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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE CEILÂNDIA CURSO DE FARMÁCIA IVAN PRADO MENDES FERREIRA AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS BRASÍLIA, 2019 2 IVAN PRADO MENDES FERREIRA AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS Monografia de Conclusão de Curso apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Farmacêutico, na Universidade de Brasília, Faculdade de Ceilândia. Orientador: Camila Alves Areda Co-orientador: Eliana Fortes Gris BRASÍLIA, 2019 Ficha catalográfica elaborada automaticamente, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a) Pa Prado Mendes Ferreira, Ivan AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS / Ivan Prado Mendes Ferreira; orientador Camila Alves Areda; co-orientador Eliana Fortes Gris. -- Brasília, 2019. 42 p. Monografia (Graduação - Farmácia) -- Universidade de Brasília, 2019. 1. Nutrição Parenteral. 2. Estabilidade Físico-química. I. Alves Areda, Camila, orient. II. Fortes Gris, Eliana, co orient. III. Título. 3 IVAN PRADO MENDES FERREIRA AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS BANCA EXAMINADORA Orientador(a): Camila Alves Areda Faculdade de Ceilândia, Unb Co-Orientador(a): Prof(a). Eliana Fortes Gris Faculdade de Ceilândia, Unb Déborah Hevelyn de Assis Macêdo Faculdade de Ceilândia, UnB Marina Arantes Radicchi Instituto de Ciências biológicas, UnB 4 BRASÍLIA, 2018 Agradeço à empresa Nutrifica por acreditar em mim e por dar total apoio a esta pesquisa, sem o qual este trabalho não teria sido realizado; Ao professor João Paulo Figueiró Longo e Ricardo Bentes, por ceder o espaço e equipamentos para realização desse trabalho; Agradeço também à minha orientadora Camila Alves Areda, por toda ajuda e por todo conhecimento passado para mim; Agradeço aos meus pais, Ilsa e Manoel, que são essenciais em minha vida e sempre me incentivaram a não desistir. Aos meus irmãos Imanuel e Luclécia por sempre me darem apoio e confiarem em minha capacidade; Agradeço ao meu amigo Victor, pela compreensão, por sempre estar do meu lado e pelo inestimável auxilio na realização deste trabalho; Aos meus amigos de graduação Adones, Amanda, Ana, Bruna, Camila, Fernanda, Gabriela, Juliana e Morgana. Pelo apoio e pelas risadas. 5 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................11 1.2. Composição da emulsão parenteral...........................................................13 1.2.1. Lipídios...................................................................................................13 1.2.2. Proteínas................................................................................................13 1.2.3. Carboidratos.......................................................................................... 14 1.2.4. Vitaminas............................................................................................... 14 1.2.5. Oligoelementos...................................................................................... 15 1.3. Recomendação nutricional diária para adultos.......................................... 15 2. OBJETIVOS.....................................................................................................19 2.1. Objetivo geral.............................................................................................. 19 2.2. Objetivos específicos.................................................................................. 19 3. JUSTIFICATIVA...........................................................................................................19 4. MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................................20 4.1. Formulações............................................................................................... 20 4.2. Inspeção visual...........................................................................................22 4.2. pH............................................................................................................... 22 4.3. Potencial Zeta............................................................................................. 22 4.4. Índice de peróxidos.....................................................................................23 4.4. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas..................................... 23 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................24 5.1 Observação visual....................................................................................... 24 5.2. pH...............................................................................................................27 5.3. Potencial Zeta............................................................................................. 29 5.4. Índice de peróxidos.................................................................................... 31 5.5. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas..................................... 32 6. CONCLUSÃO...................................................................................................37 7.REFERÊNCIAS.................................................................................................37 6 LISTA DE FIGURAS Página Figura 1 - Formulações NP1, NP2 e NP3 no tempo 0..........................................26 Figura 2 – Formulações NP1, NP2 e NP3 em 7 dias a 3......................................26 Figura 3 – Formulações NP1, NP2 e NP3 em 7 dias a 25....................................27 Figura 4 – Gráfico representativo potêncial zeta NP1 ao longo dos 7 dias...........39 Figura 5 – Gráfico representativo potêncial zeta NP2 ao longo dos 7 dias...........30 Figura 6 – Gráfico representativo potêncial zeta NP3 ao longo dos 7 dias...........30 Figura 7 – Gráfico representativo diâmetro hidrodinâmico NP1 ao longo dos 7 dias...............................................................................................32 Figura 8 - Gráfico representativo diâmetro hidrodinâmico NP2 ao longo dos 7 dias...............................................................................................33 Figura 9 - Gráfico representativo diâmetro hidrodinâmico