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Profa. Dra. Renata Dias UNIDADE II Noções de Nutrição e Dietética De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2017a), o conceito de alimentação saudável e adequada está relacionado à prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente e ao acesso físico e financeiro aos alimentos escolhidos. Alimentação saudável para cada ciclo da vida A escolha por alimentos saudáveis diz respeito à ingestão de alimentos que possuem sua composição nutricional balanceada, mas também a como os alimentos são combinados entre si e preparados, às características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares, contribuindo de forma essencial para a boa saúde. Alimentação x Nutrição O período gestacional é caracterizado por alterações orgânicas com repercussões funcionais, metabólicas, físicas, emocionais, comportamentais e alimentares. As etapas do período gestacional incluem a garantia do crescimento e do desenvolvimento fetal, além de manter a higidez da gestante e a recuperação pós-parto e de lhe possibilitar que tenha condições de saúde satisfatórias e que esteja apta ao processo de lactação. A nutrição materna é importante para a evolução da gestação, e o estado nutricional é importante tanto para a mãe quanto para o filho. Os problemas de saúde materna devem ser controlados já no pré-natal. Nutrição durante gravidez e lactação Primeiro trimestre: (0 a final 3º mês) Intensa divisão celular. Saúde do embrião depende da condição nutricional pré-gestacional da mãe. Essa fase caracteriza-se por: náuseas e enjoos, privação alimentar, pequena perda de peso. É importante nessa fase manter a ingestão energética, de minerais (ferro) e de vitaminas (ácido fólico). Etapas da gestação Segundo trimestre (a partir do 4º mês de gestação): Ocorre a formação de células adiposas e aumento acentuado delas até o nascimento. O meio externo exerce influências na condição do feto: ganho de peso adequado; ingestão de nutrientes adequada; fator emocional; estilo de vida; postura e deambulação (centro da gravidade desviado, andar de ganso); hematológicas (anemias ferropriva e megaloblástica); sistema cardiovascular, sistema urinário (maior predisposição à infecção do trato urinário); sistema respiratório (sensação de dispneia); aumento das necessidades energéticas para suprir gasto energético e carência do feto. Etapas da gestação Ocorrem alterações hormonais, por exemplo, com mudanças no paladar, no olfato e nas preferências alimentares; Entre elas, destacamos: – aumento no consumo de sal: diminui a sensibilidade; – maior capacidade olfatória: responsável pela hiperêmese; Momento de importantes reestruturações na vida da mulher e nos papéis que ela exerce; Reajuste em seu relacionamento conjugal e em sua situação socioeconômica (maior impacto em primíparas); Fatores de risco: tabagismo, álcool, baixo peso, sobrepeso ou obesidade. Etapas da gestação Terceiro trimestre: Maior crescimento do feto. O peso do feto praticamente dobra durante os últimos dois meses e ocorre o crescimento da massa muscular fetal. Durante o último mês de gestação, a mãe não absorve normalmente pelo tubo gastrointestinal proteínas, cálcio, fósforo e ferro em quantidades suficientes para suprir o feto, no entanto, desde o início da gravidez, o corpo da mãe vinha armazenando essas substâncias para serem utilizadas nos últimos meses. Parte dessa reserva fica na placenta, porém a maior parte fica nos depósitos de reserva normais da mãe. Etapas da gestação Os hormônios desempenham papel fundamental na gravidez, no parto e na lactação. A produção pode ser: ovariana: até oito semanas, quando o corpo lúteo é o grande responsável pela produção dos hormônios esteroides e há elevada secreção de hCG (gonadotrofina coriônica humana). placentária: após oito semanas, quando a placenta se mostra autônoma para produzir os hormônios, com paralela queda de hCG. O hCG é o hormônio responsável pelos primeiros sintomas da gravidez, faz com que as mulheres apresentem sintomas de sensibilidade nos seios, náuseas e fadiga e as torna emocionalmente sensíveis. Hormônios na gestação Nos ajustes fisiológicos maternos podem ser observados volume e composição sanguínea apresentando elevação de até 50% sobre o volume do período pré-gestacional. Tal expansão sanguínea acarreta diminuição dos níveis de substâncias circulantes como