
 dispõem da pílula mágica, a responsabilidade com o peso e a sobrevivência é individual. É cada um por 
 si e Deus por ninguém, porque gula é um dos pecados capitais. 
 134 
 Disponível em <http://drauziovarella.com.br/obesidade/reclama-pro-bispo/>. Acesso em 05 ago. 2015 (com adaptações). 
 Disponível em <http://chargesdodenny.blogspot.com.br/2012/04/brasil-obeso.html>. Acesso em 31 ago. 2015. 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 I. De acordo com o texto, apenas 25% dos adultos norte-americanos não apresentam excesso de 
 peso. 
 II. A crítica da charge direciona-se às informações falsas que circulam na internet e ao efeito que 
 elas geram nas pessoas. 
 III. De acordo com o texto, a obesidade é provocada tanto por alimentação inadequada quanto por 
 falta de atividade física. 
 IV. O título do texto indica a necessidade de que as instituições educacionais e religiosas adotem 
 medidas para conscientizar as pessoas de que o cuidado com o corpo é importante. 
 V. A charge direciona seu foco para o problema da obesidade infantil, que, de acordo com o texto, 
 já atinge mais de 30% de todas as crianças no Brasil. 
 É correto o que se afirma apenas em 
 A. I, II e III. B. I, II e V. C. I e III. D. III, IV e V. E. II e III. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Relacionar charge e texto. 
 ● Refletir a respeito do aumento de percentual de pessoas com sobrepreso. 
 Questão 102. 
 Assunto/tema. Educação: papel do educador. 
 Leia o texto a seguir. 
 A complicada arte de ver 
 Rubem Alves 
 135 
 Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando 
 que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, 
 corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a 
 cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. 
 Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. 
 Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a 
 rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou 
 em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os 
 pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto." Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. 
 Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei 
 a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja 
 o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas 
 de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver". 
 Ver é complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais 
 fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto 
 do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. 
 William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei 
 disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça 
 ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a 
 morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para 
 a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. 
 Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". 
 Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. 
 Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores 
 e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo 
 de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e 
 afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua 
 espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se 
 Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus 
 ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram". 
 Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus 
 ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus 
 olhos se abriram". Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma 
 que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar 
 assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde 
 operário, um operário em construção". 
 A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de 
 ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos 
 objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossaação. O ver se subordina ao fazer. Isso 
 é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos 
 brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que veem, olham pelo prazer de 
 olhar, querem fazer amor com o mundo. 
 Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa 
 dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. 
 Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, 
 tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. 
 Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a 
 gente as tem na mão e olha devagar para elas". 
 Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir 
 que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria 
 a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do 
 poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"... 
 Disponível em <http://www.releituras.com/i_airon_rubemalves.asp>. Acesso em 28 jul. 2015. 
 Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 136 
 I. O tipo de professor sugerido pelo autor teria a função de reduzir o problema exposto por 
 Alberto Caeiro quando afirma que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores”. 
 II. De acordo com o texto, a poesia causa perturbações e faz com que as pessoas não vejam a 
 realidade tal qual ela é, como no caso de Drummond, que não viu a pedra. 
 III. De acordo com o texto, as crianças gostam de brincar com o que veem, e o papel do educador 
 é fazer com que elas não percam o foco e aprendam a usar os olhos como ferramentas de 
 conhecimento. 
 IV. O autor propõe um novo modelo de educação, em que o professor consiga corrigir os desvios 
 individuais da visão e revelar aos alunos a noção correta da realidade. 
 É correto o que se afirma somente em 
 A. I. B. I e III. C. III e IV. D. II e IV. E. I e II. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Refletir sobre o processo de “ver o mundo”. 
 ● Analisar o papel do educador. 
 Questão 103. 
 Assunto/tema. Saúde: mapa com áreas populacionais sem acesso ao saneamento básico. 
 (Enade 2011). O mapa a seguir representa as áreas populacionais sem acesso ao saneamento básico. 
 Philippe Rekacewicz (Le Monde Diplomatique). Organização Mundial da Saúde, 2006. Disponível em <http://www.google.com.br/mapas>. Acesso em 28 ago. 
 2010. 
 Considerando o mapa apresentado, analise as afirmativas que seguem. 
 137 
 I. A globalização é fenômeno que ocorre de maneira desigual entre os países, e o progresso social 
 independe dos avanços econômicos. 
