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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
SEMINÁRIO I - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL 
ALUNA: BRIDA CASTELLO BRANCO ALVA 
 
Questões 
1. Recurso administrativo protocolado intempestivamente tem o condão de 
suspender a exigibilidade do crédito tributário? Fundamentar sua 
decisão observando o que dispõe o art. 35 do Decreto Federal n. 
70.235/72: “Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao 
órgão de segunda instância, que julgará a perempção.” 
 
Sim. Ainda que o recurso na via administrativa tenha sido protocolado na 
forma intempestiva, este suspende a exigibilidade do crédito tributário, até 
posterior decisão reconhecendo sua intempestividade, para assim, afastar a 
suspensão da exigibilidade. 
 
Desta feita, enquanto não houver julgamento definitivo do recurso 
administrativo, resta suspensa a sua exigibilidade, conforme estabelecido no 
art. 35 do Decreto Federal nº 70.235/72. 
 
Resta claro, da leitura do dispositivo supramencionado, que o recurso, mesmo 
que não atenda a um dos elementos essenciais formais, como a 
tempestividade, deve ser recebido e encaminhado para o órgão competente 
para julgamento, sob pena de ofender não apenas a disposição do art. 35, do 
Decreto Federal nº 70.235/72, mas também o direito ao processo legal e à 
ampla defesa, assegurados, pela possibilidade de recurso voluntário à 
segunda instância administrativa, no caso, o Conselho Administrativo de 
Recursos Fiscais. 
 
 
2. Considerando a presunção de legitimidade dos atos administrativos, a 
quem compete o ônus da prova nos recursos e impugnações? Até que 
momento o contribuinte (recorrente) pode juntar aos autos do processo 
administrativo provas documentais? Diante do que dispõem os arts. 9º 
e 10 do CPC/15, apresentadas novas provas pelo contribuinte o julgador 
administrativo deverá dar oportunidade ao Fisco para se manifestar a 
respeito antes de afetar o processo para julgamento? (Vide anexo I, II e 
III). 
 
Inicialmente, é importante salientar que o princípio da verdade material deverá 
subsidiar o processo administrativo, devendo a autoridade julgadora buscar a 
realidade dos fatos, conforme ocorrida, podendo realizar diligências que 
considere necessárias à complementação da prova ou ao esclarecimento de 
dúvida referente aos fatos do processo. 
 
Portanto, no que se refere à presunção de legitimidade dos atos 
administrativos e a quem compete o ônus da prova, atualmente, o 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
entendimento é no sentido de que não se aplica essa presunção de forma 
arbitrária e sequer a administração pública fica exonerada de provar as 
ocorrências por ela apontada em fiscalização ou autuação. 
 
Desta forma, após comprovada a legitimidade do ato da fazenda pública, 
compete ao contribuinte contestar a fiscalização/autuação, revertendo 
novamente o ônus à Fazenda Pública, gerando este ciclo de inversão de ônus 
da prova. 
 
Diante do que dispõem os artigos 9º e 10º do CPC, apresentadas novas 
provas pelo contribuinte, o julgador administrativo deverá dar oportunidade ao 
Fisco para se manifestar a respeito, caso comprovada justificativa por motivo 
de força maior ou ocorrência de fato superveniente, senão, em via de regra é 
alegado que o momento de juntada dos documentos é até a apresentação da 
defesa. 
 
Em São Paulo, no âmbito Estadual, tem-se a aplicação do Art. 83 do 
Decreto 54.486/09 que assim dispõe: 
 
Artigo 83 - As provas deverão ser apresentadas juntamente com o auto de 
infração e com a defesa, salvo por motivo de força maior ou ocorrência de fato 
superveniente. 
§ 1º - É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos 
novos, apenas quando destinados a fazer prova de fatos supervenientes ou 
para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. 
§ 2º - Nas situações excepcionadas no “caput” e no § 1º deste artigo, que 
devem ser cabalmente demonstradas, será ouvida a parte contrária. 
Assim, em caso de apresentação de novos documentos nos autos e 
comprovadamente alegado o motivo da sua apresentação em determinado 
momento, deve-se dar a oportunidade de manifestação da parte contrária, sob 
pena de se ferir o princípio do contraditório e da ampla defesa. Caso não seja 
possível a manifestação, deverá haver o ‘sopesamento’ dos princípios para 
válida admissão do mesmo. 
 
 
3. Os tribunais administrativos exercem “jurisdição”? Justifique sua 
resposta, definindo “jurisdição”. Podem, no ato de julgar, afastar a 
aplicação de Decreto sob a alegação de sua ilegalidade para com a Lei. 
Pode a decisão administrativa inovar o feito, agravando o lançamento 
por ocasião do julgamento da defesa do contribuinte? 
 