albumina e hemoglobina, retornando ao normal semanas após o parto. Picamalácia: transtorno associado a carências nutricionais, principalmente de ferro (anemia ferropriva) e zinco, à constipação, à distensão e à obstrução intestinal. Ingestão de barro, amido, pasta de dente, gelo etc. Prováveis fatores que influenciam esse transtorno: fisiológicos (alívio de náuseas) e emocionais (relação com alterações hormonais e diminuição do estresse). Pirose: apresenta sintoma reforçado pela elevação do esôfago e do estômago, refluxo gastresofágico, menor motilidade intestinal com maior tempo de esvaziamento gástrico (progesterona), maior absorção pela mucosa e obstipação. Intolerância a alimentos gordurosos: causada pela menor liberação da bile. Durante a gestação ainda podem ocorrer alguns transtornos: A condição nutricional da gestante é avaliada, entre outros critérios, pelo ganho ponderal durante o período. A evolução ótima é o aumento de 9 a 12 kg. Ganho de peso insuficiente pode estar relacionado com a inadequada expansão do volume plasmático, que resulta em fluxo placentário reduzido, repercutindo negativamente no transporte de oxigênio e nutrientes para o feto. Ganho de peso gestacional Características de peso insuficiente são: recém-nascido de baixo peso, recém-nascido pré- termo e morbimortalidade neonatal. Características de peso excessivo estão relacionadas à: macrossomia fetal, diabetes gestacional e hipertensão, além de bebês acima de 4 kg que apresentam risco de morte superior com maior prevalência de partos cesáreos. Ganho de peso gestacional O ato de se alimentar não necessariamente está relacionado ao bem nutrir, como vimos anteriormente, entretanto é importante considerar alguns aspectos nutricionais individuais de cada paciente. Assim sendo, reflita sobre essas questões e sua relevância. Interatividade O ato de se alimentar não necessariamente está relacionado ao bem nutrir, como vimos anteriormente, entretanto é importante considerar alguns aspectos nutricionais individuais de cada paciente. Assim sendo, reflita sobre essas questões e sua relevância. A alimentação é um processo voluntário que sofre fortes influências sociais, culturais e étnicas e cabe ao profissional entender a necessidade de adequação da dieta do ponto de vista nutricional com os fatores que cada indivíduo sofre quando inserido no meio em que vive. Resposta A adoção de uma dieta balanceada nos períodos de preconcepção, gestação e amamentação, incluindo alimentos ricos em nutrientes, é o método ideal para atender às necessidades nutricionais e garantir o pleno desenvolvimento e o crescimento do feto e do recém-nascido. Além de vitaminas e minerais, as frutas, legumes, grãos integrais, feijões e sementes fornecem diversas outras substâncias benéficas à saúde, como carotenoides e polifenóis. Orientação para período gestacional Além da prescrição de micronutrientes para mulheres em idade fértil, gestantes ou lactantes, é importante considerar o estilo de vida e incentivar a melhora de hábitos, quando necessário. Dietas predominantemente saudáveis, prática de exercícios, quantidade adequada de horas de sono, controle de estresse, moderação do uso de álcool, abandono do uso de cigarro, resiliência emocional e outras ações que não incluam remédios devem ser recomendadas paraprevenir, tratar e até reverter doenças crônicas e algumas doenças autoimunes. Orientação para período gestacional Aumentar o fracionamento das refeições (6x/dia); o consumo de proteína, ferro, cálcio e fibra, além da ingestão de líquidos. Evitar frituras e gorduras; o consumo de café, chá e mate; o uso abusivo de sal e de açúcar de adição; o consumo excessivo de edulcorantes; o sono após as refeições. Reduzir o volume de cada refeição. Estimular o consumo de vegetais e frutas cruas. Preferir preparações simples. Não ingerir álcool, não fumar e não usar outras drogas. Praticar atividade física (orientação médica). Fazer refeições em ambientes calmos. Mastigar bem. Corrigir erros alimentares e tabus. São sugestões nutricionais durante a gestação Ômega-6: componente estrutural da membrana celular, envolvido na sinalização celular, precursor de eicosanoides. A grávida deve ser estimulada a consumir alimentos fontes de ômega-6, por exemplo, os óleos vegetais (como os de girassol, de canola, de milho, de soja e de amendoim). Ômega-3: atua no desenvolvimento