NP3 ao longo dos 7 dias................................................................................................33 Figura 10 - Microscopia óptica NP1........................................................................34 Figura 11 - Microscopia óptica NP2........................................................................35 Figura 12 - Microscopia óptica NP3........................................................................35 7 LISTA DE TABELAS Página Tabela 1 - Necessidades energéticas estimadas para adultos de acordo com a condição clínica....................................................16 Tabela 2 - Requerimentos estimados de proteína para adultos de acordo com a condição clínica....................................................................................................................17 Tabela 3 - Requerimentos estimadosde lipídios para adultos de acordo com a condição clínica....................................................18 Tabela 4 - Recomendação diária de vitaminas diário para adultos.................................................................................................18 Tabela 5 - Recomendação diária de elementos-traços para pacientes adultos..........................................................................................19 Tabela 6 - Composição das formulações de nutrição parenteral estudadas............................................................................................21 Tabela 7 - Inspeção visual das formulações NP1, NP2 e NP3 em todos os tempos e temperaturas...........................................................25 Tabelas 8 - Variação do pH das formulações estudadas em todos os tempos e temperaturas......................................................................28 8 LISTA DE ABREVIATURAS NP - Nutrição Parenteral NE - Nutrição Enteral mV - Milivolts FDA - Food and Drug Administration mL - Mililitro Kg - Quilograma Kcal - Quilocaloria pH - Potencial Hidrogeniônico Min - Minuto g - Grama CO2 - Dióxido de carbono UI - Unidades internacionais μg - Micrograma UTI - Unidade de Terapia Intensiva McG - Micrograma GI - Gastrointestinal DLS - Espalhamento de luz dinâmico µm – Micrômetro EVA - etilvinilacetado 9 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE EMULSÕES PARENTERAIS PARA USO EM ADULTOS Resumo: Formulações de nutrição parenteral (NP) que apresentam lipídeos em sua composição são conhecidamente mais instáveis. A fusão de gotículas de lipídios ,conhecida como coalescência, é a mais importante instabilidade físico-química em emulsões parenterais, o diâmetro das gotículas não deve ultrapassar 5 µm em 0,4% dos lipídios presentes. O trabalho teve como objetivo avaliar se a concentração de lipídios e presença de vitaminas em diferentes temperaturas, são fatores que podem alterar as características físico-químicas na NP. Três formulações de NP para adultos foram manipuladas na empresa Nutrifica, sendo a principal variável a presença de vitaminas e a concentração de lipídios, as formulações foram embaladas em bolsas de etilvinilacetato (EVA), seguindo procedimentos assépticos e armazenadas em temperatura ambiente (25 ºC ± 3 ºC) e sob refrigeração (3 ºC ± 3ºC), as análises foram iniciadas imediatamente após o preparo e nos tempos de: 24 horas, 48 horas, 72 horas e 7 dias. Os parâmetros de estabilidade avaliados foram: aspecto visual, pH, potencial zeta e determinação do tamanho das gotículas lipídicas. O tamanho de gotícula em todas as formulações avaliadas não sofreu alteração significativa após 7 dias de armazenamento nas duas temperaturas, nenhuma formulação apresentou % de gotículas lipídicas maiores que 0,5 mm acima de 0,4%. O pH permaneceu estável no decorrer dos 7 dias em todas as formulações testadas. Quanto a inspeção visual nenhuma alteração foi detectada nas formulações armazenadas sob refrigeração, no dia 7 foi detectada a presença de camada de creme e escurecimento nas formulações com presença de vitaminas e maior concentração de lipídios. Não foi identificada a presença de peróxidos em nenhuma das formulações. As formulações apresentaram- se físico-quimicamente estáveis em todos os parâmetros avaliados, exceto inspeção visual em duas formulações armazenadas em temperatura ambiente. PALAVRAS CHAVE: Nutrição Parenteral; Estabilidade físico-química, Emulsão lipídica. 10 EVALUATION OF THE PHYSICAL-CHEMICAL STABILITY OF PARENTAL EMULSIONS FOR ADULTS Abstract: Parenteral nutrition (NP) formulations containing lipids in their composition are known to be more unstable. The fusion of lipid droplets known as coalescence is the most important physicochemical instability in parenteral emulsions, the droplet size should not exceed 5 mm in 0.4% of the lipids present. The objective of this study was to evaluate if the concentration of lipids and the presence of vitamins in different temperatures are factors that can alter the physico-chemical characteristics in NP. Three formulations of NP for adults were formulated at the company Nutrifica, the main variable was the presence of vitamins and the lipid concentration, the formulations were packed in ethylvinylacetate (EVA) bags, following aseptic procedures and stored at room temperature (25 ºC ± 3°C) and under refrigeration (3°C ± 3°C), the analyzes were started immediately after preparation and at the times of: 24 hours, 48 hours, 72 hours and 7 days. The stability parameters evaluated were: visual aspect, pH, zeta potential and determination of lipid droplet size. Droplet size in all formulations evaluated did not change significantly after 7 days of storage at the two temperatures, no formulation had % lipid droplets greater than 0.5 mm above 0.4%. The pH remained stable over the course of 7 days in all formulations tested. Regarding the visual inspection, no change was detected in the formulations stored under refrigeration, on day 7 the presence of a cream layer and darkening was detected in the formulations with presence of vitamins and a higher concentration of lipids. No peroxides were identified in any of the formulations. The formulations were stable in all evaluated parameters, except visual inspection in two formulations stored at 25 ºC