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Apostila de APH

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APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
HISTÓRIA, LEGISLAÇÃO E COMPORTAMENTO. 
O atendimento médico no Brasil Colônia e no Brasil Império era escasso. Em 1789, no Rio de Janeiro, havia 
somente quatro médicos em atuação (Salles, 1971), o atendimento pré-hospitalar (APH) era inexistente. Em 
1808, foi fundada a Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, quando então se iniciou o 
transporte e atendimento de vítimas feridas. Desde já, o modelo pré-hospitalar adotado era estrangeiro, 
realizado por carruagens. 
Com a proclamação da república, o atendimento foi integrado ao Estado e passou a ser coordenado ao 
longo do tempo por diversos serviços públicos: Serviço de Atendimento Médico Domiciliar de Urgência 
(SAMDU); Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); Instituto Nacional de Assistência Médica e 
Previdência Social (INAMPS) e, atualmente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mediante as Secretarias 
de Saúde em cooperação com o Corpo de Bombeiros. 
Em 1981, em Brasília, o Corpo de Bombeiros criou um serviço experimental de resgate de vítimas feridas, 
mas ainda desprovido de um modelo concreto. Cinco anos mais tarde, após um intercâmbio de Bombeiros 
brasileiros nos EUA (Companheiros das Américas) foi proposta uma reestruturação do sistema, com a 
criação de um serviço com ambulâncias equipadas e recursos humanos com treinamento específico. Em 
1990, começa a funcionar, na grande São Paulo o Projeto Resgate em 14 municípios com 38 unidades de 
salvamento. Contudo, o Brasil ainda não dispunha de um modelo autêntico de atendimento e legislação 
específica sobre APH. 
Apenas no ano de 1998, o Conselho Federal de Medicina qualifica o atendimento pré-hospitalar como 
serviço médico, tanto na coordenação quanto na supervisão (Resolução CFM nº. 1.529/98). No ano 
seguinte o Ministério da Saúde aprova a normatização do atendimento pré-hospitalar com a Portaria nº 824, 
a qual é revogada pela nº 814 de 2001, mais abrangente. Ainda no mesmo ano o Ministério da Saúde cria 
a Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência. 
Em 2002, o Ministério da Saúde aprova a regulamentação técnica dos sistemas estaduais de urgência e 
emergência (PRT nº 2048/GM), um grande avanço do governo brasileiro, mas ainda carente de um modelo 
nacional, próprio! Nesta portaria fica claro a opção pelo modelo Franco-alemão de atendimento pré-
hospitalar, paradoxalmente, o treinamento preconizado é baseado no modelo Anglo-americano. Em 2003, é 
instituído a Política Nacional de Atenção às Urgências (PRT nº 1863/GM) em todas as unidades federadas. 
Finalmente o Brasil tem uma legislação completa na área de urgência e emergência. Duas décadas após o 
pioneirismo em Brasília. 
Após duas arrastadas décadas de evolução legislativa na área de urgência e emergência, principalmente, 
em sua fase pré-hospitalar, o Brasil tem uma legislação ampla, contudo, longe de ser completa. 
Adicionando-se a isso, não há uma padronização de todos os serviços de atendimento pré-hospitalar (APH) 
brasileiros, poucos se adequaram às normas da Portaria n.º 2048/GM. Segundo Mir/2004, “Atualmente, as 
estruturas dos serviços de atendimento pré-hospitalar do Brasil são diferenciadas, com várias identificações, 
atuações, atividades, competências, dificultando a implantação de um método nacional”. 
 
COMPORTAMENTO 
 
EMOÇÃO É COMUM EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA 
 
Estudos realizados em acidentes em grande escala identificaram as seguintes reações psicológicas: 
Ansiedade – Após um acidente, é comum que pessoas evolvidas exibam sinais de ansiedade, tais 
como tremores, fraqueza, sudorese, respiração rápida, batimentos cardíacos acelerados, náuseas, micção 
frequente e até diarreia. Na maioria dos casos estes sintomas desaparecem espontaneamente, mas vale a 
pena tranquilizar as pessoas e até pedir-lhes para desempenhar alguma atividade, sob sua supervisão, se 
seu estado geral o permitir. 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/LEI8080.pdf
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1529_1998.htm
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2001/GM/GM-814.htm
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2001/GM/GM-737.htm
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM-2048.htm
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2003/GM/GM-1863.htm
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM-2048.htm
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
Pânico – Uma pessoa em pânico pode correr em círculos e até fugir do local do acidente sem 
tratamento. Acessos de choro são frequentes e o pânico pode ser contagioso, por isso afaste com 
delicadeza essas pessoas do local e tente acalmá-las. 
Depressão – Uma pessoa deprimida pode se mover sem propósito, geralmente não fala e 
aparentemente não toma conhecimento da situação ao seu redor. Tente restabelecer contato gentilmente, 
não demonstre pena e também não seja ríspido. Dê-lhe alguma tarefa, porém nada essencial, pois ela não 
saberá realizá-la. 
Hiperatividade – Indivíduos hiperativos querem ajudar, falam muito e rapidamente, podem discutir e até 
fazer piadas, passa de uma atividade a outra sem realizar nenhuma a contento, o que pode interferir no 
atendimento de pacientes graves. Não discuta com a pessoa hiperativa, deixe-as falar, deixe-as usar sua 
energia em alguma atividade útil sob sua supervisão. 
Disfunção orgânica – Indivíduos muito perturbados podem converter sua ansiedade em sintomas 
físicos, tais como vômitos incoercíveis, incapacidade de falar ou se mover. Tais sintomas de ordem 
emocional devem ser considerados, pois podem ser confundidos com sintomas reais. Se for possível, inclua 
essa pessoa na assistência a outra que necessite de maiores cuidados. Isso pode desviar a atenção de 
seus problemas. 
 
PROTEÇÃO E FISIOLOGIA DA MORTE. 
PROTEÇÃO 
O socorrista deverá inicialmente avaliar o ambiente onde ocorreu o acidente, procurando identificar ameaças 
à sua segurança ou à segurança da vítima, tais como, riscos de atropelamento, colisão, explosão, 
eletrocussão, desabamento, etc. 
No caso de existirem condições de risco na cena do acidente, remova a vítima para um local seguro e, em 
seguida, realize a avaliação e os procedimentos de socorro pré-hospitalar necessários. 
Todas as precauções devem ser tomadas durante os exames e manipulação da vítima, a fim de evitar a 
contaminação do socorrista por agentes infecciosos, por produtos químicos (tóxicos, corrosivos, radioativos) 
presentes na superfície do corpo do acidentado, por seu sangue e/ou suas secreções. 
Recomenda-se o uso de luvas e, eventualmente, de máscaras e óculos de proteção, durante todo o socorro 
ao vitimado. O socorrista deverá ter o máximo cuidado no manuseio de materiais de corte (tesouras, 
canivetes), vidros, objetos pontiagudo, etc. 
Confirmada a situação de emergência, o atendimento deverá ser imediato e realizado de acordo com as 
peculiaridades de cada caso. Entretanto, existem normas gerais de atendimento que são úteis por 
fornecerem uma orientação em relação às condições que precisam ser identificadas e tratadas de modo 
prioritário. 
Esta prioridade é determinada pela gravidade, em termos de risco de vida imediato, que acompanha tais 
condições, pois o objetivo inicial do atendimento é o da preservação da vida. Por esse motivo, assim que 
vão sendo reconhecidas as lesões da vítima, medidas de socorro destinadas a controlá-las deverão ser 
instituídas. 
O crescente número de vítimas que apresentam infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) 
aumenta o risco do socorrista ao se expor a sangue e outras secreções orgânicas procedentes de 
acidentados infectados. É pois, essencial, que os socorristas considerem todas as vítimas de traumas como 
potencialmente infectadas e empreguem durante todo o socorro, as regras de segurança individual 
(precauções universais) para minimizarem os riscos de exposição. 
 
No socorro pré-hospitalar, definimos equipamento de proteçãoindividual (EPI) como um dispositivo 
destinado a proteção da integridade física do socorrista, durante a realização de atividades onde possam 
existir riscos potenciais a sua pessoa. Os principais EPIs são as luvas de látex descartáveis, os óculos e 
máscaras faciais de proteção e, as próprias roupas do socorrista. Além dos EPIs, o socorrista deve preparar 
também materiais básicos de atendimento, tais como: tesoura para cortar roupas (ponta romba), 
esfignomanômetro, estetoscópio e lanterna para o exame pupilar. 
Recomenda-se no atendimento inicial ao traumatizado, que o socorrista execute rotinas de segurança, 
dentre as quais destacamos: 
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
Use sempre EPIs; 
 
Cheque constantemente as condições de funcionamento de seus materiais de trabalho; 
Higienize todos os EPIs e materiais básicos após seu uso (contaminação); 
Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água e sabão. 
 
Lembre-se: 
A segurança individual do socorrista vem sempre em primeiro lugar. 
Nada justifica esquecer-se das precauções universais. 
Nos crimes dolosos como homicídio ou lesões corporais provocadas por agressões, o socorrista deverá 
preocupar-se simultaneamente com o atendimento da vítima e a segurança da equipe e, em seguida, tomar 
as devidas providências policiais cabíveis. Se a vítima (em atendimento) for autora do crime, deverá ser 
acionado o policiamento ostensivo para as demais providências. 
Solicitar apoio do policiamento sempre que a situação exigir, visando a segurança do local, do socorrista ou 
da vítima. 
Alterar o mínimo possível o local da ocorrência durante o atendimento, preservando ao máximo as 
condições das edificações, dos objetos e dos veículos encontrados: 
Todo acidente pode gerar um local de crime, razão pela qual é dever de todo socorrista preservá-lo para a 
devida apuração, pela autoridade policial competente para adoção das providências decorrentes. Para efeito 
de exame do local de crime, não deverá ser alterado o estado das coisas, a não ser que seja absolutamente 
necessário, dentre as causas que justificam a alteração do local estão; 
 Necessidade de socorro imediato às vítimas; 
 Risco à vida para a(s) vítima(s); 
 Risco à vida para os socorristas; 
 Risco à vida para outras pessoas ou risco de novos acidentes; 
 Impossibilidade física de acesso à(s) vítima(s); 
 Impossibilidade de outra forma de salvamento. 
 