Sim, os Tribunais Administrativos exercem jurisdição, uma vez que 
“jurisdição” é o poder que o Estado detém para aplicar o direito a um 
determinado caso, com o fim de solucionar conflitos de interesses, bem 
como, resguardar a ordem jurídica. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28896505/artigo-9-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28896491/artigo-10-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/23440052/artigo-83-do-decreto-n-54486-de-26-de-junho-de-2009-de-s%C3%A3o-paulo
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818052/decreto-54486-09
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
No ato do julgamento, não pode o julgador arguir inaplicabilidade de Decreto 
sob alegação de ilegalidade para com a Lei, uma vez que não possui 
competência para tal propósito, conforme vedação no art. 26-A, do Decreto 
70.235/72. Portanto, em atenção ao Princípio do Pacto Federativo, o nobre 
julgador, decidindo de forma contrária, estaria declarando a 
inconstitucionalidade da norma, sendo que, caso haja eventual 
irregularidade, deve ser declarada pelo judiciário a sua eventual invalidade, 
não possuindo o julgador competência para tanto. 
 
Por último, não pode a decisão administrativa decidir de forma mais 
abrangente do que está formalizado no lançamento fiscal, de forma “extra 
petita”, agravando o feito. 
 
 
4. Qual a aplicabilidade do CPC/15 ao processo administrativo tributário? 
Os enunciados das súmulas vinculantes devem ser observados pela 
Administração Pública? E os demais enunciados das súmulas do STF 
em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional? E os 
acórdãos em incidente de resolução de demandas repetitivas (vide art. 
928, II, do CPC/15)? 
 
 
Quando na ausência que regule o processo administrativo, será aplicado o 
Código de Processo Civil, de forma supletiva e subsidiária, conforme disposto 
no art. 15, do CPC. 
 
Senão vejamos: 
 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem 
processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, 
as disposições deste cógido lhes serão aplicadas 
supletiva e subsidiariamente. 
 
No que tange à aplicação dos enunciados das súmulas vinculantes, a 
interpretação que se tem dado a esses casos, é de observação aos mesmos 
e não de aplicação obrigatória pelos tributais administrativos, conforme art. 
927 do CPC/15. 
 
Vejamos: 
 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em 
controle concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
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III - os acórdãos em incidente de assunção de 
competência ou de resolução de demandas 
repetitivas e em julgamento de recursos 
extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal 
Federal em matéria constitucional e do Superior 
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos 
quais estiverem vinculados. 
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto 
no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com 
fundamento neste artigo. 
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em 
enunciado de súmula ou em julgamento de casos 
repetitivos poderá ser precedida de audiências 
públicas e da participação de pessoas,órgãos ou 
entidades que possam contribuir para a rediscussão 
da tese. 
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência 
dominante do Supremo Tribunal Federal e dos 
tribunais superiores ou daquela oriunda de 
julgamento de casos repetitivos, pode haver 
modulação dos efeitos da alteração no interesse 
social e no da segurança jurídica. 
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de 
jurisprudência pacificada ou de tese adotada em 
julgamento de casos repetitivos observará a 
necessidade de fundamentação adequada e 
específica, considerando os princípios da segurança 
jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. 
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus 
precedentes, organizando-os por questão jurídica 
decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede 
mundial de computadores. 
 
5. A lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro é aplicada ao 
procedimento/processo administrativo fiscal? Quais as implicações da 
aplicação da LINDB no PAF? Analisar especificamente os artigos 241 e 
282 da referida lei (vide ACÓRDÃOS DO CARF Nª 9202-006.996, 1301-
 
1. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as 
orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se 
declarem inválidas situações plenamente constituídas. 
 
2. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de 
dolo ou erro grosseiro. 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
003.284, 9101-003.839). A desconsideração de negócios jurídicos para 
requalificação dos efeitos tributários por consideração de inexistência 
de propósito negocial pode ensejar a aplicação do artigo 28 da LINDB? 
 
 
Primeiramente, importante destacar que a Lei n.º 13.655/2018 
modificou alguns aspectos da LINDB, tornando- se questionável se a 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro continuaria sendo 
aplicada ao se tratar de direito tributário. 
 
Sobre o tema, a fazenda pública defende a tese que a aplicabilidade da 
LINDB se restringe ao direito administrativo, como por exemplo, aos tribunais 
de contas, não devendo ser observado pelo direito tributário, mais ainda 
por se tratar de decreto-lei. O fisco entende que, para dispor acerca de 
matéria tributária, seria essencial a edição de lei complementar. 
 
Contudo, questionável o entendimento da fazenda, uma vez que a 
LINDB versa acerca do direito brasileiro de for ma geral, não devendo 
o que se dizer em diferen ciação por se tratar de direito tributário. Como 
se não bastasse, o acréscimo dos artigos 20 a 30 à LINDB direciona- 
se ao direito público, nele estão inclusos tanto o direito administrativo 
quanto o direito tributário. 
 
Quanto às disposições do artigo 24 e 28 da LINDB, entende-se que 
cabe ao tribunal administrativo observar em qual sentido caminha a 
jurisprudência majoritária, antes de proferir julgamento desfavorável ao 
contribuinte. 
 
Ainda, o artigo 28 traz responsabilidade aos servidores públicos. Sobre 
o tema, o que se vislumbra na atualidade é que os servidores não se 
preocupam com as consequências de seus atos, praticando condutas que 
não condizem com o que espera da administração pública. 
 
Quanto ao último questionamento, sobre a aplicabilidade do artigo 28 da 
LINDB, caso o fisco desconsidere negócio jurídico já realizado, diante da 
ausência de propósito negocial, e então aplique os efeitos tributários 
que entende como devidos, entende-se que deve ser analisado o caso 
concreto. 
 