temperature. KEYWORDS: Parenteral Nutrition, physicochemical stability, Lipid Emulsion 11 1. introdução Pacientes com má nutrição apresentam uma maior morbidade e mortalidade. Prover as quantidades adequadas de nutrientes de forma individualizada promove uma melhora no quadro clínico prevenindo a lesão celular oxidativa e favorecendo a resposta imune, por meio do suprimento correto de micro e macronutrientes. Essas ações são realizadas por meio da terapia nutricional, sendo essa um conjunto de procedimentos que visam à manutenção e recuperação nutricional por meio da nutrição parenteral e enteral, sendo que o tipo de suporte nutricional depende do estado do paciente, suas necessidades e limitações. A nutrição parenteral (NP) consiste na administração parcial ou total de nutrientes por via intravenosa. A administração de dietas líquidas via oral por sondas posicionadas no trato gastrointestinal consiste na nutrição enteral (NE) (MCCLAVE, 2016; BRASIL,1998; ASPEN, 2002). Vários fatores devem ser considerados na avaliação nutricional, como a função renal e hepática, estado metabólico e o uso de medicação, além da avaliação nutricional. A avaliação farmacêutica deve ser realizada quanto a concentração, compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de administração, a avaliação deve ser realizada antes da manipulação da nutrição parenteral e qualquer alteração ou desconformidade deve ser informada e discutida com o médico (Brasil, 1998, MCCLAVE 2016). A NP é necessária quando a absorção por via oral ou enteral não é suficiente para suprir as necessidades fisiológicas. É indicada para pacientes com desnutrição, complicações pós-cirúrgicas e complicações pós-operatórias. A NP é uma solução ou emulsão composta por aminoácidos, carboidratos, vitaminas, lipídios e minerais, visando à síntese e manutenção de tecidos, órgãos e sistemas. Deve ser estéril e livre de pirogênios e pode ser acondicionada em recipiente de plástico ou vidro, sendo assim destinada à administração intravenosa, abrangendo o ambiente hospitalar, domiciliar ou ambulatorial (BRASIL,1998). Pode ser classificada com relação à administração e à composição. No tocante à administração é dividida em periférica, que se caracteriza por baixa osmolaridade das formulações e por via central que é caracterizada por alta osmolaridade.Já em relação à composição, pode ser um sistema glicídico, binário ou 12 “dois em um”, podendo ser uma solução de glicose, como fonte de energia, e uma solução de aminoácidos, como fonte de nitrogênio, ou sistema lipídico “três em um”, no qual além da glicose e aminoácidos, se tem a presença de lipídios, como fonte de energia (GASTALDI, 2009). No Brasil a NP é regulamentada pela Portaria 272, de 2 de abril de 1978, que fixa os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição parenteral, sendo atribuição do farmacêutico o preparo, avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte, tendo que garantir pureza físico-química e microbiológica (BRASIL, 1998). A formulação de NP que apresenta lipídeos em sua composição é conhecidamente instável, por ser uma emulsão lipídica complexa óleo/água, requer um cuidadoso desenvolvimento e conhecimento de sua estabilidade físico química para garantir esterilidade absoluta e não apresentar nenhum precipitado (FORCHIELLI et al., 2014). A oxidação de ácidos graxos ocorre principalmente quando há exposição da emulsão parenteral a altas temperaturas e a luz. Assim sendo, as emulsões parenterais devem estar sempre refrigeradas a uma temperatura entre 2°C e 8°C, a temperatura de transporte não deve exceder 20°C e o transporte não deve ocorrer por um período maior que 20 horas. A peroxidação também depende da disponibilidade de antioxidantes, os mais comumente utilizados são as vitaminas A, E e C (WANTEN, 2015). A presença de vitaminas antioxidantes diminui de forma significativa a oxidação de lipídeos. A concentração de peróxidos em emulsões lipídicas sem vitaminas em temperatura ambiente pode dobrar em 1 semana, quando comparada a emulsões refrigeradas ou com a presença de antioxidantes (BOUCHOUD et al., 2010). A fusão de gotículas de óleo conhecida como coalescência, ocorre principalmente devido a alterações na carga superficial dessas gotículas, essa carga superficial das partículas é conhecida como potencial zeta, que deve estar em -30 e - 50 mV. Íons bivalentes podem alterar essa carga promovendo coalescência e a adição de componentes ácidos na emulsão parenteral, como a dextrose, que podem diminuir a acidez e, consequentemente, o potencial zeta dessas partículas. Os aminoácidos atuam como tampões em nutrições parenterais, devido a essa ação devem sempre 13 ser os primeiros a serem adicionados na tentativa de compor uma emulsão estável (Klang, 2015 ; TÉLESSY et al., 2012). 1.2. Composição da emulsão parenteral 1.2.1. Lipídios Triglicerídeos de cadeia longa, com mais de 16 átomos de carbono por molécula de ácido graxo, foram os primeiros a serem introduzidos na formulação de emulsões parenterais e continuam a ser os mais amplamente utilizados, entretanto, o uso de triglicerídeos de cadeia longa de forma isolada pode induzir a uma resposta imunológica. Os triglicerídeos de cadeia média, entre 6 e 12 carbonos por molécula de ácido graxo, são metabolizados por uma via diferente, não induzindo resposta imunológica, mas seu uso isolado pode induzir acidose metabólica e toxicidade neurológica (LI et al., 2018). A combinação de lipídios de cadeia média com lipídios de cadeia longa na proporção de 1:1 demonstrou ser mais estável que emulsões contendo somente triglicerídeos de cadeia longa, isso se deve ao menor tamanho dos triglicerídeos de cadeia média, as gotículas lipídicas tendem a expor os triglicerídeos de cadeia média, diminuindo seu tempo de depuração e aumentando sua estabilidade, além de reduzir as chances de efeitos adversos (DRISCOLL et al., 2003). 