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2019-IvanPradoMendesFerreira-tcc

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE CEILÂNDIA 
CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
IVAN PRADO MENDES FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES 
PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA, 2019 
2 
 
IVAN PRADO MENDES FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES 
PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS 
 
 
 
 
 
Monografia de Conclusão de Curso 
apresentada como requisito parcial para 
obtenção do grau de Farmacêutico, na 
Universidade de Brasília, Faculdade de 
Ceilândia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Camila Alves Areda 
 Co-orientador: Eliana Fortes Gris 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA, 2019 
Ficha catalográfica elaborada automaticamente, 
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Pa
Prado Mendes Ferreira, Ivan 
 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES
PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS / Ivan Prado Mendes
Ferreira; orientador Camila Alves Areda; co-orientador
Eliana Fortes Gris. -- Brasília, 2019.
 42 p.
 Monografia (Graduação - Farmácia) -- Universidade de
Brasília, 2019.
 1. Nutrição Parenteral. 2. Estabilidade Físico-química. I.
Alves Areda, Camila, orient. II. Fortes Gris, Eliana, co
orient. III. Título.
3 
 
IVAN PRADO MENDES FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE 
EMULSÕES PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
Orientador(a): Camila Alves Areda 
Faculdade de Ceilândia, Unb 
 
 
 
 
Co-Orientador(a): Prof(a). Eliana Fortes Gris 
Faculdade de Ceilândia, Unb 
 
 
 
 
Déborah Hevelyn de Assis Macêdo 
Faculdade de Ceilândia, UnB 
 
 
 
 
 
Marina Arantes Radicchi 
Instituto de Ciências biológicas, UnB 
4 
 
 
BRASÍLIA, 2018 
 
 
Agradeço à empresa Nutrifica por acreditar em mim e por dar total apoio a esta 
pesquisa, sem o qual este trabalho não teria sido realizado; 
 
Ao professor João Paulo Figueiró Longo e Ricardo Bentes, por ceder o espaço e 
equipamentos para realização desse trabalho; 
 
Agradeço também à minha orientadora Camila Alves Areda, por toda ajuda e 
por todo conhecimento passado para mim; 
 
Agradeço aos meus pais, Ilsa e Manoel, que são essenciais em minha vida e 
sempre me incentivaram a não desistir. Aos meus irmãos Imanuel e Luclécia por 
sempre me darem apoio e confiarem em minha capacidade; 
 
Agradeço ao meu amigo Victor, pela compreensão, por sempre estar do meu lado 
e pelo inestimável auxilio na realização deste trabalho; 
 
Aos meus amigos de graduação Adones, Amanda, Ana, Bruna, Camila, Fernanda, 
Gabriela, Juliana e Morgana. Pelo apoio e pelas risadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................11 
1.2. Composição da emulsão parenteral...........................................................13 
1.2.1. Lipídios...................................................................................................13 
1.2.2. Proteínas................................................................................................13 
1.2.3. Carboidratos.......................................................................................... 14 
1.2.4. Vitaminas............................................................................................... 14 
1.2.5. Oligoelementos...................................................................................... 15 
1.3. Recomendação nutricional diária para adultos.......................................... 15 
2. OBJETIVOS.....................................................................................................19 
2.1. Objetivo geral.............................................................................................. 19 
2.2. Objetivos específicos.................................................................................. 19 
3. JUSTIFICATIVA...........................................................................................................19 
4. MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................................20 
4.1. Formulações............................................................................................... 20 
4.2. Inspeção visual...........................................................................................22 
4.2. pH............................................................................................................... 22 
4.3. Potencial Zeta............................................................................................. 22 
4.4. Índice de peróxidos.....................................................................................23 
4.4. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas..................................... 23 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................24 
5.1 Observação visual....................................................................................... 24 
5.2. pH...............................................................................................................27 
5.3. Potencial Zeta............................................................................................. 29 
5.4. Índice de peróxidos.................................................................................... 31 
5.5. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas..................................... 32 
6. CONCLUSÃO...................................................................................................37 
7.REFERÊNCIAS.................................................................................................37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE FIGURAS Página 
Figura 1 - Formulações NP1, NP2 e NP3 no tempo 0..........................................26 
Figura 2 – Formulações NP1, NP2 e NP3 em 7 dias a 3......................................26 
Figura 3 – Formulações NP1, NP2 e NP3 em 7 dias a 25....................................27 
Figura 4 – Gráfico representativo potêncial zeta NP1 ao longo dos 7 dias...........39 
Figura 5 – Gráfico representativo potêncial zeta NP2 ao longo dos 7 dias...........30 
Figura 6 – Gráfico representativo potêncial zeta NP3 ao longo dos 7 dias...........30 
Figura 7 – Gráfico representativo diâmetro hidrodinâmico NP1 
 ao longo dos 7 dias...............................................................................................32 
Figura 8 - Gráfico representativo diâmetro hidrodinâmico NP2 
 ao longo dos 7 dias...............................................................................................33 
Figura 9 - Gráfico representativo diâmetro hidrodinâmico NP3 
ao longo dos 7 dias................................................................................................33 
Figura 10 - Microscopia óptica NP1........................................................................34 
Figura 11 - Microscopia óptica NP2........................................................................35 
Figura 12 - Microscopia óptica NP3........................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
LISTA DE TABELAS Página 
 
Tabela 1 - Necessidades energéticas estimadas 
 para adultos de acordo com a condição clínica....................................................16 
 
Tabela 2 - Requerimentos estimados de 
 proteína para adultos de acordo com a condição 
 clínica....................................................................................................................17 
 
Tabela 3 - Requerimentos estimadosde lipídios 
 para adultos de acordo com a condição clínica....................................................18 
 
Tabela 4 - Recomendação diária de vitaminas 
 diário para adultos.................................................................................................18 
 
Tabela 5 - Recomendação diária de elementos-traços 
 para pacientes adultos..........................................................................................19 
 
Tabela 6 - Composição das formulações de nutrição 
 parenteral estudadas............................................................................................21 
 
Tabela 7 - Inspeção visual das formulações NP1, NP2 
e NP3 em todos os tempos e temperaturas...........................................................25 
 
Tabelas 8 - Variação do pH das formulações estudadas 
em todos os tempos e temperaturas......................................................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
NP - Nutrição Parenteral 
NE - Nutrição Enteral 
mV - Milivolts 
FDA - Food and Drug Administration 
mL - Mililitro 
Kg - Quilograma 
Kcal - Quilocaloria 
pH - Potencial Hidrogeniônico 
Min - Minuto 
g - Grama 
CO2 - Dióxido de carbono 
UI - Unidades internacionais 
μg - Micrograma 
UTI - Unidade de Terapia Intensiva 
McG - Micrograma 
GI - Gastrointestinal 
DLS - Espalhamento de luz dinâmico 
µm – Micrômetro 
EVA - etilvinilacetado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES 
PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS 
 