 II. Existe relação direta entre o crescimento da ocupação humana e o maior acesso ao saneamento 
 básico. 
 III. Brasil, Rússia, Índia e China, países pertencentes ao bloco dos emergentes, têm percentual da 
 população com acesso ao saneamento básico abaixo da média mundial. 
 IV. O maior acesso ao saneamento básico ocorre, em geral, em países desenvolvidos. 
 V. Para se analisar o índice de desenvolvimento humano (IDH) de um país, devem-se diagnosticar 
 suas condições básicas de infraestrutura, seu PIB per capita , a saúde e a educação. 
 É correto apenas o que se afirma em 
 A. I e II. B. I e III. C. II e V. D. III e IV. E. IV e V. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar mapa. 
 ● Relacionar países e percentuais de áreas sem acesso ao saneamento básico. 
 ● Avaliar indicadores do nível de desenvolvimento de um país que interferem no IDH. 
 Questão 104. 
 Assunto/tema. Educação: escolaridade, emprego e salário. 
 (Enade 2011). Leia o gráfico a seguir. 
 A educação é o Xis da questão 
 138 
 Disponível em <http://ead.uepb.edu.br/noticias,82>. Acesso em 24 ago. 2011. 
 A expressão “o Xis da questão” usada no título do infográfico diz respeito 
 A. à quantidade de anos de estudos necessários para garantir um emprego estável com salário digno. 
 B. às oportunidades de melhoria salarial que surgem à medida que aumenta o nível de escolaridade 
 dos indivíduos. 
 C. à influência que o ensino de língua estrangeira nas escolas tem exercido na vida profissional dos 
 indivíduos. 
 D. aos questionamentos que são feitos acerca da quantidade mínima de anos de estudo que os 
 indivíduos precisam para ter boa educação. 
 E. à redução da taxa de desemprego em razão da política atual de controle da evasão escolar e de 
 aprovação automática de ano de acordo com a idade. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar infográfico. 
 ● Verificar relação entre taxa de desemprego e anos de estudos e entre salário e anos de estudos. 
 ● Identificar a referência da expressão “Xis da questão” contida no título da figura (“A educação é o 
 Xis da questão”). 
 139 
 Questão 105. 
 Assunto/tema. Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): exclusão digital. 
 (Enade 2011). Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais que ficaram 
 à margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão das redes digitais. O problema da 
 exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios dos dias de hoje, com implicações diretas 
 e indiretas sobre os mais variados aspectos da sociedade contemporânea. Nessa nova sociedade, o 
 conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a competição global. É fundamental para a 
 invenção, para a inovação e para a geração de riqueza. As tecnologias de informação e comunicação 
 (TICs) proveem uma fundação para a construção e aplicação do conhecimento nos setores públicos e 
 privados. É nesse contexto que se aplica o termo exclusão digital, referente à falta de acesso às 
 vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por motivos sociais, econômicos, 
 políticos ou culturais. 
 Considerando as ideias do texto acima, avalie as afirmativas a seguir. 
 I. Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas públicas 
 escolherem o público-alvo de possíveis ações de inclusão digital. 
 II. O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações àqueles que tiveram esse 
 direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de mobilidade social e 
 econômica. 
 III. O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses estão focados nas 
 relações entre os indivíduos e, aquele, na relação entre o indivíduo e o conhecimento. 
 IV. O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente em 
 território nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do primeiro mundo. 
 É correto apenas o que se afirma em 
 A. I e II. B. II e IV. C. III e IV. D. I, II e III. E. I, III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Refletir sobre problemas relacionados à exclusão digital. 
 Questão 106. 
 Assunto/tema. Desenvolvimento sustentável: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade 
 econômica e sustentabilidadesociopolítica. 
 140 
 (Enade 2011). A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura 
 atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste 
 a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura 
 política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao 
 pleno desenvolvimento das potencialidades dos países. 
 O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga 
 elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce 
 existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica 
 variedade de reservas naturais. 
 O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em três componentes: 
 sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. 
 Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe 
 A. a preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que não justifica a 
 desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade. 
 B. a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos 
 socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação. 
 C. o reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser traçado um 
 novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade. 
 D. a redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do desenvolvimento 
 econômico e tecnológico. 