1.2.2. Proteínas As proteínas devem ser administradas na forma de aminoácidos ou dipeptídeos e são essenciais para a manutenção do funcionamento metabólico, sendo um dos principais elementos para produção de novas células, hormônios e enzimas. São também elementos altamente requisitados após grandes cirurgias e em neonatos (UNGER & HOLZGRABE, 2018). Vários fabricantes disponibilizam aminoácidos padrão, que podem fornecer todos os aminoácidos essenciais, além dos não essenciais (DERENSKI et al., 2016). Os aminoácidos podem reagir com a glicose, que é a fonte de carboidrato mais comumente utilizada, essa reação ocorre devido a ação redutora da glicose que reage com os aminoácidos livres promovendo reação denominada de Maillards ou escurecimento não enzimático. Pode ser evitado por meio do controle da temperatura 14 e pH (BOUCHOUD et al., 2010; SILVA et al., 2014). 1.2.3. Carboidratos O fornecimento de carboidratos deve ser monitorado e ajustado de acordo com a necessidade do paciente, uma alta carga de glicose pode provocar uma hiperglicemia no paciente e resistência a glicose.(SILVA et al., 2014). O cálculo da quantidade de glicose a ser acrescentada corresponde a oferta calórica total calculada menos a oferta calórica de aminoácidos prescrita. Já com relação a velocidade de infusão de glicose deve-se considerar a relação entre a quantidade de carboidratos prescrita (em miligramas) e o peso do paciente em (em kg) no período de 24h de infusão (SILVA et al., 2014). 1.2.4. Vitaminas A adição de vitaminas, assim como de outros nutrientes, tem a função de atender as necessidades diárias do paciente. Esta adição a emulsão parenteral é realizada na forma de polivitamínicos. São pouco estáveis à luz, ao oxigênio e às altas temperaturas. Podem apresentar uma baixa estabilidade quando livres na solução parenteral. Já a vitamina E tem uma significativa queda de sua concentração em menos de 24h quando livre. O ideal é que as vitaminas sejam adicionadas à solução parenteral no momento da administração no paciente (BOUCHOUD et al., 2010). As vitaminas hidrossolúveis compreendem a vitamina C e aquelas do complexo B, as vitaminas lipossolúveis são as do tipo A, D, E e K. Os polissorbatos são utilizados para promover a diluição de vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis (DEODATO., 2009). As necessidades de vitaminas variam de acordo com a idade, em crianças com hipermetabolismo a necessidade de vitaminas é aumentada. O ideal seria determinar as necessidades individuais de cada indivíduo, mas em geral isso não é possível, assim são comumente utilizadas soluções padronizadas de misturas de vitaminas (SILVA et al., 2014). 1.2.5. Oligoelementos São nutrientes essenciais requeridos para processos como, por exemplo, 15 as reações enzimáticas. De acordo com agência federal americana de saúde e serviços humanos, Food and Drug Administration (FDA), os oligoelementes essenciais para saúde humana em nutrições parenterais são: zinco, cobre, manganês, cromo e selênio. A administração desses nutrientes deveria ser feita de forma individualizada em conformidade com as necessidades de cada paciente, mas, utiliza-se soluções padronizadas em que a concentração de oligoelementos é determinada de acordo com a idade (JIN, et al., 2017). Alguns oligoelementos podem ser pouco estáveis e susceptíveis a oxidação na presença de calor e luz, para combater esse problema os oligoelementos podem ser adicionados minutos antes da administração da emulsão parenteral em um sistema protegido da luz (TÉLESSY et al., 2012). Em geral os minerais são fornecidos em quantidades de manutenção. Entretanto, no caso de desequilíbrio eletrolítico o paciente deverá receber esses minerais de forma paralela, uma vez que uma alta concentração de minerais pode implicar diretamente na manutenção de estabilidade (KLANG., 2015). 1.3. Recomendação nutricional diária para adultos As necessidades energéticas de pacientes adultos podem variar de acordo com vários fatores, como obesidade, pacientes queimados, traumas, desnutrição, entre outros fatores. Determinar a necessidade calórica adequada para um paciente em uso de nutrição parenteral é de suma importância, uma vez que um aporte muito acimaou abaixo do necessário para o paciente pode causar uma piora no quadro de saúde (MCCLAVE et al., 2016). A calorimetria indireta é considerada o método mais indicado para determinação da necessidade energética diária. O método pode ser limitado a alguns hospitais devido ao seu custo e disponibilidade. Desta forma, cálculos para determinação do aporte calórico, como o de Harris-Benedict, podem ser usados quando não há possibilidade do uso da calorimetria indireta. As estimativas energéticas para adultos estão mostradas na tabela 1 (KREYMANN et al., 2002; FAISY C et al., 2002; MCCLACE et al., 2016). 16 Tabela 1. Necessidades energéticas estimadas para adultos Condição Kcal/Kg/dia Perda de peso 20 – 25 Adulto normal 25 – 30 Trauma 20 – 35 (aumento gradual) Obeso UTI (IMC 30 – 50 Kg-m 11 – 14 Grave UTI 25 – 30 Fonte: McCLave, 2016 e Mirtallo, 2004. Os distúrbios eletrolíticos nos fluidos corporais tem um impacto maior na saúde do paciente que os distúrbios nutricionais. Quando em NP realiza-se uma avaliação dos fluidos corporais para que as necessidades diárias sejam supridas, porém ajustes devem ser feitos em diferentes situações metabólicas (queimados, febre, stress metabólico, etc.) (STAUN et al., 2009). A recomendação diária de fluidos é de 35 ml/Kg em pacientes com idade entre 18 e 60 anos, para aqueles com idade superior a 60 anos é recomendado 30 ml/Kg, já para pacientes febris é recomendado uma adição 2-2,5 ml/Kg por dia a cada 1°C (STAUN et al., 2009). Quando o paciente tem suas necessidades energéticas supridas, cerca de 1/3 dos aminoácidos administrados em pacientes em NP são utilizados para a síntese de proteínas, 1/3 é usado diretamente pelo organismo e 1/3 é para repor as reservas plasmáticas (PATKOVA et al., 2017). Pacientes em estado grave usualmente estão em estado de stress metabólico, requerendo uma maior quantidade de Kcal/Kg/dia. Vários fatores podem influenciar na quantidade e na escolha dos nutrientes responsáveis pelo aporte proteico e suas proporções, conforme tabela abaixo: 17 Tabela 2. Requerimentos estimados de proteína para adultos Condição Recomendação (g/Kg) Normal sem estresse 0,8 – 1,0 Cirurgia eletiva sem complicações 1,0 – 1,2 Estresse moderado 1,1 – 1,5 Estresse grave 1,2 – 2,0 Politrauma + injuria renal 1,1 – 2,5 Fonte: McClave, 2016 e