Adotar as seguintes atitudes em situações especiais como: 
Crimes de abuso sexual: devem ser tomadas as medidas necessárias para evitar constrangimento à vítima, 
respeitando sua intimidade e seu estado emocional; 
Violência contra crianças: o socorrista deverá priorizar o atendimento à vítima, e se houver identificação do 
responsável pela violência, acionar a policia militar (190) para providencias cabíveis, evitando envolvimento 
emocional que essas situações acarretam; 
De qualquer maneira, em casos como esses, o socorrista deve evitar que o sentimento natural de justiça ou 
revolta prejudique o atendimento às vítimas, mesmo nos casos em que elas sejam também os próprios 
criminosos. 
Vistoriar o local da ocorrência após o atendimento à(s) vítima(s), procurando afastar as situações de risco: 
em acidentes de trânsito com vítima(s), que geralmente são crimes culposos, o socorrista deve atuar de 
maneira que haja o mínimo de prejuízo para o local. 
 
FISIOLOGIA DA MORTE 
 
Morte Clínica: Dá-se por uma parada cardio respiratória, por exemplo, nesse caso a pessoa está 
clinicamente morta, tem uma duração de 3 a 5 minutos. 
Após este tempo a pessoa começa a ter perda de neurônios (celular encefálicas), a morte destas células 
são irreversíveis. 
 
Morte Biológica: Considerada quando todas as células neurônios não apresenta mais reação. 
 
Morte Óbvia: Quando é indiscutível que a vitima esta em óbito, Exp. Afogado, Eletrocutado, Esmagamento 
de Crânio, Esmagamento de tórax, Carbonizado, Sedimentação de tronco. 
 
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
Livor Mort´s: Sedimentação de liquido, Parte do liquido existente no corpo começa a sair pela boca, nariz, 
anus e vagina. 
Tem um tempo de duração da 1° a 6° hora após a morte. 
 
Rigor Mort´s: Rigidez cadavérica, o corpo perde calor e fica duro. 
Tem um tempo de duração da 1° a 24° horas pós-morte. 
 
EQUIPAMENTOS 
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
 
Introdução 
No atendimento a uma situação de emergência é essencial que a viatura ou bolsa destinada a atender a 
ocorrência, esteja equipada com todo o equipamento e material indispensável a oferecer assistência pré-
hospitalar a vítima traumatizada. 
Além disso, os socorristas devem estar perfeitamente treinada, com conhecimento profundo tanto quanto as 
técnicas e na identificação rápida dos equipamentos e materiais, só assim o atendimento ágil e eficiente. 
 
Classificação dos Equipamentos e Materiais 
Os equipamentos são classificando os equipamentos e materiais da seguinte forma: 
 Equipamentos de comunicação móvel e portátil; 
 Equipamentos para segurança no local do acidente; 
 Equipamentos de reanimação e administração de oxigênio; 
 Equipamentos de imobilização e fixação de curativos; 
 Materiais utilizados em curativos; 
 Materiais de uso obstétrico; 
 Equipamentos para verificação de sinais vitais; 
 Macas Pranchas e acessórios; 
 Equipamentos de uso exclusivo do médico 
 
SINAIS VITAIS URGENCIA E EMERGÊNCIA 
 
Emergência: situação na qual não podemos perder tempo, pois o acidentado está em risco eminente de 
óbito. 
Urgência: Situação onde há lesões, porem a vítima não apresenta risco iminente de morte. 
Sinal definição: Tudo aquilo em que o socorrista observa em sua vitima. Exp. ( cianose, dilatação pupilar, 
pulsação etc). 
Sintoma definição: Tudo aquilo que a vitima fala ao socorrista, Exp. (reclama de dor, náuseas etc) 
Podemos definir como socorros de urgência, as medidas iniciais e imediatas aplicadas a uma vítima fora do 
ambiente hospitalar, executadas por pessoa treinada para realizar a manutenção dos sinais vitais e evitar o 
agravamento das lesões já existentes. 
Os socorros de urgência ou primeiros socorros podem ser também conceituados como o atendimento 
prestado às vítimas de qualquer acidente ou mal súbito, antes da chegada de qualquer profissional 
qualificado da área da saúde ou equipe especializada em atendimento pré-hospitalar. 
Suporte básico da vida é uma medida de emergência que consiste no reconhecimento e na correção 
imediata da falência dos sistemas respiratório e/ou cardiovascular, ou seja, avaliar e manter a vítima 
respirando, com batimento cardíaco e sem hemorragias graves. 
A correta aplicação das etapas de reanimação cardiopulmonar (abertura das vias aéreas e compressão 
torácica externa) e o controle das hemorragias de uma vítima podem sustentar sua vida até que ela possa 
recuperar-se o suficiente para ser transportada para uma unidade hospitalar ou ainda, até que possa 
receber melhor tratamento, através de um serviço de socorro pré-hospitalar profissional. 
Lembre-se, sempre que possível, realize um treinamento prático de primeiros socorros com pessoal 
especializado, pois somente a leitura deste manual não lhe dará todas as condições necessárias para um 
pronto atendimento a uma vítima, em caso de acidente ou mau súbito. 
 
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
SINAIS VITAIS E SINAIS DIAGNÓSTICOS 
Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no diagnóstico da vítima. 
Estes indícios são divididos em dois grupos: os sinais e os sintomas. Alguns são bastante óbvios, mas 
outros indícios importantes podem passar despercebidos, a menos que você examine a vítima 
cuidadosamente, da cabeça aos pés. 
Os sinais são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos. visão, tato, audição e olfato . 
Durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, inchaço (edema), aumenta de 
sensibilidade ou deformação; já ossinais mais comuns de doenças são pele pálida ou avermelhada, suor, 
temperatura elevada e pulso rápido. 
Sintomas são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser necessário que o 
socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas. Pergunte à vítima consciente se 
sente dor e exatamente onde. Examine a região indicada procurando descobrir possíveis lesões por trauma, 
mas lembre-se de que a dor intensa numa região pode mascarar outra enfermidade mais séria, embora 
menos dolorosa. Além da dor, os outros sinais que podem ajudá-lo no diagnóstico incluem náuseas, 
vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar. 
A seguir, veremos as definições dos sinais vitais e dos sinais diagnósticos mais comuns. 
 
PULSO 
Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial cada vez que o ventrículo 
esquerdo se contrai. Em locais onde as artérias de grosso calibre se encontram próximas à superfície 
cutânea, pode ser sentido à palpação. Cada onda de pulso sentida é um reflexo do débito cardíaco, pois a 
frequência de pulso equivale à frequência cardíaca. Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado por 
cada um dos lados do coração em um minuto. 
A determinação do pulso é parte integrante de uma avaliação cardiovascular. Além da frequência cardíaca 
(número de batimentos cardíacos por minuto), os pulsos também devem ser avaliados em relação ao ritmo 
(regularidade dos intervalos - regular ou irregular) e ao volume (intensidade com que o sangue bate nas 
paredes arteriais - forte e cheio ou fraco e fino). O pulso fraco e fino, também chamado filiforme, geralmente 
está associado à diminuição do volume sanguíneo (hipovolemia). O batimento cardíaco e propagado ao 
longo das artérias. A frequência comum de pulso em adultos é de 60 a 80 batimentos por minuto, podendo 
chegar a 100 sendo considerado normal caso a pessoa tenha efetuado um esforço físico recente, (acabado 
de subir uma escada, por exemplo). A frequência de pulso nas crianças em geral é superior a 80 batimentos 
por minuto. O pulso é palpável em qualquer área onde uma artéria passe sobre uma proeminência óssea ou 
se localize próxima a pele. As alterações na frequência e volume do pulso representam dados importantes 
no socorro pré-hospitalar. Um pulso rápido, fraco, geralmente é resultado de um estado de choque por 
perda sanguínea. A ausência de pulso pode significar um vaso sanguíneo bloqueado ou lesado, ou que o 
coração parou de funcionar (parada cardíaca). 
 
Técnica 
Pulso radial – Coloque as pontas de seus dedos indicador, médio e anular sobre a superfície interna do 
antebraço do acidentado logo acima do punho na direção do polegar. Exerça uma leve compressão (não em 
demasia) para que perceba os batimentos sem que se interrompa o pulso. Não utilize seu polegar para 
tomar o pulso, porque este apresenta uma pulsação que pode se confundir com o pulso do acidentado. 
 
RESPIRAÇÃO 
A respiração normal é fácil, sem esforço e sem dor. A frequência pode variar bastante. Um adulto respira 
normalmente entre 12 a 20 vezes por minuto. Respiração e ventilação significam a mesma coisa, ou seja, o 
ato de inspirar e expirar o ar. 
Ocasionalmente, podem-se fazer deduções a partir do odor da respiração, obviamente, a pessoa intoxicada 
pode cheirar a álcool. No estado de choque observam-se respirações rápidas e superficiais. Uma respiração 
profunda, difícil e com esforço pode indicar uma obstrução nas vias aéreas, doença cardíaca ou pulmonar. 
 
PRESSÃO ARTERIAL 
A pressão arterial é a pressão que o sangue circulante exerce sobre as paredes internas das artérias. Uma 
vez que na pessoa normal o sistema arterial é um sistema fechado, ligado a uma bomba e completamente 
cheio com sangue, as mudanças na pressão sanguínea indicam mudanças no volume do sangue, na 
capacidade dos vasos ou ainda, na capacidade do coração em funcionar como bomba. 
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
A pressão arterial é registrada em níveis sistólico (alto) e diastólico (baixo). A leitura da pressão é feita em 
milímetros (mm) de mercúrio (Hg). 
A pressão arterial é determinada por um aparelho conhecido como esfignomanômetros, que é usado em 
conjunto com o estetoscópio. 
A pressão arterial de um adulto é geralmente de 120 x 80 mm Hg. 
A pressão arterial pode cair acentuadamente nos estado de choque, após uma hemorragia grave, após um 
infarto do miocárdio. 
TEMPERATURA 
A temperatura normal do corpo é de 37º C. A pele é responsável, em grande parte, pela regulação desta 
temperatura, irradiando o calor através dos vasos sanguíneos subcutâneos e evaporando água sob forma 
de suor. 
Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do sistema nervoso simpático a um traumatismo ou 
perda sanguínea (estado de choque). A exposição ao frio geralmente produz uma pele fria e seca. Uma pele 
quente e seca pode ser causada por febre, em uma doença, ou ser o resultado de uma exposição excessiva 
ao calor, como na insolação. 
 