 E. a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível global e 
 regional. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Classificar o desenvolvimento sustentável em três componentes: sustentabilidade ambiental, 
 sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. 
 ● Relacionar a crise ambiental no planeta (mudança climática) à ameaça ao pleno desenvolvimento 
 das potencialidades dos países. 
 Questão 107. 
 Assunto/tema. Saúde: nova tecnologia aplicada à Medicina (método Odón). 
 141 
 (Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir. 
 Uma ideia e um aparelho simples devem, em breve, ajudar a salvar vidas de recém-nascidos. 
 Idealizado pelo mecânico argentino Jorge Odón, o dispositivo que leva seu sobrenome desentala um 
 bebê preso no canal vaginal, e, por mais inusitado que pareça, foi criado com base em técnica usada 
 para remover rolhas de dentro de garrafas. O aparelho consiste em uma bolsa plástica inserida em uma 
 proteção feita do mesmo material e que envolve a cabeça da criança. Estando o dispositivo 
 devidamente posicionado, a bolsa é inflada para aderir à cabeça do bebê e ser puxada aos poucos, de 
 forma a não o machucar. O método Odón deve substituir outros já arcaicos, como o de fórceps e o de 
 tubos de sucção, os quais, se usados por mãos mal treinadas, podem comprometer a vida do bebê, o 
 que, segundo especialistas, não deve acontecer com o novo equipamento. 
 Segundo o The New York Times, a ideia recebeu apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e já foi 
 até licenciada por uma empresa norte-americana de tecnologia médica. Não se sabe quando o 
 equipamento começará a ser produzido nem o preço a ser cobrado, mas presume-se que ele não 
 passará de 50 dólares, com redução do preço em países mais pobres. 
 GUSMÃO, G. Aparelho deve facilitar partos em situações de emergência . Disponível em <http://exame.abril.com.br>. Acesso em 18 nov. 2013 (com adaptações). 
 Com relação ao texto acima, avalie as afirmativas a seguir. 
 I. A utilização do método Odón poderá reduzir a taxa de mortalidade de crianças ao nascer, 
 mesmo em países pobres. 
 II. Por ser uma variante dos tubos de sucção, o aparelho desenvolvido por Odón é resultado de 
 aperfeiçoamento de equipamentos de parto. 
 III. Por seu uso simples, o dispositivo de Odón tem grande potencial de ser usado em diversos 
 países. 
 IV. A possibilidade de, em países mais pobres, reduzir-se o preço do aparelho idealizado por Odón 
 evidencia preocupação com a responsabilidade social. 
 É correto apenas o que se afirma em 
 A. I e II. B. I e IV. C. II e III. D. I, III e IV. E. II, III e IV. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar as vantagens do uso de um novo método aplicado à Medicina, idealizado pelo mecânico 
 argentino Jorge Odón. 
 Questão 108. 
 Assunto/tema. Industrialização: transformações nos meios rural e urbano. 
 (Enade 2014). Leia o texto a seguir. 
 142 
 Constantes transformações ocorreram nos meios rural e urbano, partir do século XX. Com o advento da 
 industrialização, houve mudanças importantes no modo de vida das pessoas, em seus padrões 
 culturais, valores e tradições. 
 O conjunto de acontecimentos provocou, tanto na zona urbana quanto na rural, problemas como 
 explosão demográfica, prejuízo nas atividades agrícolas e violência. 
 Iniciaram-se inúmeras transformações na natureza, criando-se técnicas para objetos até então sem 
 utilidade para o homem. Isso só foi possível em decorrência dos recursos naturais existentes, que 
 propiciaram estrutura de crescimento e busca de prosperidade, o que faz da experimentação um 
 método de transformar os recursos em benefício próprio. 
 Santos, M. Metamorfoses do espaço habitado . São Paulo: Hucitec, 1988 (com adaptações). 
 A partir das ideias expressas no texto acima, conclui-se que, no Brasil do século XX, 
 A. a industrialização ocorreu independentemente do êxodo rural e dos recursos naturais disponíveis. 
 B. o êxodo rural para as cidades não prejudicou as atividades agrícolas nem o meio rural porque novas 
 tecnologias haviam sido introduzidas no campo. 
 C. homens e mulheres advindos do campo deixaram sua cultura e se adaptaram a outra, citadina, 
 totalmente diferente e oposta aos seus valores. 