Ayers, 2014. Glicose é a principal fonte de energia utilizada em NP, além de ser o componente em maior abundância. O organismo é capaz de formar glicose por meio da quebra de lipídios (lipólise) e proteínas. Para o cálculo da quantidade de glicose a ser administrada considera-se a concentração de lipídios, segunda maior principal fonte de energia. A concentração de glicose não deve ser muito alta para evitar hiperglicemia e nem muito baixa para evitar hipoglicemia e stress metabólico (OSHIMA et al., 2016). Uma maior quantidade de glicose reduz o pH da NP, reduzindo assim a probabilidade de formação de fosfato de cálcio e promovendo a formação de íons de fosfato desejáveis para uma maior estabilidade físico-química. A interrupção abrupta da terapia de NP deve ser evitada, mas caso seja necessária, infunde-se soro glicosado 10% para evitar um quadro de hipoglicemia (MIRTALLO et al, 2004). A glicose não deve ultrapassar 65% do total de energia da NP, em pacientes adultos estáveis é recomendando 2 – 5 mg/Kg/min, em paciente graves 1 – 4 mg/Kg/min, não devendo ser inferior a 100 g/dia e nem superior a 500g/dia (AYERS P et al., 2014). Lipídios são uma importante fonte calórica para pacientes graves que em sua maioria tem uma resposta baixa a glicose, pois aumentam o aporte calórico promovendo um menor consumo proteico. Pacientes com infecções graves ou traumas apresentam um nível maior de oxidação de lipídeos e consequentemente liberação de CO2, a administração de lipídios diminui a lipólise de forma mais efetiva que a administração de glicose (TAPPY et al., 1998; PATKOVA et al., 2017; ARABI et al. 2019). 18 Além do papel energético os lipídios são necessários para evitar a deficiência de ácidos graxos. O fornecimento de lipídios na NP deve ser de no mínimo 4% do valor energético, os requerimentos diários de lipídios estão resumidos na tabela abaixo: Tabela 3. Recomendação diária de lipídios para pacientes adultos Condição Recomendação (Kcal) Pacientes estáveis 1,0 – 1,5 ou 20 – 35% do total de Kcal Pacientes graves 1,0 ou 15 – 20% do total de Kcal Máximo 2,0 ou 50% do total de Kcal Fonte: Mirtallo, 2004; Ayers, 2014; McClave 2016 Vitaminas em NP são utilizadas na forma de polivitamínicos, as vitaminas desempenham inúmeras funções no organismo, assim como os oligoelementos. Seguem abaixo as recomendações de uso diário de vitaminas e oligoelementos. Tabela 4. Recomendação diária de vitamina para pacientes adultos Vitamina Requerimento Vitamina A 3,500 IU Vitamina D 200 IU Vitamina B1 3 mg Vitamina B3 40 - 47 mg Vitamina B12 5 – 6 μg Vitamina C 110 – 150 mg Biotina 60 μg Fonte: Osland, 2016. 19 Tabela 5. Recomendação diária de elementos-traços para pacientes adultos Elemento-traço Requerimento Selênio (Se) 60 mcg; em caso de deficiência 100 mcg ou mais Zinco (Zn) 4 mg ou mais em caso de perda de líquido GI Cobre (Cy) 0,3 mg; 1 mg em caso de deficiência Manganês (Mn) 55 mcg Cromo (Cr) 10 mcg Ferro (Fe) 1 mg, 1,5 mg em caso de perda sanguínea Iodo (I) 0,1 mg Fonte: Fessler, 2013. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Avaliação a influência da temperatura de armazenamento e composição na estabilidade físico-química de formulações de NP. 2.2. Objetivos específicos ● Avaliar a concentração de lipídios e presença de vitaminas como fatores que alteram as características físico-químicas das emulsões de NP. ● Avaliar diferentes alterações físico-químicas de acordo com possíveis temperaturas que essas formulações podem ser submetidas. 3. Justificativa A formulação de NP que apresenta lipídeos em sua composição é conhecidamente instável, por ser uma emulsão lipídica complexa óleo/água, requer um cuidadoso desenvolvimento e conhecimento de sua estabilidade físico-química para garantir a segurança e eficácia em sua utilização (FORCHIELLI et al., 2014). NP são formulações extemporâneas com um prazo de validade de 24h, realizar testes 20 para avaliar a estabilidade dessas formulações em um maior período de tempo tem a função de ampliar o tempo de validade facilitando seu uso (BRASIL, 1998). 4. Materiais e métodos 4.1. Formulações Todas os reagentes utilizados na formulação das nutrições parenterais foram obtidas de laboratórios registrados no Ministério da Saúde. As matérias primas foram adquiridas pela empresa Nutrifica, seguindo o manual de procedimento operacional padrão desta empresa, de acordo com a RDC 272 (BRASIL, 1998). A manipulação ocorreu em área classificada como grau A, circundada por área classificada grau B, com pressão positiva. Os ingredientes foram adicionados as bolsas de etilvinilacetado, por meio da exactamix 2400 da empresa Baxter®, após a manipulação as bolsas foram acondicionadas em saco plástico leitoso e transportadas em bolsa térmica com gelo para o laboratório. No laboratório, o conteúdo da bolsa de NP foi separado em tubos cônicos estéreis de 50 ml, para cada formulação foram separadas e identificadas 4 alíquotas, 2 para temperatura ambiente (25 ºC ± 3 ºC) e 2 para refrigeração (3 ºC ± 3ºC). Para o preparo das formulações foram utilizados os seguintes insumos: ● Solução de aminoácidos 10% (Aminovem®) – Fresenius Kabi, Áustria, lote 16MG1492. ● Água para injeção - Baxter lote 74MF1829. ● Polivitamínico adulto (Cerne 12®) – Baxter, Brasil, lote LE 18C093. ● Glicose 50% - Baxter, lote PR277A2. ● Emulsão lípica a 20% (SMOFlipid®) – Fresenius kabi, lote 16MG14221 Tabela 6. Composição das formulações de nutrição parenteral estudadas Matérias primas/formulações NP1 NP2 NP3 Solução de aminoácidos cristalinos 10% (g/Kg/dia) 1,00 1,00 1,00 Glicose 50% (g/Kg/dia) 4,00 4,00 4,00 Lipídio 20% Soja + Peixe + Oliva (g/Kg/dia) 0,50 0,20 0,30 Vitaminas A, D3, E, K1, C, B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 e B12 (mL/Kg/dia) 0,14 0 0,14 Água estéril (mL/Kg/dia) 7,14 7,14 7,14 Volume total (mL) 224,50 213 217,50 Fonte: próprio do autor, 2019 Foram manipuladas três formulações denominadas NP1, NP2 e NP3. A composição das formulações foi baseada nas principais recomendações mundiais para o fornecimento de nutrientes por via parenteral em adultos. A composição das formulações variou na concentração de lipídios e na presença de vitaminas. A avaliação da estabilidade físico-química foi realizada por meio de estudo experimental mediante a seleção e a manipulação de formulações de nutrição parenteral contendo diferentes concentrações de lipídios. As bolsas de NP foram manipuladas no laboratório da Nutrifica Comércio de Nutrição Enteral e Parenteral, em Brasília/DF. As amostras foram alíquotadas e mantidas à temperatura ambiente (25°C) e em câmara climática com temperatura controlada (3ºC ± 3ºC). Ao fim de cada período estabelecido foram avaliadas suas características macroscópicas e físico- químicas. Adicionalmente, foi avaliada a integridade do componente lipídico da formulação. 