Resumo: Formulações de nutrição parenteral (NP) que apresentam lipídeos em sua 
composição são conhecidamente mais instáveis. A fusão de gotículas de lipídios 
,conhecida como coalescência, é a mais importante instabilidade físico-química em 
emulsões parenterais, o diâmetro das gotículas não deve ultrapassar 5 µm em 0,4% 
dos lipídios presentes. O trabalho teve como objetivo avaliar se a concentração de 
lipídios e presença de vitaminas em diferentes temperaturas, são fatores que podem 
alterar as características físico-químicas na NP. Três formulações de NP para adultos 
foram manipuladas na empresa Nutrifica, sendo a principal variável a presença de 
vitaminas e a concentração de lipídios, as formulações foram embaladas em bolsas 
de etilvinilacetato (EVA), seguindo procedimentos assépticos e armazenadas em 
temperatura ambiente (25 ºC ± 3 ºC) e sob refrigeração (3 ºC ± 3ºC), as análises foram 
iniciadas imediatamente após o preparo e nos tempos de: 24 horas, 48 horas, 72 horas 
e 7 dias. Os parâmetros de estabilidade avaliados foram: aspecto visual, pH, potencial 
zeta e determinação do tamanho das gotículas lipídicas. O tamanho de gotícula em 
todas as formulações avaliadas não sofreu alteração significativa após 7 dias de 
armazenamento nas duas temperaturas, nenhuma formulação apresentou % de 
gotículas lipídicas maiores que 0,5 mm acima de 0,4%. O pH permaneceu estável no 
decorrer dos 7 dias em todas as formulações testadas. Quanto a inspeção visual 
nenhuma alteração foi detectada nas formulações armazenadas sob refrigeração, no 
dia 7 foi detectada a presença de camada de creme e escurecimento nas formulações 
com presença de vitaminas e maior concentração de lipídios. Não foi identificada a 
presença de peróxidos em nenhuma das formulações. As formulações apresentaram-
se físico-quimicamente estáveis em todos os parâmetros avaliados, exceto inspeção 
visual em duas formulações armazenadas em temperatura ambiente. 
PALAVRAS CHAVE: Nutrição Parenteral; Estabilidade físico-química, Emulsão 
lipídica. 
 
 
 
10 
 
EVALUATION OF THE PHYSICAL-CHEMICAL STABILITY OF PARENTAL 
EMULSIONS FOR ADULTS 
 
Abstract: Parenteral nutrition (NP) formulations containing lipids in their composition 
are known to be more unstable. The fusion of lipid droplets known as coalescence 
is the most important physicochemical instability in parenteral emulsions, the droplet 
size should not exceed 5 mm in 0.4% of the lipids present. The objective of this study 
was to evaluate if the concentration of lipids and the presence of vitamins in different 
temperatures are factors that can alter the physico-chemical characteristics in NP. 
Three formulations of NP for adults were formulated at the company Nutrifica, the 
main variable was the presence of vitamins and the lipid concentration, the 
formulations were packed in ethylvinylacetate (EVA) bags, following aseptic 
procedures and stored at room temperature (25 ºC ± 3°C) and under refrigeration 
(3°C ± 3°C), the analyzes were started immediately after preparation and at the times 
of: 24 hours, 48 hours, 72 hours and 7 days. The stability parameters evaluated 
were: visual aspect, pH, zeta potential and determination of lipid droplet size. Droplet 
size in all formulations evaluated did not change significantly after 7 days of storage 
at the two temperatures, no formulation had % lipid droplets greater than 0.5 mm 
above 0.4%. The pH remained stable over the course of 7 days in all formulations 
tested. Regarding the visual inspection, no change was detected in the formulations 
stored under refrigeration, on day 7 the presence of a cream layer and darkening 
was detected in the formulations with presence of vitamins and a higher 
concentration of lipids. No peroxides were identified in any of the formulations. The 
formulations were stable in all evaluated parameters, except visual inspection in two 
formulations stored at 25 ºC temperature. 
KEYWORDS: Parenteral Nutrition, physicochemical stability, Lipid Emulsion 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. introdução 
Pacientes com má nutrição apresentam uma maior morbidade e 
mortalidade. Prover as quantidades adequadas de nutrientes de forma individualizada 
promove uma melhora no quadro clínico prevenindo a lesão celular oxidativa e 
favorecendo a resposta imune, por meio do suprimento correto de micro e 
macronutrientes. Essas ações são realizadas por meio da terapia nutricional, sendo 
essa um conjunto de procedimentos que visam à manutenção e recuperação 
nutricional por meio da nutrição parenteral e enteral, sendo que o tipo de suporte 
nutricional depende do estado do paciente, suas necessidades e limitações. A nutrição 
parenteral (NP) consiste na administração parcial ou total de nutrientes por via 
intravenosa. A administração de dietas líquidas via oral por sondas posicionadas no 
trato gastrointestinal consiste na nutrição enteral (NE) (MCCLAVE, 2016; 
BRASIL,1998; ASPEN, 2002). 
Vários fatores devem ser considerados na avaliação nutricional, como a 
função renal e hepática, estado metabólico e o uso de medicação, além da avaliação 
nutricional. A avaliação farmacêutica deve ser realizada quanto a concentração, 
compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de administração, a 
avaliação deve ser realizada antes da manipulação da nutrição parenteral e qualquer 
alteração ou desconformidade deve ser informada e discutida com o médico (Brasil, 
1998, MCCLAVE 2016). 
A NP é necessária quando a absorção por via oral ou enteral não é 
suficiente para suprir as necessidades fisiológicas. É indicada para pacientes com 
desnutrição, complicações pós-cirúrgicas e complicações pós-operatórias. 
A NP é uma solução ou emulsão composta por aminoácidos, carboidratos, 
vitaminas, lipídios e minerais, visando à síntese e manutenção de tecidos, órgãos e 
sistemas. Deve ser estéril e livre de pirogênios e pode ser acondicionada em recipiente 
de plástico ou vidro, sendo assim destinada à administração intravenosa, abrangendo 
o ambiente hospitalar, domiciliar ou ambulatorial (BRASIL,1998). 
Pode ser classificada com relação à administração e à composição. No 
tocante à administração é dividida em periférica, que se caracteriza por baixa 
osmolaridade das formulações e por via central que é caracterizada por alta 
osmolaridade.Já em relação à composição, pode ser um sistema glicídico, binário ou 
12 
 