O artigo 28 da LINDB trata de responsabilizar servidores por suas 
condutas dolosas, ou ainda, por erros grosseiros. Para que seja 
aplicado, as condutas práticas devem estar configuradas de forma clara. 
 
Entretanto, em qualquer situação que estejam configuradas as condutas 
dolosas ou ainda, o erro grosseiro do servidor, o artigo 28 da LINDB é 
perfeitamente aplicável. 
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6. A existência de processo judicial e administrativo concomitantes implica 
renúncia às instâncias administrativas? (Vide anexos IV, V e VI). 
 
Sim, a propositura pelo contribuinte de ação judicial de qualquer espécie 
contra a Fazenda Pública com o mesmo objeto do processo administrativo 
fiscal implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de 
eventual recurso de qualquer espécie interposto. 
 
Quando contenha objeto mais abrangente do que o judicial, o processo 
administrativo fiscal deve ter seguimento em relação à parte que não esteja 
sendo discutida judicialmente. 
 
A decisão judicial transitada em julgado, ainda que posterior ao término do 
contencioso administrativo, prevalece sobre a decisão administrativa, mesmo 
quando aquela tenha sido desfavorável ao contribuinte e esta lhe tenha sido 
favorável. 
 
Por fim, a definitividade da renúncia às instâncias administrativas independe 
de o recurso administrativo ter sido interposto antes ou após o ajuizamento da 
ação. 
 
Fonte: https://www.delivardemattos.com.br/a-propositura-de-acao-judicial-enseja-a-renuncia-
tacita-ao-direito-de-defesa-administrativa/ 
 
7. A Lei n° 13.988/2020 incluiu o art. 19-E na Lei nº 10.522/2002, cujo 
enunciado prescreve que “em caso de empate no julgamento do 
processo administrativo de determinação e exigência do crédito 
tributário, não se aplica o voto de qualidade a que se refere o § 9º do art. 
25 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, resolvendo-se 
favoravelmente ao contribuinte.”. Tomando como base o dispositivo 
legal ora transcrito, responda: 
 
i) A existência do chamado “voto de qualidade”, tal qual originalmente 
previsto no art. 25, § 9º, do Decreto nº 70.235/72, afrontava preceitos 
legais de hierarquia superior e/ou constitucionais? E a extinção desse 
expediente, imposto pela Lei nº 13.988/2020, pressupõe alguma 
violação a princípios constitucionais e/ou legais? Responder as 
questões cotejando os cânones constitucionais da igualdade, do 
devido processo legal, da presunção de inocência e da supremacia do 
interesse público, bem como o disposto no art. 112 do CTN. 
 
 
O chamado “voto de qualidade”, originalmente previsto no art. 25, § 9°, do 
Decreto n° 70.235/72, foi pacificado por muitos anos. Portanto, nos últimos 
anos surgiu uma objeção: na maioria das controvérsias solucionadas com o 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
voto de qualidade, as decisões não foram totalmente favoráveis ao 
contribuinte. 
 
Isto posto, após o surgimento dessa problemática, o Conselho Federal da 
OAB ajuizou uma ADI (nº 5.731), argumentando que o voto de qualidade em 
sentido desfavorável ao contribuinte, era uma afronta aos princípios da 
isonomia, da razoabilidade e da proporcionalidade. E mais, configurava uma 
inobservância ao princípio in dubio pro contribuinte (art.112, do CTN). 
 
Por fim, no que se refere a extinção desse expediente imposto pela Lei n° 
13.988/2020, ficou estabelecido que em processos administrativos de 
determinação e exigência do crédito tributário, a divergência será 
automaticamente decidida em favor do contribuinte, que trouxe mais 
segurança e isonomia, pois conforme demonstrado acima, gerava danos ao 
contribuinte. Desta forma, prevaleceu o entendimento do art. 112, do CTN. 
 
ii) A expressão “processo administrativo de determinação de crédito” 
abarca os processos que tenham sido originados da não 
homologação de declarações de compensação e do indeferimento de 
pedidos de ressarcimento/restituição de créditos? E os processos 
administrativos originados e autuaçõesaduaneiras (pena de 
perdimento, por exemplo)? 
 
É considerado “processo administrativo de determinação de crédito” aquele 
que há a existência do crédito com base em Auto de Infração ou Notificação 
de Lançamento, bem como, aqueles que discutem infração tributário sem 
exigência de crédito. (art. 9, §4º do Decreto nº 70.235/72) 
 
Portanto, mesmo que não envolvam determinação e exigência do crédito 
tributário e haja vista que estes processos atendem aos procedimentos do 
Decreto n° 70.235/72, qualquer alteração nesse rito gera uma repercussão 
direta sobre os demais. 
 
Sendo assim, será aplicável a Lei n° 13.988/2020. 
 
8. A Administração lavra contra determinado contribuinte auto de infração 
imputando duas condutas que resultaram em ausência de recolhimento 
de imposto. Em face do auto, o contribuinte se insurge contra apenas 
uma das imputações, mantendo-se inerte em relação à remanescente. 
Pode o Fisco segregar o auto de infração para cobrança da parte não 
expressamente impugnada? 
 