neurológico, crescimento, precursor de eicosanoides. Incentiva a grávida a ingerir alimentos fontes de ômega-3 como: óleo de canola, soja, óleo de soja, peixes de água gelada (truta, atum e salmão). Ácido fólico: atua na síntese de DNA e RNA. Sua deficiência causa: defeitos no fechamento do tubo neural (espinha bífida e anencefalia), pré-eclâmpsia, hemorragia, fundamental em gravidez gemelar. Nutrientes essenciais na gestação Cálcio: Suas funções são formação de ossos e dentes, contração muscular, transmissão de impulsos nervosos e coagulação sanguínea. Ferro: As suas funções são síntese da hemoglobina (proteína que transporta oxigênio) e síntese de enzimas ferro-dependentes. Cianocobalamina (B12): As principais funções da B12 são neurológicas, eritropoiese, formação do tubo neural e desenvolvimento do cérebro. Nutrientes essenciais na gestação Vitamina D: Exerce função imunológica, crescimento dos ossos, balanço de cálcio e fósforo, secreção de insulina e controle da pressão arterial. Os fatores de risco para desenvolver a deficiência consistem em exposição solar limitada, baixa ingestão pela dieta e obesidade. Iodo: Tem como funções a adaptação tireoidiana à gravidez e o desenvolvimento do cérebro. Nutrientes essenciais na gestação De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2014a), os dez principais passos para uma alimentação saudável em crianças menores de dois anos são: 1) Até os seis meses, dar somente leite materno sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos. 2) A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais. 3) Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno. Nutrição na infância e na adolescência 4) Oferecer a alimentação complementar de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança. 5) Manter a alimentação complementar espessa desde o início e oferecê-la de colher. Começar com consistência pastosa e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. 6) Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida. 7) Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. Nutrição na infância e na adolescência 8) Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. 9) Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos. Garantir o seu armazenamento e conservação adequados. 10) Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. Nutrição na infância e na adolescência Na idade pré-escolar (1 a 6 anos): consolidação de hábitos é importante. As principais características dessa fase são: desenvolvimento da coordenação motora fina; manejo melhor dos talheres; início das preferências alimentares; início da retirada da mamadeira; alimentos não liquidificados; volume gástrico ainda pequeno e apetite inconstante. Nutrição na infância e na adolescência Na idade escolar (após 7 anos): independência e sociabilização. Eles incorporam hábitos alimentares das pessoas que admiram. As principais características dessa fase são: crescimento lento e constante, além do aumento da atividade física: ingestão alimentar aumentada; crescente maturação das habilidades motoras e ganho no crescimento cognitivo, social e emocional; trato gastrointestinal (TGI): capacidade digestiva comparável à do adulto; alimentação versus aproveitamento escolar. Nutrição na infância e na adolescência Na adolescência (10 a 20 anos): risco nutricional. As principais características da adolescência são: período de crescimento rápido e acelerado; estirão pubertário, fase com duração média de 36 meses (quatro etapas): período de pré- aceleração, aceleração máxima, desaceleração e crescimento final. busca por uma alimentação equilibrada e saudável: entendida como aquela que faz bem e promove saúde, deve ser orientada e incentivada desde a infância até a idade adulta; hábito alimentar; disponibilidade de alimentos; renda; escolaridade; qualidade de informação sobre nutrição. Nutrição na infância e na adolescência A adolescência é caracterizada por um período de crescimento acelerado. Por isso é necessário dar atenção à quantidade e qualidade da alimentação. Além de maior oferta de calorias, o adolescente também vai precisar de maior aporte de alguns nutrientes como proteína (carnes e ovos), ferro (carnes e leguminosas – feijão, lentilha, ervilha), cálcio (leite e derivados, vegetais verdes-escuros, leguminosas, peixes), vitaminas A (fígado, peixe, gema de ovo, vegetais folhosos, legumes e frutas) e C (frutas