“dois em um”, podendo ser uma solução de glicose, como fonte de energia, e uma 
solução de aminoácidos, como fonte de nitrogênio, ou sistema lipídico “três em um”, 
no qual além da glicose e aminoácidos, se tem a presença de lipídios, como fonte de 
energia (GASTALDI, 2009). 
No Brasil a NP é regulamentada pela Portaria 272, de 2 de abril de 1978, 
que fixa os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição parenteral, sendo 
atribuição do farmacêutico o preparo, avaliação farmacêutica, manipulação, controle 
de qualidade, conservação e transporte, tendo que garantir pureza físico-química e 
microbiológica (BRASIL, 1998). 
A formulação de NP que apresenta lipídeos em sua composição é 
conhecidamente instável, por ser uma emulsão lipídica complexa óleo/água, requer 
um cuidadoso desenvolvimento e conhecimento de sua estabilidade físico química 
para garantir esterilidade absoluta e não apresentar nenhum precipitado 
(FORCHIELLI et al., 2014). 
A oxidação de ácidos graxos ocorre principalmente quando há exposição 
da emulsão parenteral a altas temperaturas e a luz. Assim sendo, as emulsões 
parenterais devem estar sempre refrigeradas a uma temperatura entre 2°C e 8°C, a 
temperatura de transporte não deve exceder 20°C e o transporte não deve ocorrer por 
um período maior que 20 horas. A peroxidação também depende da disponibilidade 
de antioxidantes, os mais comumente utilizados são as vitaminas A, E e C (WANTEN, 
2015). 
A presença de vitaminas antioxidantes diminui de forma significativa a 
oxidação de lipídeos. A concentração de peróxidos em emulsões lipídicas sem 
vitaminas em temperatura ambiente pode dobrar em 1 semana, quando comparada a 
emulsões refrigeradas ou com a presença de antioxidantes (BOUCHOUD et al., 2010). 
A fusão de gotículas de óleo conhecida como coalescência, ocorre 
principalmente devido a alterações na carga superficial dessas gotículas, essa carga 
superficial das partículas é conhecida como potencial zeta, que deve estar em -30 e -
50 mV. Íons bivalentes podem alterar essa carga promovendo coalescência e a adição 
de componentes ácidos na emulsão parenteral, como a dextrose, que podem diminuir 
a acidez e, consequentemente, o potencial zeta dessas partículas. Os aminoácidos 
atuam como tampões em nutrições parenterais, devido a essa ação devem sempre 
13 
 
ser os primeiros a serem adicionados na tentativa de compor uma emulsão estável 
(Klang, 2015 ; TÉLESSY et al., 2012). 
 
1.2. Composição da emulsão parenteral 
1.2.1. Lipídios 
Triglicerídeos de cadeia longa, com mais de 16 átomos de carbono por 
molécula de ácido graxo, foram os primeiros a serem introduzidos na formulação de 
emulsões parenterais e continuam a ser os mais amplamente utilizados, entretanto, o 
uso de triglicerídeos de cadeia longa de forma isolada pode induzir a uma resposta 
imunológica. Os triglicerídeos de cadeia média, entre 6 e 12 carbonos por molécula 
de ácido graxo, são metabolizados por uma via diferente, não induzindo resposta 
imunológica, mas seu uso isolado pode induzir acidose metabólica e toxicidade 
neurológica (LI et al., 2018). 
A combinação de lipídios de cadeia média com lipídios de cadeia longa na 
proporção de 1:1 demonstrou ser mais estável que emulsões contendo somente 
triglicerídeos de cadeia longa, isso se deve ao menor tamanho dos triglicerídeos de 
cadeia média, as gotículas lipídicas tendem a expor os triglicerídeos de cadeia média, 
diminuindo seu tempo de depuração e aumentando sua estabilidade, além de reduzir 
as chances de efeitos adversos (DRISCOLL et al., 2003). 
1.2.2. Proteínas 
As proteínas devem ser administradas na forma de aminoácidos ou 
dipeptídeos e são essenciais para a manutenção do funcionamento metabólico, sendo 
um dos principais elementos para produção de novas células, hormônios e enzimas. 
São também elementos altamente requisitados após grandes cirurgias e em neonatos 
(UNGER & HOLZGRABE, 2018). 
Vários fabricantes disponibilizam aminoácidos padrão, que podem fornecer 
todos os aminoácidos essenciais, além dos não essenciais (DERENSKI et al., 2016). 
Os aminoácidos podem reagir com a glicose, que é a fonte de carboidrato mais 
comumente utilizada, essa reação ocorre devido a ação redutora da glicose que reage 
com os aminoácidos livres promovendo reação denominada de Maillards ou 
escurecimento não enzimático. Pode ser evitado por meio do controle da temperatura 
14 
 
e pH (BOUCHOUD et al., 2010; SILVA et al., 2014). 
1.2.3. Carboidratos 
O fornecimento de carboidratos deve ser monitorado e ajustado de acordo 
com a necessidade do paciente, uma alta carga de glicose pode provocar uma 
hiperglicemia no paciente e resistência a glicose.(SILVA et al., 2014). 
O cálculo da quantidade de glicose a ser acrescentada corresponde a 
oferta calórica total calculada menos a oferta calórica de aminoácidos prescrita. Já 
com relação a velocidade de infusão de glicose deve-se considerar a relação entre a 
quantidade de carboidratos prescrita (em miligramas) e o peso do paciente em (em 
kg) no período de 24h de infusão (SILVA et al., 2014). 
1.2.4. Vitaminas 
A adição de vitaminas, assim como de outros nutrientes, tem a função de 
atender as necessidades diárias do paciente. Esta adição a emulsão parenteral é 
realizada na forma de polivitamínicos. São pouco estáveis à luz, ao oxigênio e às altas 
temperaturas. Podem apresentar uma baixa estabilidade quando livres na solução 
parenteral. Já a vitamina E tem uma significativa queda de sua concentração em 
menos de 24h quando livre. O ideal é que as vitaminas sejam adicionadas à solução 
parenteral no momento da administração no paciente (BOUCHOUD et al., 2010). 
As vitaminas hidrossolúveis compreendem a vitamina C e aquelas do 
complexo B, as vitaminas lipossolúveis são as do tipo A, D, E e K. Os polissorbatos 
são utilizados para promover a diluição de vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis 
(DEODATO., 2009). 
As necessidades de vitaminas variam de acordo com a idade, em crianças 
com hipermetabolismo a necessidade de vitaminas é aumentada. O ideal seria 
determinar as necessidades individuais de cada indivíduo, mas em geral isso não é 
possível, assim são comumente utilizadas soluções padronizadas de misturas de 
vitaminas (SILVA et al., 2014). 
 