COLORAÇÃO DA PELE 
A cor da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos vasos sanguíneos 
subcutâneos. 
Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas vítimas em choque ou com infarto do 
miocárdio. Uma cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas, e 
também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos estágios do 
envenenamento por monóxido de carbono (CO) e na insolação. 
 
PUPILAS 
As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares. 
Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas viciadas em drogas. As pupilas indicam um estado 
de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca. 
As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de crânio ou acidente vascular 
cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz. 
 
ESTADO DE CONSCIÊNCIA 
Normalmente, uma pessoa está alerta, orientada e responde aos estímulos verbais e físicos. Qualquer 
alteração deste estado pode ser indicativa de doença ou trauma. 
O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais seguro na avaliação do sistema nervoso de 
uma pessoa. Uma vítima poderá apresentar desde leve confusão mental por embriaguez, até coma 
profundo, como resultado de uma lesão craniana ou envenenamento. 
 
CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO 
A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e pode ser o resultado 
de uma doença ou traumatismo. 
A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após um acidente, pode ser o indicativo de 
uma lesão da medula espinhal, na altura do pescoço (coluna cervical). A incapacidade de movimentar 
somente os membros inferiores pode indicar uma lesão medular abaixo do pescoço. A paralisia de um lado 
do corpo, incluindo a face, pode ocorrer como resultado de uma hemorragia ou coágulo intra-encefálico 
(acidente vascular encefálico). 
 
REAÇÃO A DOR 
A perda do movimento voluntário das extremidades, após uma lesão, geralmente é acompanhada também 
de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é mantido, e a vítima se queixa apenas 
de perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades. É extremamente importante que este fato seja 
reconhecido como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de forma que a manipulação do 
acidentado não agrave o trauma inicial. 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
 ATENDIMENTO INICIAL 
AVALIAÇÃO INICIAL E CONDUTA 
Durante o socorro de acidentados, deveremos antes de qualquer outra atitude, obedecer a uma sequencia 
padronizada e, corrigir de imediato, os problemas encontrados que comprometam a vida do acidentado. 
A avaliação da vítima é dividida em dois tempos principais. O primeiro momento é denominado de avaliação 
primária. 
Avaliação Primária consiste numa análise de todas as condições clínicas que impliquem em riscoiminente 
de vida, quais sejam, permeabilidade das vias respiratórias, estabilização cervical, respiração eficaz, 
estabilidade circulatória e controle de sangramentos externos de grande monta. Esta fase da avaliação 
deverá ser completada no máximo em 45 segundos. As medidas de suporte básico da vida são iniciadas 
nesta fase. O objetivo do atendimento inicial à vítima de trauma é identificar rapidamente situações que 
coloquem a vida em risco e que demandem atenção imediata pela equipe de socorro. 
Deve ser rápido, organizado e eficiente de forma que permita decisões quanto ao atendimento e ao 
transporte adequados, assegurando à vítima maiores chances de sobrevida. 
A segunda etapa (Analise Secundária), do exame consiste na abordagem das lesões que não impliquem 
risco imediato à vida. O exame, denominado de avaliação secundária, consiste numa inspeção e palpação 
da cabeça aos pés do acidentado. Na avaliação secundária, o socorrista procura identificar ferimentos e 
deformidades, além de aferir os sinais vitais e checar a história da vítima, através de uma entrevista. 
 
O atendimento inicial à vítima de trauma se divide em quatro etapas sequenciais: 
1) Controle de cena; 
2) Abordagem primária; 
3) Abordagem secundária; 
4) Sinais vitais e escalas de coma e trauma. 
 
Abordagem Primária 
Visa identificar e manejar situações de ameaça à vida, A abordagem inicial é realizada sem mobilizar a 
vítima de sua posição inicial, salvo em situações especiais que possam comprometer a segurança ou 
agravar o quadro da vítima, tais como: 
 Situações climáticas extremas: 
 Geada, chuva, frio, calor, etc.; 
 Risco de explosão ou incêndio; 
 Risco de choque elétrico; 
 Risco de desabamento. 
Obs.: Só se justifica mobilizar a vítima de sua posição inicial na abordagem primária quando a situação de 
risco não possa ser afastada. 
Por exemplo: Havendo risco de choque elétrico e sendo possível a interrupção da passagem de energia, 
não há necessidade de mobilizar a vítima. 
Na abordagem p primária, havendo mais de uma vítima, o atendimento deve ser priorizado conforme o risco, 
ou seja, primeiro as que apresentem risco de morte, em seguida as que apresentem risco de perda de 
membros e, por último todas as demais. Esta recomendação não se aplica no caso de acidente com 
múltiplas vítimas, onde os recursos para o atendimento são insuficientes em relação ao número de vítimas 
e, por tanto, o objetivo é identificar as vítimas com maiores chances de sobrevida. 
A abordagem primária é realizada em duas fases: 
1) Abordagem primária rápida; 
2) Abordagem primária completa. 
 
Abordagem Primária Rápida 
É a avaliação sucinta da respiração, circulação e nível de consciência. Deve ser completada em no máximo 
45 segundos. Tem por finalidade a rápida identificação de condições de risco de morte, o início precoce do 
suporte básico de vida (SBV) e o desencadeamento de recursos de apoio, tais como médico no local e 
aeronave para o transporte. 
 
Na abordagem primária rápida devem ser seguidos os seguintes passos: 
1) Aproximar-se da vítima pelo lado para o qual a face da mesma está volta, garantindo-lhe o controle 
cervical. 
 
 
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2) Observar se a vítima está consciente e respirando. Tocando o ombro da vítima do lado oposto ao da 
abordagem, apresente-se, acalme-a e pergunte o que aconteceu com ela: “Eu sou o... (nome do socorrista), 
e estou aqui para te ajudar. O que aconteceu contigo?”. Uma resposta adequada permite esclarecer que a 
vítima está consciente, que as vias aéreas estão permeáveis e que respira. Caso não haja resposta, 
examinar a respiração. Se ausente a respiração, iniciar as manobras de controle de vias aéreas e a 
ventilação artificial. 
3) Simultaneamente palpar pulso radial (em vítima inconsciente palpar direto o pulso carotídeo) e definir se 
está presente, muito rápido ou lento. Se ausente, palpar pulso de artéria carótida ou femoral (maior calibre) 
e, caso confirmado que a vítima está sem pulso, iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar. 
4) Verificar temperatura, umidade e coloração da pele e enchimento capilar. 
Palidez, pele fria e úmida e tempo de enchimento capilar acima de dois segundos são sinais de 
comprometimento da perfusão oxigenação dos tecidos (choque hipovolêmico por hemorragia interna ou 
externa, por exemplo), que exigem intervenção imediata. 
5) Observar rapidamente da cabeça aos pés procurando por hemorragias ou grandes deformidades. 
6) Repassar as informações para a Central de Emergência e/ou Equipe de Bombeiros ou Samu quando 
chegar ao local. 
 
Abordagem Primária Completa 
Na abordagem primária completa segue-se uma sequência fixa de passos estabelecida cientificamente. 
Para facilitar a memorização, convencionou-se o “ABCD do trauma” para designar essa sequência fica de 
passos, utilizando-se as primeiras letras das palavras (do inglês) que definem cada um dos passos: 
 
1) Passo “A” (Airway) – Vias aéreas com controle cervical; 
 2) Passo “B” (Breathing) – Respiração (existente e qualidade); 
 3) Passo “C” (Circulation) – Circulação com controle de hemorragias; 
 4) Passo “D” (Disability) – Estado neurológico; 
 5) Passo “E” (Exposure) – Exposição da vítima (para abordagem secundária). 
 
Lembre-se de somente passar para próximo passo após ter completado o passo imediatamente anterior. 
Durante toda a abordagem da vítima o controle cervical deve ser mantido. Suspeitar de lesão de coluna 
cervical em toda vítima de trauma. 
 
Passo “A” – Vias Aéreas com Controle Cervical 
Após o controle cervical e a identificação, pergunte à vítima o que aconteceu. Uma pessoa só consegue 
falar se tiver ar nos pulmões e se ele passar pelas cordas vocais. 
Portanto, se a vítima responder normalmente, é porque as vias aéreas estão permeáveis (passo "A" 
resolvido) e respiração espontânea (passo "B" resolvido). Seguir para o passo "C". 
Se a vítima não responder normalmente, examinar as vias aéreas. Desobstruir vias aéreas de sangue, 
vômito, corpos estranhos ou queda da língua, garantindo imobilização da coluna cervical. Para a 
manutenção da abertura das vias aéreas pode ser utilizada cânula orofaríngea ou nasofaringe. 
 Estando as vias aéreas desobstruídas, passar para o exame da respiração (passo"B"). 
 
Passo “B” – Respiração 
Checar se a respiração está presente e efetiva (ver, ouvir e sentir). Se a respiração estiver ausente, iniciar 
respiração artificial (passo "B" resolvido temporariamente). Estando presente a respiração, analisar sua 
qualidade: lenta ou rápida, superficial ou profunda, de ritmo regular ou irregular, silenciosa ou ruidosa. 
Se observar sinais de respiração difícil (rápida, profunda, ruidosa), reavaliar vias aéreas (passo "A") e 
solicitar a presença do médico no local. A necessidade de intervenção médica é muito provável. Se observar 
sinais que antecedam parada respiratória (respiração superficial, lenta ou irregular), ficar atento para iniciar 
respiração artificial. 
Iniciar a administração de oxigênio a 12 litros por minuto, sob máscara de contorno facial bem-ajustado. 
Garantir que os passos "A" e "B" não sejam interrompidos antes de passar ao exame da circulação ("C"). 
 Avaliação do pulso – palpação do pulso carotídeo. 
 