22 4.2. Inspeção visual As formulações foram inspecionadas com relação aos seguintes aspectos: ● Separação de fase (caracterizada por formação de creme na camada superior da emulsão); ● Alteração na coloração; ● Coalescência. 4.3. pH A determinação de pH foi realizada em triplicata em todos os tempos (zero, 24h, 48h, 72h, e sete dias) nas duas temperaturas de armazenamento (3°C e 25 °C). Foi utilizado o pHmetro digital Digimed DM-22, calibrado com solução tampão pH 7,0. As medidas foram realizadas introduzindo o eletrodo em uma alíquota de 10 ml da NP, após cada medida o eletrodo era lavado com detergente e água destilada e seco. 4.4. Potencial Zeta Potencial zeta é o potencial elétrico no plano hidrodinâmico de cisalhamento que depende não somente da superfície da partícula, mas também do dispersante. A maioria das partículas em suspensão possuem carga em sua superfície, principalmente por grupos ionizáveis ou por adsorção de espécies carregadas, criando-se uma camada ao redor da partícula que se difere do potencial elétrico do restante da solução (MAHROUQI et al, 2017). Desta forma, quando um campo elétrico é aplicado na solução, as partículas carregadas são atraídas para o campo de carga oposta, a velocidade da partícula no campo é definida como velocidade eletroforética (MAHROUQI et al, 2017). O potencial zeta é relacionado a mobilidade elétrica por meio da equação de Henry: 𝑈𝐸 = 2 𝜀 𝑓(К𝑎) 3ɳ 23 Onde: 𝑈𝐸 = mobilidade eletroelétrica Z = potencial zeta 𝜀 = constante dielétrica ɳ = viscosidade К𝑎 = função de Henry’s O potencial zeta foi determinado por meio da utilização do equipamento ZetaSizer ZS90 (Malvern), pela diluição das formulações em água destilada para obtenção de diluição 1:500, a amostra foi acondicionada em cubeta de polipropileno para análise da carga superficial das gotículas lipídicas. 4.5. Índice de peróxidos A determinação do índice de peróxidos foi realizada por meio de método de oxidimetria. Foram adicionados 5 mL de amostra de NP em um Erlenmeyer de 250 mL. Adicionou-se 30 mL de solução de ácido acético-clorofórmio (3:2), agitando até a completa dissolução da amostra. Foi então adicionado 0,5 mL de solução saturada de iodeto de potássio, a amostra foi deixada em repouso ao abrigo da luz por exatamente 1 minuto. Acrescentou-se 30 mL de água destilada e 0,5 ml de solução de amido solúvel a 1%. A solução foi então titulada com solução de tiossulfato de sódio 0,01N. 4.6. Espalhamento de luz dinâmico (DLS) e Microscopia Óptica (MO) O movimento browniano é um movimento aleatório de partículas dispersas em um líquido ou gás que ocorre devido a colisão dos átomos que constituem o fluido. Quanto maior a partícula menor será seu movimento browniano, partículas menores sofrem uma maior interação dos átomos do fluido, tendo assim um maior movimento browniano. Temperatura é um importante fator para realização do DLS, a temperatura é relacionada a viscosidade, e quanto maior a viscosidade menor será o movimento browniano (MALVERN INSTRUMENTS, sem data). O DLS é baseado no comportamento de um feixe de luz em partículas menores que 1 μm suspensas em um meio, nesse caso em uma emulsão óleo/água. 24 De acordo com a interferência causada pelo movimento browniano ao feixe de luz e com a intensidade do espalhamento é calculado o diâmetro das gotículas por meio da equação de Stokes-Einstein (LINDNER & ZEMB, 1991; MURDOCK, 2008). 𝑅 = 𝑘𝑡 6𝜋ɳ𝑎 Onde: R = raio (cm); K = constante de Boltzmann; t = temperatura absoluta (Kelvin – mantida constante); ɳ = viscosidade do diluente (poise – constante) D = difusividade. As amostras foram diluídas 1:500, as análises foram realizadas em triplicata, a mensuração de DLS foi realizada no aparelho ZetaSizer ZS90 (Malvern), em temperatura de 25 °C. A microscopia ótica é uma forma simples e direta de se medir o diâmetro das gotículas lipídicas em uma emulsão. O microscópio utilizado para visualização das amostras foi o EVOS® FL Auto Cell Imaging System, para a coleta das imagens foi utilizada a lente objetiva com o aumento de 60x. 5. Resultados e discussão 5.1 Observação visual Observação visual é uma importante ferramenta para garantia da integridade físico-química da NP, embora possa parecer uma forma pouco eficaz para avaliar a estabilidade, trata-se de um método capaz de identificar material particulado, esse material representa um risco clínico maior para o paciente por ter uma maior chance de obstrução de vasos. Além de identificar partículas, a observação visual tem importante papel na identificação de incompatibilidades físico-químicas que tem como consequência a formação de precipitado ou separação de fases. Muitas incompatibilidades físico- químicas demoram horas para ocorrer, sendo assim é importante a observação visual no momento em que a bolsa é manipulada e antes da administração da NP no paciente (MCKINNON, 1996; MIRTALLO et al., 2004; Brasil, 1998). 