1.2.5. Oligoelementos 
São nutrientes essenciais requeridos para processos como, por exemplo, 
15 
 
as reações enzimáticas. De acordo com agência federal americana de saúde e 
serviços humanos, Food and Drug Administration (FDA), os oligoelementes essenciais 
para saúde humana em nutrições parenterais são: zinco, cobre, manganês, cromo e 
selênio. A administração desses nutrientes deveria ser feita de forma individualizada 
em conformidade com as necessidades de cada paciente, mas, utiliza-se soluções 
padronizadas em que a concentração de oligoelementos é determinada de acordo 
com a idade (JIN, et al., 2017). 
Alguns oligoelementos podem ser pouco estáveis e susceptíveis a 
oxidação na presença de calor e luz, para combater esse problema os oligoelementos 
podem ser adicionados minutos antes da administração da emulsão parenteral em um 
sistema protegido da luz (TÉLESSY et al., 2012). 
Em geral os minerais são fornecidos em quantidades de manutenção. 
Entretanto, no caso de desequilíbrio eletrolítico o paciente deverá receber esses 
minerais de forma paralela, uma vez que uma alta concentração de minerais pode 
implicar diretamente na manutenção de estabilidade (KLANG., 2015). 
1.3. Recomendação nutricional diária para adultos 
As necessidades energéticas de pacientes adultos podem variar de acordo 
com vários fatores, como obesidade, pacientes queimados, traumas, desnutrição, 
entre outros fatores. Determinar a necessidade calórica adequada para um paciente 
em uso de nutrição parenteral é de suma importância, uma vez que um aporte muito 
acimaou abaixo do necessário para o paciente pode causar uma piora no quadro de 
saúde (MCCLAVE et al., 2016). 
A calorimetria indireta é considerada o método mais indicado para 
determinação da necessidade energética diária. O método pode ser limitado a alguns 
hospitais devido ao seu custo e disponibilidade. Desta forma, cálculos para 
determinação do aporte calórico, como o de Harris-Benedict, podem ser usados 
quando não há possibilidade do uso da calorimetria indireta. As estimativas 
energéticas para adultos estão mostradas na tabela 1 (KREYMANN et al., 2002; 
FAISY C et al., 2002; MCCLACE et al., 2016). 
 
 
16 
 
Tabela 1. Necessidades energéticas estimadas para adultos 
Condição Kcal/Kg/dia 
Perda de peso 20 – 25 
Adulto normal 25 – 30 
Trauma 20 – 35 (aumento 
gradual) 
Obeso UTI (IMC 30 – 50 Kg-m 11 – 14 
Grave UTI 25 – 30 
Fonte: McCLave, 2016 e Mirtallo, 2004. 
 
Os distúrbios eletrolíticos nos fluidos corporais tem um impacto maior na 
saúde do paciente que os distúrbios nutricionais. Quando em NP realiza-se uma 
avaliação dos fluidos corporais para que as necessidades diárias sejam supridas, 
porém ajustes devem ser feitos em diferentes situações metabólicas (queimados, 
febre, stress metabólico, etc.) (STAUN et al., 2009). 
A recomendação diária de fluidos é de 35 ml/Kg em pacientes com idade entre 
18 e 60 anos, para aqueles com idade superior a 60 anos é recomendado 30 ml/Kg, 
já para pacientes febris é recomendado uma adição 2-2,5 ml/Kg por dia a cada 1°C 
(STAUN et al., 2009). 
Quando o paciente tem suas necessidades energéticas supridas, cerca de 1/3 
dos aminoácidos administrados em pacientes em NP são utilizados para a síntese de 
proteínas, 1/3 é usado diretamente pelo organismo e 1/3 é para repor as reservas 
plasmáticas (PATKOVA et al., 2017). 
Pacientes em estado grave usualmente estão em estado de stress 
metabólico, requerendo uma maior quantidade de Kcal/Kg/dia. Vários fatores podem 
influenciar na quantidade e na escolha dos nutrientes responsáveis pelo aporte 
proteico e suas proporções, conforme tabela abaixo: 
 
 
 
 
17 
 
Tabela 2. Requerimentos estimados de proteína para adultos 
Condição Recomendação (g/Kg) 
Normal sem estresse 0,8 – 1,0 
Cirurgia eletiva sem complicações 1,0 – 1,2 
Estresse moderado 1,1 – 1,5 
Estresse grave 1,2 – 2,0 
Politrauma + injuria renal 1,1 – 2,5 
Fonte: McClave, 2016 e Ayers, 2014. 
 
Glicose é a principal fonte de energia utilizada em NP, além de ser o 
componente em maior abundância. O organismo é capaz de formar glicose por meio 
da quebra de lipídios (lipólise) e proteínas. Para o cálculo da quantidade de glicose a 
ser administrada considera-se a concentração de lipídios, segunda maior principal 
fonte de energia. A concentração de glicose não deve ser muito alta para evitar 
hiperglicemia e nem muito baixa para evitar hipoglicemia e stress metabólico 
(OSHIMA et al., 2016). 
Uma maior quantidade de glicose reduz o pH da NP, reduzindo assim a 
probabilidade de formação de fosfato de cálcio e promovendo a formação de íons de 
fosfato desejáveis para uma maior estabilidade físico-química. A interrupção abrupta 
da terapia de NP deve ser evitada, mas caso seja necessária, infunde-se soro 
glicosado 10% para evitar um quadro de hipoglicemia (MIRTALLO et al, 2004). 
A glicose não deve ultrapassar 65% do total de energia da NP, em 
pacientes adultos estáveis é recomendando 2 – 5 mg/Kg/min, em paciente graves 1 – 
4 mg/Kg/min, não devendo ser inferior a 100 g/dia e nem superior a 500g/dia (AYERS 
P et al., 2014). 
Lipídios são uma importante fonte calórica para pacientes graves que em 
sua maioria tem uma resposta baixa a glicose, pois aumentam o aporte calórico 
promovendo um menor consumo proteico. Pacientes com infecções graves ou 
traumas apresentam um nível maior de oxidação de lipídeos e consequentemente 
liberação de CO2, a administração de lipídios diminui a lipólise de forma mais efetiva 
que a administração de glicose (TAPPY et al., 1998; PATKOVA et al., 2017; ARABI et 
al. 2019). 
18 
 