Não, deverá aguardar o término da discussão para a cobrança do Auto de 
Infração lavrado. Caso entendesse de cobrar cada infração de forma 
autônoma, poderia ter lavrado dois autos de infrações distintos. 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
 
9. Analise os acórdãos lavrados no RE nº 601.314 e na ADIN 2859 e 
responda, em relação à quebra de sigilo bancário: 
 
 a) Há diferença entre envio de Declaração de Movimentação Financeira 
(DIMOF), atual e-FINANCEIRA, pelos bancos à RFB, e a obtenção de 
extratos bancários pela RFB junto aos bancos, sem autorização judicial. 
(Vide anexos VII e VIII). 
 
“Dentro de um processo de evolução tecnológica contínua, foi instituída, pela 
Instrução Normativa nº RFB 1.571, de 2 de julho de 2015, a e-Financeira, que 
faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Este instrumento 
passa a ser o único canal de prestação de informações pelas instituições 
financeiras à Receita Federal, tendo incorporado além das informações 
prestadas na antiga Dimof, dados sobre aplicações financeiras, seguros, 
planos de previdência privada e investimentos em ações. 
 
Destaque-se que tais informações são protegidas pelo sigilo fiscal, nos termos 
do art. 198 do Código Tributário Nacional. Quebrar sigilo, seja ele bancário ou 
fiscal, é tornar algo que não poderia ser divulgado em informação pública. A 
Constituição Federal estabelece que apenas o Poder Judiciário e as 
Comissões Parlamentares de Inquérito têm esse poder no País. Não há, 
portanto, como querem fazer crer alguns, quebra de sigilo de qualquer 
espécie, mas transferência de informações sigilosas, que permanecem 
protegidas pelo sigilo fiscal, sob pena de o agente público responder penal e 
administrativamente. 
 
Desde 2001, ano da edição da Lei Complementar nº 105, o mundo mudou. 
Os países perceberam a necessidade de atuar em cooperação global para 
transparência de informações tributárias. Com o patrocínio inicial dos países 
do G20 e no âmbito do Fórum Global de Transparência, diversas ações foram 
implementadas para permitir que as administrações tributárias troquem 
informações para combater de forma eficaz a sonegação, a corrupção, a 
lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo. 
 
Acreditar que o Fisco brasileiro não possa participar deste processo é admitir 
que o Brasil se torne um paraíso para recursos ilícitos e seja classificado como 
uma jurisdição não transparente, com consequências negativas diretas para 
os investimentos estrangeiros e para a concorrência e livre iniciativa, 
ensejando prejuízos para a sociedade brasileira.” 
 
Diante das informações acima, verificamos que se trata de uma transferência 
de dados sigilosos de determinado portador (Banco ou RFB) que tem o dever 
de sigilo para outro portador (RFB ou Banco) que mantém a obrigação de 
sigilo, permanecendo resguardadas a intimidade e a vida privada da pessoa 
que teve as informações verificadas. Referida verificação cujo acesso da 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
Administração Pública à relação de bens, renda e patrimônio de determinados 
indivíduos já é amplamente realizada. 
 
Fonte: https://www.crcsc.org.br/noticia/view/4934 
 
 
 b) A declaração efetuada para fins de aproveitamento do Programa que 
recebeu o nome de “Regime Especial de Regularização Cambial e 
Tributária” – RERCT, criado pela Lei n. 13.254/16 está protegida pelo 
sigilo fiscal? 
 
 
Vejamos o que dispõe o art. 7º, § 1º e § 2º, da Lei de Repatriação: 
 
Art. 7º. A adesão ao RERCT poderá ser feita no 
prazo de 210 (duzentos e dez) dias, contado a partir 
da data de entrada em vigor do ato da RFB de que 
trata o art. 10, com declaração da situação 
patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e o 
consequente pagamento do tributo e da multa. 
§ 1º A divulgação ou a publicidade das informações 
presentes no RERCT implicarão efeito equivalente à 
quebra do sigilo fiscal, sujeitando o responsável às 
penas previstas na Lei Complementar no 105, de 10 
de janeiro de 2001, e no art. 325 do Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e, 
no caso de funcionário público, à pena de demissão. 
§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 6o do art. 4o, é 
vedada à RFB, ao Conselho Monetário Nacional 
(CMN), ao Banco Central do Brasil e aos demais 
órgãos públicos intervenientes do RERCT a 
divulgação ou o compartilhamento das informações 
prestadas pelos declarantes que tiverem aderido ao 
RERCT com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, inclusive para fins de constituição de 
crédito tributário. 
 