25 Tabela 7. Inspeção visual das formulações de nutrição parenteral durante o estudo de estabilidade. Formulações NP1 NP2 NP3 Temp o T (ºC) Coloraç ão Separaçã o de fases Coloraçã o Separaçã o de fases Coloraçã o Separaçã o de fases 0 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 25ºC S/A Não S/A Não S/A Não 24 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 25 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 48 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 25 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 72 h 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 25 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 7 dias 4 ºC S/A Não S/A Não S/A Não 25 ºC A FC S/A Não A FC S/A = Sem alteração; A = Alterada; FC = Formação de creme. A observação visual é limitada a partículas com tamanho de 50 μm, partículas menores dificilmente serão visualizadas a olho nu, a perda de estabilidade de emulsões lipídicas acarreta em coalescência com formação de partículas que podem variar em 5-50+ , podendo escapar da observação visual e causar danos ao paciente (MIRTALLO et al., 2004; LOBO et al., 2012). A presença de creme foi observada apenas nas formulações 1 e 3 em temperatura ambiente de 25 ºC, mesmo que a formação de creme desapareça após a agitação a utilização da NP é desaconselhada, uma vez que a formação da camada de creme pode acarretar em coalescência e possíveis complicações para o paciente. Deve-se ressaltar que na temperaturapreconizada para o armazenamento (2 ºC a 8 ºC) não foi notada formação de creme ou alteração de cor em nenhuma das 26 formulações (BRASIL, 1998). Devido a subjetividade nas alterações de coloração, não foi dada graduação as mesmas, portanto optou-se por apenas caracterizar as formulações quando está apresentou-se diferenciada da formulação inicial. As figuras 1, 2 e 3 mostram fotos comparativas das formulações nas temperaturas de 3 ºC e 25 ºC nos tempos 0 e 7 dias. O estudo desenvolvido neste trabalho demonstrou que as formulações NP1 e NP2 contendo vitaminas e com temperatura de 25 ºC sofreram alterações visuais, conforme tabela 7. Figura 1. formulações NP1, NP2 e NP3 no tempo 0 Figura 2. Formulações NP1, NP2 e NP3 em 7 dias a 3 ºC. 27 Figura 3. Formulações NP1, NP2 e NP3, 7 dias a 25 ºC. No sétimo dia foi observado um escurecimento das formulações contendo vitaminas em relação ao tempo 0, este resultado pode ser comparado ao de Stawny (2019). As formulações NP1 e NP2 começaram a formar camada de creme no dia 7, apenas as formulações armazenadas em temperatura de 25 ºC apresentaram escurecimento e formação de creme. Resultado comparado ao de Lobo (2005). Não foram realizados testes para avaliar a estabilidade físico-química das vitaminas presentes na formulação, com o fito de verificar se a degradação das vitaminas foi responsável pelo escurecimento das formulações. 5.2. pH O pH é regulado por vários fatores como a presença de eletrólitos e a concentração de macronutrientes. Uma concentração muito baixa de aminoácidos pode resultar em um pH fora do recomendando 5,5. Um pH menor que 5 é fator desestabilizante para a emulsão, nenhuma das formulações apresentou pH menor que 5 conforme tabela 8 (DRISCOLL, 2006; KEARNEY et al., 1998). Aminoácidos tem função tamponante, favorecendo a manutenção de um pH adequado, emulsões lipídicas para uso em NP possuem um pH entre 6,0 e 9,0, responsável por favorecer a carga superficial negativa das gotículas lipídicas, (SCHRODER, 2008; DRISCOLL, 2001). A tabela 8 mostra a variação de pH nas três formulações em todos os tempos e temperaturas: 28 Tabela 8. Medida do pH nas formulações de nutrição parenteral durante o estudo de estabilidade físico-químico. Tempo (Dias) 4 ºC 25 ºC Média ± dp Média ± dp Formulação NP 1 0 5,49 ± 0,03 5,49 ± 0,03 1 5,50 ± 0,02 5,49 ± 0,01 2 5,60 ± 0,02 5,55 ± 0,04 3 5,65 ± 0,01 5,58 ± 0,03 7 5,58 ± 0,03 5,70 ± 0,05 Formulação NP2 0 5,44 ± 0,01 5,44 ± 0,01 1 5,49 ± 0,03 5,50 ± 0,07 2 5,54 ± 0,01 5,57 ± 0,01 3 5,60 ± 0,03 5,56 ± 0,01 7 5,57 ± 0,01 5,61 ± 0,07 Formulação NP3 0 5,51 ± 0,02 5,51 ± 0,02 1 5,62 ± 0,12 5,54 ± 0,04 2 5,68 ± 0,02 5,74 ± 0,02 3 5,70 ± 0,03 5,66 ± 0,01 7 5,69 ± 0,04 5,71 ± 0,04 O pH das formulações estudadas se manteve na faixa preconizada, para as formulações NP1, NP2 e NP3. O pH de todas as formulações ficaram próximos a 5,5 mesmo com diferentes concentrações de polivitamínicos e lipídios, as formulações apresentam todas a mesma concentração de aminoácidos, tendo assim o mesmo efeito tamponante em todas as formulações. 29 5.3. Potencial Zeta Uma emulsão é composta por uma fase aquosa e uma fase oleosa, usualmente água e óleo não se misturam, pois a água tem caráter polar e o óleo apolar, essa diferença de polaridade os torna imiscíveis, para que possam formar uma emulsão é requerida a presença de um surfactante ou emulsionante que tem a função de diminuir a força eletrostática repulsiva permitindo a formação de pequenas gotículas de óleo na fase aquosa. A manutenção das gotículas lipídicas está diretamente ligada a força eletrostática ou potencial zeta da emulsão. (DRISCOLL, 2014; Pertkiewicz, 2009). As gotículas lipídicas são cobertas por fosfolipídios que formam uma camada externa negativa, a força eletrostática negativa formada pelos fosfolipídios tem uma ação repulsiva para outras gotículas. A manutenção do potencial zeta está diretamente relacionada a probabilidade de aglomeração dessas gotículas em gotículas maiores, esse fenômeno é conhecido como coalescência (Pertkiewicz, 2009). Para que a manutenção das gotículas de lipídicas seja otimizada o potencial zeta deve estar na faixa entre -40 e -50 mV (Driscoll 2014). O potencial zeta das formulações foi testado ao longo dos sete dias de estudo, os resultados foram considerados estatisticamente iguais após aplicação do teste t-student, não houve diferença no potencial zeta ao longo do tempo. 30 Figura 4. Variação do potencial zeta em NP1 ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC. Figura 5. Variação do potencial zeta em NP2 ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC. 31 Figura 6. Variação do potencial zeta em NP2 ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC Como esperado o potencial zeta das formulações não variou de forma significante durante os 7 dias, o que sugere que o potencial zeta está diretamente ligado ao pH. O tempo e a temperatura não mostrou influencia no potencial zeta das formulações, não foi encontrada diferença estatística do pH entre as formulações armazenadas em 3 ºC e 25 ºC (p > 0,05), como já havia sido apontado por Stawny e seus colaboradores (2019) e Turmezei e seus colaboradores (2015). 