Além do papel energético os lipídios são necessários para evitar a 
deficiência de ácidos graxos. O fornecimento de lipídios na NP deve ser de no mínimo 
4% do valor energético, os requerimentos diários de lipídios estão resumidos na tabela 
abaixo: 
Tabela 3. Recomendação diária de lipídios para pacientes adultos 
Condição Recomendação (Kcal) 
Pacientes estáveis 
 
1,0 – 1,5 ou 20 – 35% do total de Kcal 
Pacientes graves 1,0 ou 15 – 20% do total de Kcal 
Máximo 2,0 ou 50% do total de Kcal 
Fonte: Mirtallo, 2004; Ayers, 2014; McClave 2016 
 
Vitaminas em NP são utilizadas na forma de polivitamínicos, as vitaminas 
desempenham inúmeras funções no organismo, assim como os oligoelementos. 
Seguem abaixo as recomendações de uso diário de vitaminas e oligoelementos. 
Tabela 4. Recomendação diária de vitamina para pacientes adultos 
Vitamina Requerimento 
Vitamina A 3,500 IU 
Vitamina D 200 IU 
Vitamina B1 3 mg 
Vitamina B3 40 - 47 mg 
Vitamina B12 5 – 6 μg 
Vitamina C 110 – 150 mg 
Biotina 60 μg 
Fonte: Osland, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Tabela 5. Recomendação diária de elementos-traços para pacientes adultos 
Elemento-traço Requerimento 
Selênio (Se) 60 mcg; em caso de deficiência 100 mcg 
ou mais 
Zinco (Zn) 4 mg ou mais em caso de perda de 
líquido GI 
Cobre (Cy) 0,3 mg; 1 mg em caso de deficiência 
Manganês (Mn) 55 mcg 
Cromo (Cr) 10 mcg 
Ferro (Fe) 1 mg, 1,5 mg em caso de perda 
sanguínea 
Iodo (I) 0,1 mg 
Fonte: Fessler, 2013. 
 
2. OBJETIVOS 
2.1. Objetivo geral 
Avaliação a influência da temperatura de armazenamento e composição 
na estabilidade físico-química de formulações de NP. 
2.2. Objetivos específicos 
● Avaliar a concentração de lipídios e presença de vitaminas como 
fatores que alteram as características físico-químicas das emulsões de NP. 
● Avaliar diferentes alterações físico-químicas de acordo com possíveis 
temperaturas que essas formulações podem ser submetidas. 
 
3. Justificativa 
A formulação de NP que apresenta lipídeos em sua composição é 
conhecidamente instável, por ser uma emulsão lipídica complexa óleo/água, requer 
um cuidadoso desenvolvimento e conhecimento de sua estabilidade físico-química 
para garantir a segurança e eficácia em sua utilização (FORCHIELLI et al., 2014). NP 
são formulações extemporâneas com um prazo de validade de 24h, realizar testes 
20 
 
para avaliar a estabilidade dessas formulações em um maior período de tempo tem a 
função de ampliar o tempo de validade facilitando seu uso (BRASIL, 1998). 
4. Materiais e métodos 
4.1. Formulações 
Todas os reagentes utilizados na formulação das nutrições parenterais 
foram obtidas de laboratórios registrados no Ministério da Saúde. As matérias primas 
foram adquiridas pela empresa Nutrifica, seguindo o manual de procedimento 
operacional padrão desta empresa, de acordo com a RDC 272 (BRASIL, 1998). 
A manipulação ocorreu em área classificada como grau A, circundada por 
área classificada grau B, com pressão positiva. Os ingredientes foram adicionados as 
bolsas de etilvinilacetado, por meio da exactamix 2400 da empresa Baxter®, após a 
manipulação as bolsas foram acondicionadas em saco plástico leitoso e transportadas 
em bolsa térmica com gelo para o laboratório. 
No laboratório, o conteúdo da bolsa de NP foi separado em tubos cônicos 
estéreis de 50 ml, para cada formulação foram separadas e identificadas 4 alíquotas, 
2 para temperatura ambiente (25 ºC ± 3 ºC) e 2 para refrigeração (3 ºC ± 3ºC). 
Para o preparo das formulações foram utilizados os seguintes insumos: 
● Solução de aminoácidos 10% (Aminovem®) – Fresenius Kabi, Áustria, 
lote 16MG1492. 
● Água para injeção - Baxter lote 74MF1829. 
● Polivitamínico adulto (Cerne 12®) – Baxter, Brasil, lote LE 18C093. 
● Glicose 50% - Baxter, lote PR277A2. 
● Emulsão lípica a 20% (SMOFlipid®) – Fresenius kabi, lote 16MG14221 
 
 
 
Tabela 6. Composição das formulações de nutrição parenteral 
estudadas 
 
Matérias primas/formulações NP1 NP2 NP3 
Solução de aminoácidos 
cristalinos 10% (g/Kg/dia) 
 1,00 1,00 1,00 
Glicose 50% (g/Kg/dia) 4,00 4,00 4,00 
Lipídio 20% Soja + Peixe + 
Oliva (g/Kg/dia) 
 0,50 0,20 0,30 
Vitaminas A, D3, E, K1, C, 
B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 e 
B12 (mL/Kg/dia) 
 0,14 0 0,14 
Água estéril (mL/Kg/dia) 7,14 7,14 7,14 
Volume total (mL) 224,50 213 217,50 
Fonte: próprio do autor, 2019 
 
Foram manipuladas três formulações denominadas NP1, NP2 e NP3. A 
composição das formulações foi baseada nas principais recomendações mundiais 
para o fornecimento de nutrientes por via parenteral em adultos. A composição das 
formulações variou na concentração de lipídios e na presença de vitaminas. 
A avaliação da estabilidade físico-química foi realizada por meio de estudo 
experimental mediante a seleção e a manipulação de formulações de nutrição 
parenteral contendo diferentes concentrações de lipídios. As bolsas de NP foram 
manipuladas no laboratório da Nutrifica Comércio de Nutrição Enteral e Parenteral, 
em Brasília/DF. 
As amostras foram alíquotadas e mantidas à temperatura ambiente (25°C) 
e em câmara climática com temperatura controlada (3ºC ± 3ºC). Ao fim de cada 
período estabelecido foram avaliadas suas características macroscópicas e físico-
químicas. Adicionalmente, foi avaliada a integridade do componente lipídico da 
formulação. 
 
 
22 
 
 
 
4.2. Inspeção visual 
As formulações foram inspecionadas com relação aos seguintes aspectos: 
● Separação de fase (caracterizada por formação de creme na camada 
superior da emulsão); 
● Alteração na coloração; 
● Coalescência. 
 