 
 
 
 
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Atendimento Inicial 
 
Passo “C” – Circulação com Controle de Hemorragias 
O objetivo principal do passo "C" é estimar as condições do sistema circulatório e controlar grandes 
hemorragias. Para tanto devem ser avaliados: pulso; perfusão periférica; coloração, temperatura e umidade 
da pele. Neste passo também devem ser controladas as hemorragias que levem a risco de vida eminente. 
 
Pulso 
Em vítima consciente, verificar inicialmente o pulso radial; se este não for percebido, tentar palpar o pulso 
carotídeo ou o femoral; em vítima inconsciente, examinar o pulso carotídeo do lado em que você se 
encontre. 
A avaliação do pulso dá uma estimativa da pressão arterial. Se o pulso radial não estiverpalpável, 
possivelmente a vítima apresenta um estado de choque hipovolêmico descompensado, situação grave que 
demanda intervenção imediata. 
Se o pulso femoral ou carotídeo estiver ausente, iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar. Estando 
presente o pulso, analisar sua qualidade: lento ou rápido, forte ou fraco, regular ou irregular. 
 
Perfusão Periférica 
A perfusão periférica é avaliada através da técnica do enchimento capilar. É realizada fazendo-se uma 
pressão na base da unha ou nos lábios, de modo que a coloração passe de rosada para pálida. Retirando-
se a pressão a coloração rosada deve retomar num tempo inferior a dois segundos. Se o tempo ultrapassar 
dois segundos é sinal de que a perfusão periférica está comprometida (oxigenação/perfusão inadequadas). 
Lembre-se que à noite com frio essa avaliação é prejudicada. 
 
Coloração, Temperatura e Umidade da Pele 
Cianose e palidez são sinais de comprometimento da oxigenação/perfusão dos tecidos. 
Pele fria e úmida indica choque hipovolêmico (hemorrágico). 
 
Controle de Hemorragias 
Se o socorrista verificar hemorragia externa, deve utilizar métodos de controle. Observando sinais que 
sugerem hemorragia interna, deve agilizar o atendimento. 
 
Passo “D” – Estado Neurológico 
Tomadas as medidas possíveis para garantir o “ABC”, importa conhecer o estado neurológico da vítima 
(passo "D"), para melhor avaliar a gravidade e a estabilidade do quadro. 
O registro evolutivo do estado neurológico tem grande valor. A vítima que não apresente alterações 
neurológicas num dado momento, mas passe a apresentá-las progressivamente, seguramente está em 
situação mais grave que outra cujo exame inicial tenha mostrado algumas alterações que permaneçam 
estáveis no tempo. 
Na avaliação do estado neurológico o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência e o exame 
das pupilas. 
 
Avaliação do Nível de Consciência 
Deve sempre ser avaliado o nível de consciência porque, se alterado, indica maior necessidade de vigilância 
da vítima no que se refere às funções vitais, principalmente à respiração. 
A análise do nível de consciência é feita pelo método “AVDI”, de acordo com o nível de resposta que a 
vítima tem dá aos estímulos: 
 
● A – Vítima acordada com resposta adequada ao ambiente. 
● V – Vítima adormecida. Os olhos se abrem mediante estímulo verbal. 
● D – Vítima com os olhos fechados que só se abrem mediante estímulo doloroso. 
O estímulo doloroso deve ser aplicado sob a forma de compressão intensa na borda do músculo trapézio, 
na região póstero-lateral do pescoço. 
● I – Vítima não reage a qualquer estímulo. 
A alteração do nível de consciência pode ocorrer pelos seguintes motivos: 
● Diminuição da oxigenação cerebral (hipóxia ou hipoperfusão); 
 
 
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● Traumatismo cranioencefálico (hipertensão intracraniana); 
 
Exame das Pupilas 
Em condições normais as pupilas reagem à luz, aumentando ou diminuindo seu diâmetro conforme a 
intensidade da iluminação do ambiente . O aumento do diâmetro, ou midríase, ocorre na presença de pouca 
luz, enquanto a diminuição, ou miose, ocorre em presença de luz intensa. 
Quanto à simetria, as pupilas são classificadas em isocrômicas (pupilas normais ou simétricas), que 
possuem diâmetros iguais, e anemocóricas (pupilas anormais ou assimétricas), de diâmetros desiguais. 
O socorrista deve avaliar as pupilas da vítima em relação ao tamanho, simetria e reação à luz. Pupilas 
anemocóricas sugerem traumatismo ocular ou cranioencefálico. Neste caso a midríase em uma das pupilas 
pode ser consequência da compressão do nervo oculomotor no nível do tronco encefálico, sugerindo um 
quadro de gravidade. 
Pupilas normais se contraem quando submetidas à luz, diminuindo seu diâmetro. Se a pupila permanece 
dilatada quando submetida à luz, encontra-se em midríase paralítica, normalmente observada em pessoas 
inconscientes ou em óbito. Pupilas contraídas (miose) em presença de pouca luz podem indicar intoxicação 
por drogas ou doença do sistema nervoso central. 
Se houver depressão do nível de consciência e anisocoria, ficar alerta, pois existe o risco de parada 
respiratória. Manter-se atento para o “ABC”. 
 
Abordagem Secundária 
Finalmente, no passo "E", expor a vítima, à procura de lesões. Entretanto, em nível pré-hospitalar, as roupas 
da vítima só serão removidas para expor lesões sugeridas por suas queixas ou reveladas pelo exame 
segmentar, respeitando seu pudor no ambiente público. No hospital, ao contrário, é imperdoável deixar de 
despir completamente a vítima antes de iniciar a abordagem secundária. 
Exame segmentar da cabeça. Socorrista verifica se há hematoma retroauricular. 
Exame segmentar do pescoço. 
Só iniciar a abordagem secundária depois de completada a abordagem primária. 
Examinar todos os segmentos do corpo, sempre na mesma ordem (exame segmentar): crânio, face, 
pescoço, tórax, abdômen, quadril, membros inferiores, membros superiores e dorso. Nesta fase, realizar: 
● Inspeção: cor da pele, sudorese, simetria, alinhamento, deformidade e ferimento; 
● Palpação: deformidade, crepitação, rigidez, flacidez, temperatura e sudorese; 
● Ausculta: tórax (campos pleuropulmonares e precordial) – procedimento exclusivo do médico. 
 
Durante todo o exame segmentar, manter-se atento a sinais de dor ou a modificações das condições 
constatadas na abordagem primária da vítima. Exame segmentar: 
Cabeça: palpar o crânio com os polegares fixos na região frontal, mantendo o controle cervical. Palpar as 
órbitas. 
Simultaneamente, inspecionar cor e integridade da pele da face, hemorragia e liqüorragia pelo nariz e 
ouvidos, hematoma retroauricular (sugestivo de fratura de coluna cervical alta ou base de crânio), simetria 
da face, hemorragia e laceração dos olhos e fotorreatividade pupilar (não a valorize em olho traumatizado). 
Retirar corpos estranhos (lentes de contato e próteses dentárias móveis) eventualmente remanescentes. 
2) Pescoço: inspecionar o alinhamento da traqueia e a simetria do pescoço. 
Palpar a cartilagem tireoide e a musculatura bilateral. Inspecionar as veias jugulares: se ingurgitadas. 
 
Atendimento Inicial 
Principalmente com piora na inspiração, preocupar-se com lesão intratorácica grave (derrame de sangue no 
pericárdio, impedindo os movimentos normais do coração: hemopericárdio com tamponamento cardíaco). 
Palpar as artérias carótidas separadamente e a coluna cervical, verificando alinhamento, aumento de 
volume, crepitação e rigidez muscular. 
Completado o exame, colocar o colar cervical. 
3) Tórax: inspecionar a caixa torácica (face anterior), buscando simetria anatômica e funcional, respiração 
paradoxal, áreas de palidez, eritema ou hematoma (sinais de contusão) e ferimentos. Palpar as clavículas 
separadamente, buscando dor e crepitação. 
Palpar os arcos costais e esterno em busca de rigidez muscular, flacidez e crepitação. 
Examinar até a linha axilar posterior. 
Realizar ausculta pulmonar e cardíaca (procedimento médico). 
 
 
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4) Abdômen: inspecionar sinais de contusão, distensão e mobilidade. Palpar delicadamente, analisando 
sensibilidade e rigidez de parede (abdômen em tábua). 
5) Quadril: afastar e aproximar as asas ilíacas em relação à linha média, analisando mobilidade anormal e 
produção de dor. Palpar o púbis no sentido anteroposterior. 
Avaliação do enchimento capilar dos membros inferiores. 
6) Membros inferiores: inspecionar e palpar da raiz das coxas até os pés. Observar ferimento, alinhamento, 
deformidade, flacidez, rigidez e crepitação. 
Cortar a roupa onde suspeitar de ferimento ou fratura. Retirar calçados e meias. Examinar a mobilidade 
articular ativa e passiva. Executar movimentos suaves e firmes de flexão, extensão e rotação de todas as 
articulações. Palpar pulsos em tornozelos e pés. Testar sensibilidade, motricidade e enchimento capilar. 
7) Membros superiores: inspecionar e palpar dos ombros às mãos. Observar ferimento, alinhamento, 
deformidade,flacidez, rigidez e crepitação. Cortar a roupa onde suspeitar de ferimento ou fratura. Palpar os 
pulsos radiais. Testar a mobilidade ativa e passiva. Executar movimentos suaves e firmes de flexão, 
extensão e rotação de todas as articulações. Testar a simetria da força muscular nas mãos. Verificar 
sensibilidade, motricidade e enchimento capilar. 
8) Dorso: realizar a manobra de rolamento a noventa graus para examinar o dorso. Inspecionar alinhamento 
da coluna vertebral e simetria das duas metades do dorso. Palpar a coluna vertebral em toda a extensão, à 
procura de edema, hematoma e crepitação. Terminado o exame do dorso, rolar a vítima sobre a prancha de 
imobilização dorsal. 
Após completar o exame segmentar, fazer curativos, imobilizações e outros procedimentos necessários. 
Fazem também parte da abordagem secundária os seguintes procedimentos, que são realizados por 
médicos no ambiente hospitalar: radiografias, sonda gástrica, toque retal, cateterismo vesical e lavagem 
peritoneal. 
Durante a abordagem secundária, o socorrista deva reavaliar o ABCD quantas vezes forem necessárias, 
principalmente em vítimas inconscientes. 
Após a abordagem secundária, realizar a verificação de dados vitais e escalas de coma e trauma. 
 