Desta forma, a declaração supracitada está protegida pelo sigilo fiscal. Insta 
salientar que, nos termos do Art. 9º, 2§ da mesma lei, dispõe que mesmo na 
conjectura de exclusão do contribuinte do RERCT, quando da constatação 
de apresentação de declarações ou documentos falsos relativos à 
titularidade e à condição jurídica dos recursos, isto, por si só, não poderá 
carregar o procedimento investigatório contra o contribuinte: 
 
Art. 9º. Será excluído do RERCT o contribuinte que 
apresentar declarações ou documentos falsos 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
relativos à titularidade e à condição jurídica dos 
recursos, bens ou direitos declarados nos termos do 
art. 1o desta Lei ou aos documentos previstos no § 
8o do art. 4o. 
§ 1o Em caso de exclusão do RERCT, serão 
cobrados os valores equivalentes aos tributos, 
multas e juros incidentes, deduzindo-se o que houver 
sido anteriormente pago, sem prejuízo da aplicação 
das penalidades cíveis, penais e administrativas 
cabíveis. 
§ 2o Na hipótese de exclusão do contribuinte do 
RERCT, a instauração ou a continuidade de 
procedimentos investigatórios quanto à origem dos 
ativos objeto de regularização somente poderá 
ocorrer se houver evidências documentais não 
relacionadas à declaração do contribuinte. 
 
 
 
Anexo I 
CARF - Acórdão n. 9202-002.626 
Publicação: 06/06/2014 
 
NORMAS PROCESSUAIS. PROVA DOCUMENTAL. MOMENTO 
APRESENTAÇÃO. APÓS RECURSO VOLUNTÁRIO. 
Tanto o princípio da verdade material como o princípio da preclusão são princípios 
aplicáveis ao processo administrativo fiscal. 
Os princípios, em específico, não estão submetidos, tão-somente, a um juízo 
de validade, mas especialmente a uma ponderação, a um balanceamento; 
não se declara válido ou não válido um princípio, não há uma norma de 
exceção. A solução é diversa: as circunstâncias concretas motivadoras da 
aplicação dos princípios conflitantes devem ser analisadas, observando-se 
qual o princípio prevalecerá no caso concreto, uma vez que eles têm peso 
diferente. Na escolha do princípio a incidir deverá ser utilizada a máxima da 
proporcionalidade. 
Não há verdadeira hierarquia entre os princípios, uma vez que ora poderá 
prevalecer um ora outro, deve ser feito o teste de proporcionalidade, para 
decidir qual regerá o caso concreto. Há, pois, uma hierarquização em função 
do caso concreto. 
É abusiva a juntada da prova após o trintídio do recurso voluntário, quese referia 
à cópia de cheques de emissão do recorrente, buscando comprovar que os 
débitos nas contas auditadas tinham favorecido pessoa jurídica, já que a 
infração estava associada aos créditos na conta corrente, os quais não tiveram 
suas origens comprovadas, e não a eventuais débitos, o que acarreta a restrição 
prevista no art. 16, § 4º, do Decreto n° 70.235/72. 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
Anexo II 
CARF - Acórdão n. 1201-000.820 
 
Julgamento: 11/06/2013 
 
PROVAS APRESENTADAS APÓS IMPUGNAÇÃO E ANTES DA DECISÃO 
DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. PRECLUSÃO NÃO É ABSOLUTA E DEVE SER 
INTERPRETADA SISTEMATICAMENTE COM AS DEMAIS NORMAS E 
PRINCÍPIOS NORTEADORES PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. 
PROVAS ESSENCIAIS À GARANTIA DE PRINCÍPIOS. AUSÊNCIA DE 
ANÁLISE. NULIDADE. Em respeito ao princípio da verdade material, o 
julgador deverá valorar as provas a ele apresentadas livremente, sempre 
buscando a verdade material dos fatos. Sendo apresentadas provas após a 
impugnação e antes da decisão de primeira instância, a preclusão deverá ser 
interpretada sistematicamente com as demais normas e princípios 
norteadores do processo administrativo fiscal. Se as provas apresentadas 
após a impugnação, mas antes da decisão em primeira instância, forem 
essenciais à garantia dos princípios norteadores do PAF, esta deverá ser 
analisada pele órgão julgador de primeiro grau. A análise das provas por 
órgão de segundo grau, sem a apreciação da câmara “a quo”, resultaria em 
decisões proferidas em razão de uma mesma situação fática, partindo de 
fundamentos probatórios diversos. Tal situação configura evidente afronta ao 
princípio do duplo grau de jurisdição. g.a 
 