cítricas). Entretanto, é uma fase de risco nutricional, para tanto comente sobre algumas influências que interferem na nutrição nessa fase de vida: Interatividade A adolescência é caracterizada por um período de crescimento acelerado. Por isso é necessário dar atenção à quantidade e qualidade da alimentação. Além de maior oferta de calorias, o adolescente também vai precisar de maior aporte de alguns nutrientes como proteína (carnes e ovos), ferro (carnes e leguminosas – feijão, lentilha, ervilha), cálcio (leite e derivados, vegetais verdes-escuros, leguminosas, peixes), vitaminas A (fígado, peixe, gema de ovo, vegetais folhosos, legumes e frutas) e C (frutas cítricas). Entretanto, é uma fase de risco nutricional, para tanto comente sobre algumas influências que interferem na nutrição nessa fase de vida: É necessário buscar por uma alimentação equilibrada e saudável que deve ser entendida como aquela que faz bem e promove saúde, deve ser orientada e incentivada desde a infância até a idade adulta. Nesse sentido, o hábito alimentar, a disponibilidade de alimentos, a renda e escolaridade familiar interferem muito na nutrição nessa fase da vida. Resposta O adulto jovem compreende indivíduos entre 20 e 40 anos, e a maturidade faixa etária que inclui pessoas entre 40 e 59 anos. Suas principais características são: faixa etária em que se completa o crescimento físico, manutenção do peso ideal; maiores desvios alimentares; ordem econômica, muitas vezes com dificuldades em providenciar a própria alimentação; baixa atividade física; excesso de trabalho, que ocasiona maus hábitos alimentares. Nutrição do adulto As tendências e padrões alimentares durante esse período compreendem: padrõesde comportamento e escolha; local em que a pessoa se alimenta, que influencia suas escolhas alimentares; responsabilidade pelo preparo das refeições; quantidade consumida nas refeições diárias. Nutrição do adulto Envelhecimento é o processo contínuo que se inicia na concepção e só termina com a morte. No Brasil, é considerado idoso o indivíduo com idade superior a 60 anos e, nos países desenvolvidos, 65 anos; nesse período há declínio do ritmo biológico. É importante para a equipe de saúde preservar as funções físicas, psíquicas e sociais do idoso. Nutrição do idoso Psicologicamente, trata-se da etapa da vida capaz de provocar depressão, sensibilidade às doenças, regressão. Há ansiedade diante do desconhecido, que é a própria velhice, com dúvidas, medos e frequentemente a culpa, em maior ou menor intensidade, por coisas que fez ou poderia ter feito. Também ocorrem pressões e preconceitos sociais, além de aposentadoria, perda de entes queridos, perda de autonomia e institucionalização. Nutrição do idoso Possíveis comprometimentos que surgem durante esse período: Comprometimentos funcionais: gastrite, disfagia, atrofia das glândulas salivares (xerostomia) e alteração da palatabilidade. Comprometimentos físicos: diminuição da capacidade motora, ausência ou perda de dentes e postura inadequada. Nutrição do idoso Boca: dentes (60% dos idosos com mais de 65 anos não possuem dentes naturais), próteses mal adaptadas, alterações da gengiva, dificuldade de mastigação e deglutição, digestão, atrofia das papilas, saliva mais densa e alcalina, sensação de boca seca, glossite e anorexia. Paladar e olfato: perda ou alteração da capacidade. Esôfago: espessamento do epitélio, atrofia da submucosa, diminuição dos movimentos peristálticos, atividade motora desorganizada (falta de impulsão adequada do alimento na deglutição). Comprometimentos funcionais/ fisiológicos Estômago: hérnia de hiato/esôfago de Barrett, refluxo gastroesofágico (RGE – uso de medicamentos), gastrite e úlcera. Diminuição da produção de ácido clorídrico, absorção de B12 e ferro, além do aumento de tempo de esvaziamento de líquidos. Intestinos: diminuição da absorção e do fluxo de sangue, alterações da motilidade, atrofia da mucosa e diminuição das enzimas pancreáticas e da absorção de cálcio. Comprometimentos funcionais/ fisiológicos Dificuldade para intervenção dietética: hábitos alimentares já se encontram arraigados. Alterações do estado nutricional (EN). Medicamentos interferem na ingestão, no sabor, na digestão e absorção dos alimentos, alterando o consumo alimentar. Comprometimentos funcionais/ fisiológicos Diminuição da massa muscular e aumento da gordura corporal, concentrando-se na área abdominal e agravando o risco de DCV. Redução da estatura: O encurvamento da coluna (diminuição de 1 a 2,5 cm por década a partir dos 40 anos) pode resultar de uma redução na capacidade de absorção de choques dos discos vertebrais. Comprometimentos funcionais/ fisiológicos 1) Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação. 2) Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades. 3) Limite o consumo de alimentos processados. 