Escala de Coma 
A Escala de Coma de Glasgow, é baseada na avaliação da abertura dos olhos 
(AO), da melhor resposta motora (MRM) e da melhor resposta verbal (MRV). É uma escala prática para se 
avaliar a evolução do nível de consciência da vítima. Para cada um dos três itens avaliados é atribuído um 
número, conforme a resposta da vítima, que somados irão nos mostrar o nível de consciência da vítima no 
momento da avaliação. 
 
 
 
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EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 
 
Introdução 
Este capítulo expõe noções básicas sobre algumas situações clínicas que mais frequentemente podem ser 
encontradas na prática dos socorristas. 
 
Doenças Cardiovasculares 
As doenças cardiovasculares ocupam a primeira causa geral de mortalidade em nosso meio. Mais de 
250.000 brasileiros morrem por ano em decorrência principalmente do infarto agudo do miocárdio (IAM). 
Cinquenta por cento das vítimas morrem antes de chegar ao hospital, nas primeiras duas horas após o início 
dos sintomas. Assim, a morte súbita por ataque cardíaco (PCR – parada cardiorrespiratória) é a emergência 
clínica mais importante nos dias de hoje. 
Não raro, o socorrista se depara com vítima de trauma que desencadeou quadro de insuficiência 
coronariana (angina ou IAM) durante o atendimento, ou atende caso de PCR de causa clínica. É 
fundamental saber identificar sinais e sintomas que possa, sugerir uma situação de emergência clínica e as 
medidas a serem tomadas. 
 
Doença Coronariana 
O coração tem seus próprios vasos sanguíneos para suprir a intimidade do músculo cardíaco de O2 e 
nutrientes e remover CO2 e outros detritos. É o sistema coronariano (artérias e veias coronárias). 
Denominamos o músculo cardíaco de miocárdio. Para que o miocárdio desempenhe de forma eficiente sua 
função de bomba, é fundamental que o sangue oxigenado alcance a intimidade do seu tecido. 
 
 
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Quando as artérias coronarianas estão prejudicadas na sua função de transportar sangue, o suprimento de 
O2 para o miocárdio é reduzido; como consequência, sua função de bomba estará comprometida. 
Ao processo lento e gradual de oclusão dos vasos sanguíneos chamamos aterosclerose (causa mais 
frequente de angina). Na fase inicial da aterosclerose, ocorre deposição e gordura na parede dos vasos, 
estreitando sua luz. Conforme o tempo passa, um depósito de cálcio vai endurecendo a parede do vaso, e o 
fluxo de sangue no vaso ficam reduzidos. 
A irregularidade da superfície provoca adesão de plaquetas circulantes formando um trombo. Este pode 
alcançar tamanho tal que oclui completamente a luz do vaso, ou quebrar-se e transformar-se em êmbolo 
(trombo circulante), que causa a obstrução dos privados de oxigênio, acabam morrendo. Quando esse 
processo ocorre nas artérias coronárias, chamamos de doença coronária, que se resume no baixo 
suprimento de sangue ao miocárdio. Inclui a angina de peito e o infarto agudo do miocárdio. 
 
Angina de Peito 
Situações de estresse emocional ou esforço físico fazem com que o coração trabalhe mais, exigindo maior 
fluxo de sangue pelas artérias coronárias para suprir o músculo cardíaco. Quando as artérias coronárias se 
estreitam pela aterosclerose, não são capazes de suprir o aumento da demanda de sangue pelo músculo 
cardíaco. O miocárdio, privado de oxigênio, faz o paciente sentir dor. É a angor pectoris ou dor no peito. 
 
Sinais e Sintomas 
Dor torácica retroesternal ou precordial (às vezes, desconforto), desencadeada por esforço físico, estresse, 
refeição volumosa ou exposição a temperaturas muito frias. 
A dor pode irradiar-se para membros superiores, ombros, mandíbula e porção superior do abdome. 
Raramente ultrapassa dois a cinco minutos, desaparecendo com repouso e uso de vasodilatador sublingual. 
 
Atendimento de Emergência no Pré-Hospitalar 
 Confortar e acalmar o paciente; 
 Mantê-lo em repouso, em posição confortável; 
 Informar-se sobre o uso do vasodilatador sublingual e se o tem; 
 Passar os dados clínicos para o médico e aguardar instruções; 
 Se houver necessidade de transporta-lo, fazê-lo sem sirene, devagar e monitorando sinais vitais e se 
possível monitorização cardíaca. 
 
Infarto Agudo do Miocárdio 
Condição em que ocorre necrose (morte) de parte do miocárdio como resultado da falta de oxigênio. Isso 
acontece por estreitamento ou oclusão da artéria coronária que supre de sangue a região. O infarto agudo 
do miocárdio (IAM) é a causa mais frequente de morte súbita (50% das mortes ocorrem nas primeiras 
horas); muitas dessas vítimas poderiam ser salvas com medidas prontas e relativamente fáceis (manobras 
de RCP). Daí a importância de identificar precocemente o infarto agudo do miocárdio. 
A causa principal do IAM é a aterosclerose das coronárias, que pode ser desencadeada por esforço físico, 
situação de estresse, fadiga, mas também no repouso. A principal complicação do IAM é a alteração do 
ritmo cardíaco. Drogas como a cocaína, podem provocar IAM por espasmo do vaso. 
 
Sinais e Sintomas 
 Dor torácica de forte intensidade, prolongada (30 minutos a várias horas), que localiza atrás do 
esterno e irradia-se para o membro superior, ombro, pescoço, mandíbula, etc. Geralmente o repouso 
não alivia a dor; 
 Falta de ar; 
 Náusea, vômitos, sudorese fria; 
 Vítima ansiosa, inquieta, com sensação de morte iminente; 
 Alteração do ritmo cardíaco – bradicardia, taquicardia, assistolia, fibrilação ventricular; 
 Na evolução, a vítima perde a consciência e desenvolve choque cardiogênico. 
 
Atendimento de Emergência no Pré-Hospitalar 
 Assegurar vias aéreas; 
 Tranquilizar a vítima – abordagem calma e segura (objetiva diminuir o trabalho do coração); 
 Mantê-la confortável, em repouso absoluto. Não permitir seu deslocamento; 
 
 
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 Administrar oxigênio; 
 Examinar sinais vitais com frequência; 
 Monitorização cardíaca; 
 Saturação de oxigênio (oxímetro de pulso); 
 Conservar o calor corporal; 
 Se o médico não estiver presente, reporte ao médico coordenador a história com os dados vitais da 
vítima e aguarde instruções; 
 Transporte imediatamente, de forma cuidadosa, calma, sem sirene, com o objetivo de não aumentar 
sua ansiedade, para hospital equipado com serviço coronariano previamente avisado da chegada da 
vítima; 
 Em vítima inconsciente por parada cardiopulmonar, iniciar manobras de RCP e comunicar 
imediatamente o médico coordenador. Se desenvolver choque (hipotensão), aplicar os cuidados de 
emergência para choque cardiogênico (ver capítulo específico). 
 
Dispneia 
O termo dispneia significa respiração difícil. Não é uma doença primária, mas surgem como consequência 
de condições ambientais, trauma e doençasclínicas, como, por exemplo, obstrução das vias aéreas por 
corpo estranho, doenças pulmonares (bronquite crônica e enfisema), condições cardíacas, reações 
alérgicas, pneumotórax, asma brônquica, etc. 
Em qualquer das situações em que algo impeça o fluxo de ar pelas vias aéreas, o paciente aumenta a 
frequência e a profundidade da respiração. A dificuldade em suprir de oxigênio a circulação pulmonar 
desencadeia hipóxia. Logo, o paciente pode estar cianótico, forçando os músculos de pescoço, tórax e 
abdome (em criança observa-se batimento da asa do nariz). Conforme haja agravamento do quadro, o 
paciente desenvolve parada respiratória ou apnéia, inconsciência e parada cardíaca. 
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar Quando não se trata de trauma, pode ser difícil para o 
socorrista identificar a causa exata do problema. Informe-se junto ao paciente, à família e observe o 
ambiente ao redor. Medicamentos utilizados são bons indícios para definir a causa. Repassar de imediato as 
informações ao médico. 
 Mantenha a abertura das vias aéreas; 
 Administre oxigênio com autorização médica, obedecendo à concentração indicada (oxigênio em alta 
concentração é prejudicial em doenças pulmonares crônicas); 
 Transporte o paciente em posição confortável (preferencialmente cabeceira elevada 45º) ao hospital. 
 
Síncope ou Desmaio 
Caracteriza-se por qualquer tipo de perda de consciência de curta duração que não necessite manobras 
específicas para a recuperação. O termo lipotimia tem sido utilizado para designar episódio de perda 
incompleta de consciência. A causa fundamental da síncope é a diminuição da atividade cerebral, podendo 
ser classificada em : 
 
 
Síncope Vasogênica 
Mais frequente, acontece devido à queda súbita da PA, por causa emocional, dor súbita, esforço físico, 
ambiente lotado, cena de sangue, calor excessivo, etc. 
O episódio sincopal surge geralmente quando a vítima está em pé. 
O paciente pode apresentar-se pálido, frio, com respiração suspirosa; após alguns minutos, ocorre tontura, 
visão embaraçada e súbita perda de consciência. 
 
Síncope Metabólica 
Quando a causa é por alteração metabólica, como diabete ou hipoglicemia. 
 