Anexo III 
CARF - Acórdão n. 1102-000.940 
 
Julgamento: 08/10/2013 
 
Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2004 
NULIDADE. LANÇAMENTO. INEXISTÊNCIA. Não é nulo o procedimento 
fiscal que glosou despesas com juros após lavrar diversas intimações com 
pedidos de esclarecimentos sobre a matéria, aguardando prazo razoável para 
apresentação de documentos antes da lavratura do auto de infração. 
PRODUÇÃO DE PROVAS NO VOLUNTÁRIO. POSSIBILIDADE PARA SE 
CONTRAPOR ÀS RAZÕES DO JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. 
PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Como regra geral, a prova documental 
deve ser apresentada na impugnação, precluindo do direito de fazê-lo em 
outro momento processual. Contudo, tendo o contribuinte trazido os 
documentos que julgava aptos a comprovar seu direito, ao não ser bem 
sucedido no julgamento de 1a instância, razoável se admitir a juntada 
das provas no voluntário, pois é exceção à regra geral de preclusão a 
produção de novos documentos destinados a contrapor fatos ou razões 
posteriormente trazidas aos autos. Ademais, seria por demais gravoso, e 
contrário ao princípio da verdade material, a manutenção da glosa de 
deduções sem a análise das provas constantes nos autos. E ainda, sendo 
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esta a última instância administrativa, tal postura exigiria do contribuinte a 
busca da tutela do seu direito no Poder Judiciário, o que exigiria do Fisco a 
análise das provas apresentadas em juízo, e ainda condenaria a União pelas 
custas do processo. DESPESAS COM JUROS. COMPROVAÇÃO PARCIAL. 
Restabelecem-se as deduções relativas a despesas com juros devidamente 
comprovadas. DESPESAS FINANCEIRAS. JUROS PAGOS EM 
EMPRÉSTIMOS JUNTO A TERCEIROS EM CONCOMITÂNCIA COM 
EMPRÉSTIMOS FEITO A SÓCIOS SEM ÔNUS. DESNECESSIDADE. 
Somente são dedutíveis as despesas necessárias à atividade da empresa e 
à manutenção da respectiva fonte produtora, nos termos do art. 299 do 
RIR/99. Não é possível se admitir como necessária a despesa relativa a 
pagamento de juros relativos a empréstimos tomados com terceiros, quando 
ao mesmo tempo se realiza empréstimo a sócio sem a cobrança de juros, ou 
ainda com juros abaixo da taxa de captação. Assim, correta a glosa das 
despesas de juros passivos relativos a contratos de mútuo firmados com 
terceiros em valor equivalente aos juros ativos que seriam devidos sobre o 
valor emprestado ao sócio calculados pela taxa média dos empréstimos 
tomados pela empresa. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. 
INCIDÊNCIA. A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato 
gerador e tem por objeto o pagamento tanto do tributo quanto da penalidade 
pecuniária decorrente do seu não pagamento. O crédito tributário decorre da 
obrigação principal e tem a mesma natureza desta, e, portanto, envolve tanto 
o tributo quanto a penalidade pecuniária. Como consequência, é legítima a 
incidência de juros de mora, à taxa Selic, sobre todo o crédito tributário, o que 
inclui o valor da multa de ofício proporcional, não paga no vencimento. 
LANÇAMENTO REFLEXO DE CSLL. MESMA MATÉRIA FÁTICA Aplica-se 
ao lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL o decidido 
em relação ao lançamento do tributo principal, por decorrer da mesma matéria 
fática. Preliminar Rejeitadas. Recurso Voluntário Provido em Parte. g.a. 
 
Anexo IV 
Súmula n. 1 do CARF 
 
“Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito 
passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois 
do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, 
sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, 
de matéria distinta da constante do processo judicial.” 
 
Anexo V 
AI n. 358.785 
DJ 01/10/2010 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 227, DL 
05/75, RIO DE JANEIRO. ART. 38, P.U., LEI 6.830/80. MANDADO DE 
SEGURANÇA E PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. 
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TRAMITAÇÃO SIMULTÂNEA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. 
ENUNCIADOS 282 E 356 DA SÚMULA/STF. OFENSA À ECONOMIA 
PROCESSUAL. INUTILIDADE DE PROVIMENTO ADMINISTRATIVO ANTE 
COMANDO JURISDICIONAL EM SENTIDO CONTRÁRIO. PRECEDÊNCIA 
CRONOLÓGICA DO PROCESSO JUDICIAL. IRRELEVÂNCIA. 
A questão constitucional invocada no recurso não foi devidamente 
prequestionada, razão pela qual incidem os enunciados 282 e 356 da 
Súmula/STF. 
Ainda que superado tal óbice, não mereceria prosperar o presente recurso, 
uma vez que, ao apreciar o RE 233.582 (rel. p/ o acórdão min. Joaquim 
Barbosa), esta Corte entendeu que a tramitação simultânea de processos 
administrativo e judicial é antieconômica e ignora a prevalência dos atos 
jurisdicionais. 
Note-se, por fim, que no referido leading case discutia-se situação semelhante 
à presente. Irrelevante, portanto, o argumento de que a instauração do feito 
judicial precedeu à do processo administrativo. 
Agravo interno a que se nega provimento. 
 