4.3. pH 
A determinação de pH foi realizada em triplicata em todos os tempos (zero, 
24h, 48h, 72h, e sete dias) nas duas temperaturas de armazenamento (3°C e 25 °C). 
Foi utilizado o pHmetro digital Digimed DM-22, calibrado com solução tampão pH 7,0. 
As medidas foram realizadas introduzindo o eletrodo em uma alíquota de 10 ml da 
NP, após cada medida o eletrodo era lavado com detergente e água destilada e seco. 
4.4. Potencial Zeta 
Potencial zeta é o potencial elétrico no plano hidrodinâmico de 
cisalhamento que depende não somente da superfície da partícula, mas também do 
dispersante. A maioria das partículas em suspensão possuem carga em sua 
superfície, principalmente por grupos ionizáveis ou por adsorção de espécies 
carregadas, criando-se uma camada ao redor da partícula que se difere do potencial 
elétrico do restante da solução (MAHROUQI et al, 2017). 
Desta forma, quando um campo elétrico é aplicado na solução, as 
partículas carregadas são atraídas para o campo de carga oposta, a velocidade da 
partícula no campo é definida como velocidade eletroforética (MAHROUQI et al, 
2017). O potencial zeta é relacionado a mobilidade elétrica por meio da equação de 
Henry: 
𝑈𝐸 =
 2 𝜀 𝑓(К𝑎)
3ɳ
 
23 
 
Onde: 𝑈𝐸 = mobilidade eletroelétrica 
 Z = potencial zeta 
 𝜀 = constante dielétrica 
 ɳ = viscosidade 
 К𝑎 = função de Henry’s 
 
O potencial zeta foi determinado por meio da utilização do equipamento 
ZetaSizer ZS90 (Malvern), pela diluição das formulações em água destilada para 
obtenção de diluição 1:500, a amostra foi acondicionada em cubeta de polipropileno 
para análise da carga superficial das gotículas lipídicas. 
4.5. Índice de peróxidos 
A determinação do índice de peróxidos foi realizada por meio de método de 
oxidimetria. Foram adicionados 5 mL de amostra de NP em um Erlenmeyer de 250 
mL. Adicionou-se 30 mL de solução de ácido acético-clorofórmio (3:2), agitando até a 
completa dissolução da amostra. Foi então adicionado 0,5 mL de solução saturada de 
iodeto de potássio, a amostra foi deixada em repouso ao abrigo da luz por exatamente 
1 minuto. Acrescentou-se 30 mL de água destilada e 0,5 ml de solução de amido 
solúvel a 1%. A solução foi então titulada com solução de tiossulfato de sódio 0,01N. 
4.6. Espalhamento de luz dinâmico (DLS) e Microscopia Óptica (MO) 
O movimento browniano é um movimento aleatório de partículas dispersas em 
um líquido ou gás que ocorre devido a colisão dos átomos que constituem o fluido. 
Quanto maior a partícula menor será seu movimento browniano, partículas menores 
sofrem uma maior interação dos átomos do fluido, tendo assim um maior movimento 
browniano. Temperatura é um importante fator para realização do DLS, a temperatura 
é relacionada a viscosidade, e quanto maior a viscosidade menor será o movimento 
browniano (MALVERN INSTRUMENTS, sem data). 
O DLS é baseado no comportamento de um feixe de luz em partículas 
menores que 1 μm suspensas em um meio, nesse caso em uma emulsão óleo/água. 
24 
 
De acordo com a interferência causada pelo movimento browniano ao feixe de luz e 
com a intensidade do espalhamento é calculado o diâmetro das gotículas por meio da 
equação de Stokes-Einstein (LINDNER & ZEMB, 1991; MURDOCK, 2008). 
𝑅 =
𝑘𝑡
6𝜋ɳ𝑎
 
Onde: R = raio (cm); 
K = constante de Boltzmann; 
t = temperatura absoluta (Kelvin – mantida constante); 
ɳ = viscosidade do diluente (poise – constante) 
D = difusividade. 
 
As amostras foram diluídas 1:500, as análises foram realizadas em 
triplicata, a mensuração de DLS foi realizada no aparelho ZetaSizer ZS90 (Malvern), 
em temperatura de 25 °C. 
A microscopia ótica é uma forma simples e direta de se medir o diâmetro 
das gotículas lipídicas em uma emulsão. O microscópio utilizado para visualização 
das amostras foi o EVOS® FL Auto Cell Imaging System, para a coleta das imagens 
foi utilizada a lente objetiva com o aumento de 60x. 
 
5. Resultados e discussão 
5.1 Observação visual 
 Observação visual é uma importante ferramenta para garantia da 
integridade físico-química da NP, embora possa parecer uma forma pouco eficaz para 
avaliar a estabilidade, trata-se de um método capaz de identificar material particulado, 
esse material representa um risco clínico maior para o paciente por ter uma maior 
chance de obstrução de vasos. 
Além de identificar partículas, a observação visual tem importante papel na 
identificação de incompatibilidades físico-químicas que tem como consequência a 
formação de precipitado ou separação de fases. Muitas incompatibilidades físico-
químicas demoram horas para ocorrer, sendo assim é importante a observação visual 
no momento em que a bolsa é manipulada e antes da administração da NP no 
paciente (MCKINNON, 1996; MIRTALLO et al., 2004; Brasil, 1998). 
 
25 
 
Tabela 7. Inspeção visual das formulações de nutrição parenteral durante o 
estudo de estabilidade. 
Formulações NP1 NP2 NP3 
Temp
o 
T (ºC) Coloraç
ão 
Separaçã
o de fases 
Coloraçã
o 
Separaçã
o de fases 
Coloraçã
o 
Separaçã
o de fases 
0 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
25ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
24 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
25 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
48 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
25 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
72 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
25 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
7 dias 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 
25 ºC A FC S/A Não A FC 
S/A = Sem alteração; A = Alterada; FC = Formação de creme. 
A observação visual é limitada a partículas com tamanho de 50 μm, 
partículas menores dificilmente serão visualizadas a olho nu, a perda de estabilidade 
de emulsões lipídicas acarreta em coalescência com formação de partículas que 
podem variar em 5-50+ , podendo escapar da observação visual e causar danos ao 
paciente (MIRTALLO et al., 2004; LOBO et al., 2012). 
A presença de creme foi observada apenas nas formulações 1 e 3 em 
temperatura ambiente de 25 ºC, mesmo que a formação de creme desapareça após 
a agitação a utilização da NP é desaconselhada, uma vez que a formação da camada 
de creme pode acarretar em coalescência e possíveis complicações para o paciente. 
Deve-se ressaltar que na temperaturapreconizada para o armazenamento (2 ºC a 8 
ºC) não foi notada formação de creme ou alteração de cor em nenhuma das 
26 
 
formulações (BRASIL, 1998). 
Devido a subjetividade nas alterações de coloração, não foi dada 
graduação as mesmas, portanto optou-se por apenas caracterizar as formulações 
quando está apresentou-se diferenciada da formulação inicial. 
As figuras 1, 2 e 3 mostram fotos comparativas das formulações nas 
temperaturas de 3 ºC e 25 ºC nos tempos 0 e 7 dias. O estudo desenvolvido neste 
trabalho demonstrou que as formulações NP1 e NP2 contendo vitaminas e com 
temperatura de 25 ºC sofreram alterações visuais, conforme tabela 7. 
 