Síncope Neurogência 
Agressão direta ao encéfalo, como em trauma, intoxicações exógenas, hipertensão intracraniana, etc. 
 
Atendimento de Emergência no Pré-Hospitalar 
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
 ● Mantê-lo deitado, preferencialmente com a cabeça abaixo do corpo; se estiver deitado, elevar-lhe 
os membros inferiores mais ou menos 20 cm; mantê-lo deitado por alguns minutos após recuperar-
se. 
 ● Se estiver em local mal ventilado ou ambientes lotados, providenciar a remoção para outro mais 
apropriado. 
 ● Liberar vestimentas apertadas; 
 ● Não dar nada para o paciente comer ou beber. 
 ● Informar-se sobre a história da vítima (doenças, medicamentos utilizados, etc.), reporta-la ao 
médico e aguardar instruções. 
 
Coma 
As alterações do nível de consciência variam de uma confusão mental até coma profundo. Na prática, é útil 
classificar em subcategorias pacientes com alteração do nível de consciência de acordo com o estágio em 
que ele se encontre, sendo importante registrar as respostas do paciente aos vários estímulos realizados. 
As subcategorias de alteração do nível de consciência são: 
 Confusão – incapacidade de manter uma linha de pensamento ou ação coerente com desorientação 
no tempo e no espaço. 
 Sonolência – dificuldade de se manter em alerta. 
 Estupor – dificuldade de despertar, resposta incompleta aos estímulos dolorosos e verbais. Com 
respostas motoras adequadas. 
 Coma superficial – respostas motoras desorganizadas aos estímulos dolorosos, não apresenta 
resposta de despertar. 
 Coma profundo – completa falta de resposta a quaisquer estímulos. 
 
As principais causas de alteração de consciência são divididas em : 
 Primárias do cérebro 
 Trauma; 
 Doença cerebrovascular – AVC; 
 Infecções (meningites, encefalites, etc.); 
 Neoplasias; 
 Convulsões. 
 
Sistêmicas ou Secundárias 
 Metabólicas (hipoglicemia, cetoacidose diabética, distúrbio do cálcio, etc.); 
 Encefalopatias hipóxicas (insuficiência cardíaca congestiva, doença pulmonar obstrutiva, etc.); 
 Intoxicações (drogas, álcool, monóxido de carbono, etc.); 
 Causas físicas (insolação, hipotermia); 
 Estados carências. 
 
No atendimento a uma vítima inconsciente o socorrista deve proceder de forma ordenada e sistemática 
monitorando os sinais vitais no sentido de impedir a progressão da lesão neurológica. 
Colher uma história rápida – doenças prévias, medicações, alcoolismo, uso de drogas, trauma, etc. 
Realizar exame físico com atenção especial aos seguintes aspectos: 
 
 
Sinais vitais: 
 pele – sinais de trauma, de picadas de agulha, insuficiência vascular 
 cabeça – sinais de trauma craniano, rigidez de nuca 
 hálito – alcoólico, diabético, etc. 
 Exame neurológico – avaliar nível de consciência, pupilas, escala de coma de Glasgow. 
 
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar 
Manter vias aéreas pérvias – cânula de guedel; 
 
Mantê-la confortável, em repouso absoluto; 
 Conservar o calor corporal; 
 
 
APOSTILA DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 
 
 
 Se o médico não estiver presente, reporte ao médico coordenador a história com os dados vitais da 
vítima e aguarde instruções; 
 Transporte imediatamente, de forma cuidadosa, ao hospital previamente avisado da chegada da 
vítima. Se não houver evidência de trauma, transportar a vítima em decúbito lateral. 
 
Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) 
AVC é uma desordem do sistema cardiovascular, causada por oclusão ou ruptura de um dos vasos que 
suprem o cérebro de sangue. Embora ocorram predominantemente nas pessoas mais idosas, 
frequentemente surpreendem jovens, comprometendo sua capacidade laborativa. 
 
Acidente Vascular Isquêmico 
O vaso pode ser obstruído por trombo ou êmbolo, ou sua luz comprimida por tumor ou trauma. Como 
resultado, a função de parte do cérebro que depende do sangue oxigenado será afetada. A causa mais 
frequente é a aterosclerose cerebral. 
 
Acidente Vascular Hemorrágico 
Ruptura da parede de um vaso sanguíneo provocando hemorragia cerebral. Parte do cérebro ficará 
comprometida pela falta de oxigênio e poderá haver aumento da pressão intracraniana. Essa situação é de 
maior gravidade pelo risco de compressão de áreas cerebrais responsáveis pelas funções vitais. 
 
Sinais e Sintomas 
Dependem do vaso lesado e da importância funcional da área cerebral envolvida. 
Podem surgir: 
 cefaléia, tontura, confusão mental; 
 perda de função ou paralisia de extremidades (geralmente de um lado do corpo); 
 paralisia facial (perda de expressão, geralmente de um lado da face, com defeito na fala); 
 anisocoria, pulso rápido, respiração difícil, convulsão, coma. 
Os casos podem ser súbitos e fugazes (recuperação espontânea) ou mais graves, confirmando a extensão 
do comprometimento cerebral. 
 
Atendimento de Emergência no Pré-Hospitalar 
 Assegurar abertura e manutenção de vias aéreas; 
 Tranquilizar o paciente e mantê-lo em repouso; 
 Monitorar sinais vitais; 
 Reavaliar nível de consciência e escala de Glasgow; 
 Não administrar nada via oral; 
 Mantê-lo aquecido; 
 Administrar O2; 
 Aguardar orientações médicas; 
 Transportar ao hospital. 
 
Diabetes Mellitus 
Todas as células do organismo necessitam de glicose (açúcar) para a produção de energia. A circulação 
sanguínea distribui esse açúcar para as células, entretanto, para que possa entrar no interior da célula é 
necessária a presença de insulina. 
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas cuja principal função é permitir a entrada de glicose na 
célula. Caso este hormônio esteja ausente, a glicose se acumula na circulação e a célula sem seu 
“combustível”, rapidamente sofre danos irreversíveis. As células do sistema nervoso (neurônios) são muito 
sensíveis à falta de glicose e as primeiras a sofrer danos com sua ausência. 
 
Definição 
Diabete é uma doençade evolução crônica em que o organismo é incapaz de utilizar a glicose para 
produção de energia por diminuição ou ausência de insulina. Sem a insulina, a glicose não entra na célula, 
se acumulando na circulação e, como consequência, ocorre um aumento do volume urinário na tentativa de 
eliminar o excesso de açúcar da corrente sanguínea. Esta reação é a principal responsável pelos sintomas 
 
 
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principal do diabete, a saber: polidipsia (sede intensa), poliúria (aumento do volume de urina) e fadiga facial 
com diminuição de capacidade de trabalho. 
Entre as complicações do diabete, a acidose, o coma diabético e a hipoglicemia choque insulínico 
constituem as mais graves, requerendo tratamento imediato e geralmente caracterizam o descontrole da 
doença em sua expressão máxima. 
 
Acidose e Coma Diabético 
Uma vês que a célula não pode utilizar a glicose para produção de energia, ela busca outra fonte de energia 
– a gordura. Entretanto, esta não é tão eficiente quanto a glicose, além de produzir resíduos ácidos. Essa 
situação de acidose orgânica, caso não corrigida de imediato, leva ao coma diabético – situação grave que 
necessita de atendimento de emergência. 
 
Sinais e Sintomas 
Geralmente de evolução lenta (até dias), iniciando por polidipsia, poliúria, vômito, dor abdominal, respiração 
rápida e profunda, pulso rápido e fraco, alteração da consciência iniciando por confusão, estupor até coma. 
 
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar 
 Obter informações da história clínica da vítima e repassar informações ao médico: 
 Se é portador de diabete; 
 Usa-se insulina e se o faz corretamente; 
 Condições alimentares; 
 Uso de álcool; 
 Infecção recente, etc. 
 Administrar oxigênio em altas concentrações. 
 No caso de vômitos, transportar a vítima em decúbito lateral esquerdo. 
 Transporte imediato ao hospital. 
 
Hipoglicemia – Choque Insulínico 
Ocorre quando o nível de glicose no sangue está muito baixo. Rapidamente o açúcar circulante entra nas 
células e não existe glicose suficiente para manter o suprimento constante das células cerebrais. Sobrevém 
a inconsciência em questão de minutos. 
Entre as causas principais, o paciente diabético que usou a insulina em dose maior do que a desejada ou 
que não se alimentou adequadamente ou aquele que praticou exercício físico em excesso. 
 
Sinais e Sintomas 
É de início rápido (minutos), com tontura, cefaléia, confusão mental e evoluindo para convulsão e coma, 
 
Atendimento de Emergência no Pré-Hospitalar 
 Obter informações da história clínica da vítima. 
 Vítimas conscientes – administrar açúcar (suco ou água com açúcar). 
 Vítimas com alteração da consciência ou inconscientes – não fornecer nada via oral. 
 Administrar oxigênio. 
 Decúbito lateral no caso de vômito. 
 Transporte imediato para o hospital. 
 
Abdome Agudo 
Doença de elevada incidência que, às vezes, acarreta problemas e dificuldades sérios com relação ao 
diagnóstico e ao tratamento, pondo em risco a vida do doente. Isso ocorre porque as causas são múltiplas, 
muitas até graves. Entre elas, apendicite, obstrução intestinal, hérnia estrangulada, úlcera perfurada, 
gravidez ectópica, inflamação da membrana da cavidade abdominal (peritonite). Pode ser acompanhada de 
náuseas, vômitos, diarreia, pulso rápido, febre, distensão abdominal, rigidez à palpação do abdome, sinais 
de choque, etc. 
 
Atendimento de Emergência no Pré-Hospitalar 
 Colha informações sobre as características da dor (tipo, intensidade, localização, tempo de início) e 
dos sintomas associados (febre, vômito, diarreia, etc.), repassando ao médico; 
 
 
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 Mantenha a abertura das vias aéreas e esteja alerta para vômitos; 
 Administre oxigênio; 
 Se necessário, aplique medidas anti-choque; 
 Não administre nada via oral; 
 Transporte ao hospital conforme orientação médica. 
 