Anexo VI 
Parecer Normativo Cosit n. 7/2014 
Data 27/08/2014 
 
CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL E 
PROCESSO JUDICIAL COM O MESMO OBJETO. PREVALÊNCIA DO 
PROCESSO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. 
DESISTÊNCIA DO RECURSO ACASO INTERPOSTO. A propositura pelo 
contribuinte de ação judicial de qualquer espécie contra a Fazenda Pública com 
o mesmo objeto do processo administrativo fiscal implica renúncia às instâncias 
administrativas, ou desistência de eventual recurso de qualquer espécie 
interposto. Quando contenha objeto mais abrangente do que o judicial, o 
processo administrativo fiscal deve ter seguimento em relação à parte que não 
esteja sendo discutida judicialmente. A decisão judicial transitada em julgado, 
ainda que posterior ao término do contencioso administrativo, prevalece sobre 
a decisão administrativa, mesmo quando aquela tenha sido desfavorável ao 
contribuinte e esta lhe tenha sido favorável. A renúncia tácita às instâncias 
administrativas não impede que a Fazenda Pública dê prosseguimento normal 
a seus procedimentos, devendo proferir decisão formal, declaratória da 
definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida. É irrelevante que 
o processo judicial tenha sido extinto sem resolução de mérito, na forma do art. 
267 do CPC, pois a renúnciaàs instâncias administrativas, em decorrência da 
opção pela via judicial, é insuscetível de retratação. A definitividade da renúncia 
às instâncias administrativas independe de o recurso administrativo ter sido 
interposto antes ou após o ajuizamento da ação. 
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Anexo VII 
RE 601.314/SP 
DJ 16/09/2016 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO 
TRIBUTÁRIO. DIREITO AO SIGILO BANCÁRIO. DEVER DE PAGAR 
IMPOSTOS. REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RECEITA FEDERAL ÀS 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ART. 6º DA LEI COMPLEMENTAR 105/01. 
MECANISMOS FISCALIZATÓRIOS. APURAÇÃO DE CRÉDITOS 
RELATIVOS A TRIBUTOS DISTINTOS DA CPMF. PRINCÍPIO DA 
IRRETROATIVIDADE DA NORMA TRIBUTÁRIA. LEI 10.174/01. 1. O litígio 
constitucional posto se traduz em um confronto entre o direito ao sigilo bancário 
e o dever de pagar tributos, ambos referidos a um mesmo cidadão e de caráter 
constituinte no que se refere à comunidade política, à luz da finalidade precípua 
da tributação de realizar a igualdade em seu duplo compromisso, a autonomia 
individual e o autogoverno coletivo. 2. Do ponto de vista da autonomia 
individual, o sigilo bancário é uma das expressões do direito de personalidade 
que se traduz em ter suas atividades e informações bancárias livres de 
ingerências ou ofensas, qualificadas como arbitrárias ou ilegais, de quem quer 
que seja, inclusive do Estado ou da própria instituição financeira. 3. Entende-se 
que a igualdade é satisfeita no plano do autogoverno coletivo por meio do 
pagamento de tributos, na medida da capacidade contributiva do contribuinte, 
por sua vez vinculado a um Estado soberano comprometido com a satisfação 
das necessidades coletivas de seu Povo. 4. Verifica-se que o Poder Legislativo 
não desbordou dos parâmetros constitucionais, ao exercer sua relativa 
liberdade de conformação da ordem jurídica, na medida em que estabeleceu 
requisitos objetivos para a requisição de informação pela Administração 
Tributária às instituições financeiras, assim como manteve o sigilo dos dados a 
respeito das transações financeiras do contribuinte, observando-se um 
translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal. 5. A alteração na 
ordem jurídica promovida pela Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio 
da irretroatividade das leis tributárias, uma vez que aquela se encerra na 
atribuição de competência administrativa à Secretaria da Receita Federal, o que 
evidencia o caráter instrumental da norma em questão. Aplica-se, portanto, o 
artigo 144, §1º, do Código Tributário Nacional. 6. Fixação de tese em relação 
ao item “a” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “O art. 6º da Lei 
Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a 
igualdade em relação aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade 
contributiva, bem como estabelece requisitos objetivos e o translado do dever 
de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 7. Fixação de tese em relação ao 
item “b” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “A Lei 10.174/01 
não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, tendo 
em vista o caráter instrumental da norma, nos termos do artigo 144, §1º, do 
CTN”. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. 
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Anexo VIII 
ADI 2859 
DJ 21/10/2016 
 