Figura 1. formulações NP1, NP2 e NP3 no tempo 0 
 
 
Figura 2. Formulações NP1, NP2 e NP3 em 7 dias a 3 ºC. 
27 
 
 
Figura 3. Formulações NP1, NP2 e NP3, 7 dias a 25 ºC. 
No sétimo dia foi observado um escurecimento das formulações contendo 
vitaminas em relação ao tempo 0, este resultado pode ser comparado ao de Stawny 
(2019). As formulações NP1 e NP2 começaram a formar camada de creme no dia 7, 
apenas as formulações armazenadas em temperatura de 25 ºC apresentaram 
escurecimento e formação de creme. Resultado comparado ao de Lobo (2005). Não 
foram realizados testes para avaliar a estabilidade físico-química das vitaminas 
presentes na formulação, com o fito de verificar se a degradação das vitaminas foi 
responsável pelo escurecimento das formulações. 
5.2. pH 
O pH é regulado por vários fatores como a presença de eletrólitos e a 
concentração de macronutrientes. Uma concentração muito baixa de aminoácidos 
pode resultar em um pH fora do recomendando 5,5. Um pH menor que 5 é fator 
desestabilizante para a emulsão, nenhuma das formulações apresentou pH menor 
que 5 conforme tabela 8 (DRISCOLL, 2006; KEARNEY et al., 1998). 
Aminoácidos tem função tamponante, favorecendo a manutenção de um 
pH adequado, emulsões lipídicas para uso em NP possuem um pH entre 6,0 e 9,0, 
responsável por favorecer a carga superficial negativa das gotículas lipídicas, 
(SCHRODER, 2008; DRISCOLL, 2001). 
A tabela 8 mostra a variação de pH nas três formulações em todos os tempos e 
temperaturas: 
 
28 
 
 
Tabela 8. Medida do pH nas formulações de nutrição parenteral durante 
o estudo de estabilidade físico-químico. 
Tempo (Dias) 4 ºC 25 ºC 
 Média ± dp Média ± dp 
 Formulação NP 1 
0 5,49 ± 0,03 5,49 ± 0,03 
1 5,50 ± 0,02 5,49 ± 0,01 
2 5,60 ± 0,02 5,55 ± 0,04 
3 5,65 ± 0,01 5,58 ± 0,03 
7 5,58 ± 0,03 5,70 ± 0,05 
 Formulação NP2 
0 5,44 ± 0,01 5,44 ± 0,01 
1 5,49 ± 0,03 5,50 ± 0,07 
2 5,54 ± 0,01 5,57 ± 0,01 
3 5,60 ± 0,03 5,56 ± 0,01 
7 5,57 ± 0,01 5,61 ± 0,07 
 Formulação NP3 
0 5,51 ± 0,02 5,51 ± 0,02 
1 5,62 ± 0,12 5,54 ± 0,04 
2 5,68 ± 0,02 5,74 ± 0,02 
3 5,70 ± 0,03 5,66 ± 0,01 
7 5,69 ± 0,04 5,71 ± 0,04 
 
O pH das formulações estudadas se manteve na faixa preconizada, para 
as formulações NP1, NP2 e NP3. O pH de todas as formulações ficaram próximos a 
5,5 mesmo com diferentes concentrações de polivitamínicos e lipídios, as formulações 
apresentam todas a mesma concentração de aminoácidos, tendo assim o mesmo 
efeito tamponante em todas as formulações. 
 
29 
 
 
5.3. Potencial Zeta 
Uma emulsão é composta por uma fase aquosa e uma fase oleosa, 
usualmente água e óleo não se misturam, pois a água tem caráter polar e o óleo 
apolar, essa diferença de polaridade os torna imiscíveis, para que possam formar uma 
emulsão é requerida a presença de um surfactante ou emulsionante que tem a função 
de diminuir a força eletrostática repulsiva permitindo a formação de pequenas 
gotículas de óleo na fase aquosa. A manutenção das gotículas lipídicas está 
diretamente ligada a força eletrostática ou potencial zeta da emulsão. (DRISCOLL, 
2014; Pertkiewicz, 2009). 
As gotículas lipídicas são cobertas por fosfolipídios que formam uma 
camada externa negativa, a força eletrostática negativa formada pelos fosfolipídios 
tem uma ação repulsiva para outras gotículas. A manutenção do potencial zeta está 
diretamente relacionada a probabilidade de aglomeração dessas gotículas em 
gotículas maiores, esse fenômeno é conhecido como coalescência (Pertkiewicz, 
2009). 
Para que a manutenção das gotículas de lipídicas seja otimizada o 
potencial zeta deve estar na faixa entre -40 e -50 mV (Driscoll 2014). O potencial zeta 
das formulações foi testado ao longo dos sete dias de estudo, os resultados foram 
considerados estatisticamente iguais após aplicação do teste t-student, não houve 
diferença no potencial zeta ao longo do tempo. 
30 
 
 
Figura 4. Variação do potencial zeta em NP1 ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC. 
 
Figura 5. Variação do potencial zeta em NP2 ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC. 
 