5.4. Índice de peróxidos Por meio do teste utilizado não foi identificada a presença de peróxido em nenhuma formulação, nem mesmo nas formulações com a ausência de polivitamínico em temperatura ambiente 25 ºC e com ocorrência de escurecimento. Este presente trabalho também teve a função de avaliar se a presença de vitaminas é um fator protetor para a formação de peróxidos quando comparado com formulações com ausência de vitaminas. Algumas vitaminas, como A e E, são 32 conhecidamente antioxidantes, prevenindo a formação de peróxidos (McClave 2016; NIKI. 2005). Em nenhuma das formulações foi detectada a presença de peróxidos, nem mesmo na NP2 em que havia a ausência do polivitamínico. Temperatura, pH e presença de oxigênio são importantes fatores na formação de peróxidos (Mühlebach, 2009), não ouve alteração significativa do pH nos 7 dias de estudo, mesmo as formulações armazenadas em temperatura de 25 ºC não apresentaram formação de peróxidos. Cabe ressaltar que o nível máximo de peróxidos em emulsões intravenosas e de no máximo 0,5 mEq/L. É importante o monitoramento da concentração de peróxidos pois podem causar inúmeros danos oxidativos celulares (LEE. 2003). Apenas um teste para a avaliação de peroxidação foi realizado, outros testes devem ser realizados para que seja estabelecido se ocorre ou não peroxidação. 5.5. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas por DLS e microscopia óptica A homogeneidade da NP é um ponto fundamental na estabilidade, alterações na homogeneidade de formulações tais como separação de fase ou formação de precipitado podem causar sérios danos aos pacientes, assim a dispersão final dos nutrientes em uma NP, deve ser formulada de forma que as gotículas lipídicas sejam preservadas e que não aumentem de tamanho chegando a dimensões perigosas. (DRISCOLL, 1995; ASPEN, 1998) O diâmetro das gotículas lipídicas é um importante fator de estabilidade, uma infusão lipídica intravenosa com gotículas lipídicas com dimensões a 5 micrometros em concentração maior que 0,4% são consideradas formulações instáveis (DRISCOLL, 2001). A seguir nas figuras 7,8 e 9 são apresentados os dados de distribuição média de diâmetro das gotículas lipídicas, por espalhamento de luz dinâmico – DLS. 33 Figura 7. Variação do diâmetro hidrodinâmico (nm) ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC Figura 8. Variação do diâmetro hidrodinâmico (nm) ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC 34 Figura 9. Variação do diâmetro hidrodinâmico(nm) ao longo de 7 dias nas temperaturas de 4 ºC e 25 ºC O tamanho de gotícula lipídica é o parâmetro mais crítico da estabilidade físico-química de NP, o diâmetro das gotículas não pode exceder ao tamanho dos eritrócitos (6-8 nm) para que não se tenha o risco de embolismo, que pode ser fatal (TURMEZEI, 2015). Conforme mostrado nas figuras 3, 4 e 5 não houve uma alteração significativa no tamanho das gotículas lipídicas no decorrer dos dias, os resultados se mostraram de acordo com os parâmetros estabelecidos por USP 31 e por Driscoll (2001), que indicam que o tamanho médio das gotículas lipídicas por método de DLS não deve ser superior a 500 nm. A análise dos valores de DLS em triplicata mostraram resultados similares após a aplicação do teste de t-student (p >0.05). O PDI das formulações não excedeu 0.5 em nenhuma das amostras, mostrando uma alta homogeneidade no tamanho das gotículas lipídicas. A seguir temos imagens de microscopia das três formulações armazenadas em 3 ºC no dia 7: 35 Figura 10. Microscopia óptica 60x, NP1 em 3 ºC. Figura 11.. Microscopia óptica 60x, NP2 em 3 ºC. 36 Figura 12. Microscopia óptica 60x, NP3 em 3 ºC. As imagens mostram as formulações mantidas em geladeira no dia 7. O tamanho máximo das gotículas foi mensurado por meio do software Imagej, a formulação NP1 apresentou tamanho máximo de gotícula de 298,9 nm, NP2 de 351,2 e NP3 de 338,8. Todas as formulações apresentaram diâmetro máximo abaixo do preconizado 500nm por USP e Driscoll e seus colaboradores (2006). Resultado esperado, uma vez que o método de DLS apresentou resultados similares. 37 6. Conclusão Na última década uma série de estudos sobre a utilização de NP foram realizados, envolvendo principalmente a eficácia da utilização e sua importância na prática clínica de pacientes graves (CURRY, 2018; BOHL, 2017; ABUNNAJA, 2013; ZHOU, 2019). Entretanto poucos estudos foram realizados no que tange a estabilidade físico-química de NP, principalmente no Brasil. Trabalhos nesse sentindo tem grande importância no desenvolvimento de novos parâmetros para utilização de NP e na identificação de possíveis incompatibilidades. O presente estudo mostrou que as formulações armazenadas em temperatura de 25 ºC não apresentaram alterações em sua microestrutura, entretanto houve formação de creme e escurecimento nas formulações NP1 e NP3. O tamanho de gotícula e pH esteve dentro dos parâmetros estabelecidos pela USP 31 durante os 7 dias de estudo. O potencial zeta permaneceu em valores próximos aos recomendados e sem variações significativas durante o estudo. As condições de armazenamento já preconizadas pelas normas técnicas, entre 2 ºC e 8 ºC foram as ideais, pois preservaram todas as características iniciais das misturas em até 7 dias. 38 7. Referências ABUNNAJA, Salim; CUVIELLO, Andrea; SANCHEZ, Juan. Enteral and parenteral nutrition in the perioperative period: state of the art. Nutrients, v. 5, n. 2, p. 608-623, 2013. AL MAHROUQI, Dawoud; VINOGRADOV, Jan; JACKSON, Matthew D. Zeta potential of artificial and natural calcite in aqueous solution. Advances in colloid and interface science, v. 240, p. 60-76, 2017. Anna et al. Energy, protein, carbohydrate, and lipid intakes and their effects on morbidity and mortality in critically ill adult patients: a systematic review. Advances in nutrition, v. 8, n. 4, p. 624-634, 2017. ARABI, Yaseen M. et al. Free Fatty Acids’ Level and Nutrition in Critically Ill Patients and Association with Outcomes: A Prospective Sub-Study of PermiT Trial. Nutrients, v. 11, n. 2, p. 384, 2019. 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Espalhamento de luz dinâmico (DLS) e Microscopia Óptica (MO) 5.1 Observação visual 5.2. pH 5.3. Potencial Zeta 5.4. Índice de peróxidos 5.5. Determinação do tamanho das gotículas lipídicas por DLS e microscopia óptica A seguir temos imagens de microscopia das três formulações armazenadas em 3 ºC no dia 7:
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