VIAS AÉREAS - DESMAIO – EPILEPSIA – OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS 
 
 
DESMAIO 
O desmaio, também conhecido como síncope, pode ser definido como uma momentânea perda da 
consciência, que geralmente não dura mais que alguns minutos e é causada pela diminuição temporária do 
fluxo sanguíneo que nutre o encéfalo. O desmaio pode ser uma reação à dor ou ao medo, ou resultante de 
perturbação emocional, exaustão ou falta de alimentação (hipoglicemia), entretanto, o restabelecimento da 
vítima é normalmente rápido e completo. 
Os sinais e sintomas mais comuns do desmaio são a palidez, o pulso fraco e lento, a falta de equilíbrio e a 
inconsciência. 
Diante de uma vítima que sofreu um desmaio, o socorrista deverá buscar aumentar o fluxo sanguíneo no 
encefálico e tranquilizar a vítima, mantendo-a numa posição confortável. O socorro pré-hospitalar consiste 
em: 
Deitar a vítima com as pernas elevadas e manter as vias aéreas desobstruídas; 
Desapertar quaisquer peças de roupa justas no pescoço, peito e cintura, para auxiliar a ventilação e a 
circulação; 
Examinar cuidadosamente e tratar qualquer lesão que a vítima tenha sofrido ao cair; 
Se a vítima não recuperar logo a consciência, procurar socorro especializado ou transportá-la para um 
hospital. 
Se a vítima encontrar-se de pé, aconselhe-a a exercitar a musculatura das pernas para auxiliar a circulação. 
Se a vítima sentir falta de equilíbrio, previna o desmaio, orientando-a a respirar profundamente e ajudando-a 
a sentar-se e a inclinar-se para a frente, conforme mostra o desenho abaixo. 
 
 
 
 
 
As vias aéreas têm como função principal conduzir o ar entre o meio 
ambiente e os pulmões (alvéolos pulmonares), proporcionando a 
entrada de ar filtrado, aquecido e rico em oxigênio, assim como a 
saída de ar rico em dióxido de carbono do aparelho respiratório, 
participando assim do processo da respiração. 
Dividem-se em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores: 
Vias Aéreas Superiores: 
 Cavidade nasal (nariz); 
 Cavidade oral (boca); 
 Faringe (Nasofaringe, orofaringe e laringofaringe ou 
hipofaringe. Destas três, a nasofaringe é exclusivamente via 
aérea, a laringofaringe é exclusivamente via digestiva e a 
orofaringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos.); 
Vias Aéreas Inferiores: 
 Laringe. 
 Traquéia; 
 Brônquios/bronquíolos; 
 Pulmões/alvéolos pulmonares. 
O acesso às vias aéreas superiores é direto e sua visualização é quase 
completa, exceto pela nasofaringe (região posterior à cavidade nasal e 
póstero-superior à úvula - "campainha”). 
 
 
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CONVULSÕES 
A convulsão pode ser conceituada como uma contração violenta, ou uma série de contrações dos músculos 
voluntários, com ou sem perda da consciência por parte da vítima. Suas causas mais comuns são a 
epilepsia e a febre alta. 
Os sinais e os sintomas da convulsão são em geral a perda do equilíbrio, a inconsciência, a palidez, a 
cianose dos lábios e a presença de espasmos incontroláveis que sacodem o corpo da vítima. 
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que caracteriza-se em sua fase mais grave, por crises 
de convulsão. 
As vítimas que sofrem ataque epiléptico convulsivo podem apresentar, perda de equilíbrio, queda abrupta, 
inconsciência, contração de toda a musculatura corporal, aumento da atividade glandular com abundante 
salivação, vômitos, e em alguns casos, micção e evacuação involuntárias. 
Ao atender uma vítima em crise convulsiva, o socorrista deverá afastar os objetos próximos para que ela 
não se machuque (batendo contra eles). Não impeça os movimentos convulsivos, apenas posicione-se de 
joelhos atrás da cabeça da vítima e segure-a, a fim de evitar traumatismos. Posicione a vítima lateralmente 
para que ela não aspire vômitos e outras secreções para os pulmões. 
Quando os espasmos desaparecerem, acomode a vítima confortavelmente e certifique-se de que ela está 
respirando (ver, ouvir e sentir). Depois encaminhe-a para receber assistência médica qualificada. 
Basicamente, podemos dizer que o tratamentodeste tipo de vítimas, resume-se em proteger a vítima 
durante o ataque e encaminhá-la para atendimento especializado quando a consciência for recuperada. 
Durante a crise, não use de força para conter a vítima, nem ponha nada em sua boca. 
O socorrista deve prevenir a convulsão febril em crianças, promovendo banhos de imersão a uma 
temperatura igual a do corpo. É recomendável manter compressas frias na região frontal da cabeça. A 
criança deverá ser mantida neste banho até a temperatura baixar a níveis próximos do normal. A criança 
deverá vestir roupas leves e ser mantida em local arejado e sem correntes de ar. 
Uma vez ministrados esses cuidados, encaminhe-a para receber assistência qualificada para detectar e 
tratar a causa da febre. 
 
Obstrução das Vias Aéreas Superiores (OVAS) e (OVACE) 
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar 
ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas 
vítimas de trauma são essenciais e devem ser feitas de maneira rápida e prioritária. 
A vítima de trauma pode ter as vias aéreas comprometidas direta ou indiretamente por mecanismos 
distintos, sendo os principais os enumerados a seguir. 
 
Inconsciência 
A causa mais frequente de obstrução de vias aéreas em vítimas de trauma é a inconsciência, provocando o 
relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe (fundo da garganta) da vítima em decúbito dorsal, 
impedindo a passagem de ar das vias aéreas superiores para as inferiores. Geralmente é causada por 
trauma cranioencefálico, choque ou situações clínicas. A inconsciência também favorece o refluxo do 
conteúdo gástrico seguido de bronca aspiração. 
 
Trauma Direto Sobre Vias Aéreas 
Trauma direto sobre as vias aéreas, causando sangramento em seu interior, compressão externa por edema 
e/ou hematomas e fraturas da árvore laringotraqueobrônquica, e/ou broncoaspiração de dentes fraturados. 
 
Queimaduras em Vias Aéreas 
Queimaduras em vias aéreas podem produzir inflamação e edema de glote e de vias aéreas inferiores. 
 
Corpo Estranho em Vias Aéreas 
Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas, chicletes e pequenos objetos podem causar obstrução 
de vias aéreas em diferentes níveis. 
 
 
 
 
 
 
 
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Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) 
 
Causas de OVACE em Adultos 
Embora a perda de consciência seja a causa mais frequente de obstrução de vias aéreas, a obstrução por 
corpos estranhos pode ser causa de perda de consciência e parada cardiopulmonar. A eventualidade de 
corpos estranhos obstruírem vias aéreas em pessoas conscientes ocorre mais frequentemente durante as 
refeições, sendo a carne a causa mais comum. Outras causas de obstrução: próteses dentárias deslocadas, 
fragmentos dentários, chicletes e balas. 
A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago pode ocorrer durante a parada 
cardiopulmonar ou nas manobras de reanimação cardiopulmonar. Pessoas com nível de consciência 
alterado também correm risco de obstrução de vias aéreas pela aspiração de material vomitado. 
 
Causas de OVACE em Crianças 
Em crianças as principais causas de obstrução de vias aéreas é a aspiração de leite regurgitado ou de 
pequenos objetos. Outras causas frequentes são alimentos (balas, chicletes, etc.) e causas infecciosas 
(epiglote). Neste último caso, a presença do médico ou o transporte imediato para o hospital se fazem 
imperiosos. Os lactentes (até 1 ano de idade) são as principais vítimas de morte por aspiração de corpo 
estranho na faixa etária pediátrica. 
 
Reconhecimento 
O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é indispensável para o sucesso no atendimento. O 
socorrista deve estar atento, pois a obstrução de vias aéreas e consequente parada respiratória 
rapidamente evolui para parada cardiopulmonar. 
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total (grave). Na parcial, a vítima pode ser capaz de 
manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir fortemente, apesar dos sibilos entre as tossidas. 
Enquanto permanecer uma troca gasosa satisfatória, encorajar a vítima a persistir na tosse espontânea e 
nos esforços respiratórios, sem interferir nas tentativas para expelir o corpo estranho. 
A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e fraca, ruídos respiratórios estridentes 
ou gementes, dificuldade respiratória acentuada e, possivelmente, cianose. Neste ponto, iniciar o manejo da 
obstrução parcial como se houvesse obstrução total. 
Em adultos, a obstrução por corpo estranho deve ser suspeitada em toda vítima que subitamente pare de 
respirar, tornando-se cianótica e inconsciente, sem razão aparente. Deve-se tomar cuidado na diferenciação 
em crianças a OVACE deve ser suspeitada nos seguintes casos: dificuldade respiratória de início súbito 
acompanhada de tosse, respiração ruidosa, chiado e náusea. Se essa obstrução se tornar completa, ocorre 
agravamento da dificuldade respiratória, cianose e perda de consciência. 
 
Reconhecimento de OVACE em Vítima Consciente 
A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando a vítima está se alimentando ou acabou de comer 
e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço, 
apresentando cianose e esforço respiratório exagerado. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser 
detectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está consciente. 
Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obstrução de vias aéreas 
impede a renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e, rapidamente, a morte. 
 
Reconhecimento de OVACE em Vítima Inconsciente 
Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa desconhecida, suspeitar de parada 
cardiopulmonar por infarto, acidente vascular ou hipóxia secundária à obstrução de via aérea. Ele será 
avaliado pensando-se em parada cardiopulmonar, deixando para fazer o manejo de desobstrução de vias 
aéreas apenas se o fato se evidenciar. Tratando-se de criança, devemos suspeitar imediatamente de 
OVACE. 
 
Desobstrução de Vias Aéreas 
Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se em dois tipos, conforme a natureza da obstrução: 
obstrução por líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou obstrução por sólido (remoção manual e manobras 
de desobstrução). 
 