31 
 
 
Figura 6. Variação do potencial zeta em NP2 ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC 
 
 
Como esperado o potencial zeta das formulações não variou de forma 
significante durante os 7 dias, o que sugere que o potencial zeta está diretamente 
ligado ao pH. 
O tempo e a temperatura não mostrou influencia no potencial zeta das 
formulações, não foi encontrada diferença estatística do pH entre as formulações 
armazenadas em 3 ºC e 25 ºC (p > 0,05), como já havia sido apontado por Stawny e 
seus colaboradores (2019) e Turmezei e seus colaboradores (2015). 
5.4. Índice de peróxidos 
Por meio do teste utilizado não foi identificada a presença de peróxido em 
nenhuma formulação, nem mesmo nas formulações com a ausência de polivitamínico 
em temperatura ambiente 25 ºC e com ocorrência de escurecimento. 
Este presente trabalho também teve a função de avaliar se a presença de 
vitaminas é um fator protetor para a formação de peróxidos quando comparado com 
formulações com ausência de vitaminas. Algumas vitaminas, como A e E, são 
32 
 
conhecidamente antioxidantes, prevenindo a formação de peróxidos (McClave 2016; 
NIKI. 2005). 
Em nenhuma das formulações foi detectada a presença de peróxidos, nem 
mesmo na NP2 em que havia a ausência do polivitamínico. Temperatura, pH e 
presença de oxigênio são importantes fatores na formação de peróxidos (Mühlebach, 
2009), não ouve alteração significativa do pH nos 7 dias de estudo, mesmo as 
formulações armazenadas em temperatura de 25 ºC não apresentaram formação de 
peróxidos. Cabe ressaltar que o nível máximo de peróxidos em emulsões intravenosas 
e de no máximo 0,5 mEq/L. É importante o monitoramento da concentração de 
peróxidos pois podem causar inúmeros danos oxidativos celulares (LEE. 2003). 
Apenas um teste para a avaliação de peroxidação foi realizado, outros testes devem 
ser realizados para que seja estabelecido se ocorre ou não peroxidação. 
5.5. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas por DLS e microscopia 
óptica 
 A homogeneidade da NP é um ponto fundamental na estabilidade, 
alterações na homogeneidade de formulações tais como separação de fase ou 
formação de precipitado podem causar sérios danos aos pacientes, assim a dispersão 
final dos nutrientes em uma NP, deve ser formulada de forma que as gotículas lipídicas 
sejam preservadas e que não aumentem de tamanho chegando a dimensões 
perigosas. (DRISCOLL, 1995; ASPEN, 1998) 
O diâmetro das gotículas lipídicas é um importante fator de estabilidade, uma 
infusão lipídica intravenosa com gotículas lipídicas com dimensões a 5 micrometros 
em concentração maior que 0,4% são consideradas formulações instáveis 
(DRISCOLL, 2001). 
 A seguir nas figuras 7,8 e 9 são apresentados os dados de distribuição média 
de diâmetro das gotículas lipídicas, por espalhamento de luz dinâmico – DLS. 
33 
 
 
Figura 7. Variação do diâmetro hidrodinâmico (nm) ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC 
 
 
Figura 8. Variação do diâmetro hidrodinâmico (nm) ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC 
34 
 
 
Figura 9. Variação do diâmetro hidrodinâmico(nm) ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC 
 
O tamanho de gotícula lipídica é o parâmetro mais crítico da estabilidade 
físico-química de NP, o diâmetro das gotículas não pode exceder ao tamanho dos 
eritrócitos (6-8 nm) para que não se tenha o risco de embolismo, que pode ser fatal 
(TURMEZEI, 2015). 
Conforme mostrado nas figuras 3, 4 e 5 não houve uma alteração 
significativa no tamanho das gotículas lipídicas no decorrer dos dias, os resultados se 
mostraram de acordo com os parâmetros estabelecidos por USP 31 e por Driscoll 
(2001), que indicam que o tamanho médio das gotículas lipídicas por método de DLS 
não deve ser superior a 500 nm. 
A análise dos valores de DLS em triplicata mostraram resultados similares 
após a aplicação do teste de t-student (p >0.05). O PDI das formulações não excedeu 
0.5 em nenhuma das amostras, mostrando uma alta homogeneidade no tamanho das 
gotículas lipídicas. 
A seguir temos imagens de microscopia das três formulações 
armazenadas em 3 ºC no dia 7: 
35 
 
 
Figura 10. Microscopia óptica 60x, NP1 em 3 ºC. 
 
 
Figura 11.. Microscopia óptica 60x, NP2 em 3 ºC. 
 
36 
 
 
Figura 12. Microscopia óptica 60x, NP3 em 3 ºC. 
 
As imagens mostram as formulações mantidas em geladeira no dia 7. O 
tamanho máximo das gotículas foi mensurado por meio do software Imagej, a 
formulação NP1 apresentou tamanho máximo de gotícula de 298,9 nm, NP2 de 351,2 
e NP3 de 338,8. Todas as formulações apresentaram diâmetro máximo abaixo do 
preconizado 500nm por USP e Driscoll e seus colaboradores (2006). Resultado 
esperado, uma vez que o método de DLS apresentou resultados similares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
6. Conclusão 
 Na última década uma série de estudos sobre a utilização de NP foram 
realizados, envolvendo principalmente a eficácia da utilização e sua importância na 
prática clínica de pacientes graves (CURRY, 2018; BOHL, 2017; ABUNNAJA, 2013; 
ZHOU, 2019). Entretanto poucos estudos foram realizados no que tange a 
estabilidade físico-química de NP, principalmente no Brasil. Trabalhos nesse sentindo 
tem grande importância no desenvolvimento de novos parâmetros para utilização de 
NP e na identificação de possíveis incompatibilidades. 
O presente estudo mostrou que as formulações armazenadas em temperatura 
de 25 ºC não apresentaram alterações em sua microestrutura, entretanto houve 
formação de creme e escurecimento nas formulações NP1 e NP3. O tamanho de 
gotícula e pH esteve dentro dos parâmetros estabelecidos pela USP 31 durante os 7 
dias de estudo. O potencial zeta permaneceu em valores próximos aos recomendados 
e sem variações significativas durante o estudo. 
As condições de armazenamento já preconizadas pelas normas técnicas, entre 
2 ºC e 8 ºC foram as ideais, pois preservaram todas as características iniciais das 
misturas em até 7 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
7. Referências 
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. 
	Avaliação a influência da temperatura de armazenamento e composição na estabilidade físico-química de formulações de NP.
	● Avaliar a concentração de lipídios e presença de vitaminas como fatores que alteram as características físico-químicas das emulsões de NP.
	● Avaliar diferentes alterações físico-químicas de acordo com possíveis temperaturas que essas formulações podem ser submetidas.
	4.1. Formulações
	4.2. Inspeção visual
	4.3. pH
	4.4. Potencial Zeta
	4.5. Índice de peróxidos
	4.6. Espalhamento de luz dinâmico (DLS) e Microscopia Óptica (MO)
	5.1 Observação visual
	5.2. pH
	5.3. Potencial Zeta
	5.4. Índice de peróxidos
	5.5. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas por DLS e microscopia óptica
	A seguir temos imagens de microscopia das três formulações armazenadas em 3 ºC no dia 7:

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