4) Evite o consumo de alimentos ultraprocessados. 5) Coma regularmente e com atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, em companhia de outras pessoas. “Dez passos para uma alimentação adequada e saudável” 6) Faça suas compras em locais que ofertem variedade de alimentos in natura ou minimamente processados. 7) Desenvolva, exercite e partilhe suas habilidades culinárias. 8) Planeje o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece. 9) Ao comer fora, dê preferência para locais que servem refeições feitas na hora. 10) A atividade física é importante para manter um peso saudável. Movimente-se! “Dez passos para uma alimentação adequada e saudável” Em 2006, o Ministério da Saúde publicou o Guia Alimentar para a População Brasileira, que foi um marco histórico e significou um avanço em termos de atenção básica à saúde na área de alimentação e nutrição. Em consonância com as sugestões da Organização Mundial de Saúde, em sua Estratégia Global, foi elaborado o Guia com as diretrizes oficiais para a população brasileira, fazendo parte da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). É uma abordagem integrada, de cunho preventivo, que reforça a alimentação saudável como base em todos os ciclos da vida. Em relação à alimentação do adulto, reflita sobre os fatores que interferem da nutrição desses indivíduos. Interatividade Em 2006, o Ministério da Saúde publicou o Guia Alimentar para a População Brasileira, que foi um marco histórico e significou um avanço em termos de atenção básica à saúde na área de alimentação e nutrição. Em consonância com as sugestões da Organização Mundial de Saúde, em sua Estratégia Global, foi elaborado o Guia com as diretrizes oficiais para a população brasileira, fazendo parte da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). É uma abordagem integrada, de cunho preventivo, que reforça a alimentação saudável como base em todos os ciclos da vida. Em relação à alimentação do adulto, reflita sobre os fatores que interferem da nutrição desses indivíduos. São vários os fatores que afetam e interferem na correta alimentação de adultos, mas comumente a principal causa comum é o excesso de trabalho. Resposta Pela antropometria, é possível, primeiramente, estudar a composição corporal humana e os seus diversos constituintes. Normalmente, a massa corporal total é expressa pelas respectivas porcentagens de gordura e massa magra ou muscular, e, posteriormente, relacionada aos componentes que estejam envolvidos com os processos de saúde, doença e qualidade de vida do indivíduo. Antropometria As medidas de monitoramento utilizadas na antropometria incluem: mensurações de peso, estatura, circunferências e pregas ou dobras cutâneas que são tomadas para estimar a composição corporal nos indivíduos nos diferentes ciclos da vida. Antropometria A relação entre estatura e peso permite avaliar o crescimento em crianças e adolescentes, quando comparada com padrões de referências (curvas de crescimentos para gênero e idade). No caso do peso em adultos, pode-se comparar o peso atual ao ideal e ao usual, além de analisar as porcentagens de mudanças de peso ponderal. Também é possível aplicar equações e utilizar índices e tabelas que determinam o peso corporal e circunferências, como a do quadril e cintura, relacionados à menor taxa de mortalidade por doenças. Portanto, as medidas antropométricas podem ser indicadoras sensíveis para a saúde, para o desenvolvimento e para o crescimento durante todos os ciclos da vida. As medidas devem ser realizadas com instrumentos específicos e devidamente calibrados, além de incluir como fator de sucesso a habilidade prática e técnica do profissional que será o avaliador e irá mensurar as medidas. Técnicas de medição e padronização para peso e altura Massa corporal: A balança é o instrumento utilizado para medir a massa corporal total do indivíduo. A precisão da medida de massa corporal dependerá da escala