 
 
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Obstrução por Líquido Rolamento de 90º 
Esta manobra consiste em lateralizar a vítima em monobloco, trazendo-a do decúbito dorsal para o lateral, 
com o intuito de remover secreções e sangue das vias aéreas superiores. 
Estando a vítima na cena do acidente, ainda sem intervenção do socorrista, ou seja, sem qualquer 
imobilização (colar cervical e prancha), havendo a necessidade da manobra, esta deverá ser realizada com 
controle cervical manual. 
Estando a vítima já imobilizada em prancha, proceder a manobra mediante a lateralização da própria 
prancha. 
 
Aspiração 
A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada ainda na cena do acidente, mediante uso de 
aspiradores portáteis, ou no interior da ambulância, pelo uso de aspiradores fixos. Os aspiradores devem 
promover vácuos e fluxo adequado para sucção efetiva da faringe, através de sondas de aspiração de 
vários diâmetros. 
 
Obstrução por Sólida Remoção Manual 
Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode visualizar corpos estranhos, passíveis de remoção 
digital. Somente remover o material que cause obstrução se for visível. 
É difícil o uso dos dedos para remover corpos estranhos das vias aéreas. Em muitos casos é impossível 
abrir a boca da vítima e inserir os dedos para esse propósito, a menos que a vítima esteja inconsciente. Em 
alguns casos, especialmente envolvendo crianças e lactentes, um dedo adulto pode aprofundar o corpo 
estranho, causando a obstrução completa. 
A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima utilizandoa manobra de tração da 
mandíbula ou a de elevação do mento (abordadas à frente) e retirar o corpo estranho com o indicador “em 
gancho”, deslocar e retirar o corpo estranho. Estando o corpo estranho mais aprofundado, existe a 
alternativa de utilizar os dedos indicador e médio “em pinça”. Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo 
mínimo em virtude das dimensões reduzidas das vias aéreas. Somente tentar a remoção se o corpo 
estranho estiver visível; se não, está contra-indicada a procura do material com os dedos. 
 
Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Adultos 
São manobras realizadas manualmente para desobstruir vias aéreas de sólidos 
 
Compressão Abdominal 
Também chamada manobra de Heimlich, consiste numa série de quatro compressões sobre a região 
superior do abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical. 
Vítima em pé: 
1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdômen; 
2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão contra o abdômen, entre o apêndice xifóide e a 
cicatriz umbilical no sentido superior (tórax), por quatro vezes; 
3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma entre 
as pernas da vítima, para evitar-lhe a queda caso fique inconsciente. 
 
Vítima Deitada: 
1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal; 
2) Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou a cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas, com seus joelhos tocando-
lhe lateralmente o corpo; 
3) Posicionar a palma da mão (região tenar) sobre o abdômen da vítima, entre o apêndice xifóide e a cicatriz 
umbilical, mantendo as mãos sobrepostas; 
4) Aplicar quatro compressões abdominais no sentido do tórax. 
 
REANIMAÇÃO CARIDO PULMONAR 
Histórico 
A reanimação tem sido uma aspiração humana ha séculos. No século passado a reanimação foi uma pratica 
comum na Europa, pela técnica de rolar vitimas inconscientes sobre barris, na tentativa de mover o ar para 
dentro e para fora dos pulmões. Foles também foram usados com o mesmo intuito. No inicio do século XX, a 
 
 
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técnica mais usada era o método de pressão prona de Schafer, segundo a qual se pressionava clinicamente 
a região lombar para movimentar o ar entre os pulmões e o ambiente. Essa técnica permitia a manutenção 
das vias aéreas abertas pela ação da gravidade na base da língua. 
No entanto, essas e outras técnicas não eram eficientes pela baixa ventilação alveolar que ofereciam. 
Apesar da ventilação boca-a-boca estar descrita na Bíblia (usada em recém-nascidos por parteiras) somente 
no inicio dos anos 50 ela foi redescoberta pelos Dr. James Elam e Peter Safar nos Estados Unidos. 
Nos anos 60 Kouwenhoven, Jude e Knickerbocker desenvolveram e apresentaram a técnica de compressão 
torácica externa. O acoplamento dessa técnica com a ventilação artificial boca-a-boca e, hoje, largamente 
utilizada na reanimação cardiorrespiratória como suporte básico de vida. A simplicidade dessa técnica, que 
requer apenas duas mãos e ventilações na boca, tornou-a altamente popular. 
Em 1993 foi formada uma Aliança Internacional dos Comitês em Ressuscitação (ILCOR) pela Sociedade de 
Cardiologia Americana (AHA), pelo Conselho Europeu em Ressuscitação (ERC), e pelo Comitê Australiano 
em Ressuscitação com o intuito de realizar estudos a partir de evidencias cientifica. 
No ano de 2000, o ILCOR realizou a primeira Conferencia para um Consenso em RCP e em conjunto com a 
AHA lançou uma nova diretriz para RCP. Em 2005, apos uma nova Conferencia de Consenso, a AHA 
lançou outra diretriz com diversas mudanças para RCP baseadas em evidencias cientificas, dentre as quais 
a principal e a mudança da taxa de compressão-ventilação de 30:2, sendo que anteriormente era de 15:2. 
A reanimação cardiopulmonar (RCP) e também uma aspiração medica, porque a morte clinica não e 
seguida instantaneamente da morte biológica. Ou seja, no momento em que um paciente apresenta sinais 
de morte clinica (inconsciência sem resposta a qualquer estimulo e ausência de movimentos respiratórios e 
de pulso), ha ainda viabilidade biológica dos órgãos internos. Dessa forma, se for possível manter a oferta 
de oxigênio aos tecidos e recuperar a respiração e a circulação espontâneas, antes da morte biológica 
dos tecidos, a reanimação e conseguida com sucesso. 
A viabilidade do encéfalo e que define a vida humana. Na ausência de intervenção terapêutica, a morte 
clinica e rapidamente seguida de lesão biológica tecidual irreversível. Essa sequencia e um processo que se 
estende de 5 a 20 minutos no encéfalo, de 20 a 30 minutos no coração e por horas na pele. Devido a 
variação na longevidade dos diferentes tecidos corporais, a morte encefálica tem sido considerado indicador 
da morte biológica. 
Constatada a existência de parada cardiorrespiratória, solicitar apoio de Suporte Avançado a Vida pelo 
192(SAMU) ou 193 (Corpo de Bombeiros); 
Posicionar a vítima em DDH (decúbito dorsal horizontal) sobre uma superfície rígida, com a proteção manual 
da coluna cervical; 
Iniciar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) conforme a tabela de RCP abaixo; 
Somente instalar o DEA quando ficar evidenciado que a causa da parada foi clínica, precedendo o trauma e 
não decorrente do trauma, sendo que, nos demais casos de trauma, não deverá ser instalado o DEA, exceto 
por orientação de médico do sistema; 
Constatando tratar-se de parada cardiopulmonar de causa clínica adotar o (RCP em casos clínicos); 
Retornando a circulação espontânea (presença de pulso carotídeo) sem sinais de respiração, deverá ser 
tratado como (parada respiratória). 
 
Transporte da Vítima: 
Nos casos de (RCP) o ideal é manter o socorro no local caso opte pelo deslocamento: manter manobras 
RCP, exceto nos seguintes casos: 
Se o local oferecer risco ao(s) socorrista(s); 
Nos casos de PCR por hipoxemia como Trauma, Afogamento / Asfixia, Crianças (com causa respiratória) e 
Overdose (intoxicações), deve se aplicar 2 (dois) ciclos completos de RCP, sem embarque da vítima. 
Se não houver retorno da circulação espontânea, a vítima deverá ser transportada sem interrupção da RCP; 
Não interromper a RCP, exceto por determinação de médico do sistema ou se o local do acidente passar a 
oferecer risco para a guarnição e para a vítima; 
Não será iniciada a RCP nos casos em que forem constatados sinais evidentes de morte conforme 
Cuidados após retorno à circulação espontânea (presença de pulso carotídeo): 
Checar se a vitima respira de forma normal (movimentos e frequência respiratórios adequados). 
Não confundir com Gasping (respiração agônica); 
Manter as vias aéreas pérvias, utilizando a cânula orofaríngea, aspirando se necessário, e mantendo 
imobilização da coluna cervical; 
 
 
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Se não houver movimentos respiratórios normais, deverá ser realizada ventilação com ventilador manual 
enriquecido com oxigênio, de preferência por 2 socorristas (4 mãos); 
Inicie a oxigenoterapia para vítimas com saturação desconhecida ou com saturação menorou igual 94%. 
Monitore a vítima com oxímetro, com meta de 96 % de saturação; 
Prevenir a hipotermia 
 
 
 
Faixa Etária/ Ação 
 
 
ADULTO 
(mais de 8 anos 
ou com sinais de 
puberdade) 
 
CRIANÇA 
(entre 1 e 8 
anos ou até a 
puberdade) 
 
BEBE 
(entre 28 dias e 1 
ano) 
 
NEONATO 
(menos de 28 dias) 
Abertura de Vias 
aéreas 
 
Trauma: Elevação da Mandíbula 
 
Trauma: Elevação da Mandíbula 
 
Relação 
Compressão x 
Ventilação 
30 X 2 
01 ou 02 
Socorristas 
15 X 2 
01 ou 02 
Socorristas 
15 X 2 
01 ou 02 
Socorristas 
15 X 2 
01 ou 02 
Socorristas 
Profundidade da 
Compressão 
 
5 a 6 cm 
No mínimo 1⁄3 do 
diâmetro do tórax 
(cerca de 5 a 6 
cm) 
No mínimo 1⁄3 do diâmetro do tórax. 
(cerca de 5 a 6 cm) 
Posição dos 
Braços e Mãos 
Manter os braços 
estendidos, num 
ângulo de 90º com 
o corpo da vítima, 
(não flexionar 
cotovelos) 
Apoiar a base das 
mãos (região 
tenar e hipotenar) 
Utilizar um ou 
os dois braços. 
Manter os braços

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