 D. tanto o espaço urbano quanto o rural sofreram transformações decorrentes da aplicação de novas 
 tecnologias às atividades industriais e agrícolas. 
 E. os migrantes chegaram às grandes cidades trazendo consigo valores e tradições que lhes 
 possibilitam manter intacta sua cultura, tal como se manifestava nas pequenas cidades e no meio 
 rural. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar criticamente o processo de industrialização e suas consequências. 
 Questão 109. 
 Assunto/tema. Globalização: estágio supremo da internacionalização. 
 (Enade 2012). Leia o texto a seguir. 
 A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio entre países, 
 que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, 
 expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria nos fins do século 19 e, 
 agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido 
 em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira e cultural. A produção e a informação globalizadas 
 143 
 permitem a emergência de lucro em escalamundial, buscado pelas firmas globais, que constituem o 
 verdadeiro motor da atividade econômica. 
 SANTOS, M. O país distorcido. São Paulo: Publifolha, 2002 (com adaptações). 
 No estágio atual do processo de globalização, pautado na integração dos mercados e na 
 competitividade em escala mundial, as crises econômicas deixaram de ser problemas locais e passaram 
 a afligir praticamente todo o mundo. 
 A crise recente, iniciada em 2008, é um dos exemplos mais significativos da conexão e da interligação 
 entre os países, suas economias, políticas e cidadãos. 
 Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. 
 I. O processo de desregulação dos mercados financeiros norte-americano e europeu levou à formação 
 de uma bolha de empréstimos especulativos e imobiliários, a qual, ao estourar em 2008, acarretou um 
 efeito dominó de quebras nos mercados. 
 PORQUE 
 II. As políticas neoliberais marcam o enfraquecimento e a dissolução do poder dos Estados nacionais, 
 bem como asseguram poder aos aglomerados financeiros que não atuam nos limites geográficos dos 
 países de origem. 
 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. 
 B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. 
 C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
 D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
 E. As asserções I e II são proposições falsas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar criticamente políticas neoliberais. 
 ● Verificar relação de causa e efeito. 
 Questão 110. 
 Assunto/tema. Cultura e arte: evolução tecnológica e produção/divulgação de obras 
 artísticas. 
 (Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir. 
 144 
 O trecho da música “Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento, “todo artista tem de ir aonde o povo 
 está”, é antigo, e a música, de tão tocada, acabou por se tornar um estereótipo de tocadores de violões 
 e de rodas de amigos em Visconde de Mauá, nos anos 1970. 
 Em tempos digitais, porém, ela ficou mais atual do que nunca. É fácil entender o porquê: antigamente, 
 quando a informação se concentrava em centros de exposição, veículos de comunicação, editoras, 
 museus e gravadoras, era preciso passar por uma série de curadores, para garantir a publicação de um 
 artigo ou livro, a gravação de um disco ou a produção de uma exposição. 
 O mesmo funil, que poderia ser injusto e deixar grandes talentos de fora, simplesmente porque não 
 tinham acesso às ferramentas, às pessoas ou às fontes de informação, também servia como filtro de 
 qualidade. 
 Tocar violão ou encenar uma peça de teatro em um grande auditório costumava ter um peso muito 
 maior que fazê-lo em um bar, um centro cultural ou uma calçada. 
 Nas raras ocasiões em que esse valor se invertia, era justamente porque, para uso do espaço 
 “alternativo”, havia mecanismos de seleção tão ou mais rígidos que os do espaço oficial. 
 RADFAHRER, L. Todo artista tem de ir aonde o povo está . Disponível em <http://novo.itaucultura.org.br>. Acesso em 29 jul. 2014 (com adaptações). 
 A partir do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
 I. O processo de evolução tecnológica da atualidade democratiza a produção e a divulgação de obras 
 artísticas, reduzindo a importância que os centros de exposição tinham nos anos 1970. 
 PORQUE 
 II. As novas tecnologias podem fazer com que artistas sejam independentes, montem seus próprios 
 ambientes de produção e disponibilizem seus trabalhos para grande número de pessoas. 
 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
 B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I. 
 C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
 D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
 E. As asserções I e II são proposições falsas. 
 Justificativa. 
 Habilidades e competências requeridas pela questão. 
 ● Ler e interpretar texto. 
 ● Analisar o processo de evolução tecnológica e seus efeitos sobre a produção e a divulgação de 
 obras artísticas. 
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