numérica das balanças, que variam de acordo com o tipo ou com o fabricante. A pessoa deve ser pesada com o mínimo de roupa possível e sem sapatos. A pessoa, de preferência, deve realizar a pesagem antes de grandes refeições. O indivíduo, quando se tratar de balança eletrônica, deve ser posicionado no centro da base da balança. Técnicas de medição e padronização para peso e altura Massa corporal: É necessário mantê-lo parado e deve-se realizar a leitura diretamente do visor. Já as balanças mecânicas devem estar travadas antes de sua utilização; nesse caso, também deve-se posicionar o indivíduo no centro da base da balança. A leituradeve ser feita bem de frente para o equipamento, garantindo a precisão da medida. Deve-se anotar o valor da massa corporal e imediatamente retornar os cursores para a posição inicial na escala numérica. Além das técnicas de medida, visando garantir um equipamento durável e adequado, se faz necessária a manutenção da balança. Técnicas de medição e padronização para peso e altura Altura/estatura: Segunda medida mais tradicional e mais utilizada que expressa a dimensão longitudinal ou linear do corpo humano, a altura representa o somatório dos quatro componentes do corpo: membros inferiores (pernas), pelve, coluna vertebral e crânio. O termo altura refere-se à medida do indivíduo em pé, desde a sola dos pés descalços até a parte superior da cabeça, comprimindo os cabelos. O termo estatura é aplicado como sinônimo de altura. A altura ou estatura reflete o processo de crescimento linear do corpo humano como um todo. Técnicas de medição e padronização para peso e altura Altura/estatura: Poderão ser utilizados estadiômetro padrão ou trena antropométrica com capacidade de até 150 cm e precisão de 0,5 cm. A fita antropométrica ou o estadiômetro deverão ser fixados junto à parede reta, lisa, sem rodapé e que forme ângulo reto com o piso, em um ponto distante 1 m do chão. Também existe a possibilidade de utilização dos estadiômetros acoplados à própria balança. Técnicas de medição e padronização para peso e altura Altura/estatura: Os pés devem estar juntos, com os calcanhares, nádegas e ombros encostados na barra escalonada do estadiômetro ou na parede. Os pés devem formar ângulo reto com as pernas. Os ossos internos dos calcanhares devem se tocar bem. A pessoa deve estar ereta, sem esticar ou encolher a cabeça e o tronco, olhando para a frente, fazendo com que o topo da orelha e o ângulo externo do olho formem linhas paralelas ao teto. Técnicas de medição e padronização para peso e altura Altura/estatura: Os braços devem estar estendidos para baixo, soltos ao longo do corpo, e os pés, unidos e encostados à parede. Uma barra horizontal ou uma placa de madeira deve ser abaixada para se apoiar sobre o topo da cabeça, que deve estar livre de tiaras, fitas, tranças, bobes e penteados com volume. Deve-se fazer uma ligeira compressão, o suficiente para comprimir o cabelo. Técnicas de medição e padronização para peso e altura A partir de medidas simples, como o peso e a altura, é possível obter a correlação dessas medidas por meio de índices nutricionais, sendo o índice de massa corporal o mais utilizado para identificar risco nutricional em diferentes populações. O índice de massa corporal (IMC): ou índice de Quetelet, é um cálculo direto baseado na estatura e no peso do indivíduo avaliado, independentemente do gênero, sendo útil para determinar o estado nutricional de um indivíduo. No entanto, o IMC não mede diretamente a gordura corporal, pois não distingue estrutura óssea, massa magra, massa gorda e líquidos – componentes corporais que traduzem o peso total do indivíduo. Índices nutricionais O IMC representa o índice de mais fácil aplicabilidade clínica e é frequentemente usado para identificar os indivíduos em risco nutricional (desnutrição ou obesidade), além de rastreamento de alterações do estado nutricional entre adultos e idosos. A principal desvantagem e limitação no uso do IMC é que ele não é capaz de fornecer informações sobre a composição corporal e a distribuição da gordura corporal. Índices nutricionais Aguardo você, caro aluno, para discutirmos sobre o seguinte tema no nosso chat: “Nas duas edições da Pesquisa Nacional de Saúde, a antropometria foi muito discutida, nesse contexto, reflita sobre as contribuições que ela pode trazer à saúde da população.” Convite ao chat ATÉ A PRÓXIMA!