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Julgamento conjunto das ADI 
nº 2.390, 2.386, 2.397 e 2.859. Normas federais relativas ao sigilo das 
operações de instituições financeiras. Decreto nº 4.545/2002. Exaurimento da 
eficácia. Perda parcial do objeto da ação direta nº 2.859. Expressão “do 
inquérito ou”, constante no § 4º do art. 1º, da Lei Complementar nº 105/2001. 
Acesso ao sigilo bancário nos autos do inquérito policial. Possibilidade. 
Precedentes. Art. 5º e 6º da Lei Complementar nº 105/2001 e seus decretos 
regulamentadores. Ausência de quebra de sigilo e de ofensa a direito 
fundamental. Confluência entre os deveres do contribuinte (o dever 
fundamental de pagar tributos) e os deveres do Fisco (o dever de bem tributar 
e fiscalizar). Compromissos internacionais assumidos pelo Brasil em matéria 
de compartilhamento de informações bancárias. Art. 1º da Lei Complementar 
nº 104/2001. Ausência de quebra de sigilo. Art. 3º, § 3º, da LC 105/2001. 
Informações necessárias à defesa judicial da atuação do Fisco. 
Constitucionalidade dos preceitos impugnados. ADI nº 2.859. Ação que se 
conhece em parte e, na parte conhecida, é julgada improcedente. ADI nº 
2.390, 2.386, 2.397. Ações conhecidas e julgadas improcedentes. 1. 
Julgamento conjunto das ADI nº 2.390, 2.386, 2.397 e 2.859, que têm como 
núcleo comum de impugnação normas relativas ao fornecimento, pelas 
instituições financeiras, de informações bancárias de contribuintes à 
administração tributária. 2. Encontra-se exaurida a eficácia jurídico-normativa 
do Decreto nº 4.545/2002, visto que a Lei n º 9.311, de 24 de outubro de 1996, 
de que trata este decreto e que instituiu a CPMF, não está mais em vigência 
desde janeiro de 2008, conforme se depreende do art. 90, § 1º, do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias -ADCT. Por essa razão, houve 
parcial perda de objeto da ADI nº 2.859/DF, restando o pedido desta ação 
parcialmente prejudicado. Precedentes. 3. A expressão “do inquérito ou”, 
constante do § 4º do art. 1º da Lei Complementar nº 105/2001, refere-se à 
investigação criminal levada a efeito no inquérito policial, em cujo âmbito esta 
Suprema Corte admite o acesso ao sigilo bancário do investigado, quando 
presentes indícios de prática criminosa. Precedentes: AC 3.872/DF-AgR, 
Relator o Ministro Teori Zavascki, Tribunal Pleno, DJe de 13/11/15; HC 
125.585/PE-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe de 
19/12/14; Inq 897-AgR, Relator o Ministro Francisco Rezek, Tribunal Pleno, 
DJ de 24/3/95. 4. Os artigos 5º e 6º da Lei Complementar nº 105/2001 e seus 
decretos regulamentares (Decretos nº 3.724, de 10 de janeiro de 2001, e nº 
4.489, de 28 de novembro de 2009) consagram, de modo expresso, a 
permanência do sigilo das informações bancárias obtidas com espeque em 
seus comandos, não havendo neles autorização para a exposição ou 
circulação daqueles dados. Trata-se de uma transferência de dados sigilosos 
de um determinado portador, que tem o dever de sigilo, para outro, que 
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mantém a obrigação de sigilo, permanecendo resguardadas a intimidade e a 
vida privada do correntista, exatamente como determina o art. 145, § 1º, da 
Constituição Federal. 5. A ordem constitucional instaurada em 1988 
estabeleceu, dentre os objetivos da República Federativa do Brasil, a 
construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza 
e a marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais. Para 
tanto, a Carta foi generosa na previsão de direitos individuais, sociais, 
econômicos e culturais para o cidadão. Ocorre que, correlatos a esses 
direitos, existem também deveres, cujo atendimento é, também, condição sine 
qua non para a realização do projeto de sociedade esculpido na Carta Federal. 
Dentre esses deveres, consta o dever fundamental de pagar tributos, visto 
que são eles que, majoritariamente, financiam as ações estatais voltadas à 
concretização dos direitos do cidadão. Nesse quadro, é preciso que se 
adotem mecanismos efetivos de combate à sonegação fiscal, sendo o 
instrumento fiscalizatório instituído nos arts. 5º e 6º da Lei Complementar nº 
105/ 2001 de extrema significância nessa tarefa. 6. O Brasil se comprometeu, 
perante o G20 e o Fórum Global sobre Transparência e Intercâmbio de 
Informações para Fins Tributários (Global Forum on Transparency and 
Exchange of Information for Tax Purposes), a cumprir os padrões 
internacionais de transparência e de troca de informações bancárias, 
estabelecidos com o fito de evitar o descumprimento de normas tributárias, 
assim como combater práticascriminosas. Não deve o Estado brasileiro 
prescindir do acesso automático aos dados bancários dos contribuintes por 
sua administração tributária, sob pena de descumprimento de seus 
compromissos internacionais. 7. O art. 1º da Lei Complementar 104/2001, no 
ponto em que insere o § 1º, inciso II, e o § 2º ao art. 198 do CTN, não 
determina quebra de sigilo, mas transferência de informações sigilosas no 
âmbito da Administração Pública. Outrossim, a previsão vai ao encontro de 
outros comandos legais já amplamente consolidados em nosso ordenamento 
jurídico que permitem o acesso da Administração Pública à relação de bens, 
renda e patrimônio de determinados indivíduos. 8. À Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional, órgão da Advocacia-Geral da União, caberá a defesa da 
atuação do Fisco em âmbito judicial, sendo, para tanto, necessário o 
conhecimento dos dados e informações embasadores do ato por ela 
defendido. Resulta, portanto, legítima a previsão constante do art. 3º, § 3º, da 
LC 105/2001. 9. Ação direta de inconstitucionalidade nº 2.859/DF conhecida 
parcialmente e, na parte conhecida, julgada improcedente. Ações diretas de 
inconstitucionalidade nº 2390, 2397, e 2386 conhecidas e julgadas 
improcedentes. Ressalva em relação aos Estados e Municípios, que somente 
poderão obter as informações de que trata o art. 6º da Lei Complementar nº 
105/2001 quando a matéria estiver devidamente regulamentada, de maneira 
análoga ao Decreto federal nº 3.724/2001, de modo a resguardar as garantias 
processuais do contribuinte, na forma preconizada pela Lei nº 9.784/99, e o 
sigilo dos seus dados bancários. 
 
	SEMINÁRIO I - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL
	Anexo I CARF - Acórdão n. 9202-002.626
	Anexo II CARF - Acórdão n. 1201-000.820
	Anexo III CARF - Acórdão n. 1102-000.940
	Anexo IV Súmula n. 1 do CARF
	Anexo V AI n. 358.785
	Anexo VI Parecer Normativo Cosit n. 7/2014
	Anexo VII RE 601.314/SP
	Anexo VIII ADI 2859

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